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Educação e Cidadania - 4

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1 
CONTROLE SOCIAL DAS 
POLÍTICAS PÚBLICAS: 
CIDADÃOS EMPODERADOS
TCE
Educação e 
Cidadania
Controle social das contas públicas
MÓDULO 
4 
JOÃO MARTINS
RealizaçãoApoio
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
Presidente 
Luciana Dummar
Diretor Administrativo-Financeiro 
André Avelino de Azevedo
Gerente-Geral 
Marcos Tardin
Gerente Editorial 
Lia Leite
Gerente de Marketing e Design 
Andréa Araújo
Gerente de Audiovisual 
Chico Marinho
Gerente de Criação de Projetos 
Raymundo Netto
Analistas de Projetos 
Aurelino Freitas e Fabrícia Góis
Analista de Contas 
Narcez Bessa
UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE)
Gerente Educacional 
Deglaucy Jorge
Coordenadora Pedagógica 
Jôsy Braga Cavalcante
Coordenadora de Cursos e Secretária Escolar 
Marisa Ferreira
Desenvolvedora Front-End 
Isabela Marques
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO CEARÁ (TCE)
Presidente 
José Valdomiro Távora de Castro Júnior
Vice-Presidente 
Edilberto Carlos Pontes Lima
Corregedora 
Patrícia Lúcia Mendes Saboya
Ouvidor 
Ernesto Saboia de Figueiredo Júnior
Conselheiros 
Luís Alexandre Albuquerque Figueiredo de Paula Pessoa
Soraia Thomaz Dias Victor
Rholden Botelho de Queiroz
Conselheiros Substitutos
Itacir Todero
Paulo César de Souza
David Santos Matos
Fernando Antônio Costa Lima Uchôa Júnior
Manassés Pedrosa Cavalcante
Ministério Público junto ao TCE/CE
Procurador-Geral de Contas 
Leilyanne Brandão Feitosa
Procuradores de Contas 
Gleydson Antônio Pinheiro Alexandre
Eduardo de Sousa Lemos
José Aécio Vasconcelos Filho
Júlio César Rola Saraiva
Cláudia Patrícia Rodrigues Alves Cristino
Diretor-presidente do Instituto Plácido Castelo 
Ernesto Saboia de Figueiredo Júnior
Diretor Geral do Instituto Plácido Castelo 
Luis Eduardo de Menezes Lima
TCE - Educação e Cidadania
Concepção e Coordenador Geral 
Cliff Villar
Coordenadora de Operações 
Vanessa Fugi
Coordenadora de Projetos e Relacionamento 
Larissa Viegas
Coordenador de Conteúdo 
Daniel Oiticica
Coordenadora Editorial 
Lia Leite
Revisora 
May Freitas
Projeto Gráfico e Editora de Design 
Andréa Araújo
Designer Gráfico 
Welton Travassos
Ilustrador 
Carlus Campos
Analista de Marketing 
Henri Dias
Analista de Projetos 
Hérica Paula Morais
Social Media 
Letícia Frota
T249 TCE Educação e Cidadania / vários autores ; ilustrado por Carlus 
Campos. - Fortaleza : Fundação Demócrito Rocha, 2023.
 372 p. : il. ; 1080px x 1920px. – (TCE Educação e Cidadania ; 10 v.)
 Inclui índice e bibliografia.
 ISBN: 978-65-5383-086-8 
 1. Administração pública. 2. Prestação de contas. 3. Orçamento 
público. I. Campos, Carlus. II. Título. III. Série.
 CDD 350
2023-2807 CDU 35
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD
Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410
Índice para catálogo sistemático:
1. Administração pública 350
2. Administração pública 35
5 
SUMÁRIO
1. Introdução ................................................................6
2. Importância do controle social 
das políticas públicas ...........................................9
3. Empoderamento do cidadão através do 
controle social das políticas públicas .............17
4. Experiências e ferramentas de controle 
social das políticas públicas no Brasil ..........20
5. O Tribunal de Contas do Estado do Ceará 
e o controle das políticas públicas ...............28
6. Limites e desafios do controle social ........... 33
 Perfil do autor ...................................................... 35
 Bibliografia ............................................................36
 Glossário ................................................................39
6 
1. INTRODUÇÃO
O controle social é um fenômeno intrínseco à vida em sociedade e desempenha um papel fundamental na organização e manutenção das 
relações sociais ao longo da história.
Neste módulo, você vai aprender sobre o controle 
social das políticas públicas, a partir de uma revisão 
de literatura não exaustiva, de forma exploratória, 
observando o engajamento do cidadão em parceria 
com o Estado.
Sabemos que as políticas públicas são instrumentos 
de ação do Estado para solucionar problemas sociais 
e garantir o bem-estar da população. No entanto, o 
controle dessas políticas não deve ficar apenas nas mãos 
dos governantes, mas também contar com a participação 
ativa e responsável dos cidadãos. 
Ao participar ativamente nas decisões 
governamentais, os cidadãos fortalecem seu senso de 
pertencimento e responsabilidade (Gaventa, 2006). 
Ou seja, empoderamento não se limita ao âmbito 
político, mas se estende à esfera social e econômica, 
permitindo que os cidadãos exerçam seus direitos de 
maneira mais efetiva.
