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Feito por: Emilly Rebeca Medicina veterinária legal Teoria do elo - Há mais cães nos lares brasileiros do que crianças, pois estima-se que são 52,2 milhões de cães domiciliados, versus 45,6 milhões de crianças de 0 a 14 anos (IBGE,2015b), e deve-se ainda incluir os 22,1 milhões de gatos domiciliados (IBGE,2015ª) - Mudanças da sociedade contemporânea, que trouxe uma nova configuração familiar, a famílias multiespécies, composta por seres humanos e animais de companhia (WITTER,2016) Relação homem-animal (RHA) - Até chegarem à categoria de animal de companhia, foram anos de coevolução. - A relação humano-animal se estreita de acordo com a influência das necessidades específicas da época vivida (DELARISSA,2003) -Na pré-história as espécies se aproximaram em busca de comida, abrigo e proteção (WALSH,2009) - Evidências arqueológicas de 14 mil anos atras mostram que os ancestrais dos cães, os lobos domesticados, eram guardiões, guias e parceiros na caça e pesca (SERPELL,1996) - Com desenvolvimento da agricultura, há cerca de 9 mil anos atrás, cães e gatos assumiram funções como o pastoreio (cães), controle de roedores (gatos) e companhia (ambos), e essas atribuições continuam sendo valorizadas (WALSH, 2009) - Os animais também foram vinculados as diferentes culturas ao redor do mundo, com maior expressão a partir da idade antiga, sendo muitas vezes, incluídos em tradições espirituais em que a RHA era vista como forma de interconexão do mundo natural com o mundo espiritual - Desde a idade média cães e gatos são posses de governantes e da aristocracia - Tornaram-se tendência entre a realeza europeia no século XIII, que estimulava seus plebeus a criarem diversas raças com o propósito de competição de qual seria a melhor (WALSH, 2009) - Dessa maneira, as pessoas humanizavam seus animais de companhia, tratando-os como alguém importante, com direito a roupas e adornos, tornando-os seres centrais na vida familiar, trazendo companheirismo e prazer (WALSH, 2009) Bases filosóficas - Século XVII - René Descartes – Foi um importante filosofo na ciências e trouxe a teoria mecanicista falando que os animais não tinham emoções ou sentimentos e eram similares a máquinas - Existiam práticas de vivissecção (Abrir o animal sem nenhum tipo de anestesia para saber como funcionavam os órgãos) - Os animais eram tratados como mercadorias e quando não serviam mais, eram descartados - A preocupação não consistia na vida do animal, mas sim nos interesses pessoais do ser humano = não importava se o animal sentia calor, frio, fome, sede e dor, sob a alegação de que este não possuía alma Sociedade contemporânea - Nem sempre as particularidades das espécies são respeitadas na RHA - As necessidades de um animal são evidenciadas nas liberdades do bem-estar, pois ele deve estar livre de sede, fome, livre de desconforto, livre de dor, lesão e doenças, livre de medo e distresse e livre para expressar comportamento natural (WELFARE COUNCIL – FAWC,1992) - O animal tornou-se substituto de filhos e de outros familiares, acarretando sua antropomorfização, infringindo seu bem-estar, especialmente a liberdade de expressar comportamento natural - São Tomás de Aquino, no século XIII disse: “A crueldade contra os animais pode fazer-nos cruéis contra outras pessoas” Feito por: Emilly Rebeca - Somente no final dos anos 80 que começou um aumento de interesse pelo elo entre as violências, sendo desenvolvidas diferentes pesquisas, principalmente nos EUA e Europa Primeiros registros de proteção aos animais - Código de posturas de 6 de outubro de 1886, do município de São Paulo, cujo artigo 220 apresentava um enunciado normativo proibindo “cocheiros, condutor de carroça, de maltratar animais com castigos bárbaros e imoderados, prevendo multa aos infratores - Decreto federal 24.645, de 10 de julho de 1934, que revogado parcialmente, ainda se constitui em uma fonte valiosa do Direito dos Animais no Brasil, sendo o primeiro diploma normativo brasileiro tutelando a fauna - Em 1967, surgiram os códigos de caça e pesca, regulamentando o exercício dessas atividades quase exclusivamente e desconsiderando os conceitos de dignidade animal ou de preservação ambiental da fauna, em virtude do enforque puramente econômico que pautariam suas estruturas jurídicas - Com o surgimento da lei federal nº 6.938/1981, estabelecendo a política nacional do meio ambiente, passou-se a considerar o animal abandonado como recurso ambiental, constituindo parte integrante do patrimônio público, visto ser ele componente da fauna em geral - O ano de 1988 foi um marco para o ordenamento jurídico brasileiro, com a promulgação de sua constituição que, alterando o código de caça, formou vigente Lei de proteção a fauna - Lei federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1988, a denominada “Lei dos crimes ambientais” Violência contra as crianças - Crueldade cometidas contra crianças pequenas fazem parte da história da humanidade - Direito de vida ou de morta dado ao pai sobre seus filhos - Somente em meados do século XIX começa a se esboçar uma preocupação com a criança, que passa a ser encarada como uma pessoa em formação Proteção à criança - O grande avanço em relação a violência contra crianças e adolescentes ocorreu a partir de 1961, quando Henry Kempe descreveu a síndrome da criança espancada, reconhecida pela academia americana de pediatria. Para kempe, esta síndrome ocorria em crianças de baixa idade, com graves ferimentos em épocas diversas, e explicações discordantes ou inadequadas fornecidas pelos pais, sendo diagnóstico baseado em aspectos clínicos e radiológicos - Em 1973 foi descrito, por um dos professores da Faculdade de ciências médicas da santa Casa de são Paulo, o primeiro caso de espancamento de uma criança na literatura nacional - Em 1988, o texto atual Constituição Brasileira, no artigo 227, assegura direitos a crianças e ao adolescente, que deixam de ser vistos como propriedade dos pais - Estatuto da crianças e adolescentes (ECA), lei federal nº 8069 de 13/07/1990, ficaram