Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EDUCAÇÃO AMBIENTAL P ág in a2 Faculdade de Minas 2 Sumário NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 3 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 4 CONCEITO ........................................................................................................... 10 OBJETIVOS DA EDUAÇÃO AMBIENTAL ............................................................ 12 IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL .................................................... 13 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS .......................................................... 14 EDUAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL ................................................................... 16 ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................................ 22 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 24 P ág in a3 Faculdade de Minas 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. P ág in a4 Faculdade de Minas 4 INTRODUÇÃO A educação ambiental nasceu com o objetivo de gerar uma consciência ecológica em cada ser humano, preocupada com o ensejar a oportunidade de um conhecimento que permitisse mudar o comportamento volvido à proteção da natureza. O desenvolvimento sustentável deve estar, também, aliada à educação ambiental, a família e a escola devem ser os iniciadores da educação para preservar o ambiente natural. A criança, desde cedo, deve aprender cuidar da natureza, no seio familiar e na escola é que se deve iniciar a conscientização do cuidado com o meio ambiente natural. É fundamental essa educação ambiental, pois, responsabilizará o educando para o resto de sua vida. Segundo Munhoz (2004), uma das formas de levar educação ambiental à comunidade é pela ação direta do professor na sala de aula e em atividades extracurriculares. Através de atividades como leitura, trabalhos escolares, pesquisas e debates, os alunos poderão entender os problemas que afetam a comunidade onde vivem; instados a refletir e criticar as ações de desrespeito à ecologia, a essa riqueza que é patrimônio do planeta, e, de todos os que nele se encontram. E ainda diz: Os professores são a peça fundamental no processo de conscientização da sociedade dos problemas ambientais, pois, buscarão desenvolver em seus alunos hábitos e atitudes sadias de conservação ambiental e respeito à natureza transformando-os em cidadãos conscientes e comprometidos com o futuro do país. Apesar da importância fundamental do professor no processo de desenvolvimento da nação, ainda, não se dá o devido valor, por parte de nossas autoridades, ao professor e com isto a educação. O Estado, ainda, não se conscientizou que a P ág in a5 Faculdade de Minas 5 educação é o veículo do bem estar social, mas, sim, de forma oposta, se tem priorizado o interesse político de manter a massa sem uma formação cultural adequada. Qualquer ação de proteção ambiental deve passar pela educação ambiental. Na carta de Belgrado, de 1975, apud Rebollo (2001), foi apresentado uma linha de ação onde diz: a) conscientizar os cidadãos de todo mundo sobre o problema ambiental; b) disponibilizar o acesso a conhecimentos específicos sobre o meio ambiente; c) promover atitudes para a preservação ambiental; d) desenvolver habilidades específicas para ações ambientais; e) criar uma capacidade de avaliação das ações e programas implantados; f) promover a participação de todos na solução dos problemas ambientais. Lopes de Sá (1999), afirma: ¨há uma consciência mundial em marcha, cuja formação se acelera e que condena a especulação gravosa da riqueza tão como o uso inadequado de utilidades, como fatores de destruição do planeta e lesão à vida dos entes eu povoam o mundo¨. Diversos movimentos de massa humana pressionaram os poderes políticos e catástrofes expressivas (Bhopal em 1984, Chernobyl em 1986, afundamentos de petroleiros, destruições de florestas etc.) e em parte terminaram por convencer aos dirigentes do Estado de que era grave a questão. Caseirão (2000) diz (1997) ¨no polo norte foi detectado partículas de césio, que é produto radioativo, acumulados nos tecidos das focas da área. Este fato demonstra que os problemas da poluição não têm incidência meramente local. A poluição é transportada para locais muito