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fisiopatologia da reprodução do macho - Resumo

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Maria Eduarda Barros 
 Anatomia e fisiologia do sistema 
reprodutivo do macho 
 
Origem: Endoderma + ectoderma + mesoderma 
= embrião. 
Endo: Sist. digestivo, pulmões e sist endócrino. 
Ecto: Sist nervoso, pelo e pele. 
Meso: músculos, esqueleto, cardiovascular e sist 
reprodutivo. 
 
 
 
Começa no saco vitelino que abriga as células, 
na cripta gonadal as células começam a se 
multiplicar, o macho para a multiplicação mas 
sempre volta, e aí forma os testículos ou o 
ovário. Em bovinos ocorre em torno de 28 dias. 
Em machos e fêmeas os cordões sexuais irão 
envolver as células germinativas, os cordões 
sexuais (formados por células somáticas) que 
derivam o mesênquima que abriga as células 
germinativas. 
Na fase de indiferenciação coexistem 3 ductos, 
o wollferiano, o mulleriano e o ureter, em 
machos predominará o wollferiano. Quem 
determina o sexo é o macho por ter o gene Y, o 
gene Y codifica algumas proteínas que agem 
como enzimas e que vão converter colesterol 
em andrógenos, o hormônio AMH 
(antimulleriano) impede a formação da fêmea 
e estimula os ductos de wolff, os machos 
precisam de estímulo para se desenvolverem 
diferente das fêmeas que não precisam desse 
estímulo. 
O trato reprodutivo conta com o testículo 
(produção de espermatozóide), cabeça do 
epidídimo, corpo e cauda (já pronto para 
reproduzir) do epidídimo. No epidídimo ocorre o 
armazenamento e acabamento do 
espermatozóides. O ducto deferente pega da 
cauda do epidídimo e leva até o pênis/uretra 
pra receber o líquido seminal e formar o sêmen, 
ele se dilata na base do pênis onde vai liberar 
as glândulas vesiculares. 
Touro- localização abdominal, flexura sigmóide. 
Bulbo uretral e glândulas vesiculares são as 
maiores responsáveis em formar o sêmen, 
próstata é muito pequena. Fibroelástico, não 
tem aumento de tamanho, quando está 
excitado estica a flexura sigmóide, o músculo 
retrator do pênis faz com que fique “guardado”, 
quando ele relaxa, é liberado. Testículo 
perpendicular ao abdômen. 
Equino- Testículo abdominal. Sem flexura 
sigmoide, *A glande ajuda a não ter refluxo do 
sêmen. As glândulas são mais desenvolvidas e 
com isso há mais volume de sêmen. 
Suíno- Testículo mais caudal, testículo mais 
exposto predispondo a mais lesões. Tem flexura 
sigmoide, penis fibroelástico. Sêmen com maior 
volume. 
Cão- Testículo abdominal, ampola não é tão 
desenvolvida, a próstata é a mais desenvolvida, 
pênis músculo cavernoso, osso peniano, bulbo 
uretral evitar refluxo de sêmen. 
Gato- Pênis voltado para região caudal, bulbo 
uretral desenvolvido, próstata não desenvolvida, 
com espículas que faz estímulo na fêmea para 
que ela ovule, a ovulação da gata é por 
estimulo e não por hormônio. 
 
 
A: Pênis de um cão B: Pênis de um bovino 
Fonte: Konig 
 
O cordão espermático auxilia no controle de 
temperatura, o testículo fica na bolsa escrotal 
que tem uma temperatura menor que a 
cavidade abdominal, animais criptorquidas 
tendem a ser menos férteis e mais agressivos por 
ter uma produção maior de testosterona. 
Quando está frio os testículos ficam encolhidos 
mais próximo da cavidade abdominal para 
ganhar mais calor e quando está calor se 
afastam. O testículo deve ficar em torno de 4ºC 
abaixo da temperatura corporal. O músculo 
cremaster é o responsável por essa aproximação 
ou afastamento. O cordão espermático é o que 
permite a termorregulação, pelo emaranhado 
de veias, as glândulas sudoríparas também são 
Fisiopatologia da reprodução do macho 
 
Maria Eduarda Barros 
 responsáveis pela termorregulação corporal. A 
túnica dartos é a mais perto da pele seguida 
da túnica vaginal e a túnica albugínea que é a 
mais perto do testículo e confere o formato a 
ele. A túnica dartos quando contraída faz com 
que a pele fique enrugada, isso diminui a área 
de contato que consequentemente vai haver 
menos perda de calor. 
Cabeça do epidídimo- espermatozóides inférteis, 
sem motilidade e com gota citoplasmática 
proximal. 
Corpo do epidídimo- Pode haver motilidade, 
subfertilidade, deslocamento da gota 
citoplasmática proximal. 
Cauda do epidídimo- Motilidade normal, fértil, 
gota citoplasmática distal, 
 liga-se ao oócito. 
 
