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CURSO ON-LINE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
P/ RECEITA FEDERAL - QUESTÕES ESAF 
PROFESSORES: VICENTE PAULO E FREDERICO DIAS 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
1
Aula 3 – Princípios fundamentais, Direitos e Garantias Fundamentais 
Olá! 
Nesta aula, comentaremos exercícios sobre os assuntos “princípios 
fundamentais” e “direitos e garantias fundamentais”, disciplinados nos 
Títulos I e II da Constituição da República (do art. 1º ao 16, já que o edital 
não inclui partidos políticos). 
Esse assunto está expresso nos itens 4 e 6 do nosso edital. 
Devemos alertá-lo de que nesse assunto podem ser cobrados: (1) a 
literalidade da Constituição; (2) a teoria geral relativa aos direitos e 
garantias fundamentais; e (3) os inúmeros aspectos doutrinários e 
jurisprudenciais relativos a esse assunto. Essas três vertentes serão vistas 
aqui em detalhes. 
Nesta aula sobre direitos e garantias fundamentais seremos mais diretos e 
breves nos comentários, para que, com isso, possamos examinar o maior 
número possível de exercícios. Em verdade, nesse assunto, quanto maior 
o número de exercícios que fizermos melhor será para a fixação do 
conhecimento, seja do texto literal da Constituição Federal, seja dos 
imensuráveis entendimentos do STF sobre o conteúdo e alcance deles. 
Mas, não se preocupe! O exame não será superficial! Aqueles pontos 
que, pela sua importância, demandarem uma explicação mais 
elaborada, serão detalhadamente, calmamente explicados! 
Vamos iniciar o curso, então, com a revisão dos princípios fundamentais 
e logo a seguir questões que nos permitam introduzir a teoria de direitos 
fundamentais. Assim, em linhas gerais, apresentamos as noções gerais 
sobre o assunto e como ele foi abordado na nossa Constituição Cidadã. 
Lembre-se de que, se você preferir, as questões estarão listadas no final 
da aula e os gabaritos, todos na última página. 
Boa aula! 
1) (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) As opções desta questão contêm 
fundamentos e objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil, nos termos da Constituição Federal de 1988. Assinale a 
opção que contempla apenas fundamentos. 
a) Soberania, solidariedade, valor social do trabalho. 
b) Cidadania, justiça, dignidade da pessoa humana. 
c) Cidadania, soberania, valor social da livre iniciativa. 
d) Liberdade, justiça, pluralismo político. 
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2
e) Garantia do desenvolvimento nacional, solidariedade, dignidade 
da pessoa humana. 
Gabarito: “c” 
Começaremos esta aula tratando dos princípios fundamentais da 
República Federativa do Brasil. Esse assunto é abordado pela nossa 
Constituição nos arts. 1° a 4° e para acertar as questões da ESAF relativas 
a ele você precisa apenas: (i) memorizá-los; e, principalmente, (ii) saber 
distinguir: 
I – os fundamentos; 
II – os objetivos fundamentais; e 
III – princípios que regem as relações internacionais. 
Fique tranquilo, pois não é difícil distinguí-los. 
A questão trata especificamente do art. 1°. O primeiro aspecto que você 
deve ter em mente é o de que nesse artigo são apresentadas as 
características essenciais do Estado brasileiro: forma de Estado 
(federação), forma de governo (república), regime político 
(democrático) e a característica de Estado de Direito (noção de 
limitação do poder estatal). 
O art. 1° ainda apresenta os fundamentos do nosso Estado. Observe que 
são 5 os fundamentos, que podem ser memorizados por meio do 
mnemônico: so-ci-di-va-plu. É ridículo? É, mas quem sabia o mnemônico 
acertou a questão...rsrs. 
O esquema abaixo apresenta os detalhes mais relevantes do art. 1°. 
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3
 
Assim, a letra “c” é a única em que todos os itens correspondem a 
fundamentos do Estado brasileiro. 
Vale destacar o teor do art. 1°, §único, que reforça o princípio 
democrático: 
“Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio 
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição.” 
2) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Construir uma sociedade 
livre, justa e solidária é um dos fundamentos da República 
Federativa do Brasil. 
Item errado. 
Repetindo aquela dica que demos anteriormente. Você não pode 
confundir fundamentos, objetivos e princípios que regem as relações 
internacionais da República Federativa do Brasil. 
Apresentamos os fundamentos anteriormente (so-ci-di-va-plu) e não se 
encontram neles construir uma sociedade livre, justa e solidária. Em 
realidade, esse é um dos objetivos fundamentais da nossa República, 
expressos no art. 3° da CF/88. 
I – soberania 
II – cidadania 
III – dignidade da 
pessoa humana 
IV – valores sociais 
do trabalho e da 
livre iniciativa 
V – pluralismo 
político 
Estado Democrático de Direito 
Forma de governo e forma de Estado Regime político 
formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal 
 
 
 
tem como fundamentos 
República Federativa do Brasil 
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4
 
É interessante você observar que esses objetivos fundamentais têm em 
comum assegurar a igualdade material entre os brasileiros, possibilitando 
iguais oportunidades a fim de concretizar a democracia econômica, 
social e cultural e tornar efetivo o fundamento da dignidade da pessoa 
humana. 
Ou mais importante: como se trata de objetivos, todos eles iniciam por 
um verbo, o que pode facilitar sua identificação. 
3) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Promover o bem de 
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação é princípio que rege a 
República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais. 
Item errado. 
Segundo podemos observar no esquema anterior, a questão traz um dos 
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, expressos no 
art. 3°. Ou seja, mais uma vez, o erro está em tentar confundir o 
candidato misturando fundamentos, objetivos fundamentais e princípios 
que regem o Brasil nas relações internacionais. 
Os dez princípios fundamentais orientadores das relações do Brasil na 
ordem internacional estão expressos no art. 4°. 
Objetivos 
fundamentais da 
República 
Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, 
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
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O art. 4°, §único, estabelece que a República Federativa do Brasil 
buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da 
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações. 
Esses princípios reforçam o reconhecimento da soberania elemento de 
igualdade dos Estados e o ser humano como cerne da atenção da 
República brasileira. 
4) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) A cooperação entre os 
povos para o progresso da humanidade constitui objetivo 
fundamental da República Federativa do Brasil. 
Item errado. 
A cooperação entre os povos para o progresso da humanidade constitui 
um dos princípios que regerão a República Federativa do Brasil nas suas 
relações internacionais (art. 4°, IX). 
5) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) O repúdio ao terrorismo 
e ao racismo é princípio que rege a República Federativa do Brasil 
nas suas relações internacionais.Item certo. 
Segundo o art. 4°, VIII, o repúdio ao terrorismo e ao racismo é um dos 
princípios que regerão a República Federativa do Brasil nas suas relações 
internacionais. 
6) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) A República Federativa 
do Brasil buscará a integração econômica, geográfica, política e 
educacional dos povos da América Latina. 
Item errado. 
A República 
Federativa do 
Brasil rege-se 
nas suas relações 
internacionais 
pelos seguintes 
princípios 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
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Ao lado dos princípios que regerão a República Federativa do Brasil nas 
suas relações internacionais, a CF/88 apresenta um objetivo a ser 
perseguido pelo Brasil no plano internacional. Com efeito, segundo o 
§único do art. 4°, a República Federativa do Brasil buscará a integração 
econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, 
visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. 
Ou seja, a questão cobrou a literalidade do parágrafo único do art. 4°. 
Bom, diante dessas questões, deu pra perceber que vale a pena 
memorizar esses quatro primeiros artigos da nossa CF, não é? 
Vamos falar um pouco dos direitos e garantias fundamentais agora... 
7) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Pessoas jurídicas 
de direito público podem ser titulares de direitos fundamentais. 
Item certo. 
Essa é uma excelente questão para iniciarmos uma breve revisão sobre a 
parte teórica referente aos direitos fundamentais. Como você já sabe, os 
direitos fundamentais originaram-se a partir da necessidade de se 
garantir uma esfera irredutível de liberdades aos indivíduos em geral 
frente ao Poder estatal. 
São exemplos o direito à vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade 
de expressão dentre outros. 
Somente no século XX, com o surgimento do Estado Social, passa-se a 
exigir uma atitude comissiva do Estado em favor do bem-estar do 
indivíduo. 
Com isso, podemos classificar os direitos fundamentais em três dimensões 
(ou gerações). 
Na primeira geração, consolidada no final do séc. XVIII, temos os direitos 
ligados aos ideais do Estado liberal, de natureza negativa, com foco na 
liberdade individual frente ao Estado (direitos civis e políticos). 
Na segunda dimensão, surgida no início do séc. XX, temos os direitos 
ligados aos ideais do Estado social, de natureza positiva, com foco na 
igualdade entre os homens (direitos sociais, culturais e econômicos). 
Há ainda a terceira dimensão, também reconhecida no séc. XX, em que 
temos os direitos de índole coletiva e difusa (pertencentes a um grupo 
indeterminável de pessoas), com foco na fraternidade entre os povos 
(direito ao meio ambiente, à paz, ao progresso etc.). 
Aproveitando, vamos relembrar sucintamente outros pontos ligados à 
teoria dos direitos fundamentais. 
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1 – As expressões direitos e garantias não se confundem. Enquanto os 
direitos são os bens em si mesmo considerados (principal), as garantias 
são instrumentos de preservação desses bens (acessório). 
2 – Se inicialmente os direitos fundamentais surgiram tendo como titulares 
as pessoas naturais, hoje já se reconhece direitos fundamentais em favor 
das pessoas jurídicas ou mesmo em favor do estado. 
Portanto, está CORRETA a questão. 
3 – Embora originalmente visassem regular a relação indivíduo-estado 
(relações verticais), atualmente os direitos fundamentais devem ser 
respeitados mesmo nas relações privadas, entre os próprios indivíduos. 
4 – Os direitos fundamentais não dispõem de caráter absoluto, já que 
encontram limites nos demais direitos previstos na Constituição. Assim, a 
título de exemplos, a garantia da inviolabilidade das correspondências 
não será oponível ante a prática de atividades ilícitas; a liberdade de 
pensamento não pode conduzir ao racismo – e assim por diante. 
5 – No caso concreto poderá haver colisão entre diversos direitos (por 
exemplo, liberdade de comunicações x inviolabilidade da intimidade). O 
intérprete deverá então realizar uma harmonização entre esses direitos 
em conflito, tendo em vista a inexistência de hierarquia e subordinação 
entre eles, evitando o sacrifício total de um perante o outro. Assim, 
conforme as peculiaridades da ocasião, prevalecerá um direito, 
prevalecendo o outro numa nova situação. 
6 – Não se admite a renúncia total por parte do indivíduo de um direito 
fundamental. Ou seja, é característica deles serem irrenunciáveis. 
Todavia, modernamente, admite-se que deixem de ser exercidos pelos 
seus titulares temporariamente em determinadas situações. 
É isso aí. Vistos esses aspectos (de forma bastante sucinta, como deve ser 
em uma revisão) passemos a uma questão que vai tratar da organização 
dos direitos e garantias fundamentais na Constituição de 1988. 
8) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) A 
Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de 
direitos e garantias fundamentais: direitos e garantias individuais e 
coletivos; direitos sociais; direitos de nacionalidade; direitos 
políticos; e direitos relativos à existência e funcionamento dos 
partidos políticos. 
Item certo. 
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Aproveitando essa assertiva, vale a pena apresentarmos a você uma 
rápida visão panorâmica sobre como a Constituição Federal de 1988 
disciplinou os direitos e garantias fundamentais. 
Ao contrário da Constituição pretérita, a vigente Constituição não 
começou o seu texto versando sobre a organização nacional, mas sim 
apresentando os princípios fundamentais (Título I) e os direitos e garantias 
fundamentais (título II). Só depois, no Título III (art. 18 e seguintes), é que 
ela disciplina a organização político administrativa da República 
Federativa do Brasil. 
Os direitos e garantias fundamentais estão disciplinados no Título II (arts. 
5º a 17), por isso denominado “catálogo dos direitos fundamentais”. 
Nesse Título II, os direitos e garantias fundamentais foram divididos em 
cinco grupos, a saber: 
a) direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º); 
b) direitos sociais (arts. 6º a 11); 
c) direitos de nacionalidade (arts. 12 e 13); 
d) direitos políticos (arts. 14 a 16); 
e) direitos de existência dos partidos políticos (art. 17). 
Portanto, CORRETA a questão. 
A primeira observação cabível é a de que todos esses direitos estão 
previstos no nosso edital quando ele diz apenas “direitos e garantias 
fundamentais”, concorda? De qualquer forma, deve-se destacar que a 
ESAF prefere os individuais e coletivos (art. 5°). Mas, voltemos à nossa 
análise... 
Nem todos os direitos e garantias fundamentais presentes na nossa 
Constituição estão enumerados nesse catálogo próprio. Há, também, 
diversos direitos fundamentais presentes em outros dispositivos da nossa 
Constituição, que são, por esse motivo, denominados “direitos 
fundamentais não-catalogados” (fora do catálogo próprio). O direito ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado, por exemplo, é um direito 
fundamental de terceira geração não-catalogado, pois está previsto no 
art. 225 da Constituição Federal. 
Nesse sentido, o constituinte foi expresso (art. 5º, § 2º): 
“Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regimee dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.” 
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Além disso, nem todos esses direitos e garantias fundamentais 
catalogados foram expressamente gravados como cláusula pétrea. 
Com efeito, a Constituição Federal só gravou expressamente como 
cláusula pétrea “os direitos e garantais individuais” (art. 60, § 4º, I). Ou 
seja, segundo nossa Carta Magna, não seria cláusula pétrea a garantia 
do mandado de segurança coletivo, por exemplo, visto não ter esta um 
caráter individual, mas sim coletivo. 
Por outro lado, há direitos e garantias fundamentais fora desse catálogo 
próprio gravados como cláusula pétrea, como, por exemplo, o princípio 
da anterioridade tributária (art. 150, III, “b”), já consagrado como 
cláusula pétrea pelo STF, por representar uma garantia individual do 
contribuinte brasileiro. 
As normas que consagram os direitos e garantias fundamentais – 
catalogados ou não-catalogados – têm, em regra, aplicação imediata 
(art. 5º, § 1º). Essa regra, porém, admite exceções, haja vista a presença 
no texto constitucional de diversos direitos fundamentais consagrados em 
normas de eficácia limitada (portanto, de aplicabilidade mediata, 
indireta e reduzida), dependentes de regulamentação por norma 
infraconstitucional para a produção de seus integrais efeitos. 
Esse catálogo dos direitos e garantias fundamentais há de ser estudado 
tendo-se em vista as disposições restritivas dos arts. 136, § 1º (estado de 
defesa), e 139 (estado de sítio) da Constituição Federal, que autorizam 
restrições e até mesmo suspensões de diversos direitos e garantias 
fundamentais durante a execução de tais medidas de exceção (estado 
de defesa e estado de sítio), sem necessidade, sequer, de autorização 
judicial (as medidas restritivas são de natureza administrativa, e serão 
adotadas diretamente pelo executor da medida de exceção). 
Por fim, é bom lembrar que a enumeração constitucional dos direitos e 
garantias fundamentais não é limitativa, taxativa, haja vista que outros 
poderão ser reconhecidos ulteriormente, seja por meio de futuras 
emendas constitucionais (EC) ou mesmo mediante normas 
infraconstitucionais, como os tratados e convenções internacionais 
celebrados pelo Brasil (art. 5º, § 2º). 
Sintetizando: 
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Ufa! Feita essa super-revisão, podemos tratar dos vários direitos e 
garantias em espécie previstos na CF/88. 
9) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) A Constituição trouxe, entre os direitos 
e garantias fundamentais, o direito ao contraditório e à ampla 
defesa. Esse direito, nos termos da Constituição, é destinado 
somente àqueles litigantes que demandem em processos: 
a) judiciais criminais e nos processos administrativos disciplinares. 
b) judiciais de natureza criminal. 
c) judiciais de natureza cível. 
d) judiciais e administrativos. 
e) judiciais criminais e cíveis. 
Gabarito: “d” 
A questão trata dos princípios do contraditório e ampla defesa. É de se 
observar que o art. 5°, LV, garante aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral o contraditório e ampla defesa, 
com os meios e recursos a ela inerentes. 
Ou seja, tanto em processo judicial, quanto em processo administrativo, 
há que se preservar o direito dos litigantes ao contraditório e ampla 
defesa. 
Valem a pena alguns comentários sobre esse assunto. 
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É importante ter em mente que esse direito de defesa não se resume ao 
direito de se manifestar no processo. Com efeito, ele contém os seguintes 
direitos: 
I – Direito de ser informado e ter acesso às informações do processo; 
II – Direito de se manifestar sobre os elementos do processo; e 
III – Direito de ver os seus argumentos considerados. 
Além disso, observe as posições jurisprudenciais sobre o tema. 
I – Súmula 523 do STF: No processo penal, a falta da defesa constitui 
nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova 
de prejuízo para o réu. 
II - No âmbito do processo criminal, a garantia constitucional do 
contraditório não é exigível na fase do inquérito. Nesse sentido, não é 
admitida sentença condenatória fundamentada exclusivamente em 
elementos colhidos em inquéritos policiais. 
III – Ofende os princípios do contraditório e ampla defesa a denúncia 
vaga, genérica ou imprecisa, que não descreva de forma adequada a 
conduta do réu. 
IV – Contraria o direito à ampla defesa o não conhecimento da 
apelação em razão do não-recolhimento do condenado à prisão. 
V – É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévio de 
bens e direitos como condição de admissibilidade de recurso 
administrativo. 
Por fim, dê uma olhada em três súmulas vinculantes do STF: 
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo 
aos elementos de prova que, já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, 
digam respeito ao exercício do direito de defesa.” (Súmula Vinculante 
14) 
“A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo 
disciplinar não ofende a Constituição.” (Súmula Vinculante 5) 
“Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o 
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar 
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o 
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de 
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.” (Súmula 
Vinculante 3) 
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10) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) É livre a expressão da atividade 
intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença, assim como a 
manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. 
Item certo. 
A assertiva apresenta o direito à liberdade de expressão e combina os 
incisos IV e IX do art. 5°. 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independentemente de censura ou licença; 
Portanto, correta a assertiva. 
É interessante observar que esse direito não é absoluto, já que encontra 
limites nos direitos à proteção constitucional à vida privada (art. 5°, V e X) 
e na vedação ao racismo. 
11) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) São invioláveis a intimidade, a vida 
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito de 
resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano 
material, moral ou à imagem decorrente de sua violação. 
Item certo. 
A questão está de acordo com os incisos V e X do art. 5°. Os direitos à 
intimidade e à própria imagem formam a proteção constitucional à vida 
privada. É de se destacar que esses direitos funcionam como limites à 
liberdade de expressão e de imprensa. 
Sobre esse direito de proteção à intimidade e à vida privada, podemos 
comentar alguns aspectos: 
I – A indenização poderá ser cumulativa (dano material e moral); 
II – Para a condenação por dano moral não é necessário comprovar 
ofensa à reputação do indivíduo; 
III – Não só o dano à reputação, mas também a dor, o sofrimento, a 
humilhação, o desconforto são indenizáveis a título de dano moral; 
IV – As pessoas jurídicas também têm direito à indenização por danos 
morais, em razão de fato ofensivo à sua honra e à imagem. 
A propósito, vamos relembrar o teor da Súmula Vinculante11, que 
remete à inviolabilidade da honra e imagem das pessoas: 
“Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado 
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por 
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parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por 
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente 
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se 
refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.” 
12) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Os direitos 
fundamentais, na ordem constitucional brasileira, não podem ter 
por sujeitos passivos pessoas físicas. 
Item errado. 
Como vimos, inicialmente, os direitos e garantias fundamentais 
destinavam-se proteger o indivíduo frente ao Estado. Assim, tinham este 
último como sujeito passivo. 
Modernamente, observa-se que vários direitos têm o indivíduo como 
sujeito passivo, por exemplo o art. 5°, XXV. Esse inciso trata da requisição 
administrativa no caso de iminente perigo público e tem o Estado como 
destinatário. 
Além disso, vale lembrar que os direitos fundamentais aplicam-se 
também às relações privadas. 
13) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) É inviolável a liberdade de consciência 
e de crença, assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e 
garantida de forma absoluta a proteção aos locais de culto e a 
suas liturgias. 
Item errado. 
Desde o advento da República, o Brasil é um país laico (leigo ou não 
confessional), o que significa que aqui não há religião oficial. 
Nesse sentido, a nossa Carta Magna assegura a liberdade de crença, 
religiosa e de convicção política e religiosa nos seguintes termos: 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo 
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da 
lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa 
nas entidades civis e militares de internação coletiva; 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou 
de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação 
alternativa, fixada em lei; 
Observe que a questão cobrou o conhecimento do inciso VI do art. 5°. 
Todavia apresenta esse direito como sendo absoluto, o que é incorreto. 
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Sabemos que não há direitos fundamentais absolutos, tendo em vista 
que eles podem encontrar limites em outros direitos ou princípios 
constitucionais. 
Especificamente sobre o direito ao livre exercício de cultos, o Supremo já 
decidiu que a garantia de liberdade de culto seguramente não alcança 
a prática de atos que, sem embargo de sua roupagem mística, são 
tipificados pela lei penal. 
14) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) Os direitos fundamentais são 
garantidos aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país. Os 
demais estrangeiros não podem invocar direitos fundamentais no 
Brasil. 
Item errado. 
Embora o caput do art. 5º da Constituição diga textualmente 
exatamente isso (“garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País”), não foi essa a orientação que prevaleceu na 
jurisprudência. 
Na verdade, a expressão “estrangeiros residentes no País” deve ser 
entendida como “estrangeiros sob as leis brasileiras”, isto é, residentes ou 
não-residentes, os estrangeiros têm assegurados os direitos fundamentais, 
enquanto estiverem sob o manto do nosso ordenamento jurídico. 
15) (ESAF/AFRE/MG/2005) A Constituição enumera, de forma taxativa, 
no seu Título sobre Direitos e Garantias Fundamentais, os direitos 
individuais reconhecidos como fundamentais pela nossa ordem 
jurídica. 
Item errado. 
A enumeração constitucional dos direitos e garantias fundamentais não 
é taxativa, limitativa. Significa que outros direitos fundamentais além 
daqueles expressamente enumerados pela Constituição poderão ser 
reconhecidos aos brasileiros, desde que decorrentes do regime e dos 
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a 
República Federativa do Brasil seja parte. 
É o que reza o art. 5º, § 2º, da Constituição, nos termos seguintes: “os 
direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”. 
16) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) Poderá ser privado de direitos quem 
invocar motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou 
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política para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e 
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. 
Item certo. 
A assertiva trata do inc. VIII do art. 5° (escusa de consciência), que 
compõe a esfera de proteção do direito de convicção política e 
religiosa: 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou 
de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação 
alternativa, fixada em lei; 
Observe que se trata de dispositivo de eficácia contida, plenamente 
exercitável até a superveniência de lei. 
Assim, a princípio, ninguém poderá ser privado de direitos por motivo de 
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política. 
Enquanto não houver lei estabelecendo a prestação alternativa, o 
indivíduo poderá mesmo se eximir de obrigação legal a todos imposta. 
Posteriormente, caso sobrevenha a referida lei, o indivíduo poderá deixar 
de cumprir obrigação a todos imposta desde que realize a prestação 
alternativa. 
Todavia, caso se recuse a cumprir essa obrigação e também a 
prestação alternativa, poderá ser privado de direitos. 
É nesse sentido a combinação entre o inc. VIII do art. 5° e o inc. IV do art. 
15, segundo o qual: 
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou 
suspensão só se dará nos casos de: 
(...) 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação 
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; 
17) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) As associações só poderão ser 
compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial transitada em 
julgado. 
Item certo. 
A liberdade de associação é tratada pela Constituição no art. 5°, mais 
precisamente em seus incisos de XVII a XXI. Essa liberdade abrange tanto 
uma faculdade do indivíduo de índole positiva (de criar uma associação 
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com outrem) quanto de natureza negativa (de não se obrigar a pessoa 
a se associar). 
Essa questão poderia ser resolvida com o conhecimento da literalidade 
do inciso XIX da Constituição. Observe: 
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter 
suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro 
caso, o trânsito em julgado; 
A suspensão ou dissolução das associações são temas que exigem 
reserva de jurisdição. Ou seja, a Constituição protege o direito de 
associação contra a atuação administrativa ou mesmo a atuação do 
poder legislativo. 
De se frisar: essas medidas – suspensão das atividades ou dissolução 
compulsórias de associação – estão abrangidas pela chamada “reserva 
de jurisdição”, ou seja, são medidas da competência exclusiva do Poder 
Judiciário. 
Em resumo, a associação poderá ter suas atividades suspensas ou ser 
dissolvida pordeterminação judicial. Como o caso de dissolução é mais 
gravoso, ele exige trânsito em julgado. 
18) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) O habeas data, 
que serve de garantia ao direito de acesso a informações, é 
prerrogativa das pessoas físicas e não jurídicas, sendo de 
competência, a depender da entidade governamental violadora, 
do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça. 
Item errado. 
O habeas data é cabível contra ato de autoridade pública ou de 
agente de pessoa privada que possua registros ou banco de dados de 
caráter público (CF, art. 5º, LXXII). Será concedido para: 
(i) o conhecimento de informações; 
(ii) a retificação de dados; ou 
(iii) a complementação de dados. 
O habeas data poderá ser impetrada somente pelo titular das 
informações. Mas é garantia não só dos brasileiros, mas também dos 
estrangeiros e mesmo das pessoas jurídicas, que poderão impetrá-la. Daí 
o erro da questão. Vamos lembrar desses detalhes: 
I – para a impetração, é necessário que tenha havido requerimento 
administrativo e a negativa por parte da autoridade em atendê-lo; e 
II – a ação é gratuita, porém exige advogado para sua impetração; 
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Assim como afirmado pela questão, a competência de julgamento é 
definida pela autoridade violadora. 
19) (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Considere os fatos hipotéticos 
relatados a seguir e assinale a opção correta frente às normas 
constitucionais vigentes. 
Juiz de direito determinou a expedição de mandado de busca e 
apreensão de um automóvel de propriedade de pessoa tida como 
devedora do Estado de São Paulo. Os agentes executores do 
mandado tiveram dificuldade para localizar o endereço do 
executado, que era muito distante do fórum, e lá chegaram apenas à 
noite. Conversaram com o morador, mas ele não entregou o 
automóvel e nem autorizou a entrada dos agentes. Os agentes 
perceberam que o automóvel se encontrava na garagem anexa à 
casa, arrombaram a garagem, apreenderam o automóvel e o 
levaram ao fórum para posterior avaliação. O juiz era competente e 
os agentes executores do mandado estavam investidos na função 
que exerciam. 
a) Os executores do mandado agiram ilegalmente, porque ninguém 
pode entrar na casa sem consentimento do morador, salvo em caso 
de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o 
dia, por determinação judicial, e a garagem está compreendida no 
conceito de casa e, em razão da ilegalidade, geraram, para o Estado 
de São Paulo, o dever de indenizar o morador. 
b) Os executores do mandado agiram ilegalmente, porque o valor do 
automóvel era muito superior ao valor da dívida fiscal. 
c) Os executores do mandado agiram legalmente, porque embora 
ninguém possa entrar na casa sem consentimento do morador, salvo 
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, 
durante o dia, por determinação judicial, a garagem não possui 
nenhuma proteção contra a execução de mandados judiciais. 
d) Os agentes executores do mandado agiram legalmente, porque 
estavam cumprindo determinação judicial. 
e) Os executores do mandado agiram legalmente, porque após 
arrombarem a garagem constataram que o automóvel se 
encontrava aberto e com a chave na ignição e por isso não foi 
necessário arrombá-lo para que o mandado fosse efetivamente 
cumprido. 
Gabarito: “a” 
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Dentro da matéria de direitos fundamentais, talvez esse seja um dos 
assuntos mais cobrados em questões de concurso. Vamos a ele (art. 5°, 
XI): 
“a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar 
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou 
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação 
judicial.” 
Em suma, por determinação judicial, só será possível penetrar na 
residência sem o consentimento do morador durante o dia. 
Mas para prestar socorro, em flagrante delito ou desastre essa ação 
pode ocorrer durante o dia ou mesmo à noite. 
Em suma, como regra é inviolável o domicílio. Mas a própria CF 
estabelece exceções: 
1 – Flagrante delito ou desastre; 
2 – Prestação de socorro; 
3 – Durante o dia, por determinação judicial. 
Analisando a situação hipotética, os agentes entraram à noite, com 
mandado judicial, sem o consentimento do morador, não na casa, mas 
na garagem de determinada pessoa. 
Nesse caso, não seria possível aos agentes entrar naquela casa, mesmo 
com ordem judicial, já que a execução do mandado se deu no período 
noturno. 
Aproveitando a ocasião, relembremos aquela posição jurisprudencial de 
que o conceito de “casa” compreende também qualquer recinto 
fechado, não aberto ao público (escritório de contabilidade, consultório 
médico, quarto de hotel etc.). 
Mas observe que os agentes violaram a garagem, que, segundo a 
doutrina, está também inclusa no âmbito de privacidade do indivíduo, 
bem como o jardim e demais partes externas que se contêm nas divisas 
espaciais da propriedade. 
Para finalizar, vale lembrar que o Supremo Tribunal Federal considerou 
válido provimento judicial (oriundo de Ministro do próprio STF) que 
autorizou o ingresso de autoridade policial em recinto profissional durante 
a noite, para o fim de instalar equipamentos de captação acústica 
(escuta ambiental) e de acesso a documentos no ambiente de trabalho 
do acusado. 
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Ao autorizar o ingresso domiciliar, durante a noite, o Tribunal asseverou 
que tal medida (instalação de equipamentos de escuta ambiental) não 
poderia jamais ser realizada com publicidade, sob pena de sua 
frustração, o que ocorreria caso fosse praticada durante o dia, mediante 
apresentação de mandado judicial. 
Com isso, firmou-se o entendimento de que a escuta ambiental não se 
sujeita aos mesmos limites da busca domiciliar (CF, art. 5º, XI), bastando, 
para sua validade, a existência de autorização judicial, seja para 
execução durante o dia, seja para execução durante a noite. 
20) (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) Assinale a opção correta relativa 
ao tratamento dado pela jurisprudência que atualmente 
prevalece no Supremo Tribunal Federal, ao interpretar a 
Constituição Federal, relativa aos tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo Brasil. 
a) Incorporam-se à Constituição Federal, porque os direitos e 
garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes 
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
b) Incorporam-se ao ordenamento jurídico como lei ordinária federal 
porque a Constituição confere ao Supremo Tribunal Federal, 
competência para julgar, mediante recurso extraordinário, as causas 
decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida 
declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal. 
c) Os que tiveram ato de ratificação antes da vigência da Emenda 
Constitucional n. 45, de 2004, são equivalentes às emendas 
constitucionais em razão dos princípios da recepção e da 
continuidade do ordenamento jurídico. 
d) A legislação infraconstitucional anterior ou posterior ao ato de 
ratificação que com eles seja conflitante é inaplicável, tendo em vista 
o status normativo supralegal dos tratados internacionais sobre direitos 
humanos subscritos pelo Brasil. 
e) Os que tiveram ato de ratificação depois da vigência da Emenda 
Constitucional n. 45, de 2004, independentemente do quorum, são 
equivalentes às emendas constitucionais em razão do princípio da 
prevalência dos direitos humanos. 
Gabarito:“d” 
Essa é uma ótima questão para apresentarmos os detalhes pertinentes 
ao assunto “tratados e convenções internacionais”. Já falamos sobre isso 
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na Aula 0, mas esse assunto merece uma revisão, tamanha a sua atual 
importância para concursos públicos. 
Com efeito, em dezembro de 2008, o STF, ao reapreciar a problemática 
da situação hierárquica dos tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos celebrados pelo Brasil, alterou o seu entendimento 
sobre o tema. 
Assim, passou a entender que tais tratados e convenções internacionais 
têm status de supralegalidade (quando incorporados pelo rito ordinário, 
isto é, mediante aprovação de decreto legislativo por maioria relativa 
das Casas do Congresso Nacional) ou de emenda constitucional 
(quando incorporado por decreto legislativo aprovado segundo o rito 
previsto no § 3º do art. 5º da Constituição Federal). 
Em face desse novo entendimento firmado pelo STF, podemos afirmar 
que os tratados e convenções internacionais celebrados pelo Brasil 
poderão assumir três diferentes posições hierárquicas ao serem 
incorporados ao nosso ordenamento pátrio, a saber: 
I - status de supralegalidade – tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos (não é “direitos fundamentais” de forma geral) 
incorporados pelo rito ordinário (mediante decreto legislativo aprovado 
por maioria simples nas Casas Legislativas); 
II - status de emenda constitucional – tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos incorporados pelo rito especial do 
§ 3º do art. 5º da Constituição Federal (mediante decreto legislativo 
aprovado, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 
três quintos dos respectivos membros); 
III - status de lei ordinária federal – demais tratados e convenções 
internacionais que não tratam de direitos humanos. 
Ou seja, no caso da nossa assertiva, tratados internacionais sobre direitos 
humanos, trata-se de supralegalidade. Isso implica em que a legislação 
ordinária incompatível pré-existente torna-se inaplicável. Ademais, veda 
a produção de nova legislação ordinária incompatível. Correta, 
portanto, a letra “d”. 
Vale lembrar, ainda, que em se tratando de matéria tributária, o Código 
Tributário Nacional contém disposição específica, segundo a qual “os 
tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a 
legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes 
sobrevenha”. 
Por fim, não se esqueça: os tratados e convenções internacionais, 
independentemente do status de sua incorporação – status de lei 
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ordinária, de supralegalidade ou de emenda constitucional -, submetem-
se a controle de constitucionalidade, tanto na via abstrata quanto na via 
incidental. 
21) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) O civilmente identificado 
pode ser submetido à identificação criminal, nos termos da lei. 
Item certo. 
A assertiva está de acordo com o inc. LVIII do art. 5° da CF/88. 
“LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação 
criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;” 
Com esse inciso a Constituição assegura ao indivíduo que porte um 
documento oficial de identificação (carteira de identidade, por 
exemplo) o direito de não ser submetido à identificação criminal, salvo 
naquelas hipóteses previstas em lei. 
Observe que se trata de uma norma de eficácia contida (segundo a 
classificação vista na Aula 1). Na inexistência da lei, o direito do indivíduo 
civilmente identificado (de não ser criminalmente identificado) é 
plenamente exercitável. 
22) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Será admitida ação 
privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no 
prazo legal. 
Item certo. 
A possibilidade de ação privada subsidiária da pública está prevista no 
art. 5°, LIX, nos seguintes termos: 
“LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta 
não for intentada no prazo legal;” 
Observe que a assertiva limitou-se a exigir o conhecimento literal do 
inciso LIX do art. 5°. Vale a pena explicar de forma sucinta o tema. 
Diante do princípio da inércia da jurisdição o Estado-juiz deve ser 
provocado para que possa aplicar o direito penal a determinada 
situação concreta. 
Essa função provocadora do Poder Judiciário é, em regra, função do 
Ministério Público, que é o legitimado para o ajuizamento da ação penal 
(pública). Observe o art. 129, I. Como exceção, há casos em que pode o 
indivíduo dar início à ação (nesse caso, denominada ação penal 
privada). 
Todavia, embora a iniciativa de ações públicas seja privativa do MP, se 
essa ação não for intentada no prazo legal no caso de um crime de 
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ação pública, poderá o particular iniciar a ação penal privada 
subsidiária. 