7 
Acrescente-se que a participação do cidadão 
no processo de formulação, implementação e 
monitoramento de políticas públicas é fundamental para 
garantir que as decisões governamentais atendam às 
necessidades reais da população (Avritzer, 2002). 
Portanto, o controle social refere-se à participação 
ativa dos cidadãos na monitorização e avaliação das 
ações governamentais.
Isso não apenas possibilita o aumento da 
transparência, mas também contribui para a redução 
da corrupção e a promoção da responsabilidade dos 
governantes.
Além disso, o controle social das políticas públicas 
tem ganhado destaque como um mecanismo 
fundamental para aumentar a transparência, a eficácia 
das ações governamentais e a accountability, termo que 
você aprendeu no Módulo 3.
Enquanto conceito, as análises sobre controle social 
se originaram da sociologia, aplicado em diversos 
campos, incluindo a política.
Abramovay (2004), na sua explicação sobre o 
controle social, diz que ele se refere à participação ativa 
dos cidadãos na monitorização e avaliação das ações 
governamentais.
Podemos afirmar, portanto, que o controle social das 
políticas públicas é um conceito central na democracia 
moderna. Ele destaca a importância da participação dos 
cidadãos na tomada de decisões governamentais.
Isso envolve a colaboração entre cidadãos, 
organizações não-governamentais e instituições públicas 
para assegurar a transparência e a prestação de contas 
no uso dos recursos públicos (Bresser-Pereira, 2004).
Essa prática é um pilar da democracia participativa, 
8 
permitindo que os cidadãos exerçam seu direito de 
influenciar as decisões governamentais.
Nesse contexto, a parceria entre a sociedade civil e 
os Tribunais de Contas tem se mostrado uma estratégia 
promissora para fortalecer esse controle e promover uma 
gestão mais responsável e democrática. 
Desta forma, os Tribunais de Contas exercem uma 
função crucial ao avaliar a correta aplicação dos recursos 
públicos. No entanto, sem dúvida, sua atuação pode 
ser potencializada quando aliada à experiência e ao 
engajamento da sociedade civil organizada.
O controle social das políticas públicas é baseado 
na ideia de que a gestão governamental não deve ser, 
exclusivamente, responsabilidade das autoridades. 
Ela deve ser um esforço coletivo que envolve 
cidadãos, organizações da sociedade civil e setor privado. 
Assim sendo, o controle social se materializa por meio 
da participação popular, do acesso à informação e do 
diálogo entre governo e sociedade (Souza, 2006).
Que essa jornada para conhecer um pouco mais sobre 
o controle social das contas públicas seja enriquecedora 
rumo ao aprimoramento da gestão pública e à 
construção de uma relação sólida e confiável entre os 
gestores e a sociedade à qual eles servem.
Boa leitura!
9 
2. IMPORTÂNCIA DO 
CONTROLE SOCIAL 
DAS POLÍTICAS 
PÚBLICAS
As políticas públicas desempenham um papel fundamental na organização e funcionamento das sociedades modernas. Elas refletem 
a abordagem do governo em relação a questões 
socioeconômicas, ambientais e culturais, impactando 
diretamente a qualidade de vida dos cidadãos. 
Nesta perspectiva, o controle social das políticas 
públicas desempenha um papel crucial na prevenção da 
corrupção, na promoção da transparência e na garantia 
de que os recursospúblicos sejam direcionados de forma 
eficiente e equitativa. 
Por meio do acesso a informações relevantes, os 
cidadãos podem compreender as razões por trás das 
decisões políticas e avaliar a sua conformidade com as 
necessidades da sociedade. 
A transparência governamental, portanto, não 
apenas reforça a confiança dos cidadãos nas instituições 
públicas, mas também reduz a possibilidade de 
corrupção ao expor as atividades governamentais à luz 
pública (Sen, 1999).
10 
PARA ENTENDER MELHOR
O que são políticas públicas
Políticas públicas são uma parte fundamental 
do funcionamento e desenvolvimento de uma 
sociedade. 
Toda política pública influencia a maneira como os 
recursos e investimentos são destinados para fins 
específicos. 
O foco deve ser sempre a melhoria da qualidade 
de vida da população. Sua implementação afeta 
diretamente a vida das pessoas.
A promoção da transparência governamental 
e da responsabilidade, propiciada pelo controle 
social das políticas públicas, possibilita aos cidadãos 
compreenderem as decisões tomadas e os recursos 
alocados (World Bank, 2012). 
Quando os cidadãos têm acesso às informações 
adequadas e precisas sobre as atividades do governo, 
eles se sentem mais envolvidos no processo político, com 
a oportunidade de participar de maneira mais informada.
11 
VOCÊ SABIA?
A democracia não se limita apenas ao ato 
de votar, mas também envolve a participação 
contínua dos cidadãos na tomada de decisões 
que afetam suas vidas. O controle social amplia essa 
participação para além das eleições, permitindo 
que os cidadãos influenciem o desenvolvimento 
e a implementação das políticas de maneira 
significativa (Pateman, 2012).
Como destacado por Schedler (1999), a transparência 
é uma das principais características da boa governança, 
sendo essencial para prevenir a corrupção e garantir a 
prestação de contas dos gestores públicos.
A presença de mecanismos de controle social atua 
como um antídoto natural à corrupção. Estudos de 
Rose-Ackerman (1999) enfatizam que uma sociedade 
civil ativa e envolvida pode monitorar de perto as ações 
dos agentes públicos, tornando mais difícil a prática de 
atos corruptos.