assegurados direitos especiais e proteção integral a criança e ao adolescente Definição de teoria do elo - Relação entre as violências humana e animal, quando estudada dentro de um contexto familiar, observa-se as relações de dominação de individuo em face de outros, onde os animais de estimação são utilizados como ferramentas de coerção e por isso, objeto de maus tratos e violência (NASSARO, 2013) Definição de violência - A organização mundial de saúde divide violência em três categorias, conforme as características de quem comete o ato de violência: • Violência dirigida a si mesmo: Auto infligida, compreende comportamento suicida e auto abuso • Violência interpessoal: Esta dividida em duas subcategorias: - Violência na família: Parentes ou parceiros sentimentais - Comunitária: Entre pessoas sem laços de parentesco • Violência coletiva: Por pessoas de um mesmo grupo contra um conjunto de indivíduos para cumprir objetivos políticos, econômicos e sociais Feito por: Emilly Rebeca - Schraiber e d’Oliveira (1999) abordam a violência como um termo que envolve agressões de diferentes intensidade e tipos, desde os “mais cruéis’, como tortura e assassinatos em séries, até os “aspectos opressivos” do mundo moderno como a desigual distribuição de renda de uma sociedade - Minayo (1994), traz uma discussão sobre o que a violência, considerando aspectos relevantes para o seu entendimento, especialmente no âmbito da saúde pública: (...) A violência não faz parte da natureza humana (...) não tem raízes biológicas. Trata-se de um complexo fenômeno biopsicossocial, mas seu espaço de criação é a vida em sociedade. Portanto,para entendê-la há que se apelar para especificidade histórica (...) na configuração da violência se cruzam problemas da política, da economia, da moral, do direito, da psicologia, das relações humanas e institucional, e do plano individual. A família, portanto, interioriza todas as violências externas a ela Violência doméstica - Kafka faz uma metáfora do organismo animal familiar, cujas partes são interdependentes e estão submetidas a manutenção de seu equilíbrio, sem possibilidade de autonomia ou liberdade (MANDELBAUM; MANDELBAUM, 2007) - A desigualdade das partes impede um equilíbrio justo, assim, para Kafta, um sistema familiar é violento em sua essência, é núcleo originário da violência (MANDELBAUM; MANDELBAUM, 2007) - A violência família não se restringe ao âmbito doméstico e o fenômeno violência possui múltiplas definições e sentidos, tanto para quem a comete, quanto para quem a recebe, por isso, nem sempre a vítima reconhece a violência que está sofrendo como uma forma de violência Violência contra as crianças - A reprodução das experiencias de violência - Os desajustes familiares, psíquicos e vícios - Dominação de gênero e de geração: A submissão do mais fraco pelo mais forte Impactos nas crianças - Entre 3,3 e 10 milhões de crianças a cada ano são expostas a violência domésticas, com efeito negativo significativo sobre desenvolvimento comportamental, social, emocional e cognitivo - As crianças nesses ambientes aprendem que não há lugar seguro para elas e que os adultos não podem protegê-las. Elas desenvolvem sentimentos ambivalentes em relação ao agressor e assumir a responsabilidade de proteger a vítima adulta. Seu medo crônico geralmente leva a agressão - Crianças em casas com violência doméstica são abusadas 15 vezes mais que em casas não violentas (FUNDAÇÃO DAVID & PACKARD, 1999) - Crianças tendem a repetir comportamentos dos pais – Crianças que vivem em famílias em situação de violência tendem a repetir os atos de violência contra pessoas e contra os animais Violência contra a mulher - Colocado em pauta pelo movimento feminista na segunda metade do século XX - Ele abrange diferentes situações que ocorrem com as mulheres pelo fato de as mesmas serem mulheres, que segundo Grossi 91995) e a organização dos estados americanos – OEA (1996) variam desde: • “A violência física, sexual e psicológica cometida por parceiros íntimos, o estupro, abuso sexual de meninas, assédio sexual no local de trabalho, a violência contra a homossexualidade, o tráfico de mulheres, o turismo sexual, a violência étnica e racial, a violência cometida pelo estado, por ação ou omissão, a mutilação genital feminina, a violência e os assassinatos ligados ao dote, o estupro em massa nas guerras e conflitos armados” - Há quatro tópicos encontrados frequentemente em sociedade com grande prevalência de violência contra as mulheres, que apontam a subordinação de gênero (HEISE, 1998). De acordo com Heise (1998), eles são: • Normas culturais ou legais que dão aos homens propriedade bem acima das mulheres • Controle masculino sobre a família, riqueza • Controle masculino das decisões em geral Feito por: Emilly Rebeca • E noções de masculinidade associada a dominação e soberania, sendo dadas aos homens mais liberdade e poder para delimitar o comportamento feminino em nome da honra masculina - A partir do estudo pode ser notado: • Alta prevalência de violência doméstica contra mulheres ao redor do planeta • 30% das mulheres (15-69 anos) no mundo inteiro são abusadas por parceiro íntimo (OMS,2010) • 1/5 de mulheres brasileiras são vítimas de violência doméstica ou familiar (Secretaria da transparência,2013) - A OMS determinou a prevalência da violência contra a mulher por parceiro íntimo em diferentes países a nível mundial Violência contra os idosos - Há poucos estudos - Negligências de animais pode ser um indicador de coocorrência de autonegligência de pessoas idosas, ou de transtorno de acumulação (psicopatologia) Violência doméstica - Quando uma pessoa em uma família é abusada = alta probabilidade que os demais membros também estejam sendo abusados - Diversas pesquisas têm encontrado um coocorrência entre a presença de violência doméstica contra mulheres na família e abuso físico, psicológico ou negligência nas crianças e nos idosos - No Rio de janeiro há 60,6% de coocorrência de violência física conjugal e contra os filhos nos serviços de saúde (REICHHENHEIM,2006) - Num estudo