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Segurança Pública Municipal

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Curso Superior de Tecnologia em Segurança Pública Municipal 
 
 
 
 
 
Inovações institucionais, fatores de 
proteção, prevenção às violências e 
promoção de direitos no campo das 
políticas públicas municipais de 
segurança e justiça - parte 2 
 
 
 
 
 
Eduardo Pazinato da Cunha 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
Coordenação de Educação a Distância 
Faculdade de Direito de Santa Maria - FADISMA 
 
 
 
 
Copyright ​© 2020 - FADISMA - Todos os direitos reservados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Versão 1.0 - Atualizada em 15 de maio de 2020 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENTENDA OS ÍCONES 
 
Atenção: indica pontos de maior relevância no             
texto. 
Biografia: ​é um ​breve resumo biográfico           
acerca do autor. 
Interatividade: remete o tema para outras           
fontes: livros, filmes, músicas, sites, programas           
de tv, etc. 
Glossário: indica a definição de um termo,             
palavra ou expressão utilizada no texto. 
Nota explicativa: tem por objetivo explicar algo             
que foi mencionado no texto. 
Pense nisso: ​instiga para refletir sobre o             
assunto. 
Saiba mais: informações que enriquecem o           
assunto, podem ser curiosidades ou notícias           
relacionadas ao tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Versão 1.0 - Atualizada em 15 de maio de 2020 2 
 
INOVAÇÕES INSTITUCIONAIS, FATORES DE 
PROTEÇÃO, PREVENÇÃO ÀS VIOLÊNCIAS E 
PROMOÇÃO DE DIREITOS NO CAMPO DAS 
POLÍTICAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DE 
SEGURANÇA E JUSTIÇA - PARTE 2 
 
Para início de estudo 
 
O presente conteúdo abordará as questões           
relacionadas à inovações institucionais, fatores de proteção,             
prevenção às violências e promoção de direitos no campo                 
das políticas públicas municipais de segurança e justiça.  
Para tanto, a apostila divide-se em dois tópicos               
principais: 
1. Métodos alternativos de resolução de conflitos e a 
Justiça Restaurativa; 
2. Potencialidades de atuação das Guardas Municipais. 
Vamos iniciar? 
 
 
1. Métodos alternativos de resolução de conflitos e 
a Justiça Restaurativa 
 
Em simples palavras é possível dizer que o conflito faz                   
parte da vivência em sociedade e é inerente à condição                   
humana. Em qualquer relação interpessoal há conflito - que é                   
um dissenso, uma disputa decorrente de valores, expectativas               
e interesses contrariados. (VASCONCELOS, 2018, p.1). Ainda,             
de acordo com Carlos Eduardo de Vasconcelos (2018), as                 
seguintes afirmações sobre o conflito podem ser feitas:  
 
a) os conflitos não podem ser eliminados porque são                 
inerentes às relações humanas, tendo eles um potencial               
gerador de problemas e de oportunidades; 
b) eles podem ser processados de modo construtivo ou                 
destrutivo; 
c) sociedade em que se pratica cultura de paz é aquela                     
que lida construtivamente com os conflitos;  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Versão 1.0 - Atualizada em 15 de maio de 2020 3 
 
d) lidar destrutivamente com o conflito é transformá-lo,               
pela polaridade, em espiral de confronto e violência; 
e) lidar construtivamente é obter, pela via do conflito,                 
novas compreensões, com estreitamento dos vínculos           
interpessoais e do tecido social;  
f) são elementos do conflito a relação interpessoal, o                 
problema objetivo e sua trama ou processo;  
g) grosso modo, há conflitos de estrutura, de valores, de                   
informação, e de interesses;  
h) o conflito evolui numa espiral, de latente a manifesto                   
(disputa), seguindo-se a fase do balanceamento de poder               
(a confrontação), sequenciada pela fase da busca do               
equilíbrio (institucionalizado ou não), chegando à           
acomodação (conflito latente), que dará origem a novas               
possíveis disputas. (VASCONCELOS, 2018, p. 5). 
 