A exposição pública das ações governamentais, 
fomentada pelo controle social, cria um ambiente no qual 
os desvios de conduta têm menos espaço para prosperar.
A teoria da accountability democrática defende que 
a participação ativa dos cidadãos no monitoramento 
das ações governamentais, por meio do acesso às 
informações importantes para tomada de decisão, 
aumenta a responsabilidade dos agentes públicos 
perante a sociedade (Dahl, 1989).
Isso cria um ambiente propício para a identificação 
e correção de irregularidades, contribuindo para a 
construção de instituições mais confiáveis.
12 
DICA DE ESTUDO
Para saber mais sobre o termo 
accountability estude o Módulo 3 
(Quem controla a administração pública)
EM RESUMO
A importância da participação social
A participação da sociedade civil no controle das 
políticas públicas garante que essas políticas sejam 
mais aderentes às reais necessidades da população. 
Ao envolver os cidadãos no processo de formulação 
de políticas, é provável que as soluções propostas 
atendam aos problemas concretos enfrentados pela 
sociedade (Bovens, 2010). 
Isso resulta em políticas mais eficazes e relevantes, 
uma vez que são desenvolvidas com base em um 
entendimento mais profundo das demandas e 
expectativas dos cidadãos.
Em outras palavras, o controle social das políticas 
públicas fortalece os princípios democráticos ao 
oferecer aos cidadãos a oportunidade de participar 
ativamente no processo político (Fox, 2009). 
13 
Em termos de efetividade, o controle social 
contribui significativamente para a continuidade das 
políticas públicas.
A participação dos cidadãos no processo de 
planejamento, implementação e monitoramento das 
políticas permite uma compreensão mais precisa das 
necessidades e demandas da população-alvo. 
Isso, por sua vez, conduz a políticas mais ajustadas 
à realidade (OECD, 2001). Além disso, o envolvimento 
dos cidadãos na avaliação das políticas públicas ajuda a 
identificar falhas e lacunas, o que permite correções mais 
rápidas e eficientes.
Em uma sociedade democrática, o controle social é 
uma ferramenta essencial para evitar o abuso de poder, 
a corrupção e a tomada de decisões arbitrárias. Ele 
amplia a participação dos cidadãos no cenário político 
para além das eleições e permite que os indivíduos 
contribuam ativamente para moldar o rumo do país. 
Isso é alcançado por meio de diversos mecanismos e 
instâncias de participação.
14 
PARA ENTENDER MELHOR
Mecanismos e instâncias de 
participação no controle social 
Conselhos e Comissões: são órgãos colegiados que 
reúnem representantes do governo e da sociedade 
civil para debater e propor soluções em áreas 
específicas, como educação, saúde, meio ambiente, 
entre outras.
Audiências Públicas: são espaços nos quais o 
governo apresenta suas propostas e a população 
tem a oportunidade de expressar opiniões, 
sugestões e críticas, promovendo o diálogo entre 
governantes e governados.
Orçamento Participativo: neste processo, os 
cidadãos podem influenciar na alocação de 
recursos públicos, indicando as prioridades e 
necessidades de suas comunidades.
Manifestações e Protestos: a sociedade civil pode 
se organizar para se manifestar contra políticas 
consideradas inadequadas, injustas ou ineficientes, 
pressionando o governo a rever suas ações.
Monitoramento e Avaliação: organizações da 
sociedade civil, mídia independente e cidadãos 
podem monitorar a implementação das políticas 
públicas e avaliar seus resultados, identificando 
possíveis desvios ou fracassos.
15 
Transparência e Acesso à Informação: a 
divulgação de informações relevantes sobre 
as políticas públicas permite que os cidadãos 
compreendam melhor as ações do governo e 
possam tomar decisões informadas.
Redes Sociais e Tecnologia: a era digital trouxe 
novas possibilidades para o controle social, 
permitindo que os cidadãos se mobilizem, 
compartilhem informações e organizem ações de 
maneira mais rápida e eficaz.
DICA DE ESTUDO
Para saber mais sobre o papel da 
tecnologia no controle das contas públicas, 
estude o Módulo 5 (A tecnologia que facilita 
o controle social).
16 
Apesar da importância e dos benefícios evidentes, a 
implementação eficaz do controle social das políticas 
públicas enfrenta desafios significativos.
Dentre eles estão a falta de informação, a 
desigualdade de acesso à participação e a cooptação por 
interesses privados.
No entanto, tais desafios não diminuem a importância 
do controle social. Pelo contrário, eles destacam a 
necessidade de um compromisso contínuo com a 
construção de sociedades mais inclusivas e participativas. 
Além disso, a eficácia do controle social depende 
da disposição do governo em acolher e considerar as 
opiniões dos cidadãos (Fox, 2009).
17 
3. EMPODERAMENTO 
DO CIDADÃO 
ATRAVÉS DO 
CONTROLE SOCIAL 
DAS POLÍTICAS 
PÚBLICAS
O empoderamento do cidadão é um componente intrínseco do controle social. Em outras palavras, é um componente que constitui a essência do 
controle social.
Nesta análise, o empoderamento é um conceito 
central nas sociedades democráticas, representando a 
capacidade dos indivíduos de participar ativamente nas 
decisões que afetam suas vidas e comunidades. 
