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0 Roberto Menezes Tecnólogo em segurança empresarial/ MBA em Gestão de pessoas, liderança e coach. A História da Segurança Privada Atividade de segurança privada no Brasil Normatização da segurança privada no Brasil O Supervisor Operacional Função de um supervisor operacional Perfil profissional de um supervisor operacional. Pré-requisitos e qualificações necessárias: Como se tornar um supervisor operacional? Onde trabalhar como supervisor operacional? Implantação de Postos E-books relacionados: Apostila Básica para Supervisores Operacionais 1 2023 Apostila Básica para Supervisores Operacionais 2 CURSO BÁSICO PARA SUPERVISORES OPERACIONAIS A História da Segurança Privada Se entendermos que a vigilância está relacionada com a proteção de algo, sejam pessoas ou bens, teremos que remontar à pré-história e tomar como dado adquirido que, o início da vigilância se dá quando o homem vigiava a entrada da sua caverna tentando assim não ser surpreendido, por animais ferozes ou mesmo, outros trogloditas de outras tribos. Desde os primeiros habitantes da terra passando pela era da agricultura de subsistência, em que a humanidade dava os primeiros passos da socialização, do consumo e da definição dos meios de produção; para a era da industrialização de massa, em que passou a consumir bens e serviços e, daí para a era da informação instantânea, em que começou a comunicar-se “on- line/real time”, o fator segurança passou por um longo processo de mudança. A segurança instintiva e de sobrevivência passa a ser interpretada como uma arte. Muito tempo depois, começa a sair do empirismo e a ser vista como uma ciência que precisa ser estudada continuamente. Não há, portanto, uma data específica para este início, mas apenas “um tempo” à distância de alguns milhões de anos. A questão da segurança como defesa, sensação de estar seguro, protegido contra os riscos são tão antigas quanto a existência do homem. Com a evolução do mundo, os riscos foram aumentando e já no século XVI, na Inglaterra, surgiam os primeiros “vigilantes”. Eram pessoas escolhidas por serem hábeis na luta e no uso da espada, remuneradas por senhores feudais, com os recursos dos impostos cobrados aos cidadãos. Avançando no tempo, é no ano de 1850 que se conhece a primeira empresa de vigilância, a Pinkerton, nos Estados Unidos da América, quando o Norte- Americano Allan Pinkerton organizou um grupo de homens para dar proteção ao então presidente Abrahan Lincoln. Nascida como corpo de detetives e posteriormente, ainda nessa década, fazendo serviços de vigilância de valores e outros serviços de guarda-costas. Em 1852, que, devido às deficiências naturais do poder público, os americanos Henry Wells e Willian Fargo, criaram a primeira empresa de segurança privada do mundo, a Wellfargo. Na Europa, a vigilância é um subproduto da revolução industrial e aparece na segunda metade do século XIX (19), um pouco por toda a parte, mas com grande incidência em Inglaterra e França, principalmente. Nesta época será necessário entender que a industrialização levou à feitura de bens em larga escala, sua armazenagem em condições piores ou precárias, e para além dos furtos, que sempre existiram, havia ainda o perigo maior dos incêndios. A Apostila Básica para Supervisores Operacionais 3 necessidade de vigilância enquanto trabalho específico nasce exatamente destes pressupostos. A partir do início de 1900 a vigilância cresce nos EUA com outras empresas e estende-se por toda a América do Norte e desta, para a América Latina. Só muito mais tarde, passados quase 100 anos (em 1996) é que uma empresa Americana, a Pinkerton aposta na Europa, havendo já nessa altura muitas empresas de vigilância ativas. Portanto, a vigilância como proteção de pessoas e bens na Europa, tem início por volta do ano de 1920, alargando os seus horizontes para o Norte e Sul, nos anos seguintes. Em Portugal, a primeira empresa de vigilância que se conhece em atividade, dá pelo nome de Custódia – Organização de Vigilância e Prevenção, com escritura feita no