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Módulo 6 - Consórcios que operam serviços públicos

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1
Consórcios Públicos 
Intermunicipais
Consórcios que operam 
serviços públicos6
2
Conteudista:
Yan Cattani (conteudista, 2021); 
Diretoria de Desenvolvimento Profissional.
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2021
SAIS - Área 2-A -70610-900 - Brasília, DF
3
Sumário
Unidade 1: O que são PPPs e Concessões? ...........................................................................4
1.1 Os contratos administrativos de longo prazo no Brasil: PPPs e concessões .............................. 4
1.2 Value for Money (VfM): prestação direta versus participação do setor privado ........................ 5
Referências ............................................................................................................................................................... 9
Unidade 2: Consórcios públicos decidem operar ou delegar suas atividades ............ 10
2.1 Operação de serviços públicos por consórcios intermunicipais no Brasil ..................................10
2.2 Exemplo de operação de serviços públicos por consórcio .............................................................12
2.3 Exemplo de concessão de serviços públicos por consórcio ............................................................14
Referências .............................................................................................................................................................17
4
1.1 Os contratos administrativos de longo prazo no Brasil: PPPs e concessões
Os projetos de longo prazo, no Brasil, são estruturados, preponderantemente, via projetos próprios do 
governo, concessões ou através das chamadas Parcerias Público-Privadas, as PPPs. 
Em termos normativos, as concessões comuns são, historicamente, as primeiras a ocorrerem, regidas pela 
Lei nº 8.987/95. Por sua vez, as PPPs seguem a Lei nº 11.079/04, em que são realizadas duas outras 
modalidades de concessão, as administradas e as patrocinadas. 
No caso de haver viabilidade de um projeto poder ser custeado exclusivamente pelo pagamento de tarifas 
dos usuários, pode-se considerá-lo como um projeto autossustentável para o qual a modalidade de 
Concessão Comum é a indicada (OLIVEIRA; TUROLLA, 2013).
No caso em que não seja possível realizar cobrança de tarifa, ou a arrecadação seja insuficiente para 
viabilização da operação, o Poder Público utiliza-se de pagamentos contraprestação pecuniária, com o 
objetivo de implementar a desejada política em prol da PPP. 
Quando a prestação do serviço não se utiliza de tarifas, a remuneração do parceiro privado é realizada 
totalmente pela contraprestação pecuniária, ou seja, por aportes regulares do Poder Público concedente. 
No caso, o serviço prestado não necessita ser necessariamente um serviço considerado público.
No caso da concessão patrocinada, esta necessariamente precisa envolver a prestação de um serviço 
público. Nesse caso, há, também, a utilização de tarifas pagas por usuários e que são complementadas por 
pagamentos regulares do parceiro público (OLIVEIRA; TUROLLA, 2013). 
Unidade 1: O que são PPPs e Concessões?
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de fornecer conceitos teóricos sobre avaliação de ativos de infraestrutura.
Neste módulo, você será apresentado a modelos de Parcerias Público-Privadas, chamadas de PPPs, assim como 
a concessões do setor público à iniciativa privada. Adicionalmente, serão apresentados conceitos e exemplos 
sobre como os consórcios públicos decidem operar ou delegar suas atividades.
O módulo 6 está estruturado da seguinte forma:
Consórcios que operam serviços 
públicos
M
Ó
D
U
LO
6
• Unidade 1 – O que são PPPs e Concessões?
• Unidade 2 – Consórcios públicos decidem operar ou delegar suas atividades
5
Começa-se com um exemplo. Supondo que o Estado esteja interessado em construir uma linha de trem. 
Questões que podem surgir na decisão do Estado em alocação de recursos:
A análise do Value for Money (VfM) oferece elementos para responder às perguntas acima. Eis as opções:
A) O Estado se responsabilizaria completamente em construir e administrar a linha de trem.
B) O Estado realiza uma PPP, em que, por meio do pagamento de uma contraprestação, repassa a 
responsabilidade da construção e da administração da linha para o setor privado.
