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W BA 02 29 _V 2. 0 FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E HOSPITALAR 2 Mariângela Rosa de Oliveira São Paulo Platos Soluções Educacionais S.A 2022 FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E HOSPITALAR 1ª edição 3 2022 Platos Soluções Educacionais S.A Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César CEP: 01418-002— São Paulo — SP Homepage: https://www.platosedu.com.br/ Head de Platos Soluções Educacionais S.A Silvia Rodrigues Cima Bizatto Conselho Acadêmico Alessandra Cristina Fahl Camila Braga de Oliveira Higa Camila Turchetti Bacan Gabiatti Giani Vendramel de Oliveira Gislaine Denisale Ferreira Henrique Salustiano Silva Mariana Gerardi Mello Nirse Ruscheinsky Breternitz Priscila Pereira Silva Tayra Carolina Nascimento Aleixo Coordenador Camila Turchetti Bacan Gabiatti Revisor Nara Fabiana Mariano Editorial Beatriz Meloni Montefusco Carolina Yaly Márcia Regina Silva Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ Oliveira, Mariângela Rosa de Fundamentos de administração geral e hospitalar / Mariângela Rosa de Oliveira. – São Paulo: Platos Soluções Educacionais S.A., 2022. 32 p. ISBN 978-65-5356-148-9 1. Gestão. 2. Administração hospitalar. 3. Fundamentos. I. Título. CDD 650 _____________________________________________________________________________ Evelyn Moraes – CRB: 010289/O O48f © 2022 por Platos Soluções Educacionais S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A. https://www.platosedu.com.br/ 4 SUMÁRIO Apresentação da disciplina __________________________________ 05 Histórico das organizações hospitalares e a Política Nacional de Atenção Hospitalar __________________________________________ 06 Modelos de Gestão e marcos temporais e de desenvolvimento tecnológico ___________________________________________________ 17 Processo gerencial e Ferramentas de Gestão ________________ 29 Sistemas de Informação, Orçamento em Saúde e Auditoria em Saúde ________________________________________________________ 42 FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E HOSPITALAR 5 Apresentação da disciplina Nesta disciplina, visitaremos alguns conceitos e marcos históricos das instituições hospitalares e suas transformações ao longo do tempo, como espaço de cuidado. O desenvolvimento da sociedade, a migração das pessoas do campo para as cidades, as grandes guerras e a revolução industrial têm direcionado os caminhos para a oferta de cuidado em saúde. Os espaços de cuidado, primordialmente estruturados para atender as demandas da sociedade, foram os hospitais que influenciaram e determinaram grandes mudanças na história da formação médica e na enfermagem moderna. A epidemiologia clínica e social, o desenvolvimento de equipamentos médicos e a mudança do pensamento místico para o desenvolvimento da ciência da saúde com estudos dos patógenos e seus meios de controle, principalmente, as doenças infectocontagiosas, transformando o hospital enquanto uma instituição caritativa para um local com função social e econômica de restabelecimento da saúde das pessoas, principalmente como manutenção das forças de trabalho qualificadas. A migração dos hospitais como espaços coordenados por religiosos para espaços administrados com bases nas especialidades médicas, ou seja, espaços disciplinados e sistematizados, com foco na manutenção da saúde, deixando de ser espaços de exclusão social. Os marcos da Revolução Industrial influenciaram os modelos de oferta de cuidado e gestão dos hospitais. Veremos detalhadamente cada uma destas fases e suas bases teóricas. Por fim, abordaremos as perspectivas de futuro para os hospitais e quais serão as possíveis tecnologias de cuidado. 6 Histórico das organizações hospitalares e a Política Nacional de Atenção Hospitalar Autoria: Mariângela Rosa de Oliveira Leitura crítica: Nara Fabiana Mariano Objetivos • Descrever brevemente o histórico das instituições hospitalares. • Conhecer as mudanças estruturais nos hospitais ao longo do tempo. • Entender como se estabeleceu os hospitais no Brasil. • Listar a trajetória histórica dos hospitais na política de saúde no Brasil. 7 1. O surgimento do Hospital e suas mudanças ao longo do tempo Nesta disciplina, você conhecerá as origens das instituições hospitalares e seus objetivos fundamentais e mudanças ao longo do tempo. A palavra hospital tem origem latina de hospes, que significa hóspede, hospedeiro, espaço de hospedagem. Os registros históricos apresentam indícios de que a origem do primeiro hospital surgiu anteriormente a Era Cristã, sem muita clareza da informação. Algumas referências citam os primeiros hospitais na era budista, datado de 430 a.C., no Ceilão, atual Sri Lanka. A solicitação do governante da época era um espaço para abrigamento de pessoas em situações de vulnerabilidade. Os hospitais eram espaços anexos aos mosteiros. Alguns registros da Índia também citam hospitais na mesma época (BRASIL, 1965, pg. 13). A Grécia também apresenta registro de templos afastados para abrigamento de doentes que eram cuidados por sacerdotes médicos. Os cuidados na época eram impregnados de misticismo. Foi uma fase de grande desenvolvimento e marca, com grande destaque, a história da Medicina com nomes importantes, como Hipócrates (460-370aC) e Aristóteles (384-322aC). A prática médica tinha grande influência religiosa desde seus primórdios e a história da Medicina e a história dos hospitais se encontram em vários momentos da história até se fundirem, mais recentemente, no século XVII. Da época grega até Idade Média, a Medicina não teve grande expressão de desenvolvimento. O pensamento religioso, até então, não permitia a exploração do corpo humano e os cuidados tinham forte cunho religioso, com objetivo de purificação da alma (BRASIL,1965). 8 A Era Cristã fortalece a construção de espaços para cuidado de enfermos, período da história marcado pela estruturação de cidades, grande movimento migratório e muitas guerras. Os hospitais cuidavam de enfermos, feridos de guerras e abrigava os peregrinos. Essas instalações eram grandes e em áreas afastadas de centros urbanos. As diferentes ordenações religiosas, em várias partes do mundo, foram organizando espaços anexos as igrejas ou santuários para cuidado dos enfermos e abrigo de peregrinos. Os cuidados dos doentes eram coordenados pelos religiosos e pessoas excluídas da sociedade, tais como as prostitutas, que eram levadas para os hospitais para realizar os cuidados dos doentes como forma de purificação dos pecados. Segundo Foucault (2015), os hospitais eram locais que concentravam os excluídos da sociedade, retirando de circulação as pessoas consideradas perigosas para a salvação das almas dos que morriam e dos que executavam o cuidado. No oriente, durante a Era Maometana, os hospitais eram espaços de cuidado, ligados às ordens religiosas, mas eram centros de formação médica e de ciência. Não podemos esquecer que a Idade Média foi marcada por grandes epidemias e estes hospitais tiveram grande importância e foram criados espaços específicos para abrigamento destes grupos de doentes, como os doentes de hanseníase, conhecida como doença de Lázaro ou a Lepra. Grandes Instituições foram concebidas com esse intuito e os contaminados com essa doença eram institucionalizados para evitar sua circulação na sociedade. Outro marco desta era foi a peste negra, doença transmitida pelos dejetos de ratos e que estava diretamente relacionada às precárias condições de higiene a que as pessoas estavam expostas nas cidades. As grandes navegações tambématribuíram aos hospitais a função de realizar a quarentena das tripulações para evitar a propagação das doenças epidêmicas da época. As pessoas ficavam abrigadas para 9 verificação das condições de saúde e não comprometerem as transações comerciais. A formação dos médicos na Europa era realizada em escolas médicas restritas, com grande estudo de botânica e das influências da natureza na saúde das pessoas. O acesso a cuidados médicos era restrito a nobreza e pessoas de destaque na sociedade. A partir do século XVI, os médicos passam a realizar visitas pontuais aos doentes, a obediência às ordens religiosas de não explorar o corpo humano são deixadas de lado e a Medicina volta a se desenvolver. No século XVII, aconteceram grandes descobertas médicas. Alguns marcos desta época, como a obra de Leonardo da Vinci o corpo humano, a descoberta do sistema circulatório revolucionou os conhecimentos médicos da época. Os médicos passam a fazer visitas aos doentes nos hospitais para observação da doença. Os registros sobre as condições e evolução dos doentes passam a ser feitos pela equipe de cuidadoras, enfermeiras, assim como as prescrições realizadas durante as visitas médicas. A necessidade de cuidado e o restabelecimento da saúde dos feridos de guerra, principalmente soldados qualificados, precisa ocorrer de forma mais efetiva pois gerava grandes prejuízos aos governos que perdiam os investimentos realizados naquela pessoa. As observações que os feridos morriam em decorrência das febres e não dos ferimentos ficava clara e a necessidade de melhorias e transformações dos espaços hospitalares torna-se urgente. 