distantes daqueles em que a mesma é produzida; P ág in a6 Faculdade de Minas 6 ¨No Rio Grande do Sul, Brasil (1998) um barco esteve cerca de uma semana a descarregar ácido sulfúrico diretamente para as águas do porto, que se situa perto da reserva ecológica da Lagoa dos Patos¨. ¨Resultado: a pesca teve de ser proibida numa faixa de 18 km, cerca de 6,5 mil famílias de pescadores ficaram sem meio de subsistência e o prazo estimado para a recuperação do ecossistema destruído é de 10 anos¨. Minamata, Japão (195?) informou: ¨As descargas contínuas de mercúrio na baía de Minamata, provocaram o nascimento de vários bebes com graves deformações físicas¨. Prince William Sound, Alasca (1989), também recrimina: ¨Um derramamento causado pelo superpetroleiro Exxon Valdez destruiu todo o ecossistema da região, liquidou mais de 250.000 aves e matou um número não determinado de mamíferos marinhos e peixes. ¨Passados que estão 10 anos, a vida na região não está ainda reconstituída e a Exxon já pagou indenizações de valor superior a 2,5 mil milhões de dólares (cerca de 450 milhões de contos) ¨; Consta no relatório Greenpeace sobre a contaminação do leite por dioxina na Alemanha. ¨Em março de 1998, foram detectados níveis alarmantes da substância cancerígenos dioxina no leite produzido no estado alemão de Baden – Wurttemberg (sudeste da Alemanha). ¨O leite foi retirado do mercado. Investigações científicas realizadas pelo Freiburg State Istitute for Chemical Analysis P ág in a7 Faculdade de Minas 7 of Food indicaram um aumento assustador dos índices de dioxina nas amostras de leite e manteiga coletadas desde setembro de 1997. A descoberta levou as autoridades alemãs a conduzirem um estudo abrangente para determinar a fonte da contaminação¨. São alguns exemplos, dos muitos existentes, de referências a poluição ambiental e de produtos que comprometem a vida do ser humano e da terra. O que precisa ser feito é acelerar a conscientização ecológica na empresa e na comunidade e construir uma cultura ambiental, que se imponha àquela do consumo. Para melhorar a qualidade ambiental diz Frers (2000): ¨Dar a conhecer a um público cada vezmais amplo as causas principais do problema e conseguir nele a compreensão e conscientização sobre isso, conhecer, compreender, tomar consciência e atuar, essa deve ser a dinâmica e finalmente, formar uma Associação não governamental que congrega a todos os participantes ativos no processo, com o objetivo de organizar professores e estudantes do sistema educativo nacional desde os níveis elementares até os pós-graduados, a todos as associações civis não governamentais e em fim a toda pessoa que responsável e organizadamente, baseada em sua própria experiência ou em dos demais, deseja atuar para oferecer um projeto alternativo e fundamentado que possa dar aos governos de mecanismos de ação cuja proposta seja da sociedade civil organizada¨. Ainda é importante observar o referido sobre o assunto em evento que reuniu Ministros da Educação em Cúpula das Américas, Cúpula de Brasília (1998): ¨A educação ambiental para a sustentabilidade deve permitir que a educação se converta em uma experiência vital, alegre, lúdica, atrativa, criadora de sentidos e significados, que estimule a criatividade e permita redirecionar a energia e a rebeldia da juventude para execução de projetos de atividades com a construção de uma P ág in a8 Faculdade de Minas 8 sociedade mais justa, mais tolerante, mais equitativa, mais solidária democrática e mais participativa e na qual seja possível a vida com qualidade e dignidade¨. O modelo econômico capitalista proporcionou um acelerado processo de industrialização, intensificando a produção e o consumo. Esse fato desencadeou grandes problemas de ordem ambiental, em razão da intensa exploração dos recursos naturais e as diversificadas formas de poluição. Diante disso, uma mudança de atitude se torna necessária. A Educação Ambiental surge com o propósito de despertar a consciência da população global sobre os problemas ambientais consequentes das atividades humanas. Conforme definido no Congresso de Belgrado, no ano de 1975, a Educação Ambiental é um processo que visa “formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os problemas que lhe dizem respeito, uma população que tenha os conhecimentos, as competências, o estado de espírito, as motivações