Caso a vantagem não seja definida ou parametrizada, é impraticável a escolha da melhor alternativa. Fatores 
como agilidade e tempo de construção, eficiência na alocação de riscos e de recursos e aplicação de novas 
tecnologias podem ser considerados na tomada de decisão a respeito da melhor alternativa. Assim, um 
dos objetivos do VfM é auxiliar os agentes públicos na tomada de decisão sobre qual forma de processo de 
compra adotar em um determinado projeto (PEZCO ECONOMICS, 2017).
Segundo Regan (2014), o VfM auxilia o governo a decidir qual o método de compra que entregará o melhor 
resultado e/ou qual proposta de compra maximiza o benefício público. 
Dito de outra forma, o VfM é uma metodologia utilizada para auxiliar o processo de tomada de decisão do 
Poder Público em situações em que se deve optar por fazer um empreendimento por meio de uma Parceria 
Público Privada (PPP) ou quando se torna viável o próprio Poder Público desenvolver a atividade, Public 
Sector Comparator (PSC).
O VfM feito pelo PSC passa pelo cálculo do Valor Presente Líquido (VPL) de cada alternativa que o Estado 
possui. O cálculo do VPL pode variar do mais complexo, ao considerar fatores qualitativos e de risco, ao mais 
simples, quando somente fatores financeiros são considerados. Abaixo, seguem resumos das diferenças:
1.2 Value for Money (VfM): prestação direta versus participação do setor privado
• Qual a forma mais eficaz para atingir os objetivos pretendidos pela ação pública?
• Qual é o melhor uso dos recursos públicos?
• Qual é o processo de contratação pública, dentre as alternativas institucionais disponíveis, que 
aumenta a eficiência?
• VfM Quantitativo - diferença nos custos entre o PSC e a PPP. Leva em consideração fatores como 
valor do risco transferido ao contratante, valor de risco mantido pelo governo, neutralidade competitiva 
e custo na entrega dos serviços em relação à duração do contrato.
• VfM Qualitativo - avalia as motivações da implementação da PPP. Necessita da consideração de 
fatores qualitativos e não quantificáveis do PSC, como, por exemplo, qualidade dos materiais utilizados, 
diferença na oferta de serviço, entre outros.
• Setores econômicos - onde toda a lógica da PPP gira em torno da formação bruta de capital e sua 
subsequente exploração. Exemplos: saneamento, rodovias e mobilidade urbana.
Antes do cálculo direto do PSC, é relevante o estudo da viabilidade socioeconômica do projeto, em que a 
avaliação das métricas é essencial, pois a opção da PPP pode apresentar potenciais economias e qualidade 
superior que, a princípio, não são quantificadas no PSC. Assim, o VfM deve ser sensível às particularidades 
do setor relevante do projeto. É possível dividir em dois setores:
6
Nos setores econômicos, existe uma grande quantidade de métricas que envolvem os mais variados aspectos 
de efeitos de bem-estar que a produção/oferta de bem ou de serviço pode gerar para a sociedade. Nos 
setores sociais, os benefícios são mais intangíveis, menos imediatos e possuem um impacto transformador 
nas pessoas e na sociedade como todo, dessa forma, a geração de métricas exige um trabalho particular se 
comparado com os setores econômicos. 
Alguns fatores são exemplos de métricas gerais em qualquer tipo de projeto. São eles:
• Eficiência (prazo e custo) na implantação do projeto.
• Custos de transação e tributários.
• Qualidade na prestação de serviços. 
• Impactos em quadro de pessoal. 
• Flexibilidade em atender requisitos de atualização tecnológica.
• Riscos de aditivos contratuais após a contratação.
• Custos de financiamento e custo de capital.
• Custos de supervisão e gestão dos contratos.
Por sua vez exemplos específicos dos setorespodem ser considerados como:
Setor econômico
• Custo de operação do sistema.
• Custo de manutenção. 
• Valoração do tempo de deslocamento.
• Custos de emissões ambientais. 
• Custos de acidentes.
• Conforto. 
• Poluição sonora.
• Economia com gastos em saúde.
Setor social
• Valor da vida. 
• Evasão escolar. 