1.1 O século XVIII e a grande mudança nos hospitais Chegando ao século XVIII, nos deparamos com um hospital em franco processo de mudança de objetivos. A presença dos médicos nas 10 enfermarias torna-se cada vez mais frequente e as observações da evolução das doenças modifica os meios de cuidado. A formação médica deixa a academia e passa a ser realizada, pela primeira vez, no espaço hospitalar. Médicos passam a desenvolver equipamentos para a assistência como o estetoscópio e o bisturi nesta época. Os estudos realizados durante as necropsias possibilitaram amplo conhecimento sobre os órgãos e sistemas e suas alterações ocorridas pelas condições de adoecimento conforme vemos na figura. Figura 1 – Retrata a realização de uma biópsia por um grupo de médicos. Fonte: Wynnter/ iStock.com. 11 Seguindo a franca evolução dos procedimentos médicos nos hospitais, tivemos grande evolução das técnicas cirúrgicas nos ambientes hospitalares, que, anteriormente, eram executadas pelos barbeiros. A Enfermagem moderna designada como profissão, também apresentou grande desenvolvimento nesta época. Formaram-se grupos de jovens moças da nobreza, em diversos países da Europa, que iniciaram seus estudos sobre os cuidados de enfermos e participaram de forma voluntária dos hospitais. Algumas jovens acompanham militares para realizar cuidados nos hospitais de campanha nas guerras. Deste grupo de moças, teremos a estruturação da Enfermagem como ciência, com Florence Nightingale, no século XIX. Nesta época, temos como marco a transformação dos hospitais de função social e religiosa de abrigamento para um espaço de recuperação de doentes e desenvolvimento das ciências da saúde. Importante colaboração desta época também foi a reestruturação física dos hospitais, com relatório produzido pela Academia de Ciências de Paris (BRASIL, 1965, p. 42). 1.2 Os hospitais no Brasil Os hospitais, no Brasil, seguiram a mesma trajetória observada na Europa. No processo de colonização, no Brasil, tivemos a instalação dos primeiros hospitais de ordens religiosas que estavam em terras brasileiras na época. Os primeiros hospitais foram implantados por volta de 1540, com as primeiras Santas Casas. Estas instituições seguiram os mesmos padrões e finalidades das instalações portuguesas, de realizar cuidados sociais e acomodação para pessoas em vulnerabilidade. 12 As primeiras Santas Casas foram instaladas em cidades litorâneas para prestar assistência às movimentações portuárias, principalmente, mas ofertava cuidados sociais aos nativos e o cuidado dos enfermos. No século XVIII, temos as instalações das primeiras instituições hospitalares militares no país, com foco no restabelecimento da saúde das corporações e seus familiares (SANTOS, 2017). Após a imigração europeia para o Brasil, temos as instalações dos hospitais filantrópicos subsidiados pelas comunidades migrantes, entre eles, podemos citar a Beneficência Portuguesa, Sírio Libanês, Oswaldo Cruz e Albert Einstein, que, atualmente, compõem o grupo de hospitais de excelência do país. O Brasil não tinha estrutura de cuidados em saúde e sofreu muito com as consequências das epidemias no século XIX, juntamente com o processo de urbanização intensificado, e as Santas Casas ofereciam conforme suas condições cuidados para as pessoas. A primeira faculdade de Medicina, no Brasil, foi instalada em Salvador, em 1808, seguindo os padrões europeus. A enfermagem permanecia no país, sendo desempenhada de forma caritativa por pessoas leigas sob as orientações de religiosos. A enfermagem só se estruturou no país como profissão e implantou as primeiras escolas de enfermagem, em 1920, com apoio de enfermeiras americanas da Fundação Rockefeller. Essa parceria permitiu a implantação do primeiro curso de Enfermagem, com a Fundação Nacional de Saúde, e, posteriormente, surge a Escola de Enfermagem Anna Neri, no Rio de Janeiro. A partir desta época, inicia-se, no Brasil, a assistência de Enfermagem praticada como ciência. A falta de profissionais qualificados na 13 enfermagem foi uma realidade por décadas até a expansão das escolas formadoras na década de 1980 (MOREIRA,1999). Figura 2 – Ana Justina Ferreira Néri, pioneira brasileira da Enfermagem Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8b/Ana_Neri1. jpg/484px-Ana_Neri1.jpg?20070117180359. Acesso em: 4 maio 2022. 1.3 A Política Nacional de Saúde Hospitalar Observamos, com os registros históricos, que o Brasil, até meados do século XIX, não tinha nenhuma estrutura organizada de oferta de cuidados em saúde. O pouco cuidado, ofertado aos doentes no país, era realizado pelas Santas Casas e de forma muito precária por falta de estrutura e pessoal, principalmente. https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8b/Ana_Neri1.jpg/484px-Ana_Neri1.jpg?20070117 https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8b/Ana_Neri1.jpg/484px-Ana_Neri1.jpg?20070117 14 Os médicos com formação liberal, preparados para atuação em seus consultórios particulares, realizavam cuidados de forma individualizada e as pessoas que podiam pagar recebiam seus cuidados médicos em casa. O século XX tem marcos importantes na história da Saúde, no Brasil, e a construção das políticas públicas de saúde que temos, atualmente. Um desses marcos foi o enfrentamento das epidemias de varíola e de febre amarela, com as primeiras campanhas de vacinação coletiva no país, não aceita pela população, na época, e que gerou um evento conhecido como a revolta da vacina. Surge, em 1920, o Departamento Nacional de Saúde Pública, que, posteriormente, deu origem ao Ministério da Saúde. O foco principal do departamento era o controle sanitário portuário e medidas higienistas para controle de epidemias (SANTOS, 2017). As organizações hospitalares não tinham padronização técnico científica sistematizada pela federação e o país, em proporções continentais, apresentava organizações de saúde no litoral e região sudeste, principalmente. Os trabalhadores formais possuíam suas caixas de assistência à saúde e previdência, conhecidas como Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPS), e cada setor trabalhista passou a organizar sua oferta de cuidados em saúde. Algumas caixas de previdência tinham seu próprio hospital para ofertar os cuidados aos trabalhadores. Em 1930,a partir de Getúlio Vargas, as ações de saúde e as CAPS passam a ser centralizadas e o Estado passa a gerir os recursos dessas caixas de previdência e ser responsável pelos pagamentos dos atendimentos em todo o território. Esta situação de precariedade e excludência de oferta de cuidados, seguiu, até a reforma sanitária em 1984, quando alguns estados e 15 municípios tomaram como responsabilidade a oferta de cuidados de saúde e controle da rede assistencial. Em 1986, vivenciamos a 8 Conferência de Saúde; em 1988, a Constituinte Brasileira; e em 1990, a criação do SUS, por meio da Lei n. 8080/90 (BRASIL,1990). O SUS trouxe, como princípio, o acesso universal e as diretrizes de descentralização, a hierarquização assistencial. Entretanto, as iniquidades de distribuição de serviços de saúde pelo Brasil eram enormes. A partir de então, o Ministério da Saúde e os Estados ficaram responsáveis pela coordenação das redes hospitalares e os municípios responsáveis pela Atenção Básica e Vigilâncias. Passamos a aplicar normatizações e padronização das internações, e a realização de procedimentos com base na legislação apresentada pelo SUS para todo o território. Com a criação da Agência Nacional de Saúde (ANVISA) e o direcionamento de normas sanitárias, a padronização por critérios clínicos apresentou um cenário crítico para as atividades de cuidado social das Santas Casas, principalmente. Nos anos 2000, apresentamos uma grande defasagem na oferta de leitos hospitalares, no Brasil. Diante disso, em 2003, o Ministério da Saúde institui a Política Nacional de Saúde Hospitalar (PNSH), com objetivo de estruturação e implantação de hospitais, principalmente, os de pequeno porte, como forma de incentivar e criar meios para diminuir a desigualdade apresentadas (SANTOS, 2017). Finalmente, em dezembro de 2013, é publicada a Política Nacional de Assistência Hospitalar (PNHOSP), sistematizando e norteando de forma mais objetiva a assistência hospitalar e sua integração nas redes assistenciais já formadas (BRASIL, 2013). Realizando essa retrospectiva pela história dos serviços hospitalares, no Brasil e no mundo, e sua relação direta com as ciências da saúde, 16 podemos vislumbrar que a participação das entidades médicas se fez presente em todo processo histórico da saúde, dada essa participação e a configuração da prática médica como ciência e das demais profissões não, as instituições hospitalares carregam em si uma prática baseada no modelo assistencial centrado na prática médica, na doença e na cura. A relação da Medicina com os hospitais se encontra e se funda na Idade Moderna, desenhando o padrão que temos, atualmente, com foco na ciência e de seu adensamento tecnológico. A forte presença de instituições religiosas, junto aos hospitais, e a categorização da enfermagem como prática empírica e não científica, são explicadas pela história. Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento Nacional de Saúde. Divisão de Organização Hospitalar. História e evolução dos hospitais. Rio de Janeiro, 1965. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd04_08.pdf. Acesso em: 4 maio 2022. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria n. 3.390, de 30 de dezembro de 2013. Brasília, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/ saudelegis/gm/2013/prt3390_30_12_2013 -. Acesso em: 4 maio 2022. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990.Brasília, 1990. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080. Acesso em: 4 maio 2022. FOUCAULT, M. O nascimento do hospital. In: FOUCAULT, M. Microfísica do poder. 2. ed., p. 171-189. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015. MOREIRA, M. C. N. A Fundação Rockefeller e a construção da identidade profissional de enfermagem no Brasil na Primeira República. História, Ciências, Saúde- Manguinhos, v. 5, n. 3., p. 621-645. Rio de Janeiro,1999, SANTOS, T. B. S.; PINTO, I. C. M. Política Nacional de Atenção Hospitalar: con(di) vergências entre normas, Conferências e estratégias do Executivo Federal. Saúde em Debate., v. 41, spe 3, p. 99-113. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: https:// www.scielo.br/j/sdeb/a/QgFtSCTsjqQ6PSHJ8bm3Vwy/abstract/?lang=pt. Acesso em: 4 maio 2022. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd04_08.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt3390_30_12_2013%20- https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt3390_30_12_2013%20- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080 https://www.scielo.br/j/sdeb/a/QgFtSCTsjqQ6PSHJ8bm3Vwy/abstract/?lang=pt https://www.scielo.br/j/sdeb/a/QgFtSCTsjqQ6PSHJ8bm3Vwy/abstract/?lang=pt 17 Modelos de Gestão e marcos temporais e de desenvolvimento tecnológico Autoria: Mariângela Rosa de Oliveira Leitura crítica: Nara Fabiana Mariano Objetivos • Conhecer as fases e modelos da administração e gestão. • Revisar os marcos históricos da administração. • Explicitar como a Revolução Industrial influenciou os modelos de gestão em saúde. • Compreender como as inovações tecnológicas influenciaram a gestão hospitalar. 18 1. A Administração e a Revolução Industrial A sociedade moderna, organizada nos centros urbanos e desenvolvendo atividades em grupo, passou a ter seu cotidiano organizado em estruturas institucionais com planejamento, normativas e expectativas quanto aos resultados esperados. As técnicas administrativas são modificadas ao longo do tempo e de suas transformações nos meios de produção e interação socioeconômica. Nessas estruturas institucionais, temos as empresas, as instituições bancárias por exemplo, com finalidade lucrativa, as organizações sem fins lucrativos, como as igrejas. Podem ser públicas ou privadas e demais derivações, porém, todas precisam ter um plano, finalidades, estruturas de organização, previsão orçamentária etc. Nasce aí, a administração como área de conhecimento específico para cuidado destas atividades listadas acima (CHIAVENATO,2014). Tal estrutura existe desde os primórdios da primeira Revolução Industrial, no século XVIII, para condução do processo de produção e o acompanhamento de resultados. Atualmente, dentro da estrutura administrativa das organizações, temos diferentes papéis a serem executados que vão desde o supervisor de operação até a mais alta liderança. A figura do gerente surge no processo de produção, do século XIX, e seus provimentos dependiam do aumento de produção dos seus liderados. As atividades do gerente implicam em conhecimentos técnicos somados a modo de execução nas relações com as pessoas. O pensamento Cartesiano, de René Descartes, desde o século XVIII, traz para as relações sociais a necessidade de busca da razão e da verdade absoluta, superando as lógicas místicas muito presentes até então. O desenvolvimento de métodos e o destaque para o raciocínio lógico são grandes destaques da obra de Descartes. Acreditava-se que o corpo 19 era separado da mente e as atividades não raciocinadas passam a ter menos importância. Os modelos administrativos surgiram para regular o processo de produção que deixa sua característica artesanal para um modo de produção seriado. Para isso, era preciso uma atuação administrativa que garantisse a execução das tarefas. No século XX, temos várias teorias que determinaram o modo de produção e os processos de trabalho necessários em diferentes áreas até a atualidade conforme veremos abaixo. Teoria Cientifica de Taylor – 1903: Na busca por métodos mais eficazes de produção, com objetivos de redução de custos e aumento de produtividade, Taylor, engenheiro norte americano, chamou a atenção para as tarefas desempenhadas pelos trabalhadores no processo fabril e, com isso, o conceito de qualificação e especialização da força de trabalho. A obra de Taylor também trouxe luz para a necessidade de melhora das condições de trabalho, o que foi bem-visto na época pelos donosdas fábricas e pelos trabalhadores. Fazendo uso do método cartesiano, temos o marco da administração como ciência nesta época. O Taylorismo, como ficou conhecido, consistia em profissionais realizando atividades manuais de forma repetida e sem necessidade de raciocínio sobre suas atividades realizadas no trabalho. Surge o trabalhador que pensa e o que executa (CHIAVENATO,2014). Teoria Clássica de Fayol – 1916: Na França, no final da Primeira Guerra Mundial, surge uma nova teoria administrativa. Fayol, também engenheiro, com os mesmos objetivos de Taylor, cria o Fayolismo focando essa teoria na melhoria do processo de trabalho como um todo. Fayol apresentava a importância de uma visão 20 global (do início ao fim) do processo produtivo e apontava que os bons resultados viriam se toda essa estrutura funcionasse bem, tirando o foco do indivíduo e da especialização do trabalho manual, como na obra de Taylor. O Fayolismo aponta a necessidade de articulação entre o processo de produção de cada setor dentro de uma fábrica com os demais setores de produção, possibilitando, ao trabalhador, visualizar todo o processo de produção fabril. Fayol utilizou a normatização do processo de trabalho, incrementando os setores especializados e inserindo a administração escalonada em níveis hierárquicos. Nos Estados Unidos, uma experiência exitosa para a história da indústria foi desenvolvida por Henry Ford (1863 a1947) que reuniu as características das duas teorias principais e estruturou sua fábrica de automóveis com processos de trabalho, especializados e paralelos, para aumentar eficiência e reduzir o tempo, controlando todos os processos de produção desde a matéria-prima até a comercialização dos carros e se tornou um marco da produção em série na indústria, ficando conhecido como Fordismo (CHIAVENATO,2014). Teoria das Relações Humanas – Mayo e colaboradores: 1927 a 1932: Nos Estados Unidos, surge, então, um grupo que se opõe às Teorias Clássicas. Conhecida como Teoria de Mayo ou Teoria das Relações Humanas, essa nova teoria dispõe sobre o desenvolvimento de estudos qualitativos junto às fábricas, acompanhando sistematicamente o processo de produção e entrevistando os trabalhadores por aproximadamente cinco anos. O Estudo de Hawthorne (1927 a= 1932), teve importante contribuição para a Teoria das Relações Humanas, apontando como resultado que a produção fabril estava diretamente influenciada pelas relações de trabalho, as crenças dos 21 trabalhadores, suas expectativas, ou seja, os trabalhadores se envolviam com o processo de trabalho e este envolvimento era determinante para o aumento da produção e dos bons resultados, questionando frontalmente a teoria de Fayol, principalmente, no que tange a formalidade das relações de trabalho regulada pelas normativas (CHIAVENATO,2014). Hawthorne (1932) destacou a importância das emoções dos trabalhadores sobre seus resultados e enfatizou os efeitos negativos das atividades repetitivas/ mecânicas para os trabalhadores. A partir da Teoria de Mayo, surge a ideia da importância do papel social do trabalho nas vidas das pessoas. Durante a Segunda Guerra Mundial, o processo de produção industrial foi impulsionado e novos autores surgem fazendo considerações sobre as teorias vigentes, embutindo novos conceitos das ciências humanas. Surgem, então, autores propondo mudanças no estilo de liderar o processo de trabalho, trazendo conceitos de cooperação e trabalho em equipe, demarcando um processo de transição vivido em toda a sociedade. A Teoria das Relações Humanas impulsionou outras áreas de estudo, como a definição das necessidades humanas básicas, estudos sobre clima e organização do trabalho, além de inúmeros estudos sobre tipos de lideranças e seus impactos no processo de produção. Estudos nesta área continuam frequentes e o desenvolvimento da liderança, atualmente, tem maior enfoque nas habilidades não técnicas da administração, tais como o aperfeiçoamento de habilidades sociais e de comunicação. Após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1945, um novo marco na Revolução Industrial, surgem novas concepções ajustadas para a época sobre a Teoria Clássica. Diversos autores redesenham as teorias fundamentais da administração, com enfoque no processo de trabalho e foco em resultados. 22 Druker (1954 apud Chiavenato, 2014) apresenta a teoria da administração por objetivos e o planejamento ganha importância. A teorias sobre administração estratégica são revisitadas e algumas ferramentas são desenvolvidas nessa época para diagnósticos das estruturas das organizações, como a matriz SWOT. A estrutura hierarquizada, com diferenciação clara de papéis, os organogramas institucionais e o planejamento, também passam a serem executados de forma hierárquica: estratégico, tático e operacional (CHIAVENATO,2014). Ferramentas de controle da qualidade são definidas e executadas em cada nível hierárquico das organizações. É preciso enfatizar que, nesta mesma época, a estruturação burocrática das instituições era baseada na Teoria de Max Weber, também conhecida como Teoria Burocrática. Nesta teoria, as relações de trabalho baseadas na descrição dos processos e na legislação para cada etapa da produção, além de regras que alinhassem a organização do trabalho com seus objetivos finais. A partir da década de 1970, surgem novos métodos propondo reorganizações se para superar os processos de trabalho lineares/ seriado por processos paralelos/ complexos, além de organizar a produção por projetos. Já na década de 1980, as reestruturações das organizações produtivas e as novas teorias que propunham reduzir as estruturas hierárquicas, tendo início aí os primeiros registros históricos dos processos de terceirização da mão de obra. Teoria Estruturalista: Devido a incompatibilidade das teorias descritas acima se desenvolverem de maneira simultânea, a Teoria Estruturalista, com forte 23 influência das ciências sociais, propõe uma nova tentativa de fundir os conceitos da Teoria das Relações Humanas com a Teoria Weberiana, resultando no aumento de eficiência das organizações com esta aproximação entre as duas teorias (CHIAVENATO, 2014). Teoria da Contingência: Com a complexidade das relações de trabalho e tamanho das organizações, surge a Teoria da Contingência, que versa sobre a ideia de que tudo é relativo e interdepende, ou seja, as estruturas organizacionais de planejamento passam a prever as diversas influências sobre o processo produtivo, como, por exemplo, as mudanças o climáticas, as ações humanas, dentre outros sobre o resultado a ser obtido (CHIAVENATO, 2014). Na década de 1990, presenciamos o grande desenvolvimento tecnológico com a presença marcante da informatização dos processos de trabalho, demarcando este período como nova era da Revolução Industrial, conforme poderemos observar na Teoria dos Sistemas. Teoria de Sistemas: As relações sistêmicas de produção, com o estabelecimento de redes matriciais e filiais, se iniciam, dando início ao conceito de globalização da produção. A complexidade das relações humanas é incorporada nos processos de trabalhos (CHIAVENATO, 2014). Chegamos, então, nos anos 2000, e a complexidade das relações intra e interorganizações aumenta com o surgimento da Internet. A velocidade, a plasticidade de informações e formato das relações de trabalho, se transformam quase que diariamente. Novos formatos organizacionais de trabalho vão surgindo e outros são totalmente reformulados ou até mesmo extintos. 