e o sentido de participação e engajamento que lhe permita trabalhar individualmente e coletivamente para resolver os problemas atuais e impedir que se repitam”. A Educação Ambiental é uma vertente da educação direcionada aos assuntos relacionados à interação homem-ambiente, despertando uma consciência crítica sobre os problemas ambientais. Trabalha o lado racional juntamente com o sensível e de valores, promovendo o desenvolvimento de novos valores e ações de respeito e proteção ao Meio Ambiente. Não se restringe apenas na abordagem de temas como: preservação ambiental, lixo, poluição, proteção dos animais, etc. Assume um caráter mais complexo e realista, considerando o ambiente em sua totalidade, analisando os aspectos naturais, artificiais, políticos, econômicos, históricos e culturais. Objetivando sempre P ág in a9 Faculdade de Minas 9 um possível equilíbrio entre o homem e o ambiente, na constante busca pelo progresso e desenvolvimento. A Educação Ambiental é uma ferramenta de fundamental importância na busca pelo desenvolvimento sustentável, pois ela proporciona um amplo processo de alfabetização e conscientização ecológica. Busca constantemente a mudança de atitudes do homem, onde esse deve ter plena consciência que é parte integrante do meio, agindo de forma racional, contribuindo para a preservação do Meio Ambiente. Na atualidade se impõe a necessidade da educação para o desenvolvimento sustentável e do controle, por legislação do meio ambiente natural e da gestão ambiental. P ág in a1 0 Faculdade de Minas 10 CONCEITO Educação ambiental é uma área do ensino voltada para a conscientização dos indivíduos sobre os problemas ambientais e como ajudar a combatê-los, conservando as reservas naturais e não poluindo o meio ambiente. Esse tipo de educação representa um processo empregado para preservar o patrimônio ambiental e criar modelos de desenvolvimento, com soluções limpas e sustentáveis. Não apenas do ponto de vista ecológico, mas também a partir de aspectos políticos, econômicos, sociais, éticos, entre outros. O conceito de educação ambiental começou a ser definido a partir da Conferência de Belgrado, em 1975, quando foi criada a icônica "Carta de Belgrado". Este documento é tido como um importante marco histórico na luta em defesa do meio ambiente. Na Carta de Belgrado constam todos os princípios norteadores e reguladores de como os educadores deverão abordar os assuntos relacionados ao meio ambiente nas mais diversas disciplinas. A educação ambiental é essencial para garantir o desenvolvimento sustentável da sociedade. É o motor que desperta nos indivíduos a preocupação e cuidado com a prática de atividades que possam causar impacto ambiental, como: a poluição do ar e dos rios, a degradação do solo; a pesca predatória; o desmatamento; a produção de energia com o uso de combustíveis poluentes; o destino do lixo, etc. A educação ambiental é uma ação que hoje já está presente em todas as nações, que buscam o desenvolvimento tecnológico sem exaurir os recursos naturais do planeta. P ág in a1 1 Faculdade de Minas 11 O gráfico abaixo apresenta os temas abordados nos artigos relacionados com a educação ambiental em Periódicos. A Educação & Ensino no Brasil nos últimos 11 anos. (fonte: http://www.revistaea.org/pf.php?idartigo=1684) http://www.revistaea.org/pf.php?idartigo=1684 P ág in a1 2 Faculdade de Minas 12 OBJETIVOS DA EDUAÇÃO AMBIENTAL A educação ambiental objetiva a compreensão dos conceitos relacionados com o meio ambiente, sustentabilidade, preservação e conservação. Sendo assim, ela busca a formação de cidadãos conscientes e críticos, fortalecendo práticas cidadãs. Aliado a isso, trabalha com a inter-relação entre o ser humano e o meio ambiente, desenvolvendo um espírito cooperativo e comprometido com o futuro do planeta. P ág in a1 3 Faculdade de Minas 13 IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Ao lado de seus princípios e objetivos, a grande importância da educação ambiental reside na atuação consciente dos cidadãos. Ela visa, portanto, o aumento de práticas sustentáveis bem como a redução de danos ambientais. Sendo assim, ela promove a mudança de comportamentos tidos como nocivos tanto para o ambiente, como para a sociedade. No ambiente escolar ela possui grande importância visto que desde cedo as crianças aprendem a lidar com o