• Índice de Desenvolvimento da Educação 
Básica (IDEB).
• Resolutividade dos casos. 
• Índices de mortalidade.
• Setores sociais - dependem mais do fator humano empregado e menos do capital físico alocado. A 
estrutura de benefícios depende de uma estrutura de custo menos , e a remuneração da PPP depende 
do indicador de qualidade do serviço prestado. Exemplos: saúde e educação.
7
O cálculo do PSC deve ter as mesmas premissas da PPP em respeito ao tempo, ao financiamento, aos 
custos e ao desempenho. Com relação ao tempo, o PSC tem que possuir a mesma data inicial e prazo da 
PPP. A respeito do financiamento, os recursos devem ser os mesmos para o investimento inicial em que 
estão sendo disponibilizados. Com relação aos custos, somente os custos associados com a implementação 
do projeto devem ser incluídos no PSC. Concernente ao desempenho, o PSC deve considerar padrões de 
desempenho iguais aos da PPP, independentemente se, no passado, o setor público não atingiu esses 
padrões (PEZCO ECONOMICS, 2017).
É comum observar, na literatura, a divisão do PSC em quatro elementos:
1 PSC Base - o PSC deve oferecer uma 
estimativa de custos incluindo tanto 
os custos de capital quanto os custos 
operacionais e de outras naturezas.
2 Riscos transferíveis - quanto do risco é 
transferido ao setor privado. É importante 
ressaltar que a estimativa desse risco 
exige que a área pública tenha uma base 
de dados detalhada de projetos passados. 
Caso contrário, pode ser impossível 
calcular esse componente do PSC.
3 Risco retido - qualquer risco não transferido 
ao setor privado é retido pelo público. 
4 Neutralidade competitiva - os ajustes 
relacionados à neutralidade competitiva se 
referem a qualquer vantagem competitiva 
líquida que seja capitalizada pelo setor 
público em decorrência da posse de 
propriedade pública. A comparação via PSC 
busca remover essa vantagem competitiva.
Comparação entre VPL calculado para PSC e para PPP.
Fonte: Pezco Economics (2017).
Há, contudo, alguns pontos de limitação do PSC, no que se referem à sua subjetividade, ao seu risco e à 
sua incompletude. Com respeito à subjetividade do PSC, muitas vezes, é difícil de se obter uma estimativa 
realista, pois o processo pode ser complexo e custoso, o que abre questões acerca da subjetividade do PSC. 
Sobre o risco, sabe-se que o cálculo do PSC envolve inúmeras incógnitas, particularmente em relação ao 
tratamento dos riscos e dos possíveis custos excedentes de falhas na formulação do orçamento do projeto. 
Por isso, a estimativa do PSC pode não ser comparável diretamente à PPP.
Acerca da incompletude, o PSC é obtido considerando-se somente os custos e os possíveis riscos 
identificados. Caso os custos sejam subdimensionados, é possível impactar negativamente a economia 
representada pela PPP, enviesando a conclusão da análise.
PSC PPP
Risco Retido no 
Setor Público
Custo Base
Neutralidade 
Competitiva
Risco transferido 
ao Setor Privado
Risco Retido no 
Setor Público
Contra 
Prestação
Economia de Custos
Valor Presente 
Líquido
8
Por fim, pode-se efetuar uma pequena discussão sobre a VfM quantitativo, especificamente sobre o uso da 
taxa de desconto no VPL, uma vez que ela é relevante no PSC pelo fato de o seu cálculo exigir o desconto 
de fluxos de caixa futuro.
De maneira resumida, a metodologia do VfM tenta estimar o fluxo de caixa do empreendimento sendo 
feito pelo Estado (PSC) e o fluxo de caixa da PPP, sendo, posteriormente, realizada uma comparação entre 
os valores presentes dos desembolsos feitos pelo Poder Público nos dois casos. Assim, no que se refere à 
diferença entre as propostas corresponde ao VfM, em termos matemáticos, tem-se: 
Fórmula de cálculo VfM.
Fonte: Dutra (2019).