Uma das maneiras de atingir esse empoderamento 
é através do controle social das políticas públicas, onde 
os cidadãos colaboram com o governo na formulação, 
implementação e avaliação de políticas que atendam às 
suas necessidades e aspirações.
Isso é crucial para garantir que os interesses da 
população sejam considerados e para evitar práticas 
corruptas ou decisões arbitrárias. Como destacado 
por Arnstein (1969), essa abordagem é uma forma 
de empoderamento por permitir que os cidadãos 
exerçam influência real sobre as políticas que 
impactam as suas vidas.
Uma abordagem participativa também pode melhorara eficácia das políticas públicas. Ao envolver os cidadãos 
18 
na tomada de decisões, as políticas públicas tendem 
a ser mais sensíveis às necessidades e aspirações da 
população. 
Isso é especialmente importante em um contexto 
de crescente diversidade e complexidade dos 
problemas sociais. Quando os cidadãos estão 
envolvidos no monitoramento e avaliação, os 
governos podem ajustar suas estratégias com base 
em feedbacks em tempo real, produzindo melhores 
resultados (Gaventa & Barrett, 2010).
A partir deste ponto de vista, o controle social das 
políticas públicas poderá desempenhar um papel 
crucial na promoção de uma governança mais inclusiva 
e responsável.
O empoderamento do cidadão promove a 
transparência e a prestação de contas, uma vez 
que a participação cidadã exige que o governo seja 
transparente em suas ações e decisões.
Além disso, amplia a diversidade de perspectivas 
consideradas na formulação de políticas, levando a 
soluções mais abrangentes e eficazes. Essa diversidade 
fortalece a legitimidade das políticas governamentais aos 
olhos dos cidadãos (Bovens et al., 2014).
O impacto do controle social das políticas públicas 
no empoderamento do cidadão poderá ser significativo. 
Quando os cidadãos têm a oportunidade de influenciar 
as decisões políticas, sentem-se mais conectados ao 
governo e à sociedade em geral. 
Em síntese, o empoderamento do cidadão é 
fundamental para a democracia e a justiça social.
Isso proporciona uma maior confiança nas instituições 
democráticas e um maior engajamento cívico. Conforme 
Cornwall (2008), o controle social contribui para uma 
19 
mudança de poder mais igualitária entre o governo e 
os cidadãos.
O controle social das políticas públicas oferece 
um dos caminhos valiosos para alcançar esse 
empoderamento, permitindo que os cidadãos 
participem ativamente na governança e influenciem as 
decisões que moldam suas vidas.
Contudo, apesar das vantagens, o controle social 
das políticas públicas enfrenta desafios significativos. 
A participação cidadã muitas vezes requer recursos 
de tempo e conhecimento, o que pode excluir grupos 
marginalizados e sem espaço de fala.
Além disso, a falta de mecanismos institucionais 
adequados para a integração do controle social pode 
resultar em sua subutilização. Como observado por 
Gaventa (2006), é essencial haver um ambiente favorável 
e acessível para a participação de todos os cidadãos.
Apesar dos desafios, as vantagens dessa abordagem 
devem ser consideradas como oportunidades que 
contribuem para a construção de uma sociedade mais 
igualitária e responsável.
20 
4. EXPERIÊNCIAS E 
FERRAMENTAS DE 
CONTROLE SOCIAL 
DAS POLÍTICAS 
PÚBLICAS NO 
BRASIL
Como dissemos anteriormente, o controle social pressupõe a efetiva participação da sociedade. Essa participação não se restringe à fiscalização da 
aplicação dos recursos públicos, mas também está ligada 
à formulação e ao acompanhamento da implementação 
de políticas públicas.
Portanto, o controle social permite uma maior 
participação cidadã e colabora para a consolidação 
da democracia. Você vai conhecer agora algumas das 
experiências e ferramentas de controle social das 
políticas públicas no Brasil.
Observatório Social do Brasil (OSB)
O OSB é uma ação da sociedade civil brasileira, 
que atua em 17 estados do país e que se notabiliza 
pela atuação no controle social da transparência nas 
contas públicas brasileiras. Ele monitora os portais de 
transparência brasileiros.
Conforme a informação contida em seu site, de 
forma inédita no Brasil, o trabalho de controle social 
do OSB é realizado de maneira integrada com os 
Órgãos Oficiais de Controle. Estes órgãos integram 
https://osbrasil.org.br/forcatarefa2020/
21 
as chamadas Redes de Controle da Gestão Pública, 
compostas por entes como os Tribunais de Contas da 
União e dos Estados, a Controladoria Geral da União, 
os Ministérios Públicos Federal e Estadual, entre 
outros.
O OSB foi criado em 2009, motivado, sobretudo, 
por suspeitas de irregularidades em compras públicas 
realizadas em regime de dispensa de processo licitatório, 
na cidade de Itajaí (Santa Catarina), em função do estado 
de emergência, decretado em 2008, depois que uma 
enchente devastou parte da cidade (Doin et al., 2012).
No ano de 2020, constituiu uma força Tarefa Cidadã, 
para verificar se os municípios disponibilizam as 
informações previstas pela Lei 13.979/2020, que dispõe 
sobre as medidas para enfrentamento da emergência 
em saúde pública decorrentes da Covid-19, verificando 
também as exigências das Leis de Acesso à Informação e 
de Responsabilidade Fiscal.