Em outras palavras, diante da inércia do Ministério Público, o particular 
oferecerá queixa-crime para início do processo. E a partir daí, o MP 
atuará com as mesmas prerrogativas que possui relativamente às ações 
penais públicas. 
Por fim, vale destacar que a ação subsidiária só é cabível diante da 
inércia do MP. Assim, caso esse último tenha pedido arquivamento do 
processo, não será cabível a ação, pois não se terá configurado a 
inércia. 
23) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) O Brasil admite a prisão 
civil por dívida. 
Item certo. 
Segundo nossa Constituição, o Brasil admite sim a prisão civil por dívida 
(art. 5°, LXVII). 
“LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a 
do depositário infiel;” 
Portanto, correta a questão. Todavia, apesar dessa previsão 
constitucional, podemos dizer que, atualmente, nosso arcabouço jurídico 
admite apenas uma única e exclusiva hipótese de prisão civil por dívida: 
a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de 
obrigação alimentícia. 
E o depositário infiel? É uma longa história... 
Sabe-se que, recentemente, o STF afastou a possibilidade de prisão civil 
do depositário infiel em nosso país, em respeito ao Pacto de San José da 
Costa Rica, tratado internacional sobre direitos humanos ratificado pelo 
Brasil no ano de 1992 (também conhecido como “Convenção 
Interamericana de Direitos Humanos”). 
Mas, se o Pacto de San José da Costa Rica foi ratificado pelo Brasil em 
1992, por que só agora o STF firmou tal entendimento? Para responder a 
essa indagação, vamos apresentar um breve histórico acerca dessa 
problemática: 
Momento 1: Em 1988, foi promulgada a vigente Constituição Federal, que 
autoriza a prisão civil por dívida em duas situações excepcionais: a do 
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia e a do depositário infiel; 
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23
Momento 2: Quatro anos após, em 1992, o Brasil ratifica, sem ressalvas, o 
Pacto de San José da Costa Rica, que só admite a prisão civil por dívida 
em uma única hipótese: devedor de alimentos; 
Momento 3: Em 1997, o STF examina a validade do Pacto de San José da 
Costa Rica, no tocante ao afastamento, pelo seu texto, da possibilidade 
de prisão civil do depositário infiel; o tribunal firmou, à época, o 
entendimento de que os tratados internacionais sobre direitos humanos 
celebrados pelo Brasil têm força hierárquica de lei ordinária federal, e 
que, portanto, não teriam nenhuma validade naquilo que contrariassem 
a ConstituiçãoFederal (ou seja, entendeu que continuava sendo legítima 
a prisão civil do depositário infiel); 
Momento 4: O STF passou a considerar legítima, também, por 
equiparação à figura do depositário infiel, a prisão civil de outros 
devedores civis, nos seguintes contratos: alienação fiduciária em 
garantia, penhor mercantil, penhor agrícola, depósito de imóvel, 
depósito judicial. 
Momento 5: Em dezembro de 2008, o STF, ao reapreciar a problemática 
da situação hierárquica dos tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos celebrados pelo Brasil, alterou o seu entendimento e 
passou a entender que tais tratados e convenções internacionais têm 
status de supralegalidade (quando incorporados pelo rito ordinário, isto 
é, mediante aprovação de decreto legislativo por maioria relativa das 
Casas do Congresso Nacional) ou de emenda constitucional (quando 
incorporado por decreto legislativo aprovado segundo o rito previsto no 
§ 3º do art. 5º da Constituição Federal). 
Em face desse novo entendimento do STF, podemos afirmar o seguinte: 
I - como o Pacto de San José da Costa Rica tem status de 
supralegalidade (acima das leis, mas abaixo da Constituição), ele 
afastou toda a legislação ordinária interna que regulamentava a prisão 
civil do depositário infiel, e, com isso, afastou a própria possibilidade de 
prisão civil do depositário infiel no Brasil; ademais, como se situa 
hierarquicamente acima das leis, tal tratado internacional proíbe que leis 
posteriores venham a tratar dessa matéria, contrariando os seus termos; 
II - com o afastamento da possibilidade de prisão civil do depositário 
infiel, restou afastada, também, a possibilidade de prisão dos demais 
devedores civis, que só era admitida por equiparação à figura do 
depositário infiel (devedor no contrato de alienação fiduciária em 
garantia, no contrato de penhor mercantil etc.). 
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24
Cuidado! Não se pode falar que “o Pacto de San José da Costa Rica 
revogou a Constituição Federal” ou que “o Pacto de San José da Costa 
Rica revogou a prisão civil do depositário infiel, prevista na Constituição 
Federal”. 
Não foi esse o entendimento firmado pelo STF! O entendimento firmado 
pelo STF é de que o Pacto de San José da Costa Rica é norma 
infraconstitucional (abaixo da Constituição) e, como tal, não poderia 
revogar a Constituição! O que tal tratado internacional fez foi revogar a 
legislação ordinária interna que regulamentava a prisão civil do 
depositário infiel (isso ele poderia fazê-lo, pois é norma supralegal, acima 
das leis!) e, com isso, por via reflexa, afastou a possibilidade dessa prisão 
no Brasil. 
Não deixe esses detalhes passarem despercebidos! 
24) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) A lei não poderá restringir 
a publicidade dos atos processuais. 
Item errado. 
A questão trata do princípio da publicidade dos atos processuais 
“LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando 
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;” 
Observe que a regra é a publicidade dos atos processuais. Todavia, a lei 
poderá restringi-la quando a intimidade ou o interesse social exigirem. 
Estabelecendo relação com outro assunto nosso: trata-se de norma de 
eficácia contida. 
25) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) O Brasil admite a pena 
de morte. 
Item certo. 
A pena de morte não será admitida no Brasil, salvo em caso de guerra 
declarada pelo Presidente da república. Ou seja, a questão está correta 
por haver esta única possibilidade. 
Aproveitando a questão, vejamos penas admitidas (art. 5°, XLVI) e 
vedadas (art. 5°, XLVII) pela nossa ordem constitucional. 
XLVI - a lei regulará a 
individualização da pena e 
adotará, entre outras, as seguintes: 
XLVII - não haverá penas: 
- privação ou restrição da 
liberdade; 
- de morte, salvo em caso de 
guerra declarada, nos termos do 
art. 84, XIX - perda de bens; 
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25
- multa; - de caráter perpétuo 
- prestação social alternativa; - de trabalhos forçados 
- suspensão ou interdição de 
direitos - de banimento 
- de morte no caso de guerra 
declarada - cruéis 
26) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Todos podem reunir-se 
pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, 
entretanto, exige-se prévio aviso à autoridade competente. 
Item certo. 
O direito de reunião (assim como ocorre com o direito de associação) 
liga-se à liberdade de expressão e ao sistema democrático de governo. 
Podemos dizer que é uma forma coletiva de exercício da liberdade de 
expressão. 
A assertiva está de acordo com o inciso XVI do art. 5° da CF. Observe 
que não é necessária a autorização do Poder Público, sendo exigido 
apenas: (i) aviso prévio; (ii) fins pacíficos; (iii) ausência de armas; (iv) 
locais abertos ao público; e (v) não-frustração de outra reunião 
anteriormente marcada para o mesmo local. 
Devemos lembrar que a própria CF admite a restrição excepcional desse 
direito nos casos de estado de defesa (art. 136, § 1°, I, “a”) e estado de 
sítio (art. 139, IV). 
Por fim, responda-nos: seria o habeas corpus instrumento jurídico 
adequado para a tutela do direito de reunião? A resposta é não. No 
caso de lesão ou ameaça ao direito de reunião, o indivíduo deve 
recorrer ao mandado de segurança. 
27) (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) A mera instauração de inquérito, 
ainda quando evidente a atipicidade da conduta, não constitui 
meio hábil a impor violação aos direitos fundamentais, em especial 
ao princípio da dignidade humana. 
Item errado. 
A assertiva está errada por contrariar entendimento sedimentado na 
jurisprudência do Supremo e manifesto no seguinte extrato do HC 82.969, 
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 30-9-03, 2ª Turma, DJ de 17-10-03: 
“A mera instauração de inquérito, quando evidente a atipicidade da 
conduta, constitui meio hábil a impor violação aos direitos fundamentais, 
em especial ao princípio da dignidade humana.” 
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28) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Inviolável o sigilo da 
correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e 
das comunicações telefônicas, salvo o sigilo da correspondência, 
por ordem judicial. 
Item errado. 
A assertiva trata da inviolabilidade das correspondências e 
comunicações (art. 5°, XII): 
“XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último 
caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer 
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;” 
Ou seja, é admitida a quebra do sigilo das comunicações telefônicas por 
ordem judicial e não o sigilo das correspondências. Daí o erro da 
questão. 
Apesar do exposto, você deve se lembrar que mesmo o sigilo das 
correspondências não é absoluto, já que não há direitos fundamentais 
absolutos. Nesse sentido, o STF já decidiu que, excepcionalmente, é 
possível até mesmo a interceptação das correspondências e 
comunicações telegráficas e de dados no caso de tais liberdades 
estarem sendo utilizadas como instrumento de salvaguarda de prátiacas 
ilícitas. 
Quanto à interceptação telefônica, vamos aproveitar esse item para, 
brevemente, revisar os aspectos relevantes sobre esse assunto, 
disciplinado no inciso XII do art. 5º da Constituição da República. 
1) a autorização para interceptação telefônica só poderá ocorrer com 
obediência aos três requisitos constitucionais, a saber: 
(i) ordem judicial (trata-se de medida sujeita à reserva de jurisdição, isto 
é, nenhum outro órgão ou autoridadepode autorizar a interceptação 
telefônica); 
(ii) nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer (a Lei nº 9.296/1996 
estabelece os casos estritos em que a interceptação telefônica poderá 
ocorrer, a saber: quando houver indícios razoáveis da autoria ou 
participação em infração penal; quando a prova não puder ser feita por 
outros meios disponíveis; o fato investigado constituir infração penal 
punida com pena de reclusão); e 
(iii) para fins de investigação criminal e instrução processual penal (não 
poderá ser autorizada a interceptação telefônica no curso de processos 
administrativos ou de natureza cível); 
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2) além da interceptação das comunicações telefônicas, a Lei nº 
9.296/1996 permite, também, a interceptação do fluxo de comunicações 
em sistemas de informática e telemática (email, fax, msn etc.), desde 
que obedecidos os mesmos requisitos do inciso XII do art. 5º da 
Constituição Federal, acima explicados; 
3) embora a Lei nº 9.296/1996 só admita a interceptação telefônica no 
curso de instrução processual ou investigação de crime punível com 
reclusão, o STF considera lícita a prova levantada no curso da 
interceptação de crime punível com detenção, desde que haja 
conexão entre os delitos (isto é, desde que haja conexão entre o delito 
punível com pena de reclusão, que deu origem à interceptação, e o 
crime punível com detenção, descoberto acidentalmente durante a 
execução dessa medida); 
4) a interceptação de comunicação telefônica ocorrerá em autos 
apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo 
criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições 
respectivas (afinal, se não houvesse sigilo quanto à interceptação, a 
medida seria inócua); após a execução da medida, haverá a 
degravação do conteúdo das comunicações, que será levada aos 
autos para que o réu possa exercer, a posteriori, o seu direito ao 
contraditório e ampla defesa; segundo o STF, a degravação das 
conversas não precisa ser integral, total; 
5) embora a Lei nº 9.296/1996 determine que a interceptação não 
poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo, o STF 
firmou entendimento de que são válidas renovações sucessivas desse 
prazo, desde que comprovada a indispensabilidade do meio de prova; 
6) as inviolabilidades do inciso XII do art. 5º da Constituição – das 
correspondências e das comunicações – protegem a operação em si 
(enquanto em trânsito), e não o seu conteúdo final; assim, por exemplo: 
no tocante aos emails, a proteção alcança o seu conteúdo enquanto 
em trânsito (isto é, a comunicação em si), e não estes depois de 
armazenados em disco rígido de computador; em relação às 
correspondências, aplica-se o mesmo entendimento: a proteção 
alcança o seu conteúdo enquanto em trânsito (isto é, a correspondência 
em si), e não estas depois de recebidas e abertas pelo seu destinatário; 
logo, é lícita a busca e apreensão domiciliar autorizada judicialmente de 
computadores com emails armazenados em seu disco rígido, bem assim 
de cartas já recebidas e abertas pelo seu destinatário encontradas no 
interior do domicílio. 
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7) apesar de o procedimento em tela ser admitido apenas em processos 
criminais, nossa Corte Suprema entende que os dados colhidos em 
interceptações de comunicações telefônicas, judicialmente autorizadas 
para produção de provas em investigação criminal ou instrução 
processual penal, podem ser utilizados em procedimento administrativo 
disciplinar, contra as mesmas pessoas em relação às quais foram 
colhidos, ou contra outros servidores cujos supostos ilícitos teriam 
despontado à colheita dessa prova. 
Quanto a esse último ponto, não faça confusão! Uma coisa é autorizar a 
escuta telefônica no âmbito de processo administrativo disciplinar, 
expediente vetado pela nossa Constituição. Outra coisa, 
completamente diferente e admitida pelo STF, é a utilização em 
processo administrativo disciplinar de dados colhidos em interceptação 
telefônica autorizada no âmbito de um processo criminal. Esse último 
caso trata, em verdade, da denominada prova emprestada, em que a 
prova licitamente colhida no processo criminal é “emprestada” para a 
instrução de um processo administrativo. 
8) Lembre-se, por fim, que essas garantias podem sofrer restrição no caso 
de estado de defesa e estado de sítio (art. 136, §1° e 139). 
Pronto! Se você fixar bem esses aspectos acima, poderá ficar tranquilo 
acerca de interceptação telefônica nas questões da sua prova! Não 
vacile! 
29) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) A casa é asilo inviolável 
do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento 
do morador, salvo, por determinação judicial após as 18 horas e 
durante o dia para prestar socorro, em caso de flagrante delito ou 
desastre. 
Item errado. 
Com as explicações anteriores você pode acertar essa questão. Lembre-
se: 
I – no caso de flagrante delito ou desastre ou para prestar socorro não é 
necessário que a ação ocorra durante o dia; mas 
II – por determinação judicial, só será possível penetrar na residência sem 
o consentimento do morador durante o dia. 
Daí o erro da questão. 
Mais um detalhe: para a doutrina, o conceito de dia corresponde a 
todas as horas compreendidas entre o nascer e o pôr-do-sol. Ou, de 
forma mais poética, entre “a aurora e o crepúsculo”....rsrs 
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30) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Exige-se o trânsito em 
julgado da decisão judicial para que as associações tenham suas 
atividades suspensas. 
Item errado. 
Quando trata do direito de associação, é comum a ESAF tentar pegar o 
candidato nesse aspecto. A suspensão das atividades da associação 
exige decisão judicial, mas não o trânsito em julgado (art. 5°, XIX). 
O trânsito em julgado é condição necessária apenas para a dissolução 
compulsória de uma associação. 
31) (ESAF/TFC/CGU/2008) Assinale a opção que indica um dos 
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. 
a) Valorizar a cidadania. 
b) Valorizar a dignidade da pessoa humana. 
c) Observar os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 
d) Constituir uma sociedade livre, justa e solidária. 
e) Garantir a soberania. 
Gabarito: “d” 
Essa questão cobra a memorização dos objetivos fundamentais da 
República Federativa do Brasil, expressos no art. 3°. 
A letra “d” apresenta um dos objetivos fundamentais (art. 3°, I). 
As demais alternativas estão incorretas. Com efeito, são fundamentos da 
República: Cidadania; dignidade da pessoa humana; valores sociais do 
trabalho e da livre iniciativa; e soberania. 
32) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Os tratados e 
convenções internacionais sobre direitos fundamentais que forem 
aprovados, no Congresso Nacional, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. 
Item errado. 
Só terão status de emenda constitucional os tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos incorporados pelo rito especial do 
§ 3º do art. 5º da Constituição Federal (mediante decreto legislativo 
aprovado, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 
três quintos dos respectivos membros). 
Não confunda direitos humanos com direitos fundamentais! 
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Os tratados internacionais sobre direitos fundamentais não entram nessa 
regra especial e terão status de lei ordinária federal. 
Caso verse sobre direitos humanos,mas sejam incorporados pelo rito 
ordinário (mediante decreto legislativo aprovado por maioria simples nas 
Casas Legislativas), os tratados e convenções internacionais terão status 
de supralegalidade (abaixo da Constituição, mas acima das leis 
ordinárias). 
33) (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) Ninguém é obrigado a cumprir 
ordem ilegal, ou a ela se submeter, por isso que é dever de 
cidadania opor-se à ordem ilegal, ainda que emanada de 
autoridade judicial; caso contrário, nega-se o Estado de Direito. 
Item certo. 
Essa assertiva trata da cidadania, um dos fundamentos da nossa 
República, apresentados na primeira questão desta Aula. 
Ao erigir a cidadania como fundamento da República, a CF/88 exige do 
Poder público atuação concreta para propiciar efetiva participação do 
cidadão na vida política e na condução dos negócios do Estado. Assim, 
atribui ao cidadão não apenas o direito, mas também o dever de fazer 
valer os seus direitos, cobrar dos seus representantes, controlar os atos dos 
órgãos públicos etc. 
Nesse sentido já decidiu o Supremo que resistir a ordens ilegais não é 
apenas um direito do cidadão, mas um dever cívico. 
Na realidade, a questão cobra esse entendimento do Supremo. Mais 
especificamente extrato do HC 73.454, Rel. Min. Maurício Corrêa, 
julgamento em 22-4-96, 2ª Turma, DJ de 7-6-96: 
“Ninguém é obrigado a cumprir ordem ilegal, ou a ela se submeter, 
ainda que emanada de autoridade judicial. Mais: é dever de cidadania 
opor-se à ordem ilegal; caso contrário, nega-se o Estado de Direito.” 
34) (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) A prova ilícita pode prevalecer em 
nome do princípio da proporcionalidade, do interesse público na 
eficácia da repressão penal em geral ou, em particular, na de 
determinados crimes; a dignidade humana não serve de 
salvaguarda à proscrição da prova ilícita. 
Item errado. 
Determina a Constituição Federal que as provas obtidas por meios ilícitos 
são inadmissíveis no processo, seja este administrativo ou judicial (art. 5º, 
LVI). Ademais, o Supremo já decidiu que a própria Constituição 
ponderou os valores contrapostos nesses casos e optou pelos princípios 
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fundamentais – se necessário, em prejuízo da eficácia da persecução 
criminal. Assim, a proscrição da prova ilícita serve de salvaguarda aos 
valores fundamentais, inclusive o da dignidade humana (HC 79.512, Rel. 
Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 16-12-99, Plenário, DJ de 16-5-
03). 
35) (ESAF/AFC/CGU/2008) A República Federativa do Brasil possui 
fundamentos e as relações internacionais do País devem ser 
regidas por princípios. Assinale a única opção que contempla um 
fundamento da República e um princípio que deve reger as 
relações internacionais do Brasil. 
a) Soberania e dignidade da pessoa humana. 
b) Prevalência dos direitos humanos e independência nacional. 
c) Cidadania e valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 
d) Pluralismo político e repúdio ao terrorismo e ao racismo. 
e) Defesa da paz e solução pacífica dos conflitos. 
Gabarito: “d” 
Não tem jeito. Você tem que saber distinguir os fundamentos, dos 
objetivos, dos princípios que regem o Brasil nas relações internacionais. 
Observe bem que essa questão pede a assertiva que apresente um 
fundamento e também um princípio que regerá o Brasil nas relações 
internacionais. 
Tanto a letra “a” quanto a letra “c” apresentam dois fundamentos (art. 
1°). 
Já as letras “b” e “e” apresentam dois princípios que regerão a República 
Federativa do Brasil nas suas relações internacionais (art. 4°). 
A letra “d” é o gabarito por apresentar um fundamento (Pluralismo 
político) e um princípio que deve reger as relações internacionais do 
Brasil (solução pacífica dos conflitos). 
36) (ESAF/APO/MPOG/2008) A Constituição acolhe uma sociedade 
conflitiva, de interesses contraditórios e antagônicos, na qual as 
opiniões não ortodoxas podem ser publicamente sustentadas, o 
que conduz à poliarquia, um regime onde a dispersão do Poder 
numa multiplicidade de grupos é tal que o sistema político não 
pode funcionar senão por uma negociação constante entre os 
líderes desses grupos (SILVA, José Afonso da. Curso de Direito 
Constitucional Positivo, 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2005, pp. 143-
145, com adaptações). Assinale a opção que indica com exatidão 
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o fundamento do Estado brasileiro expressamente previsto na 
Constituição, a que faz menção o texto transcrito. 
a) Soberania. 
b) Pluralismo político. 
c) Dignidade da pessoa humana. 
d) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 
e) Cidadania. 
Gabarito: “b” 
Observe que claramente o enunciado refere-se ao pluralismo político ao 
mencionar: sociedade conflitiva, interesses contraditórios e antagônicos, 
diferentes opiniões e negociações decorrentes de sistema político 
composto por multiplicidade de grupos. 
37) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) 
Assinale a opção que indica um dos objetivos fundamentais da 
República Federativa do Brasil expressamente previsto na 
Constituição Federal que confere amparo constitucional a 
importantes programas do governo federal que se concretizam por 
meio da política nacional de assistência social integrando as 
esferas federal, estadual e municipal. 
a) Garantir a prevalência dos valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa. 
b) Promover o desenvolvimento internacional. 
c) Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais. 
d) Erradicar o terrorismo e o racismo. 
e) Promover a cooperação entre os povos para o progresso da 
humanidade. 
Gabarito: “c” 
Bom, já vimos quais são os objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil. 
A alternativa correta é a letra “c”, prevista no art. 3°, III. 
A letra “a” menciona um fundamento: valores sociais do trabalho e da 
livre iniciativa (art. 1°, IV). 
A letra “b” está errada, pois o objetivo fundamental correto é garantir o 
desenvolvimento nacional (art. 3°, II). 
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A letra “d” também está errada. O repúdio ao terrorismo e ao racismo é 
um princípio que rege o Brasil em suas relações internacionais. 
A letra “e” também apresenta um princípio que rege o Brasil em suas 
relações internacionais. 
38) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) A 
casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, salvo por determinação 
judicial, ou, durante o dia, em caso de flagrante delito ou desastre, 
ou para prestar socorro. 
Item errado. 
Como regra é inviolável o domicílio. Mas a própria CF estabelece 
exceções: 
1 – Flagrante delito ou desastre; 
2 – Prestação de socorro; 
3 – Durante o dia, por determinação judicial. 
Ou seja, nos casos de flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro não é necessário que a entrada no domicílio ocorra durante o 
período diurno. 
39) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) Todos 
têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, inclusive 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e 
do Estado. 
Item errado. 
Observe o que estabelece o inciso XXXIII do art. 5º da Constituição 
Federal: 
“todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedadee do 
Estado”. 
Ou seja, o direito à informação sofre uma ressalva: as informações cujo 
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado 
Vale lembrar que a tutela judicial do direito à informação é o mandado 
de segurança, e não o habeas data. 
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40) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) 
Constituem crimes inafiançáveis e imprescritíveis a prática da 
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo 
e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se 
omitirem. 
Item errado. 
Repetindo o que dissemos na Aula 0. Nesse assunto, você tem que 
guardar quais são os crimes imprescritíveis e quais são insuscetíveis de 
graça. 
 
Imprescritíveis (XLII e XLIV) Insuscetíveis de graça ou anistia (XLIII) 
1 - Racismo 1 - Tortura 
2 - Ação de grupos armados, 
civis ou militares, contra a 
ordem constitucional e o 
Estado Democrático 
2 - Tráfico ilícito de entorpecentes 
e drogas afins 
3 - Terrorismo 
4 - Hediondos 
Todos eles são crimes inafiançáveis. 
Assim, os hediondos e 3 T’s (tortura, terrorismo e tráfico) são insuscetíveis 
de graça ou anistia, mas não são imprescritíveis. 
41) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) A lei 
considerará crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a 
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado democrático. 
Item errado. 
O racismo e a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a 
ordem constitucional e o Estado democrático são inafiançáveis e 
imprescritíveis, mas não são insuscetíveis de graça ou anistia. 
42) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) Os 
tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. 
Item certo. 
Esse assunto já foi exaustivamente tratado nesta aula. De se observar que 
a questão está de acordo com o art. 5°, §3°, da CF/88: 
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35
“Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais.” 
43) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A República Federativa do Brasil não 
tem como um dos seus fundamentos 
a) a soberania. 
b) a cidadania. 
c) o monismo político. 
d) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 
e) a dignidade da pessoa humana. 
Gabarito: “c” 
Todas as assertivas estão corretas exceto a letra “c”. Com efeito um dos 
fundamentos da RFB é o pluralismo político, o oposto do monismo 
político. 
44) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Os sigilos de 
correspondência e das comunicações telegráficas poderão ser 
restringidos nas hipóteses de decretação de estado de defesa e 
de sítio, desde que se observe a devida reserva de jurisdição. 
Item errado. 
Ótima questão. Deve ter pegado bons candidatos pouco atentos. 
Os artigos 136, §1°, e 139, I, estabelecem algumas restrições aos direitos 
fundamentais no caso de ocorrência de estado de defesa e estado de 
sítio. Ou seja, a própria CF/88 já autoriza a execução dessas medidas, 
não sendo necessária decisão judicial para isso. Por isso, ERRADA a 
questão. 
Aliás, por decisão judicial, esses direitos já poderão ser restringidos em 
situações especiais, independentemente dessas situações de estado de 
defesa e sítio. Afinal de contas, não há direitos absolutos como você 
sabe. 
45) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) O Brasil é regido, 
nas suas relações internacionais, pelo princípio da prevalência dos 
direitos humanos, por isso, o exercício concreto de direitos 
fundamentais pode servir para eximir o cumprimento de um dever 
ou obrigação nascida ou em decorrência de normas 
constitucionalmente inseridas no sistema jurídico. 
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36
Item errado. 
É comum as bancas elaborarem questões de concurso tentando pegar 
o candidato ao afirmarem que as normas constitucionais que tratam de 
direitos fundamentais seriam superiores às demais normas constitucionais. 
Fique atento! Não há hierarquia entre normas constitucionais. Assim, não 
se admite a alegação de exercício de direito fundamental visando a 
justificar o descumprimento de obrigação decorrente de outras normas 
constitucionais. 
46) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) A quebra de sigilo bancário de 
indivíduo que é objeto de investigações por crime pode ser 
determinada diretamente pela autoridade policial, no inquérito 
policial, ou pela autoridade judicial, depois de proposta a ação 
penal. 
Item errado. 
Essa questão versa sobre a garantia de sigilo bancário. Autoridade 
policial não pode determinar a quebra de sigilo bancário. Por isso, errada 
a questão. 
Esse assunto é bastante recorrente em questões de concursos, e, por isso, 
vale a pena revisá-lo. 
A garantia do sigilo bancário, inserida no princípio constitucional que 
protege a intimidade e a vida privada (art. 5º, X), só pode ser atingida 
(quebra do sigilo) nos seguintes casos: 
1 – por determinação judicial; 
2 – por determinação das autoridades e agentes fiscais tributários da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando houver 
processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais 
exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade 
administrativa competente (Lei Complementar 105/2001); 
3 – por determinação do Plenário da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal; 
4 – por determinação de CPI; 
5 – por determinação do Ministério Público, desde que para defesa do 
patrimônio público. 
Quanto ao Ministério Público, devemos alertar que a jurisprudência do 
STF muitas vezes resistiu a que o MP pudesse determiná-la diretamente, 
por falta de autorização específica. Contudo, há um precedente do 
Supremo confirmando a possibilidade de acesso do MP aos dados 
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37
sigilosos em se tratando de requisição de informações e documentos 
para instruir procedimento administrativo instaurado em defesa do 
patrimônio público (MS 21.729, Rel. p/ o ac. Min. Néri da Silveira, 
julgamento em 5-10-95, DJ de 19-10-01). 
Vale comentar que, conforme jurisprudência recente da Suprema Corte, 
o TCU não dispõe de competência para quebra de sigilo bancário de 
seu investigado. 
Podemos esquematizar essas informações da seguinte forma: 
 
Se você entendeu bem o assunto, podemos perguntar: Se o Conselho 
Nacional de Justiça (CNJ) faz parte do Poder Judiciário, pode ele 
quebrar sigilo bancário? A resposta é não. O CNJ integra o Poder 
Judiciário, mas não dispõe de função jurisdicional. Portanto, não tem 
competência para determinar quebra de sigilos bancário, fiscal ou 
telefônico. 
47) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) O direito de petição garante a todo 
indivíduo, independentemente de ser advogado, a defesa, por si 
mesmo, de qualquer interesse seu em juízo. 
Item errado. 
O direito de petição aos Poderes Públicos (CF, art. 5º, XXXIV, a) é remédio 
constitucional administrativo, para ser utilizado perante a Administração 
Pública, e não em Juízo. De fato, o direito de petição, além de gratuito, 
não exige advogado – mas é somente para defesa de direitosou contra 
ilegalidade ou abuso de poder perante a Administração Pública, e não 
para peticionar em juízo. 
48) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) Por ser a liberdade de expressão livre 
de censura, pacificou-se o entendimento de que não se pode 
punir a opinião divulgada que seja agressiva à honra de terceiros. 
Item errado. 
A Constituição Federal assegura a liberdade de expressão (art. 5º, IX), 
mas essa liberdade não poderá violar a intimidade, a vida privada, a 
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honra e a imagem das pessoas, sob pena de responsabilização por dano 
material ou moral (art. 5º, X). 
49) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) Para a reparação do dano moral por 
ofensa à intimidade e à privacidade exige-se a ocorrência de 
ofensa à reputação do indivíduo. 
Item errado. 
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de 
que, para o efeito da indenização por dano moral prevista no inciso X do 
art. 5º da Constituição, não se exige a comprovação de ofensa à 
reputação da vítima. Na prática, significa que a simples violação a um 
daqueles valores constitucionais – intimidade, vida privada, honra e 
imagem – já gera o direito à indenização por dano moral, ainda que 
dessa violação não decorra ofensa à reputação da vítima. 
A perda de um ente querido, por exemplo, pode ser indenizada a título 
de dano moral. 
50) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) A casa é o asilo inviolável do 
indivíduo, não se podendo em nenhum caso nela penetrar, 
durante a noite, sem o consentimento do proprietário, nem mesmo 
com mandado judicial. 
Item errado. 
A casa é asilo inviolável do indivíduo (art. 5º, XI), mas é possível nela 
penetrar, a qualquer hora do dia ou da noite, nas seguintes hipóteses: (a) 
com o consentimento do morador; (b) em caso de flagrante delito ou 
desastre; (c) para prestar socorro. 
A proibição para a penetração na casa durante a noite aplica-se, 
somente, à determinação judicial (isto é, neste caso a Constituição só 
autoriza o ingresso durante o dia). 
51) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) A sala alugada, mas não aberta ao 
público, em que o indivíduo exerce a sua profissão, mesmo que ali 
não resida, recebe a proteção do direito constitucional da 
inviolabilidade de domicílio. 
Item certo. 
A expressão “casa”, empregada pelo inciso XI do art. 5º da Constituição, 
alcança não só a residência do indivíduo, mas também quaisquer 
ambientes não franqueados ao público, sejam de natureza residencial 
(casa de praia, apartamento ocupado em hotel etc.) ou profissional 
(consultório do médico, escritório do advogado, dependências da 
empresa não franqueadas ao público etc.). 
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52) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) Uma lei nova, desde que seja de 
ordem pública, pode incidir sobre prestações futuras de um 
contrato preexistente, admitindo-se, portanto, que assuma caráter 
retroativo. 
Item errado. 
A doutrina estabelece uma diferença entre lei de ordem privada e lei de 
ordem pública. Lei de ordem privada é aquela que, normalmente 
oriunda dos ramos do Direito privado (civil, comercial etc.), regula 
relações privadas, negócios privados. Lei de ordem pública é aquela 
que, de regra oriunda dos ramos do Direito público (administrativo, penal, 
processual penal etc.), regula as relações entre o Estado e os indivíduos, 
com supremacia de atuação do primeiro. 
Acontece que, em certos ordenamentos constitucionais, a garantia ao 
direito adquirido e ao ato jurídico perfeito só é invocável diante de lei de 
ordem privada, isto é, nesses ordenamentos uma lei de ordem pública 
tem aplicação imediata, podendo prejudicar direito adquirido e ato 
jurídico perfeito. 
No Brasil, a proteção ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito pode 
ser invocada tanto frente a lei de ordem pública quanto frente a lei de 
ordem privada, isto é, nem lei de ordem privada, nem lei de ordem 
pública pode desrespeitar esses institutos. 
Portanto, o enunciado está errado porque afirma que uma lei nova, 
desde que seja de ordem pública, pode assumir caráter retroativo, ou 
seja, retroagir no tempo alcançando prestações futuras de um contrato 
celebrado no passado. No Brasil as leis novas somente podem alcançar 
contratos celebrados a partir de sua entrada em vigor (garantia de 
irretroatividade da lei, prevista no inciso XXXVI, do art. 5º da CF). 
53) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) A garantia constitucional da 
irretroatividade da lei não é invocável pela entidade estatal que a 
tenha editado. 
Item certo. 
A garantia constitucional da irretroatividade da lei está prevista no inciso 
XXXVI do art. 5º da Constituição, segundo o qual “a lei não prejudicará o 
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. 
Esse exercício da Esaf reproduz a Súmula 654 do STF, que tem o seguinte 
enunciado: “A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, 
XXXVI, da Constituição da República, não é invocável pela entidade 
estatal que a tenha editado.” 
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Significa dizer que as entidades estatais – União, estados, Distrito Federal 
e municípios – não podem, hoje, estabelecer em lei certa obrigação e, 
amanhã, alegar direito adquirido para furtar-se ao pagamento de tal 
obrigação. 
Vamos examinar uma situação hipotética. Imagine que a União aprove, 
hoje, em 2007, uma lei concedendo aumento de remuneração retroativo 
a 1º de janeiro de 2006, isto é, contemplando período já trabalhado 
pelos servidores. Em momento seguinte, a União se recusa a efetuar o 
pagamento desse aumento, relativamente ao período pretérito, 
invocando a proteção ao direito adquirido. Nessa situação é que 
assume relevância a Súmula 654 do STF, pois ela proíbe que a União – 
entidade que editou a lei estabelecendo a obrigação retroativa – 
invoque futuramente a proteção ao direito adquirido para furtar-se ao 
seu cumprimento. 
Então, quando estiver fazendo a prova, pense assim: a garantia 
constitucional da irretroatividade da lei (art. 5º, XXXVI) foi outorgada às 
pessoas frente às entidades estatais; não pode a entidade estatal que 
elaborou a lei invocar tal garantia para, futuramente, furtar-se ao 
cumprimento da obrigação estabelecida nessa lei. 
54) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) Sempre que um grupo de indivíduos 
sofre uma mesma lesão a direito individual pode buscar reparação 
por meio de mandado de segurança coletivo por ele mesmo 
impetrado. 
Item errado. 
Não faça essa confusão! Pessoas naturais não têm legitimação para 
impetrar mandado de segurança coletivo. Mandado de segurança 
coletivo somente pode ser impetrado pelas entidades indicadas no 
inciso LXX do art. 5º da Constituição Federal, a saber: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados. 
Se um grupo de indivíduos sofre uma mesma lesão a direito individual, 
poderá impetrar um mandado de segurança individual, formando-se a 
figura processual denominada “litisconsorte ativo” (pluralidade de 
sujeitos ativos numa ação). 
55) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) É necessariamente nulo todo o 
processo em que se descobre uma prova ilícita. 