A taxa de desconto, contudo, depende de cada caso avaliado. Em geral, agentes privados tendem a atribuir uma 
importância menor a fluxos de caixa futuros e, por isso, a taxa de desconto de fluxos mais distantes no tempo é 
feita com uma taxa maior. Assim, a taxa de desconto está relacionada com o custo ponderado do capital.
Por sua vez, agentes públicos possuem a tendência de atribuir um maior valor para fluxos mais distantes e, 
por isso, acabam por utilizar uma taxa de desconto menor. A taxa de desconto usualmente utilizada pelo setor 
público é a taxa livre de risco, representada pela taxa de juros de remuneração dos títulos da dívida pública. 
Em termos práticos, a taxa de desconto pode ser utilizada no ajuste do perfil de risco do projeto. Duas são 
as alternativas para a incorporação do risco no cálculo do PSC. 
A primeira é a adição do componente do risco na taxa de desconto. Assim, quanto mais arriscado é o 
projeto, maior é o valor da taxa de desconto. Isso tem como vantagem permitir simplificar a inserção de 
riscos difíceis de serem mensurados. 
A segunda alternativa é calcular o risco separadamente por meio de fluxos de caixa anual e, para cada 
ano, utilizar uma taxa de desconto distinta. Nesta última opção, a vantagem é permitir uma abordagem de 
administração de riscos integrada do projeto, apesar da maior dificuldade em sua implementação. 
Você chegou ao final desta unidade de estudo! Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde 
nos temas propostos. 
9
Referências
REGAN, M. Value for money in Project Procurement. Research Report for Asian Development 
Bank. Gold Coast. 2014.
DUTRA, F. F. EY Brasil. A análise de Value for Money como fator racional para a seleção de 
projetos de infraestrutura. 2019. Disponível em: https://www.ey.com/pt_br/government-
public-sector/a-analise-de-value-for-money-como-fator-racional-para-a-selecao-. 
Acesso em: 21 jul. 2021.
OLIVEIRA, A. V. M.; TUROLLA, F. A. Financiamento da infraestrutura de transportes. Journal 
of Transport Literature, v. 7, n. 1, p. 103-126, jan 2013.
PEZCO ECONOMICS (2017). VfM – Value For Money - Treinamento [Apresentação de 
PowerPoint].
10
2.1 Operação de serviços públicos por consórcios intermunicipais no Brasil
Os projetos de longo prazo, em geral, são aqueles relacionados à implementação de ativos de infraestrutura. 
Em termos econômicos, são utilizados para uma finalidade bastante específica, com dificuldade de alocação 
de recursos para outras áreas. Esses projetos exigem uma quantidade considerável de recursos financeiros, 
sendo, portanto, a escala de produção um fator necessário para a viabilidade do empreendimento. 
Um consórcio público pode ser utilizado para, efetivamente, prestar os serviços de infraestrutura. Uma boa 
opção a ser considerada é o consórcio buscar a contratação a longo prazo dos serviços via Parceria Público-
Privada (PPP) ou concessão, em serviços que dependem de um importante volume de investimentos de 
capital, conhecido como CAPEX (a sigla vem do inglês, capital expenditures, ou despesas de capital). 
Essa operação requer financiamento de longo prazo, tanto para operação direta dos serviços pelo consórcio 
quanto na opção de contratação de Participação do Setor Privado através de contrato de concessão ou de PPP. 
Dentre as possibilidades de funding, estão os recursos provenientes do contrato de rateio entre os 
entes consorciados, os recursos obtidos por meio de cobrança tarifária e os recursos provenientes de 
transferências voluntárias. No caso de obtenção de recursos onerosos, podem ser obtidos recursos de 
instituições multilaterais e bancos de desenvolvimento. 
No caso da opção por delegação de serviços, os recursos podem ser obtidos por meio da estruturação de um 
Project Finance, cuja garantia e viabilização da operação se dá através do pagamento de contraprestações 
pecuniárias e de arrecadação tarifária.