cartório de Sintra, em 17 de maio de 1965. (Ver DR nº147 – III Série de 24 de junho de 1965). Foi fundada por suecos que eram na época, (alguns ainda o serão) acionistas da Securitas BV da Suécia. Durante os seus dois primeiros anos manteve o nome, depois chamou-se Custódia/Securitas ainda durante um ano e depois, veio a chamar-se, já em 1975/76, Securitas- Vigilância e Alarmes, SARL. Hoje, é Securitas – Serviços e Tecnologia de Segurança, SA. Por volta dos anos 80 dá-se a proliferação das empresas de vigilância, e tudo leva a crer que o motivo para tal crescimento tenha sido a criminalidade dos pós 25 de Abril. Algumas dessas empresas eram formadas por ex-empregados da Securitas, umas maiores e outras menores, ficando na nossa memória, nomes como a Ronda, a Sonasa, Grupo 8, Transegur, e outras mais. Na década de 90 aparecem no mercado empresas de vigilância que nada têm a ver com a Securitas, SA e apenas para citar alguns nomes conhecidos, a Prossegur espanhola, a Charon da Sonae (ou a ela ligada), a 2045 relacionada com ex- comandos etc. A falta de disciplina e de ética profissional sobre as leis do mercado, que se manifestaram em muitas empresas, levaram ao aparecimento da figura do Estado como entidade reguladora, através do MAI-Ministério da Administração Interna e de associações de empresas de vigilância como a AESIRF e a AES. Por outro lado, a competitividade agressiva do mercado da vigilância tem levado a que, algumas empresas tenham adquirido outras para manterem determinadas carteiras de clientes, e com isso, tenham igualmente dispensado muitos colaboradores, que é o mesmo que dizer, deitado fora muito investimento, muito conhecimento e experiência adquirida. Nota-se principalmente nas empresas grandes uma lacuna no que respeita à cultura empresarial, ao amor à camisa, que será por outras palavras, a perca Apostila Básica para Supervisores Operacionais 4 da alma que fazia vibrar as empresas por dentro e igualmente, dentro de cada colaborador, levando-as ao sucesso. Voltando ao contexto português a vigilância torna-se necessária nos anos 60 por questões da prevenção do fogo, algum furto interno, desperdício de recursos de energia elétrica e de água, para além da presença humana sempre permanente. Torna-se cada vez mais necessário que os agentes saibam praticar uma prevenção bem concebida de raiz, que haja disciplina no cumprimento das ordens e acima de tudo, sejam especialistas da sua função o que só se consegue com uma muito boa formação o que, infelizmente não acontece salvo excepções. Por volta dos anos 70 aparecem no mercado os “alarmes “que propõem aos clientes, em geral, o binômio homem/tecnologia, muito útil e eficaz quando é de fato pensado para a prevenção efetiva, ou seja, alguém está no terreno para acudir de imediato. Nos anos 70 ainda, por força igualmente do crime generalizado, começa a florescer o serviço de transporte de valores. Atualmente, os serviços de vigilância se dividem em duas grandes áreas: A humana e a técnica. A humana, com a vigilância em geral e os transportes de valores; a proteção e acompanhamento de pessoas; a proteção de recintos desportivos; a proteção de bares e discotecas e/ou recintos com pista de dança. A técnica, com os sistemas de detecção de intrusão; detecção e extinção do fogo; circuitos fechados de TV e controle de acessos. Atividade de segurança privada no Brasil Teve início em 1967. A primeira legislação sobre o assunto surgiu em 1969, com a instituição do Decreto Lei 1.034/69, que autorizou o serviço privado em função do aumento de assaltos a bancos, obrigados à época a recorrer à segurança privada. Este primeiro decreto regulamentou uma atividade até então considerada paramilitar. As empresas que exerciam a atividade foramlimitadas a um número de cinquenta no Estado de São Paulo e eram controladas pela Secretaria de Segurança Pública. Até 1983 os governos estaduais fiscalizavam estas empresas. Apostila Básica para Supervisores Operacionais 5 Normatização da segurança privada no Brasil A demanda por Segurança Privada aumentou ao longo dos anos e está