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Item errado. 
Quando é detectada a presença de provas ilícitas nos autos de 
processo, faz-se o chamado “desentranhamento”, isto é, as provas ilícitas 
serão retiradas do processo. Mas, casohaja outras provas lícitas 
autônomas nos autos, o processo poderá ter a sua regular continuidade 
com base nestas provas. 
56) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) É válida a prova de um crime 
descoberta acidentalmente durante a escuta telefônica 
autorizada judicialmente para apuração de crime diverso. 
Item certo. 
A situação descrita nessa assertiva pode ser assim exemplificada. 
Imagine que, no curso de determinada investigação criminal, o Poder 
Judiciário autorize a interceptação das comunicações telefônicas de 
João, suspeito da prática delituosa. Em seguida, na execução da 
medida, durante a gravação das conversas telefônicas, aparece, num 
dos diálogos, Pedro, como praticante de um crime. 
Veja que, nessa situação, Pedro aparece acidentalmente, como um 
estranho, que até então não era alvo da investigação. Porém, a prova 
levantada contra ele é considerada lícita, pois foi gravada com 
autorização do Poder Judiciário (embora a autorização judicial tenha 
recaído sobre o telefone de João, ela alcança as ligações ativas e 
passivas deste). 
Essa prova é denominada “prova acidental”, pois, de fato, o seu 
surgimento se dá acidentalmente, no âmbito de uma investigação de 
outro crime. 
57) (ESAF/AFC/CGU/2006) A Constituição Federal reconhece a 
instituição do júri, assegurado-lhe a irrecorribilidade dos seus 
veredictos. 
Item errado. 
Ao autorizar a criação do júri, a Constituição Federal prescreve como 
princípio a ser observado na sua instituição a soberania dos veredictos 
(art. 5º, XXXVIII). 
Entretanto, o STF firmou entendimento de que a “soberania dos 
veredictos” do júri não impede a interposição de recursos perante o 
Poder Judiciário contra suas decisões. 
Segundo o Tribunal, a soberania dos veredictos está na obrigação de, 
caso seja declarada pelo Poder Judiciário a nulidade do julgamento do 
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júri, retornar os autos para constituição de novo júri, a fim de realizar-se 
novo julgamento, sem os vícios verificados no julgamento anterior. 
58) (ESAF/AFC/CGU/2006) O exercício do direito de petição aos 
Poderes Públicos, independentemente de taxas, para defesa de 
direitos, depende, nos termos constitucionais, de disciplina legal. 
Item errado. 
O direito de petição e o direito de certidão, remédios constitucionais 
administrativos previstos no inciso XXXIV do art. 5º da Constituição, são 
normas de aplicabilidade imediata, que independem de 
regulamentação por lei. 
59) (ESAF/ADVOGADO/IRB RESSEGUROS/2006) Na vigência do estado 
de sítio, poderá haver restrição da liberdade de reunião, não 
sendo admitida a suspensão desse direito, uma vez que ele tem 
proteção constitucional até mesmo contra alterações pelo poder 
constituinte derivado. 
Item errado. 
Determina o art. 137 da Constituição que o Presidente da República 
pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa 
Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o 
estado de sítio nos casos de: 
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que 
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de 
defesa; 
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada 
estrangeira. 
As medidas que poderão ser tomadas contra as pessoas na vigência do 
estado de sítio dependem da hipótese autorizadora de sua decretação 
(inciso I ou inciso II do art. 137 da Constituição, transcritos acima). Temos, 
então, o seguinte: 
a) na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no inciso I 
do art. 137, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes 
medidas: 
I - obrigação de permanência em localidade determinada; 
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por 
crimes comuns; 
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III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das 
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, 
radiodifusão e televisão, na forma da lei; 
IV - suspensão da liberdade de reunião; 
V - busca e apreensão em domicílio; 
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; 
VII - requisição de bens. 
b) na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no inciso II 
do art. 137, poderão ser tomadas contra as pessoais medidas restritivas 
ainda mais amplas, haja vista a Constituição não ter estabelecido 
nenhuma lista de restrições (veja que as medidas exaustivamente 
enumeradas nos incisos do art. 139 dizem respeito ao estado de sítio 
decretado com base no inciso I do art. 137). Ou seja, não é necessário se 
restringir à enumeração anterior. 
60) (ESAF/ADVOGADO/IRB RESSEGUROS/2006) A liberdade de 
manifestação do pensamento, nos termos em que foi definida no 
texto constitucional, só sofre restrições em razão de eventual 
colisão com o direito à intimidade, vida privada, honra e imagem. 
Item errado. 
A liberdade de pensamento (art. 5º, IV), como qualquer outro direito e 
garantia fundamental, não tem natureza absoluta, sofrendo restrições 
impostas por outros valores constitucionalmente protegidos. Dentre esses 
valores que impõem restrições à liberdade de pensamento, podemos 
destacar, além dos já apontados no próprio enunciado, a vedação ao 
racismo (art. 5º, XLII), isto é, a manifestação de pensamento do indivíduo 
não pode ser racista. 
61) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) Como regra geral, os direitos 
fundamentais somente podem ser invocados em juízo depois de 
minudenciados pelo legislador ordinário. 
Item errado. 
Em regra, os direitos fundamentais têm aplicabilidade imediata, 
podendo ser invocados pelo titular independentemente da expedição 
de norma regulamentadora pelo legislador ordinário (CF, art. 5º, § 1º). Daí 
o erro da questão. 
Porém, devemos destacar que nem todos os direitos e garantias 
fundamentais têm aplicabilidade imediata. Essa é a regra geral, mas não 
se trata de regra absoluta. Há direitos e garantias fundamentais gravados 
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em normas de eficácia limitada, dependentes de regulamentação 
ordinária para a invocação do direito nelas previsto (exemplos: art. 7º, XX 
e XXVII). 
Vale lembrar, ainda, que essa regra que estabelece a aplicação 
imediata para os direitos e garantias fundamentais, embora esteja 
prevista no § 1º do art. 5º, aplica-se também a direitos e garantias 
fundamentais previstos em outros artigos da Constituição. 
62) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) Pode-se afirmar que, no 
direito brasileiro, o direito à vida e à incolumidade física são direitos 
absolutos, no sentido de que nenhum outro previsto na 
Constituição pode sobre eles prevalecer, nem mesmo em um caso 
concreto isolado. 
Item errado. 
No constitucionalismo moderno a regra é a não-existência de direitos 
fundamentais de natureza absoluta. Os direitos e garantias fundamentais 
não podem, por exemplo, ser invocados para acobertar uma prática 
criminosa. Assim, o direito à vida e o direito à incolumidade física não são 
absolutos, podendo ser afastados diante de um caso concreto (em 
legítima defesa, por exemplo, esses direitos poderão ser violados 
legitimamente, com plena proteção do ordenamento jurídico). 
Ademais, vale lembrar, no caso de guerra declarada a própria 
Constituição admite a pena de morte (CF, art. 5º, XLVII, a). 
63) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) O agente político do Estado 
não pode invocar o direito à privacidade, enquanto estiver no 
exercício do cargo. 
Item errado. 
O exercício de mandato ou função pública não subtrai do agente 
político o direito à privacidade e à intimidade. 
O que o Poder Judiciário tem feito, em determinadoscasos concretos, 
especialmente no caso da prática de delito em detrimento do exercício 
da função pública, é impor certo abrandamento a esse direito à 
privacidade, em respeito a outros princípios constitucionais, como o da 
publicidade e o da moralidade, que informam a atuação de todo o 
agente público (CF, art. 37). 
64) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) A Constituição em vigor 
expressamente admite a possibilidade de leis retroativas no 
ordenamento brasileiro. 
Item certo. 
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A Constituição admite expressamente a retroatividade da lei penal 
benéfica ao réu (CF, art. 5º, XL). 
É bom lembrar que, no Brasil, não só a lei penal benigna pode retroagir. 
Leis de outras naturezas também poderão ser retroativas, desde que 
outorgando tratamento benigno ao indivíduo frente ao Estado. 
65) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O direito de reunião em lugares abertos 
ao público não depende de prévia autorização de autoridade 
pública. 
Item certo. 
O direito de reunião não exige autorização, mas sim prévio aviso à 
autoridade competente (CF, art. 5º, XVI). 
66) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A obrigação de reparação do dano 
decorrente da prática de um delito desaparece com a morte da 
pessoa condenada pela prática desse delito. 
Item errado. 
A Constituição determina que nenhuma pena passará da pessoa do 
condenado, mas a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens podem, nos termos da lei, ser estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio 
transferido (CF, art. 5º, XLV). 
67) (ESAF/AFC/STN/2005) As associações não poderão ser 
compulsoriamente dissolvidas, havendo a necessidade de decisão 
judicial, transitada em julgado, para a simples suspensão de suas 
atividades. 
Item errado. 
As associações poderão ser dissolvidas, desde que por decisão judicial 
transitada em julgado. Poderão também ter suas atividades suspensas 
por decisão judicial, não se exigindo, neste caso, o trânsito em julgado 
(CF, art. 5º, XIX). 
68) (ESAF/AFC/STN/2005) O princípio da anterioridade nonagesimal, 
direito individual do contribuinte, não se aplica ao imposto de 
renda. 
Item errado. 
Esse enunciado da Esaf é um daqueles difíceis de engolir! Sabe-se que o 
princípio da anterioridade tributária – previsto no art. 150, III, b, da CF – foi 
gravado como cláusula pétrea pela jurisprudência do STF. 
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Aliás, foi ao reconhecer o princípio da anterioridade como cláusula 
pétrea que o STF firmou o entendimento de que a cláusula pétrea 
“direitos e garantias individuais” (CF, art. 60, § 4º, IV) protege outros 
direitos e garantias individuais além daqueles expressamente 
enumerados no art. 5º da Constituição. 
Então, por que o enunciado está errado? 
Está errado porque, ao firmar essa posição, o STF deixou assente que o 
princípio da anterioridade tributária é cláusula pétrea por representar 
uma garantia individual do contribuinte (e não um direito individual, 
como afirma o enunciado!). 
Difícil de agüentar um trocadilho desses, não?! 
Bem, vamos pelo menos aproveitar esse enunciado para alguma coisa: 
vamos revisar a distinção entre direitos fundamentais e garantais 
fundamentais. 
Os direitos fundamentais representam certos bens inseridos no texto da 
Constituição. 
As garantias fundamentais visam a assegurar a fruição, a proteção 
desses bens. 
Assim, ao direito à locomoção (CF, art. 5º, XV) corresponde a garantia do 
habeas corpus (CF, art. 5º, LXVIII). Ao direito de informação (CF, art. 5º, 
XXXIII) correspondem a garantia do direito de petição aos poderes 
públicos (CF, art. 5º, XXXIV) e a garantia do mandado de segurança (CF, 
art. 5º, LXIX) para o caso de ilegalidade que obstaculize o exercício 
daquele direito – e assim por diante. 
69) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) A configuração constitucional do 
princípio do acesso à justiça, quanto aos beneficiários do direito à 
assistência jurídica integral e gratuita prestada pela Defensoria 
Pública ou por quem lhe faça as vezes, apenas obriga o Estado e 
efetuar esse serviço aos que comprovarem insuficiência de 
recursos. 
Item certo. 
Determina a Constituição que o Estado está obrigado a prestar 
assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência 
de recursos (CF, art. 5º, LXXIV). 
Essa obrigação estatal, de fato, alcança somente aqueles que 
comprovarem insuficiência de recursos. 
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A incumbência de prestar essa assistência é da Defensoria Pública (CF, 
art. 134). Veja que o enunciado diz “prestada pela Defensoria Pública ou 
por quem lhe faça as vezes”. Essa afirmação está perfeita, porque 
aqueles estados-membros que até hoje não criaram Defensoria Pública 
estão obrigados a prestar essa assistência por meio de outros órgãos, 
haja vista tratar-se de direito fundamental de aplicabilidade imediata. 
O direito à assistência jurídica integral e gratuita alcança pessoas naturais 
e pessoas jurídicas e contempla honorários de advogado e perito (o 
exame de DNA, por exemplo, deve ser custeado pelo Estado àqueles 
que comprovarem insuficiência de recursos). 
70) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É assegurada a prestação de 
assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação 
coletiva, não podendo a lei, em virtude do livre exercício dos cultos 
religiosos e da inviolabilidade da liberdade de crença, estabelecer 
restrições àquela prestação. 
Item errado. 
A Constituição assegura a prestação de assistência religiosa nas 
entidades civis e militares de internação coletiva, nos termos da lei (CF, 
art. 5º, VII). 
Essa expressão “nos termos da lei” não deixa dúvidas sobre a 
possibilidade de o legislador ordinário estabelecer restrições a essa 
prestação. 
É bom que fique claro, entretanto, que mesmo se não houvesse essa 
expressão, a lei poderia impor restrições a essa prestação religiosa, desde 
que respeitado o princípio da razoabilidade. Isso porque, como vimos, o 
constitucionalismo moderno refuta a idéia da existência de direitos e 
garantias fundamentais de natureza absoluta. 
71) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Os direitos e garantias fundamentais 
expressos na Constituição Federal não poderão ser objeto de 
restrição ou suspensão, salvo na vigência de estado de defesa ou 
estado de sítio. 
Item errado. 
Os direitos e garantias fundamentais não têm natureza absoluta e, como 
tais, poderão ser objeto de restrição diante de casos concretos, ou 
mediante lei. 
A própria lei pode impor restrições ao exercício dos direitos fundamentais, 
desde que observado o princípio da razoabilidade, isto é, desde que as 
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restrições impostas sejam: (a) necessárias; (b) adequadas; e (c) na 
medida certa (proporcionalidade em sentido estrito). 
Em suma, trata-se da chamada teoria dos limites dos limites, que pode 
ser assim entendida: 
I - não existem direitos e garantias fundamentais de natureza absoluta; 
II - logo, o legislador ordinário pode impor limites ao exercício desses 
direitos e garantias; 
III - entretanto, o poder da lei de impor limites ao exercício de direitos e 
garantias constitucionais não é ilimitado, haja vista que o legislador 
ordinário deverá respeitar o núcleo essencial desses institutos e, também, 
o princípio da razoabilidade ou da proporcionalidade - que exige 
necessidade, adequação e proporcionalidade estrita da restrição 
imposta. 
Enfim, a “teoria dos limitesdos limites” impõe o seguinte: “o poder da lei 
de impor limites ao exercício de direitos e garantias constitucionais se 
sujeita, por sua vez, a limites, haja vista que a limitação imposta só será 
válida se respeitar o núcleo essencial de tais institutos e, também, o 
princípio da razoabilidade ou da proporcionalidade”. 
Por fim, é verdade que durante o estado de defesa (CF, art. 136, § 1º) e o 
estado de sítio (CF, art. 139) a própria Constituição autoriza a restrição e 
suspensão de direitos fundamentais. Mas, não é só nesses casos que 
poderão ser impostas restrições ao exercício dos direitos fundamentais. 
Também em circunstâncias normais poderão eles ser restringidos e 
suspensos, desde que presentes os requisitos acima apontados. 
72) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) A reprodução em emenda 
constitucional de direito constante de tratado internacional sobre 
direitos humanos em que a República Federativa do Brasil seja 
parte eleva esse direito no ordenamento jurídico brasileiro a status 
constitucional. 
Item certo. 
Sabe-se que os tratados internacionais celebrados pela República 
Federativa do Brasil em geral são aprovados pelo Congresso Nacional, 
por meio de decreto legislativo, e ulteriormente promulgados pelo 
Presidente da República, por decreto. Quando aprovados por esse rito 
legislativo, incorporam-se ao nosso ordenamento com status de lei 
ordinária federal. 
Por outro lado, sabe-se que as emendas à Constituição legitimamente 
aprovadas pelas Casas do Congresso Nacional incorporam-se ao nosso 
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ordenamento com status constitucional, isto é, na mesma posição 
hierárquica das normas constitucionais originárias. 
Ora, o enunciado disse, então, o óbvio: se um direito previsto em tratado 
internacional (norma ordinária) é reproduzido em emenda à Constituição 
(norma constitucional), esse direito é elevado a status constitucional no 
ordenamento jurídico brasileiro! 
Vale lembrar que, depois da promulgação da EC nº 45/2004 (Reforma do 
Judiciário), é possível que tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos sejam incorporados ao nosso ordenamento com status 
constitucional (equivalente à emenda constitucional), desde que sejam 
aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 
três quintos dos votos dos respectivos membros (CF, art. 5º, § 3º). 
73) (ESAF/PFN/2004) Sempre que o interesse público entra em linha de 
colisão com um interesse individual, aquele deve prevalecer. 
Item errado. 
Não há regra pré-determinada para a solução de conflito entre 
interesses individuais e coletivos. Não podemos jamais dizer que um 
interesse coletivo prevalecerá sempre sobre um direito individual, 
tampouco que um interesse individual prevalecerá sempre sobre um 
interesse coletivo. 
Exemplificando: o interesse público de desvendar um crime não pode 
desconsiderar valores individuais, como a inviolabilidade da intimidade 
(CF, art. 5º, X); um interesse individual (direito de propriedade, por 
exemplo) não pode sempre se sobrepor ao público (a propriedade não 
pode desrespeitar o direito público ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, por exemplo). 
Somente diante de um caso concreto, de acordo com suas 
características, podemos fazer a avaliação e decidir pela prevalência de 
um ou de outro. 
74) (ESAF/PFN/2004) No conflito entre princípios constitucionais, os que 
se referem a direitos fundamentais devem sempre prevalecer sobre 
os demais. 
Item errado. 
Em um Estado democrático e pluralista como o nosso, a Constituição 
protege os mais diferentes bens, senão vejamos. Por um lado, assegura-
se o direito à propriedade (art. 5º, XXII); por outro, exige-se que a 
propriedade cumpra a sua função social (art. 5º, XXIII); em outro 
dispositivo, permite-se a desapropriação da propriedade (art. 5º, XXIV), 
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ou a sua requisição administrativa pela autoridade competente em caso 
de iminente perigo público (art. 5º, XXV). 
Alguns desses valores são definidos como fundamentais (art. 5º ao 17), 
outros como cláusulas pétreas (art. 60, § 4º) – e assim por diante. 
Entretanto, em um regime de Constituição rígida, como o nosso, todos 
esses direitos constitucionais têm o mesmo valor, a mesma força 
normativa. Não existe relação de subordinação, de hierarquia entre eles. 
São todos formalmente constitucionais e se equivalem em teor normativo 
e hierárquico. 
Logo, não se pode dizer jamais que alguns prevalecerão sempre sobre os 
demais, como afirmado nesse enunciado da Esaf. Aqui também vale a 
máxima já citada anteriormente: não há regra pré-determinada para a 
solução de conflito entre direitos fundamentais. 
Fica aqui uma dica para a prova (e não foi a única vez que a ESAF 
cobrou isso): quando um enunciado afirmar que um direito constitucional 
(seja ele qual for!) deve prevalecer sempre sobre outro direito 
constitucional, nem perca tempo, porque a assertiva está ERRADA! 
75) (ESAF/PFN/2004) Quando dois princípios constitucionais colidem, 
um deles invariavelmente exclui o outro como inválido. 
Item errado. 
Quando num caso concreto temos um conflito (ou colisão) entre 
princípios constitucionais, não podemos dizer que um deles será excluído 
do ordenamento constitucional. De jeito nenhum. Ora, em se tratando 
de princípios insertos na Constituição, os dois permanecerão em vigor. 
O intérprete deverá, por meio de um juízo de ponderação, buscar a 
harmonia entre os princípios conflitantes, reduzindo proporcionalmente o 
alcance de ambos, até chegar à solução do caso concreto, com a 
prevalência de um ou de outro princípio (mas, com a mantença de 
ambos no ordenamento constitucional). 
Mas, sempre tendo a certeza de que os dois princípios constitucionais 
conflitantes deverão permanecer no ordenamento constitucional, com 
plena validade para a aplicação a outros casos concretos. 
76) (ESAF/PFN/2004) Uma lei desarrazoada pode ser, por isso, 
declarada inconstitucional. 
Item certo. 
Lei desarrazoada é aquela que desrespeita o princípio da razoabilidade 
ou da proporcionalidade e, como tal, é inconstitucional. 
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O princípio implícito da razoabilidade tem a sua sede material no art. 5º, 
LIV, da Constituição, que determina a observância do devido processo 
legal. Como se trata de princípio constitucional implícito, diz-se que o 
princípio da razoabilidade é parte integrante do devido processo legal 
na sua acepção substantiva. 
E qual a relevância do princípio da razoabilidade? 
O princípio da razoabilidade atua como um limite à imposição de 
restrição a direito constitucional. Significa dizer que as leis restritivas de 
direito só serão válidas se forrem razoáveis, isto é, se respeitarem o 
princípio da razoabilidade. Aquelas leis restritivas que ultrapassarem a 
razoabilidade serão inválidas, por serem desarrazoadas ou irrazoadas. 
E qual o conteúdo do princípio da razoabilidade? O que o princípio da 
razoabilidade exige das leis restritivas de direito? 
O princípio da razoabilidade impõe às leis restritivas de direito a 
observância de três requisitos: (a) necessidade; (b) adequação; (c) 
medida certa (proporcionalidade estrita). 
Significa dizer que qualquer lei restritiva de direito só será válida se a 
restrição por ela imposta for necessária (justificável perante o interesse 
público), adequada (que tenha condições de atingir o fim almejado) e 
proporcional (deve existir uma equivalência entre a restrição imposta e o 
fim a ser atingido; não haverá essa proporcionalidade se houver outros 
meios menos gravosos do que o adotadopela lei para o atingimento do 
mesmo fim). 
Pois bem, as leis restritivas de direito que respeitarem esses requisitos serão 
razoáveis, constitucionais; as leis restritivas de direito que desrespeitarem 
algum desses requisitos serão desarrazoadas, inconstitucionais. 
77) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Os direitos fundamentais, na ordem 
constitucional brasileira, não podem ter por sujeitos passivos 
pessoas físicas. 
Item errado. 
Embora a regra numa relação jurídica envolvendo direito fundamental 
seja o indivíduo figurar no pólo ativo (como titular do direito) e o Estado 
no pólo passivo (como obrigado à satisfação do direito), nada impede 
que uma pessoa física figure como sujeito passivo num direito 
fundamental. 
Um bom exemplo é o direito de requisição administrativa da propriedade 
particular pelo Poder Público no caso de iminente perigo público (CF, art. 
5º, XXV). Nesse caso, o titular da propriedade particular, que poderá ser 
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pessoa física, figurará como sujeito passivo, obrigando-se perante o 
Poder Público, que é o titular desse direito fundamental. 
78) (ESAF/PFN/2004) A ofensa à imagem de um indivíduo pode gerar 
pretensão de indenização por danos materiais, não, porém, de 
indenização por danos meramente morais. 
Item errado. 
A ofensa à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas 
assegura o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente 
dessa violação (CF, art. 5º, X). 
Se for o caso, as indenizações – por dano moral e por dano material – 
poderão cumular-se, isto é, um mesmo ato de violação pode gerar o 
direito à indenização por dano material e moral, simultaneamente. 
79) (ESAF/PFN/2004) O patrimônio dos indivíduos está garantido contra 
o confisco, não se admitindo a perda de bens como sanção 
criminal. 
Item errado. 
A perda de bens é uma das penas admitidas pela Constituição Federal 
(art. 5º, XLVI, b). 
Vale lembrar que a Constituição permite, também, que a pena de 
perdimento de bens seja estendida aos sucessores e contra eles 
executada, até o limite do valor do patrimônio transferido (art. 5º, XLV). 
80) (ESAF/PFN/2004) É inconstitucional a cobrança de contribuição 
previdenciária de servidores públicos já aposentados na data da 
criação da contribuição, por ofensa ao direito adquirido. 
Item errado. 
A Emenda Constitucional nº 41/2003 (Reforma da Previdência) passou a 
prever a cobrança de contribuição previdenciária dos servidores 
públicos inativos e dos pensionistas. 
A exigência da contribuição previdenciária daqueles que já eram 
inativos ou beneficiários de pensão à data da promulgação da emenda 
foi impugnada em ação direta de inconstitucionalidade – ADIN perante 
o STF, mas o Tribunal firmou entendimento de que essa exigência é 
constitucional. 
Dentre outros fundamentos, o STF deixou assente que não existe direito 
adquirido à não-imposição de tributos e que, portanto, uma situação 
hoje não tributada poderá ser atingida pela tributação amanhã, 
ressalvadas as imunidades constitucionais. 
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81) (ESAF/FISCAL/PA/2002) O princípio constitucional da igualdade 
entre homens e mulheres impede que se confira qualquer direito a 
pessoas do sexo feminino que não seja extensível também às do 
sexo masculino. 
Item errado. 
O princípio constitucional da igualdade entre homens e mulheres (CF, art. 
5º, I) não impede tratamento discriminatório entre os sexos, desde que 
haja razoabilidade para o critério diferenciador. 
Por exemplo: é plenamente possível a realização de concurso público só 
para as pessoas do sexo feminino, desde que as atribuições do cargo 
justifiquem (concurso para o cargo de agente penitenciário numa prisão 
feminina, por exemplo). 
82) (ESAF/AFRF/2000) O Ministério Público pode determinar a 
interceptação das ligações telefônicas de suspeito, desde que 
haja indícios fortes da prática do delito. 
Item errado. 
O Ministério Público não dispõe de competência para determinar a 
interceptação das ligações telefônicas de suspeito. A autorização para 
interceptação telefônica é medida sujeita à chamada “reserva de 
jurisdição”, isto é, que só pode ser determinada por ordem judicial (CF, 
art. 5º, XII). 
83) (ESAF/AFRF/2000) O preso não está obrigado a responder 
perguntas feitas pela autoridade policial e pela autoridade 
judiciária. 
Item certo. 
O preso tem o direito a manter-se calado durante seu interrogatório, não 
podendo o seu silêncio ser usado em seu desfavor, haja vista que 
ninguém está obrigado a incriminar a si próprio (CF, art. 5º, LXIII). 
Vale lembrar que, além do direito ao silêncio, o preso tem o direito 
constitucional de ser informado desse seu direito a permanecer calado. 
Significa dizer que o interrogatório realizado sem a advertência ao preso 
quanto ao seu direito de permanecer calado é absolutamente nulo. 
84) (ESAF/AFRF/2000) Ninguém pode ser preso até ser considerado 
culpado em sentença transitada em julgado. 
Item errado. 
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A Constituição determina que ninguém será considerado culpado até o 
trânsito em julgado de sentença penal condenatória – princípio da 
presunção da inocência, previsto no art. 5º, LVII. 
Esse princípio, porém, não impede a prisão do indivíduo antes do trânsito 
em julgado da sentença penal condenatória, vale dizer, são 
constitucionais as prisões cautelares (em flagrante, temporária, 
preventiva). 
Segundo o STF, a força desse princípio na vigência da atual Constituição 
é somente impedir o lançamento do nome do réu no rol dos culpados 
antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, isto é, o 
réu não pode ser registrado (“fichado”) para os fins penais antes de sua 
condenação definitiva. 
85) (ESAF/AFC/2000) Por força do princípio da legalidade, o particular 
pode fazer tudo o que a lei não proíbe, enquanto os poderes 
públicos somente podem fazer o que a lei autoriza. 
Item certo. 
É diferente a força do princípio da legalidade para os particulares e para 
os agentes públicos. 
Aos particulares é lícito fazer tudo aquilo que a lei não proíba. Não é 
necessária uma lei autorizando determinado comportamento, basta que 
não exista lei proibindo-o. 
Para os agentes públicos, o princípio da legalidade deve ser 
compreendido de forma diferente. O agente público, no exercício de 
suas funções, somente poderá agir conforme o estabelecido em lei. 
Inexistindo previsão legal para uma hipótese, não há possibilidade de 
atuação administrativa. 
86) (ESAF/AFRF/2000) De acordo com o princípio da legalidade, a lei 
pode retroagir para fixar penas mais rigorosas, em casos de crimes 
hediondos. 
Item errado. 
Determina a Constituição que a lei penal não retroagirá, salvo para 
beneficiar o réu (CF, art. 5º, XL). 
87) (ESAF/ADVOGADO/IRB RESSEGUROS/2006) Por ser direito 
personalíssimo, os indivíduos só têm direito a receber dos órgãos 
públicos informações de seu interesse particular. 
Item errado. 
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A Constituição estabelece que todos têm direito a receber dos órgãos 
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo 
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado (art. 5º, XXXIII). 
88) (ESAF/PFN/2006) O direito constitucional de reunião não protege 
pretensão do indivíduo de não se reunir a outros.Item errado. 
O direito de reunião, previsto no inciso XVI do art. 5º da Constituição, 
protege não só o direito de reunir-se, mas, também, o direito de não 
querer participar da reunião. 
Sobre isso, observe o que já disse o Ministro Celso de Mello sobre o direito 
de reunião: 
 “a) O direito de reunião constitui faculdade constitucionalmente 
assegurada a todos os brasileiros e estrangeiros residentes no País; 
b) os agentes públicos não podem, sob pena de responsabilidade 
criminal, intervir, restringir, cercear ou dissolver reunião pacífica, sem 
armas, convocada para fim lícito; 
c) o estado tem o dever de assegurar aos indivíduos o livre exercício do 
direito de reunião, protegendo-os, inclusive, contra aqueles que são 
contrários à assembléia; 
d) o exercício do direito de reunião independe e prescinde de licença 
da autoridade policial; 
e) a interferência do estado nas reuniões legitimamente convocadas é 
excepcional, restringindo-se, em casos particularíssimos, a prévia 
comunicação do ato à autoridade do local da assembléia; 
f) o direito de reunião, permitindo o protesto, a crítica e a manifestação 
de idéias e pensamento, constitui instrumento de liberdade dentro do 
estado moderno”. 
Veja que está destacado, em negrito, a parte que se refere, 
especificamente, ao aspecto abordado no enunciado da Esaf, que é o 
fato de esse direito proteger, também, aqueles que não queiram 
participar da reunião. 
89) (ESAF/PFN/2006) A vedação constitucional à pena de caráter 
perpétuo se circunscreve à esfera das reprimendas penais. 
Item errado. 
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Segundo a jurisprudência do STF, a vedação à pena de caráter perpétuo 
(art. 5º, XLVII, b) alcança, também, a esfera administrativa. Significa dizer 
que não pode ser adotada no Brasil nem pena criminal perpétua, nem 
penalidade administrativa de caráter perpétuo. 
90) (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) Segundo a Constituição 
Federal de 1988, a lei assegurará aos autores de inventos industriais 
privilégio permanente para sua utilização, bem como proteção às 
criações industriais e à propriedade das marcas. 
Item errado. 
A Constituição estabelece que a lei assegurará aos autores de inventos 
industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção 
às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de 
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o 
desenvolvimento tecnológico e econômico do País (art. 5º, XXIX). 
Aproveitando a questão, gostaríamos de chamar sua atenção para os 
seguinte detalhe. Diferentemente da disciplina dos inventos industriais, a 
CF/88 garante aos autores o direito exclusivo de utilização, publicação 
ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que 
a lei fixar (art. 5°, XXVII). 
Em suma, no caso de direito autoral sobre obras literárias, por exemplo, é 
garantido o direito exclusivo permanente, sendo que a lei irá estabelecer 
o período de utilização por parte dos herdeiros. 
Por outro lado, no caso de inventos industriais, a lei poderá limitar o 
período de utilização do próprio autor. 
91) (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) A proteção da honra, 
prevista no texto constitucional brasileiro, que se materializa no 
direito a indenização por danos morais, aplica-se apenas à pessoa 
física, uma vez que a honra, como conjunto de qualidades que 
caracterizam a dignidade da pessoa, é qualidade humana. 
Item errado. 
A proteção à honra e à imagem, prevista no inciso X do art. 5º da 
Constituição, aplica-se às pessoas naturais e às pessoas jurídicas. 
92) (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) A competência da União 
para legislar sobre as condições para o exercício de profissões é 
uma restrição à liberdade de ação profissional. 
Item certo. 
Estabelece a Constituição que é livre o exercício de qualquer trabalho, 
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei 
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estabelecer (art. 5º, XIII). Conforme examinado em aula pretérita, trata-se 
de típica norma constitucional de eficácia contida, que poderá 
posteriormente ser restringida por lei. 
Essa competência para legislar sobre as qualificações/condições para o 
exercício de profissões é privativa da União, por força do art. 22, XVI, da 
Constituição. 
93) (ESAF/APO/MPOG/2005) Nos termos da Constituição Federal, não 
há possibilidade do civilmente identificado ser obrigado a ser 
submetido à identificação criminal. 
Item errado. 
Determina a Constituição que o civilmente identificado não será 
submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei 
(art. 5º, LVIII). Como se vê, o legislador ordinário pode prever situações 
em que a identificação criminal será obrigatória. 
94) (ESAF/TRT/7ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2006) Assinale a opção 
correta. 
a) A Constituição veda todo tratamento diferenciado entre brasileiros 
que tome como critério o sexo, a etnia ou a idade dos indivíduos. 
b) O direito à incolumidade física expressa caso de direito 
fundamental absoluto. 
c) A liberdade de expressão garantida pela ordem constitucional diz 
respeito à atividade de comunicação de fatos verídicos, atuais ou 
históricos, não alcançando as opiniões em torno deles. 
d) A publicação da fotografia de alguém, que causa 
constrangimento e aborrecimento, pode ensejar indenização por 
danos morais. 
e) É nulo o processo em que se produz prova ilícita, mesmo que nele 
haja outras provas, não decorrentes da prova ilícita, que permitam a 
formação de um juízo de convicção sobre a causa. 
Gabarito: “d” 
A assertiva “a” está errada porque o princípio constitucional da isonomia 
não impede a fixação, em lei, de tratamento diferenciado entre 
brasileiros, levando-se em conta os mais variados critérios (sexo, etnia, 
idade, altura etc.), desde que haja razoabilidade para a discriminação. 
A assertiva “b” está errada porque, conforme exaustivamente 
examinado nesta aula, os direitos e garantias fundamentais não têm 
natureza absoluta. 
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A assertiva “c” está errada porque a liberdade de expressão alcança, 
também, as opiniões sobre fatos verídicos, atuais ou históricos. 
A assertiva “d” está certa porque a publicação da fotografia de alguém, 
que causa constrangimento, humilhação ou aborrecimento, pode 
ensejar indenização por danos morais, por força da inviolabilidade da 
imagem, prevista no inciso X do art. 5º da Constituição. 
Aliás, vale lembrar que, segundo a jurisprudência do STF, a publicação 
não autorizada de fotografia pode ensejar indenização por danos 
morais, independentemente da comprovação de dano à reputação da 
vítima. 
A assertiva “e” está errada porque a mera presença de provas ilícitas nos 
autos não invalida, necessariamente, o processo, se nele há provas lícitas 
autônomas (isto é, não derivadas das provas ilícitas). 
95) (ESAF/TRT/7ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2006) Em que caso haverá 
invasão ilícita de domicílio: 
a) um agente público, munido de determinação judicial, força a sua 
entrada, à noite, na casa de um cidadão, para realizar uma busca e 
apreensão. 
b) um agente público ingressa na casa de um cidadão, à noite, em 
seguida a consentimento oral do morador. 
c) um transeunte, que é médico, força a entrada na casa de um 
cidadão, depois que vizinhos desse lhe narram que o morador está 
passando mal e não tem como solicitar socorro por si mesmo. 
d) um particular, para libertar pessoas seqüestradas, que se 
encontram cativas em uma residência, nela força a sua entrada, 
mesmo com a oposição do moradore sem mandado judicial. 
e) em seguida a uma enchente, que causa destruição e mortes, 
particulares ingressam, à noite, numa das casas atingidas pela 
calamidade, em busca de feridos, mesmo sem autorização judicial. 