Unidade 2: Consórcios públicos decidem operarou 
delegar suas atividades
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer como se realizam as operações de serviços públicos 
por consórcios intermunicipais no Brasil, quais seus exemplos de operação própria e como aqueles concedem 
atividades para o setor privado. 
11
CONSÓRCIO
CONSÓRCIO DE 
INFRAESTRUTURA (C-INFRA)
MUNICÍPIO 1 MUNICÍPIO 2 MUNICÍPIO 3
OPERAÇÃO DIRETA
PPP/CONCESSÃO
TARIFAS ( CONCESSÃO)
PRODUTOFUNDING
INSTITUIÇÕES 
MULTILATERAIS
BANCO DESENVOLVIMENTO
RECURSOS PRÓPRIOS E 
TRÂNSPARÊNCIAS
C
O
N
TR
A
P
R
ES
TA
Ç
Õ
ES
 (P
P
P
)
RECURSOS ONEROSOS
RECURSOS NÃO ONEROSOS
TRANSFERÊNCIA 
VOLUNTÁRIA
RATEIOS
TARIFAS E 
CONTRAPRESTAÇÕES
CONSÓRCIO DE 
INFRAESTRUTURA
Usuário
1
Usuário
2
Usuário
3
Usuário
n
CONTRATOS DIVERSOS
SOCIEDADE 
PROPÓSITO 
ESPECÍFICO
CAPEX
OPEX
Estrutura Consórcio que opera ou delega atividades.
Fonte: PNUD e ME (2020).
É uma estrutura que também produz escopo, isto é, no caso da operação direta, podem ser obtidos outros tipos 
de produtos e de serviços, podendo, assim, serem diluídos seus recursos para obtenção de outras finalidades 
interligadas, abrangendo contratos diversos. No caso da delegação dos serviços para uma PPP, os recursos 
levantados produzirão um serviço específico, de concessão por longo prazo, cujo produto pode abranger a 
criação do equipamento público concedido (CAPEX), assim como sua preservação e manutenção (OPEX). 
12
2.2 Exemplo de operação de serviços públicos por consórcio 
O caso do Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí (CIMVI) é celebrado, atualmente, entre 15 
municípios do Médio Vale do Itajaí, cuja localização é no estado de Santa Catarina: Ascurra, Apiúna, 
Benedito Novo, Botuverá, Doutor Pedrinho, Gaspar, Guabiruba, Indaial, Ilhota, Luiz Alves, Massaranduba, 
Pomerode, Rio dos Cedros, Rodeio e Timbó.
Mapa Médio Vale do Itajaí.
Fonte: AMMVI (2017).
Com o início das suas atividades no ano de 1998, o CIMVI é anterior à Lei n.º 11.107, de 2005. Naquele 
ano, essas cidades se depararam com problemas ambientais comuns, ocasionados pelo crescimento 
socioeconômico local. O impacto ambiental gerado na região, portanto, levou à constituição de pessoa 
jurídica para promover a gestão consorciada das atividades, especialmente as relativas ao meio ambiente e 
à gestão dos recursos hídricos. Inclusive, na época, o consórcio tinha o nome de “Consórcio Intermunicipal 
da Bacia Hidrográfica do Rio Benedito”.
A mudança de nome, para “Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí”, só aconteceu no ano de 2003, 
ano em que ingressaram, no consórcio, as cidades de Apiúna, Ascurra, Indaial e Pomerode. Após dez anos, em 
2013, passam a fazer parte do CIMVI os municípios de Gaspar, Guabiruba e Botuverá; e, no ano de 2017, Ilhota, 
Massaranduba e Luiz Alves, totalizando quinze municípios consorciados atualmente (com base no ano de 2020).
Dentre as demais finalidades estão a promoção do desenvolvimento humano, social, cultural e econômico 
do território, através da conservação e da preservação dos ecossistemas, a melhoria da qualidade de vida das 
populações e a valorização da identidade popular, da cultura e do fortalecimento. Também são objetivos do CIMVI:
13
O principal serviço atualmente prestado pelo CIMVI, para seus entes consorciados, está no manejo de resíduos 
sólidos da região. Alguns estudos técnicos realizados no início dos anos 2000 demonstraram a viabilidade 
da implantação do aterro na região. Mostrou-se ser mais vantajoso fazê-lo através da parceria consorciada, 
pois, de acordo com o diagnóstico em questão, seria bem mais custoso se cada município arcasse com o 
investimento separadamente. Assim, no ano de 2002, o CIMVI implementou o aterro na cidade de Timbó.