necessidade deixou de ser exclusiva das instituições financeiras para ser fundamental também a órgãos públicos e empresas particulares. O auge dos serviços de segurança foi no final dos anos 70. A crescente procura exigia uma normatização, pois o decreto lei de 1969 já não comportava todos os aspectos da atividade. Foi realizado então um grande esforço junto ao governo federal para regulamentar a atividade através de legislação específica. Em 1983 a atividade foi regulamentada através da Lei 7.102 e a fiscalização deixou de ser estadual (SSP) e passou a ser federal (MJ). Os avanços tecnológicos sempre andaram ao lado da segurança, criando assim métodos mais eficientes e atrelando novos softwares às soluções. Atualmente, vemos nitidamente o diferencial que a inteligência artificial e a segurança eletrônica, por exemplo, atribuíram ao trabalho dos vigilantes neste serviço, com troca de informações cada vez mais ágeis. O Supervisor Operacional A supervisão operacional exerce papel essencial nas organizações, já que através dela os procedimentos desempenhados no local de trabalho podem ser monitorados, falhas podem ser detectadas em estágio inicial e soluções podem ser implementadas. Esta apostila apresentará o que faz um supervisor operacional, qual é o perfil esperado e como se tornar um profissional da área. Função de um supervisor operacional Supervisores operacionais são profissionais que monitoram as tarefas diárias de um setor ou área específica de uma empresa. Sua função abrange a participação em planos, a intervenção e a sugestão de melhorias relacionadas Apostila Básica para Supervisores Operacionais 6 aos procedimentos operacionais com o propósito de que as atribuições sejam feitas em conformidade com as normas e leis internas e/ou externas. Especialistas dessa área desempenham a gestão de primeiro nível, facilitando que seus gestores e líderes desempenhem suas atividades profissionais de forma mais organizada, prática e ágil. Confira abaixo a lista com as atividades gerais desses profissionais: fazer visitas operacionais participar de reuniões operacionais fiscalizar o posto de serviço fazer a supervisão de equipes controlar escalas de trabalho fazer cumprir cronograma de atividades desempenhar rotinas administrativas comuns receber feedback dos serviços prestados reportar para gerentes qualquer anormalidade interagir com responsáveis pela solução de problemas ajudar nas necessidades operacionais controlar uso de EPIs (equipamento de proteção individual) alimentar planilhas controlar documentos criar estratégias para otimização dos processos operacionais sugerir manutenção e reposição dos equipamentos acompanhar as escalas de trabalho e férias de colaboradores solicitar realocação de colaboradores quando necessário prestar bom atendimento e garantir a satisfação de clientes fazer checklist das atividades e processos operacionais fazer relatórios de prestação de serviço participar do planejamento de execução das tarefas mapear potenciais problemas e implementar melhorias supervisionar a guarda e conservação de equipamentos e acessórios acompanhar cadastro de produtos no sistema controlar os custos e colaborar com o equilíbrio financeiro dos contratos verificar formas de redução de custos nas operações fomentar interação das equipes buscar soluções técnicas e práticas fazer avaliação de desempenho periódico definir indicadores de desempenho junto com colaboradores e clientes supervisionar atendimento ao cliente para fortalecer parceria de negócios auxiliar gerentes no planejamento de estratégias operacionais auxiliar gerentes no planejamento de treinamentos administrar metas e resultados operacionais Apostila Básica para Supervisores Operacionais 7 fazer orçamentos elaborar documentação técnica e zelar pela segurança local e de colaboradores Ainda assim, as funções atribuídas aos supervisores operacionais podem variar dependendo do setor, departamento ou tipo de indústria em que atuam, por exemplo, supervisores operacionais que trabalham no setor laboratorial e clínico podem, dentre as várias