 
Fonte: Konig 
O pênis tem 3 partes, a glande que varia entre as 
espécies, o corpo que pode ser fibroelástico ou 
musculocavernoso e a base ou raiz do pênis.
 
Fonte: Konig 
 
Hipotálamo produz GnRH que age na adeno 
hipófise que produz FSH e LH. O LH atua nas 
células de sertoli que está diretamente ligado na 
diferenciação e desenvolvimento dos 
espermatozoides e testosterona, é um hormônio 
protéico que se liga no seu receptor 
desencadear o segundo mensageiro que levam 
a produção de proteínas que convertem 
colesterol em testosterona, uma pequena 
porção vira aldosterona que se torna estrógeno, 
a testosterona pode ir para corrente sanguínea 
ou para as células de sertoli que será convertido 
a di-hidrotestosterona, uma forma mais potente 
da testosterona. Quando esses hormônios estão 
em níveis elevados na corrente sanguínea, há 
feedback negativo no GnRH. Quando tem muita 
produção de FSH começa a ter produção de 
inibina que na adenohipófise que diminui a 
produção de FSH. 
O FSH age nas células de Leyding produzindo 
progesterona. 
Espermatogênese- é todo o processo de 
multiplicação - mitose, divisão celular - a meiose, 
das células germinativas - espermatogônia e 
diferenciação celular. 
Espermiogênese- é todo o processo de 
diferenciação morfológica das células 
germinativas, de espermátides a 
espermatozóides. 
Espermiação- liberação dos espermatozóides 
para o lúmen do tubo seminífero. 
Para que haja produção de espermatozóides é 
necessário: 
1- Regulação endócrina dos testículos; 
2- Divisões mitóticas das espermatogônias; 
3- Divisões meióticas que resulte em 
espermátides haploides; 
4- Transformação morfológica das 
espermátides em espermatozóides. 
As células de sertoli têm como função: suporte 
estrutural (microtúbulos), suporte metabólico 
fornecendo lactato para o 1º espermatócito, 
regulação do meio interno dos túbulos 
seminíferos que formam a barreira hemato-
testicular e faz fagocitose, secretam proteínas 
que transportam nutrientes como Fe, Cu e vit A, 
proteína ligante de andrógenos dentre outras. As 
células de sertoli também são endócrinas com o 
AMH atuando na diferenciação sexual, inibina B 
e ativina na regulação da secreção de FSH. 
A barreira hemato-testicular faz a 
comunicação entre várias células de Sertoli, 
proteção para as células em desenvolvimento 
contra a resposta auto-imune e isola as células 
germinativas do resto do organismo. A 
importância se dá em proteger, o sistema 
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imune vê essas células como estranhas e tenta 
fagocitar. 
Essas células estão sempre se multiplicando, 
diferente das células da fêmea que param. * A 
espermatogênese está ilustrada na imagem 
abaixo. 
A diferenciação dessas células ocorre na 
espermiogênese. Na espermiogênese há a fase 
de golgi onde: 
1- Há a formação do grânulo pro-
acrossômico. Esses núcleos se alojam perto 
do núcleo, que se unem para dar origem 
ao acrossôma; 
2- Migração dos centríolo, axonema, para 
uma posição contrária à do complexo de 
golgi; 
3- Adesão do grânulo e centríolo núcleo. 
 
 
 
A fase de golgi é o empacotador, uma fase 
inicial. A próxima fase é a do capuchão: 
1- Acrossoma recobre o núcleo; 
2- Migração do complexo de golgi; 
3- Alongamento do centríolo, o axonema. 
 