Em 2016, o CIMVI pautou uma Política Municipal de Educação Ambiental para atender à demanda pela 
gestão dos resíduos sólidos nos municípios consorciados. A Política é vista como uma das atividades 
mais relevantes desenvolvidas pelo consórcio. O projeto, que busca atuar preventivamente em Áreas de 
Preservação Permanente, já foi publicado, em forma de lei, nos municípios de Rodeio e Benedito Novo.
A partir de então, foi alterado todo o estatuto do consórcio, processo que trouxe uma série de outros 
serviços. Atualmente, o documento prevê todo e qualquer serviço das prefeituras, e, mesmo que seja o 
executor, o CIMVI tem condição de prestar determinados serviços, antes restritos à atuação municipal 
respectiva. Com a medida, novos municípios adentraram (Botuverá, Gaspar, Guabiruba, Massaranduba, 
Ilhota), fazendo com que o CIMVI passasse de 9 para 15 municípios, os quais passaram, também, a utilizar 
os serviços do aterro sanitário, aumentando a quantidade de recursos arrecadada e viabilizando um plano 
de expansão para operação dos resíduos e de produção de energia. Nos últimos anos, houve, também, a 
criação de um programa de licenciamento ambiental dos municípios pertencentes ao consórcio. 
Outra atividade pensada para melhorar a qualidade da gestão dos resíduos sólidos foi a criação da Central de 
Valorização de Resíduos 1 (CVR 1). Trata-se de uma estrutura onde é realizada a triagem dos materiais provenientes 
da coleta seletiva e onde ficam os ecopontos, locais destinados à entrega de itens para coleta seletiva.
Outro equipamento relevante para estrutura do consórcio público foi a criação do Parque Girassol. O Parque 
em questão refere-se à uma unidade de educação ambiental, cujos projetos estão voltados à promoção de 
conscientização ambiental, bem como para a devida gestão de resíduos sólidos. Encontra-se localizado na 
cidade de Timbó, na sede do consórcio.
Por sua vez, a estrutura organizacional do consórcio é composta por: (a) Assembleia Geral (órgão 
colegiado); (b) Diretoria (Presidência e Executiva); (c) Conselho Intermunicipal (Cultura, Esporte e 
Turismo); e (d) órgãos de Gestão, nas áreas de Saneamento Básico, Serviços, Cultura, Esporte e Turismo; 
Meio Ambiente e Recursos Naturais.
• A gestão associada de serviços públicos ou de interesse público.
• Promoção do uso racional dos recursos naturais e a proteção do meio ambiente.
• Gestão e a proteção de patrimônio urbanístico, paisagístico ou turístico comum.
• Ações e políticas de desenvolvimento urbano, socioeconômico local e regional.
• Aquisição ou administração de bens para uso compartilhado dos municípios consorciados etc.
Estrutura Organizacional do CIMVI.
Fonte: CIMVI. Reprodução.
Conselho intermunicipal de 
Cultura, Esporte e Turismo
Gestão de Saneamento Gestão de Cultura, esporte e Turismo
 Gestão Ambiental e de 
Recursos Naturais
 
Assembleia Geral
Diretoria Executiva
Gestão de Serviços
14
A Assembleia Geral, instância máxima do CIMVI, deve ser constituída pelos chefes dos poderes executivos de 
todos os quinze municípios consorciados. Nesse sentido, ela atribui a cada um deles o direito a um voto durante 
as deliberações que lhes são atinentes. Além disso, cabe à Assembleia eleger ou destituir um membro presidente 
e outro vice-presidente para mandato de 1 ano. Os dois farão parte da Diretoria Executiva do consórcio.
