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Terapia nutricional enteral e parenteral 
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Autoria do Desafio Profissional: Iara Gumbrevicius 
Leitora Crítica: Raquel D’Agostini Silva 
 
 Proposta de Resolução 
 
Primeiramente devem ser observados os dados do paciente: 
 Sr. C.A.A., gênero masculino, com: 
 Peso: 62 Kg. 
 Altura: 185 cm. 
 Idade: 58 anos. 
 IMC:18,13 Kg/m2. 
 Estado nutricional: desnutrido. 
 Características do quadro clínico: 
O paciente fazia uso contínuo e abusivo de antiácidos e foi submetido a uma cirurgia de grande 
porte na região gástrica, apresentando íleo pós-operatório por 24 horas. Sua alimentação tem sido 
muito restritiva, perdendo muito peso nos últimos meses. Hoje, dois dias após a cirurgia, está bem 
estabilizado, inclusive, hemodinamicamente. Seu trato gastrintestinal está funcionante e sua 
alimentação por terapia nutricional exclusiva está estimada em duas a três semanas. O paciente 
apresenta risco de aspiração pulmonar. 
Com base nessas informações, é possível estabelecer a indicação de terapia nutricional enteral, 
com posicionamento jejunal, uma vez que sua cirurgia foi feita na região gástrica e ele está em fase 
de recuperação. Além disso, o tempo estimado para TN exclusiva é inferior a seis semanas. 
Na sua apresentação, você poderá demonstrar o quadro a seguir, para sua escolha da TN: 
 
 
 
Figura 1 – Algoritmo para planejamento e seleção da via de acesso em nutrição enteral
 
Fonte: Alves e Waitzberg (2009, p. 790). 
A introdução de TNE precoce para esse paciente é indicada e deve ser monitorada diariamente, 
pois só assim poderão ser oferecidos os nutrientes e calorias necessárias para a recuperação do 
estado nutricional deste, com possibilidades de evolução da dieta e melhor resposta ao tratamento 
clínico proposto. 
A reintrodução da dieta no paciente cirúrgico em estado grave deve ser precoce, 12h a 24h após a 
cirurgia, podendo ser prescrita por via oral ou enteral, desde que em estabilidade hemodinâmica. 
Nesse caso, como está prevista TN exclusiva, a via enteral deve ser a primeira escolha. 
A TNE poderá proporcionar melhora da integridade da mucosa intestinal, prevenindo a atrofia 
intestinal e evitando a translocação bacteriana, além de propiciar a manutenção da homeostase e 
do sistema imunológico e promover adequado balanço nitrogenado. 
Em relação à formulação, inicialmente você poderá apresentar a sugestão de fornecimento de 
nutrição enteral oligomérica, já que o posicionamento sugerido é jejunal e o paciente se apresenta 
Trato gastrintestinal 
funcionante
Não
Nutrição parenteral
Não
Sonda nasoenteral
Risco de aspiração 
pulmonar
Não
Sonda 
nasogástrica
Sim
Sonda 
nasoduodenal ou 
nasojejunal
Sim
Nutrição enteral > 6 semanas
Sim
Enterostomias
Risco de aspiração pulmonar
Sim 
Jejunostomia
Não 
Gastrostomia
 
 
desnutrido. Nesse tipo de formulação, os nutrientes se apresentam parcialmente hidrolisados. Essa 
fórmula é indicada para pacientes com capacidade digestiva e absortiva de forma parcial. 
Por fim, para estabelecer as recomendações nutricionais para esse paciente, deve ser considerado 
o quadro de desnutrição. Inicialmente a TN deve ser feita com oferta de 10 Kcal/Kg de peso/dia e 
aumentar em média, 5 Kcal/Kg de peso/dia até atingir a meta de macronutrientes, 
preferencialmente, em até sete dias, pois para o Sr. C.A.A. deve ser considerado grande risco de 
síndrome de realimentação (SR). Essa conduta se deve ao fato de que ele apresenta IMC < 18,5 
Kg/m2; muito pouca ingestão nutricional por mais de cinca dias e história de grande uso de 
antiácidos, condições estas que estão relacionadas com grande probabilidade de apresentar SR. 
Nesse caso, é importante você ressaltar que devem ser tomadas todas as providências necessárias 
antes de iniciar a terapia nutricional. 
Seria interessante também discutir com a EMTN sobre a introdução de imunonutrientes como 
arginina, ácidos graxos, ômega 3 e nucleotídeos, com ou sem glutamina no pós-operatório precoce, 
já que a utilização desses elementos tem sido associada a menor incidência de complicações pós-
operatórias, atenuação de respostas inflamatórias e modulação da resposta imunológica.

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