DICA DE ESTUDO
Para saber mais sobre a Lei de Acesso à 
Informação, estude o Módulo 2 (Acesso à 
informação pública, um direito de todos). E para 
conhecer melhor a Lei de Responsabilidade Fiscal, 
estude o Módulo 7 (Responsabilidade Fiscal e 
Socioambiental). 
22 
O Portal da Transparência como Ferramenta 
de Controle Social
O Portal da Transparência do Governo Federal 
do Brasil, lançado em 2004, representa um avanço 
significativo no acesso à informação pública. 
Ele oferece uma plataforma online que disponibiliza 
dados sobre a execução orçamentária, receitas, despesas, 
licitações, contratos, convênios e outros elementos da 
gestão pública.
Através dessa plataforma, os cidadãos podem 
acompanhar em tempo real como os recursos públicos 
estão sendo utilizados e fiscalizar a atuação dos gestores 
públicos (Brasil, 2020).
No Portal da Transparência é possível acompanhar 
uma série de informações. Vamos ver alguns exemplos?
No Portal, você pode acompanhar os repasses 
para seu município e ver se, de fato, os serviços que 
receberam recursos estão sendo prestados ou se os 
bens foram adquiridos. Por exemplo, seu município 
provavelmente recebe recursos para merenda escolar. 
Tem merenda nas escolas?
Você pode acompanhar as políticas públicas, 
vendo quanto o governo está investindo em educação, 
saúde e segurança pública. Pode, inclusive, ver de 
forma mais detalhada: educação básica, investimentos 
em unidades básicas de saúde, ou construção de 
estabelecimentos penais.
Além de acompanhar os gastos, é possível, por 
exemplo, ver quantos servidores trabalham no Ministério 
da Cultura e comparar com outros órgãos.
Caso seu interesse seja nas compras públicas, você 
pode acompanhar os contratos e licitações. É possível 
acompanhar uma série de informações, como as relativas 
http://www.portaltransparencia.gov.br/
23 
às contratações que usaram dispensa de licitação ou aos 
maiores contratos com a administração pública.
Com a consulta de servidores, é possível identificar 
acúmulos de cargo ou pessoas ganhando acima do 
teto, e, talvez, até um caso de nepotismo ou de conflito 
de interesses.
Você pode verificar se um vereador da sua cidade está 
recebendo Bolsa Família ou outro benefício indevido. 
Também é possível identificar abusos nas viagens a 
serviço e nos cartões de pagamento.
O Portal conta com um espaço próprio para solicitar 
acesso a informações públicas, comunicar um ato ilícito 
cometido contra a administração pública, expressar se 
está satisfeito com um atendimento público, manifestar 
sua insatisfação com um serviço público, sugerir alguma 
ideia para desburocratizar o serviço público, pedir um 
atendimento ou uma prestação de serviço e enviar uma 
ideia ou proposta de melhoria dos serviços públicos. 
No link Painéis, o Portal oferece uma visão geral 
atualizada e detalhada, segundo cada caso, de diferentes 
gastos e receitas governamentais, separados por tipo de 
gasto. Por exemplo, benefícios ao cidadão, contratos, 
licitações, emendas parlamentares, notas fiscais, 
orçamento anual.
É possível descobrir ainda que, até agosto de 2023, 
haviam sido realizadas 8.194 licitações por um valor total 
de 58,93 bilhões de reais. 
Os dados divulgados no Portal são provenientes 
de diversas fontes de informação, entre as quais estão 
os grandes sistemas estruturadores do governo federal, 
como o Sistema Integradode Administração Financeira 
do Governo Federal (Siafi) e o Sistema Integrado de 
Administração de Recursos Humanos (Siape), as bases de 
https://falabr.cgu.gov.br/publico/Manifestacao/SelecionarTipoManifestacao.aspx?ReturnUrl=%2f
https://portaldatransparencia.gov.br/origem-dos-dados
24 
benefícios sociais, as faturas de Cartão de Pagamentos do 
Governo Federal, as bases de imóveis funcionais, entre 
diversas outras.
Os órgãos responsáveis por cada fonte de informação 
encaminham seus dados para a Controladoria Geral da 
União, que recebe, reúne e disponibiliza as informações 
na ferramenta.
A periodicidade de envio dos dados depende do assunto 
tratado, assim como a periodicidade de atualização das 
informações no Portal. Uma vez carregadas no Portal, as 
informações são disponibilizadas para conhecimento 
do cidadão.
O acesso ao Portal não requer usuário nem senhas, 
sendo permitido a qualquer cidadão navegar pelas 
páginas de forma livre, bem como visualizar e utilizar os 
dados disponíveis da forma que quiser.
Programa “Olho Vivo no Dinheiro Público”
A transparência é um pilar central do programa 
Olho Vivo no Dinheiro Público, da Controladoria 
Geral da União.
Através da disponibilização de informações 
detalhadas sobre os gastos públicos, o programa 
empodera os cidadãos e organizações da sociedade 
civil a analisar, questionar e denunciar eventuais 
irregularidades. 
Como você já aprendeu, a transparência 
governamental é essencial para construir a confiança 
entre governo e sociedade, bem como para evitar casos 
de corrupção e má gestão de recursos (Fox, 2007).
