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WBA0935_v1.0 CUIDADOS PALIATIVOS: COMFORT FOOD E HUMANIZAÇÃO Proposta de Resolução Autoria: Carolina Lane Alves Farias Leitura crítica: Thaize Polizelli de Santana Proposta de Resolução Como visto ao longo da disciplina, os cuidados paliativos devem ser iniciados juntamente ao tratamento terapêutico, não simbolizando fim de vida ou que não exista mais nada a ser feito. O principal objetivo da nutrição nesses pacientes é proporcionar qualidade de vida e controle dos sintomas, por meio do aconselhamento nutricional. A indicação de terapia nutricional dependerá da condição clínica do paciente, performance status e da expectativa de vida. Nesse sentido, o presente estudo de caso mostra o acompanhamento de um paciente em três momentos distintos. No primeiro atendimento, observa-se a perda ponderal grave e o estado de desnutrição do paciente já iniciado, além da sintomatologia apresentada pelo tratamento quimioterápico. Nesse primeiro momento, o paciente ainda se encontra em um tratamento curativo (quimioterapia de segunda linha) e começou o acompanhamento conjunto dos cuidados paliativos para manejo de sintomas. Nesse sentido, a nutrição ainda pode ter como objetivo a manutenção e recuperação do estado nutricional. Isso significa que as metas nutricionais visam o ganho de peso e a manutenção de funcionalidade, podendo, desse modo, ser indicada a terapia nutricional por meio do uso de suplementos nutricionais para complementar a alimentação via oral, além de ser importante a orientação do manejo nutricional dos sintomas apresentados. No segundo atendimento, o paciente já apresenta queda da funcionalidade e o tratamento não visa mais a cura, mas somente controle de sintomas. A perda ponderal e a inapetência se tornam mais acentuadas. A terapia nutricional enteral é recomendada para esse paciente? A recomendação é realizada de modo individual a cada paciente, no entanto, de um modo geral, o paciente ainda apresenta performance status e sobrevida que possibilita a indicação da sonda. Dessa forma, a nutrição enteral poderia ser indicada visando um melhor aporte nutricional. No terceiro momento, percebe-se a queda acentuada da funcionalidade e estado nutricional, com performance status baixo, sem possibilidade de tratamento e apenas em cuidados paliativos para conforto do paciente. Lembrando que os cuidados paliativos envolvem também a comunicação clara e efetiva e acolhimento aos familiares, é importante, nesse cenário, que o nutricionista exponha aos familiares as causas da baixa aceitação alimentar, os objetivos da nutrição e alimentação, que, nesse caso, será de fornecer conforto e qualidade de vida, bem como expor os riscos que a alimentação pode trazer. Nessa situação, a terapia nutricional enteral não é indicada, no entanto, deverá ser avaliado individualmente, respeitando o desejo do paciente e familiares. A nutrição deve fornecer conforto, ou seja, orienta-se a alimentação via oral conforme a aceitação do paciente, sem forçar e respeitando seus desejos e identificando o significado da alimentação para ele, buscando fornecer alimentos que tragam memórias afetivas (comfort food). Além disso, em decorrência da progressão da doença diversos, sintomas gastrointestinais poderão estar presentes, como inapetência, disgeusia e saciedade precoce. O (a) nutricionista poderá realizar adaptações alimentares para manejo desses sintomas. Bons estudos! Proposta de Resolução
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