24 1.1 A Gestão em Saúde As estruturas administrativas na saúde, em especial nos hospitais, se apresentaram, por muitos anos, por meio dos conceitos de disciplina e do controle oriundas das ordens religiosas e militares. A adoção das Teorias de Taylor e Fayol, nas relações de trabalho em saúde, ocorreram da mesma forma como nos demais setores de trabalho. A necessidade de manutenção da saúde dos trabalhadores, que passam a ser mão deobra especializada com investimento das organizações, precisava ser preservada. Os conceitos de saúde pública, de saneamento básico, vigilância epidemiológica e sanitária, tem início no final do século XIX e tem seu marco de importância no início do século XX (MALIK; VECINA, 2016). Neste período, estruturam-se nos principais países desenvolvidos dois modelos de gestão na saúde, os Serviço Nacionais de Saúde (SNS) e o modelo de Seguridade Social, com a intensificação de parcerias público- privadas. Os serviços baseados no modelo de Seguridade Social são maioria nos países europeus, já do modelo SNS, são estruturados na Inglaterra, Espanha e Canadá. Destacamos que a assistência farmacêutica é de coparticipação, no qual o cliente custeia uma parte de suas despesas em conjunto com o governo. Os modelos de saúde em todo o mundo passam por intensas transformações ocasionadas pelo envelhecimento da população, mudanças no perfil epidemiológico, medicalização da saúde, banalização de procedimentos médicos, gerados pelo aumento do consumo desnecessário de procedimentos e medicamentos, além do corporativismo na saúde (MALIK; VECINA, 2016). No início de 1900, as políticas de saúde, no Brasil, passaram por intensas mudanças, principalmente, após a chegada da Coroa Portuguesa em 25 nossas terras. Em 1904, com o aumento de casos de varíola, o conceito de vigilância em saúde ganha novos contornos, principalmente, a partir da Revolta da Vacina. Nosso país, já no final do século XVIII, passava a investir no desenvolvimento de tecnologias para a erradicação de doenças, como as vacinas, que, em 1975, com a instituição do Ministério da Saúde (BRASIL, 1975), impulsionou a estruturação do Programa Nacional de Imunização (PNI). O Brasil só começou a estruturar serviços e ofertas de saúde a partir da década de 1920. Neste período, os pobres eram cuidados nos hospitais por pessoas sem nenhuma qualificação técnica, já os ricos, eram assistidos por médicos em seus domicílios (modelo médico assistencial privatista). O governo realizava algumas ações de vigilância em saúde nas regiões portuárias para controle de epidemias (Modelo do Campanhismo Sanitarista). Até o nascimento do Sistema Único de Saúde (SUS), tivemos uma trajetória conturbada nas políticas de saúde no Brasil. Das Caixas de Aposentadorias e Pensão (CAPS) na década de 1930, até a instituição do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), em 1977, a saúde pública brasileira já sofria com sérios problemas de financiamento público, que impactaram diretamente o orçamento da saúde (BRASIL,1990). Como destaque nas políticas de saúde brasileira, temos a linha de cuidado para os doentes de HIV/ AIDS instituída na década de 1990, a implantação de Estratégia Saúde da Família em 1994, os cuidados hospitalares e a oferta de serviços alta complexidade, como o cuidado de pessoas hemofílicas, doentes renais e os transplantes realizados exclusivamente pelo SUS. Assim como a promulgação da lei dos genéricos, que favoreceu o acesso a medicamentos com menor custo, a partir da quebra de patentes da indústria farmacêutica. Apesar do grande avanço, a implementação do SUS, conforme instituído na legislação do país no processo de democratização na década de 26 1980, já nascia com sérios problemas estruturais, que permanecem até hoje. Para se ter ideia, até os anos 2000, o SUS não tinha uma legislação vigente que garantisse seu financiamento pelos poderes municipal, estadual e federal, e somente a partir da Emenda Constitucional n. 29/2000, uma vitória à época, foi instituído um percentual de recursos financeiros que cada ente da federação, por lei, precisa destinar para o SUS. Cabe ressaltar que, apesar de aprovada, a EC n. 29 ainda não foi regulamentada, ou seja, ainda não há uma clara definição dos termos que os três poderes devem repassar o financiamento para o SUS (BRASIL, 2000). Diante de tal impasse financeiro, entramos nos anos 2000 com o fortalecimento das parcerias público-privada, por meio das Organizações Sociais (OS) na saúde. As OS, inicialmente, assumiram a gestão de hospitais e, posteriormente, outras redes assistenciais por todo o território nacional. Em 2016, o SUS sofre novo agravamento de seu financiamento. Com a crise econômica agravada neste período, todo o orçamento das ações de seguridade social, tais como saúde, educação, assistência social, foram congelados por vinte anos, por meio da Emenda Constitucional n. 95/ 2016, ou seja, os gastos com políticas de seguridade social não podem aumentar até 2036 (BRASIL,2016). 1.2 A Inovação Apesar de toda a dificuldade de financiamento do nosso sistema de saúde, o SUS possui inúmeros destaques, tais como na produção de pesquisa e excelência assistencial. Os Hospitais Universitários contribuem com grande produção científica e se destacam em técnicas cirúrgicas, e a robótica, atualmente, é uma realidade dos centros cirúrgicos. O Brasil também se destaca na inovação de ofertas de serviços de base territorial e comunitária, como 27 a Atenção Primária à Saúde. O controle da mortalidade infantil, no início do ano 2000, foi destaque na Organização das Nações Unidas (ONU), com medidas sanitárias, educação em saúde e melhora das ações de pré-natal. Mais recentemente, houve a presença da telemedicina e da inteligência artificial em vários setores da assistência à saúde. Os softwares para autocuidado apoiado têm apresentado resultados de grande relevância, reduzindo gastos na assistência e compartilhando as responsabilidades no cuidado. A Quarta Revolução Industrial em processo, a partir da adoção da tecnologia do 5G, tem trazido destaque para o cuidado à saúde mental, devido a prejuízos relacionais e o surgimento de novas patologias decorrentes da vida pós-moderna. Quando a gestão dos serviços de saúde, temos assistido ao surgimento de novas organizações, apostando na gestão democrática e horizontal. Até aqui, pudemos analisar as grandes mudanças na administração e sua relação com os modelos econômicos vigente, bem como a organização social de cada momento da história reflete na gestão da saúde. Referências BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n. 6259, de 30 de outubro de 1975. Brasília, 1975. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6259.htm#:~:text=L6259&text=LEI%20 No%206.259%2C%20DE%2030%20DE%20OUTUBRO%20DE%20 1975.&text=Disp%C3%B5e%20sobre%20a%20organiza%C3%A7%C3%A3o%20 das,doen%C3%A7as%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias. Acesso em: 4 maio 2022. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Brasília, 1990. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 4 maio 2022. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6259.htm#:~:text=L6259&text=LEI%20No%206.259%2C%20DE%2030 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6259.htm#:~:text=L6259&text=LEI%20No%206.259%2C%20DE%2030 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6259.htm#:~:text=L6259&text=LEI%20No%206.259%2C%20DE%2030 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6259.htm#:~:text=L6259&text=LEI%20No%206.259%2C%20DE%2030 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6259.htm#:~:text=L6259&text=LEI%20No%206.259%2C%20DE%2030 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm 28 BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Emenda Constitucional n. 29, de 13 de setembro de 2000. Brasília, 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/ emc29.htm. Acesso em: 4 maio 2022. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Emenda Constitucional n. 95, de 15 de dezembro de 2016. Brasília, 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/ emc95.htm. Acesso em: 4 maio 2022. CHIAVENATO,I. Introdução à Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente da moderna das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. MALIK, A. M.; VECINA, G. Gestão em Saúde. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc29.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc29.