desenvolvimento sustentável. Com o crescimento e aprofundamento desses temas na atualidade, diversos cursos de graduação e pós-graduação foram criados nessa área de conhecimento. P ág in a1 4 Faculdade de Minas 14 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS As pessoas precisam ter a consciência de que fazem parte do meio ambiente. Protegê-lo é sinônimo de proteger a existência da Humanidade. Essa conscientização deve ser individual e coletiva e, para que seja efetiva, o desenvolvimento do pensamento crítico nos jovens é fundamental. A preservação do meio ambiente depende muito da forma de atuação das gerações presentes e futuras, e o que estão dispostas a fazer para diminuir o impacto ambiental das suas ações. Por esse motivo, a educação ambiental é de extrema importância e deve ser abordada nas escolas, para que todos os membros da sociedade desenvolvam uma consciência ambiental e tenham atitudes responsáveis em relação ao meio ambiente. Articulada com as disciplinas obrigatórias do currículo escolar, a educação ambientaltem sido cada vez mais abordada no espaço escolar. A disciplina transversal meio ambiente está intimamente relacionada com o conceito de educação ambiental. Nessa perspectiva, o aluno é preparado para conhecer temas relacionados com a área ambiental, com o intuito de tornar-se um cidadão consciente de suas práticas. Com isso, ela objetiva a formação de valores e atitudes criadas sob o enfoque da sustentabilidade. Destacam-se temas como o consumo, recursos naturais, crise ambiental, efeito estufa, tipos de lixo, coleta seletiva, reciclagem, dentre outros. Todos são trabalhados com os alunos para que eles se familiarizem com as práticas sustentáveis e possam vislumbrar os problemas relacionados com a degradação do meio ambiente e suas implicações futuras. Oficina de educação ambiental P ág in a1 5 Faculdade de Minas 15 (fonte: http://www.ambientelegal.com.br/educacao-ambiental-no-brasil/) http://www.ambientelegal.com.br/educacao-ambiental-no-brasil/ P ág in a1 6 Faculdade de Minas 16 EDUAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL No Brasil, a Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, sobre educação ambiental, decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pela presidência da República, dispõe no artigo 1º: Entendem por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimento, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sua qualidade de vida e sua sustentabilidade. A Lei dispõe, no artigo 2º: A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal. A educação é uma prática social que não ocorre somente na esfera das instituições formais pois existem, também, várias práticas educativas não-formais que acontecem fora do âmbito das organizações escolares do ensino oficial que embora, não sejam sistemáticas, produzem práticas educativas relevantes. É o caso das primeiras experiências de Educação Ambiental no Brasil e muitas das experiências de hoje. A Educação Ambiental no Brasil surge como educação não sistemática, fora do âmbito do Estado, muito antes da sua institucionalização no governo federal. No Brasil houve influente e persistente movimento de Educação Ambiental Conservacionista até o início dos anos 70, estimulados pelos movimentos internacionais ecologistas que agitavam a Europa e os EUA entre os anos 60 e 70 do século passado. A vertente conservacionista em Educação Ambiental se caracteriza por enfatizar forte ecologismo relacionando prioritariamente a proteção e a conservação de espécies vegetais e animais com ênfase na biologia. A origem biologista da ecologia P ág in a1 7 Faculdade de Minas 17 conservacionista se situa no século XIX, influência do fascismo alemão, enquanto ideologia. No Brasil nenhum historiador faz menção as origens fascistas da ecologia, de outra forma a situam como parte do movimento da contracultura de grande efervescência nos EUA, em meados dos anos 60 até a década de 70 do século XX. Entretanto se o leitor quiser se reportar a história apócrifa da ecologia poderá fazê-lo através da leitura dos três artigos de minha autoria intitulados: “A história que os Ecologistas não Querem Contar, I, II e III” e do texto “Morte ao Bi centrismo Fascista” de autoria de Pinheiro Pedro que constam das publicações do Portal Ambiente Legal. Só a partir dos anos 80 do século