Gabarito: “a” 
Determina a Constituição que a casa é asilo inviolável do indivíduo, 
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo 
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, 
durante o dia, por determinação judicial (art. 5º, XI). 
Portanto, na hipótese da assertiva “a” a invasão é ilícita, haja vista que, 
por determinação judicial, a penetração na casa do indivíduo somente 
poderá se dar durante o dia. 
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Nas demais assertivas, a invasão é lícita. Na hipótese da assertiva “b”, 
houve consentimento do morador; nas assertivas “c” e “e”, a invasão é 
para prestar socorro; na assertiva “d”, tem-se situação de flagrante 
delito. 
96) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a jurisprudência do STF, não é 
permitida a regionalização de critérios de concorrência em 
concursos para acesso a cargos públicos, por ofensa ao princípio 
da universalidade que informa esse tipo de concurso. 
Item errado. 
A controvérsia sobre a regionalização de concurso público foi levada à 
apreciação do STF por um candidato ao cargo de Auditor-Fiscal da 
Receita Federal – AFRF, pois os últimos concursos da Receita Federal 
(desde 1996) foram regionalizados (no concurso de AFRFB/2009, não há 
mais a regionalização), vale dizer, os candidatos concorreram por 
Região Fiscal. As vagas são distribuídas por diferentes regiões e o 
candidato opta por uma região, concorrendo exclusivamente às vagas 
correspondentes à região escolhida. 
Com a adoção desse critério, é comum o candidato ser reprovado na 
região de sua escolha, embora tenha obtido pontuação que o aprovaria 
em diversas outras regiões no mesmo concurso. O candidato pode ser 
reprovado na região “x” com 246 pontos, enquanto outros candidatos 
ao mesmo cargo podem ser aprovados em outras regiões com 201 
pontos. 
Essa regionalização sempre foi muito criticada. 
Primeiro, porque concurso público deve ser informado por critérios 
objetivos, e com a regionalização passa-se a ter no certame um 
elemento aleatório, incerto, sujeito ao acaso (que é a sorte – ou o azar – 
na escolha da região!). 
Segundo, porque com a regionalização não são aprovados os 
candidatos de maior pontuação, o que, para muitos, contraria o objetivo 
maior do certame, que é selecionar os candidatos mais preparados. 
Terceiro, porque o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal é nacional 
e, portanto, logo no primeiro concurso de remoção após o ingresso dos 
novos servidores, o Auditor já poderá ser removido para as mais 
diferentes regiões do País (ou seja, na prática, a regionalização só existe 
no momento do ingresso no cargo!). 
Mas, discussões à parte, o fato é que o STF considerou a regionalização 
constitucional, e isso é o que vale para a prova. 
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97) (ESAF/AFT/2003) Segundo a jurisprudência do STF, a inviolabilidade 
do sigilo das correspondências, das comunicações telegráficas e 
dos dados não é absoluta, sendo possível sua interceptação, 
sempre excepcionalmente, com fundamento em razões de 
segurança pública, de disciplina prisional ou de preservação da 
ordem jurídica, quando este direito estiver sendo exercido para 
acobertar práticas ilícitas. 
Item certo. 
Vimos que o constitucionalismo moderno não aceita a idéia da 
existência de direitos e garantias fundamentais de caráter absoluto. 
Logo, a inviolabilidade das correspondências, por exemplo, não pode ser 
invocada pelo indivíduo para acobertar uma prática ilícita, criminosa. É 
comum, diante da prática de certos crimes (crime de seqüestro, por 
exemplo), a violação das correspondências, em respeito ao direito à 
vida, ameaçado pela prática delituosa. 
98) (ESAF/AFC/2000) Para o exercício do direito de reunião pacífica, 
sem armas e em lugar aberto ao público, não se exige prévia 
autorização da autoridade administrativa, mas se exige que a ela 
seja dirigido prévio aviso. 
Item certo. 
O direito de reunião não exige autorização da autoridade competente, 
mas exige prévio aviso (CF, art. 5º, XVI). 
Além do prévio aviso à autoridade competente, exige a Constituição 
que a reunião seja realizada pacificamente, sem armas, em locais 
abertos ao público, e que não frustre outra reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local. 
Uma última orientação sobre o direito de reunião: se houver ilegalidade 
ou arbitrariedade contra o direito de reunião, o meio idôneo para 
reparação dessa ilegalidade ou arbitrariedade é o mandado de 
segurança, e não o habeas corpus. 
É impressionante a quantidade de vezes que o direito de reunião é 
cobrado em concurso! Acho que chega, não é mesmo? 
99) (ESAF/AFC/2000) Segundo o princípio do juiz natural, não se pode 
despojar alguém da sua liberdade ou da sua propriedade sem que 
se lhe assegure o direito ao contraditório. 
Item errado. 
O princípio do juiz natural está consagrado em dois incisos do art. 5º da 
Constituição: não haverá juízo ou tribunal de exceção (inciso XXXVII) e 
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ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente (inciso LIII). 
O inciso XXXVII veda a criação de juízo ou tribunal de exceção, para o 
julgamento casuístico de um determinado crime. Seria inconstitucional, 
por exemplo, a criação, às pressas, de um tribunal para o julgamento de 
um grave crime de terrorismo que tenha sido cometido no Brasil. 
O inciso LIII proíbe o julgamento, pelos juízos e tribunais existentes, de 
matéria que não seja de sua competência. Seria absolutamente nula, 
por exemplo, uma sentença penal condenatória proferida por um Juiz de 
Direito (Justiça Estadual) se a competência para a apreciação da 
matéria pertence à Justiça Federal. 
A assertiva está errada porque não se refere ao princípio do juízo natural, 
mas sim ao princípio do contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV), que é 
um dos requisitos do princípio do devido processo legal (art. 5º, LIV). 
100) (ESAF/AFC/2000) O exercício do direito de criar associação 
depende de autorização da autoridade pública competente, nos 
termos da lei. 
Item errado. 
A criação de associações independe de autorização, sendo vedada a 
interferência estatal em seu funcionamento (art. 5º, XVIII). 
101) (ESAF/AFC/STN/2000) De acordo com o direito brasileiro, as normas 
de tratados internacionais de que o Brasil faz parte têm 
prevalência sobre as leis e as emendas à Constituição. 
Item errado. 
A natureza jurídica dos tratados internacionais sofreu mudança recente, 
mas não altera o entendimento sobre essa assertiva. Em face das 
recentes decisões do STF, podemos afirmar que os tratados e 
convenções internacionais celebrados pelo Brasil poderão assumir três 
diferentes posições hierárquicas ao serem incorporados ao nosso 
ordenamento pátrio. 
Em nenhum dos casos, suas normas terão prevalência sobre as emendas 
constitucionais. 
Vejamos as três posições: 
I - status de supralegalidade – tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos (não é “direitos fundamentais” de forma geral) 
incorporados pelo rito ordinário (mediante decreto legislativo aprovado 
por maioria simples nas Casas Legislativas); 
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II - status de emenda constitucional – tratados e convençõesinternacionais sobre direitos humanos incorporados pelo rito especial do 
§ 3º do art. 5º da Constituição Federal (mediante decreto legislativo 
aprovado, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 
três quintos dos respectivos membros); 
III - status de lei ordinária federal – demais tratados e convenções 
internacionais que não tratam de direitos humanos. 
102) (ESAF/AFC/STN/2000) A proibição da prisão civil pelo constituinte 
não impede a prisão de quem deixa de cumprir, de modo 
voluntário e inescusavelmente, obrigação alimentícia. 
Item certo. 
Em regra, a Constituição proíbe a prisão civil por dívida (art. 5º, LXVII). 
Na época dessa questão eram permitidas as prisões civis: (a) do 
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia; e (b) do depositário infiel. 
Como visto de forma bastante detalhada nessa aula, atualmente, nosso 
ordenamento jurídico só admite a prisão civil do responsável pelo 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia. 
Só pra te lembar: isso se deve à recepção do Pacto de San Jose com 
status de supralegalidade. 
103) (ESAF/AFC/STN/2000) Por força do princípio da isonomia, toda 
norma que estabeleça tratamento jurídico diferenciado entre 
brasileiros é inconstitucional. 
Item errado. 
O princípio da isonomia não proíbe tratamento diferenciado entre 
brasileiros. Nada impede que a lei estabeleça tratamento diferenciado, 
desde que haja razoabilidade, isto é, desde que haja justificativas 
plausíveis para a discriminação. 
Assim, a lei poderá estabelecer tratamento diferenciado levando em 
conta, dentre outros, o critério sexo (exigência de esforço físico mais 
brando para o sexo feminino em teste de determinado concurso público; 
concurso público só para o sexo feminino, para o ingresso no cargo de 
agente penitenciário numa prisão feminina etc), o critério idade 
(estabelecimento de idade mínima e máxima para o ingresso em certos 
cargos públicos, cujas atribuições justifiquem; atendimento prioritário aos 
idosos etc.), o critério econômico (créditos públicos facilitados para a 
população de baixa renda etc.) – e outros. 
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Vale lembrar que, segundo a jurisprudência do STF, em se tratando de 
concurso público, as restrições ao princípio da igualdade só poderão ser 
estabelecidas em lei. Significa dizer que editais de concurso e outros atos 
administrativos em geral (decretos, portarias etc.) não podem 
estabelecer restrições ao princípio de igualdade em concurso público. 
Quando isso é dito em sala de aula, sempre algum candidato diz que “o 
edital x estabeleceu idade mínima”. Ora, é evidente que o edital, como 
regramento do concurso, apresentará a restrição. Porém, para que a 
restrição trazida no edital seja válida, é indispensável que tal restrição 
esteja prevista na lei de organização da respectiva carreira. Se a lei não 
estabelece nenhuma restrição, se não há previsão legal, a restrição 
trazida exclusivamente no edital é inválida. 
104) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Segundo o 
entendimento do Supremo Tribunal Federal, não cabe a 
impetração de mandado de segurança objetivando assegurar 
direito líquido e certo à insubmissão a certa modalidade de 
tributação, na hipótese de o ato coator apontado se confundir 
com a própria adoção de medida provisória. 
Item certo. 
Essa questão está reproduzindo uma decisão do STF, que indeferiu 
preliminarmente mandado de segurança interposto para assegurar 
direito líquido e certo à insubmissão a retenção de tributos prevista em 
medida provisória (MS-ED 25.265/DF, rel. Min. Joaquim Barbosa, 
Julgamento em 28/03/2007, DJ 08/06/2007). 
Naquela oportunidade, o Supremo entendeu que a referida medida 
provisória veiculava apenas medidas gerais e abstratas. Então, remeteu 
à conhecida Súmula 266 daquela Corte: 
“Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.” 
Vale comentarmos que foi publicada nova lei sobre o mandado de 
segurança (Lei 12016/09) em que foram positivados vários aspectos já 
sedimentados pela jurisprudência. Acreditamos que quem já conhecia o 
assunto “mandado de segurança” não vai ter dificuldades por causa 
dessa mudança, sendo os detalhes específicos mais relevantes no 
âmbito do direito processual civil. 
Assim, dispõe a lei que será concedido mandado de segurança para 
proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou 
habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, 
qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio 
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de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam 
quais forem as funções que exerça (art. 1°, caput). 
É de se observar que os processos de mandado de segurança e os 
respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo 
habeas corpus (art. 20). 
Lembre-se que os atributos de certeza e liquidez referem-se à matéria de 
fato, e não à matéria de direito. 
Assim, não há óbice para se impetrar mandado de segurança em 
assuntos juridicamente controvertidos. 
Por outro lado, não caberá mandando de segurança contra (art. 5°): 
I - ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, 
independentemente de caução; 
II - decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - decisão judicial transitada em julgado; 
IV - atos de gestão comercial praticados pelos administradores de 
empresas públicas, de sociedade de economia mista e de 
concessionárias de serviço público (art. 1°, §2°). 
É interessante você observar que pela primeira vez o mandado de 
segurança coletivo foi regulamentado em legislação infraconstitucional 
(a “antiga” lei era de 1951 e não tratava disso, já que o MS coletivo foi 
criado pela CF/88). 
Assim, o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por (art. 
21): 
I - partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa 
de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade 
partidária; ou 
II - organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa 
de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros 
ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às 
suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
O direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo dividem-se 
em (art. 21, §1°): 
I - coletivos → 
transindividuais, de natureza indivisível, de que seja 
titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre 
si ou com a parte contrária por uma relação 
jurídica básica; 
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II - individuais 
homogêneos → 
decorrentes de origem comum e da atividade ou 
situação específica da totalidade ou de parte dos 
associados ou membros do impetrante. 
Quanto aos efeitos do mandado de segurança coletivo, a lei estabelece 
que, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do 
grupo ou categoria substituídos pelo impetrante (art. 22). 
Segundo a lei, o MS coletivo não afetará as ações individuais (não induz 
litispendência), mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o 
impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu 
mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência 
comprovada da impetração da segurança coletiva. 
Quanto à liminar no âmbito do MS coletivo, só poderá ser concedida 
após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito 
público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setentae duas) horas. 
105) (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) O uso de algemas só é lícito em 
casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à 
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de 
terceiros, justificada previamente a excepcionalidade por escrito. 
Item errado. 
A assertiva faz remissão à Súmula Vinculante n° 11, publicada em 
homenagem ao fundamento da República da dignidade da pessoa 
humana e à inviolabilidade da honra e imagem das pessoas: 
“Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado 
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por 
parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por 
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente 
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se 
refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.” 
Observa-se que não há exigência de que essa justificativa seja prévia. 
Daí o erro da questão. 
106) (ESAF/AFC/STN/2008) Depreende-se claramente da Constituição 
que menor de dezoito anos de idade pode ser responsabilizado 
pela prática de conduta descrita como crime. 
Item certo. 
A assertiva está de acordo com o art. 228 da CF/88, que garante a 
inimputabilidade penal aos menores de 18 anos, mas já prevê a 
possibilidade de responsabilização pela legislação especial. 
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107) (ESAF/AFC/STN/2008) Do regime e dos princípios adotados pela 
Constituição Federal ou dos tratados internacionais em que a 
República Federativa do Brasil seja parte não podem decorrer 
quaisquer direitos e garantias que não estejam expressamente 
previstos na própria Constituição. 
Item errado. 
Os direitos e garantias fundamentais estão em enumeração aberta na 
CF/88. Observe o art. 5°, §2°: 
“Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.” 
Ou seja, outros direitos e garantias podem ser acrescentados, como o 
foram, de fato, alguns direitos hoje previstos. 
108) (ESAF/AFC/STN/2008) Não será objeto de deliberação a proposta 
de emenda tendente a ampliar a aplicação das normas 
definidoras dos direitos e garantias. 
Item errado. 
Quanto a esse assunto vamos comentar dois detalhes: 
I – São cláusulas pétreas apenas os direitos e garantias individuais; 
II – Não se admite a emenda constitucional tendente a abolir os direitos e 
garantias individuais. Ou seja, EC pode versar sobre direitos e garantias 
individuais desde que não tenda a aboli-los. 
Portanto, podem os direitos e garantias individuais serem ampliados, sem 
se cogitar ofensa a cláusula pétrea. 
109) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) O mandado de 
injunção será concedido para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por habeas-corpus ou habeas-data, quando o 
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade 
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições 
do Poder Público. 
Item errado. 
A assertiva tentou confundir o candidato ao dar ao mandado de 
injunção as características do mandado de segurança (art. 5°, LXIX). 
“Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e 
certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o 
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública 
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ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder 
Público.” 
O mandado de injunção é remédio constitucional destinado a corrigir 
omissão governamental que inviabilize o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, 
à soberania e à cidadania. 
Há um importante e novo detalhe sobre esse assunto! 
O Supremo Tribunal Federal, em sua nova composição, abandonou a 
tradicional posição “não concretista” e passou a adotar a posição 
“concretista” no tocante aos efeitos da decisão proferida no mandado 
de injunção. 
Com isso, ao julgar procedente o mandado de injunção, o Tribunal 
passou a concretizar, desde logo, o exercício do direito constitucional 
carente de norma regulamentadora. 
Foi o que aconteceu, por exemplo, no mandado de injunção em que se 
discutia o direito de greve do servidor público, tendo o Tribunal firmado 
entendimento de que, até que seja elaborada a lei específica 
reclamada pela Constituição (art. 37, VII), os servidores poderão exercer 
o direito de greve, obedecendo-se ao regramento da lei de greve do 
setor privado (Lei nº 7.783/1989). 
Fique atento, pois esse detalhe vem sendo cobrado. 
110) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) O mandado de 
injunção será concedido para anular ato lesivo ao patrimônio 
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e 
cultural. 
Item errado. 
Mais uma vez a ESAF tentou confundir o candidato trocando o conceito 
dos remédios constitucionais. Em verdade, a ação popular será 
concedida para anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade 
de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
A ação popular é remédio destinado à defesa de direitos coletivos e 
colocado à disposição de qualquer cidadão para viabilizar uma forma 
de participação e controle popular dos atos da administração pública. 
A ação popular é gratuita e de natureza cível. Como tal, não é 
alcançada pela competência do foro especial por prerrogativa de 
função perante o STF. 
O c .
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111) (ESAF/TFC/CGU/2008) É livre a expressão da atividade intelectual, 
artística, científica e de comunicação, independente de censura, 
observada a necessidade de licença. 
Item errado. 
Trata-se do basilar direito à liberdade de expressão (inciso IX do art. 5° da 
CF/88): 
“É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independentemente de censura ou licença.” 
Portanto, não há necessidade de licença. E daí o erro da questão. 
A liberdade de expressão ainda inclui os incisos IV, V, IX e XIV do art. 5° 
da CF e inclui também a liberdade de pensamento, idéias e 
informações. 
É interessante observar que esse direito não é absoluto, já que encontra 
limites nos direitos à proteção constitucional à vida privada (art. 5°, V e X) 
e na vedação ao racismo, por exemplo. 
Por fim, tratando de liberdade de expressão, vale lembrar que o STF 
decidiu que a CF não recepcionou o art. 4º, V, do Decreto-lei 972/69, o 
qual exige o diploma de curso superior de jornalismo para o exercício da 
profissão de jornalista. 
Com essa decisão, nossa Corte Maior posicionou-se no sentido de que, 
se por um lado a liberdade de expressão não é direito absoluto, por outro 
lado, é inadmissível que a legislação crie embaraços à liberdade de 
informação, como poderia ocorrer com a exigência do referido diploma. 
112) (ESAF/AFRF/2005) Cumpridas as demais condições de 
elegibilidade, previstas na Constituição Federal, todos os que 
tiverem feito alistamento eleitoral são elegíveis. 
Item errado. 
Essa questão versa sobre direitos políticos (disciplinados nos art. 14 a 16 
da CF/88), mais especificamente sobre elegibilidade. 
A elegibilidade é a capacidade eleitoral passiva, ou o direito de ser 
votado. Primeira observação a ser feita é que todo elegível é eleitor (visto 
que a alistabilidade, ou capacidade de votar, é uma condição de 
elegibilidade). Mas nemtodo eleitor pode ser eleito, já que é exigível o 
cumprimento de outros requisitos. 
Na verdade, para concorrer a um mandato eletivo é necessário: (i) o 
cumprimento da condições de elegibilidade; e (ii) a não-incidência em 
nenhuma das inelegibilidades. 
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Observe então que não basta cumprir as condições de elegibilidade, 
diferentemente do que afirma a questão. Por isso ela está ERRADA. Com 
efeito, é necessário não estar na posição de inelegível. Continuando..... 
As condições de elegibilidade são: 
I – nacionalidade brasileira (ou condição de equiparado); 
II – pleno exercício dos direitos políticos; 
III – alistamento eleitoral; 
IV – domicílio eleitoral na circunscrição; 
V – idade mínima (na data da posse); 
VI – filiação partidária. 
Todavia, como visto, para ser eleito, além de preencher essas condições, 
o cidadão não pode se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade, 
tratadas na próxima questão. 
113) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) No âmbito dos direitos 
políticos, o analfabeto pode votar, mas não pode ser eleito para 
nenhum cargo eletivo. 
Item certo. 
Essa questão trata mais especificamente sobre as inelegibilidades. Vamos 
dar uma olhada rápida nesse assunto. 
As inelegibilidades funcionam como impedimentos à candidatura a um 
mandato eletivo, implicando a ausência de capacidade eleitoral 
passiva (capacidade de ser votado). A CF apresenta algumas 
inelegibilidades. Mas esse rol não é exaustivo, já que o § 9° do art. 14 
prevê que lei complementar poderá estabelecer outros casos de 
inelegibilidade. 
A inelegibilidade pode ser absoluta (relacionada a qualquer cargo 
eletivo) ou relativa (em razão de algumas situações, em que o candidato 
não pode se eleger para determinados cargos, podendo ser eleito para 
outros). 
Sabemos que você já conhece os casos de inelegibilidades. Mas dê uma 
olhada nesse esquema que agrupa sistematicamente essas situações, 
como forma de revisão. 
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Além desses casos, vale trazer uma jurisprudência do STF sobre a 
chamada “ficha suja” do candidato. Segundo o Supremo, a vida 
pregressa do candidato pode se constituir em inelegibilidade apenas no 
caso de trânsito em julgado. É dizer: o mero apontamento e 
desenvolvimento de uma ação judicial, sem o trânsito em julgado, não 
tem o condão de caracterizar a inelegibilidade. 
A assertiva trata de uma das inelegibilidades absolutas: os analfabetos. O 
analfabeto pode votar (embora não esteja obrigado, o voto é 
facultativo!), mas é absolutamente inelegível, isto é, não pode ser eleito 
para nenhum cargo (CF, art. 14, §§ 1º e 4º). Assim, correta a questão. 
114) (ESAF/TRF/2003) Basta ter nacionalidade brasileira para ter o direito 
de ser votado. 
Item errado 
Foi comentado logo acima que há vários requisitos para se obter a de 
capacidade eleitoral passiva (capacidade de ser votado). Assim, não 
basta ter nacionalidade brasileira. 
115) (ESAF/TRF/2003) Os conscritos podem votar. 
Item errado. 
Além dos analfabetos, a CF/88 apresenta outro caso de inelegibilidade 
absoluta. Trata-se dos conscritos (art. 14, §2°), que não podem votar: 
“não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o 
período do serviço militar obrigatório, os conscritos.” 
116) (ESAF/PROCURADOR/BACEN/2001) As hipóteses de inelegibilidade 
estão dispostas taxativamente no texto constitucional. 
Item errado. 
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O rol das inelegibilidades expresso no art. 14 da CF/88 não é exaustivo. 
Assim, o § 9° do art. 14 prevê que lei complementar poderá estabelecer 
outros casos de inelegibilidade relativa. 
117) (ESAF/AFRF/2005) O alistamento eleitoral facultativo não implica 
obrigatoriedade do voto. 
Item certo. 
Segundo o art. 14, §1º, II, o alistamento eleitoral e o voto são facultativos 
para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; e c) os maiores 
de dezesseis e menores de dezoito anos. 
Ou seja, enquanto os maiores de 18 anos em geral são obrigados a votar, 
essas três categorias de cidadãos acima podem optar se querem ou não 
se alistar. Essa faculdade não é afastada pelo ato de se alistar. É dizer: 
mesmo que venham a se alistar, não estarão obrigados a votar. 
118) (ESAF/TRF/2003) Um determinado cidadão brasileiro pode ter o 
direito de votar e não ter o de ser votado. 
Item certo. 
Como já exaustivamente comentado, não basta ser eleitor para ser 
elegível, sendo necessário que o cidadão preencha outros requisitos. 
119) (ESAF/AFRF/2005) A condenação criminal, transitada em julgado, 
de brasileiro naturalizado implica a perda dos seus direitos políticos. 
Item errado 
O art. 15 da CF/88 veda a cassação de direitos políticos, como forma de 
se evitar o retorno a antigas práticas arbitrárias de supressão de direitos. 
Além disso, o art. 15 ainda lista os casos de perda ou suspensão dos 
direitos políticos: 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; 
II - incapacidade civil absoluta; 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus 
efeitos; 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação 
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 
A distinção entre suspensão e perda dos direitos políticos é que a 
primeira é temporária e essa última é definitiva. 
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Agora vem a parte mais complicada: quais seriam os casos de perda e 
quais seriam os casos de suspensão? 
Bom, a Constituição não especifica isso. O que podemos dizer é que é 
pacífico que os casos previstos nos itens II, III e V são casos de suspensão. 
Já o item I é caso de perda de direitos políticos. 
Quanto ao item IV, há bastante divergência... Enquanto para a doutrina 
(prof. Alexandre de Moraes, por exemplo) o item IV seria caso de perda, 
há diploma legal (Lei 8.239/91) tratando-o como caso de suspensão. 
Para responder a questão, você precisa apenas saber que o item III é um 
dos casos de suspensão, estando, por isso, ERRADA a questão. 
120) (ESAF/TRF/2003) O brasileiro nato sempre poderá exercer o direito 
ao sufrágio. 
Item errado. 
Nem todo brasileiro nato pode votar. São exemplos os menores de 16 
anos e aqueles que tiverem seus direitos políticos suspensos. Nessas 
condições, mesmo sendo brasileiros natos, essas pessoas não podem 
votar. 
121) (ESAF/AFRF/2005) Os nascidos no Brasil, ainda que de pais 
estrangeiros, serão sempre brasileiros natos, porque o Brasil adota, 
para fins de reconhecimento de nacionalidade nata, o critério do 
jus solis. 
Item errado. 
Apesar de adotar, como regra, o critério ius solis, a CF/88 prevê algumas 
exceções, em que predomina o critério ius sanguinis. Nesse sentido, nem 
toda pessoa que nasça no território brasileiro será brasileira. 
Segundo o art. 12, I, “a”, serão brasileiros natos os nascidos na República 
Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não 
estejam a serviço de seu país. 
A contrario sensu, se os pais forem estrangeiros e estiverem no Brasil a 
serviço de seu país, mesmo os nascidos no Brasil não serão brasileiros 
natos. 
122) (ESAF/AFRF/2005) Nos termos da Constituição Federal, o cargo de 
Ministro de Estado da Justiça é privativo de brasileiro nato. 
Item errado. 
O art. 12, §3° apresenta os cargos privativos de brasileiros natos. Observe 
bem quais são eles, pois é comum que sejam cobradas questõessobre 
isso: 
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“§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas; 
VII - de Ministro de Estado da Defesa.” 
Não se encontra nesse rol o cargo de ministro da justiça. Portanto, fique 
atento: o único cargo de ministro de Estado que é privativo de brasileiro 
nato é o de Ministro da Defesa. 
123) (ESAF/TRF/2003) Todo brasileiro nato é cidadão passível de 
exercício do poder de votar e de ser votado. 
Item errado. 
Assunto já analisado nas assertivas anteriores. A condição de brasileiro 
nato não basta nem para votar (capacidade eleitoral ativa), nem para 
ser votado (capacidade eleitoral passiva). 
124) (ESAF/ANALISTA ADMINISTRATIVO/ANA/2009) É livre a manifestação 
de pensamento e protegido o anonimato. 
Item errado. 
O art. 5°, IV, assegura a livre manifestação do pensamento. Todavia, é 
vedado o anonimato como forma de possibilitar a responsabilização 
daquele que venha a causar danos a terceiros no exercício da liberdade 
de expressão. 
125) (ESAF/ ANALISTA ADMINISTRATIVO /ANA/2009) É assegurado o 
direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização 
por dano material, moral ou à imagem. 
Item certo. 
O direito de resposta está compreendido e contrapõe-se à liberdade de 
expressão. Assim, essa última encontra limites na esfera de direitos íntimos 
do indivíduo. Caso esses direitos sejam violados, cabe direito de resposta, 
incluindo a indenização se houver dano. 
A questão reproduz o art. 5°, V. 
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126) (ESAF/ ANALISTA ADMINISTRATIVO /ANA/2009) É livre a expressão da 
atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença. 
Item certo. 
Já vimos questão anterior sobre a liberdade de expressão da atividade 
intelectual, artística, científica e de comunicação. Segundo o art. 5°, IX, o 
exercício desse direito independe de censura ou licença. 
127) (ESAF/TFC/CGU/2008) Todos podem reunir-se pacificamente, sem 
armas, em locais abertos ao público, desde que haja autorização 
da autoridade pública competente e que não frustrem outra 
reunião anteriormente convocada para o mesmo local. 
Item errado. 
Como vimos, o direito de reunião (assim como ocorre com o direito de 
associação) liga-se à liberdade de expressão e ao sistema democrático 
de governo. Podemos dizer que é uma forma coletiva de exercício da 
liberdade de expressão. 
A assertiva está ERRADA por contrariar o inciso XVI do art. 5° da CF. 
Observe que não é necessária a autorização do Poder Público, sendo 
exigido apenas: (i) aviso prévio; (ii) fins pacíficos; (iii) ausência de armas; 
(iv) locais abertos ao público; e (v) não-frustração de outra reunião 
anteriormente marcada para o mesmo local. 
128) (ESAF/TFC/CGU/2008) Todos têm direito a receber dos órgãos 
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena 
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
Item certo. 
A questão trata do direito à informação e está de acordo com o previsto 
no inc. XXXIII do art. 5º da Constituição Federal: 
“todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do 
Estado”. 
129) (ESAF/TFC/CGU/2008) A pena será cumprida em estabelecimentos 
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do 
apenado. 
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Item certo. 
Tendo em vista a relevância do direito à liberdade, a CF estabelece 
direitos para o preso. 
De início, podemos observar que exceto nas prisões militares ou em 
flagrante, a CF limita às autoridades judiciárias a competência para 
determinar a prisão. 
Vale lembrar que durante o estado de defesa e estado de sítio a própria 
CF admite a prisão administrativa (arts. 136, §3°, I e 139). 
Além disso, as normas constitucionais assinalam a necessidade de 
concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, devendo em 
qualquer hipótese dar-se o relaxamento da prisão ilegal. 
A nossa ordem constitucional assegura ainda direitos subjetivos ao preso, 
indiciado ou réu, dentre os quais (art. 5°, XLVIII a L e LXI a LXVI): 
I – o de permanecer calado, incluindo a necessidade de ser advertido 
por parte dos agentes públicos sobre esse direito ao silêncio; 
II – o de respeito à sua integridade física e moral; 
III – o de receber assistência de sua família e de seu advogado; 
IV – o de que os responsáveis por sua prisão e interrogatório sejam 
identificados; 
V – a garantia de que sua prisão e o local onde se encontre serão 
comunicados imediatamente ao juiz competente e à sua família ou à 
pessoa por ele indicada; 
VI – o de que a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de 
acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; 
VII – o de que às presidiárias serão asseguradas condições para que 
possam permanecer com seus filhos durante o período de 
amamentação; 
Portanto, correta a questão, por estar de acordo com art. 5°, XLVIII. 
Ademais, o STF firmou entendimento de que o uso de algemas deve ter 
caráter excepcional e o seu excesso configura afronta à dignidade do 
preso e à presunção de inocência. É o que se depreende da Súmula 
Vinculante 11: 
“Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado 
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por 
parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por 
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente 
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ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se 
refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.” 
Já comentamos exaustivamente que a nossa ordem jurídica admite 
ainda a prisão civil por inadimplemento voluntário e inescusável de 
obrigação alimentícia. 
Vale a pena comentar jurisprudência do Supremo segundo a qual as 
prisões cautelares por período prolongado, além do necessário à 
satisfação de suas finalidades, são incompatíveis com o princípio da 
dignidade da pessoa humana. 
E, por fim, vale lembrar que a prisão ilegítima, por afrontar o direito de 
locomoção, pode ser combatida por meio de habeas corpus (art. 5°, 
LXVIII). 
“LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se 
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. 
130) (ESAF/TFC/CGU/2008) Às presidiárias serão asseguradas condições 
para que possam permanecer com seus filhos durante o período 
de amamentação. 
Item certo. 
De acordo com o comentado na assertiva anterior, a questão está 
CORRETA. Observe que ela limita-se a reproduzir o teor do inc. L do art. 5° 
da CF/88. 
131) (ESAF/TFC/CGU/2008) A respeito dos direitos e garantias 
fundamentais, é possível afirmar que os tratados e convenções 
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, portrês quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às (aos) 
a) emendas constitucionais. 
b) leis ordinárias. 
c) leis complementares. 
d) decretos legislativos. 
e) leis delegadas. 
Gabarito: “a” 
Caso um tratado sobre direitos humanos (não é sobre direitos 
fundamentais em geral) seja aprovado pelo mesmo procedimento das 
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emendas constitucionais, ele será equivalente a uma emenda 
constitucional, de acordo com o art. 5°, §3°. 
132) (ESAF/AFC/CGU/2008) É livre a expressão da atividade intelectual, 
artística, científica e de comunicação, observados os limites 
estabelecidos pela censura e obtenção de licença nos termos da 
lei. 
Item errado. 
A assertiva trata da liberdade intelectual e de criação. Segundo o art. 5°, 
IX, da CF: 
“É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independentemente de censura ou licença;” 
Não se esqueça de que nossa Constituição de 1988 extinguiu a censura 
prévia. 
133) (ESAF/AFC/CGU/2008) São invioláveis a intimidade, a vida privada, 
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
pagamento pela utilização devidamente autorizada e o direito a 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação. 
Item errado. 
É interessante destacar que o direito à inviolabilidade da intimidade, da 
vida privada, da honra e da imagem das pessoas é um dos limites da 
liberdade de expressão. 
Observe que são livres a manifestação do pensamento (art. 5°, IV) e a 
expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação (art. 5°, IX), mas é assegurado o direito de resposta, 
proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral 
ou à imagem (art. 5°, V). 
Ademais, segundo o art. 5°, X, da CF/88: 
“São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação;” 
Ou seja, a Constituição assegura a indenização pelo dano (material ou 
moral) que seja decorrente da violação intimidade, vida privada, honra 
e imagem das pessoas. Mas não abrange a utilização devidamente 
autorizada. 
134) (ESAF/AFC/CGU/2008) Nenhuma pena passará da pessoa do 
condenado, mas a obrigação de reparar o dano e a decretação 
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do perdimento de bens vai até o limite do valor do patrimônio dos 
sucessores. 
Item errado. 
Trata-se do princípio da pessoalidade da pena (art. 5°, XLV), segundo o 
qual a condenação penal é intransmissível. Ou seja, não vai além do 
condenado, não se estendendo aos parentes, amigos etc. 
 Não prejudicam o princípio da pessoalidade da pena a transmissão do 
dever de reparar o dano e a decretação de perdimento de bens, desde 
que se atenham ao limite do valor transferido. Assim, fique atento: não há 
possibilidade de a condenação alcançar o patrimônio de terceiros, mas 
tão somente aquele patrimônio transferido. Por isso o erro da questão. 
Nos termos da CF/88: 
“Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a 
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens 
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;” 
135) (ESAF/AFC/CGU/2008) O Estado brasileiro também é regido por um 
princípio de estatura constitucional que visa a impedir que sejam 
frustrados os direitos políticos, sociais, culturais e econômicos já 
concretizados, tanto na ordem constitucional como na 
infraconstitucional, em atenção aos objetivos da República 
Federativa do Brasil, que são os de promover o bem de todos, sem 
quaisquer formas de discriminação, constituir uma sociedade livre, 
justa e solidária, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as 
desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos, sem 
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação. Assinale a opção que denomina com 
exatidão o princípio constitucional descrito. 
a) Proibição do retrocesso no domínio dos direitos fundamentais e 
sociais. 
b) Proibição de juízo ou tribunal de exceção. 
c) Proibição de privação da liberdade ou de bens patrimoniais sem o 
devido processo legal. 
d) Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na 
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos. 
e) Proibição de privação de direitos por motivo de crença religiosa ou 
de convicção filosófica ou política. 