realizado no Rio de Janeiro de 245 mães entrevistadas, 94,2% relataram agressão psicológica contra elas e seus filhoes, 24,7% casos de abusos físicos leves e 9,9 abusos físicos graves (Anna tereza M. soares de moura, 2005) - 40% das crianças vítimas de abuso, habitualmente, relatam violência doméstica em casa (UNICEF, 2006) - Desenvolvimento de políticas e estratégias, visando uma redução da morbimortalidade por acidentes e violências - Em 2006, foram priorizadas as ações de prevenção se violência e promoção da saúde e cultura de paz, assim foi implantado o sistema de vigilância de violência e acidentes em serviços de sentinela – viva Link ou elo - A violência contra animais e a violência interpessoal Feito por: Emilly Rebeca - Existe uma relação entre as violências interpessoais e as violências nos animais Animal no ciclo da violência - A violência contra animais pode ser apenas a “ponta do iceberg”, pois pode ser acompanhado de maus tratos infantil, violência contra idosos, violência domésticas - O autor da violência doméstica, ameaça ou prejudica o animal, o ciclo não é rompido, crianças expostas a violência doméstica e maus tratos aos animais Principais motivos de maus tratos direcionados aos animais, conforme alegado pelos próprios agressores (Phillips,2014) - Correção de comportamento - Retaliação contra o animal (Punição por comportamento indesejado) - Satisfação de desejo movido por preconceito contra espécie ou raça específica (Como observado com ratos, cobras e aranhas, por exemplo...) - Expressão pura e simples de agressividade direcionada ao próprio animal ou pessoa intimamente ligada ao animal - Intenção de chocar as pessoas como forma de diversão, entre outros Crianças X crueldade animal - Pessoas que cometeram atos de violência contra os animais na infância, provavelmente serão pessoa violentas no futuro - Crianças que apresentavam comportamento violento com os animais apresentavam dificuldade familiares: pais divorciados, doença mental na família e pais com registro criminal - 71% das vítimas de violência doméstica informaram que seu parceiro prejudicou ou matou animais; 32% relatam que seus filhos também o fizeram repetindo o ciclo intergeracional de violência (Ascione, 1988) - A violência pode ser aprendida e reproduzida = a família é o primeiro núcleo de socialização, aprendizagem e escola de valores dos indivíduos - Lar caótico, com modelagem de país agressivo era mais comum Feito por: Emilly Rebeca O que é o transtorno de acumulação? - É a psicopatologia caracterizada pela aquisição compulsiva de objetos desnecessários ou animais, dificuldade em desfazer-se dessas posses e desorganização do ambiente de convívio (SCHMIDT et al.,2014) - Indivíduos que acumulam e experimentam sofrimento e prejuízo pela persistente dificuldade de se desfazerem ou se separarem de determinados bens, apresentam angústia frente a ideia de descartá-los - Psicopatologia incluída no manual de diagnostico e estatístico de transtornos mentais DSM-5, da associação americana de psiquiatria (APA,2013) Classificação do transtorno de acumulação • Acumulação compulsiva: - Obtenção de objetos desnecessários,torna-se um comportamento repetitivo, constituindo uma forma de investimento, em uma tentativa de preservar o valor afetivo subjacente as coisas - Apresentam enorme medo de perderem ou desfazerem-se de objetos que possam vir a ser importante no futuro, ou pela sua conexão emocional associada. Por isso, desenvolvem determinadas crenças acerca da posse e provação de objetos que levam a comportamentos de indecisão, evitação de contato sociais e perfeccionismo - Normalmente, encontram dificuldades na organização de seu espaço físico, tornando o seu alimento de convívio praticamente inabitável - Perdem o senso de autocontrole, tornando impossível a classificação de seus itens, possivelmente em virtude de déficits cognitivos relacionados a atenção e organização espacial - Obtêm mais satisfação no acúmulo propriamente dito, do que na possibilidade de desfrutar dos objetos adquiridos - Alguns pesquisadores supõem que essas pessoas teriam, necessariamente, passado por experiências de privação material em algum momento de suas vidas. No entanto, o TA está relacionado, sobretudo, com experiencias de privação emocional na infância de privação emocional na infância • Acumulação colecionadora: - Classificação nosológica que pode ser considerada a mais sadia ou na qual o lado saudável da personalidade comumente prevalece - Os colecionadores de caráter compulsivo conseguem manter um nível de organização maior relacionado ao ambiente onde vivem - Pessoas que colecionam buscam objetos pra completar sua coleção, organizam-nos ou procuram exibi-los - Contudo, a grande diferença entre os colecionadores e os acumuladores compulsivos reside no fato de que os primeiros escolhem objetos específicos, enquanto os segundos selecionam coisas em geral e apresentam dificuldade de organizar o ambiente onde convivem • Acumulação de animais: - Indivíduos que adquirem uma grande quantidade de animais (dezenas ou centenas), os quais podem ser mantidos em espaços inadequados ou em condições inseguras e insalubres - Por vezes, os sujeitos que se manifestam essa forma específica do TA não conseguem satisfazer os cuidados básicos de que um animal precisa, mas continuam a mantê-los consigo - Essa classe de indivíduos é movida por sentimento de dó e compaixão para com animais em situação de abandono ou maus-tratos, apresentando, inclusive, dificuldades em livra-se deles mesmo após a morte dos bichos - Essas pessoas não percebem os efeitos negativos que tal comportamento produz em sua vida e permanecem alimentando sua necessidade de cuidar e de controlar - Eventos traumáticos e de dificuldades de relacionamentos, podem estar associados com o início dos sintomas no TA. Teoria do apego foi utilizada para compreender o desenvolvimento clínico dessa forma de comportamento adaptativo - Passaram por experiencia de apego disfuncional e, na vida adulta, vinculam-se com animais quando o apego humano torna-se problema. Esses