passado, eclode um ambientalismo mais crítico que se une às lutas pelas liberdades democráticas no país, antes e depois da abertura política e da consolidação da Nova República, no final do regime militar. Suas práticas são manifestadas através da ação isolada de professores, estudantes e ativistas ecológicos cujos nomes destacam-se os de Alberto Ruschi, Aziz Ab’Sáber, Cacilda Lanuza, Fran Krajcberg, Fernando Gabeira, José Luzenberg e Miguel Abellá. Essas experiências não oficiais aconteceram através de pequenas ações de organizações da sociedade civil, ONGs e de prefeituras municipais e governos estaduais com atividades educacionais voltadas a ações para recuperação, conservação e melhoria do meio ambiente. É desse período também as iniciativas de organização dos primeiros cursos de especialização em Educação Ambiental nas universidades públicas brasileiras. No domínio do Estado, na esfera federal, o processo de institucionalização da Educação Ambiental teve início em 1973, no governo Médici, com a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), vinculada à Presidência da República e subordinada ao Ministério dos Transportes, cujo primeiro secretário foi um ecólogo, o Professor Paulo Nogueira Neto, docente e pesquisador da Universidade de São Paulo. A situação era muito contraditória na ocasião, uma vez que a SEMA era responsável pelos projetos de Educação Ambiental e o Ministério dos Transportes era responsável pela a construção da Transamazônica, o que P ág in a1 8 Faculdade de Minas 18 segundo REIGOTA (2009), exemplifica o contexto político-econômico ambiental da época, em que coexistiam práticas políticas opostas. O segundo passo no processo de institucionalização foi dado em 1981, gestão do governo de João Batista Figueiredo, que estabeleceu a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA). Conforme destaca Pinheiro Pedro no seu artigo “Nossa Política Nacional do Meio Ambiente é Filha do Regime Militar”, a Política Nacional do Meio Ambiente, no regime militar, teve função estratégica cujo objetivo prioritário foi o crescimento econômico e a estabilização social do regime em que o controle territorial era elemento de suma importância. A Política Nacional de Meio Ambiente tinha por base a Lei de Zoneamento Industrial e Poluição (Lei Federal 6.803/1980) e a Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Federal 6.938/1981) que no dizer de Pinheiro Pedro estabeleceram um arcabouço sistêmico que construiu um organograma de uma estrutura burocrática de gestão que foi o corolário de todo um esforço efetuado em vinte anos. Foi no interior desse projeto que se originou o discurso da inclusão da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino, incluindo a educação da comunidade, com objetivo de capacitá-la para a participação ativa na defesa do meio ambiente. Apesar do discurso nenhum projeto de ação para a realização do que proclamou como urgente na Educação Ambiental foi colocado em prática. Somente sete anos mais tarde com a promulgação da Constituição Federal de 1988, foi garantido legalmente o que a PNMA que o último governo militar deslumbrou como possibilidade. No inciso VI do artigo 225, da Carta Magna aponta a necessidade de “promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”. Em 1991, no ‘governo Fernando Collor, foi criada a Comissão Interministerial para a preparação da Rio 92 que considerou a Educação Ambiental como um dos instrumentos da política ambiental brasileira. Foram, então, criadas duas instâncias no Poder Executivo, destinadas a lidar exclusivamente com esse aspecto: o Grupo de Trabalho de Educação Ambiental do MEC, que em 1993 se transformou na Coordenação-Geral de Educação Ambiental (Coea/MEC), e a Divisão de Educação Ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), cujas competências institucionais foram definidas no sentido de representar um marco P ág in a1 9 Faculdade de Minas 19 para a institucionalização da política de Educação Ambiental no âmbito do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama). A emergência de tratar as questões ambientais em nível ministerial ocorreu em 1994e assim foi criado o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Além disso, o IBAMA instituiu os Núcleos de Educação Ambiental em todas as suas superintendências estaduais, visando operacionalizar as ações