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Dissertação nota 10 do SENAR - Mychely

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20% 20% 20%!
Sim! Começo a resenha com essa exclamação: 20%!
Poderia ser uma redação de vestibular ou algo do tipo, mas infelizmente lanço meu olhar na direção dos paradigmas que ainda temos que enfrentar como mulheres na sociedade. Somamos 20% das mulheres que dirigem ou que arregaçam as mangas para sermos lançadas nas estatísticas das “chefes” de frentes rurais. 
Temos pouquíssimos acessos a crédito, tecnologia, mecanização, assistência técnica, recursos produtivos e ao cooperativismo, o que por si só representa um potencial econômico perdido (texto adaptado do SEFRAES). 
Somado a todos os itens ainda temos os olhares machistas de que mulher não integra a agronomia!
Vimos muitas mudanças ao longo dos tempos, mas debaixo de muita luta e mesmo assim um crescimento muito tímido, Mas, acompanhando estatísticas mais aprofundadas podemos ter a noção que esse crescimento está se consolidando a cada dia e é reflexo de uma luta sem fim que teve início há centenas de anos.
Atendo a resenha ao Estado do Espirito Santo e pesquisando sobre o quanto temos de avanços, oportunizei a leitura de um artigo sobre o Projeto ELAS NO CAMPO E NA PESCA, que seria a estruturação de ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida das mulheres que vivem no campo e que atuam em atividades pesqueiras. Com expectativa de atendimento de pelo menos 300 mulheres.
No estudo feito pelo Projeto, tivemos um número de alarmantes preocupações; essas mulheres entrevistadas listaram suas insatisfações, dentre elas: o preconceito, a desvalorização, problemas de saúde, falta de infraestrutura, violência, falta de capacitação, e êxodo rural.
Das propostas para solucionar as questões apresentadas foi de criar uma rede de apoio que integre os trabalhos de maneira ordenada. No caso específico do Espírito Santo, foi apresentado e institucionalizado o PEPMES que é o Plano Estadual de Políticas para Mulheres do Espírito Santo, tendo como ponto forte o enfrentamento á feminização da pobreza e a garantia da autonomia econômica das mulheres.
Para que possamos obter êxito no impulso das participações femininas, a que se engajar em fomento a projetos, sensibilização da sociedade, construção de um banco de dados para que possam ser entrelaçados os trabalhos das mulheres, capacitação de técnicos, seminários, enfim, há a necessidade de que um projeto saia do papel para que outros projetos possam ganhar vida. O resultado integrado fortalece e favorece a presença da mulher na sociedade.
O projeto citado foi uma construção de longa data e muito desprendimento; foi pensado de forma a atender varias linhas estratégicas voltadas para a valorização e a visibilidade do trabalho e da vida da mulher do campo e da pesca. Deixado transparecer a força da mulher em um contexto dominado por homens.
As mulheres vêm ganhando força e visibilidade através de projetos e de esforços construtivos, ainda que muito discreto, mas, sobretudo vem mostrando garra para que sejam abertos novos caminhos.
A sucessão familiar era um assunto quase que patriarcal e masculinizado, hoje vemos mulheres passando suas funções para as filhas de forma muito rica. O olhar feminino para as ações de entrega é mais metódico; as mulheres são voltadas ao que é materno, logo tudo o que vier a mão de uma MULHER GUERREIRA para ser feito, será entregue de forma completa!
A luta é para que tenhamos uma visibilidade maior, que possamos nos igualar de forma estrutural, social e econômica. O desafio é dar identidade a mulheres rurais, dar voz, dar espaço para expressar e possibilidade de enfrentar de igual para igual. 
Até lá, seguimos com nossos tímidos 20%!
Mychely Ateli Mendes

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