sujeitos desenvolvem a crença de que ninguém pode cuidar tão bem de um animal quanto eles mesmos. No entanto, muitas vezes, as condições desse cuidado apresentam- se inadequadas, em virtude da quantidade de animais acumulados, comprometendo a própria saúde Feito por: Emilly Rebeca - O Hording of animal research consortium (HARC) define como “alguém que acumula um grande número de animais; falha ao prover padrões mínimos de nutrição, sanidade e cuidados veterinários; falha ao agir quanto as condições deteriorantes dos animais, incluindo a doença, a fome e até mesmo a morte, e também, quanto as condições ambientais, como superpopulação e condições não sanitárias extremas. Além disso, há o efeito deletério deste hábito tanto a saúde e ao bem-estar do indivíduo colecionador quanto aos outros habitantes da casa, principalmente crianças e idosos” - Por conta disso, esse hábito coloca em risco a vizinhança, devido à falta de sanidade ambiental, o que facilita a disseminação de zoonoses - Outros fatores prejudiciais aos animais incluem problemas de comportamento, bem como problemas de socialização Epidemiologia da acumulação de animais - Todas as espécies podem ser alvo de colecionadores, mas a maioria dos casos relatados envolve principalmente cães e gatos - A maioria dos acumuladores são do sexo feminino, com mais de 60 anos de idade, solteira, divorciadas ou viúvas - Cerca de 55% dessas pessoas vivem sozinhas e 15% vivem com outra pessoa. Poucos casos relatavam a existência de crianças ou de idosos na residência - Atinge em qualquer classe social e ocorre independente do local de moradia Modelos psicológicos relacionados ao colecionismo - Ilusão: Individuo está desconectado da realidade - Demência: Não há o reconhecimento do individuo do que acontece tanto com ele como com os animais - Vícios: Há falta de controle dos impulsos e o individuo foca somente em seu objeto de desejo Ligação ou conexão: Relaciona-se com a privação precoce o amor e da estabilidade parental Identificação de pessoas com transtorno de acumulação - Apresentam resistência em deixar que visitantes vejam o local no qual os animais são mantidos - Reluta ou é incapaz de relatar quantos animais realmente existem - Apresenta pouco esforço para doar e muito empenho para adquirir - Adquire continuamente animais, embora não cuide adequadamente dos animais já existentes - Diz-se capaz de prover excelente cuidado durante toda vida do animal que necessita de cuidados especiais – Paralisados, com vírus da leucemia felina (FeLV), agressão extrema – embora não comprove os recursos - Não tem pessoal, nem equipe de voluntários consistentes com o número de animais aos quais alega fornecer cuidados adequados - Adquire animais de locais distantes de sua residência - Local com alta densidade populacional de animais - Presença de fezes e urina para todos os lados - Odor nauseabundo, com presença de ureia, que é irritante as mucosas - Presença de gaiolas trancadas e correntes - Local que pode apresentar alta variação de temperatura, de acordo com o clima Tipos de pessoas com transtorno de acumulação • ACUMULADOR PROTETOR SOBRECARREGADO: - Exibe alguma consciência de problemas com o cuidado dos animais. - Problemas frequentemente desencadeados pela mudança em circunstâncias (saúde, renda, relacionamento) - Começa com o esforço inicial para entregar cuidado adequado, mas fica sobrecarregado. - Declínio no cuidado é bastante gradual. - Forte apego aos animais como membros da família. - Poucos problemas com autoridades e menor necessidade de controla Feito por: Emilly Rebeca - Tende a ser retirado e isolado. - Adquire animais passivamente. - Autoestima ligada ao papel como protetor. • ACUMULADOR RESGATADOR: - Tendência para negar vigorosamente problemas com cuidado. - Compulsão para salvar mais animais do que tem capacidade de cuidar. - Começa com recursos adequados para o cuidado, mas o declínio dos cuidados é mais rápido por causa de volume. - Missão forte para salvar animais e medo da morte ou eutanásia alimenta a compulsão para adquirir. - Evita autoridades ou impede acesso. - Pode trabalhar com uma rede de facilitadores e ser mais envolvido com outras pessoas. - Tende a adquirir animais mais ativamente. • EXPLORADOR: - Tipo mais difícil de colecionador para lidar com; negação completa de problemas ou legítima de preocupação dos outros. - Falta de empatia por pessoas ou animais e é indiferente ao dano causado. - Pode ter características sociopáticas. - Egoísta e narcisista. - Manipulador e astuto, muitas vezes bastante carismático. - Falta culpa ou remorso por ações. - Adquire animais ativamente. TIPO DE ACUMULADOR PERSUASÃO COM ACORDO VERBAL AMEAÇADE AÇÃO LEGAL ACUSAÇÃO Sobrecarregado É mais provável que seja receptivo para ajudar e reduzir o tamanho. ode ser suficiente para reduzir a probabilidade de reincidência. Frequentemente desnecessário e pode ser contraproducente. Resgatador Improvável, pelo menos nos estágios iniciais. A motivação motriz é continuar com os esforços de resgate, então a ameaça deve oferecer potencial para uma operação reduzida. Pode ser necessária quando as ameaças falharem. Explorador Improvável. Improvável de ser intimidado. Provavelmente essencial. Animais de pessoas com transtorno de acumulação - Geralmente estão sujos, com pelos repletos de nós, com lesões cutâneas, oculares e otológicas graves, com ou sem ectoparasitas - Crescem em gaiolas, podendo apresentar deformidade de aparelho locomotor, pois não tem espaço para andar ou se deitar adequadamente - As unhas podem estar quebradas - Possuem baixo escore corporal - A vulva e o pênis podem apresentar lesões, pois o animal pode tentar beber a urina ou o contato direto com a urina pode causar ferimentos - Animais que não são castrados pode estar em cruzamentos constantes, levando a abrasões na vulva - Animais mortos no ambiente = risco de disseminação de doenças = agravante em termos jurídicos = devem ser submetidos ao exame necroscópico com fins judiciais - Resgatados vivos devem receber cuidados médicos- veterinários imediatos, e