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Gabarito: “a” 
Os direitos sociais são direitos de segunda dimensão e estão catalogados 
entre os art. 6° e 11° da Constituição. Em geral, os direitos sociais em 
espécie são cobrados pela ESAF de forma bastante literal. Portanto, vale 
a pena dar uma lida do art. 7°, principalmente. 
Quanto à teoria envolvida com esses direitos, podemos destacar a título 
de revisão dois importantes aspectos: (i) a proibição do retrocesso; e (ii) a 
reserva do financeiramente possível. 
Vale destacar que os direitos sociais exigem uma prestação do poder 
público, atuando no sentido de efetivar a sua concretização, 
principalmente por meio de políticas públicas. 
Digamos que o legislador infraconstitucional tenha regulamentado 
determinado direito social constitucional de forma a torná-lo efetivo. 
Entende a doutrina que não poderia mais haver um retrocesso na 
aplicação desse direito. Ou seja, não seria admissível uma lei que 
revogasse ou prejudicasse aquele direito que antes havia sido 
concretizado e era plenamente exercitável. Nesse sentido, uma lei 
ordinária ou emenda constitucional que prejudicasse direito social já 
concretizado poderia ser impugnado por inconstitucionalidade por 
contrariar o princípio da proibição do retrocesso social. 
Por outro lado, os direitos sociais estão sujeitos à chamada reserva do 
financeiramente possível. 
Ou seja, a concretização dos direitos sociais encontra limites não só na 
razoabilidade da pretensão deduzida em face do Poder Público como 
também na existência de disponibilidade financeira do Estado. Daí se 
afirmar que a concretização dos direitos sociais se sujeita à cláusula da 
reserva do financeiramente possível, segundo a qual o Poder Público 
está obrigado a implementar as políticas públicas que levem à 
concretização dos direitos sociais previstos na Constituição, mas no limite 
do financeiramente possível. 
Por exemplo, com fundamento nessa cláusula, tem-se entendido que a 
fixação do valor do salário-mínimo em patamar inferior àquele esperado 
para a satisfação das necessidades vitais do trabalhador (moradia, 
alimentação, educação, transporte, saúde, vestuário, lazer, higiene, 
transporte e previdência social) não implica desrespeito à Constituição, 
tendo em vista a limitação dos recursos financeiros estatais disponíveis. 
136) (ESAF/APO/MPOG/2008) Ninguém será privado de direitos por 
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, 
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos 
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imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. 
Assinale a opção que indica com exatidão a objeção que 
legitimamente pode ser oposta ao Estado para eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta. 
a) Escusa de obrigação legal. 
b) Escusa de direitos. 
c) Escusa de consciência. 
d) Escusa de prestaçãoalternativa. 
e) Escusa de liberdade. 
Gabarito: “c” 
Desde o advento da República, o Brasil é um país laico (leigo ou não 
confessional), o que significa que aqui não há religião oficial. 
Nesse sentido, a nossa Carta Magna assegura a liberdade de crença, 
religiosa e de convicção política e religiosa nos seguintes termos: 
“VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo 
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da 
lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa 
nas entidades civis e militares de internação coletiva; 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou 
de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação 
alternativa, fixada em lei.” 
Observe que a questão cobrou o conhecimento do inciso VIII do art. 5°. 
Esse comando constitucional consagra o direito à denominada “escusa 
de consciência”, “objeção de consciência”, ou ainda “alegação de 
imperativo de consciência”. Portanto, correta a letra ”c”. 
Assim, é assegurado ao indivíduo o direito de se recusar a cumprir 
determinada obrigação que seja conflitante com suas convicções 
religiosas, políticas ou ideológicas. 
Observe que se trata de dispositivo de eficácia contida (prescreve um 
direito constitucional imediatamente exercitável, mas que poderá 
posteriormente ser restringido por lei), que deve assim ser interpretado: 
a) a princípio, o indivíduo não poderá ser privado de direito por motivo 
de crença religiosa ou convicção filosófica ou política; 
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b) enquanto não existir prestação alternativa fixada em lei, o indivíduo 
poderá eximir-se de obrigação legal a todos imposta, por motivo de 
crença religiosa ou convicção filosófica ou política; 
c) fixada em lei a prestação alternativa, o indivíduo poderá eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta, desde que cumpra a prestação 
alternativa fixada em lei; 
d) porém, se o indivíduo se recusar a cumprir a obrigação a todos 
imposta e também a prestação alternativa fixada em lei, poderá 
legitimamente ser privado de seus direitos (CF, art. 15, IV). 
137) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Conceder-se-á habeas data para 
assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante ou de interesse coletivo ou geral, constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de 
caráter público. 
Item errado. 
Segundo o art. 5°, LXXII, será cabível o habeas-data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo. 
É de se destacar ainda o cabimento para a complementação das 
informações e anotações, quando elas forem justificáveis. 
Assim, o habeas data é direito personalíssimo. Não é cabível para 
conhecimento de informações de terceiros, nem de interesse coletivo ou 
geral. 
Você pode perguntar: mas o direito de informação não garante o 
acesso a informações de interesse coletivo e geral, nos termos do art. 5°, 
XXXIII? Correto, mas a violação a esse direito será protegida por meio de 
mandado de segurança, já que não cabe a utilização de habeas data. 
138) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) O 
exercício dos direitos sociais como educação, saúde, trabalho, 
moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à 
maternidade e à infância, assistência aos desamparados, 
depende da existência de lei disciplinando cada um desses 
direitos. 
Item errado. 
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Os direitos sociais constituem prestações positivas proporcionadas pelo 
Estado Social de Direito a fim de proporcionar melhores condições de 
vida aos indivíduos. São, assim, relacionados ao direito à igualdade. 
Classificado como um dos grupos dos direitos fundamentais, aos direitos 
sociais se aplica aquele comando constitucional segundo o qual “as 
normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação 
imediata” (art. 5°, §1°). 
Ou seja, o aplicador do direito deve efetivar a aplicação imediata 
desses direitos (com a maior eficácia), independentemente de 
regulação por parte do legislador ordinário. 
A questão está errada, pois dá a entender que, como regra, os direitos 
sociais seriam de eficácia limitada (de acordo com a classificação já 
vista na primeira aula). 
Mas, observe: essa regra de aplicação imediata não é absoluta. Embora 
a regra seja a eficácia e a aplicabilidade imediata dos direitos 
fundamentais, o fato é que existem direitos fundamentais que realmente 
consubstanciam normas de eficácia limitada, dependentes de 
regulamentação por lei para a produção de seus efeitos essenciais. 
Com efeito, a Constituição faz depender de legislação ulterior a 
aplicação plena de algumas normas definidoras de direitos sociais (veja, 
por exemplo, os incisos XX, XI e XXVII do art. 7°). 
139) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) O mandado de 
injunção será concedido sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
Item certo. 
A assertiva reproduz o teor do art. 5°, LXXI. Como vimos, trata-se de 
remédio constitucional criado para proteger o indivíduo contra a omissão 
governamental em dar efetividade ao direito constitucionalmente 
assegurado, incidindo na denominada violação negativa do texto 
constitucional. 
São pressupostos de cabimento do mandado de injunção: 
I – falta de norma regulamentadora de um preceito constitucional de 
natureza mandatória; 
II – inviabilização do exercício de um direito ou liberdade constitucional; 
III – o transcurso de prazo razoável para a elaboração da norma. 
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Estabelecendo então uma relação entre esse assunto e o da primeira 
aula podemos observar que as normas constitucionais cuja ausência de 
regulamentação dará ensejo à impetração de mandado de injunção 
são as de eficácia limitada, salvo aquelas definidoras de princípios 
institutivos de natureza facultativa. 
Apesar de não estar previsto expressamente, admite-se o mandado de 
injunção coletivo, que poderá ser impetrado, por analogia, pelos 
mesmos legitimados ao mandado de segurança coletivo a fim de 
viabilizar direitos constitucionalmente previstos, mas que estejam 
inviabilizados pela ausência de regulamentação. 
É interessante você associar o mandado de injunção e a nova posição 
concretista do Supremo a uma nova perspectiva de maior ativismo 
judicial, sem prejuízo do princípio da separação dos poderes. 
Assim, por um lado, não é desejável a atuação de legislador positivo por 
parte do Poder Judiciário no caso da existência de diploma elaborado 
pelo Legislativo. Por outro lado, a inexistência de lei configurando inércia 
desarrazoada, negligente e desidiosa, que inviabilize o exercício de 
direitos fundamentais, pode legitimar uma postura atuante do Judiciário 
no âmbito do mandado de injunção. 
140) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) É 
assegurada licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do 
salário, com a duração de 180 dias. 
Item errado. 
Como todos sabem, a gestante tem direito à licença. Mas, por qual 
período: 120 ou 180 dias? Não confunda.O art. 7°, XVIII, assegura licença 
à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 
cento e vinte dias. 
141) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) É 
assegurada assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o 
nascimento até 24 anos de idade, em creches e, de acordo com a 
idade e a evolução pessoal, em estabelecimentos de ensino 
fundamental, de ensino médio e de ensino superior. 
Item errado. 
Essa não foi difícil: 24 anos de idade? Bom, de acordo com o art. 7°, XXV, 
a assistência gratuita aos filhos e dependentes é assegurada desde o 
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas. Esse 
limite de idade foi alterado pela EC n° 53/2006. As bancas adoram 
mudanças, não é? Por isso, guarde essa informação! 
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142) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) 
Proíbe-se trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 
anos e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na 
condição de aprendiz, a partir de 14 anos. 
Item certo. 
O art. 7°, XXXIII, proíbe o trabalho aos menores de dezesseis anos. Admite-
se apenas aquele realizado na condição de aprendiz, a partir dos 14 
anos. 
Caso o trabalho seja perigoso, insalubre ou em horário noturno, serão 
necessários pelo menos 18 anos. 
143) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) O mandado de 
injunção será concedido para a retificação de dados, quando 
não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo. 
Item errado. 
O mandado de injunção é cabível quanto a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania (art. 5°, LXXI). 
Como já foi visto, para a retificação de dados, quando não se prefira 
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo, é utilizado o 
habeas data (art. 5°, LXXII, “b”). 
144) (ESAF/ ANALISTA ADMINISTRATIVO /ANA/2009) É resguardado a 
todos o sigilo da fonte e assegurado o acesso à informação. 
Item errado. 
De acordo com o art. 5°, XIV: 
“é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da 
fonte, quando necessário ao exercício profissional”. 
A regra é o acesso de todos às informações de interesse público ou 
geral. Diferentemente, a garantia do sigilo da fonte apenas subsiste no 
caso de ser indispensável ao exercício profissional. Assim, não é regra 
dirigida a todos, mas aos profissionais de jornalismo. E tem por finalidade 
o mesmo princípio do acesso à informação, visto que sem o resguardo 
ao sigilo da fonte, determinadas informações não seriam divulgadas por 
receio do próprio informante. 
145) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) Sobre os direitos e 
garantias fundamentais, nos termos da Constituição da República, 
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é correto afirmar que, desde que previstas em lei, é permitida a 
aplicação de penas 
a) de morte, agravada no caso de guerra declarada. 
b) de trabalhos forçados. 
c) de suspensão ou interdição de direitos. 
d) de banimento. 
e) cruéis. 
Gabarito: “c” 
Revisando as penas admitidas (art. 5°, XLVI) e vedadas (art. 5°, XLVII) pela 
nossa ordem constitucional. 
XLVI - a lei regulará a 
individualização da pena e 
adotará, entre outras, as seguintes: 
XLVII - não haverá penas: 
- privação ou restrição da 
liberdade; 
- de morte, salvo em caso de 
guerra declarada, nos termos do 
art. 84, XIX - perda de bens; 
- multa; - de caráter perpétuo 
- prestação social alternativa; - de trabalhos forçados 
- suspensão ou interdição de 
direitos - de banimento 
- de morte no caso de guerra 
declarada - cruéis 
Ou seja, a única alternativa que atende à nossa CF/88 é a letra “c”. 
146) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) O mandado de 
injunção será concedido para assegurar o conhecimento de 
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de 
caráter público. 
Item errado. 
O mandado de injunção é remédio constitucional destinado a corrigir 
omissão governamental que inviabilize o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, 
à soberania e à cidadania. 
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Observe que a questão apresentou o conceito do habeas data (art. 5°, 
LXXII), que será cabível: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo. 
Será cabível o habeas data ainda no caso de complementação de 
dados ou, nos termos da Lei 9.507/97, “para a anotação nos 
assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre 
dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou 
amigável”. 
147) (ESAF/PROCESSO SELETIVO INTERNO - MF/2008) O direito à razoável 
duração dos processos administrativos tem expressa previsão 
constitucional, dentro dos direitos e garantias fundamentais. 
Item certo. 
A EC n° 45/2004 (Reforma do Judiciário) introduziu norma que assegura a 
razoável duração do processo judicial e administrativo (art. 5°, LXXVIII): 
“a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável 
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua 
tramitação.” 
Esse direito fundamental, agora positivado, decorre do entendimento de 
que uma duração indefinida do processo afeta a proteção judicial 
efetiva e a própria dignidade da pessoa humana. 
Assim, o Supremo tem concedido habeas corpus em prisões cautelares 
em razão do excesso de prazo. Mas observe: logicamente, não há que 
se alegar excesso de prazo se o atraso decorre de atos protelatórios da 
própria defesa. 
148) (ESAF/PROCESSO SELETIVO INTERNO - MF/2008) Para que 
manifestantes possam reunir-se em frente a um determinado órgão 
fazendário, devem obter prévia autorização da autoridade 
competente. 
Item errado. 
Essa situação trata do direito fundamental de reunião. Segundo o inciso 
XVI do art. 5° da CF. Observe que não é necessária a autorização do 
Poder Público, sendo exigido apenas: (i) aviso prévio; (ii) fins pacíficos; (iii) 
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ausência de armas; (iv) locais abertos ao público; e (v) não-frustração de 
outra reunião anteriormente marcada para o mesmo local. 
Agora, imagine a situação hipotética da assertiva. Imagine ainda que 
ocorra a violação do direito de reunião sob a alegação de que não 
houve prévia autorização... Qual seria o remédio constitucional 
adequado para corrigir essa situação? Se você respondeu Mandado de 
segurança está correto. Espero que você não tenha respondido habeas 
corpus... Lembre-se que este último aplica-se no caso de violação à 
liberdade de locomoção. 
149) (ESAF/PROCESSO SELETIVO INTERNO - MF/2008) A Constituição 
Federal assegura, de forma expressa, os direitos ao contraditório e 
à ampla defesa somente nos processos judiciais, sendo possível a 
extensão de tais direitos aos processos administrativos pela via 
interpretativa. 
Item errado. 
Os princípios do Contraditório e da Ampla defesa estão prescritos 
expressamente no inciso LV do art. 5° e ligam-se intimamente ao princípio 
do devido processo legal: 
“aos litigantes,em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes”. 
Observa-se que a Constituição assegura de forma expressa o 
contraditório e a ampla defesa aos processos administrativos. Daí o erro 
da questão. 
Sobre esse direito, há alguns aspectos a se destacar: 
Segundo jurisprudência do STF, no âmbito do processo criminal, a 
garantia constitucional de contraditório não é exigível na fase de 
inquérito policial, já que essa última afigura-se como uma mera fase 
investigatória, de natureza administrativa e preparatória para a 
acusação. 
Em outras palavras, no inquérito ainda não há acusação. Fala-se em 
indiciado, já que esse procedimento busca colher provas sobre o fato e 
sua autoria. Assim, não há que se propiciar o contraditório. 
Todavia, ofende a garantia do contraditório fundar-se a condenação 
exclusivamente em elementos informativos do inquérito policial não 
retificados em juízo. 
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Outra jurisprudência relevante trata da chamada denúncia genérica. É 
atentatório ao direito do contraditório o oferecimento de denúncia vaga 
ou imprecisa, por impedir ou dificultar o exercício do direito de defesa. 
Por fim, sobre contraditório e ampla defesa, vale a pena transcrevermos 
três Súmulas Vinculantes: 
“Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o 
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar 
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o 
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de 
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.” (Súmula 
Vinculante 3) 
“A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo 
disciplinar não ofende a Constituição.” (Súmula Vinculante 5) 
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo 
aos elementos de prova que, já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, 
digam respeito ao exercício do direito de defesa.” (Súmula Vinculante 
14) 
150) (ESAF/PROCESSO SELETIVO INTERNO - MF/2008) Nos termos da 
Constituição Federal, diversos direitos de trabalhadores rurais e 
urbanos foram expressamente previstos como aplicáveis também 
a servidores ocupantes de cargos públicos. Entre as opções 
abaixo, assinale a que não corresponde a um de tais direitos. 
a) Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do 
trabalho. 
b) Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo. 
c) Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e 
quarenta e quatro semanais. 
d) Licença-paternidade, nos termos fixados em lei. 
e) Proteção do mercado de trabalho da mulher. 
Gabarito: “a” 
Essa assertiva contempla tanto o assunto direitos sociais, quanto o 
assunto administração pública na CF/88. Observamos que é comum ser 
cobrado quais direitos sociai previstos no art. 7° foram estendidos: (i) aos 
servidores públicos, art. 39, §3°; e (ii) aos empregados domésticos, art. 7°, 
§único. 
Observe os termos do art. 39, §3°: 
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“Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 
7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a 
lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza 
do cargo o exigir.” 
Com exceção da letra “a”, todas as assertivas apresentam direitos 
estendidos aos servidores públicos por força do art. 39, §3°. 
Com efeito, de acordo com a CF/88, o piso salarial proporcional à 
extensão e à complexidade do trabalho (art. 7°, V), não é um direito 
incluído dentre aqueles aplicáveis aos servidores públicos. 
151) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Aos litigantes são assegurados, em 
processo administrativo, o contraditório e a ampla defesa, se a 
respectiva legislação de regência assim o dispuser. 
Item errado. 
As garantias do contraditório e ampla defesa estão previstas no art. 5°, 
LV, e são de eficácia plena, não necessitando de legislação 
infraconstitucional para surtirem efeito. 
152) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Ninguém será privado da liberdade 
ou de seus bens sem o devido processo legal. 
Item certo. 
A assertiva está de acordo com o art. 5°, LIV. O princípio do devido 
processo legal é um dos mais abrangentes e relevantes direitos 
constitucionais relativos ao processo no Estado Democrático de Direito. 
Ele deve ser combinado com os princípios da inafastabilidade da 
jurisdição (art. 5°, XXXV) e com a plenitude do contraditório e da ampla 
defesa (art. 5°, LV) 
Vale lembrar que, segundo a jurisprudência do STF, a sede material 
(implícita) do princípio da razoabilidade ou da proporcionalidade está 
no princípio do devido processo legal (due process of law) na sua 
acepção substantiva, previsto no inciso LIV do art. 5º da Constituição 
Federal. 
153) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Ninguém será processado nem 
sentenciado senão pela autoridade competente. 
Item certo. 
A questão limita-se a reproduzir o art. 5°, LIII, direito fundamental ligado 
ao processo, que, verificado em conjunto com o art. 5°, XXXVII, 
consubstancia o princípio juízo natural: 
“XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;” 
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“LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente;” 
Esse princípio propugna pela atuação imparcial do Judiciário ao obstar 
que seja estabelecido tribunal ou juízo excepcional e garantir que sejam 
respeitadas absolutamente as regras objetivas de determinação de 
competência. 
154) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) São inadmissíveis, no processo, as 
provas obtidas por meios ilícitos. 
Item certo. 
Determina a Constituição Federal que as provas obtidas por meios ilícitos 
são inadmissíveis no processo (art. 5º, LVI). 
Assim, a prova ilícita não pode ser utilizada no processo judicial, e nem 
mesmo no administrativo. 
A presença de provas ilícitas nos autos de processo – administrativo ou 
judicial – não o invalida necessariamente. Uma vez detectadas as provas 
ilícitas, faz-se o que se chama de desentranhamento (separação) das 
provas ilícitas, que serão retiradas dos autos, podendo o processo 
prosseguir normalmente, com base nas demais provas lícitas autônomas. 
Porém, vale lembrar que no desentranhamento deverão ser retiradas do 
processo as provas ilícitas originárias e, também, todas as demais provas 
delas derivadas. Isso porque, segundo o entendimento do STF, tem 
aplicação entre nós a teoria dos frutos da árvore envenenada (fruits of 
the poisonous tree), segundo a qual a prova ilícita originária contamina 
todas as demais provas levantadas a partir dela. 
Vejamos dois exemplos de aplicação da doutrina da teoria dos frutos da 
árvore envenenada: 
Exemplo 1: Tício é preso em flagrante; após a sua prisão, resta 
comprovado nos autos que sua prisão em flagrante só foi possível em 
razão de escuta telefônica clandestina (não autorizada pelo Poder 
Judiciário) realizada anteriormente pela autoridade policial; Tício deve 
ser colocado imediatamente em liberdade, pois o seu flagrante (prova 
derivada) está contaminado pela ilicitude da escuta telefônica 
clandestina (prova originária). 
Exemplo 2: Tício é preso em flagrante; durante a sua prisão, é interrogado 
pela autoridade policial, momento em que são produzidas importantes 
provas; posteriormente, é reconhecida a invalidade da sua prisão; Tício 
deverá ser colocado imediatamente em liberdade e deverão, também, 
ser retiradas dos autos do processo todas as provas produzidas com o seu 
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interrogatório, pois essas provas resultantes do interrogatório (provas 
derivadas) estão contaminadas pela prisão ilícita (prova originária) – 
afinal, Tício só foi interrogado porque estava preso! 
Vale lembrar que, por maioria apertada de votos (seis a cinco!), o STF 
decidiu que essa doutrina é aplicável em nosso país, em respeito ao 
inciso LVI do art. 5º da Constituição Federal. 
155) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A lei só poderá restringir a 
publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade 
ou o interesse social o exigirem. 
Item certo. 
A assertiva reproduz o art. 5°, LX, da Constituição Federal, que trata da 
publicidade dos atos processuais. 
156) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) É dever da Administração Pública 
assegurar aos cidadãos o acesso às informações por ela mantidas 
mas, ao mesmo tempo, é seu dever resguardar o sigilo da fonte. 
Item errado. 
A Constituição Federal assegura o direito de informação ao indivíduo no 
art. 5°, XXXIII: 
“todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do 
Estado.” 
Trata-se de direito de natureza administrativa decorrente da observância 
do princípio da publicidade e do controle da administração pública. Esse 
direito é o mais amplo possível, sendo excepcionado pela necessidade 
de sigilo que garanta a segurança da sociedade e do Estado. 
Nesse sentido, não é resguardado o sigilo da fonte. Na verdade, a ESAF 
quis confundir o candidato ao misturar dois direitos fundamentais. Assim, 
ao tratar da liberdade de comunicação, a CF assegura o sigilo da fonte, 
nos termos do art. 5°, XIV: 
“é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da 
fonte, quando necessário ao exercício profissional”. 
Já vimos que garantia do sigilo da fonte tem como destinatários os 
jornalistas e protegem o direito à liberdade de expressão e a divulgação 
de informações que não seriam veiculadas se a fonte devesse ser 
revelada. 
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157) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) São a todos assegurados, 
independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de 
certidões em repartições públicas para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal, coletivo ou 
geral. 
Item errado. 
A assertiva faz menção aos direitos de certidão e de petição previstos no 
art. 5°, XXXIV: 
“são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou 
contra ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de 
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal” 
Como comentado anteriormente o direito à informação abrange a 
obrigação do Estado de fornecer informações não só do interesse 
particular do requerente, mas também de interesse coletivo ou geral. 
Todavia, essas informações de interesse coletivo e geral não se incluem 
no direito de certidão, independentemente do pagamento de taxas. 
Fique atento. Não faça confusão entre os incisos do art. 5°. 
158) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Sendo os direitos 
fundamentais cláusulas pétreas, é inadmissível toda emenda à 
Constituição que sobre eles disponha. 
Item errado. 
Caro aluno, antes de ler nosso comentário, tente encontrar dois erros 
nessa assertiva. 
Observe o teor do art. 60, §4°, IV: 
“Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a 
abolir: 
(...) 
IV - os direitos e garantias individuais.” 
Conclui-se que: 
I – são cláusulas pétreas apenas os direito individuais; 
II – não são vedadas quaisquer emendas que disponham sobre direitos e 
garantias individuais, mas tão somente aquelas tendentes a abolir esses 
direitos. 
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159) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) É 
constitucionalmente legítima a taxa judiciária calculada sem limite 
sobre o valor da causa. 
Item errado. 
O Supremo pacificou seu entendimento de que taxa judiciária calculada 
sem limite sobre o valor da causa viola o princípio da inafastabilidade da 
jurisdição (art. 5°, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito). 
Veja o teor da Súmula 667: 
“Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária 
calculada sem limite sobre o valor da causa.” 
160) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) As garantias 
constitucionais da ampla defesa e do devido processo legal têm 
aplicação exclusiva nos processos administrativos ou judiciais em 
que alguém se acha na condição de acusado de infração 
administrativa ou criminal. 
Item errado. 
O devido processo legal e a ampla defesa aplicam-se nos processos 
administrativos e judiciais independentemente de estar alguém na 
condição de acusado de infração. 
Observe que o termo “litigantes” deve ser tomado em sua acepção mais 
abrangente possível, incluindo qualquer situação em que estejam 
envolvidos interesses contrapostos. 
De acordo com o art. 5°, LV: 
“aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes.” 
Assim, em âmbito administrativo, por exemplo, o respeito a esses 
princípios não se restringe ao processo administrativo disciplinar. 
O Supremo entende que os princípios do contraditório e da ampla 
defesa incluem: (i) o acesso às informações do processo; (ii) o direito de 
manifestação; e (iii) o direito de ver seus argumentos considerados. 
Segundo a mais recente jurisprudência do STF, a exigência de garantia 
para a interposição de recurso voluntário (depósito recursal) no âmbito 
de processo administrativo é inconstitucional, por violar o princípio da 
ampla defesa (CF, art. 5º, LV). 
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161) (ESAF/AFT/2003) Aplicado o princípio da reserva legal a uma 
determinada matéria constante do texto constitucional, a sua 
regulamentação só poderá ser feita por meio de lei em sentido 
formal, não sendo possível discipliná-la por meio de medida 
provisória ou lei delegada. 
Item errado. 
As matérias constitucionais que estão protegidas pelo princípio da 
reserva legal só podem ser regulamentadas por lei ou por outros atos 
equivalentes ou superiores à lei. Poderão, então, ser regulamentadas por 
lei ordinária, por lei complementar, por emenda à Constituição e, ainda, 
por medida provisória e lei delegada, se não for matéria vedada a estas 
duas espécies normativas. 
Na verdade, a maior força do princípio da reserva legal é proibir que as 
matérias constitucionais por ele protegidas sejam tratadas por atos 
administrativos infralegais em geral, tais como decreto regulamentar, 
portarias, instruções normativas e outros. 
Aliás, esse é um ótimo momento para estabelecermos a distinção entre 
princípio da legalidade e reserva legal. 
Pois bem, embora esses princípios sejam tratados por muitos como 
sinônimos, o fato é que a doutrina estabelece distinção entre o princípio 
da legalidade (mais amplo) e o princípio da reserva legal (mais estrito). 
O princípio da legalidade estabelece que qualquer comando jurídico 
impondo comportamentos forçados há de provir de uma das espécies 
normativas existentes na nossa ordem constitucional.Daí o teor do inciso 
II do art. 5°: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa senão em virtude de lei.” 
 Ou seja, ele opera de maneira geral, sendo que todos os 
comportamentos humanos estão sujeitos ao princípio da legalidade. 
Ao contrário, a reserva legal restringe-se a determinados campos 
materiais especificados na Constituição, que devem ser disciplinados por 
lei formal. É dizer: a reserva legal aplica-se a determinadas matérias da 
Constituição. 
Assim, não faça confusão: não é que algumas matérias estão submetidas 
à legalidade e outras à reserva legal. Não é isso! O princípio da 
legalidade aplica-se aos comportamentos do Poder Público de forma 
geral. E a reserva legal, sim, aplica-se a algumas matérias para as quais a 
Constituição expressamente estabelece essa relação. 
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Perceba ainda que quando a Constituição Federal submete certa 
matéria ao princípio da legalidade, tal matéria poderá ser disciplinada 
por lei, ou mediante atos administrativos expedidos com fundamento na 
lei (decreto regulamentar, por exemplo). 
Assim, quando a Constituição, no inciso II do art. 5º, estabelece que 
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtude de lei”, tem-se, aí, o princípio da legalidade, pois, nessa 
expressão, o vocábulo “lei” está empregado no seu sentido amplo, 
alcançando não somente lei em sentido estrito, mas, também, atos 
administrativos expedidos com fundamento em lei. Por isso, diz-se que o 
princípio da legalidade tem maior alcance (alcança um maior número 
de matérias constitucionais), mas menor densidade (pois pode ser 
satisfeito não só por meio de lei, mas também pela expedição de atos 
administrativos). 
Por outro lado, quando a Constituição submete certa matéria ao 
princípio da reserva legal, está ela a exigir, exclusivamente, lei em sentido 
estrito ou ato normativo com força de lei. 
Assim, quando a Constituição estabelece que a remuneração dos 
servidores públicos somente poderá ser fixada por lei (art. 37, X), temos, 
aqui, o princípio da reserva legal, pois o vocábulo “lei” está empregado 
em sentido estrito, alcançando somente lei formal (elaborada pelo 
Legislativo, com a participação do chefe do Executivo) ou ato normativo 
com força de lei (medida provisória). Por isso, diz-se que o princípio da 
reserva legal tem menor alcance (alcança um menor número de 
matérias constitucionais), mas maior densidade (já que impõe que tais 
matérias sejam disciplinadas, necessariamente, por lei ou ato normativo 
com força de lei, isto é, fica proibido o seu tratamento mediante ato 
administrativo). 
O quadro a seguir resume essas informações para auxiliá-lo na 
memorização dos principais aspectos. 
 
 
 
Legalidade Reserva Legal 
Exige lei formal, ato com força de 
lei, ou atos administrativos 
infralegais editados nos limites 
destes 
Exige lei formal, ou ato normativo 
com força de lei (proibido o 
tratamento por atos 
administrativos infralegais) 
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Maior alcance Menor alcance 
Menor densidade de conteúdo Maior densidade de conteúdo 
Vale ainda mencionar a você o fato de que a reserva legal pode se 
realizar de forma absoluta ou relativa. 
Temos a reserva legal absoluta quando a Constituição exige do 
legislador o esgotamento do tema, não deixando espaço para a 
atuação discricionária dos agentes públicos. Ou seja, exige lei formal 
para a integral regulamentação do tema. 
A reserva legal relativa ocorre quando houver espaço para a 
complementação da norma por parte do seu aplicador. Ainda há a 
necessidade de lei, mas esta estabelecerá apenas as bases ou 
parâmetros. Ou seja, nesse último caso (reserva legal relativa), caberá à 
administração esmiuçar e detalhar o alcance da lei, por meio de atos 
infralegais, dentro dos limites estabelecidos pela lei formal. 
162) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) O direito de livre 
locomoção pode sofrer restrição, conforme previsto na 
Constituição, por meio da chamada reserva legal qualificada. 
Item errado. 
Você deve estar pensando: e a reserva legal qualificada? O que é? 
Bom, esse assunto relaciona-se às restrições aos direitos fundamentais. 
Assim, enquanto há direitos fundamentais não sujeitos expressamente a 
restrição legal (por exemplo, o art. 5°, X, que trata da inviolabilidade da 
imagem), há direitos submetidos à reserva legal simples e há aqueles 
submetidos à reserva legal qualificada. 
A reserva legal simples ocorre quando o constituinte limita-se a autorizar 
a intervenção legislativa sem fazer qualquer exigência quanto ao 
conteúdo ou finalidade da lei. 
No caso da reserva legal qualificada, eventual restrição deve ser feita 
tendo em vista determinado objetivo ou o atendimento de determinado 
requisito expressamente definido na Constituição. 
Observe o art. 5°, XV, ao tratar do direito de locomoção: 
“é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo 
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair 
com seus bens.” 
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Esse caso a doutrina classifica como sendo de reserva legal simples. Ou 
seja, a Constituição exige apenas que eventuais restrições sejam 
previstas em lei (“nos termos da lei”). 
Situação diferente é estabelecida para a inviolabilidade das 
comunicações telefônicas (art. 5°, XII), por exemplo, em que há 
condições especiais e fins a serem perseguidos para a restrição do 
direito, observe: 
“é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último 
caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer 
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal” 
Ou seja, o legislador ordinário não tem plena liberdade para estabelecer 
os casos de restrição da inviolabilidade das comunicações telefônicas. 
Eventual restrição só se concretizará mediante ordem judicial e para fins 
de investigação criminal ou instrução processual penal. 
Sabemos que são muitos detalhes. Assim, um esquema pode facilitar sua 
memorização dessas classificações. 
Sintetizando: 
 
O erro da questão é afirmar que o direito de livre locomoção seria caso 
de reserva legal qualificada. Como visto, trata-se de reserva legal 
simples. 
163) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) A nacionalidade 
brasileira é condição necessária e suficiente para que se proponha 
ação popular visando à anulação de ato lesivo ao patrimônio 
público. 
Item errado. 
A legitimidade para impetração de ação popular é do cidadão e não 
de qualquer brasileiro. 
164) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O princípio 
constitucional da presunção de inocência tornou inconstitucional 
toda a prisão que não encontre causa numa sentença penal 
transitada em julgado. 
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Item errado. 
O princípio da presunção da inocência está previsto no art. 5°, LVII: 
“ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória.” 
Dele decorre outro princípio: o do in dúbio pro reo, segundo o qual 
havendo dúvida, adota-se a solução mais favorável ao réu. 
O princípio da presunção da inocência impede o lançamento do nome 
do réu no rol dos acusados antes do trânsito em julgado da ação penal 
condenatória. 
Esse princípio impede também a prisão do réu antes do trânsito em 
julgado da sentença penal condenatória.Essa é a regra, mas há as 
exceções das prisões cautelares: prisão em flagrante; prisão temporária; 
e prisão preventiva (de acordo com a legislação penal). Em direito 
constitucional você precisa apenas lembrar que há prisões que são 
admitidas independente do trânsito em julgado da ação. 
Observe que a prisão em flagrante, por exemplo, é citada pela própria 
Constituição (incisos XI e LXI, do art. 5°, entre outros). 
165) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Em face do 
princípio democrático, do princípio da separação dos poderes e 
da cláusula do materialmente possível inerente aos direitos 
fundamentais de ordem social, esses direitos sociais somente 
produzem efeitos jurídicos depois de desenvolvidos pelo legislador 
ordinário. 
Item errado. 
Já comentamos que os direitos fundamentais (neles incluídos os direitos 
sociais) são de aplicabilidade imediata, como regra (art. 5°, §1°). 
Ademais, como você sabe, mesmo os direitos fundamentais de eficácia 
limitada produzem efeitos jurídicos com a simples entrada da 
Constituição em vigor. Todavia, não produzem todos os seus efeitos 
jurídicos, já que dependem de regulamentação infraconstitucional. 
166) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Toda gravação 
de conversa telefônica realizada sem autorização da autoridade 
judicial competente constitui prova ilícita. 
Item errado. 
Como visto, nosso ordenamento não admite prova ilícita de forma 
nenhuma. 