educativas no processo de gestão ambiental na esfera estadual. Com a participação do MEC, durante a Rio 92, também foi produzida a “Carta Brasileira para Educação Ambiental”, que reconheceu ser a Educação Ambiental um dos instrumentos mais importantes para viabilizar a sustentabilidade como estratégia de sobrevivência do planeta e, consequentemente, de melhoria da qualidade de vida humana. A Carta admitia ainda que a lentidão da produção de conhecimentos, a falta de comprometimento real do Poder Público no cumprimento e complementação da legislação em relação às políticas específicas de Educação Ambiental, em todos os níveis de ensino, consolidavam um modelo educacional que não respondia às reais necessidades do país. Com o intuito de criar instâncias de referência para a construção dos programas estaduais de Educação Ambiental, a extinta Sema e, posteriormente, o IBAMA e o MMA fomentaram a formação das Comissões Interinstitucionais Estaduais de Educação Ambiental. O auxílio à elaboração dos programas dos estados foi, mais tarde, prestado pelo MMA. Em dezembro de 1994, em função da Constituição Federal de 1988 e dos compromissos internacionais assumidos durante a Rio 92, foi criado, pela Presidência da República, o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA), compartilhado pelo então Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal e pelo Ministério da Educação e do Desporto, com as parcerias do Ministério da Cultura e do Ministério da Ciência e Tecnologia. O PRONEA foi executado pela Coordenação de Educação Ambiental do MEC e pelos setores correspondentes do MMA/IBAMA, responsáveis pelas ações voltadas respectivamente ao sistema de ensino e à gestão ambiental, embora também tenha envolvido em sua execução outras entidades públicas e privadas do país. P ág in a2 0 Faculdade de Minas 20 Em 1995, foi criada a Câmara Técnica Temporária de Educação Ambiental no Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Os princípios orientadores para o trabalho dessa Câmara eram a participação, a descentralização, o reconhecimento da pluralidade e diversidade cultural e a interdisciplinaridade. Em 1996, foi criado, no âmbito do MMA, o Grupo de Trabalho de Educação Ambiental, sendo firmado um protocolo de intenções com o MEC, visando à cooperação técnica e institucional em Educação Ambiental, configurando-se num canal formal para o desenvolvimento de ações conjuntas. Após dois anos de debates, em 1997 os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) foram aprovados pelo Conselho Nacional de Educação. Os PCN se constituem em um subsídio para apoiar a escola na elaboração do seu projeto educativo, inserindo procedimentos, atitudes e valores no convívio escolar, bem como a necessidade de tratar de alguns temas sociais urgentes, de abrangência nacional, denominados como temas transversais: meio ambiente, ética, pluralidade cultural, orientação sexual, trabalho e consumo, com possibilidade de as escolas e as comunidades elegerem outros de importância relevante para sua realidade. Em 1999, foi aprovada a Lei n° 9.795, que dispõe sobre a Política Nacional de Educação Ambiental, com a criação da Coordenação-Geral de Educação Ambiental (CGEA) no MEC e da Diretoria de Educação Ambiental (DEA) no MMA. Em 2000, a Educação Ambiental integra, pela segunda vez, o Plano Plurianual (2000-2003), agora na dimensão de um Programa, identificado como 0052 – Educação Ambiental, e institucionalmente vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Em 2002, a Lei n° 9.795/99 foi regulamentada pelo Decreto n° 4.281, que define, entre outras coisas, a composição e as competências do Órgão Gestor da PNEA lançando, assim, as bases para a sua execução. Este foi um passo decisivo para a realização das ações em Educação Ambiental no governo federal, tendo como primeira tarefa a assinatura de um Termo de Cooperação Técnica para a realização conjunta da Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente. Merece destaque o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA) que, em 2004, teve a sua terceira versão submetida a um processo de Consulta Pública, P ág in a2 1 Faculdade de Minas 21 realizada em parceria com as Comissões Interinstitucionais Estaduais de Educação Ambiental (CIEAs) e as Redes de Educação Ambiental, envolvendo cerca de 800 educadores ambientais de 