O problema maior surge quando os conflitos geram ou                 
tendem a virar violências e as mediações não raro acontecem                   
também de forma violenta. Essa preocupação não é recente e                   
nem exclusiva do caso brasileiro. Por exemplo, no final da                   
década de 90, a Assembleia Nacional das Nações Unidas                 
proclamou que o ano 2000 seria o ano internacional da                   
cultura de paz e que o decênio 2000-2010 seria o decênio                     
internacional de uma cultura de paz e não violência para as                     
crianças do mundo, designando a Organização das Nações               
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO                     
como a entidade responsável pelas ações nesse período.               
(SALES, 2004). 
E é possível buscar resolução/solução de conflitos de               
forma pacífica? ​A mediação de conflitos tem sido uma grande                   
aposta não só para as partes solucionarem eventuais               
embates, mas também para prevenir futuros           
desentendimentos e para evitar que o conflito se torne, por                   
exemplo, um um ilícito penal. A mediação é “um                 
procedimento por meio do qual uma terceira pessoa imparcial                 
e capacitada age no sentido de encorajar e facilitar a                   
resolução de uma disputa”. (SALES, 2004, p. 90). 
A mediação de conflitos como instrumento de gestão               
de política pública é uma alternativa à via jurisdicional                 
tradicional e precisa ser sempre levada em consideração               
como um importante meio de ​acesso à justiça​. Nesse sentido,                   
torna-se cada vez mais relevante a criação de Núcleos                 
especializados em mediação de conflitos, visando contribuir,             
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
A ​cultura de paz​ no 
Brasil está no centro do 
mandato da UNESCO. 
saiba mais ​aqui​.   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Versão 1.0 - Atualizada em 15 de maio de 2020 4 
https://pt.unesco.org/fieldoffice/brasilia/expertise/culture-peace
 
desta forma, com a minimização do fenômeno do               
encarceramento em massa.  
No âmbito municipal, as Guardas Municipais tem             
atuado diretamente na mediação de conflitos de suas               
localidades. A colaboração com a pacificação de conflitos é,                 
inclusive, uma de suas competências previstas na ​Lei 13.022                 
de 2014 (Estatuto Geral das Guardas). Por exemplo, ​em São                   
Paulo, a Guarda Civil Metropolitana conta com diversos               
profissionais que atuam na mediação de conflitos que               
acontecem pelos mais diversos motivos, tais como brigas de                 
família vizinhos, queixas de importunação e outros tipos de                 
desentendimentos.  
Outro método alternativo para resolução de conflitos             
que têm se insurgido no Brasil é a ​Justiça Restaurativa​.                   
Trata-se de “um conjunto ordenado e sistêmico de princípios,                 
métodos, técnicas e atividades próprias, que visa à               
conscientização sobre os fatores relacionais, institucionais e             
sociais motivadores de conflitos e violência”. (CNJ, online,               
s/p).  
O foco da Justiça Restaurativa não é tanto o conflito                   
em si, mas a percepção que as pessoas envolvidas possuem                   
sobre os fatos. A ideia central é proporcionar um diálogoparticipativo que vise a transformação e a melhoria da                 
qualidade de convívio dos envolvidos. No âmbito do Poder                 
Judiciário, a Política Pública Nacional de Justiça Restaurativa               
está explicitada na ​Resolução do Conselho Nacional de               
Justiça (CNJ) nº 225/2016.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTERATIVIDADE 
 
Veja ​aqui​ uma 
reportagem realizada 
pela TV Câmara, em 
2018, com a ​Guarda Civil 
Metropolitana de São 
Paulo​.   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Versão 1.0 - Atualizada em 15 de maio de 2020 5 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13022.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13022.htm
https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/atos-normativos?documento=2289
https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/atos-normativos?documento=2289
http://www.saopaulo.sp.leg.br/blog/gcms-que-atuam-na-mediacao-de-conflitos-foram-homenageados-na-camara/
 
Legenda- ​Mapeamento dos programas de Justiça Restaurativa. ​Fonte: 
CNJ, 2019, p. 19. 
 