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc95.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc95.htm 29 Processo gerencial e Ferramentas de Gestão Autoria: Mariângela Rosa de Oliveira Leitura crítica: Nara Fabiana Mariano Objetivos • Conhecer as fases do processo gerencial. • Listar os marcos históricos da Administração. • Explicitar como as fases da Revolução Industrial modificaram os processos gerenciais. • Relacionar as mudanças na gestão da saúde e o impacto das inovações tecnológicas. 30 1. O processo gerencial O período Neoclássico, da administração, e os diversos autores relacionados a esse período, trouxeram para a gestão industrial diferentes formas de lidar com o cotidiano do trabalho em busca de maior eficiência, posteriormente, qualidade e redução dos custos. Figura 1 – Linha do tempo da gestão. Fonte: elaborada pela autora. O século XX foi marcado por diversas experimentações na administração, até a construção do processo gerencial conhecido por todos nós na atualidade. Revisitando a literatura, observamos que desde o modelo de Fayol, a visão sistêmica das instituições e verificação de melhorias em cada etapa do processo de produção tem como objetivo o aumento da eficiência como um todo. O Fordismo foi o modelo bem-sucedido dessa metodologia, com foco no aumento da eficiência. Ford aliou os processos sistematizados desde a matéria-prima utilizada, o desenho dos projetos e as etapas de produção, definindo o processo de produção para controle das 31 execuções, que passam então a ocorrer de forma integrada e simultânea (CHIAVENATO, 2014). Teóricos que seguiram o modelo de Fayol e propuseram melhorias no método, acrescentaram, à estrutura de gestão, a produção por processos e projetos. Para estes teóricos, agregar aos processos gerenciais os conceitos da teoria das relações humanas e as necessidades dos trabalhadores, passou a compor o quadro de objetivos a serem alcançados nos processos de produção. Uma contribuição importante desta época se deu sobre as relações de poder nas instituições e a lógica do gerencialismo centralizador, substituindo-a por gestões descentralizadas, com divisão de poder e a presença de supervisores, consultores de gestão na hierarquia das instituições. A discussão sobre liderança e a administração como técnica de gestão de pessoas e a eficiência aumentada pela relação entre as pessoas, foram transformando os espaços produtivos e seus resultados foram positivos. Nas instituições de saúde, por exemplo, os conceitos neoclássicos chegaram tardiamente já que por influência religiosa e militar, o controle e centralidade de poder prevaleceu até meados do século XX. A gestão por objetivos trouxe para as instituições o foco para a necessidade de definir a missão e valores da organização. Todas as etapas do processo de produção da indústria deveriam estar alinhadas com objetivos institucionais, já que os desajustes na produção atingiam os objetivos da instituição. O processo de evolução da gestão por objetivos se deu pela gestão por planejamento. Para atingir os objetivos elencados, era preciso estruturar planos. Temos três modelos de planejamento: o operacional, como o nome já remete ao trabalho executado pelo operariado; o tático, que é o 32 plano setorial, normalmente, executado pelas supervisões e diretorias; e o estratégico, que é o plano da instituição com os objetivos gerais. Planejar permite que a gestão faça previsões e provisões com base em diagnósticos, tomando decisões para minimizar imprevistos e erros de operação, avaliando se o plano foi bem-sucedido ou não e se seus ajustes foram necessários. O processo gerencial, então, se consolida a partir de um processo de trabalho cíclico de: planejar, organizar, monitorar e controlar. As escolas de administração foram se apropriando e aprimorando da necessidade de planejar e tornando o planejamento uma ferramenta importante para garantir, cada vez mais, a eficiência, a qualidade e a redução de custos da operação, aumentando os lucros. A implementação de ferramentas para a qualificar os processos gerenciais, a partir do século XX, foram impulsionados pela era digital e permitiram, cada vez mais, controle de processos de produção. Figura 2 – Ciclo PDCA Fonte: elaborada pela autora. 33 O ciclo PDCA (Plan, Do, Check e Act), importante ferramenta de gestão da qualidade, foi criado na década de 1920, nos Estados Unidos, e é um marco na consolidação do processo gerencial, pois se propõe a implementar, identificar e resolver problemas do processo de produção. Ao longo do tempo, observamos a evolução do ciclo PDCA para o ciclo PDSA (Plan, Do, Study e Act), com intuito de desenvolver novos conhecimentos no processo produtivo. O conceito de melhoria contínua nasce deste princípio do ciclo PDCA. A cada ciclo executado, podemos reconhecer pontos de fragilidade, definir prioridades e aprimorar as estratégias, agregando valor, aumentando a qualidade, reduzindo custos, evitando perdas. Os processos de acreditação International Organization for Standardization (ISO), certificações de meio ambiente e os métodos de gestão da qualidade total Total Quality Manegement (TQM) também estão baseados no ciclo PDCA, já que essa ferramenta é compreendida como simples e rápida de implementar. O Toyotismo se apropria, se desenvolve e aprimora essas ferramentas e princípios e propõe novas ferramentas de gestão, o Lean (metodologia de mapeamento de processos com objetivo de reduzir desperdícios e custos) e o Six Sigma (metodologia de qualidade com foco em redução de variabilidade). Na saúde, temos os serviços de alta qualidade de gestão, com foco na oferta de assistência baseada em valor, em que todos estes conceitos são agregados ao conceito da atenção centrada no cliente. Como podemos observar, a assistência à saúde incorpora as ferramentas da gestão industrial para permitir a qualificação da assistência à saúde, em cenários cada vez mais complexos e tecnológicos. Os desafios atuais têm levado os serviços de saúde na implementação de ferramentas de gestão com a metodologia Ágil, simplificando processos, incorporando a gestão de múltiplos projetos de maneira simultânea, formando times de especialistas integrados a times de tecnologia da informação. 34 A telessaúde e a inteligência artificial transformaram rapidamente o cenário da saúde, modificando a atuação de diversas categorias profissionais, incorporando novas categorias que antes não pertenciam à realidade dos serviços de saúde, assim como em outras cadeias produtivas. A redução de custos de operação com estas novas tecnologias têm permitido ampliar o acesso à serviços de saúde, em cenários tão díspares como o que temos no Brasil. Hoje, médicos especialistas de centros de excelência realizam atendimentos nos rincões do país, por meio da telemedicina. Equipes de enfermagem fazem o monitoramento dos planos terapêuticos, por teleatendimento, equipes de saúde realizando atendimentos ambulatoriais e de pronto atendimento de baixa complexidade por teletrabalho e trabalhando em home office. Neste novo cenário, a gestão tem enfrentado novos desafios, como a atual discussão sobre os modelos de financiamento, incorporação de novos procedimentos às tabelas de custos, a gestão de pessoas em home office, o sigilo nos atendimentos e as barreiras dos protecionismos de classes trabalhadoras frente a estas inovações. 1.1 A gestão em saúde hospitalar no Brasil As estruturas administrativas na saúde hospitalar, no Brasil, composta pelo setor público, as operadoras desaúde, as instituições filantrópicas e alguns grupos familiares, estabelecem diferentes padrões de autonomia e gestão nas instituições hospitalares. A rede hospitalar do país tem sua composição mista e os serviços públicos compõem a parte menor da oferta de leitos. O modelo de financiamento destas diferentes instituições também influencia diretamente sobre sua gestão. Na estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS), o financiamento das despesas das instituições hospitalares foi sistematizado por meio do pagamento da Autorização de Internação 35 Hospitalar (AIH). As despesas com as internações são grande parte das atividades hospitalares, mas não compõem a totalidade de seus custos. Também temos as tabelas de custeios de procedimentos de média complexidade e de apoio diagnóstico que representam uma pequena parte do hall de atividades (IBANEZ; VECINA, 2007). Os hospitais do SUS tem o custeio da gestão de pessoas e despesas básicas em um orçamento fixo separado e as despesas de internações custeadas pelas AIHs, com recursos extras em seu orçamento. A autonomia na gestão destas instituições é menor porque a gestão de pessoal é descentralizada e a estabilidade no modelo de trabalho compromete os processos de melhoria e eficiência. Já nas instituições privadas e filantrópicas, o repasse do SUS é exclusivamente referente às AIHs e tabela de procedimentos, os orçamentos para a totalidade de outras despesas são oriundos de fontes de recursos financeiros diferentes. Nas instituições privadas, temos o pagamento realizado pelas carteiras de clientes segurados diretos ou os coletivos das seguridades sociais, com financiamento misto de trabalhadores e empregados em suas receitas, concentrando-se nas grandes cidades e nas regiões com maior desenvolvimento. As instituições filantrópicas, as organizações religiosas e grupos da sociedade civil e imigrantes, com a maior oferta de leitos pelo país, estão presentes em todas as regiões e apresentam uma diversidade imensa de perfil assistencial e modelo de gestão. Estamos falamos de instituições prestadores de serviços hospitalares básicos até serviços de alta complexidade e alta densidade tecnológica, que oferecem serviços de excelência pelo país. Os hospitais filantrópicos de pequeno porte são maioria pelo