preferivelmente, ser removidos o mais breve possível do local Feito por: Emilly Rebeca - Fiel depositário para preservar as provas e vida dos animais - Devem ser identificados e fotografados individualmente = cuidados urgentes = facilita também o momento e adoção Fatores para serem considerados - Desfazer-se de objetos ou animais é demorado, envolve muito sofrimento por parte da pessoa - A remoção faz parte do processo terapêutico, devendo garantir o cuidado contínuo, para evitar reincidência. - Ação não discutida entre os setores envolvidos poderá acarretar o retrocesso no processo. - Evitar sobreposição de ações. - O vínculo de confiança é de suma importância, para que a pessoa em situação de acúmulo consiga se desfazer de seus pertences em algum momento. - Avaliar os riscos e a capacidade da pessoa. - Evitar “limpezas extremas” - Processo passo a passo demorado. - Manejo interdisciplinar. - Cuidar dos problemas clínicos associados. - Buscar melhorar a situação sem remover a pessoa da moradia. Atuação em casos de maus tratos - O diagnóstico de abuso, crueldade, negligência ou maus-tratos em animais é um dos assuntos mais desafiadores na clínica médica, que exige experiência, inteligência emocional, energia, sensibilidade, tato e não apenas uma pequena medida de coragem. - O clínico pode estar relutante em admitir que um cliente apresentaria tais animais para tratamento. No entanto, a maioria dos médicos veterinários se deparará em algum momento com um caso de abuso, negligência ou crueldade animal - Nas últimas décadas, pesquisadores e profissionais de diferentes áreas do conhecimento estabeleceram correlações significativas entre a violência contra animais e a violência contra pessoas (Teoria do Elo). - O ato de maltratar animais não é mais visto como um incidente isolado que possa ser ignorado, porque pode, muitas vezes, representar um crime indicador ou preditor, sendo um sinal de alerta de que outros indivíduos da família possam não estar seguros. Classificação dos termos • Maus-tratos: qualquer ato, direto ou indireto, comissivo ou omissivo, que intencionalmente ou por negligência, imperícia ou imprudência provoque dor ou sofrimento desnecessários aos animais. • Crueldade: qualquer ato intencional que provoque dor ou sofrimento desnecessários nos animais, bem como intencionalmente impetrar maus-tratos continuamente aos animais. • Abuso: qualquer ato intencional, comissivo ou omissivo, que implique no uso despropositado, indevido, excessivo, demasiado, incorreto de animais, causando prejuízos de ordem física e/ou psicológica, incluindo os atos caracterizados como abuso sexual. O que são Maus-Tratos? • Art. 5º - Consideram-se maus-tratos: I - Executar procedimentos invasivos ou cirúrgicos sem os devidos cuidados anestésicos, analgésicos e higiênico-sanitários, tecnicamente recomendados; II - Permitir ou autorizar a realização de procedimentos anestésicos, analgésicos, invasivos, cirúrgicos ou injuriantes por pessoa sem qualificação técnica profissional; Feito por: Emilly Rebeca III - agredir fisicamente ou agir para causar dor, sofrimento ou dano ao animal; IV - Abandonar animais; a) deixar o tutor ou responsável de buscar assistência médico-veterinária ou zootécnica quando necessária; V - Deixar de orientar o tutor ou responsável a buscar assistência médico-veterinária ou zootécnica quando necessária; VI - Não adotar medidas atenuantes a animais que estão em situação de clausura junto com outros da mesma espécie, ou de espécies diferentes, que o aterrorizem ou o agridam fisicamente; VII - deixar de adotar medidas minimizadoras de desconforto e sofrimento para animais em situação de clausura isolada ou coletiva, inclusive nas situações transitórias de transporte, comercialização e exibição, enquanto responsável técnico ou equivalente; VIII - manter animal sem acesso adequado a água, alimentação e temperatura compatíveis com as suas necessidades e em local desprovido de ventilação e luminosidade adequadas, exceto por recomendação de médico-veterinário ou zootecnista, respeitadas as respectivas áreas de atuação, observando-se critérios técnicos, princípios éticos e as normas vigentes para situações transitórias específicas como transporte e comercialização; IX - Manter animais de forma que não lhes permita acesso a abrigo contra intempéries, salvo condição natural que se sujeitaria; X - Manter animais em número acima da capacidade de provimento de cuidados para assegurar boas condições de saúde e de bem-estar animal, exceto nas situações transitórias de transporte e comercialização; XI - manter animal em local desprovido das condições mínimas de higiene e asseio; XII - impedir a movimentação ou o descanso de animais; XIII - manter animais em condições ambientais de modo a propiciar a proliferação de microrganismos nocivos; XIV - submeter ou obrigar animal a atividades excessivas, que ameacem sua condição física e/ou psicológica, para dele obter esforços ou comportamentos que não se observariam senão sob coerção; XV - Submeter animal, observada espécie, a trabalho ou a esforço físico por mais de quatro horas ininterruptas sem que lhe sejam oferecidos água, alimento e descanso; XVI - utilizar animal enfermo, cego, extenuado, sem proteção apropriada ou em condições fisiológicas inadequadas para realização de serviços; XVII - transportar animal em desrespeito às recomendações técnicas de órgãos competentes de trânsito, ambiental ou de saúde animal ou em condições que causem sofrimento, dor e/ou lesões físicas; XVIII - adotar métodos não aprovados por autoridade competente ou sem embasamento técnico-científico para o abate de animais; XIX - mutilar animais, exceto quando houver indicação clínico-cirúrgica veterinária ou zootécnica; XX - Executar medidas de depopulação por métodos não aprovados pelos órgãos ou entidades oficiais, como utilizar afogamento ou outras formas cruéis; XXI - induzir a morte de animal utilizando método não aprovado ou não recomendado pelos órgãos ou entidades oficiais e sem profissional devidamente habilitado; XXII - utilizar de