Além da transparência, a tecnologia desempenha um 
papel crucial no programa, permitindo o acesso rápido e 
fácil às informações públicas. 
https://www.gov.br/cgu/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/controle-social/arquivos/cartillhaolhovivo_baixa_v2.pdf
25 
Por meio de plataformas online e aplicativos móveis, 
os cidadãos podem acessar dados atualizados sobre 
os gastos governamentais e reportar suspeitas de uso 
inadequado de recursos. 
Essa abordagem digital está alinhada com a ideia 
de governo aberto, em que a tecnologia é usada para 
promover a participação cidadã e a colaboração na 
gestão pública (Oliveira & Ckagnazaroff, 2022).
Conferência Nacional sobre Transparência e 
Controle Social (Consocial)
A Consocial desempenha um papel crucial ao 
proporcionar um ambiente favorável para que diferentes 
setores da sociedade se unam e contribuam para 
aprimorar as políticas públicas. 
Nesse sentido, a Conferência se alinha ao conceito de 
controle social defendido por autores como Souza (2006). 
Ele destaca a importância da sociedade civil na coleta 
de informações, no monitoramento e na cobrança dos 
resultados das ações governamentais.
Nesta perspectiva, a Consocial estimula a participação 
cidadã ao oferecer um espaço democrático para o 
diálogo entre diferentes segmentos da sociedade. 
Esta conferência é um exemplo de “espaço público” 
no qual os cidadãos podem expressar suas demandas, 
compartilhar conhecimento e influenciar a elaboração e 
implementação de políticas públicas (Dagnino; Olvera; 
Panfichi, 2014). 
Portanto, essa participação ativa promove a inclusão 
social e a diversidade de perspectivas e evita que as 
políticas sejam moldadas apenas por visões restritas.
26 
Acesse aqui o primeiro relatório da Consocial.
Conselho da Transparência, Integridade e 
Combate à Corrupção (CTICC)
Você já entendeu que a transparência, a accountability 
e o controle social são elementos essenciais para a 
promoção da governança democrática e o combate à 
corrupção em qualquer sociedade. 
No Brasil, o Conselho da Transparência Pública 
e Combate à Corrupção (CTICC) emerge como um 
mecanismo fundamental nesse processo. 
O CTICC foi criado com o intuito de fortalecer a 
relação entre o governo e a sociedade civil, permitindo 
a participação cidadã no monitoramento das políticas 
públicas e no enfrentamento da corrupção sistêmica.
Através da análise de relatórios, dados e indicadores, 
o conselho identifica possíveis casos de corrupção e 
falhas na gestão pública, contribuindo para a prevenção 
de desvios de recursos e má conduta administrativa. Isso 
fortalece a accountability do governo perante a sociedade 
(Loreiro et al., 2012).
https://www.ceped.ufsc.br/wp-content/uploads/2012/01/Relat%C3%B3rio-Final-1-conferencia-consocial.pdf
https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/transparencia-publica/conselho-da-transparencia
https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/transparencia-publica/conselho-da-transparencia
27 
EM RESUMO
Competências do CTICC
Debater e sugerir medidas de aperfeiçoamento 
e fomento de políticas e estratégias, no âmbito da 
administração pública federal, sobre: combate à 
corrupção; controle social para acompanhamento 
e fiscalização da aplicação de recursos públicos; 
governo aberto, transparência e acesso à 
informação pública; e integridades pública e 
privada;
Monitorar e avaliar políticas públicas e serviços 
públicos destinados à transparência, à integridade e 
ao combate à corrupção;
Sugerir ações que visem valorizar a troca de 
experiências, a transferência de tecnologia, a 
capacitação e a articulação intragovernamental.
28 
5. O TRIBUNAL 
DE CONTAS DO 
ESTADO DO CEARÁ 
E O CONTROLE 
DAS POLÍTICAS 
PÚBLICAS 
O Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE Ceará) desempenha um papel de destaque no controle social das políticas públicas no Estado. 
É muito importante como suporte ao mecanismo 
pelo qual os cidadãos e a sociedade civil organizada 
participam ativamente na monitorização e fiscalização 
das ações do governo e na avaliação do cumprimento 
das políticas públicas.
Nesse sentido, o TCE Ceará é uma instituição que 
atua como um órgão de controle externo, fiscalizando 
as atividades financeiras, contábeis, orçamentárias, 
operacionais e patrimoniais do Estado e dos Municípios. 
Ele verifica se os recursos públicos estão sendo 
utilizados de maneira eficaz, eficiente e conforme as leis e 
regulamentos estabelecidos.
No contexto do controle social das políticas públicas, 
o TCE Ceará desempenha um papel-chave devido às 
seguintes razões:
Fiscalização e Auditoria: realiza auditorias e 
análises detalhadas das contas públicas, incluindo a 
execução dos gastos públicos e a aplicação dos recursos 
destinados às políticas públicas. Isso garante que os 
https://www.tce.ce.gov.br/
https://www.tce.ce.gov.br/
29 
programas governamentais sejam executados de forma 
transparente e consoante à lei.
Prevenção e Correção de Irregularidades: 
identifica irregularidades, desvios e fraudes nas ações 
do governo, contribuindo para a prevenção de práticas 
inadequadas. Caso irregularidades sejam encontradas, o 
TCE Ceará pode tomar medidas para corrigir a situação e 
responsabilizar os envolvidos.