interior do Brasil, com menores fontes de financiamento por meio de doações e que, em muitas localidades, ainda representam o único meio de acesso a cuidados de saúde. Estes hospitais enfrentam grandes dificuldades 36 de manutenção de suas ofertas, pois têm como fonte de financiamento quase que exclusiva o pagamento de AIHs, impedindo-os de fazer investimentos para melhorias das ações de saúde. Já as instituições privadas, os gestores têm ampla autonomia na gestão e conseguem implementar processos integrados à gestão de pessoas, aumentando a eficiência global. As instituições privadas e filantrópicas ficam com aproximadamente 2/3 do orçamento hospitalar do SUS. Este cenário expõe a dúvida sobre a eficiência dos modelos de gestão das diferentes instituições, a partir de estudos realizados em meados da primeira década deste milênio. Este cenário trouxe, para a gestão pública, a necessidade urgente de melhorias, sanar problemas de financiamento, os incrementos tecnológicos que aumentam a complexidade dos serviços e a mudança de perfil epidemiológico da população exigem a manutenção e a viabilidade destes serviços. Como mecanismos de tentar sanar tais defasagens, foi instituída, nesta época, a política de Parcerias Público Privadas (PPP), tais como as Organizações Sociais da Saúde (OSS) ou Institutos de Responsabilidade Social das filantropias, reformulando a gestão dos serviços que aderiram a nova política nos hospitais públicos (MALIK; VECINA, 2016). Nas PPPs, os hospitais públicos deixam o modelo de orçamento tradicional, no qual as instituições recebiam um valor orçamentário fechado e preestabelecido, sem a programação de ações, planos de melhorias ou metas de eficiência e qualidade, com limitada autonomia do gestor e dificuldades na gestão de pessoas, pela estabilidade sem planos de melhoria, substituído pelo orçamento global, ou seja, cada instituição responsável pela gestão na parceria tem autonomia de dimensionar como deve estruturar seu orçamento, seus contratos, instituindo o planejamento de ações, métricas de avaliação e metas a serem cumpridas pela instituição. 37 Neste modelo, o gestor tem autonomia inclusive na gestão de pessoal e pode executar planos de incentivo por performance, colaborando para a eficiência geral da instituição. As instituições filantrópicas e privadas oferecem possibilidades de serviços para venda direta aos seus clientes, que têm uma representatividade pequena nas instituições, entretanto, estes serviços ofertados possuem valores definidos pelas próprias instituições, não sendo regulados pelo SUS, com as AIH ou tabela de procedimentos médicos da AMB, que regula os valores de procedimento na oferta de serviços dos segurados e assistenciais previdenciárias. O modelo de pagamento de procedimentos comumente executados nos serviços hospitalares, é a modalidade conhecida como fee for service, em que o pagamento é efetuado por procedimentos executados após sua realização, seja pelo SUS, por meio das AIHs, ou na rede privada, por meio dos sistemas de contas hospitalares. O pagamento pelos serviços é executado posteriormente à sua execução, e é baseado em protocolos clínicos e/ou agrupamentos de diagnósticos para sua sistematização e definição de valores. Em alguns casos, é permitido às instituições ampliarem os procedimentos realizados por paciente, visando ampliar sua remuneração durante uma internação. Para realizar o controle destes procedimentos, são estruturados os serviços de auditoria de contas. Algumas operadoras de saúde oferecem serviços em pacote de serviços, oferta ainda pouco praticada no país. Na década de 1990, com as dificuldades orçamentárias da saúde, estratégias de redução de oferta de serviços e formação de pacotes assistenciais foram palco de amplo debate entre os setores da economia e da saúde. A Agência Nacional de Saúde (ANS) tem discutido com as operadoras de saúde, o modelo de custeio da saúde baseado em valor, substituindo o 38 fee for service. Os pagamentos às instituições são realizados a partir de cumprimento de parâmetros de qualidade, monitorado por indicadores de eficiência e satisfação dos clientes. O Ministério da Saúde (MS), por meio da Agência Nacional de Saúde Suplementar, em 2019, tem proposto este tipo de remuneração financeira para a Atenção Primária à Saúde (APS), com a instituição do Programa Previne Brasil. A defesa do MS consiste em ofertar ações de saúde na APS, a partir do desempenho/ performance das equipes, captação de usuários e indicadores de saúde. O Previne Brasil tem por objetivo instituir estas novas métricas de financiamento, com vistas a uniformizar as ações territoriais de saúde em todo Brasil (HARZHEIM, 2020). 1.2 As tecnologias de apoio à gestão Sistemas de Informação: A viabilidade das instituições de saúde, atendendo aos parâmetros sanitários, atualizando os parques tecnológicos, de pessoal e a viabilidade econômica, tem demonstrado que muitos processos de gestão necessitam ser implementados e, para a execução de qualquer etapa da gestão com qualidade na operação, dependem da coleta de informação com qualidade e agilidade. A amplitude e complexidade do cuidado em saúde exige da gestão acompanhamento contínuo do cenário socioeconômico, já que as condições sociais da clientela são determinantes para as condições de saúde e suas necessidades de cuidado (MALIK; VECINA,2016). Para isso, os sistemas de informação em saúde são de grande importância. Podem ser internos e modelados para as necessidades da gestão local e operacional da instituição, como também os externos 39 ao sistema de saúde e de outras bases de informação que possam colaborar comos diagnósticos e planejamento da assistência oferecida, à exemplo: Dashboard Institucional (interno) e dados do IBGE (externo). Prontuário: Os registros dos cuidados de saúde, até hoje, são determinantes para a qualidade e segurança do cuidado, para o aprimoramento das evidências referente às melhores práticas de cuidado e fundamentalmente para a colaboração com a gestão. O primeiro passo da gestão de qualidade é obter informação de qualidade, a fim de que os diagnósticos institucionais sejam precisos e forneçam os elementos para um planejamento que realmente atenda às necessidades. Balanced Scorecard: Na década de 1990, surge, nos Estados Unidos, uma ferramenta para facilitar a gestão por desempenho nas empresas, por meio de indicadores com métricas para a gestão financeira, produção e de pessoas. O Balanced Scorecard (BSC) favorece a transparência nos processos administrativos e o acompanhamento contínuo e, além disso, possibilita a verificação de dados quantitativos e qualitativos em um mesmo local, produzindo informação para o seguimento e ajustes do plano gerencial (VIEIRA; MACHADO, 2019). Com base na missão, visão e valores da instituição, essa ferramenta possibilita o desenho de indicadores para o acompanhamento de curto, médico e longo prazo, permitindo o acompanhamento de todas as áreas da instituição num único local. O gestor consegue acompanhar as relações entre áreas assistenciais e não assistenciais e seus impactos umas nas outras, de forma objetiva. 40 O BSC passou a ser amplamente utilizado na saúde, pela facilidade no manuseio e na possibilidade de síntese de indicadores complexos em um mesmo local. No Brasil, e principalmente nos serviços hospitalares, essa ferramenta possibilitou acompanhamento gerencial nos novos modelos de gestão estratégica. O BSC iniciou no seguimento hospitalar, com hospitais de destaque na gestão da qualidade. Suas vantagens são: favorecer a comunicação, os ajustes nas estratégias e o monitoramento financeiro, equilibrando as necessidades dentro da instituição hospitalar (VIEIRA; MACHADO, 2019). A realidade atual, da gestão em saúde, é lidar com uma cadeia de imprevisibilidades próprias do setor, suas interfaces sociais e econômicas, manutenção de qualidade, redução de custos e de preços e as relações globais. Muitos sistemas de gestão hospitalar já utilizam o BSC incorporado à sua estrutura organizacional, com indicadores já sinalizados de forma intuitiva para o monitoramento, coletando dados nas diversas bases dentro do hospital. O cenário empresarial da saúde, no país, está em franca transformação de empresas familiares para empresas multinacionais e tecnológicas. As adaptações, principalmente culturais, nas instituições saúde, são muito desafiadoras, pois exigem cada vez mais padronização, monitoramento, avaliação e uso de ferramentas simples e de fácil aplicabilidade. Concluindo, o processo gerencial em saúde e o acompanhamento da evolução social, econômica e tecnológica, tem incorporado novos conceitos, novas técnicas administrativas, possibilitando a oferta de serviços de acordo com as necessidades sociais, cumprindo seu papel fundamental na sociedade capitalista de manutenção das forças de trabalho, sendo um espaço de produção de serviços e bens para a sociedade. 41 Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Guia para implementação de modelos de remuneração baseados em valor. Rio de Janeiro, 2019. Disponível em: https://www.gov.br/ans/pt-br/arquivos/assuntos/gestao- em-saude/projeto-modelos-de-remuneracao-baseados-em-valor/guia_modelos_ remuneracao_baseados_valor.pdf. Acesso em: 4 maio 2022. CHIAVENATTO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente da moderna das organizações. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. HARZHEIM, E. “Previne Brasil”: bases da reforma da Atenção Primária à Saúde. Ciência e Saúde Coletiva, Brasília, v. 25, n. 4, p. 1189-1196, 2020. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csc/2020.v25n4/1189-1196/. Acesso em: 4 maio 2022. IBANEZ, N.; VECINA, G. Modelos de gestão e o SUS. Ciência & Saúde Coletiva, v. 12, p. 1831-1840. Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/ a/8qftxM5GZwvNkVKvnv43kWw/abstract/?lang=pt. Acesso em: 4 maio 2022. MALIK, A. M. VECINA, G. Gestão em Saúde. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. VIEIRA, R.P. MACHADO, F.G. Balanced Scorecard e sua aplicação na área da saúde. Interação–Revista De Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 19, n. 2, p. 59- 69, Varginha: UNIS, 2019. Disponível em: https://periodicos.unis.edu.br/index.php/interacao/ article/view/137. Acesso em: 4 maio 2022. https://www.gov.br/ans/pt-br/arquivos/assuntos/gestao-em-saude/projeto-modelos-de-remuneracao-baseados-em-valor/guia_modelos_remuneracao_baseados_valor.pdf https://www.gov.br/ans/pt-br/arquivos/assuntos/gestao-em-saude/projeto-modelos-de-remuneracao-baseados-em-valor/guia_modelos_remuneracao_baseados_valor.pdf https://www.gov.br/ans/pt-br/arquivos/assuntos/gestao-em-saude/projeto-modelos-de-remuneracao-baseados-em-valor/guia_modelos_remuneracao_baseados_valor.pdf https://www.scielosp.org/article/csc/2020.v25n4/1189-1196/ https://www.scielo.br/j/csc/a/8qftxM5GZwvNkVKvnv43kWw/abstract/?lang=pt https://www.scielo.br/j/csc/a/8qftxM5GZwvNkVKvnv43kWw/abstract/?lang=pt https://periodicos.unis.edu.br/index.php/interacao/article/view/137 https://periodicos.unis.edu.br/index.php/interacao/article/view/137 42 Sistemas de Informação, Orçamento em Saúde e Auditoria em Saúde Autoria: Mariângela Rosa de Oliveira Leitura crítica: Nara Fabiana Mariano Objetivos • Reconhecer os Sistemas de Informação em Saúde e suas funcionalidades. • Associar os sistemas de informação e Gestão na Saúde. • Descrever a composição do orçamento em Saúde. • Explicar os conceitos da Auditoria em Saúde. 43 1. Os Sistemas de Informação O conceito de informação surge com intuito de minimizar as incertezas nas tomadas de decisão, permitindo sistematizar dados, trazendo para o processo gerencial inovação e agilidade. A sociedade moderna foi aumentando a complexidade das relações e dos serviços e, com isso, utilizamos cada vez mais as informações para nortear nossas tomadas de decisão na vida e no trabalho. A construção de uma informação acontece a partir da reunião de um conjunto de dados, que são os registros pontuais realizados sobre as ações executadas. As informações produzidas serão parte dos processos de comunicação nas relações do trabalho. A reunião e análise desses dados produzem informações que serão correlacionados, formando, então, os Sistemas de Informação (CHIAVENATO, 2014). A Organização Mundial da Saúde (OMS) na década de 1980, apontou a necessidade de padronizar as informações, com o objetivo de analisar as condições de saúde nos países. Não sabemos ao certo quantos Sistemas de Informação existem no SUS, pois temos as bases de domínio público e as de domínio restrito aos gestores, em suas diferentes esferas de governo, e algumas bases restritas a regiões, estados e municípios. Vamos nos ater às bases de domínio público para tratar a importância desta para a gestão da saúde nos sistemas público e privado. Na criação do Sistema Único de Saúde (SUS, a Ln. 8080/90 apresenta a necessidade de constituir redes de informações entre as unidades federativas nas diferentes áreas de atuação do sistema de saúde, 44 seguindo as diretrizes do SUS de regionalização e hierarquização dentro do sistema de saúde (BRASIL,1990; COELHO et al.,2021). Os sistemas de informação podem ter como finalidade o monitoramento e avaliação das atividades realizadas nos serviços de saúde, vigilância das condições de saúde e a gestão propriamente dita dos serviços de saúde. Localizamos os sistemas de informação de domínio público, acessando o portal do Ministério da Saúde, ou Secretarias de Saúde de Estados e alguns municípios. Como o SUS foi concebido com a rede de complementaridadecom o Sistema Suplementar (SS), temos muitas informações sobre os serviços de saúde privados. O Departamento de Informática do SUS (DATASUS), é o setor que reúne as bases de todos os sistemas de informação no Ministério da Saúde, formando o Sistema Nacional de Informações em Saúde (SIS). Atualmente, temos nos SIS aplicativos de acesso para profissionais e cidadãos, apresentando dados sobre as condições de saúde a que estes sujeitos procuram. Alguns sistemas de informação são anteriores ao SUS, como exemplo, o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). A maior parte dos SIS originaram a partir da década de 1990. O DATASUS dispõe, em sua base, sistemas de informação em saúde e aplicativos, cerca de 260 bases de informações, em diferentes bases de programação (BRASIL, 2022). Segue abaixo a lista de alguns dos principais SIS: 45 Figura 1 – Sistemas de Informação do Ministério da Saúde Fonte: elaborada pela autora. Nesta extensa lista de sistemas de informação, hoje, temos, no cenário da saúde pública, a falta de integração de dados, produzindo repetição de informações nos diferentes sistemas e, muitas vezes, apresentando divergências entre estes dados. Outro ponto que desperta atenção é o atraso das informações disponibilizadas. Não podemos deixar de lado as diferenças de acesso à tecnologia, principalmente, acesso à Internet nas diferentes regiões do Brasil e seus 5570 municípios. Entre esses diversos sistemas de informação, ainda temos disponíveis os SIS específicos para a Saúde Suplementar. O acesso a estes SIS está 46 disponível pelo portal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O Painel de Troca de Informações da Saúde Suplementar, conhecido como TISS, possui dados disponíveis desde 2015, com mais de três mil procedimentos para consulta. Também é possível acessar informações sobre a qualificação das operadoras de saúde, informações contábeis, informações sobre glosas (procedimentos, produtos e diárias hospitalares rejeitadas pelas operadoras nas prestações de contas hospitalares) e informações sobre ressarcimento do SUS para as operadoras. A saúde privada e a saúde suplementar dispõem de alguns sistemas integrados de gestão, que consolidam as informações e alimentam outras bases de forma automática, contemplam dados cadastrais, registros de prontuário, faturamento e análises estatísticas. Estes SIS seguem conceitos da qualidade e segurança, e são formatados para atender as normas da ANS e garantir a saúde, financeira, principalmente, das instituições. 2. Orçamento em Saúde Os recursos da saúde, no Brasil, sofreram redução expressiva desde a mudança na Seguridade Social anterior ao processo de democratização do Brasil, na década de 1980. A Constituição Federal prevê a responsabilidade do Estado Brasileiro em prover assistência à saúde, contudo, não contemplou em seu texto as premissas orçamentárias necessárias para garantir os princípios do SUS. A conformação do orçamento, na saúde pública, ocorre somando-se os recursos financeiros provenientes das receitas dos três entes federativos (União, Estados e Municípios) desde a concepção do SUS. Em 1998, foi instituído um novo imposto, no Brasil, como forma de compensação das receitas perdidas na saúde para a seguridade social, a contribuição por movimentação financeira, CPMF que foi extinta em 2008 (MALIK; VECINA, 2016). 47 Os recursos provenientes dos impostos não foram alocados em sua totalidade na saúde, a mudança na pirâmide etária, mudanças no perfil de morbimortalidade no país, o aumento da complexidade assistencial e modelo assistencial predominante, fizeram com que o aumento de demandas de cuidado em saúde, no SUS, crescesse de forma inversa ao seu orçamento. O Brasil é um dos países que menos investe em Saúde, entre os países que participam da OMS e, com o passar dos anos, vem reduzindo cada vez mais o investimento público em saúde e transferindo as responsabilidades de execução em uma curva crescente para a saúde suplementar (FIGUUEIREDO et al., 2018). Especificamente com relação ao orçamento da rede hospitalar, o cenário brasileiro apresenta fragilidade financeira devido a desarticulação de redes assistenciais, aumentando o uso dos serviços hospitalares com assistência de baixa complexidade, que não produzem Autorização de Internação Hospitalar (AIH)), principal fonte de receitas dos serviços hospitalares, seja público ou privado. As estruturas hospitalares, pela complexidade, têm sua manutenção de ofertas de saúde com alto custo agregado. Outro ponto importante é a capacidade instalada destes serviços, seja em número de leitos seja em oferta de procedimentos. As unidades hospitalares de pequeno porte, com menos leitos e com característica de baixa densidade tecnológica, compõem boa parte dos leitos hospitalares nos interiores do país. Esses serviços têm alto custo e baixa resolutividade, sendo, em sua maioria, serviços filantrópicos. Financeiramente, essas unidades de pequeno porte tornam-se inviáveis e muitos deles fecham suas portas, gerando, com isso, as desigualdades de cuidado em saúde nas regiões do país. Emendas Parlamentares e doações têm sustentado parte destes serviços com as portas abertas. Os serviços oferecidos têm sido cada vez mais reduzidos pela falta 48 de investimento com cuidados estruturais e incorporação de novas tecnologias, deixando-os restritos aos serviços de baixa complexidade. Os hospitais da Rede de Saúde Suplementar enfrentam outras dificuldades para manutenção da rede hospitalar. Esta rede reduziu sua oferta de leitos nos hospitais pequenos, concentrando seus investimentos nas estruturas hospitalares maiores. O aumento da expectativa de vida das pessoas, a mudança no perfil de morbimortalidade, aumentam as demandas por leitos hospitalares de maior complexidade (BRASIL, 2022). O equilíbrio nas contas destes serviços tem se dado pela implantação de serviços de promoção à saúde e prevenção de doenças, formando redes assistenciais com investimentos em serviços de menor complexidade para acompanhamento longitudinal de seus segurados, investindo