métodos punitivos, baseados em dor ou sofrimento com a finalidade de treinamento, exibição ou entretenimento; XXIII - utilizar agentes ou equipamentos que inflijamdor ou sofrimento com o intuito de induzir comportamentos desejados durante práticas esportivas, de entretenimento e de atividade laborativa, incluindo apresentações e eventos similares, exceto quando em situações de risco de morte para pessoas e/ou animais ou tolerados enquanto estas práticas forem legalmente permitidas; XXIV - submeter animal a eventos, ações publicitárias, filmagens, exposições e/ou produções artísticas e/ou culturais para os quais não tenham sido devidamente preparados física e emocionalmente ou de forma a prevenir ou evitar dor, estresse e/ou sofrimento; XXV - fazer uso e/ou permitir o uso de agentes químicos e/ou físicos para inibir a dor ou que possibilitam modificar o desempenho fisiológico para fins de participação em competição, exposições, entretenimento e/ou atividades laborativas. Feito por: Emilly Rebeca XXVI - utilizar alimentação forçada, exceto quando para fins de tratamento prescrito por médico- veterinário; XXVII - estimular, manter, criar, incentivar, utilizar animais da mesma espécie ou de espécies diferentes em lutas; XXVIII - estimular, manter, criar, incentivar, adestrar, utilizar animais para a prática de abuso sexual; XXIX - realizar ou incentivar acasalamentos que tenham elevado risco de problemas congênitos e que afetem a saúde da prole e/ou progenitora, ou que perpetuem problemas de saúde pré-existentes dos progenitores. Importante ter a resolução 1236/2018 Circunstâncias em que um Médico-Veterinário pode encontrar Abuso Animal, Crueldade e Negligência na Prática Privada Categoria de Abuso Animal Frequência da suspeita vista na prática privada Critério para suspeita Negligência Ocasional a comum - Má condição corporal, mas cliente recusa o tratamento necessário. - Pelos severamente emaranhados e cliente recusa escovar ou tosar. - O cliente recusa o atendimento médico para aliviar grave doença ou lesão. - Falta de preocupação com o bem-estar animal. - Ambiente perigoso ou anti-higiênico. - Abrigo inadequado. - Número excessivo de animais. Negligência em grande escala (acumulação) Provavelmente poucos clientes. - Grande número de animais. - Não continuidade de cuidados. - A maioria das consultas são para traumas, doenças parasitárias ou infectocontagiosas. - O cliente frequenta vários estabelecimentos médicos veterinários. - Esforços heroicos solicitados para animais recém- adquiridos com mal prognóstico. Rinha de cães Depende da região - Padrão característico de feridas de mordida em cabeça, pescoço, pernas. - Muito mais prevalente em Pit Bulls e outras raças “lutadoras”. - O proprietário pode ele mesmo tratar as lesões. Inflição intencional de lesões De incomum a raro - Lesões não consistentes com a história. - Nenhum indicador de diagnóstico único é indicativo de maus-tratos; - Pode haver um número de explicações para os sinais apresentados; Feito por: Emilly Rebeca -É uma combinação variável de fatores que leva a um elevado índice de suspeita... No que prestar atenção? CLIENTE OU ANIMAL? - Tem que prestar atenção no cliente, mas também no paciente, o animal. - O cliente pode revelar informações sobre crueldade ou negligência, incluindo implicar o perpetrador. - O cliente pode estar esperando por uma chance de proteger o animal de estimação se for dada uma oportunidade de compreensão. - O cliente é mais provável não ser o abusador real e pode, simultaneamente, revelar informações sobre ser ela própria uma vítima ou ele mesmo. Perfil do cliente - O cliente pode ser novo ou pode visitar vários estabelecimentos médicos-veterinários em uma tentativa de evitar apresentar uma história contínua de violência ou para evitar levantar suspeitas. - Pode haver discrepâncias em nomes, endereços ou propriedade do animal. - A família pode ter um histórico com muitos animais de estimação, que com alta rotatividade e oferecem cuidados mínimos ou esporádicos. - Os maus-tratos podem ocorrer quando o apego ao animal de estimação é fraco e a família está sob pressão devido a fatores como pobreza, instabilidade familiar e outras vulnerabilidades. - Os abusadores podem vir de qualquer classe social. - A maioria dos abusadores de animais é do sexo masculino - Crianças e adolescentes podem ser abusadores, muitas vezes como resultado de serem vítimas ou testemunhas de abusam de si mesmos. Comportamento do cliente - O cliente não tem conhecimento ou preocupação com animais de estimação anteriores ou é indiferente sobre os ferimentos do animal de estimação atual - Em outros casos, o cliente pode parecer muito preocupado com o animal e agir de forma muito cooperativa. - O cliente pode ser agressivo ou argumentativo ou demonstrar comportamentos, hematomas ou dar informações consistentes com sinais sugerindo possível violência doméstica. - O cliente pode relutar em contar uma história completa. - O cliente pode demorar para procurar atendimento médico-veterinário. - O cliente pode expressar não se sentir seguro em casa, ou pode haver preocupações sobre um idoso isolado ou um número excessivo de animais privados de cuidados adequados. - Um parceiro pode agir nervoso ou diferente perto do outro. - Pode haver uma história de alta rotatividade de animais de estimação na casa, especialmente animais mais jovens ou aqueles com histórias repetitivas de problemas comportamentais. Histórico X lesões - O cliente apresenta uma história inconsistente (a história não se encaixa nas lesões) - Frequentemente, os ferimentos são muito graves para serem explicados pela história fornecida. Por exemplo, o cliente pode citar um acidente de trânsito ou de veículo motorizado como uma desculpa fácil, ou um incidente que não é consistente com os padrões normais de comportamento animal ("o animal caiu"), mas os ferimentos não são consistentes com a história. -O cliente apresenta um histórico discrepante (o histórico muda). O cliente pode oferecer histórias diferentes para vários membros da equipe, ou vários