Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS GABRIEL LACERDA DE SÁ APS DE EXECUÇÕES CIVEIS SÃO PAULO, SP 2023 Caso: Numa execução de título executivo extrajudicial, o juiz de direito da 2ª Vara Cível determinou a penhora de 30% dos vencimentos do executado, sob o argumento de que tal penhora preserva o suficiente para a manutenção do executado e da sua família. Considerando que o crédito não tem natureza alimentar e que a penhora não incidiu sobre o excedente a 50 salários-mínimos mensais, analise a decisão judicial à luz do art. 833 do CPC e da ponderação entre os interesses envolvidos, especialmente o direito do exequente à satisfação do crédito e a proteção da dignidade do executado e de sua família. Nessa execução de título executivo precisam ser respeitados os princípios e noções que regem essa etapa processual, pois a finalidade de toda execução não é constranger o executado e mostrar que ele está errado e que foi provado que ele é um péssimo pagador e um grande devedor, nem de certa forma o oposto e dizer que o exequente é certo em tudo, a grande ideia é de forma justa cobrar os valores da dívida e ter a certeza que satisfaz o crédito segundo a parte que se sente lesada no processo. O devedor tem como obrigação civil pagar e cobrir suas dívidas e isso é o que deve ser respeitado na parte de conhecimento e de execução do processo. Entretanto, muito embora a satisfação do crédito seja a coisa mais importante no processo de execução o processo não pode humilhar, tirar a dignidade do executado, pois o mesmo precisa pagar com base nos seus rendimentos e seu custo de vida possível. Sendo assim o juiz que está diante de casos como esses precisa ter o entendimento e respeito pela pessoa humana, pois ele precisa respeitar a necessidade do reclamante, possibilidade do reclamado e proporcionalidade ou razoabilidade da prestação. Sempre deve ser muito bem respeitado a possibilidade do quanto pode e tem para pagar do reclamado, para que não ofereça riscos para sua própria existência, esse é um entendimento no processo. Portanto, devido a tudo que foi apresentado e com base nos parâmetros do CPC a decisão do juiz está de forma equivocadamente errada, pois o artigo 833 do CPC é taxativo nas condições de penhora e impõe alguns limites, por exemplo, não se deve penhorar o salário de alguém que ganha menos que 50 salários-mínimos em uma ação que não é de alimentos. O salário do executado é de onde ele tira o básico para suas obrigações diárias e mensais, como das mais importantes: comer, vestir, pagar moradia ... sendo assim é por esse motivo que é imprescindível o respeito ao salário de alguém como fator determinante para dignidade humana. No caso citado como exemplo para a escrita desse trabalho, o mais correto a ser feito era entrar com um recurso de agravo da decisão do juiz para reverter essa decisão de forma a não prejudicar mais o executado.
Compartilhar