Um interessante ​mapeamento dos programas de           
Justiça Restaurativa no país foi realizado pelo CNJ em 2019                   
e concluiu, como pode ser observado na imagem acima, entre                   
outras considerações, que a maior parte dos programas,               
projetos ou ações possuem como foco os conflitos               
envolvendo infância e juventude, infrações criminais leves e               
violência doméstica, embora haja um alto interesse por               
desenvolvimento de capacitação e ações restaurativas em             
direito de família. (SJR/CNJ, 2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTERATIVIDADE 
 
Acesse ​aqui​ o estudo 
realizado pelo Conselho 
Nacional de Justiça no 
ano de 2019 sobre a 
Justiça Restaurativa.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Versão 1.0 - Atualizada em 15 de maio de 2020 6 
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/conteudo/arquivo/2019/06/8e6cf55c06c5593974bfb8803a8697f3.pdf
 
2. Potencialidades de atuação das Guardas 
Municipais 
 
Inicialmente, de 1988 a 2007 as Guardas Municipais               
tinham um papel de mera zeladoria patrimonial - era um ser                     
humano cuidando de coisas. Após, com a criação do                 
Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania             
(Pronasci) em 2007, mediante política de valorização e               
qualificação das Guardas Municipais, e pela 1ª Conferência               
Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Conseg),             
realizada no ano de 2009, a Guarda Municipal passou a ter um                       
“papel decisivo no sistema de segurança por meio da                 
promoção de políticas de prevenção às violências”.             
(PAZINATO et al, 2013, p. 85), cuidando também de pessoas.  
As potencialidades das Guardas Municipais atuarem na             
mediação de conflitos e em políticas públicas municipais que                 
visam a prevenção de violências são diversas e,               
especialmente após 2013 reconheceu-se formalmente todas           
as suas potencialidades por meio do Estatuto Geral das                 
Guardas Municipais - ​Lei 13.022/14​. 
O artigo 5º do Estatuto das Guardas, o qual estabelece                   
as suas competências específicas, aponta que cabe à elas,                 
entre outras atribuições, estabelecer parcerias com os órgãos               
estaduais e da União, ou de Municípios vizinhos, por meio da                     
celebração de convênios ou consórcios, com vistas ao               
desenvolvimento de ações preventivas integradas;         
desenvolver ações de prevenção primária à violência; atuar               
mediante ações preventivas na segurança escolar, de forma a                 
colaborar com a implantação da cultura de paz na                 
comunidade local. 
A segurança escolar é um excelente exemplo para               
destacar a atuação das Guardas Municipais em ações               
preventivas. Isto, pois, ç 
 
a escola é um lugar onde diariamente convivem pessoas                 
com diferentes características, educações, religiões e           
personalidades. Entre tantas diferenças é natural que             
surjam divergências das mais diversas espécies. É             
imprescindível, então, a boa administração dos problemas             
que venham a surgir para que a harmonia e o respeito                     
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Versão 1.0 - Atualizada em 15 de maio de 2020 7 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13022.htm
 
estejam presentes no ambiente escolar e não interfiram               
no processo de ensino-aprendizagem. (SALES, 2004,           
p.91). 
 
O município de Canoas, no Rio Grande do Sul, é um                     
exemplo nesse sentido. Desde 2009, a Guarda Municipal de                 
Canoas passou a atuar também como Guarda Comunitária,               
através da ação Ronda Escolar, “operando em mediações de                 
conflitos e no atendimento a cidadãos e cidadãs nos mais                   
diversos serviços". (PAZINATO et al, 2013, p. 85). A ​Lei                   
Municipal nº 5.505, de 20 de maio de 2010​, criou, no âmbito                       
das escolas públicas do Município, o Programa Permanente               
de Prevenção à Violência nas Escolas, através da instalação                 
de Comissões Internas de Prevenção à Violência Escolar               
(CIPAVEs), que conta desde então com o protagonismo da                 
Guarda Municipal na prevenção da violência nas escolas.  
Na cidade do Rio de Janeiro, também há protagonismo                 
da Guarda Municipal por meio do Grupamento de Ronda                 
Escolar (GRE), que faz o patrulhamento as atividades               
socioeducativas nas unidades da rede municipal de ensino.  
Legenda -​ Equipe do Grupamento de Ronda Escolar (GRE), da 
Guarda Municipal do Rio de Janeiro, atuando na Operação Volta às Aulas, 
em fevereiro de 2020. ​Fonte​: ​Site da Prefeitura do Rio de Janeiro​.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Versão 1.0 - Atualizada em 15 de maio de 2020 8 
https://leismunicipais.com.br/a/rs/c/canoas/lei-ordinaria/2010/551/5505/lei-ordinaria-n-5505-2010-cria-as-comissoes-internas-de-prevencao-a-violencia-escolar-cipaves-o-forum-municipal-de-prevencao-a-violencia-escolar-e-o-comite-municipal-de-prevencao-a-violencia-escolar
https://leismunicipais.com.br/a/rs/c/canoas/lei-ordinaria/2010/551/5505/lei-ordinaria-n-5505-2010-cria-as-comissoes-internas-de-prevencao-a-violencia-escolar-cipaves-o-forum-municipal-de-prevencao-a-violencia-escolar-e-o-comite-municipal-de-prevencao-a-violencia-escolar
https://prefeitura.rio/cidade/onda-escolar-retoma-patrulhamento-e-atividades-socioeducativas-em-escolas-municipais/
 