na mudança de lógica de cuidado com intuito de reduzir o consumo desnecessário de procedimentos, implementando protocolos de saúde baseados em evidências científicas, já que, mesmo na lógica de custeio por fee for service, o valor pago não cobre as despesas da realização dos procedimentos (BRASIL, 2016). Muitos destes procedimentos desnecessários eram realizados, muitas vezes, sem critérios clínicos evidentes, com a intenção de garantir a manutenção das contas. Essa lógica evidencia o senso comum de que cuidado em saúde é sinônimo de consumo de procedimentos técnicos, com maior complexidade tecnológica e medicamentos, reforçando o modelo hospitalocêntrico e curativista. Na atualidade, o cuidado em equipe, com menor adensamento tecnológico, uso de protocolos de autocuidado apoiado e apoio à saúde, por meio remoto, tem reduzido custos, principalmente, nos Prontos Atendimentos, permitindo equilíbrio orçamentário. Outras medidas que modificam a oferta de cuidado hospitalar, com redução de custos da operação, são as internações domiciliares para os 49 cuidados de doentes crônicos e idosos, oferecendo cuidado com maior satisfação do cliente e menor custo para a instituição. As medidas de intervenção menos invasivas também têm permitido internações mais curtas, com menor risco para os clientes e, consequentemente, menor custo para os hospitais. Dessa forma, as operadoras têm atendido às normativas da ANS. Com a informatização e os atendimentos remotos hoje, já vemos nascendo a discussão de Hospital Virtual, alguns dispositivos tecnológicos de fácil operação têm auxiliado os exames e os diagnósticos na assistência remota (BRASIL, 2022). No Brasil, até meados de o início de 2020, tínhamos muita resistência dos colegiados da saúde para adesão aos serviços de telessaúde. A pandemia de SARSCOV-2 (COVID 19) provocou uma mudança nas normativasdesta modalidade assistencial, que foram rapidamente implementadas pela urgência de manutenção de cuidado à saúde das pessoas, garantindo o isolamento social. Consultas, monitoramentos, visitas diárias e terapias são ofertadas por telessaúde. As instituições estão realizando adequações em suas instalações e promovendo treinamentos para os profissionais, e a realidade imposta pela urgência da pandemia está se consolidando como meio permanente de cuidado e, obviamente, reduzindo os custos (BRASIL, 2020). 3. Auditoria em Saúde Auditoria é o procedimento de examinar se determinada instituição ou setor está realizando suas atividades operacionais conforme normativas legais e técnicas previstas. Existem diversos tipos de auditoria. As auditorias internas são realizadas por equipe especializada, que faz a verificação permanente das atividades realizadas. A auditoria externa é realizada por serviço especializado em auditar, sem nenhuma relação com a instituição examinada, muitas vezes, com o intuído de garantir 50 a transparência e idoneidade da instituição examinada. A auditoria de terceiros, quando o prestador de serviços terceirizado, acontece para verificação de cumprimento de normativas da instituição e garantir a qualidade final (BRASIL, 2016). Nos serviços públicos, temos as auditorias realizadas pelo Ministério Público e Tribunal de Contas, verificando a gestão dos serviços e uso dos recursos públicos. Estas verificações ocorrem permanentemente e são realizadas através da análise de relatórios produzidos pelos entes públicos, também podem ocorrer com auditorias locais com critérios aleatórios ou por verificação de denúncia. Temos os seguintes tipos de Auditorias: Figura 2 – Tipos de Auditoria Fonte: elaborada pelo autor. 51 Na saúde, temos as auditorias de sistemas de saúde, auditoria ambulatorial e hospitalar. O Ministério da Saúde tem regulamentação própria para a realização de auditoria em cada tipo de serviço. Nos serviços ambulatoriais do SUS, é possível realizar as auditorias por meio dos seguintes sistemas: • Sistemas de Informação Ambulatorial (SIA). • Autorização de procedimento de alto custo (APAC). • Sistema de informação da média e alta complexidade (SISMAC). • Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Nestes relatórios, é possível saber a capacidade instalada dos serviços, os recursos humanos e tecnológicos disponíveis, a quantidade de procedimentos realizados e a conformidade da solicitação e execução destes procedimentos. Na rede hospitalar, a verificação dos sistemas: • Sistema de Internação Hospitalar (SIH). • Autorização de procedimentos de alto custo (APAC). • Sistema de Informação de média e alta complexidade (SISMAC). • Tabela de Procedimentos (SIGTAP). • Cadastro Nacional de estabelecimento de serviços de saúde (CNES). Temos também os sistemas de informação para os serviços especializados, que são verificados de acordo com o perfil do serviço. Analisando os relatórios, é possível verificar o perfil de internação, tempo médio de ocupação de leitos, realização de procedimentos de 52 acordo com a capacidade instalada de recursos materiais e humanos, perfil de mortalidade, condições de alta, critérios de solicitação de procedimentos de alto custo (BRASIL, 2016). Área sensível e com necessidades de conhecimento específicas na auditoria, é o setor de verificação de procedimentos com solicitação de Órteses, Próteses e Materiais Especializados (OPME). Tanto na auditoria preventiva como na auditoria operacional e de contas, esses procedimentos requerem bastante atenção e, por vezes, são palco de questionamentos éticos e legais na assistência à saúde do SUS e da saúde suplementar. Neste setor, existe a necessidade de avaliação de qualidade, acompanhamento das evidências em saúde quanto ao uso, análise de condições especiais dos doentes e análise de doenças raras. Ponto importante nas auditorias operacionais e de contas é evitar as glosas (não autorização de pagamento de procedimentos e diárias de internação pelas operadoras) e a verificação dos registros assistenciais, além da adequação das codificações e qualidade dos registros. O exame do paciente e a proposição de alterações no plano terapêutico para a equipe assistencial são mudanças que fazem parte das atividades desenvolvidas pela equipe de auditoria hospitalar. A auditoria analítica necessita fazer uso de informações complementares aos sistemas de informação assistencial para conseguir ampliar sua visão, apoiando o gestor no planejamento dos serviços, por meio do conhecimento de morbimortalidade, previsibilidade de necessidades de cuidado do perfil da clientela, provisão material, análise global da instituição e relação com provedores (BRASIL, 2016). A interface da equipe de auditoria analítica com os setores de qualidade e segurança também deve ser constantes, pois, dessa forma, é possível ter racionalidade no cuidado, preservando a qualificação da assistência. Por fim, verificamos que a gestão em saúde e a qualidade da assistência dependem do uso das bases de dados para informações que apoiem 53 a tomada de decisão pelos gestores com bases técnicas e científicas. A gestão, baseada em dados e evidências científicas, permite, às instituições, equilíbrio em seus orçamentos e, com apoio dos processos de auditoria, a manutenção das boas práticas assistenciais, seguindo os preceitos de qualidade e segurança. Referências BRASIL. Imprensa Nacional. Diário Oficial da União. Portaria n. 467, de 20 de março de 2020. Brasília, 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/ portaria-n-467-de-20-de-marco-de-2020-249312996. Acesso em: 5 maio 2022. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar. TISS– Troca de Informações em Saúde Suplementar. Disponível em: www.ans.gov.br/ prestadores/tiss-troca-de-informacao-de-saude-suplementar. Acesso em: 4 maio 2022. BRASIL. Ministério da Saúde. Auditoria nas assistências ambulatorial e hospitalar no SUS: orientações técnicas. 1. ed., 1. reimpr. Brasília, 2016. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/auditoria_assitenciais_ ambulatorial_hospitalar_sus_1_reimp.pdf. Acesso em: 4 maio 2022. BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS. Disponível em: https://datasus.saude.gov. br. Acesso em: 4 maio 2022. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Brasília, 1990. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080. Acesso em: 4 maio 2022. CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente da moderna das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. COELHO, G. C.; CHIORO, A. Afinal, quantos Sistemas de Informação em Saúde de base nacional existem no Brasil? Cadernos de Saúde Pública, v.37, n.7, 2021. Disponível em: http://cadernos.ensp.fiocruz.br/csp/artigo/1448/afinal-quantos- sistemas-de-informacao-em-saude-de-base-nacional-existem-no-brasil. Acesso em: 4 maio 2022. FIGUEIREDO, J. O. et al. Gastos público e privado com saúde no Brasil e países selecionados. Saúde em Debate, v. 42, n. spe2 p. 37-47. Bahia, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/hbzwsvZnS7PbVJsXsfWJSfB/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 5 maio 2022. MALIK, A. M.; VECINA, G. Gestão em Saúde. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-467-de-20-de-marco-de-2020-249312996 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-467-de-20-de-marco-de-2020-249312996 http://www.ans.gov.br/prestadores/tiss-troca-de-informacao-de-saude-suplementar http://www.ans.gov.br/prestadores/tiss-troca-de-informacao-de-saude-suplementar https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/auditoria_assitenciais_ambulatorial_hospitalar_sus_1_reimp.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/auditoria_assitenciais_ambulatorial_hospitalar_sus_1_reimp.pdf https://datasus.saude.gov.br https://datasus.saude.gov.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080
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