Transparência e Prestação de Contas: ao analisar 
as ações do governo, o TCE Ceará contribui para a 
transparência das atividades públicas. Isso possibilita 
que a sociedade compreenda como os recursos públicos 
estão sendo utilizados e avalie o desempenho das 
políticas públicas.
Controle Social Efetivo: a atuação do TCE Ceará 
possibilita um ambiente propício para o envolvimento 
dos cidadãos e da sociedade civil na fiscalização 
das políticas públicas. Os relatórios e resultados das 
auditorias são geralmente disponibilizados ao público. 
Permitem que os cidadãos tenham informações para 
cobrar melhorias e responsabilização por parte dos 
gestores públicos.
Recomendações e Aperfeiçoamento das Políticas: 
com base nas auditorias e análises, o TCE Ceará pode 
fazer recomendações para aprimorar a eficácia e a 
eficiência das políticas públicas. Isso contribui para a 
melhoria contínua dos programas governamentais.
Em síntese, o TCE Ceará desempenha um papel 
fundamental no controle social das políticas públicas 
ao garantir a prestação de contas do governo, promover 
a transparência, prevenir irregularidades e envolver a 
sociedade na fiscalização das ações do Estado. Dessa 
forma, contribuipara o fortalecimento da democracia e 
30 
para o uso adequado dos recursos públicos em benefício 
da sociedade.
Enquanto sinergia entre Estado-Sociedade, o TCE 
Ceará oferece diversas iniciativas em relação ao controle 
social das políticas públicas em parceria com os 
cidadãos. Vamos conhecer algumas delas?
Plataforma Ceará Transparente: o Tribunal 
de Contas do Ceará desenvolveu uma plataforma 
online que permite aos cidadãos acessar informações 
detalhadas sobre as despesas públicas, contratos, 
licitações e outras informações relevantes para a 
fiscalização das políticas públicas.
Participação em Audiências Públicas: o Tribunal 
realiza audiências públicas com a sociedade civil para 
discutir temas relevantes, permitindo que os cidadãos 
expressem suas opiniões, dúvidas e preocupações sobre 
políticas públicas específicas.
Programa de Educação para o Controle Social: o 
Tribunal promove programas de educação para conscientizar 
os cidadãos sobre seus direitos e responsabilidades no 
controle das políticas públicas, capacitando-os a entender e 
monitorar as ações do governo.
Ouvidoria: a Ouvidoria do Tribunal atua como 
um canal de comunicação direta entre os cidadãos 
e a instituição. Isso permite que os cidadãos relatem 
irregularidades, façam perguntas e ofereçam sugestões 
para melhorias.
Parcerias com Organizações da Sociedade 
Civil: o Tribunal estabeleceu parcerias com 
organizações da sociedade civil para promover a 
colaboração na fiscalização das políticas públicas e 
na promoção da transparência.
https://cearatransparente.ce.gov.br/
https://cearatransparente.ce.gov.br/
31 
Premiações e Reconhecimentos: o Tribunal 
incentiva a participação dos cidadãos por meio de 
premiações e reconhecimentos para iniciativas que se 
destacam no controle social e na contribuição para a 
melhoria das políticas públicas.
Acesso a Dados e Informações: o Tribunal 
disponibiliza um amplo conjunto de dados e informações 
em formatos acessíveis. Isso permite que os cidadãos 
realizem análises independentes e identifiquem possíveis 
problemas nas políticas públicas.
Participação em Auditorias e Inspeções: em 
algumas circunstâncias, o Tribunal permite a participação 
de representantes da sociedade civil em auditorias e 
inspeções de políticas públicas, o que proporciona uma 
perspectiva externa e independente.
Transmissões ao Vivo: o Tribunal realiza 
transmissões ao vivo de suas reuniões e audiências, 
permitindo que os cidadãos acompanhem as discussões 
e decisões em tempo real.
Canais de Comunicação Online: o Tribunal mantém 
canais de comunicação online ativos, como redes sociais 
e websites, nos quais os cidadãos podem interagir, fazer 
perguntas e receber atualizações sobre suas atividades.
Essas são apenas algumas das maneiras pelas quais 
o Tribunal de Contas do Ceará visa envolver os cidadãos 
no controle das políticas públicas, promovendo a 
transparência, a responsabilidade e a participação ativa 
na gestão pública.
32 
A parceria entre o TCE Ceará e a sociedade civil no 
controle social das políticas públicas no Estado do Ceará 
é essencial para garantir a transparência, a efetividade e a 
eficiência das ações governamentais. 
A participação ativa da sociedade civil contribui para 
uma gestão pública mais responsável e comprometida 
com as demandas da população. Nesse sentido, o 
papel do TCE Ceará é fundamental na promoção dessa 
parceria, fornecendo informações e capacitação para a 
sociedade, fortalecendo o controle social e contribuindo 
para o aprimoramento das políticas públicas.
Para obter informações mais detalhadas sobre cada 
uma dessas experiências, visite o site oficial do TCE Ceará 
e consulte os relatórios e documentos disponíveis.
A parceria entre tribunais de contas e a sociedade 
civil representa uma estratégia relevante para fortalecer 
o controle social das políticas públicas no Brasil. Essa 
atuação conjunta contribui para ampliar a transparência, 
a accountability e a legitimidade das ações de controle, 
promovendo uma gestão mais eficiente, responsável e 
orientada para o interesse público.