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A gravação telefônica, de acordo com o inc. XII do art. 5°, está sujeita à 
chamada reserva de jurisdição. 
Portanto, a interceptação telefônica, sem autorização judicial, para 
captação e gravação de conversa de terceiros é ilícita, ofensiva à 
Constituição Federal. Aliás, tal atitude constitui crime, sujeito à pena de 
reclusão de dois a quatro anos e multa, conforme tipificado pelo art. 10 
da Lei nº 9.296/1996. 
Há, porém, situações em que a gravação realizada sem autorização 
judicial será considerada lícita, desde que presente uma excludente de 
antijuridicidade, como a legítima defesa. Assim, segundo a jurisprudência 
do STF: 
a) é lícita a gravação realizada por um dos interlocutores, sem o 
consentimento do outro, desde que diante de legítima defesa (João está 
sendo vítima de uma investida criminosa por parte de Pedro; João 
poderá gravar o conteúdo da conversa, sem autorização judicial e sem 
o conhecimento de Pedro, e tal prova será lícita); 
b) é lícita a gravação realizada por terceiro, com o consentimento de 
um dos interlocutores, mas sem o conhecimento do outro, desde que 
diante de legítima defesa (João e Pedro conversam, e aquele está 
sendo vítima de uma investida criminosa por parte deste; João poderá 
solicitar a Manoel que grave o conteúdo da conversa, sem autorização 
judicial e sem o conhecimento de Pedro, e tal prova será lícita para que 
João dela se utilize em sua defesa frente a Pedro). 
Cuidado! Nessas duas hipóteses não se trata da utilização de prova 
ilícita. Nesses casos, a excludente de antijuridicidade (legítima defesa) 
afasta a ilicitude da prova, que, com isso, passa a ser considerada lícita. 
167) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) A existência, em 
um processo administrativo ou penal, de prova ilicitamente obtida 
contamina necessariamente todo o feito, tornando-o nulo. 
Item errado. 
Não se admite a prova ilícita em processos administrativos ou judiciais 
(art. 5°, LVI). Mas a mera presença de provas ilícitas nos autos não 
invalida necessariamente todo o processo. Detectadas as provas ilícitas, 
faz-se o que se chama desentranhamento de provas, isto é, são 
separadas as provas lícitas das ilícitas. Estas (as ilícitas) são retiradas dos 
autos (assim como aquelas provas delas decorrentes), mas o processo 
pode ter a sua regular continuidade com fundamento nas provas lícitas 
autônomas. 
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168) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O sistema de 
direitos fundamentais em vigor no Brasil impede o legislador de 
restringir o direito à proteção judicial que se encontre em eventual 
colisão com outros direitos ou valores constitucionais. 
Item errado. 
Como já visto, não existe direito fundamental absoluto, tendo em vista 
que eles encontram limites nos demais direitos igualmente consagrados 
no texto constitucional. 
Assim, protegido pelo manto da liberdade de expressão, não pode o 
indivíduo cometer o crime de racismo, pois nesse caso, há dois direitos 
fundamentais em conflito. 
Nesse mesmo sentido, admite-se, por exemplo, restrições ao exercício da 
ampla defesa e do contraditório ou mesmo a violação das 
correspondências caso esses direitos estejam sendo utilizados para 
acobertar o cometimento de crimes. 
Assim, o erro da questão é afirmar que frente ao direito de proteção 
judicial, os demais direitos ou valores constitucionais deveriam ceder, ou, 
em outras palavras, o erro está em considerar que não poderia ser 
restringido o direito de proteção judicial. 
169) (ESAF/AFC/CGU/2006) É vedada a dispensa do empregado 
sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de 
direção ou representação sindical, permanecendo a estabilidade 
provisória até um ano após o pleito, caso ele não seja eleito. 
Item errado. 
A Constituição Federal veda a dispensa do empregado sindicalizado a 
partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação 
sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do 
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei (art. 8º, VIII). 
170) (ESAF/AFC/CGU/2006) A legalidade do exercício do direito de 
greve pelo trabalhador, nos termos da Constituição Federal, é 
aferida em face do período de dissídio da categoria. 
Item errado. 
Ao assegurar o direito de greve, a Constituição dispõe que compete aos 
próprios trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre 
os interesses que devam por meio dele defender (art. 9º). 
Portanto, não é somente no período de dissídio da categoria que a 
greve será legal. 
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Na verdade, a legalidade da greve será aferida levando-se em conta o 
atendimento (ou não) dos requisitos constitucionais e legais para a sua 
realização, dentre os quais o atendimento das necessidades inadiáveis 
da comunidade e os abusos eventualmente cometidos. 
171) (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) A assistência gratuita aos 
filhos e dependentes do trabalhador em creches e pré-escolas só é 
garantida desde o nascimento até a idade de seis anos. 
Item errado. 
A Constituição assegura, como direito social dos trabalhadores, a 
assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 
cinco anos de idade em creches e pré-escolas (art. 7º, XXV, com a 
redação dada pela Emenda Constitucional nº 53/2006). 
172) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Dada a sua 
concepção constitucional, o habeas corpus é incabível, quando 
visar a obter o reconhecimento de nulidade de processo criminal 
em que a pena imposta foi declarada extinta. 
Item certo. 
O habeas corpus está previsto no art. 5°, LXVIII (“conceder-se-á habeas-
corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer 
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade 
ou abuso de poder). 
Observa-se que ele protege a liberdade de locomoção. Portanto, se não 
ameaçada essa liberdade de ir e vir não há que se falar em cabimento 
de habeas corpus. 
Pode-se dizer que o habeas corpus é instrumento idôneo para impugnar 
a determinação de quebra dos sigilos bancário e fiscal no curso de 
processo criminal, sempreque essa medida implicar ofensa indireta, 
potencial ou reflexa ao direito de locomoção. 
Exemplificando: se o indivíduo está respondendo a processo criminal no 
qual, em tese, possa ser condenado à pena privativa de liberdade 
(detenção ou reclusão), e nesse processo é determinada a quebra do 
seu sigilo bancário, poderá ele impetrar habeas corpus para impugnar 
essa determinação, pois, nesse caso, a quebra do sigilo bancário já 
representa uma ofensa indireta ao seu direito de locomoção (afinal, se 
ele não afastar tal medida, posteriormente ele poderá ser condenado à 
pena privativa de liberdade com fundamento nas provas apuradas a 
partir dos seus dados bancários). 
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Agora, vamos ver se você entendeu mesmo! E se o indivíduo estivesse 
respondendo a processo criminal por infração penal a que a pena 
pecuniária seja a única cominada. Poderia ele, neste caso, impetrar 
habeas corpus para afastar eventual ilegalidade (a determinação 
arbitrária de quebra do seu sigilo bancário, por exemplo)? 
Não, não poderia. Por quê? Porque nesse caso não haveria nenhuma 
ofensa – direta ou indireta – ao seu direito de locomoção, haja vista que 
ele não correria o risco de ser condenado à pena restritiva de liberdade. 
É o que enuncia a Súmula 693 do STF, nos termos seguintes: 
“Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de 
multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena 
pecuniária seja a única cominada”. 
Nesse mesmo sentido, incabível o remédio heróico num processo em que 
a pena foi declarada extinta, já que não ocorre ameaça ao direito de 
locomoção. 
Por falar em súmula do STF, vale a pena conhecermos outras três súmulas 
do Tribunal acerca do uso do habeas corpus que têm sido 
reiteradamente cobradas em concursos. São as seguintes: 
“691 – Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas 
corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus 
requerido a tribunal superior, indefere a liminar. 
694 – Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão 
de militar ou de perda de patente ou de função pública. 
695 – Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de 
liberdade.” 
Por fim, vale destacarmos uma súmula do STF que está superada, em 
razão de mudança de entendimento do Tribunal: 
“690 – Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o 
julgamento de habeas corpus contra decisão de turma recursal de 
juizados especiais criminais (superada).” 
Esse entendimento está superado pela atual jurisprudência do STF. O 
atual entendimento do STF é de que compete ao respectivo tribunal de 
segundo grau o julgamento de habeas corpus contra decisão de turma 
recursal de juizados especiais criminais. 
Assim, no caso de decisão de turma recursal de juizados especiais 
criminais estaduais, o julgamento caberá ao respectivo tribunal de justiça 
(TJ); já no caso de decisão de turma recursal de juizados especiais 
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criminais federais, o julgamento caberá ao respectivo tribunal regional 
federal (TRF). 
173) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Cabe habeas 
corpus para impugnar decisão penal condenatória à pena de 
multa. 
Item errado. 
Como vimos, é incabível o habeas corpus nesse caso, já que não há risco 
para a liberdade de ir e vir. 
174) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Todos têm direito a receber dos 
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de 
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, 
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
Item certo. 
A assertiva trata do direito de certidão, já comentado nesta aula. 
Reproduz corretamente o teor do art. 5°, XXXIII. 
175) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) A recuperação, 
por agentes públicos, de dados constantes de computador de 
particular, objeto de busca e apreensão autorizada judicialmente, 
figura violação à proteção de comunicação de dados, não 
podendo instruir nenhum processo, cível ou penal. 
Item errado. 
As inviolabilidades do inciso XII do art. 5º da Constituição – das 
correspondências e das comunicações – protegem a operação em si 
(enquanto em trânsito), e não o seu conteúdo final. Assim, não está sob o 
manto dessa inviolabilidade os dados arquivados em computador 
recolhido por determinação judicial. 
Portanto, no tocante aos emails, por exemplo, a proteção alcança o seu 
conteúdo enquanto em trânsito (isto é, a comunicação em si), e não 
estes depois de armazenados em disco rígido de computador. Em 
relação às correspondências, aplica-se o mesmo entendimento: a 
proteção alcança o seu conteúdo enquanto em trânsito (isto é, a 
correspondência em si), e não estas depois de recebidas e abertas pelo 
seu destinatário. 
Assim, é lícita a busca e apreensão domiciliar autorizada judicialmente 
de computadores com emails armazenados em seu disco rígido, bem 
assim de cartas já recebidas e abertas pelo seu destinatário encontradas 
no interior do domicílio. 
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176) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) A requisição, 
diferentemente da desapropriação, não supõe prévio pagamento 
de indenização – a indenização, ainda, no caso da requisição, 
subordina-se à ocorrência de dano. Além disso, em hipótese de 
requisição, a imissão na posse do bem independe de intervenção 
judicial. 
Item certo. 
A requisição administrativa é direito fundamental que tem por sujeito 
passivo o indivíduo e como titular o Estado e consiste numa das 
limitações ao direito de propriedade. Segundo o art. 5°, XXV: 
“No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá 
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização 
ulterior, se houver dano”. 
Ou seja, há a garantia de indenização por parte do particular, mas: (i) 
apenas se houver dano; e (ii) caso haja dano, ela será ulterior. 
Outra restrição ao direito de propriedade consiste na desapropriação, 
segundo o art. 5°, XXIV: 
“a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por 
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa 
e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta 
Constituição;” 
Essa norma trata genericamente da desapropriação. Mas a CF/88 
apresenta outros artigos (exceções) abordando situações específicas de 
desapropriação (ou expropriação), a saber: 
I – art. 182, §4° – desapropriação do solo urbano não aproveitado, nos 
termos do plano diretor do município. O expropriante será o município e 
o pagamento ocorrerá em títulos da dívida pública resgatáveis em 10 
anos; 
II – art. 184 – desapropriação rural (por interesse social) para fins de 
reforma agrária do terreno que não cumpra sua função social. O 
expropriante será a União e o pagamento ocorrerá em títulos da dívida 
agrária resgatáveis em 20 anos; 
III – art. 243 – desapropriação confiscatória, sem direito a indenização e 
aplicável a terrenos com cultura ilegal de plantas psicotrópica. 
177) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Pelo princípio da 
árvore dos frutos envenenados ou proibidos, a tão-só existência de 
prova reconhecidamente ilícita no processo basta para que a 
condenação seja nula, porquanto a proibição constitucional se 
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harmoniza com a exigência de um processo contraditório, em que 
se assegure ampla defesa.Item errado. 
A ESAF adora o assunto “provas ilícitas”. Com o que já comentamos 
sobre esse assunto, você pôde resolver essa questão. 
Ou seja, a mera existência de provas ilícitas no processo não é capaz de 
anulá-lo por inteiro. No caso de uma condenação, o resultado 
permanece válido caso possa ser atribuído a outras provas lícitas 
independentes. 
Assim, detectadas as provas ilícitas, faz-se o desentranhamento 
(separação) das provas ilícitas, que serão retiradas dos autos, podendo o 
processo prosseguir normalmente, com base nas demais provas lícitas 
autônomas. 
Evidentemente as demais provas derivadas da ilícita também são 
inválidas, tendo em vista a aplicação entre nós da teoria dos frutos da 
árvore envenenada (fruits of the poisonous tree), segundo a qual a prova 
ilícita originária contamina todas as demais provas levantadas a partir 
dela. 
178) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Entre as 
características funcionais dos direitos fundamentais encontra-se a 
legitimidade que conferem à ordem constitucional e o seu caráter 
irrenunciável e absoluto, que converge para o sentido da 
imutabilidade. 
Item errado. 
Os direitos fundamentais conferem legitimidade à ordem constitucional 
na medida em que estabelecem limites ao Poder e garantias ao 
cidadão frente ao Estado, reforçando assim a noção de Estado de 
Direito. 
Pode-se atribuir aos direitos fundamentais o caráter de irrenunciabilidade, 
mas não o de serem absolutos ou imutáveis. 
Primeiramente, não são absolutos já que comportam limitações de 
diversas ordens, como já comentado nesta aula. 
Ademais, não constituem categoria imutável, já que podem sofrer 
modificações: (i) por emenda constitucional, desde que não tenham por 
objeto comandos tendentes a abolir os direitos individuais; e (ii) por 
alteração do seu sentido pelas diversas reinterpretações por parte da 
doutrina e da jurisprudência (mutação constitucional). 
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179) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Na esfera 
administrativa do inquérito policial não sobressai a garantia 
constitucional expressa da ampla defesa e do contraditório, 
motivo pelo qual, visando à eficiência das investigações, e no 
contexto do princípio da proporcionalidade, é válida a vedação 
de consulta dos autos pelo defensor do indiciado, em se tratando 
de procedimento sigiloso. 
Item errado. 
Essa questão trata de jurisprudências pacificadas o Supremo sobre os 
princípios do contraditório e da ampla defesa. Já vimos diversas posições 
jurisprudenciais sobre esse assunto, incluindo a decisão do STF no sentido 
de que, no âmbito do processo criminal, a garantia constitucional do 
contraditório não é exigível na fase do inquérito. 
Nesse aspecto, correta a primeira parte da questão. Todavia, outra 
posição jurisprudencial sobre o assunto foi sedimentada pela publicação 
da Súmula Vinculante n° 14: 
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo 
aos elementos de prova que, já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, 
digam respeito ao exercício do direito de defesa.” (Súmula Vinculante 
14) 
Assim, ERRADA a questão, já que deve ser resguardado o direito do 
defensor em ter acesso aos autos. 
180) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) A conformação 
constitucional do mandado de injunção tem recebido novas 
leituras interpretativas do Supremo Tribunal Federal, motivo pelo 
qual a decisão nele proferida não se encontra mais limitada à 
possibilidade de declaração da existência da mora legislativa para 
a edição da norma regulamentadora específica, sendo 
atualmente aceitável a possibilidade, dentro dos limites e das 
possibilidades do caso concreto, de uma regulação provisória pelo 
próprio Judiciário. 
Item certo. 
Interessante esse item, que trouxe o alcance das decisões do STF no 
âmbito do mandado de injunção. 
Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal, em sua nova composição, 
abandonou a tradicional posição “não concretista” e passou a adotar a 
posição “concretista” no tocante aos efeitos da decisão proferida no 
mandado de injunção. 
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Com isso, ao julgar procedente o mandado de injunção, o Tribunal 
passou a concretizar, desde logo, o exercício do direito constitucional 
carente de norma regulamentadora, ao invés de simplesmente declarar 
a mora legislativa. 
Foi o que aconteceu, por exemplo, no mandado de injunção em que se 
discutia o direito de greve do servidor público, tendo o Tribunal firmado 
entendimento de que, até que seja elaborada a lei específica 
reclamada pela Constituição (art. 37, VII), os servidores poderão exercer 
o direito de greve, obedecendo-se ao regramento da lei de greve do 
setor privado (Lei nº 7.783/1989). 
181) (ESAF/AFRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2005) Como definido no texto 
constitucional, o habeas corpus poderá ser utilizado para fazer 
cessar coação à liberdade de locomoção promovida por ato 
ilegal de particular. 
Item certo. 
Não só autoridades públicas, mas também particulares podem figurar 
como sujeito passivo em habeas corpus, em razão de ofensa ou ameaça 
ilegal ou arbitrária ao direito de locomoção. 
182) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O seguro contra acidentes do trabalho, 
quando feito pelo empregador, substitui eventuais indenizações 
por ele devidas quando o acidente com o empregado se der por 
culpa do empregador. 
Item errado. 
A Constituição estabelece como direito social dos trabalhadores o 
seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem 
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo 
ou culpa (CF, art. 7º, XXVIII). 
183) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É cabível o mandado de injunção 
nos casos em que o Congresso Nacional se mostra omisso em 
expedir decreto legislativo disciplinando as relações decorrentes 
de medida provisória não convertida em lei. 
Item errado. 
Segundo a jurisprudência do STF, o mandado de injunção é remédio 
constitucional para fazer frente à falta de norma regulamentadora de 
direito previsto na Constituição, não se prestando para reparar a falta de 
norma regulamentadora de direitos previstos em normas 
infraconstitucionais, como é o caso de medida provisória. 
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184) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É cabível o mandado de injunção 
quando a norma infraconstitucional regulamentadora do direito ou 
liberdade constitucional oferece disciplina insatisfatória aos 
interesses do impetrante, por ser injusta ou inconstitucional. 
Item errado. 
O mandado de injunção é remédio constitucional que pode ser 
impetrado diante da falta de norma regulamentadora de direito previsto 
na Constituição. Se já existe a norma regulamentadora, por mais 
imperfeita que seja ela, não será mais cabível mandado de injunção. 
Nesse caso, a pessoa interessada poderá impugnar a validade da norma 
regulamentadora imperfeita perante o Poder Judiciário por meio de 
outras ações (mandado de segurança, por exemplo), mas não mais pela 
via do mandado de injunção. 
185) (ESAF/PFN/2004) O mandado de segurança impetrado contra ato 
do Superior Tribunal de Justiça deve ser impetrado originariamente 
no Supremo Tribunal Federal. 
Item errado. 
Segundo a jurisprudência do STF, a competência para apreciar 
mandado de segurança impetrado contra ato de tribunal do Poder 
Judiciário é do próprio tribunal. Assim, mandado de segurança contra 
ato do STJ é julgado pelo próprio STJ; mandado de segurança impetrado 
contra ato de órgão do TJSP é julgado pelo próprio TJSP – e assim por 
diante. 
186)(ESAF/PFN/2004) Somente questões de direito não controvertidas 
podem ensejar a impetração de mandado de segurança. 
Item errado. 
Aspecto importantíssimo esse, sobre o mandado de segurança. 
Sabe-se que o mandado de segurança só é cabível para a proteção de 
direito líquido e certo não amparado pelos demais remédios 
constitucionais (CF, art. 5º, LXIX). 
Acontece que, segundo o STF, essa exigência de certeza e liquidez diz 
respeito à matéria de fato, e não à matéria de direito. 
Significa dizer que os fatos narrados pelo impetrante deverão ter a sua 
liquidez e certeza comprovadas desde a impetração do mandado, haja 
vista que nessa ação, de rito sumário, as provas são pré-constituídas, não 
havendo espaço para dilação probatória no seu rito processual. 
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Enfim, a complexidade do direito não impede a impetração do 
mandado de segurança (desde que, evidentemente, os fatos narrados 
na inicial estejam devidamente comprovados). Por mais complexo e 
controvertido que seja o direito, poderá ele ser discutido na via do 
mandado de segurança. 
187) (ESAF/PFN/2004) A entidade de classe tem legitimação para o 
mandado de segurança, ainda quando a pretensão veiculada 
interesse apenas a uma parte da respectiva categoria. 
Item certo. 
As entidades do inciso LXX do art. 5º da Constituição – organização 
sindical, entidade de classe e associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano – podem ajuizar mandado de 
segurança coletivo em defesa de interesses dos seus membros ou filiados 
(CF, art. 5º, LXX). 
Não se exige que o direito defendido no mandado de segurança 
coletivo pertença a toda a classe. Por exemplo: o sindicado dos 
Auditores-Fiscais da Receita Federal, que congrega servidores ativos e 
inativos, poderá impetrar mandado de segurança coletivo em defesa de 
direito exclusivo dos inativos, ou exclusivo dos ativos, ou exclusivo dos 
servidores que ingressaram no último concurso – e assim por diante. 
Este o enunciado da Súmula 630 do STF: “A entidade de classe tem 
legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão 
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.” 
Observe ainda a positivação desse entendimento da nova lei do 
mandado de segurança (Lei 12.016/09): 
“Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por 
partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa 
de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade 
partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou 
associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 
1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de 
parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e 
desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, 
autorização especial.” 
É como já foi comentado. A nova lei se prestou a positivar vários 
aspectos já pacificados na doutrina sobre o mandado de segurança. 
188) (ESAF/PFN/2004) A entidade de classe precisa da autorização 
expressa dos associados para impetrar mandado de segurança 
coletivo em favor dos associados. 
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Item errado. 
Segundo a jurisprudência do STF, a entidade de classe não precisa de 
autorização dos associados para a impetração de mandado de 
segurança coletivo. 
Este o enunciado da Súmula 629 do STF: “A impetração de mandado de 
segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados 
independe da autorização destes.” 
Agora, observe o mesmo art. 21 da Lei 12.016/09, já apresentado: 
“Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por 
partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa 
de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade 
partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou 
associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 
1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de 
parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e 
desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, 
autorização especial.” 
Trata-se de hipótese de substituição processual em que, segundo o STF, é 
dispensada a autorização expressa e específica dos associados, 
bastando para a impetração as autorizações genéricas constantes dos 
estatutos de constituição da entidade. 
Mas, cuidado: 
a) essa desnecessidade de autorização expressa e específica dos 
associados aplica-se à defesa do direito na via do mandado de 
segurança coletivo, em que temos a figura da substituição processual; 
b) se a associação decidir pela defesa do interesse dos associados por 
meio de outras ações judiciais ou administrativas, será necessária a 
autorização, pois nesta hipótese teremos caso de mera representação 
processual, em que é indispensável a autorização expressa dos 
associados, por determinação do art. 5º, XXI, da Constituição (art. 5º, XXI: 
“as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm 
legitimidade para representar seus filiados judicial ou 
extrajudicialmente”). 
189) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É admissível o mandado de 
injunção perante o Supremo Tribunal Federal mesmo naquelas 
hipóteses em que, impetrado por organização sindical, estiver 
destinado a constatar a ausência de norma que inviabilize o 
exercício de direito ou liberdade constitucional de seus filiados. 
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Item certo. 
O enunciado está se referindo ao mandado de injunção coletivo. 
A Constituição prevê o mandado de segurança individual (art. 5º, LXIX) e 
o mandado de segurança coletivo (art. 5º, LXX). 
Em relação ao mandado de injunção, a Constituição prevê 
expressamente somente o mandado de injunção individual (art. 5º, LXXI), 
nada dizendo sobre o ajuizamento de mandado de injunção coletivo. 
Porém, a jurisprudência do STF firmou-se no sentido do cabimento do 
mandado de injunção coletivo, impetrado pelas mesmas entidades 
legitimadas à impetração do mandado de segurança coletivo (art. 5º, 
LXX). 
Portanto, o inciso LXX do art. 5º que diz “o mandado de segurança 
coletivo pode ser impetrado por” deve ser lido da seguinte maneira: “o 
mandado de segurança coletivo e o mandado de injunção coletivo 
podem ser impetrados por”. 
190) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É cabível mandado de injunção 
quando a norma constitucional asseguradora de um determinado 
benefício possibilitar a sua fruição independentemente da edição 
de um ato normativo intermediário pelo Poder Legislativo. 
Item errado. 
O mandado de injunção pode ser impetrado quando o exercício de 
direito constitucional consagrado em norma de eficácia limitada estiver 
impedido por falta de norma regulamentadora (CF, art. 5º, LXXI). O 
impedimento do exercício do direito constitucional, em decorrência da 
falta da norma regulamentadora, é que viabiliza a impetração do 
mandado de injunção. 
Ora, se o direito pode ser fruído independentemente da edição de 
norma regulamentadora, por estar previsto em norma constitucional de 
eficácia plena ou contida, não há que se falar na impetração de 
mandado de injunção. 
191) (ESAF/PFN/2004) Somente agentes públicos investidos em cargos 
públicos podem responder a mandado de segurança, na 
qualidade de autoridade coatora. 
Item errado. 
O mandado de segurança pode ser impetrado contra ato de 
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público (CF, art. 5º, LXIX). 
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Portanto, agente de pessoa jurídica privada poderá responder a 
mandado de segurança como autoridade coatora, desde que em 
relação ao exercício de atribuições do Poder Público. É o caso, por 
exemplo, dos concessionários e permissionários de serviços públicos, que 
respondem em mandado de segurança no tocante à prestação desses 
serviços públicos. 
Observe o que consigna o art. 1° da Lei 12.016/09: 
“Art. 1° - Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, 
sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física 
ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de 
autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções 
que exerça. 
§1° - Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os 
representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de 
entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou 
as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, 
somente no que disser respeito a essas atribuições.” 
Por outro lado, vale a pena lembrar: 
“§2° - Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão 
comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de 
sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público.” 
192) (ESAF/PFN/2004) O habeas corpus, jamais o mandado de 
segurança, constitui instrumento apto para se insurgir contra a 
quebra de sigilo bancário de alguém. 
Item errado. 
Em regra, o instrumento idôneo para atacar a quebra de sigilo bancário 
é o mandado de segurança. 
Entretanto, o STF admite a impetração de habeas corpus se essa medida 
implicar ofensa indireta ou reflexa ao direito de locomoção. 
Vejamos um exemplo de quebra do sigilo bancário com ofensa indireta 
ao direito de locomoção, que legitimaria a impetração de habeas 
corpus. Imagine que Tício esteja respondendo a um processo criminal por 
sonegação fiscal (crime apenado com reclusão), e que nesse processo 
seja determinada pelo magistrado competente a quebra do seu sigilo 
bancário. Se Tício entender que essa medida determinada pelo juiz foi 
arbitrária, poderá impetrar habeas corpus contra ela, por representar 
uma ofensa indireta ao seu direito de locomoção. 
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Por que, nessa hipótese, a quebra do sigilo bancário representa uma 
ofensa indireta ao direito de locomoção de Tício? 
Porque amanhã Tício poderá ser condenado à pena privativa de 
liberdade com base nas provas levantadas durante a quebra do sigilo 
bancário. Portanto, a medida representa, hoje, uma ofensa potencial ao 
seu futuro direito de locomoção. 
Nesse caso – determinação da quebra do sigilo bancário com ofensa 
indireta ao direito de locomoção -, a pessoa poderá optar pelo 
ajuizamento do mandado de segurança ou pela impetração do habeas 
corpus. Provavelmente a pessoa optará pelo habeas corpus, pois é ação 
gratuita, que independe de advogado e que tem rito sumaríssimo, com 
prioridade de julgamento sobre as demais ações nos tribunais do Poder 
Judiciário. 
E se essa quebra do sigilo bancário houvesse sido determinada pela 
autoridade fiscal, no curso de um processo administrativo tributário, Tício 
poderia impetrar habeas corpus contra ela? 
Não, não poderia. Por que não? Porque em um processo administrativo 
tributário a quebra do sigilo bancário não implica ofensa indireta ao 
direito de locomoção de Tício. Por que não? Porque em hipótese alguma 
o direito de locomoção de Tício poderia ser violado em um processo 
administrativo tributário, pois neste não há possibilidade de imposição de 
pena restritiva de liberdade. Neste caso, Tício deverá utilizar-se do 
mandado de segurança. 
Entenda bem esse tópico. Mesmo no caso em que a quebra do sigilo 
bancário implique ofensa indireta ao direito de locomoção o indivíduo 
não está obrigado a utilizar-se do habeas corpus. Poderá, querendo, 
impetrar o mandado de segurança contra a medida. A utilização do 
habeas corpus é uma opção ao indivíduo. A possibilidade de utilização 
do habeas corpus nessa situação de violação indireta do direito de 
locomoção foi desenvolvida pela jurisprudência do STF em favor do 
indivíduo, pois, conforme dito antes, o habeas corpus é remédio que traz 
vantagens ao impetrante em relação ao mandado de segurança (é 
ação gratuita, que não exige advogado e possui rito sumaríssimo, que 
tem prioridade de julgamento sobre as demais ações nos tribunais do 
Poder Judiciário). 
193) (ESAF/MPOG/APO/2000) É obrigatória a filiação a sindicato 
representativo do segmento econômico em que o trabalhador 
atua. 
Item errado. 
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Ninguém é obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato (CF, art. 
8º, V). 
194) (ESAF/MPOG/APO/2000) Em nenhuma hipótese o salário do 
trabalhador pode ser reduzido. 
Item errado. 
O princípio da irredutibilidade do salário do trabalhador não é absoluto. 
A Constituição permite que o salário do trabalhador seja reduzido 
mediante convenção ou acordo coletivo (CF, art. 7º, VI). 
195) (ESAF/AFRF/2000) É cabível o instrumento do habeas data para 
impugnar prisão tida como ilegal. 
Item errado. 
O remédio constitucional para a impugnação de prisão tida como ilegal 
não é o habeas data, mas sim o habeas corpus (CF, art. 5º, LXVIII), haja 
vista tratar-se de violação ao direito de locomoção. 
O habeas data é remédio constitucional destinado a assegurar o acesso, 
a retificação ou a complementação de informações do impetrante, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público (CF, art. 5º, LXXII). 
196) (ESAF/AFC/2000) Sendo os servidores públicos também 
destinatários dos direitos sociais, a eles também devem ser 
estendidos os direitos decorrentes de convenções e acordos 
coletivos do trabalho da categoria a que pertencem. 
Item errado. 
Os servidores públicos também são destinatários dos direitos sociais, 
sendo a eles estendidos os seguintes direitos (CF, art. 39, § 3º): salário 
mínimo; garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que 
percebem remuneração variável; décimo terceiro salário; remuneração 
superior do trabalho noturno; salário-família; limites da jornada normal de 
trabalho; repouso semanal remunerado; remuneração do serviço 
extraordinário superior em, pelo menos, 50% da hora normal; férias 
anuais; licença à gestante; licença-paternidade; proteção do mercado 
de trabalho da mulher; redução dos riscos inerentes ao trabalho e 
proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critérios 
de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. 
Porém, o direito social ao reconhecimento das convenções e acordos 
coletivos (CF, art. 7º, XXVI) não foi outorgado aos servidores públicos. 
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197) (ESAF/AFC/2000) A Constituição proclama o princípio da 
irredutibilidade do salário, mas o salário pode ser reduzido, por 
força de acordo ou de convenção coletiva do trabalho. 
Item certo. 
O princípio da irredutibilidade salarial do trabalhador não é absoluto. A 
Constituição permite que o salário do trabalhador seja reduzido por meio 
de convenção ou acordo coletivo (CF, art. 7º, VI). 
198) (ESAF/AFC/2000) Todo trabalhador faz jus a repouso aos domingos, 
mas esse repouso não é remunerado. 
Item errado. 
O trabalhador faz jus a repouso semanal remunerado, preferencialmente 
aos domingos (CF, art. 7º, XV). Enfim, orepouso é remunerado, mas não é 
necessariamente aos domingos. 
199) (ESAF/AFC/2000) Os trabalhadores domésticos estão excluídos do 
gozo de direitos sociais. 
Item errado. 
Os trabalhadores domésticos não dispõem de todos os direitos sociais 
destinados aos trabalhadores em geral, mas não se pode dizer que eles 
foram excluídos do gozo de direitos sociais. 
Com efeito, foram estendidos aos domésticos alguns direitos sociais, 
previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV do art. 7º da 
Constituição, bem assim a sua integração à previdência social (CF, art. 
7º, parágrafo único). 
200) (ESAF/AFC/2000) No direito constitucional brasileiro, a 
nacionalidade tem o mesmo sentido de cidadania. 
Item errado. 
A nacionalidade é um vínculo jurídico-político de direito público interno, 
que faz da pessoa um dos elementos componentes do Estado. No Brasil, 
são nacionais aqueles que a Constituição define como tais (CF, art. 12, I 
e II). 
O conceito de cidadania é restrito, alcançando somente aqueles – 
brasileiros natos e naturalizados e portugueses equiparados - no gozo dos 
direitos políticos, aptos para votar. 
Assim, um brasileiro nato pode não ser cidadão (por exemplo: é brasileiro 
nato, mas não se alistou como eleitor). 
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201) (ESAF/AFC/2000) A lei pode estabelecer diferenças de direitos 
entre brasileiros natos e brasileiros naturalizados, sempre que isso 
seja comprovadamente relevante para a segurança nacional. 
Item errado. 
A Constituição Federal estabelece alguns tratamentos diferenciados 
entre brasileiro nato e brasileiro naturalizado (art. 5º, LI; art. 12, § 3º; art. 89, 
VII; art. 222). 
Esses casos constitucionais são taxativos, isto é, a lei não poderá 
estabelecer outras distinções entre brasileiros natos e naturalizados (CF, 
art. 12, § 1º). 
202) (ESAF/AFC/2000) A Constituição não veda que um brasileiro nato 
seja também nacional de outro país estrangeiro. 
Item certo. 
Em duas situações especiais a Constituição permite que o brasileiro 
permaneça com a nacionalidade brasileira mesmo quando adquirir 
outra nacionalidade (CF, art. 12, § 4º, II). 
Com efeito, será declarada a perda da nacionalidade brasileira do 
brasileiro que adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro 
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em 
seu território ou para o exercício de direitos civis. 
Anote-se que nesses casos o brasileiro permanece com a nacionalidade 
brasileira, mesmo tendo adquirido outra nacionalidade (trata-se de casos 
em que a aquisição da outra nacionalidade não decorre de ato de 
vontade do brasileiro, mas sim de previsão na lei estrangeira). 
203) (ESAF/AFC/2000) De acordo com o sistema constitucional em vigor, 
os nacionais de países integrantes do MERCOSUL gozam dos 
mesmos direitos, no Brasil, do brasileiro naturalizado. 
Item errado. 
A Constituição não prevê nenhuma prerrogativa relativa à 
nacionalidade aos nacionais dos países integrantes do MERCOSUL. 
A única equiparação prevista na Constituição Federal diz respeito aos 
portugueses com residência permanente no País, que gozarão dos 
direitos inerentes ao brasileiro naturalizado, desde que em Portugal haja 
reciprocidade em favor dos brasileiros (CF, art. 12, § 1º). 
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204) (ESAF/AFC/2000) Todos os nascidos no território brasileiro, depois da 
Constituição Federal de 1988, são considerados brasileiros natos. 
Item errado. 
Há um caso excepcional em que os nascidos no território brasileiro não 
são considerados brasileiros natos: os filhos de estrangeiros nascidos no 
Brasil não são brasileiros natos se os pais estiverem a serviço de seu país 
(CF, art. 12, I, a). 
205) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O cargo de Ministro da Justiça é 
privativo de brasileiro nato. 
Item errado. 