Já a Diretoria Executiva responsabiliza-se, especialmente, pela gestão das atividades do CIMVI. Essa 
diretoria é composta por dois membros, sendo um o presidente, e, o outro, o Diretor Executivo, o qual se 
recomenda possuir formação profissional em nível superior e considerável conhecimento, tanto acerca das 
finalidades do CIMVI quanto em Administração Pública. Respeitadas às deliberações da Assembleia Geral, 
e com anuência da Diretoria Executiva e do Conselho Intermunicipal, os órgãos gestores poderão se dedicar 
ao desempenho das atividades do consórcio.
Instituído pela Resolução nº 138, de 2015, o Conselho Intermunicipal de Cultura, Esporte e Turismo do 
CIMVI é incumbido de propor a formulação e de auxiliar na aplicação de políticas, de planos, de programas, 
de projetos e de atividades nas áreas de cultura, de esporte e de turismo na região do Médio Vale do Itajaí.
EsseConselho Intermunicipal corresponde a grupos ou comissões especiais, cuja atuação obedece a 
objetivos específicos, no caso, deliberando sobre a cultura, o esporte e o turismo. As deliberações serão 
discutidas nas reuniões ordinárias, previstas para acontecerem a cada dois meses, desde que haja o quórum 
mínimo de metade mais um de membros. 
Por fim, os órgãos gestores são aqueles que irão executar as atividades do CIMVI, através da:
• Gestão do Saneamento Básico - para conduzir as atividades na área de saneamento básico, abrangendo 
resíduos sólidos, abastecimento de água, tratamento de esgotos e drenagem pluvial.
• Gestão dos Serviços - para gerir as atividades do consórcio, executar as deliberações das Assembleias, 
bem como promover todos os atos administrativos e operacionais necessários.
• Gestão da Cultura, do Esporte e Turismo, das políticas, planos, programas, projetos e atividades nas 
áreas de cultura, esporte e turismo na região do Médio Vale do Itajaí; e
• Gestão Ambiental e de Recursos Naturais, das atividades associadas na área ambiental, abrangendo 
estudos e projetos na área ambiental e de recursos naturais.
2.3 Exemplo de concessão de serviços públicos por consórcio
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi instituída pela Lei nº 12.305/2010, tendo como objetivo 
tratar as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, inclusive resíduos 
considerados perigosos.
De acordo com a lei, os “[...] titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos 
sólidos são responsáveis pela organização e prestação direta ou indireta desses serviços” (PPI, 2021), 
desde que sejam observados os planos municipais, de gestão integrada dos resíduos sólidos, assim como 
as diretrizes normativas.
Em detrimento das diversas dificuldades encontradas para gestão dos resíduos sólidos, em especial aquelas 
concernentes à organização e à gestão, a participação do setor privado tem sido incentivada pelo Governo 
Federal, de modo a garantir que os investimentos sejam realizados, operados e mantidos para a população. 
Com grande déficit concentrado na disposição final dos rejeitos, o setor passa por um grande desafio, uma 
vez que “[...] 39% dos municípios dispõem seus resíduos sólidos de forma ambientalmente inadequada e o 
percentual de resíduos reciclados é inferior a 2%” (PPI, 2021).
15
Através de uma parceria com a Caixa Econômica Federal, o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento 
Regional (CONVALE), o qual contempla os municípios de Uberaba, Conceição das Alagoas, Sacramento, 
Delta, Planura, Campo Florido, Veríssimo e Água Comprida, está estruturando o primeiro projeto de gestão 
de resíduos sólidos urbanos (RSU) do país realizado por um consórcio público. O projeto beneficiará cerca 
de 428 mil habitantes, favorecendo o ganho de escala e resultando em tarifas módicas a todos os cidadãos 
atendidos pelo projeto.
O CONVALE congrega, na realidade, 13 municípios, a saber: Água Comprida, Campo Florido, Conceição de 
Alagoas, Conquista, Delta, Planura, Sacramento, Santa Juliana, Uberaba, Veríssimo, Pirajuba, Comendador 
Gomes e Nova Ponte.