membros da família podem apresentar histórias diferentes. Tipo de lesões - A perícia veterinária identificou uma extensa lista de condições clínicas que sugerem maus-tratos. - Algumas das lesões físicas mais comuns que podem Feito por: Emilly Rebeca levantar um índice de suspeita incluem lesões antigas evidentes em exames, ultrassom ou raio-x. - Lesões nas costelas (fraturas), em particular, devem levantar suspeitas. Histórico de lesões repetitivas - Lesões repetitivas podem ser vistas com o mesmo animal ao longo de um período de tempo, ou lesões mais antigas podem ser encontradas no exame. - Lesões repetitivas também podem ser vistas em outros animais da casa, simultaneamente ou sequencialmente - Histórico de ferimentos ou mortes inexplicáveis em outros animais da casa. - Considere a idade do animal: cães e gatos com menos de 2 anos estão em maior risco Comportamento do animal - Mudanças no comportamento de um animal que não podem ser adequadamente explicadas por condições médicas subjacentes podem ser o resultado de lesões traumáticas e não acidentais. - Por exemplo, um animal que demonstra medo de um membro da família, agressão ou submissão excessiva ou alívio quando separado do dono pode contribuir para o índice de suspeita -Um diagnóstico provisório de maus-tratos a animais não deve ser baseado apenas no comportamento Prepare-se para a ação - O passo mais importante que um clínico pode dar para garantir um resultado positivo nessas situações inevitáveis é preparar-se com antecedência para essa possibilidade. - A criação de uma política para o estabelecimento médico veterinário, esclarecendo aos funcionários quais ações do clientenão serão toleradas e quais medidas serão tomadas quando forem detectados maus-tratos aos animais é recomendável. - 5 passos para se preparar para o atendimento de casos de maus-tratos: 1- Esteja Ciente das Leis e Decretos - O médico-veterinário tem o dever de reportar ao CRMV as suspeitas e constatações de maus-tratos e como cidadão ele tem o dever cívico de reportar esses casos as autoridades competentes. - Portanto, ao atender algum animal em que suspeita ou constate de ele esteja sofrendo maus-tratos, o médico-veterinário deve registrar todas as constatações no prontuário médico, indicando responsável, local, data, fatos e situações, incluindo todas as evidências (exames, laudos, fotos etc.) e finalizando com assinatura, carimbo e data do documento. - Além disso, deve enviar o relatório médico ao CRMV de seu estado, por qualquer meio físico ou eletrônico, para registro temporal, podendo o CRMV enviar o respectivo documento para as autoridades competentes, ou além disso pode denunciar o caso aos órgãos competentes de sua cidade. - Para registrar a denúncia, sugere-se descrever os fatos ocorridos com a maior exatidão, clareza e objetividade possíveis, informando endereço e nome dos responsáveis envolvidos. - O médico-veterinário deve anexar provas e evidências, como cópia do prontuário, exames subsidiários laudos de RX, US etc.), fotos, vídeos, notícias de jornais, mapas, bem como nomes de testemunhas e endereços. Quanto mais detalhada a denúncia, melhor. 2- Saiba onde deve denunciar Feito por: Emilly Rebeca - Qualquer pessoa que presencie maus-tratos a animais de qualquer espécie deve recolher provas, como fotos, vídeos, nome de testemunhas e endereço das mesmas, laudos técnicos ou atestado veterinário que sustentem a denúncia, e ir à delegacia de polícia mais próxima para lavrar o Boletim de Ocorrência (BO). A denúncia de maus-tratos é legitimada pelo Art. 32 da Lei de Crimes Ambientais e pela Constituição Federal Brasileira de 1988 - A pessoa deve descrever com exatidão os fatos ocorridos, o local e, se possível, o nome e endereço do responsável, bem como mostrar as evidências que corroboram com a denúncia, pois quanto mais detalhada a denúncia, melhor. -O policial ou delegado que se negar a agir cometerá crime de prevaricação, que de acordo com o Art. 319 do Código Penal Brasileiro compreende “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. Caso isso aconteça, deve-se prestar queixar ao Ministério Público ou à Corregedoria da Polícia Civil. - Assim que o escrivão ouvir seu relato sobre o crime, a ele cumpre instaurar inquérito policial ou lavrar Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Negando-se a fazê-lo, lembre-o de que ele pode ser responsabilizado por crime de prevaricação, previsto no Art. 319 do Código Penal Brasileiro. - Uma dica é que a pessoa ao ir à delegacia para denunciar um crime de maus-tratos a animais, leve impresso o Art. 32 da Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº 9.605 de 1998), uma vez que há policiais que não estão cientes do conteúdo dessa lei, assim como o Art.319 do Código Penal Brasileiro (Decreto Lei n° 2.848, de1940). - Há algumas delegacias especializadas que podem aceitar de maneira mais amistosa essa denúncia, como as Delegacias de Proteção Animal e do Meio Ambiente. - A denúncia de prática maus-tratos contra animais pode ser feita diretamente ao Ministério Público. - O registro pode ser feito pelo site do Ministério Público Federal ou pelas ouvidorias dos Ministérios Públicos estaduais: http://www.mpf.mp.br http://www.mppb.mp.br/index.php/ouvidoria - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também pode ser acionado, especialmente quando as condições de maus-tratos afetam animais selvagens, silvestres e espécies exóticas. - As denúncias podem ser feitas gratuitamente, pelo telefone 0800 61 8080 ou pelo e-mail linhaverde.sede@ibama.gov.b - O registro também pode ser realizado pelo site do Ibama ou presencialmente, em uma unidade física da autarquia. - É possível denunciar também ao órgão público competente do município, para o setor que responde aos trabalhos de vigilância em saúde, zoonoses ou meio ambiente. - Vale ressaltar que a falsa comunicação de um crime também é crime e tem pena de detenção, de um a seis meses, ou multa, prevista no Art. 340 do Código Penal Brasileiro 3- Estabeleça um processo interno de tomada de decisão - Um procedimento deve ser estabelecido com antecedência, por meio do qual os membros da equipe médica-veterinária que tenham preocupações sobre o bem-estar de um animal ou pessoa possam consultar colegas experientes para determinar o curso de ação mais apropriado. - Há possibilidade de implementar alguns relatórios e questionários para a avaliação de riscos já existentes para facilitar o andamento desse processo. 