Os cargos privativos de brasileiro nato estão taxativamente enumerados 
no art. 12, § 3º, da Constituição Federal, e são os seguintes: de Presidente 
e Vice-Presidente da República; de Presidente da Câmara dos 
Deputados; de Presidente do Senado Federal; de Ministro do Supremo 
Tribunal Federal; da carreira diplomática; de oficial das Forças Armadas; 
de Ministro de Estado da Defesa. 
É importante destacar que a reserva de cargos a brasileiro nato é 
matéria constitucional, vale dizer, a lei não poderá estabelecer outros 
cargos privativos de brasileiros natos além desses enumerados na 
Constituição (CF, art. 12, § 2º). 
206) (ESAF/PFN/2004) Somente cabe a ação popular quando 
comprovado de plano o grave prejuízo financeiro acarretado ao 
erário pela conduta do administrador-réu. 
Item errado. 
Segundo a jurisprudência do STF, a ação popular só possui um requisito: a 
ilegalidade ou imoralidade do ato. 
Significa dizer que para o cidadão propor uma ação popular não se 
exige a comprovação da ocorrência de efetivo dano material causado 
pelo ato atacado. Exemplo: um ato que desrespeita a moralidade 
administrativa pode ser atacado pelo cidadão na via da ação popular, 
ainda que não comprovada a ocorrência de efetivo dano material 
decorrente desse ato imoral. 
207) (ESAF/MPOG/GESTOR/2000) Todo brasileiro é parte legítima para 
propor ação popular contra ato de administrador público lesivo ao 
patrimônio público. 
Item errado. 
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Não é qualquer brasileiro, qualquer um do povo, qualquer indivíduo que 
pode propor ação popular. Só o cidadão pode propor ação popular 
(CF, art. 5º, LXXIII). 
Considera-se cidadão o brasileiro ou equiparado a brasileiro no gozo da 
capacidade eleitoral ativa, isto é, apto para votar. 
Significa dizer que não podem propor ação popular, dentre outros: o 
Ministério Público; as pessoas jurídicas; os inalistáveis (os menores de 
dezesseis anos, os estrangeiros e os conscritos, durante o período do 
serviço militar obrigatório) e os inalistados (indivíduos que poderiam ter se 
alistado, mas não o fizeram). 
Vale lembrar que há uma hipótese em que, em tese, o estrangeiro 
poderá propor ação popular: o português equiparado a brasileiro 
naturalizado, na forma do art. 12, § 1º, da Constituição. 
208) (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) Havendo reciprocidade, 
um português poderia ser oficial das Forças Armadas brasileira. 
Item errado. 
Os cargos de oficial das Forças Armadas são privativos de brasileiro nato 
(CF, art. 12, § 3º, VI) e o português equiparado tem direitos de brasileiro 
naturalizado. 
209) (ESAF/AFRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2005) Nos termos da 
Constituição Federal, toda desapropriação por necessidade ou 
utilidade pública, ou por interesse social, dar-se-á mediante justa e 
prévia indenização em dinheiro. 
Item errado. 
Estabelece a Constituição que a lei estabelecerá o procedimento para 
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse 
social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os 
casos previstos nesta Constituição (art. 5º, XXIV). 
Já comentamos em quais casos a Constituição estabelece exceções a 
essa regra. 
Assim, a própria Constituição estabelece hipóteses de desapropriação 
com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão 
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de 
até dez anos (art. 182, § 4º, III), bem assim mediante prévia e justa 
indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação 
do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos (art. 184). 
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Vale lembrar, ainda, que a Constituição prevê uma hipótese de 
expropriação confiscatória, sem nenhum pagamento, na hipótese de 
glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais 
de plantas psicotrópicas (art. 243). 
210) (ESAF/AFC/CGU/2003) Embora qualquer pessoa tenha legitimidade 
ativa para propor habeas corpus, a seu favor ou de terceiro, 
independentemente de sua capacidade civil e política, segundo a 
jurisprudência dos Tribunais, essa legitimidade ativa não se estende 
ao menor de dezoito anos, em razão dos requisitos essenciais para 
a validade dos atos judiciais. 
Item errado. 
O habeas corpus é ação de legitimação universal, vale dizer, qualquer 
pessoa pode impetrar habeas corpus, independentemente de 
capacidade civil ou política. Assim, o menor de idade, o absolutamente 
incapaz, o indivíduo que está com os seus direitos políticos suspensos etc. 
poderá impetrar habeas corpus – gratuitamente, e sem necessidade de 
advogado. 
211) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a jurisprudência do STF, havendo 
mais de um sindicato constituído na mesma base territorial, a 
sobreposição deve ser resolvida com base no princípio da 
anterioridade, cabendo a representação da classe trabalhadora à 
organização que primeiro efetuou o registro sindical. 
Item certo. 
Ao enumerar os direitos fundamentais sociais, a Constituição estabelece 
o princípio da unicidade sindical, que proíbe a criação de mais de uma 
organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria 
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida 
pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser 
inferior à área de um Município (art. 8º, II). 
Muito se discutiu sobre o critério para resolver o conflito de 
representação, no caso da criação indevida de mais de uma entidade 
sindical na mesma base territorial. Havendo mais de um sindicato, a qual 
deles caberia a representação? Àquele que tivesse o maior número de 
sindicalizados? Ou àquele que houvesse obtido o registro sindical 
perante o órgão competente em primeiro lugar? 
O STF firmou entendimento de que o conflito será resolvido com base no 
princípio da anterioridade sindical, isto é, a representação da categoria 
caberá à entidade que obteve o registro sindical em primeiro lugar, 
independentemente do número de sindicalizados. 
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212) (ESAF/AFC/CGU/2003) A decretação de greve por questões 
salariais, fora da época de dissídio coletivo, não encontra respaldo 
no direito de greve definido no texto constitucional. 
Item errado. 
A Constituição Federal de 1988 não condiciona o exercício do direito de 
greve do trabalhador à coincidência com o período de dissídio coletivo 
(o dissídio coletivo é instaurado perante a Justiça do Trabalho quando, 
durante a data-base da categoria, as partes – sindicato de 
trabalhadores e sindicato dos empregadores - não conseguem chegar a 
um acordo nas negociações coletivas). 
A Constituição apenas assegura o direito de greve, competindo aos 
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os 
interesses que devam por meio dele defender (art. 9º). 
Como se vê, cabe aos trabalhadores decidir sobre o momento de 
exercer o direito de greve. 
A Constituição permite o direito de greve nas atividades essenciais, mas, 
nesse caso, deve a lei dispor sobre o atendimento das necessidades 
inadiáveis da comunidade (CF, art. 9º, § 1º). 
O direito de greve do trabalhador não é absoluto, haja vista que os 
abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei (CF, art. 9º, § 
2º). 
Cuidado! O direito de greve do trabalhador (CF, art. 9º) não pode ser 
confundido com o direito de greve do servidor público civil (CF, art. 37, 
VII). 
O direito de greve do trabalhador (art. 9º) é hoje norma constitucional de 
eficácia plena, devidamente regulamentada pela Lei nº 7.783/1989. 
Logo, os trabalhadores podem atualmente exercer esse direito. 
O direito de greve do servidor público civil (art. 37, VII) é norma 
constitucional de eficácia limitada, dependente de regulamentação por 
lei ordinária específica. 
Como vocês sabem, até hoje inexiste a lei ordinária específica. Assim, 
como já comentado, o STF recentemente decidiu que a legislação 
privada aplica-se aos servidores públicos civis, até que seja editada a 
referida norma. 
213) (ESAF/AFT/2003) Segundo a jurisprudência do STF, a contribuição 
confederativa, como instrumento essencial para a manutenção do 
sistema de representação sindical, um direito coletivo dos 
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trabalhadores, é compulsória para os integrantes de uma 
categoria patronal ou laboral, sindicalizados ou não. 
Item errado. 
Determina a Constituição que a assembléia geral fixará a contribuição 
que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, 
para custeio do sistema confederativo da representação sindical 
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei (art. 8º, 
IV). 
Veja que esse dispositivo constitucional prevê a existência de duas 
diferentes contribuições: uma fixada pela assembléia geral (contribuição 
confederativa) e outra fixada em lei (contribuição sindical). 
A tabela abaixo apresenta, sucintamente, as diferenças entre essas 
contribuições: 
 
CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL 
Fixada pela assembléia geral Fixada em lei 
Não é tributo É tributo 
Devida somente pelos 
trabalhadores sindicalizados 
Devida por todos os trabalhadores, 
sindicalizados ou não 
Como se vê, o enunciado está errado porque ele se refere à 
contribuição confederativa, que só é devida pelos trabalhadores 
sindicalizados. 
214) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) A gravação de conversa telefônica 
pode ser autorizada por autoridade judicial, para fins de instrução 
de processo administrativo disciplinar. 
Item errado. 
A Constituição Federal só permite a gravação de conversa telefônica no 
âmbito penal, para fins de investigação criminal ou instrução processual 
penal (art. 5º, XII). Em hipótese alguma poderá ser autorizada a 
interceptação telefônica em processos administrativos ou de natureza 
cível. 
Por outro lado, as informações colhidas em uma escuta autorizada 
judicialmente no âmbito de um processo criminal poderão ser utilizadas 
em um processo administrativo disciplinar. 
215) (ESAF/TFC/CGU/2008) Assinale a opção correta. São privativos de 
brasileiro nato os cargos, exceto: 
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a) de Presidente e Vice-Presidente da República. 
b) de Ministro do Supremo Tribunal Federal. 
c) de Deputados e Senadores. 
d) de Oficial das Forças Armadas. 
e) da carreira diplomática. 
Gabarito: “c” 
O art. 12, §3° apresenta os cargos privativos de brasileiros natos: 
“§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas; 
VII - de Ministro de Estado da Defesa.” 
Para facilitar a sua memorização, observe que dos itens I a IV, os cargos 
listados são exatamente aqueles que substituirão o Presidente da 
República em suas ausências (art. 80). Assim, a CF/88 entendeu por bem 
não possibilitar a um brasileiro naturalizado governar o país. 
Assim, um deputado ou mesmo um senador podesim ser brasileiro 
naturalizado, desde que ele não seja presidente. Isso porque são muitos 
parlamentares e nem todos virão a se tornar presidentes da respectiva 
Casa. 
O mesmo não ocorre no STF que é composto por 11 magistrados, sendo 
que geralmente todos chegam à presidência daquela Corte. Assim, 
nesse caso, o item IV já não permite que seja ministro do Supremo um 
brasileiro naturalizado. 
216) (ESAF/MPOG/APO/2002) O indivíduo condenado por um fato que, 
quando praticado, era definido como crime, não se beneficia de 
lei posterior que descriminaliza a conduta. 
Item errado. 
Determina a Constituição que a lei penal não retroagirá, salvo para 
favorecer o réu (art. 5º, XL). 
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Portanto, a lei penal descriminadora - que deixa de tipificar a conduta 
como crime - retroagirá, pois é benéfica ao réu, mesmo sabendo que 
este já foi anteriormente condenado com base na lei anterior, então 
vigente. 
217) (ESAF/PFN/2003) Não há reparação por danos morais sem prova 
de dano à reputação do autor da demanda. 
Item errado. 
Segundo a jurisprudência do STF, a reparação por danos morais não 
exige comprovação de efetivo dano à reputação da vítima. Significa 
dizer que, por exemplo, a simples utilização indevida da imagem da 
pessoa pode ensejar a indenização por danos morais (CF, art. 5º, X), 
ainda que essa utilização não tenha causado nenhum dano à 
reputação da vítima. 
218) (ESAF/PFN/2003) A ação popular pode ser ajuizada para atacar 
ato jurisdicional. 
Item errado. 
Ato jurisdicional é o ato praticado por membro do Poder Judiciário – juiz 
ou tribunal – no desempenho da sua função típica, que é a função 
jurisdicional. Enfim, atos de natureza jurisdicional são as decisões judiciais 
proferidas pelos juízos e tribunais do Poder Judiciário nos casos 
submetidos à sua apreciação. 
Há controvérsia sobre o cabimento (ou não) de ação popular contra ato 
de natureza jurisdicional. Se a decisão de um magistrado violar um dos 
bens protegidos pela ação popular (o meio ambiente, por exemplo), 
poderá o cidadão propor uma ação popular contra esse ato do 
magistrado? 
A resposta é negativa. Segundo a jurisprudência do STF, não cabe ação 
popular contra ato de natureza jurisdicional (decisões judiciais) ou, em 
outras palavras, os atos de natureza jurisdicional são imunes à ação 
popular (não podem ser atacados na via da ação popular). 
E por que não? Porque, segundo o STF, se a decisão judicial ainda não 
transitou em julgado deverá ser atacada pelos recursos cabíveis nas leis 
processuais que regulam o respectivo processo; ou, se a decisão judicial 
já transitou em julgado, deverá ser atacada na via da ação rescisória. 
Logo, num ou noutro caso, não será cabível a propositura de ação 
popular. 
Podemos afirmar, então, que um ato praticado por um juiz jamais poderá 
ser atacado por meio de ação popular? 
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Não, não podemos afirmar isso. Os magistrados também praticam atos 
administrativos (nomeação e aplicação de penalidade a servidor, 
autorização de uma licitação pública para contratação de serviço etc.), 
e esses atos poderão ser normalmente atacados por meio de ação 
popular (somente os atos jurisdicionais não podem ser objeto de ação 
popular). 
219) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Nenhum brasileiro pode ser 
extraditado. 
Item errado. 
A Constituição não permite a extradição do brasileiro nato. Porém, é 
admitida a extradição do brasileiro naturalizado em dois casos: (a) 
prática de crime comum, antes da naturalização; e (b) comprovado 
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma 
da lei (art. 5º, LI). 
220) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A garantia do direito 
adquirido impede a alteração do regime jurídico dos servidores 
públicos por meio de lei. 
Item errado. 
Segundo a jurisprudência do STF, não há direito adquirido em face de 
mudança do regime jurídico estatutário dos servidores públicos. 
Significa dizer que o servidor público, ao tomar posse no cargo público, 
não adquire direito às vantagens então previstas no seu regime jurídico. 
O servidor não adquire direito à manutenção dessas vantagens por toda 
a sua vida funcional, até a aposentadoria. Essas vantagens poderão ser 
posteriormente suprimidas por lei e o servidor não poderá invocar direito 
adquirido em face dessas supressões. 
Veja o caso de um de nós. É um bom exemplo para entendermos essa 
orientação do STF. Quando eu, Vicente, ingressei no serviço público 
federal, em 1993, a Lei nº 8.112/90 (regime jurídico dos servidores públicos 
federais) estava com a sua redação original intacta. Naquela época, eu 
tinha direito à licença-prêmio, ao adicional de tempo de serviço, à 
incorporação da gratificação pelo desempenho de cargo em comissão 
etc. Com o tempo, todas essas vantagens foram suprimidas por lei, e eu 
não pude alegar direito adquirido diante dessas supressões. Por que não? 
Porque, segundo o STF, não há direito adquirido contra alterações do 
regime jurídico estatutário dos servidores públicos. 
221) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) O princípio constitucional 
da soberania dos veredictos do júri impede que juízes togados 
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125
julguem pedido de revisão criminal de condenação proferida em 
tribunal do júri. 
Item errado. 
Ao reconhecer à lei a competência para a instituição do júri, a 
Constituição estabelece os princípios que deverão ser seguidos pelo 
legislador na sua organização, a saber: (a) a plenitude de defesa; (b) o 
sigilo das votações; (c) a soberania dos veredictos; (d) a competência 
para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. 
Dentre esses princípios, temos a soberania dos veredictos, vale dizer, a 
decisão proferida pelo tribunal do júri ao julgar os crimes dolosos contra a 
vida é soberana. 
Porém, segundo a jurisprudência do STF, a soberania dos veredictos não 
impede a interposição de recursos perante o Poder Judiciário contra 
decisão do tribunal do júri (CF, art. 5º, XXXVIII, c). 
Portanto, é possível que tribunal do Poder Judiciário aprecie recurso 
interposto contra decisão proferida pelo tribunal do júri (o tribunal poderá 
declarar a nulidade da decisão do júri, por contrariedade às provas 
constantes dos autos, por exemplo), bem assim pedido de revisão 
criminal de condenação anteriormente imposta em tribunal do júri. 
Em relação aos outros princípios do júri, dois aspectos merecem 
destaque. 
O primeiro é que a Constituição outorgou ao júri a competência para o 
julgamento dos crimes dolosos contra a vida. O legislador ordinário 
poderia ampliar essa competência do tribunal do júri? A lei poderia 
atribuir ao júri a competência para o julgamento de outros crimes, além 
dos dolosos contra a vida? Embora não haja consenso doutrinário a 
respeito, entendemos que a orientação dominante é no sentido 
negativo, de que a lei não pode ampliar a competência do tribunal do 
júri. De qualquer forma, há posições contrárias (por exemplo, a do prof. 
Alexandre de Moraes). 
O segundo é que não é correto afirmar que todos os crimes dolosos 
contra a vida serão julgados pelo tribunal do júri. Por que não? Porque, 
segundo o STF, as autoridades que têm foro especial por prerrogativa de 
função previsto na Constituição Federal não se submetem a julgamento 
perante o tribunal do júri. Por exemplo: se o governador cometer um 
crime doloso contra a vida, será ele julgado pelo Superior Tribunal de 
Justiça – STJ, e não pelo júri; se o prefeito cometer um crime doloso 
contra vida, será ele julgado perante o Tribunal de Justiça, e não peranteo júri – e assim por diante. 
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Entretanto, o mesmo não se pode dizer do foro especial por prerrogativa 
de função previsto exclusivamente na Constituição Estadual. Nesse caso, 
segundo o STF, prevalece a competência do tribunal do júri para 
julgamento. 
Esse entendimento do STF está consolidado na Súmula nº 721 do tribunal, 
nos termos seguintes: 
“A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro 
por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela 
Constituição estadual.” 
Moral da história: na hora da prova, o segredo é você verificar se o foro 
especial da autoridade está definido na Constituição Federal ou 
exclusivamente na Constituição Estadual! Na primeira hipótese, o foro 
especial prevalecerá sobre a competência do júri popular; na segunda 
hipótese, não! 
222) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Não constitui prova ilícita a 
gravação de conversa telefônica, como meio de legítima defesa, 
feita por um dos interlocutores, sem o conhecimento do outro. 
Item certo. 
Em regra, a gravação de conversa por um dos interlocutores sem o 
conhecimento do outro é ato ilícito, por ofensa à intimidade e à vida 
privada (CF, art. 5º, X). 
Porém, a gravação constituirá prova lícita se utilizada em legítima 
defesa. Se João conversa com Pedro, e Pedro grava a conversa sem o 
conhecimento de João, a gravação constituirá prova lícita, se utilizada 
em legítima defesa de Pedro (Pedro pode estar sendo vítima de uma 
investida criminosa de João). 
223) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Durante o período de 
prisão, o condenado por sentença criminal transitada em julgado 
não sofre a suspensão dos seus direitos políticos. 
Item errado. 
O condenado criminalmente em sentença transitada em julgado sofre a 
suspensão dos seus direitos políticos, enquanto durarem os efeitos da 
condenação (CF, art. 15, III). 
224) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Atos de improbidade 
administrativa acarretam a perda dos direitos políticos. 
Item errado. 
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Os atos de atos de improbidade administrativa importarão a suspensão 
dos direitos políticos, e não a sua perda. 
É o que estabelece o art. 37, § 4º, da Constituição, segundo o qual os 
atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos 
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o 
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem 
prejuízo da ação penal cabível. 
225) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Somente brasileiros podem 
titularizar cargos públicos. 
Item errado. 
Determina a Constituição que os cargos, empregos e funções públicas 
são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos 
em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei (art. 37, I). 
Portanto, os estrangeiros podem titularizar cargos públicos, na forma da 
lei. Esse dispositivo constitucional, em relação aos estrangeiros, é de 
eficácia limitada, vale dizer, dependente de lei regulamentadora para a 
produção dos seus efeitos essenciais. Assim, ao contrário dos brasileiros, 
os estrangeiros só podem ter acesso a cargo, emprego ou função 
pública quando houver autorização em lei. 
Vale lembrar, ainda, que a lei não poderá autorizar os estrangeiros a ter 
acesso aos cargos públicos privativos de brasileiros natos (art. 12, § 3º). 
226) (ESAF/AFRE/MG/2005) O mandado de segurança, o habeas 
corpus e o mandado de injunção são instrumentos processuais que 
compõem o grupo das garantias constitucionais. 
Item certo. 
O mandado de segurança, o habeas corpus, o mandado de injunção, a 
ação popular e o habeas data são as garantias constitucionais 
denominadas remédios constitucionais, em proteção aos direitos 
fundamentais consagrados na Constituição. 
227) (ESAF/AFRE/MG/2005) O princípio da separação dos poderes 
impede que o juiz invoque o princípio da proporcionalidade ou da 
razoabilidade como fundamento para a declaração de 
inconstitucionalidade de uma lei. 
Item errado. 
O princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade - que tem sua 
sede material no postulado do devido processo legal em sua acepção 
substantiva, previsto no art. 5º, LIV, da Constituição – é reiteradamente 
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invocado pelo Poder Judiciário para a declaração da 
inconstitucionalidade das leis restritivas de direito, quando essas impõem 
uma restrição desarrazoada, irrazoada ou desproporcional. 
Vimos que o princípio da razoabilidade ou da proporcionalidade exige 
das leis restritivas de direito o cumprimento de três requisitos: 
a) necessidade; 
b) adequação; e 
c) medida certa da restrição imposta (proporcionalidade estrita). 
Caso a lei restritiva de direito ofenda a um desses requisitos, será uma lei 
desarrazoada, irrazoada ou desproporcional e, como tal, deverá ser 
declarada inconstitucional pelo Poder Judiciário. 
Ufa! Foram muitas questões sobre direitos e garantias fundamentais, não? 
Acreditamos que com essa quantidade de questões e os respectivos 
comentários, você pôde reforçar seus conhecimentos sobre os principais 
aspectos (constitucionais, legais, doutrinários e jurisprudenciais) dessa 
matéria. 
Nos vemos na próxima aula. 
Um grande abraço e bons estudos! 
Vicente Paulo e Fred Dias 
 
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RELAÇÃO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA 
1) (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) As opções desta questão contêm 
fundamentos e objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil, nos termos da Constituição Federal de 1988. Assinale a 
opção que contempla apenas fundamentos. 
a) Soberania, solidariedade, valor social do trabalho. 
b) Cidadania, justiça, dignidade da pessoa humana. 
c) Cidadania, soberania, valor social da livre iniciativa. 
d) Liberdade, justiça, pluralismo político. 
e) Garantia do desenvolvimento nacional, solidariedade, dignidade 
da pessoa humana. 
2) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Construir uma sociedade 
livre, justa e solidária é um dos fundamentos da República 
Federativa do Brasil. 
3) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Promover o bem de 
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação é princípio que rege a 
República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais. 
4) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) A cooperação entre os 
povos para o progresso da humanidade constitui objetivo 
fundamental da República Federativa do Brasil. 
5) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) O repúdio ao terrorismo e 
ao racismo é princípio que rege a República Federativa do Brasil 
nas suas relações internacionais. 
6) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) A República Federativa 
do Brasil buscará a integração econômica, geográfica, política e 
educacional dos povos da América Latina. 
7) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Pessoas jurídicas 
de direito público podem ser titulares de direitos fundamentais. 
8) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) A 
Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de 
direitos e garantias fundamentais: direitos e garantias individuais e 
coletivos; direitos sociais; direitos de nacionalidade; direitos 
políticos; e direitos relativos à existência e funcionamento dos 
partidos políticos. 
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9) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) A Constituição trouxe, entre os direitos 
e garantias fundamentais, o direito ao contraditório e à ampla 
defesa. Esse direito, nos termos da Constituição, é destinado 
somente àqueles litigantes que demandem em processos: 
a) judiciais criminais e nos processos administrativos disciplinares. 
b) judiciais de natureza criminal. 
c) judiciais de natureza cível. 
d) judiciais e administrativos. 
e) judiciais criminais e cíveis. 
10) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) É livre a expressão da atividade 
intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença, assim como a 
manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. 
11) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) São invioláveis a intimidade, a vida 
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito de 
resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano 
material, moral ou à imagem decorrente de sua violação. 
12) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Os direitos 
fundamentais, na ordem constitucional brasileira, não podem ter 
por sujeitos passivos pessoas físicas. 
13) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) É inviolável a liberdade de consciência 
e de crença, assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e 
garantida de forma absoluta a proteção aos locais de culto e a 
suas liturgias. 
14) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) Os direitos fundamentais 
são garantidos aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país. 
Os demais estrangeiros não podem invocar direitos fundamentais 
no Brasil. 
15) (ESAF/AFRE/MG/2005) A Constituição enumera, de forma taxativa, 
no seu Título sobre Direitos e Garantias Fundamentais, os direitos 
individuais reconhecidos como fundamentais pela nossa ordem 
jurídica. 
16) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) Poderá ser privado de direitos quem 
invocar motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou 
política para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e 
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. 
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17) (ESAF/EPPGG/MPOG/2009) As associações só poderão ser 
compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial transitada em 
julgado. 
18) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) O habeas data, 
que serve de garantia ao direito de acesso a informações, é 
prerrogativa das pessoas físicas e não jurídicas, sendo de 
competência, a depender da entidade governamental violadora, 
do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça. 
19) (ESAF/APOFP/SEFAZ/SP/2009) Considere os fatos hipotéticos 
relatados a seguir e assinale a opção correta frente às normas 
constitucionais vigentes. 
Juiz de direito determinou a expedição de mandado de busca e 
apreensão de um automóvel de propriedade de pessoa tida como 
devedora do Estado de São Paulo. Os agentes executores do 
mandado tiveram dificuldade para localizar o endereço do 
executado, que era muito distante do fórum, e lá chegaram apenas à 
noite. Conversaram com o morador, mas ele não entregou o 
automóvel e nem autorizou a entrada dos agentes. Os agentes 
perceberam que o automóvel se encontrava na garagem anexa à 
casa, arrombaram a garagem, apreenderam o automóvel e o 
levaram ao fórum para posterior avaliação. O juiz era competente e 
os agentes executores do mandado estavam investidos na função 
que exerciam. 
a) Os executores do mandado agiram ilegalmente, porque ninguém 
pode entrar na casa sem consentimento do morador, salvo em caso 
de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o 
dia, por determinação judicial, e a garagem está compreendida no 
conceito de casa e, em razão da ilegalidade, geraram, para o Estado 
de São Paulo, o dever de indenizar o morador. 
b) Os executores do mandado agiram ilegalmente, porque o valor do 
automóvel era muito superior ao valor da dívida fiscal. 
c) Os executores do mandado agiram legalmente, porque embora 
ninguém possa entrar na casa sem consentimento do morador, salvo 
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, 
durante o dia, por determinação judicial, a garagem não possui 
nenhuma proteção contra a execução de mandados judiciais. 
d) Os agentes executores do mandado agiram legalmente, porque 
estavam cumprindo determinação judicial. 
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e) Os executores do mandado agiram legalmente, porque após 
arrombarem a garagem constataram que o automóvel se 
encontrava aberto e com a chave na ignição e por isso não foi 
necessário arrombá-lo para que o mandado fosse efetivamente 
cumprido. 
20) (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) Assinale a opção correta relativa 
ao tratamento dado pela jurisprudência que atualmente 
prevalece no Supremo Tribunal Federal, ao interpretar a 
Constituição Federal, relativa aos tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo Brasil. 
a) Incorporam-se à Constituição Federal, porque os direitos e 
garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes 
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
b) Incorporam-se ao ordenamento jurídico como lei ordinária federal 
porque a Constituição confere ao Supremo Tribunal Federal, 
competência para julgar, mediante recurso extraordinário, as causas 
decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida 
declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal. 
c) Os que tiveram ato de ratificação antes da vigência da Emenda 
Constitucional n. 45, de 2004, são equivalentes às emendas 
constitucionais em razão dos princípios da recepção e da 
continuidade do ordenamento jurídico. 
d) A legislação infraconstitucional anterior ou posterior ao ato de 
ratificação que com eles seja conflitante é inaplicável, tendo em vista 
o status normativo supralegal dos tratados internacionais sobre direitos 
humanos subscritos pelo Brasil. 
e) Os que tiveram ato de ratificação depois da vigência da Emenda 
Constitucional n. 45, de 2004, independentemente do quorum, são 
equivalentes às emendas constitucionais em razão do princípio da 
prevalência dos direitos humanos. 
21) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) O civilmente 
identificado pode ser submetido à identificação criminal, nos 
termos da lei. 
22) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Será admitida ação 
privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no 
prazo legal. 
23) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) O Brasil admite a prisão 
civil por dívida. 
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24) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) A lei não poderá 
restringir a publicidade dos atos processuais. 
25) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) O Brasil admite a pena 
de morte. 
26) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Todos podem reunir-se 
pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, 
entretanto, exige-se prévio aviso à autoridade competente. 
27) (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) A mera instauração de inquérito, 
ainda quando evidente a atipicidade da conduta, não constitui 
meio hábil a impor violação aos direitos fundamentais, em especial 
ao princípio da dignidade humana. 
28) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Inviolável o sigilo da 
correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e 
das comunicações telefônicas, salvo o sigilo da correspondência, 
por ordem judicial. 
29) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) A casa é asilo inviolável 
do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento 
do morador, salvo, por determinação judicial após as 18 horas e 
durante o dia para prestarsocorro, em caso de flagrante delito ou 
desastre. 
30) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Exige-se o trânsito em 
julgado da decisão judicial para que as associações tenham suas 
atividades suspensas. 
31) (ESAF/TFC/CGU/2008) Assinale a opção que indica um dos 
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. 
a) Valorizar a cidadania. 
b) Valorizar a dignidade da pessoa humana. 
c) Observar os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 
d) Constituir uma sociedade livre, justa e solidária. 
e) Garantir a soberania. 
32) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Os tratados e 
convenções internacionais sobre direitos fundamentais que forem 
aprovados, no Congresso Nacional, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. 
33) (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) Ninguém é obrigado a cumprir 
ordem ilegal, ou a ela se submeter, por isso que é dever de 
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cidadania opor-se à ordem ilegal, ainda que emanada de 
autoridade judicial; caso contrário, nega-se o Estado de Direito. 
34) (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) A prova ilícita pode prevalecer em 
nome do princípio da proporcionalidade, do interesse público na 
eficácia da repressão penal em geral ou, em particular, na de 
determinados crimes; a dignidade humana não serve de 
salvaguarda à proscrição da prova ilícita. 
35) (ESAF/AFC/CGU/2008) A República Federativa do Brasil possui 
fundamentos e as relações internacionais do País devem ser 
regidas por princípios. Assinale a única opção que contempla um 
fundamento da República e um princípio que deve reger as 
relações internacionais do Brasil. 
a) Soberania e dignidade da pessoa humana. 
b) Prevalência dos direitos humanos e independência nacional. 
c) Cidadania e valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 
d) Pluralismo político e repúdio ao terrorismo e ao racismo. 
e) Defesa da paz e solução pacífica dos conflitos. 
36) (ESAF/APO/MPOG/2008) A Constituição acolhe uma sociedade 
conflitiva, de interesses contraditórios e antagônicos, na qual as 
opiniões não ortodoxas podem ser publicamente sustentadas, o 
que conduz à poliarquia, um regime onde a dispersão do Poder 
numa multiplicidade de grupos é tal que o sistema político não 
pode funcionar senão por uma negociação constante entre os 
líderes desses grupos (SILVA, José Afonso da. Curso de Direito 
Constitucional Positivo, 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2005, pp. 143-
145, com adaptações). Assinale a opção que indica com exatidão 
o fundamento do Estado brasileiro expressamente previsto na 
Constituição, a que faz menção o texto transcrito. 
a) Soberania. 
b) Pluralismo político. 
c) Dignidade da pessoa humana. 
d) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 
e) Cidadania. 
37) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) 
Assinale a opção que indica um dos objetivos fundamentais da 
República Federativa do Brasil expressamente previsto na 
Constituição Federal que confere amparo constitucional a 
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importantes programas do governo federal que se concretizam por 
meio da política nacional de assistência social integrando as 
esferas federal, estadual e municipal. 
a) Garantir a prevalência dos valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa. 
b) Promover o desenvolvimento internacional. 
c) Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais. 
d) Erradicar o terrorismo e o racismo. 
e) Promover a cooperação entre os povos para o progresso da 
humanidade. 
38) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) A 
casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, salvo por determinação 
judicial, ou, durante o dia, em caso de flagrante delito ou desastre, 
ou para prestar socorro. 
39) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) 
Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de 
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, inclusive 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e 
do Estado. 
40) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) 
Constituem crimes inafiançáveis e imprescritíveis a prática da 
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo 
e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se 
omitirem. 
41) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) A lei 
considerará crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a 
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado democrático. 
42) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) Os 
tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. 
43) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A República Federativa do Brasil não 
tem como um dos seus fundamentos 
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136
a) a soberania. 
b) a cidadania. 
c) o monismo político. 
d) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 
e) a dignidade da pessoa humana. 
44) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Os sigilos de 
correspondência e das comunicações telegráficas poderão ser 
restringidos nas hipóteses de decretação de estado de defesa e 
de sítio, desde que se observe a devida reserva de jurisdição. 
45) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) O Brasil é regido, 
nas suas relações internacionais, pelo princípio da prevalência dos 
direitos humanos, por isso, o exercício concreto de direitos 
fundamentais pode servir para eximir o cumprimento de um dever 
ou obrigação nascida ou em decorrência de normas 
constitucionalmente inseridas no sistema jurídico. 
46) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) A quebra de sigilo bancário de 
indivíduo que é objeto de investigações por crime pode ser 
determinada diretamente pela autoridade policial, no inquérito 
policial, ou pela autoridade judicial, depois de proposta a ação 
penal. 
47) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) O direito de petição garante a todo 
indivíduo, independentemente de ser advogado, a defesa, por si 
mesmo, de qualquer interesse seu em juízo. 
48) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) Por ser a liberdade de expressão livre 
de censura, pacificou-se o entendimento de que não se pode 
punir a opinião divulgada que seja agressiva à honra de terceiros. 
49) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) Para a reparação do dano moral por 
ofensa à intimidade e à privacidade exige-se a ocorrência de 
ofensa à reputação do indivíduo. 
50) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) A casa é o asilo inviolável do 
indivíduo, não se podendo em nenhum caso nela penetrar, 
durante a noite, sem o consentimento do proprietário, nem mesmo 
com mandado judicial. 
51) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) A sala alugada, mas não aberta ao 
público, em que o indivíduo exerce a sua profissão, mesmo que ali 
não resida, recebe a proteção do direito constitucional da 
inviolabilidade de domicílio. 
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52) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) Uma lei nova, desde que seja de 
ordem pública, pode incidir sobre prestações futuras de um 
contrato preexistente, admitindo-se, portanto, que assuma caráter 
retroativo. 
53) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) A garantia constitucional da 
irretroatividadeda lei não é invocável pela entidade estatal que a 
tenha editado. 
54) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) Sempre que um grupo de indivíduos 
sofre uma mesma lesão a direito individual pode buscar reparação 
por meio de mandado de segurança coletivo por ele mesmo 
impetrado. 
55) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) É necessariamente nulo todo o 
processo em que se descobre uma prova ilícita. 
56) (ESAF/ANALISTA/ANEEL/2006) É válida a prova de um crime 
descoberta acidentalmente durante a escuta telefônica 
autorizada judicialmente para apuração de crime diverso. 
57) (ESAF/AFC/CGU/2006) A Constituição Federal reconhece a 
instituição do júri, assegurado-lhe a irrecorribilidade dos seus 
veredictos. 