A concessão, contudo, é limitada a um subconjunto de municípios que anseiam realizar a política de RSU 
em suas localidades. Portanto, é um exemplo de como os interesses mútuos de alguns municípios não 
interferem na autonomia dos demais consorciados.
Realizado em conjunto com a equipe técnica e com recursos do Fundo de Apoio à Estruturação e ao 
Desenvolvimento de Projetos de Concessão e PPP (FEP CAIXA), o projeto visa obter uma solução viável do 
ponto de vista social, econômico-financeiro e ambiental à política de RSU. 
O parceiro privado, nesse caso, foi contratado para realizar o desenvolvimento de estudos técnicos 
especializados de consultoria necessários para modelagem e estruturação da PPP, desde a realização de 
investimentos, até gestão e execução dos serviços. 
Dentre os serviços a serem abrangidos pelo consórcio estão (PPI, 2021):
[...] a coleta, transbordo, transporte e disposição final de RSU e não inclui os serviços de 
conservação urbana como varrição, poda e capina.
O que se espera é que seja estruturado um serviço além da disposição dos rejeitos em aterros 
sanitários. Visa-se estruturar serviços reciclando o máximo de resíduos sólidos passíveis de 
serem desviados do aterro sanitário, a partir de rota tecnológica inovadora, aumentando assim 
a vida útil dos aterros, por um lado, e por outro cumprindo o que determina a PNRS.
Com relação ao serviço técnico especializado contratado, este é composto pelas seguintes atividades: 
assessoramento técnico da Caixa ao CONVALE e consultoria “[...] técnica especializada para realização 
dos estudos de viabilidade e desenvolvimento dos documentos necessários para a licitação do Contrato de 
Concessão” (PPI, 2021).
Com relação aos serviços de estruturação da concessão, são necessários estudos de engenharia, econômico-
financeiro, jurídico e socioambiental, para que assim se possa elaborar laudos, pareceres, relatórios e 
informações nas etapas seguintes. 
Até o momento, foram cumpridas as seguintes etapas:
1 Estudos Preliminares.
2 Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA).
3 Validação Externa (Consulta Pública e Órgãos de Controle).
4 Licitação (publicação do edital).
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Estão previstas, para o segundo semestre de 2021, as etapas finais da licitação (leilão) e a assinatura 
do contrato, estimado, atualmente, em R$ 980 milhões (OPEX estimado em R$ 847 milhões e CAPEX 
estimado em R$ 133 milhões).
Para compreender melhor os temas tratados nesta unidade, veja a vídeoaula a seguir: 
Que bom que você chegou até aqui! Agora, chegou a hora de você testar seus conhecimentos. Então, 
acesse o Exercício Avaliativo 6 que está disponível no ambiente virtual. Boa sorte!
Videoaula: Consórcios que operam serviços públicos
https://www.youtube.com/watch?v=HsFHV-McdPo
https://cdn.evg.gov.br/cursos/678_EVG/video/m01_un01_va06/index.html
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Referências
AMMVI. Associação Dos Municípios Do Médio Vale Do Itajaí. AMMVI, 2017. Disponível em: 
https://www.ammvi.org.br. Acesso em: 21 jul. 2021.
PPI. Resíduos Sólidos - Consórcio CONVALE. Programa de Parcerias de Investimentos, 
2021. Disponível em: https://ppi.gov.br/residuos-solidos-consorcio-convale1. Acesso em: 
21 jul. 2021.
PNUD e ME. Arranjos Cooperativos Intergovernamentais. Programa das Nações Unidas 
para o Desenvolvimento e Ministério da Economia. Brasília, 2020.
	Unidade 1: O que são PPPs e Concessões?
	1.1 Os contratos administrativos de longo prazo no Brasil: PPPs e concessões
	1.2 Value for Money (VfM): prestação direta versus participação do setor privado
	Referências
	Unidade 2: Consórcios públicos decidem operar ou delegar suas atividades
	2.1 Operação de serviços públicos por consórcios intermunicipais no Brasil
	2.2 Exemplo de operação de serviços públicos por consórcio 
	2.3 Exemplo de concessão de serviços públicos por consórcio
	Referências

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