Fase de acrossoma: 
1- Alterações no núcleo (achatamento, 
histonas),Há também condensação da 
cromatina do núcleo, compactando o 
núcleo e DNA, isso ajuda na aerodinâmica 
do espermatozóide que é mais fácil chegar 
ao oócito sendo alongado que sendo 
arredondado; 
2- Deslocamento do citoplasma caudal ao 
núcleo; 
3- Formação do anel em volta da cauda para 
segurar as organelas. 
 
A última fase éa fase de maturação onde: 
1- Proteínas transitórias são substituídas por 
protaminas; 
2- Formação final da cauda; 
3- Formação do corpo residual que funciona 
como um motor para fazer movimentar por 
ficar cheio de mitocôndrias. 
 
 Estágios do ciclo do epitélio 
seminífero bovino 
 
São os estágios de espermatogônia até 
espermatozóide (células tipo A, tipo B, 
espermatócito 1º e 2º, espermátide e 
espermatozóide). Ao todo são 8 estágios e em 
cada estágio vai haver espermatogônia A, 
espermatócito 1º, espermatócito 2º e 
espermátide, com pouca diferença entre esses 
estágios, o estágio dos 8 ciclos leva 13,5 dias, no 
bovino até virar espermatozóide leva 61 dias, no 
carneiro 47, no varrão 39 e no garanhão 55. É 
importante saber esses números para que por 
exemplo um bovino tenha algum problema 
reprodutivo se faça um exame andrológico, mas 
não se condena ele de primeira, se espera 61 
dias para realizar um novo exame e aí avaliar se 
ele será condenado ou não. 
 
 
 Transporte de gametas 
 
No comportamento reprodutivo do macho tem 
o cortejo e da monta que variam de espécie 
para espécie. Quando ele determina que a 
fêmea está no cio se inicia o cortejo. Após há a 
monta e o período pós cópula. O macho guarda 
na memória a primeira cópula, se ele tiver 
alguma experiência negativa ele fica 
traumatizado nas próximas tentativas. A monta é 
curta nos touros, carneiros, bode e gato, 
Maria Eduarda Barros 
intermediária nos garanhões e longa nos suínos, 
cães e camelos. 
Touro- Entra no grupo de fêmeas, põe o queixo 
na lombar dela, a fêmea deixa, no cortejo ele 
lambe a vulva dela, esfrega cabeça com 
cabeça. A cópula dura 2-3 seg. 5-12 ml de 
ejaculado, com deposição na fórnix vaginal 
em pequeno volume e alta concentração. 
Garanhão- A procura é visual pois a fêmea 
começa a urinar, expor o clitóris e faz o 
flehmen. O cortejo, ele dá umas beliscadas no 
pescoço da égua. A cópula dura 20-60 seg. 75-
120 ml de ejaculado com deposição na 
cérvix/útero em grande volume. 
Carneiro- Fica lambendo e cheirando a região 
urogenital, dá umas cotoveladas, pulando nela 
e reflexo de flehmen. No cortejo ele fica com o 
pescoço parado, igual a um cachorro 
caçando. A cópula dura 2-3 seg. 1-2 ml de 
ejaculado com deposição na fórnix vaginal em 
pequeno volume e alta concentração. 
Varrão- Sente cheiro e no cortejo ele esfrega a 
cabeça, dá cabeçada, range os dentes e 
espuma a boca. A cópula dura 5-20 min. 200-
250 ml de ejaculado com deposição na 
cérvix/útero em grande volume 
Cão- Fica andando e marcando território. No 
cortejo cheira e lambe a vulva. A cópula dura 
5-45 min. O macho monta e depois que o 
bulbo está preso ele desce e fica de costas 
para a 
fêmea para terminar a cópula, após a 
ejaculação o bulbo diminui e para de reter 
sangue e ele se solta da fêmea.Com 
deposição na cérvix/útero e retenção do pênis. 
Gato- Fica andando como se tivesse pisando 
em ovos. No cortejo morde o pescoço dela. 
 