Outro exemplo é a ​Guarda Municipal Escolar             
Comunitária (Gemec) ​do município de Londrina​, no Paraná.               
Com ciclos de palestras educativas sobre os mais diversos                 
assuntos relacionados à violência, como o ​bullying​, até               
eventos mais específicos com dicas de segurança, a Guarda                 
Municipal de Londrina tem desenvolvido diversas ações sobre               
a importância da prevenção no âmbito das escolas.  
Para além do âmbito escolar, a Guarda Municipal pode                 
e deve atuar em outras frentes de prevenção às mais                   
diversas violências - o que já vem ocorrendo em diversos                   
municípios do país. Por exemplo, o engajamento das Guardas                 
Municipais no combate à ​violência contra a mulher tem se                   
destacadoem algumas localidades. O artigo 7º da ​Lei 11.240                   
de 2006, mais conhecida como “Lei Maria da Penha”​,                 
estabelece quais são as formas de violência doméstica e                 
familiar contra a mulher: 
 
Art. 7º - São formas de violência doméstica e familiar contra                     
a mulher, entre outras: 
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que                   
ofenda sua integridade ou saúde corporal; 
II - a violência psicológica, entendida como qualquer               
conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da                 
autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno                 
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas               
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante           
ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,       
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz,         
insulto, chantagem, violação de sua intimidade,           
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir                   
ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde                   
psicológica e à autodeterminação;   
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta                 
que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de                     
relação sexual não desejada, mediante intimidação,           
ameaça, coação ou uso da força; que a induza a                   
comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua                 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Veja, por exemplo, ações 
da ​Guarda Escolar de 
Londrina​ ​aqui​.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Versão 1.0 - Atualizada em 15 de maio de 2020 9 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm
https://blog.londrina.pr.gov.br/?tag=gmec
 
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método               
contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao                   
aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem,             
suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício                   
de seus direitos sexuais e reprodutivos; 
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer               
conduta que configure retenção, subtração, destruição           
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,                 
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos               
econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas             
necessidades; 
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que                   
configure calúnia, difamação ou injúria. 
Vejamos dois exemplos de atuação das Guardas             
Municipais dos muitos que tem se desenvolvido no país - e                     
que constantemente precisam ser reestruturados e estarem             
sempre em evidência como um projeto preventivo essencial               
na sociedade brasileira.  
Na cidade de Indaiatuba, em São Paulo, a Guarda                 
Municipal que já atuava preventivamente no combate à               
violência contra a mulher, recentemente desenvolveu um             
aplicativo chamado ​SOS Caminho das Rosas​. Trata-se de um                 
aplicativo que poderá ser utilizado por mulheres vítimas de                 
violência doméstica. Ao acionarem a ferramenta um alerta é                 
encaminhado para o Centro de Operações, Atendimento e               
Despacho (COADE) da Guarda Civil e a viatura mais próxima                   
da solicitante é informada imediatamente. Além do chamado,               
o aplicativo possibilita que os guardas recebam dados do                 
possível agressor e o sinal com a localização da vítima é                     
reencaminhado via sistema a cada dois minutos. Em Belo                 
Horizonte, por sua vez, além de outras medidas, a Guarda                   
Municipal tem investido na capacitação de seus agentes para                 
atuar na ​prevenção à violência doméstica e sexual​, buscando                 
qualificação profissional e uma melhor atuação frente aos               
problemas de violência contra a mulher.   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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https://www.indaiatuba.sp.gov.br/relacoes-institucionais/imprensa/noticias/28321/
https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/agentes-da-guarda-municipal-de-bh-fazem-curso-para-preven%C3%A7%C3%A3o-%C3%A0-viol%C3%AAncia-contra-a-mulher-1.776417
 