4- Familiarize-se com o Reconhecimento de Maus- Tratos O treinamento agora está amplamente disponível na identificação clínica de condições que sugerem maus- tratos aos animais - Há vários livros didáticos (Merck, 2007; Sinclair, Merck & Lockwood, 2006; Munro & Munro, 2008; Cooper & Cooper, 2007) disponíveis para ajudar os profissionais a fazerem um diagnóstico diferencial de crueldade, abuso ou negligência. - Os principais abrigos de animais podem ter médicos- veterinários com especialização em diagnosticar e responder aos incidentes de maus-tratos aos animais. http://www.mpf.mp.br/ http://www.mppb.mp.br/index.php/ouvidoria Feito por: Emilly Rebeca 5- Familiarize-se com os Procedimentos de Coleta e Preservação de Evidências -Um médico-veterinário deve ser treinado em procedimentos apropriados para coletar, documentar e preservar evidências, e procedimentos para submeter amostras de tecido e cadáveres para exames post-mortem conduzidos por um patologista veterinário - O médico-veterinário deve começar a coletar evidências físicas assim que suspeitar de abuso de animais e continuar coletando evidências continuamente durante o atendimento ao paciente. - Os profissionais devem tomar precauções para manter a cadeia de custódia das provas e manter registros médicos-veterinários meticulosos. A) Priorize a coleta de evidências: Itens de evidência com maior probabilidade de serem destruídos pelo tempo, outras pessoas ou condições ambientais devem ser coletados primeiro. B) Evite contaminar as evidências usando um boné, jaleco, máscara, luvas, etc., conforme o necessário C) Avalie e registre o estado mental e o comportamento do animal. D) Tire fotos e/ou vídeos antes e durante o exame. E) Identifique adequadamente o(s) animal(is) no prontuário médico e evite adivinhar a raça ou idade do animal, se houver dúvida. F) Faça um exame físico completo, incluindo pontuação do escore de condição corporal. 1) Não se concentre na queixa principal ou nas anormalidades óbvia 2) Não negligencie o que não é digno de nota: se um parâmetro é normal, anote-o. 3) Considere o uso de formulários padrão para garantir que o exame físico seja completamente registrado. 4) Examine cuidadosamente os pelos, a boca e as patas em busca de evidências de produtos químicos, fibras ou outros materiais que possam fornecer informações críticas sobre o abrigo do animal ou remédios caseiros que o proprietário possa ter tentado. Essas evidências precisam ser preservadas para uma investigação completa. 5) Procure qualquer evidência no animal que possa explicar a condição ou lesão. A entomologia forense pode ajudar a estabelecer a hora da morte ou a idade dos ferimentos que contêm larvas 6) No caso de animais mortos, todas as tentativas devem ser feitas para determinara causa exata da morte por encaminhamento a um patologista forense. G) Realize hemograma completo, painel bioquímico, análise fecal e urinálise. - Observação: o consentimento é necessário para a coleta de amostras, e a questão de quem pagará os exames deve ser considerada. • Animais negligenciados apresentam maior incidência de parasitismo, anemia e hipoproteinemia H) Faça radiografias de corpo inteiro. Observação: o consentimento é necessário para a coleta de amostras, e a questão de quem pagará os exames deve ser considerado. 1) Procure fraturas em diferentes estágios de cura. 2) As principais áreas a serem examinadas são a cabeça, costelas e extremidades. 3) Rotule e registre as evidências de maneira adequada. 4) O animal e tudo o que está associado ao animal é evidência e deve ser salvo, documentado, marcado e protegido, incluindo a guia e a coleira 2) Marcar evidência significa registrar informações. Um registro de evidências útil: - Tempo apreendido; - De quem; - Descrição detalhada da propriedade; - Maneira embalada; - Tempo marcado e depositado; - Localização depositada. 3) Rotular a coleção (ou a embalagem dentro da qual a coleção foi colocada) com as iniciais do investigador, número de funcionário (se aplicável) e a data da apreensão - Use uma caneta para marcar objetos metálicos. - Coloque a marca em um local discreto. Use uma caneta para marcar artigos absorventes, como roupas ou documentos. Feito por: Emilly Rebeca - Se um item for muito pequeno para ser marcado diretamente em sua superfície, coloque-o em um recipiente (caixa de comprimidos ou frasco de plástico), feche e marque o recipiente. - Nunca marque um item onde possam existir vestígios de evidências - Para um conjunto de objetos semelhantes, coloque a marca de identificação na mesma área geral de cada objeto. Se o item tiver peças removíveis, marque cada uma das partes principais. J) Certifique-se de que todas as evidências coletadas sejam consideradas em todos os momentos. K) Se o animal for visto em várias ocasiões ou hospitalizado: 1) Registre o peso inicial e os pesos subsequentes em uma base regular ou semanal. Use um formulário de alteração de peso e tire fotos para documentar o ganho de peso. 2) Registre atualizações diárias, mesmo se não houver mudanças na condição do animal. Quaisquer alterações devem ser cuidadosamente descritas, não importa o quão pequenas possam parecer. - Manter registros médicos abrangentes - incluindo avaliação de saúde, histórico médico, declarações feitas, comportamentos observados, descrição detalhada das lesões, uma opinião sobre se as lesões são explicadas de forma adequada, resultados de exames laboratoriais e procedimentos diagnósticos e fotografias e estudos de imagem – pode auxiliar em processos. - Nos casos em que histórias discrepantes são fornecidas a vários membros da equipe, é importante que cada uma dessas declarações seja registrada.