 Ejaculação e ereção 
 
As veias ficam mais superficiais/externas, que se 
enchem realizando a ereção. A partir do 
momento que o macho começa a ter ereção, 
o músculo começa a se abrir com as células se 
afastando e os vasos promovendo o fluxo 
sanguíneo e bloqueia o retorno venoso, há 
sangue chegando e não sai. A ereção requer 
aumento do fluxo arterial, dilatação dos vasos 
sinusoidais, queda do fluxo venoso com 
bloqueio, aumento da pressão intrapeniana e 
relaxamento do músculo retrator, os hormônios 
adrenérgicos deixam de agir com o sistema 
parassimpático atuando mais pela atuação 
dos hormônios adrenérgicos não-colinérgicos 
que irão liberar óxido nítrico, ele estimula a 
guanilatociclase (GTP) que o converte em 
GMPC responsável pelo relaxamento da 
musculatura. 
 
Fonte: Konig 
 
A ejaculação ocorre pelo estímulo sensorial 
(cortejo) que chega até a medula e vai para o 
hipotálamo que estimula o bulbo paraventricular 
que produz ocitocina com grande liberação na 
neurohipófise que cai na corrente sanguínea e 
contrai a musculatura da cauda do epidídimo e 
ducto deferente, isso faz com que o 
espermatozóide migre da cauda do epidídimo 
até as glândulas vesiculares. Quando há a 
introdução do pênis há estímulo vigoroso que 
chega na medula e vai para o músculo 
isquiocavernoso, bulboesponjoso e uretralis o 
contraindo e as glândulas liberando seus líquidos, 
que seguem para a uretra liberando o 
ejaculado. 
 
 Transporte de gametas 
 
A fertilização é uma reação acrossômica onde 
há penetração do espermatozóide no oócito e 
formação do pró núcleo. 
Na deposição intravaginal o primeiro obstáculo 
é a cérvix e é também um reservatório, onde o 
ejaculado vai sendo liberado aos poucos pela 
cérvix. Vai haver fagocitose do sistema imune 
realizando uma reação inflamatória intensa, nas 
éguas por exemplo se insemina de manhã e 
lava a cérvix a tarde para diminuir essa reação. 
Depois da ejaculação ocorre a capacitação, 
quando o espermatozóide entra em contato 
com as glândulas seminais ele deixa de ser 
capaz e quando entra em contato com o trato 
reprodutivo da fêmea como a se capacitar, isso 
ajuda pois a fêmea demora um tempo até 
ovular e com isso o espermatozóide se 
Maria Eduarda Barros 
 
 matura no tempo certo para que a fêmea 
esteja ovulando e possa haver a fecundação. 
Após a capacitação ele entra em 
hiperatividade por estar cheio de células da 
granulosa em sua volta para conseguir passar 
pelas células que estão entre a ampola e o 
istmo e se ligar na zona pelúcida, ocorrendo a 
fecundação, os grânulos corticais liberados 
modificam a estrutura da zona pelúcida para 
não entrar mais nenhum espermatozóide que 
fica mais dura, a ZP3 se torna afuncional 
bloqueando a poliespermia, com isso o 
espermatozóide começa a despermiar a 
cabeça e a descondensar. Para a 
capacitação há a desestabilização da 
bicamada lipídica pelo líquido presente no 
trato reprodutivo da fêmea, depleção do 
colesterol da membrana, mudança dos íons e 
alterações dos glicosaminoglicanos. 
No transporte dos espermatozóides há 
migração dos neutrófilos, colonização dos 
reservatórios cervicais diminuindo os leucócitos 
e perda retrógrada, há primeiramente o 
transporte rápido sem fecundação e depois a 
fase sustentada pelos espermatozóides que 
ficaram em alguma região. Na inseminação 
precisa passar a cérvix por haver grande perda 
retrógrada. 
Na cérvix a região mais próxima ao lúmen é 
chamada de caminho privilegiado por ter 
sialomucina que é mais líquido, a cérvix 
funciona como reservatório, proteção para 
vagina e faz fagocitose, suprimento de energia, 
barreira para os espermatozóides defeituosos e 
imóveis e capacitação. 
Não há muito gasto de energia do 
espermatozóide no transporte até a 
fecundação pois o útero tem atividade 
contrátil, ele pega “carona” com o fluxo pela 
ação ciliar e o oviduto faz movimentos 
peristálticos da musculatura. 
Para a captação do oócito sai do folículo pelo 
pico de LH, fica na parede do ovário as fímbrias 
o massageiam o líquido folicular que é denso 
mais o cumulus oophorus fazem o oócito ficar 
grudado na parede, que o levam até o sítio de 
fecundação para isso há contracorrente das 
células ciliares.

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