22 unidades federativas do país. Em 2004, a mudança ministerial, a consequente criação da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) e a transferência da CGEA para esta secretaria, permitiu um maior enraizamento da EA no MEC e junto às redes estaduais e municipais de ensino, passando a atuar de forma integrada a áreas de Diversidade, Educação Escolar Indígena e Educação no Campo, conferindo assim maior visibilidade à Educação Ambiental e destacando sua vocação de transversalidade. A Educação Ambiental via MEC objetiva atuar em todos os níveis de ensino formal, conforme prevê a legislação mantendo ações de formação continuada por meio do programa “Vamos Cuidar do Brasil” com as Escolas, como parte de uma visão sistêmica de Educação Ambiental. A Educação Ambiental passa a fazer parte das Orientações Curriculares do Ensino Médio e dos módulos de Educação a Distância na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2004, tem início um novo Plano Plurianual, o PPA 2004-2007. Em função das novas diretrizes e sintonizado com o PRONEA, o Programa 0052 é reformulado e passa a ser intitulado Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis. O Brasil, juntamente com outros países da América do Sul e do Caribe, assumiu compromissos internacionais com a implementação do Programa Latino-Americano e Caribenho de Educação Ambiental (Placea10) e do Plano Andino-Amazônico de Comunicação e Educação Ambiental (Panacea), que incluem os Ministérios do Meio Ambiente e da Educação dos países. P ág in a2 2 Faculdade de Minas 22 ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Diversas atividades extracurriculares são desenvolvidas com os temas relacionados à educação ambiental. No ambiente escolar, debates, apresentações e algumas palestras podem clarificar diversas ideias sobre o tema. Se a escola tiver algum espaço verde, algumas atividades podem ser desenvolvidas no local. Além disso, e num viés mais prático, os alunos podem visitar locais onde são desenvolvidas práticas sustentáveis. Diversas comunidades hoje em dia já trabalham independentemente esse conceito. Um exemplo, são as hortas comunitárias, criadas pelos próprios residentes e que envolvem a consciência ambiental, a interação e ainda, a melhoria da qualidade de vida. Fazer mutirões para recolher lixos e resíduos em ambientes que sofrem com esse problema pode ser uma boa alternativa de despertar nos estudantes o problema da poluição. Visitas à espaços naturais, como parques, hortos, podem ajudar os alunos a refletirem sobre a importância dos bens naturais e ainda, sua conservação. Outra ideia de atividade envolve as datas comemorativas: Dia Mundial da Água, Dia da Terra, Dia da Árvore, Dia Mundial do Meio Ambiente, dentre outros. Próximo a essas datas, os professores podem criar atividades com seus alunos. Um exemplo é uma semana voltada para o meio-ambiente. “A educação ambiental para a sustentabilidade deve permitir que a educação se converta em uma experiência vital, alegre, lúdica, atrativa, criadora de sentidos e significados, que estimule a criatividade e permita redirecionar a energia e a rebeldia da juventude para execução de projetos de atividades com a construção de uma sociedade mais justa, mais tolerante, mais equitativa, mais solidáriademocrática e P ág in a2 3 Faculdade de Minas 23 mais participativa e na qual seja possível a vida com qualidade e dignidade.” (Cúpula das Américas, 1998) A imagem abaixo mostra em uma sala de aula uma professora segurando um painel solar e acendendo a luz (fonte: http://www.ambientelegal.com.br/educacao-ambiental-no-brasil/) http://www.ambientelegal.com.br/educacao-ambiental-no-brasil/ P ág in a2 4 Faculdade de Minas 24 REFERÊNCIAS https://brasilescola.uol.com.br/educacao/educacao-ambiental.htm https://www.significados.com.br/educacao-ambiental/ https://www.todamateria.com.br/educacao-ambiental/ https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/educacao-ambiental.htm http://www.ambientelegal.com.br/educacao-ambiental-no-brasil/ https://brasilescola.uol.com.br/educacao/educacao-ambiental.htm https://www.significados.com.br/educacao-ambiental/ https://www.todamateria.com.br/educacao-ambiental/ https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/educacao-ambiental.htm http://www.ambientelegal.com.br/educacao-ambiental-no-brasil/
Compartilhar