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Estudo de caso Teoria e prática profissional do guia especializado em

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Estudo de caso da estudante: Julianne Correia de Figueiredo 
Destruindo a fauna marinha 
 A fauna local é um dos grandes atrativos de passeios realizados no Brasil. Um deles é a visita aos 
Parrachos de Maragogi, em Alagoas. O passeio é feito de barco e permite que os turistas conheçam 
mais de perto a fauna marinha. É possível mergulhar com snorkel nas piscinas naturais e vislumbrar 
as estrelas-do-mar, peixes e ouriços. 
 Por não possuir nenhuma construção ou infraestrutura no local, indica-se que os turistas 
deixem a parte de maior volume dos pertences, como sacolas, bolsas e toalhas, a bordo da 
embarcação. O retorno do local pode ser feito a nado (dos parrachos para o barco). Os guias ficam 
próximos dos parrachos auxiliando o embarque dos passageiros nos barcos. Durante o retorno do 
último barco, uma turista carregava uma sacola de viagem (do tipo das oferecidas como cortesia pelas 
operadoras) relativamente cheia e pesada. O guia então perguntou: 
 - Por que a senha desceu com a sacola, uma vez que foi informada de que não havia 
infraestrutura no local e de que poderia deixar todo esse peso no barco? 
 Muito orgulhosa a mulher respondeu: 
 - Não, guia, eu trouxe a sacola vazia. É que estou levando alguns ouriços como enfeites para 
minha casa! Eu os levarei para presentear minha sobrinha. Ela nunca viu um! 
 - Como?!?- perguntou o guia. 
 Em seguida, a mulher abriu a sacola e mostrou que havia retirado pelo menos vinte ouriços-
do-mar (alguns, inclusive, com pequenos pedaços de rocha) e que os estava levando para casa. 
 No mesmo instante, o guia pediu para parar o barco e tentou explicar à turista que ouriços 
eram animais marinhos que não podiam ser retirados do mar por muito tempo, pois morreriam, bem 
como que não se tratavam de objetos de decoração para serem colocados em estantes. Explicou 
também que, se ficassem na sacola por dois ou três dias, começariam a cheirar mal, como peixe podre, 
e solicitou, ao mesmo tempo, que fossem devolvidos ao mar todos os animais recolhidos. 
 Em seguida, a mulher reclamou, dizendo: 
 - Ah, não! Mas deu um trabalhão danado tirá-los das pedras... Até furei meu dedo! Veja! 
 Mais uma vez, o guia insistiu para a turista devolvesse os ouriços ao mar, sob pena de não 
levá-la de volta ao barco em caso de recusa, pois, do contrário, ele seria cúmplice de tal ato de 
vandalismo e de destruição da natureza. 
 Todavia, a turista continuava se negando a devolvê-los. Então, o guia insistiu de novo, dessa 
vez um pouco mais enfaticamente, e afirmou que se a mulher não os devolvesse não retornaria ao 
barco. Sob esse argumento, a turista decidiu devolver os animais ao mar, porém fez reclamações e 
ameaças ao guia, dizendo que reclamaria dele na agência/operadora. 
 A volta no barco foi tensa, enquanto a mulher, inconformada, reclamava muito. No barco, a 
passageira não perdeu nenhuma chance de falar mal do guia e do “absurdo” que ocorrera em alto e 
bom som, para que todos os passageiros a bordo pudessem ouvir. 
 O clima do passeio ficou chato pois a turista continuava a reclamar, enquanto o guia tentava 
explicar aos demais, em particular, o ocorrido. Como a programação de passeios estava no fim, não 
houve grandes problemas, e a passageira não apresentou reclamação formal a agência/operadora. 
 
Questões 
1) Como você considera o posicionamento adotado pelo guia? 
Concordo, o guia agiu de forma correta ao informar os turistas sobre a ausência de infraestrutura e ao 
tentar educar a turista sobre a coleta de ouriços-do-mar. Isso demonstra um posicionamento ético e 
alinhado com a preservação ambiental. Ao informar os turistas sobre a falta de infraestrutura no local 
e a necessidade de deixar pertences pesados no barco, ele mostrou responsabilidade. Além disso, ao 
perceber que a turista estava coletando ouriços-do-mar, animais marinhos protegidos e essenciais para 
o equilíbrio do ecossistema, o guia tomou uma atitude louvável ao tentar educá-la sobre os danos 
causados por essa prática. 
2) Como você agiria se um turista se negasse a seguir uma orientação sua, como aconteceu no caso 
apresentado? 
Diante da recusa de um turista em seguir uma orientação, eu buscaria reforçar a importância da 
orientação, explicando os motivos por trás dela, como a preservação ambiental no caso dos ouriços-
do-mar. Caso a recusa persistisse, consideraria medidas mais enérgicas, como ameaçar não permitir 
o retorno ao barco, como fez o guia no exemplo apresentado. No entanto, é fundamental priorizar a 
abordagem educativa e conscientizadora, evitando conflitos desnecessários. 
3) Quando um passageiro estiver reclamando do guia ao restante do grupo, em alto e bom som, por 
alguma atitude que este tenha tomado e considerado absolutamente correta, o que o guia deve 
fazer? ignorar ou se defender? em particular, com cada passageiro, ou com microfone, a todo o 
grupo? 
Quando um passageiro estiver reclamando do guia em voz alta, mesmo que o guia tenha agido 
corretamente, a melhor abordagem seria lidar com a situação de forma profissional e tranquila. O guia 
pode abordar o passageiro em particular para esclarecer qualquer mal-entendido, oferecer 
informações adicionais ou expressar sua perspectiva. O uso de um microfone para explicar a situação 
ao grupo pode ser útil, desde que seja feito de maneira diplomática e sem confrontos diretos. O 
objetivo é manter a harmonia do grupo e esclarecer possíveis mal-entendidos. 
4) Até que ponto um guia de turismo pode, de maneira efetiva, minimizar os impactos da atividade 
turística? 
O guia de turismo desempenha um papel crucial na minimização dos impactos da atividade turística, 
educando os turistas sobre a preservação ambiental, respeitando as normas locais e promovendo 
práticas sustentáveis. Além disso, incentivar o comportamento responsável dos turistas, como não 
coletar espécies marinhas ou terrestres protegidas, é fundamental. Ao orientar sobre o impacto das 
ações e promover o respeito ao meio ambiente, o guia contribui para a sustentabilidade do turismo de 
forma significativa.

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