Conclusão 
 
O presente conteúdo abordou questões relacionadas à             
inovações institucionais, fatores de proteção, prevenção às             
violências e promoção de direitos no campo das políticas                 
públicas municipais de segurança e justiça.  
Primeiro, apresentou-se algumas noções gerais sobre a             
importância da mediação de conflitos e da Justiça               
Restaurativa como meios alternativos para resolução de             
problemas. A instituição e o fortalecimento de Núcleos de                 
Mediação de Conflitos é um importante passo para o livre e                     
amplo acesso à justiça.  
Além disso, foi apresentada algumas outras           
potencialidades de atuação das Guardas Municipais, trazendo             
como exemplos algumas ações positivas de política pública               
municipal de prevenção às violências nas escolas e outras                 
relacionadas ao combate à violência contra a mulher. 
Para refletir 
 
A participação dos municípios, por meio de suas Guardas                 
Municipais, na implementação de ações, projetos e políticas               
públicas que visam a prevenção e o combate aos mais                   
diversos tipos de violências é um caminho necessário para                 
garantir a segurança dos cidadãos e cidadãs das cidades.                 
Você concorda? 
  
    
Revisão de conceitos 
 
➔ Conflito: dissenso, disputa decorrente de valores,           
expectativas e interesses contrariados. 
➔ Justiça Restaurativa: conjunto ordenado e sistêmico             
de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias,             
que visa à conscientização sobre os fatores             
relacionais, institucionais e sociais motivadores de           
 
 
 
 
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conflitos e violência. 
    
Para complementar os estudos 
 
➔ Mapeamento dos Programas de Justiça Restaurativa 
2019, do Conselho Nacional de Justiça: 
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/conteudo/
arquivo/2019/06/8e6cf55c06c5593974bfb8803a8697f
3.pd​f 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências bibliográficas 
BRASIL. ​Lei nº 13.022, de 8 de agosto de 2014​. Dispõe sobre 
o Estatuto Geral das Guardas Municipais. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei
/l13022.htm​. 
 
BRASIL. ​Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006​. Cria 
mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar 
contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da 
Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de 
Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da 
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a 
Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos 
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; 
altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de 
Execução Penal; e dá outras providências. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei
/l11340.htm​. 
 
CNJ. ​Mapeamento dos Programas de Justiça Restaurativa​. 
Brasília: CNJ, 2019. Disponível em: 
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/conteudo/arquivo
/2019/06/8e6cf55c06c5593974bfb8803a8697f3.pdf​. 
 
PAZINATO, Eduardo; KERBER, Aline;DAL SANTO, Rafael. 
Observatório de Segurança Pública de Canoas: ​Contribuições 
à gestão pública municipal da segurança. In: ​Civitas​, Porto 
Alegre, v. 13, n. 1, p. 77-92, jan.-abr. 2013. Disponível em: 
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/civitas/articl
e/view/9942​. 
 
 
 
 
 
Versão 1.0 - Atualizada em 15 de maio de 2020 12 
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/conteudo/arquivo/2019/06/8e6cf55c06c5593974bfb8803a8697f3.pdf
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/conteudo/arquivo/2019/06/8e6cf55c06c5593974bfb8803a8697f3.pdf
https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/conteudo/arquivo/2019/06/8e6cf55c06c5593974bfb8803a8697f3.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13022.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13022.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm
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https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/conteudo/arquivo/2019/06/8e6cf55c06c5593974bfb8803a8697f3.pdf
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/civitas/article/view/9942
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/civitas/article/view/9942
 
SALES, Lilia Maia de Morais. Mediação de conflitos escolares 
– uma proposta para a construção de uma nova mentalidade 
nas escolas. In: ​Revista Pensar​, Fortaleza, v. 9, n. 9, p. 89-96, 
fev. 2004. Disponível em 
https://periodicos.unifor.br/rpen/article/view/751/1613​. 
 
VASCONCELOS, Carlos Eduardo de. ​Mediação de conflitos e 
práticas restaurativas​. 6. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São 
Paulo: MÉTODO, 2018. 
 
 
 
Versão 1.0 - Atualizada em 15 de maio de 2020 13 
https://periodicos.unifor.br/rpen/article/view/751/1613

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