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FORMAÇÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO DOCENTE 
UNIDADES DE ESTUDO 03 E 04 
SOCIEDADE DO CONHECIMENTO – FORMAÇÃO DOCENTE E SUA ATUAÇÃO 
NO PROCESSO EDUCACIONAL 
Profa. Dra. Maria Cristina Elias Esper Stival 
 
 
Olá! Caros colegas! Nas aulas 3 e 4 teremos a discussão do conhecimento como 
elemento norteador da nossa atuação profissional e relevância social. Nós, docentes 
estamos lutando contra nossos medos e receios em função das novas tecnologias, tal 
impacto vem demonstrando pessoas cada vez mais preocupadas pelas tendências do 
mundo atual. 
É claro que precisamos ressaltar práticas educativas no contexto educativo sem 
grandes aparatos tecnológicos que lecionam aulas exitosas e despertam interesse e 
curiosidade dos estudantes da educação básica. É preciso destacar tal aspecto, o 
território nacional apresenta característica, especificidade e diversidade cultural e 
econômica que serão apontadas no decorrer das nossas aulas. Portanto, valorizar as 
conquistas e mudanças ocorridas nas práticas docentes e experiências culturais dos 
estudantes são de extrema relevância social para os estudantes da educação básica. 
Para melhorar a qualidade dos serviços educacionais, por meio de critérios 
externos e internos de qualidade, como estratégia de superação das desigualdades 
sociais, faz-se necessário entender tais reações e interesses existentes que interferem 
no âmbito educacional. É preciso, a luta por uma formação de qualidade, por uma 
cultura do profissionalismo, de modo que a profissão tenha sua real credibilidade e 
dignidade profissional, para sociedade brasileira. Para isso, há muitas tarefas a se 
realizar, entre elas, a de resgatar a profissionalidade do docente, redefinir as 
características da profissão, formação continuada que reflita sua prática pedagógica, 
em busca de mobilizar as lutas sindicais por salários dignos e condições de trabalho. 
Segundo (Libâneo, 1996) propõe-se a discussão de um conjunto de objetivos 
para uma educação básica de qualidade em que o docente subsidiará o trabalho: 
 
 
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Preparação para o mundo do trabalho: em que a escola se organize para atender às 
demandas econômicas e de emprego, assim tal formação tem a tendência de se 
adaptar ao mundo contemporâneo de forma flexível, gerando assim a visão de um 
trabalhador que possa lidar com as diferentes situações-problemas que vivenciará no 
ambiente de trabalho. 
Formação para a cidadania crítica: subtende-se que o docente no interior da escola 
proponha debates críticos para formação de estudantes mais críticos e que lutem 
contra a violação dos Direitos Humanos. 
Preparação para a participação social: seria o momento para articulação dos 
movimentos sociais não apenas como forma de representatividade, e sim de 
participação ativa de todos no fortalecimento da esfera pública, não estatal e que gere 
competências sociais como relações grupais e intergrupais, na busca de processos 
democráticos para organização de ações a serem viabilizadas. 
Formação ética: trata-se de formar valores e atitudes na prática social dos estudantes 
apontando aspectos do mundo da política e da economia; o consumismo; o sexo e a 
droga; a depredação ambiental; a violência; e frente à exploração que se mantem no 
capitalismo contemporâneo. 
Nesse contexto, a formação do “intelectual docente” deveria ter uma formação 
permanente, decorrente das estruturas organizativas das academias e universidades, 
não podendo sofrer “descontinuidade” entre os níveis: fundamental, médio e superior. 
Nesse processo de instrução permanente, dever-se-ia formar um novo intelectual, 
preocupado e militante da política, do sindicato, do bairro e da comunidade e 
sociedade a qual está inserido. 
A escola unitária ou de formação humanista (entendido este termo, 
“humanismo”, em sentido amplo e não apenas em sentido tradicional) ou 
de cultura geral deveria se propor a tarefa de inserir os jovens na atividade 
social, depois de tê-los levado a um certo grau de maturidade e capacidade; 
à criação intelectual e a prática e a uma certa autonomia na orientação e na 
iniciativa. (GRAMSCI, 1995, p. 121). 
 
Portanto, para construção de um projeto político pedagógico é preciso 
apresentar elementos de análise que norteiam as ações a serem desenvolvidas: o 
 
 
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compromisso com a diminuição das desigualdades sociais; articulação das propostas 
educacionais com o desenvolvimento econômico, social e político e cultural da 
sociedade, a educação básica e a escola pública de qualidade, como direito 
fundamental do cidadão e a compreensão dos profissionais da educação como sujeitos 
transformadores e intelectuais. 
A reflexão evidencia que são necessárias ações conjuntas para reverter este 
quadro nas escolas da educação básica. A escola cumpre objetivos sociais e sua 
capacidade para socializar os jovens no marco de valores dialógicos e democráticos, 
depende da inserção da escola em um projeto político pedagógico inovador. Trata-se 
de um desafio de construção de um projeto de escola, que deve servir de base para a 
socialização dos indivíduos e que precisa atender às expectativas de nossa sociedade, 
visando à efetivação da democracia na escola construída conjuntamente com as 
demais instituições da sociedade civil. 
Critica-se a escola que temos porque ela não parece reunir condições de 
enfrentar esta época de transição, paradoxos e incertezas porque é o resultado vivo de 
muitas políticas casuísticas e de certa perda da capacidade coletiva de empenhar-se 
ativamente pela escola. Duvida-se da escola que temos porque ela é hoje um campo 
de confusões e expectativas mal-dimensionadas, seja por parte de docentes e 
estudantes, seja por parte dos pais e responsáveis que esperam tudo dela, até mesmo 
uma oferta de “educação” que deveria decorrer da própria dinâmica familiar. 
Para o enfrentamento de todas as situações problemáticas evidenciadas entende-
se como fundamental estabelecer uma seqüência de passos para a realização do 
processo, pressupondo que as mudanças implicam um projeto político-social mais 
amplo, que envolve uma nova visão de mundo, de homem e de escola; a concepção de 
educação, suas teorias e práticas; a contextualização da educação frente à conjuntura 
nacional, os estudos da realidade sócio-econômica e cultural; o perfil do estudante e 
do docente, bem como, a escola e seus diversos segmentos. Tal tarefa continua um 
desafio maior agora ante as desilusões geradas pelo fracasso dos projetos socialistas e 
pelo atual processo de globalização. Apesar de tudo, é preciso sonhar e lutar pelos 
sonhos. 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
ARROYO, M. G. Ofício de mestre: imagens e autoimagens. 11ª ed. Petrópolis: Vozes, 
2009. 
ENS, Romilda Teodora; BEHRENS, Marilda Aparecida. Formação do Professor: 
profissionalidade, pesquisa e cultura escolar. 1ª reimpressão. Ed. Curitiba: 
Champagnat, 2012. Vol. 1, p.269. 
 
GRAMSCI, A. (1989 a). Concepção dialética da história. 8ª ed. Rio de Janeiro, Civilização 
Brasileira. 
__________. (1995). Os intelectuais e a organização da cultura. 9ª ed. Rio de janeiro, 
Civilização Brasileira. 
___________. (1978c). Cartas do Cárcere. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira. 
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. (Magistério) 
___________ Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5ª ed. Goiânia: 
Alternativa, 2004. 
____________ Adeus professor, adeus professora? 11ª ed. São Paulo: Cortez Editora, 
2009. Vol. 1, p.103.

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