58) (ESAF/AFC/CGU/2006) O exercício do direito de petição aos 
Poderes Públicos, independentemente de taxas, para defesa de 
direitos, depende, nos termos constitucionais, de disciplina legal. 
59) (ESAF/ADVOGADO/IRB RESSEGUROS/2006) Na vigência do estado 
de sítio, poderá haver restrição da liberdade de reunião, não 
sendo admitida a suspensão desse direito, uma vez que ele tem 
proteção constitucional até mesmo contra alterações pelo poder 
constituinte derivado. 
60) (ESAF/ADVOGADO/IRB RESSEGUROS/2006) A liberdade de 
manifestação do pensamento, nos termos em que foi definida no 
texto constitucional, só sofre restrições em razão de eventual 
colisão com o direito à intimidade, vida privada, honra e imagem. 
61) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) Como regra geral, os 
direitos fundamentais somente podem ser invocados em juízo 
depois de minudenciados pelo legislador ordinário. 
62) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) Pode-se afirmar que, no 
direito brasileiro, o direito à vida e à incolumidade física são direitos 
absolutos, no sentido de que nenhum outro previsto na 
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Constituição pode sobre eles prevalecer, nem mesmo em um caso 
concreto isolado. 
63) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) O agente político do Estado 
não pode invocar o direito à privacidade, enquanto estiver no 
exercício do cargo. 
64) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) A Constituição em vigor 
expressamente admite a possibilidade de leis retroativas no 
ordenamento brasileiro. 
65) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O direito de reunião em lugares 
abertos ao público não depende de prévia autorização de 
autoridade pública. 
66) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A obrigação de reparação do dano 
decorrente da prática de um delito desaparece com a morte da 
pessoa condenada pela prática desse delito. 
67) (ESAF/AFC/STN/2005) As associações não poderão ser 
compulsoriamente dissolvidas, havendo a necessidade de decisão 
judicial, transitada em julgado, para a simples suspensão de suas 
atividades. 
68) (ESAF/AFC/STN/2005) O princípio da anterioridade nonagesimal, 
direito individual do contribuinte, não se aplica ao imposto de 
renda. 
69) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) A configuração constitucional do 
princípio do acesso à justiça, quanto aos beneficiários do direito à 
assistência jurídica integral e gratuita prestada pela Defensoria 
Pública ou por quem lhe faça as vezes, apenas obriga o Estado e 
efetuar esse serviço aos que comprovarem insuficiência de 
recursos. 
70) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É assegurada a prestação de 
assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação 
coletiva, não podendo a lei, em virtude do livre exercício dos cultos 
religiosos e da inviolabilidade da liberdade de crença, estabelecer 
restrições àquela prestação. 
71) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Os direitos e garantias 
fundamentais expressos na Constituição Federal não poderão ser 
objeto de restrição ou suspensão, salvo na vigência de estado de 
defesa ou estado de sítio. 
72) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) A reprodução em emenda 
constitucional de direito constante de tratado internacional sobre 
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direitos humanos em que a República Federativa do Brasil seja 
parte eleva esse direito no ordenamento jurídico brasileiro a status 
constitucional. 
73) (ESAF/PFN/2004) Sempre que o interesse público entra em linha de 
colisão com um interesse individual, aquele deve prevalecer. 
74) (ESAF/PFN/2004) No conflito entre princípios constitucionais, os que 
se referem a direitos fundamentais devem sempre prevalecer sobre 
os demais. 
75) (ESAF/PFN/2004) Quando dois princípios constitucionais colidem, 
um deles invariavelmente exclui o outro como inválido. 
76) (ESAF/PFN/2004) Uma lei desarrazoada pode ser, por isso, 
declarada inconstitucional. 
77) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Os direitos fundamentais, na ordem 
constitucional brasileira, não podem ter por sujeitos passivos 
pessoas físicas. 
78) (ESAF/PFN/2004) A ofensa à imagem de um indivíduo pode gerar 
pretensão de indenização por danos materiais, não, porém, de 
indenização por danos meramente morais. 
79) (ESAF/PFN/2004) O patrimônio dos indivíduos está garantido contra 
o confisco, não se admitindo a perda de bens como sanção 
criminal. 
80) (ESAF/PFN/2004) É inconstitucional a cobrança de contribuição 
previdenciária de servidores públicos já aposentados na data da 
criação da contribuição, por ofensa ao direito adquirido. 
81) (ESAF/FISCAL/PA/2002) O princípio constitucional da igualdade 
entre homens e mulheres impede que se confira qualquer direito a 
pessoas do sexo feminino que não seja extensível também às do 
sexo masculino. 
82) (ESAF/AFRF/2000) O Ministério Público pode determinar a 
interceptação das ligações telefônicas de suspeito, desde que 
haja indícios fortes da prática do delito. 
83) (ESAF/AFRF/2000) O preso não está obrigado a responder 
perguntas feitas pela autoridade policial e pela autoridade 
judiciária. 
84) (ESAF/AFRF/2000) Ninguém pode ser preso até ser considerado 
culpado em sentença transitada em julgado. 
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85) (ESAF/AFC/2000) Por força do princípio da legalidade, o particular 
pode fazer tudo o que a lei não proíbe, enquanto os poderes 
públicos somente podem fazer o que a lei autoriza. 
86) (ESAF/AFRF/2000) De acordo com o princípio da legalidade, a lei 
pode retroagir para fixar penas mais rigorosas, em casos de crimes 
hediondos. 
87) (ESAF/ADVOGADO/IRB RESSEGUROS/2006) Por ser direito 
personalíssimo, os indivíduos só têm direito a receber dos órgãos 
públicos informações de seu interesse particular. 
88) (ESAF/PFN/2006) O direito constitucional de reunião não protege 
pretensão do indivíduo de não se reunir a outros. 
89) (ESAF/PFN/2006) A vedação constitucional à pena de caráter 
perpétuo se circunscreve à esfera das reprimendas penais. 
90) (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) Segundo a Constituição 
Federal de 1988, a lei assegurará aos autores de inventos industriais 
privilégio permanente para sua utilização, bem como proteção às 
criações industriais e à propriedade das marcas. 
91) (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) A proteção da honra, 
prevista no texto constitucional brasileiro, que se materializa no 
direito a indenização por danos morais, aplica-se apenas à pessoa 
física, uma vez que a honra, como conjunto de qualidades que 
caracterizam a dignidade da pessoa, é qualidade humana. 
92) (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) A competência da União 
para legislar sobre as condições para o exercício de profissões é 
uma restrição à liberdade de ação profissional. 
93) (ESAF/APO/MPOG/2005) Nos termos da Constituição Federal, não 
há possibilidade do civilmente identificado ser obrigado a ser 
submetido à identificação criminal. 
94) (ESAF/TRT/7ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2006) Assinale a opçãocorreta. 
a) A Constituição veda todo tratamento diferenciado entre brasileiros 
que tome como critério o sexo, a etnia ou a idade dos indivíduos. 
b) O direito à incolumidade física expressa caso de direito 
fundamental absoluto. 
c) A liberdade de expressão garantida pela ordem constitucional diz 
respeito à atividade de comunicação de fatos verídicos, atuais ou 
históricos, não alcançando as opiniões em torno deles. 
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d) A publicação da fotografia de alguém, que causa 
constrangimento e aborrecimento, pode ensejar indenização por 
danos morais. 
e) É nulo o processo em que se produz prova ilícita, mesmo que nele 
haja outras provas, não decorrentes da prova ilícita, que permitam a 
formação de um juízo de convicção sobre a causa. 
95) (ESAF/TRT/7ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2006) Em que caso haverá 
invasão ilícita de domicílio: 
a) um agente público, munido de determinação judicial, força a sua 
entrada, à noite, na casa de um cidadão, para realizar uma busca e 
apreensão. 
b) um agente público ingressa na casa de um cidadão, à noite, em 
seguida a consentimento oral do morador. 
c) um transeunte, que é médico, força a entrada na casa de um 
cidadão, depois que vizinhos desse lhe narram que o morador está 
passando mal e não tem como solicitar socorro por si mesmo. 
d) um particular, para libertar pessoas seqüestradas, que se 
encontram cativas em uma residência, nela força a sua entrada, 
mesmo com a oposição do morador e sem mandado judicial. 
e) em seguida a uma enchente, que causa destruição e mortes, 
particulares ingressam, à noite, numa das casas atingidas pela 
calamidade, em busca de feridos, mesmo sem autorização judicial. 
96) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a jurisprudência do STF, não é 
permitida a regionalização de critérios de concorrência em 
concursos para acesso a cargos públicos, por ofensa ao princípio 
da universalidade que informa esse tipo de concurso. 
97) (ESAF/AFT/2003) Segundo a jurisprudência do STF, a inviolabilidade 
do sigilo das correspondências, das comunicações telegráficas e 
dos dados não é absoluta, sendo possível sua interceptação, 
sempre excepcionalmente, com fundamento em razões de 
segurança pública, de disciplina prisional ou de preservação da 
ordem jurídica, quando este direito estiver sendo exercido para 
acobertar práticas ilícitas. 
98) (ESAF/AFC/2000) Para o exercício do direito de reunião pacífica, 
sem armas e em lugar aberto ao público, não se exige prévia 
autorização da autoridade administrativa, mas se exige que a ela 
seja dirigido prévio aviso. 
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99) (ESAF/AFC/2000) Segundo o princípio do juiz natural, não se pode 
despojar alguém da sua liberdade ou da sua propriedade sem que 
se lhe assegure o direito ao contraditório. 
100) (ESAF/AFC/2000) O exercício do direito de criar associação 
depende de autorização da autoridade pública competente, nos 
termos da lei. 
101) (ESAF/AFC/STN/2000) De acordo com o direito brasileiro, as normas 
de tratados internacionais de que o Brasil faz parte têm 
prevalência sobre as leis e as emendas à Constituição. 
102) (ESAF/AFC/STN/2000) A proibição da prisão civil pelo constituinte 
não impede a prisão de quem deixa de cumprir, de modo 
voluntário e inescusavelmente, obrigação alimentícia. 
103) (ESAF/AFC/STN/2000) Por força do princípio da isonomia, toda 
norma que estabeleça tratamento jurídico diferenciado entre 
brasileiros é inconstitucional. 
104) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Segundo o 
entendimento do Supremo Tribunal Federal, não cabe a 
impetração de mandado de segurança objetivando assegurar 
direito líquido e certo à insubmissão a certa modalidade de 
tributação, na hipótese de o ato coator apontado se confundir 
com a própria adoção de medida provisória. 
105) (ESAF/ESPECIALISTA/ANA/2009) O uso de algemas só é lícito em 
casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à 
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de 
terceiros, justificada previamente a excepcionalidade por escrito. 
106) (ESAF/AFC/STN/2008) Depreende-se claramente da Constituição 
que menor de dezoito anos de idade pode ser responsabilizado 
pela prática de conduta descrita como crime. 
107) (ESAF/AFC/STN/2008) Do regime e dos princípios adotados pela 
Constituição Federal ou dos tratados internacionais em que a 
República Federativa do Brasil seja parte não podem decorrer 
quaisquer direitos e garantias que não estejam expressamente 
previstos na própria Constituição. 
108) (ESAF/AFC/STN/2008) Não será objeto de deliberação a proposta 
de emenda tendente a ampliar a aplicação das normas 
definidoras dos direitos e garantias. 
109) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) O mandado de 
injunção será concedido para proteger direito líquido e certo, não 
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amparado por habeas-corpus ou habeas-data, quando o 
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade 
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições 
do Poder Público. 
110) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) O mandado de 
injunção será concedido para anular ato lesivo ao patrimônio 
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e 
cultural. 
111) (ESAF/TFC/CGU/2008) É livre a expressão da atividade intelectual, 
artística, científica e de comunicação, independente de censura, 
observada a necessidade de licença. 
112) (ESAF/AFRF/2005) Cumpridas as demais condições de 
elegibilidade, previstas na Constituição Federal, todos os que 
tiverem feito alistamento eleitoral são elegíveis. 
113) (ESAF/GESTOR FAZENDÁRIO/MG/2005) No âmbito dos direitos 
políticos, o analfabeto pode votar, mas não pode ser eleito para 
nenhum cargo eletivo. 
114) (ESAF/TRF/2003) Basta ter nacionalidade brasileira para ter o direito 
de ser votado. 
115) (ESAF/TRF/2003) Os conscritos podem votar. 
116) (ESAF/PROCURADOR/BACEN/2001) As hipóteses de inelegibilidade 
estão dispostas taxativamente no texto constitucional. 
117) (ESAF/AFRF/2005) O alistamento eleitoral facultativo não implica 
obrigatoriedade do voto. 
118) (ESAF/TRF/2003) Um determinado cidadão brasileiro pode ter o 
direito de votar e não ter o de ser votado. 
119) (ESAF/AFRF/2005) A condenação criminal, transitada em julgado, 
de brasileiro naturalizado implica a perda dos seus direitos políticos. 
120) (ESAF/TRF/2003) O brasileiro nato sempre poderá exercer o direito 
ao sufrágio. 
121) (ESAF/AFRF/2005) Os nascidos no Brasil, ainda que de pais 
estrangeiros, serão sempre brasileiros natos, porque o Brasil adota, 
para fins de reconhecimento de nacionalidade nata, o critério do 
jus solis. 
122) (ESAF/AFRF/2005) Nos termos da Constituição Federal, o cargo de 
Ministro de Estado da Justiça é privativo de brasileiro nato. 
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123) (ESAF/TRF/2003) Todo brasileiro nato é cidadão passível de 
exercício do poder de votar e de ser votado. 
124) (ESAF/ANALISTA ADMINISTRATIVO/ANA/2009) É livre a manifestação 
de pensamento e protegido o anonimato. 
125) (ESAF/ ANALISTA ADMINISTRATIVO /ANA/2009) É assegurado o 
direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização 
por dano material, moral ou à imagem. 
126) (ESAF/ ANALISTA ADMINISTRATIVO /ANA/2009) É livre a expressão da 
atividade intelectual, artística, científica e decomunicação, 
independentemente de censura ou licença. 
127) (ESAF/TFC/CGU/2008) Todos podem reunir-se pacificamente, sem 
armas, em locais abertos ao público, desde que haja autorização 
da autoridade pública competente e que não frustrem outra 
reunião anteriormente convocada para o mesmo local. 
128) (ESAF/TFC/CGU/2008) Todos têm direito a receber dos órgãos 
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena 
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
129) (ESAF/TFC/CGU/2008) A pena será cumprida em estabelecimentos 
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do 
apenado. 
130) (ESAF/TFC/CGU/2008) Às presidiárias serão asseguradas condições 
para que possam permanecer com seus filhos durante o período 
de amamentação. 
131) (ESAF/TFC/CGU/2008) A respeito dos direitos e garantias 
fundamentais, é possível afirmar que os tratados e convenções 
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às (aos) 
a) emendas constitucionais. 
b) leis ordinárias. 
c) leis complementares. 
d) decretos legislativos. 
e) leis delegadas. 
132) (ESAF/AFC/CGU/2008) É livre a expressão da atividade intelectual, 
artística, científica e de comunicação, observados os limites 
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estabelecidos pela censura e obtenção de licença nos termos da 
lei. 
133) (ESAF/AFC/CGU/2008) São invioláveis a intimidade, a vida privada, 
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
pagamento pela utilização devidamente autorizada e o direito a 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação. 
134) (ESAF/AFC/CGU/2008) Nenhuma pena passará da pessoa do 
condenado, mas a obrigação de reparar o dano e a decretação 
do perdimento de bens vai até o limite do valor do patrimônio dos 
sucessores. 
135) (ESAF/AFC/CGU/2008) O Estado brasileiro também é regido por um 
princípio de estatura constitucional que visa a impedir que sejam 
frustrados os direitos políticos, sociais, culturais e econômicos já 
concretizados, tanto na ordem constitucional como na 
infraconstitucional, em atenção aos objetivos da República 
Federativa do Brasil, que são os de promover o bem de todos, sem 
quaisquer formas de discriminação, constituir uma sociedade livre, 
justa e solidária, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as 
desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos, sem 
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação. Assinale a opção que denomina com 
exatidão o princípio constitucional descrito. 
a) Proibição do retrocesso no domínio dos direitos fundamentais e 
sociais. 
b) Proibição de juízo ou tribunal de exceção. 
c) Proibição de privação da liberdade ou de bens patrimoniais sem o 
devido processo legal. 
d) Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na 
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos. 
e) Proibição de privação de direitos por motivo de crença religiosa ou 
de convicção filosófica ou política. 
136) (ESAF/APO/MPOG/2008) Ninguém será privado de direitos por 
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, 
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos 
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. 
Assinale a opção que indica com exatidão a objeção que 
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legitimamente pode ser oposta ao Estado para eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta. 
a) Escusa de obrigação legal. 
b) Escusa de direitos. 
c) Escusa de consciência. 
d) Escusa de prestação alternativa. 
e) Escusa de liberdade. 
137) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Conceder-se-á habeas data para 
assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante ou de interesse coletivo ou geral, constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de 
caráter público. 
138) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) O 
exercício dos direitos sociais como educação, saúde, trabalho, 
moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à 
maternidade e à infância, assistência aos desamparados, 
depende da existência de lei disciplinando cada um desses 
direitos. 
139) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) O mandado de 
injunção será concedido sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
140) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) É 
assegurada licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do 
salário, com a duração de 180 dias. 
141) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) É 
assegurada assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o 
nascimento até 24 anos de idade, em creches e, de acordo com a 
idade e a evolução pessoal, em estabelecimentos de ensino 
fundamental, de ensino médio e de ensino superior. 
142) (ESAF/Auditor do Tesouro Municipal/Prefeitura de Natal/2008) 
Proíbe-se trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 
anos e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na 
condição de aprendiz, a partir de 14 anos. 
143) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) O mandado de 
injunção será concedido para a retificação de dados, quando 
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147
não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo. 
144) (ESAF/ ANALISTA ADMINISTRATIVO /ANA/2009) É resguardado a 
todos o sigilo da fonte e assegurado o acesso à informação. 
145) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) Sobre os direitos e 
garantias fundamentais, nos termos da Constituição da República, 
é correto afirmar que, desde que previstas em lei, é permitida a 
aplicação de penas 
a) de morte, agravada no caso de guerra declarada. 
b) de trabalhos forçados. 
c) de suspensão ou interdição de direitos. 
d) de banimento. 
e) cruéis. 
146) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) O mandado de 
injunção será concedido para assegurar o conhecimento de 
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de 
caráter público. 
147) (ESAF/PROCESSO SELETIVO INTERNO - MF/2008) O direito à razoável 
duração dos processos administrativos tem expressa previsão 
constitucional, dentro dos direitos e garantias fundamentais. 
148) (ESAF/PROCESSO SELETIVO INTERNO - MF/2008) Para que 
manifestantes possam reunir-se em frente a um determinado órgão 
fazendário, devem obter prévia autorização da autoridade 
competente. 
149) (ESAF/PROCESSO SELETIVO INTERNO - MF/2008) A Constituição 
Federal assegura, de forma expressa, os direitos ao contraditório e 
à ampla defesa somente nos processos judiciais, sendo possível a 
extensão de tais direitos aos processos administrativos pela via 
interpretativa. 
150) (ESAF/PROCESSO SELETIVO INTERNO - MF/2008) Nos termos da 
Constituição Federal, diversos direitos de trabalhadores rurais e 
urbanos foram expressamente previstos como aplicáveis também 
a servidores ocupantes de cargos públicos. Entre as opções 
abaixo, assinale a que não corresponde a um de tais direitos. 
a) Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho. 
b) Garantiade salário, nunca inferior ao mínimo. 
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c) Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e 
quarenta e quatro semanais. 
d) Licença-paternidade, nos termos fixados em lei. 
e) Proteção do mercado de trabalho da mulher. 
151) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Aos litigantes são assegurados, em 
processo administrativo, o contraditório e a ampla defesa, se a 
respectiva legislação de regência assim o dispuser. 
152) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Ninguém será privado da liberdade 
ou de seus bens sem o devido processo legal. 
153) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Ninguém será processado nem 
sentenciado senão pela autoridade competente. 
154) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) São inadmissíveis, no processo, as 
provas obtidas por meios ilícitos. 
155) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A lei só poderá restringir a 
publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade 
ou o interesse social o exigirem. 
156) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) É dever da Administração Pública 
assegurar aos cidadãos o acesso às informações por ela mantidas 
mas, ao mesmo tempo, é seu dever resguardar o sigilo da fonte. 
157) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) São a todos assegurados, 
independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de 
certidões em repartições públicas para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal, coletivo ou 
geral. 
158) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Sendo os direitos 
fundamentais cláusulas pétreas, é inadmissível toda emenda à 
Constituição que sobre eles disponha. 
159) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) É 
constitucionalmente legítima a taxa judiciária calculada sem limite 
sobre o valor da causa. 
160) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) As garantias 
constitucionais da ampla defesa e do devido processo legal têm 
aplicação exclusiva nos processos administrativos ou judiciais em 
que alguém se acha na condição de acusado de infração 
administrativa ou criminal. 
161) (ESAF/AFT/2003) Aplicado o princípio da reserva legal a uma 
determinada matéria constante do texto constitucional, a sua 
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149
regulamentação só poderá ser feita por meio de lei em sentido 
formal, não sendo possível discipliná-la por meio de medida 
provisória ou lei delegada. 
162) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) O direito de livre 
locomoção pode sofrer restrição, conforme previsto na 
Constituição, por meio da chamada reserva legal qualificada. 
163) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) A nacionalidade 
brasileira é condição necessária e suficiente para que se proponha 
ação popular visando à anulação de ato lesivo ao patrimônio 
público. 
164) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O princípio 
constitucional da presunção de inocência tornou inconstitucional 
toda a prisão que não encontre causa numa sentença penal 
transitada em julgado. 
165) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Em face do 
princípio democrático, do princípio da separação dos poderes e 
da cláusula do materialmente possível inerente aos direitos 
fundamentais de ordem social, esses direitos sociais somente 
produzem efeitos jurídicos depois de desenvolvidos pelo legislador 
ordinário. 
166) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Toda gravação 
de conversa telefônica realizada sem autorização da autoridade 
judicial competente constitui prova ilícita. 
167) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) A existência, em 
um processo administrativo ou penal, de prova ilicitamente obtida 
contamina necessariamente todo o feito, tornando-o nulo. 
168) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) O sistema de 
direitos fundamentais em vigor no Brasil impede o legislador de 
restringir o direito à proteção judicial que se encontre em eventual 
colisão com outros direitos ou valores constitucionais. 
169) (ESAF/AFC/CGU/2006) É vedada a dispensa do empregado 
sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de 
direção ou representação sindical, permanecendo a estabilidade 
provisória até um ano após o pleito, caso ele não seja eleito. 
170) (ESAF/AFC/CGU/2006) A legalidade do exercício do direito de 
greve pelo trabalhador, nos termos da Constituição Federal, é 
aferida em face do período de dissídio da categoria. 
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171) (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) A assistência gratuita aos 
filhos e dependentes do trabalhador em creches e pré-escolas só é 
garantida desde o nascimento até a idade de seis anos. 
172) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Dada a sua 
concepção constitucional, o habeas corpus é incabível, quando 
visar a obter o reconhecimento de nulidade de processo criminal 
em que a pena imposta foi declarada extinta. 
173) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) Cabe habeas 
corpus para impugnar decisão penal condenatória à pena de 
multa. 
174) (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) Todos têm direito a receber dos 
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de 
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, 
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
175) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) A recuperação, 
por agentes públicos, de dados constantes de computador de 
particular, objeto de busca e apreensão autorizada judicialmente, 
figura violação à proteção de comunicação de dados, não 
podendo instruir nenhum processo, cível ou penal. 
176) (ESAF/PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL/2007) A requisição, 
diferentemente da desapropriação, não supõe prévio pagamento 
de indenização – a indenização, ainda, no caso da requisição, 
subordina-se à ocorrência de dano. Além disso, em hipótese de 
requisição, a imissão na posse do bem independe de intervenção 
judicial. 
177) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Pelo princípio da 
árvore dos frutos envenenados ou proibidos, a tão-só existência de 
prova reconhecidamente ilícita no processo basta para que a 
condenação seja nula, porquanto a proibição constitucional se 
harmoniza com a exigência de um processo contraditório, em que 
se assegure ampla defesa. 
178) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Entre as 
características funcionais dos direitos fundamentais encontra-se a 
legitimidade que conferem à ordem constitucional e o seu caráter 
irrenunciável e absoluto, que converge para o sentido da 
imutabilidade. 
179) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Na esfera 
administrativa do inquérito policial não sobressai a garantia 
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151
constitucional expressa da ampla defesa e do contraditório, 
motivo pelo qual, visando à eficiência das investigações, e no 
contexto do princípio da proporcionalidade, é válida a vedação 
de consulta dos autos pelo defensor do indiciado, em se tratando 
de procedimento sigiloso. 
180) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) A conformação 
constitucional do mandado de injunção tem recebido novas 
leituras interpretativas do Supremo Tribunal Federal, motivo pelo 
qual a decisão nele proferida não se encontra mais limitada à 
possibilidade de declaração da existência da mora legislativa para 
a edição da norma regulamentadora específica, sendo 
atualmente aceitável a possibilidade, dentro dos limites e das 
possibilidades do caso concreto, de uma regulação provisória pelo 
próprio Judiciário. 
181) (ESAF/AFRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2005) Como definido no texto 
constitucional,o habeas corpus poderá ser utilizado para fazer 
cessar coação à liberdade de locomoção promovida por ato 
ilegal de particular. 
182) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O seguro contra acidentes do trabalho, 
quando feito pelo empregador, substitui eventuais indenizações 
por ele devidas quando o acidente com o empregado se der por 
culpa do empregador. 
183) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É cabível o mandado de injunção 
nos casos em que o Congresso Nacional se mostra omisso em 
expedir decreto legislativo disciplinando as relações decorrentes 
de medida provisória não convertida em lei. 
184) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É cabível o mandado de injunção 
quando a norma infraconstitucional regulamentadora do direito ou 
liberdade constitucional oferece disciplina insatisfatória aos 
interesses do impetrante, por ser injusta ou inconstitucional. 
185) (ESAF/PFN/2004) O mandado de segurança impetrado contra ato 
do Superior Tribunal de Justiça deve ser impetrado originariamente 
no Supremo Tribunal Federal. 
186) (ESAF/PFN/2004) Somente questões de direito não controvertidas 
podem ensejar a impetração de mandado de segurança. 
187) (ESAF/PFN/2004) A entidade de classe tem legitimação para o 
mandado de segurança, ainda quando a pretensão veiculada 
interesse apenas a uma parte da respectiva categoria. 
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188) (ESAF/PFN/2004) A entidade de classe precisa da autorização 
expressa dos associados para impetrar mandado de segurança 
coletivo em favor dos associados. 
189) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É admissível o mandado de 
injunção perante o Supremo Tribunal Federal mesmo naquelas 
hipóteses em que, impetrado por organização sindical, estiver 
destinado a constatar a ausência de norma que inviabilize o 
exercício de direito ou liberdade constitucional de seus filiados. 
190) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) É cabível mandado de injunção 
quando a norma constitucional asseguradora de um determinado 
benefício possibilitar a sua fruição independentemente da edição 
de um ato normativo intermediário pelo Poder Legislativo. 
191) (ESAF/PFN/2004) Somente agentes públicos investidos em cargos 
públicos podem responder a mandado de segurança, na 
qualidade de autoridade coatora. 
192) (ESAF/PFN/2004) O habeas corpus, jamais o mandado de 
segurança, constitui instrumento apto para se insurgir contra a 
quebra de sigilo bancário de alguém. 
193) (ESAF/MPOG/APO/2000) É obrigatória a filiação a sindicato 
representativo do segmento econômico em que o trabalhador 
atua. 
194) (ESAF/MPOG/APO/2000) Em nenhuma hipótese o salário do 
trabalhador pode ser reduzido. 
195) (ESAF/AFRF/2000) É cabível o instrumento do habeas data para 
impugnar prisão tida como ilegal. 
196) (ESAF/AFC/2000) Sendo os servidores públicos também 
destinatários dos direitos sociais, a eles também devem ser 
estendidos os direitos decorrentes de convenções e acordos 
coletivos do trabalho da categoria a que pertencem. 
197) (ESAF/AFC/2000) A Constituição proclama o princípio da 
irredutibilidade do salário, mas o salário pode ser reduzido, por 
força de acordo ou de convenção coletiva do trabalho. 
198) (ESAF/AFC/2000) Todo trabalhador faz jus a repouso aos domingos, 
mas esse repouso não é remunerado. 
199) (ESAF/AFC/2000) Os trabalhadores domésticos estão excluídos do 
gozo de direitos sociais. 
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200) (ESAF/AFC/2000) No direito constitucional brasileiro, a 
nacionalidade tem o mesmo sentido de cidadania. 
201) (ESAF/AFC/2000) A lei pode estabelecer diferenças de direitos 
entre brasileiros natos e brasileiros naturalizados, sempre que isso 
seja comprovadamente relevante para a segurança nacional. 
202) (ESAF/AFC/2000) A Constituição não veda que um brasileiro nato 
seja também nacional de outro país estrangeiro. 
203) (ESAF/AFC/2000) De acordo com o sistema constitucional em vigor, 
os nacionais de países integrantes do MERCOSUL gozam dos 
mesmos direitos, no Brasil, do brasileiro naturalizado. 
204) (ESAF/AFC/2000) Todos os nascidos no território brasileiro, depois da 
Constituição Federal de 1988, são considerados brasileiros natos. 
205) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O cargo de Ministro da Justiça é 
privativo de brasileiro nato. 
206) (ESAF/PFN/2004) Somente cabe a ação popular quando 
comprovado de plano o grave prejuízo financeiro acarretado ao 
erário pela conduta do administrador-réu. 
207) (ESAF/MPOG/GESTOR/2000) Todo brasileiro é parte legítima para 
propor ação popular contra ato de administrador público lesivo ao 
patrimônio público. 
208) (ESAF/TRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2006) Havendo reciprocidade, 
um português poderia ser oficial das Forças Armadas brasileira. 
209) (ESAF/AFRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2005) Nos termos da 
Constituição Federal, toda desapropriação por necessidade ou 
utilidade pública, ou por interesse social, dar-se-á mediante justa e 
prévia indenização em dinheiro. 
210) (ESAF/AFC/CGU/2003) Embora qualquer pessoa tenha legitimidade 
ativa para propor habeas corpus, a seu favor ou de terceiro, 
independentemente de sua capacidade civil e política, segundo a 
jurisprudência dos Tribunais, essa legitimidade ativa não se estende 
ao menor de dezoito anos, em razão dos requisitos essenciais para 
a validade dos atos judiciais. 
211) (ESAF/AFC/CGU/2003) Segundo a jurisprudência do STF, havendo 
mais de um sindicato constituído na mesma base territorial, a 
sobreposição deve ser resolvida com base no princípio da 
anterioridade, cabendo a representação da classe trabalhadora à 
organização que primeiro efetuou o registro sindical. 
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154
212) (ESAF/AFC/CGU/2003) A decretação de greve por questões 
salariais, fora da época de dissídio coletivo, não encontra respaldo 
no direito de greve definido no texto constitucional. 
213) (ESAF/AFT/2003) Segundo a jurisprudência do STF, a contribuição 
confederativa, como instrumento essencial para a manutenção do 
sistema de representação sindical, um direito coletivo dos 
trabalhadores, é compulsória para os integrantes de uma 
categoria patronal ou laboral, sindicalizados ou não. 
214) (ESAF/GESTOR/MPOG/2002) A gravação de conversa telefônica 
pode ser autorizada por autoridade judicial, para fins de instrução 
de processo administrativo disciplinar. 
215) (ESAF/TFC/CGU/2008) Assinale a opção correta. São privativos de 
brasileiro nato os cargos, exceto: 
a) de Presidente e Vice-Presidente da República. 
b) de Ministro do Supremo Tribunal Federal. 
c) de Deputados e Senadores. 
d) de Oficial das Forças Armadas. 
e) da carreira diplomática. 
216) (ESAF/MPOG/APO/2002) O indivíduo condenado por um fato que, 
quando praticado, era definido como crime, não se beneficia de 
lei posterior que descriminaliza a conduta. 
217) (ESAF/PFN/2003) Não há reparação por danos morais sem prova 
de dano à reputação do autor da demanda. 
218) (ESAF/PFN/2003) A ação popular pode ser ajuizada para atacar 
ato jurisdicional. 
219) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Nenhum brasileiro pode ser 
extraditado. 
220) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) A garantia do direito 
adquirido impede a alteração do regime jurídico dos servidores 
públicos por meio de lei. 
221) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) O princípio constitucional 
da soberania dos veredictos do júri impede que juízes togados 
julguem pedido de revisão criminal de condenação proferida em 
tribunal do júri. 
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222) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002)Não constitui prova ilícita a 
gravação de conversa telefônica, como meio de legítima defesa, 
feita por um dos interlocutores, sem o conhecimento do outro. 
223) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Durante o período de 
prisão, o condenado por sentença criminal transitada em julgado 
não sofre a suspensão dos seus direitos políticos. 
224) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Atos de improbidade 
administrativa acarretam a perda dos direitos políticos. 
225) (ESAF/PROCURADOR/FORTALEZA/2002) Somente brasileiros podem 
titularizar cargos públicos. 
226) (ESAF/AFRE/MG/2005) O mandado de segurança, o habeas corpus 
e o mandado de injunção são instrumentos processuais que 
compõem o grupo das garantias constitucionais. 
227) (ESAF/AFRE/MG/2005) O princípio da separação dos poderes 
impede que o juiz invoque o princípio da proporcionalidade ou da 
razoabilidade como fundamento para a declaração de 
inconstitucionalidade de uma lei. 
 
 
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156
GABARITOS OFICIAIS 
1) C 
2) E 
3) E 
4) E 
5) C 
6) E 
7) C 
8) C 
9) D 
10) C 
11) C 
12) E 
13) E 
14) E 
15) E 
16) C 
17) C 
18) E 
19) A 
20) D 
21) C 
22) C 
23) C 
24) E 
25) C 
26) C 
27) E 
28) E 
29) E 
30) E 
31) D 
32) E 
33) C 
34) E 
35) D 
36) B 
37) C 
38) E 
39) E 
40) E 
41) E 
42) C 
43) C 
44) E 
45) E 
46) E 
47) E 
48) E 
49) E 
50) E 
51) C 
52) E 
53) C 
54) E 
55) E 
56) C 
57) E 
58) E 
59) E 
60) E 
61) E 
62) E 
63) E 
64) C 
65) C 
66) E 
67) E 
68) E 
69) C 
70) E 
71) E 
72) C 
73) E 
74) E 
75) E 
76) C 
77) E 
78) E 
79) E 
80) E 
81) E 
82) E 
83) C 
84) E 
85) C 
86) E 
87) E 
88) E 
89) E 
90) E 
91) E 
92) C 
93) E 
94) D 
95) A 
96) E 
97) C 
98) C 
99) E 
100) E 
101) E 
102) C 
103) E 
104) C 
105) E 
106) C 
107) E 
108) E 
109) E 
110) E 
111) E 
112) E 
113) C 
114) E 
115) E 
116) E 
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157
117) C 
118) C 
119) E 
120) E 
121) E 
122) E 
123) E 
124) E 
125) C 
126) C 
127) E 
128) C 
129) C 
130) C 
131) A 
132) E 
133) E 
134) E 
135) A 
136) C 
137) E 
138) E 
139) C 
140) E 
141) E 
142) C 
143) E 
144) E 
145) C 
146) E 
147) C 
148) E 
149) E 
150) A 
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