É fundamental que essa parceria seja, cada vez mais, 
valorizada e estimulada, com vistas a uma democracia 
participativa e uma administração pública mais democrática.
Está claro que o TCE Ceará desempenha um papel 
crucial na garantia da transparência, eficiência e eficácia 
das políticas públicas estaduais. Sua abordagem 
proativa, em relação ao controle social, potencializa a 
participação cidadã e contribui para uma gestão mais 
responsável e voltada para o bem-estar da população.
Contudo, desafios ainda persistem e exigem esforços 
contínuos para fortalecer a cultura de controle social e 
participação ativa da sociedade na construção de um 
Estado mais justo e transparente.
https://www.tce.ce.gov.br
33 
6. LIMITES E 
DESAFIOS DO 
CONTROLE SOCIAL 
O controle social é uma realidade presente em todas as sociedades e em todos os tempos. Ao longo da história, seu significado e suas formas 
de manifestação têm se transformado, acompanhando as 
mudanças sociais e políticas. 
No Brasil e no Ceará, o controle social assume 
características próprias, influenciadas por aspectos 
culturais, históricos e políticos.
No entanto, é importante refletir sobre os limites 
e os desafios do controle social contemporâneo. O 
respeito aos direitos humanos, a garantia da diversidade 
e da pluralidade, bem como a promoção da justiça 
social e a participação democrática, devem ser pilares 
fundamentais na construção de práticas de controle 
social mais efetivas e legítimas.
Ademais, o controle social das políticas públicas 
contribui para a construção de uma gestão mais 
responsável e eficiente, uma vez que amplia os canais 
de participação, promove a accountability dos agentes 
públicos e evita que decisões importantes sejam 
tomadas sem a devida consideração dos impactos 
na sociedade.
No entanto, para que esse processo seja eficaz, é 
necessário haver um ambiente propício, com respeito 
à diversidade de opiniões, proteção aos direitos dos 
participantes e canais eficientes de comunicação entre a 
sociedade e o governo.
34 
Portanto, em um mundo cada vez mais 
interconectado e com acesso facilitado à informação, o 
controle social das políticas públicas e o empoderamento 
do cidadão emergem como elementos fundamentais 
para a construção de sociedades mais justas e 
democráticas.
Através da participação ativa dos cidadãos 
no processo político, é possível promover a 
responsabilidade governamental e moldar políticas 
que verdadeiramente atendam às necessidades da 
população.
Em última análise, o controle social das 
políticas públicas desempenha um papel crucial no 
empoderamento do cidadão e na promoção de uma 
governança democrática eficaz.
Através da participação ativa e engajada, os cidadãos 
não apenas influenciam as políticas que os afetam, mas 
também desempenham um papel na construção de uma 
sociedade mais justa e equitativa.
Logo, os governos e as instituições democráticas 
devem criar mecanismos e espaços que permitam 
uma participação significativa dos cidadãos nas 
decisões políticas.
35 
PERFIL DO AUTOR
João Martins de Oliveira Neto. É Ph.D. em Ciência 
Política pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e 
Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP-ULIsboa), 
Portugal (2022). Mestre em Desenvolvimento e Gestão 
Social pelo CIAGS/Universidade Federal da Bahia-UFBA 
(2015). Graduado em Administração pela Universidade 
Estadual do Ceará-UECE (2001). Lattes iD. e Orcid iD. 
http://lattes.cnpq.br/0719945668819070
https://orcid.org/0000-0002-2575-3928
36 
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39 
GLOSSÁRIO
Accountability: responsabilidade dos agentes públicos 
em prestar contas de suas ações e decisões, garantindo 
transparência e responsabilização.
Agentes públicos: indivíduos que exercem funções 
e cargos públicos, atuando em nome do Estado e 
cumprindo suas atribuições legais.
Controle social: mecanismo de fiscalização exercido 
pela sociedade sobre as ações do Estado e de seus 
agentes públicos, visando garantir a transparência e o 
bom funcionamento das instituições.
Democracia participativa: sistema político que promove 
a participação ativa dos cidadãos na tomada de decisões 
do governo, visando maior inclusão e representatividade.
Estado: instituição política que detém o poder soberano 
sobre um território e seus habitantes, com atribuições de 
governar, legislar e administrar o país, garantindo o bem-
estar da população e a aplicação das leis.
Políticas públicas: conjunto de ações e programas 
estabelecidos pelo governo para solucionar problemas e 
atender necessidades da sociedade.
Sociedade civil: conjunto de organizações e indivíduos 
que participam ativamente da vida política e social, 
representando interesses diversos da população e 
impulsionando o controle social.
Transparência governamental: princípio que preza pela 
divulgação e acesso público às informações e processos 
do governo, visando maior accountability e controle social.
Realização
Apoio
	1. INTRODUÇÃO
	2. IMPORTÂNCIA DO CONTROLE SOCIAL DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
	3. EMPODERAMENTO DO CIDADÃO ATRAVÉS DO CONTROLE SOCIAL DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
	4. Experiências e ferramentas de controle social das políticas públicas no Brasil
	5. O Tribunal de Contas do Estado do Ceará e o controle das políticas públicas 
	6. Limites e desafios do controle social 
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