atividades, procurar supervisionar as cláusulas contratuais de serviços terceirizados de exames de imagem, acompanhar a atuação da equipe técnica, supervisionar o atendimento nas salas de exames, acompanhar a manutenção corretiva e preventiva dos aparelhos e dos equipamentos. Por outro lado, as atividades de supervisores que ocupam o cargo no setor de transportes podem se concentrar no monitoramento e na eficiência da entrega e recebimento de produtos, na escala de motoristas, na solução de problemas de veículos ou de rotas. Perfil profissional de um supervisor operacional. Para que supervisores operacionais tenham um bom desempenho profissional, algumas características podem ser úteis e, por isso, devem compor seu perfil profissional. A primeira é o foco nos resultados. Isso é necessário em função da natureza do cargo, que demanda que os processos operacionais sejam sempre pautados em metas e objetivos. Além disso, supervisores operacionais precisam apresentar uma excelente habilidade de liderança para gerir as equipes, orientá-las, solucionar conflitos, coordenar projetos e lidar com a demanda operacional. Supervisores também precisam adotar em seu perfil uma postura de confiança, positividade e transparência, de modo a fazer com que seus colegas de trabalho tenham uma figura em quem possam confiar e se inspirar frente aos projetos e ações rotineiras que o trabalho requer. Apostila Básica para Supervisores Operacionais 8 Ademais, algumas habilidades também podem ser úteis e contribuir para uma performance bem-sucedida de quem ocupa o cargo de supervisor operacional. Veja abaixo quais são elas: Organização: para supervisionar processos operacionais múltiplos em um ou mais setores e permitir um fluxo de desempenho contínuo. Interpessoalidade: para trabalhar em equipe, resolver conflitos e interagir com colegas de trabalho em geral. Boa comunicação: para expressar as metas e objetivos de forma clara e objetiva, instruir e treinar colegas de trabalho. Senso crítico: para acompanhar os processos, identificar as potenciais falhas e sugerir melhorias. Inovação: para aprender novas técnicas e métodos operacionais e sugeri-los. Autoconhecimento e autoliderança para ser um líder efetivo e estimular a mentalidade do colaborador. Reconhecimento do Perfil das pessoas para potencializar as competências dos colaboradores. Saber delegar, engajar e motivar os colaboradores para aumentar a produtividade. Desenvolver pessoas através do feedback para criar uma cultura de alta performance, como também, saber lidar com conflitos e situações difíceis. Comunicação de Influência e Persuasão, inteligência emocional e comunicação não violenta. Gestão de produtividade e resultados para aumentar a visão sistêmica e pensar em estratégias que impactem em melhores resultados. Pré-requisitos e qualificações necessárias: Preferencialmente com nível superior cursando ou completo conhecimento do pacote office (intermediário para avançado) habilitação Categoria B Esses são alguns dos pré-requisitos mais frequentemente indicados nas vagas de emprego nos sites de busca. No entanto, dependendo da empresa, as pré-condições podem variar. Apostila Básica para Supervisores Operacionais 9 Como se tornar um supervisor operacional? Para se tornar profissionalna área, a formação em gestão em segurança privada/empresarial ou superior em administração de empresas é o pré- requisito de várias organizações. No entanto, demais cursos de nível superior similares ou que atendam ao cargo também são possíveis. Em geral, os cursos citados têm duração média de quatro anos e podem ser encontrados no mercado tanto na modalidade presencial como à distância. A área de operações é responsável por produzir os resultados da empresa, o supervisor operacional é quem lidera e gerencia todos os aspectos deste sistema de trabalho. É necessário também ter experiência anterior gerenciando operações, mas o nível de experiência varia de acordo com o cargo desejado. Além disso, os candidatos podem precisar de habilidades no processamento de dados ou da capacidade de tomar decisões com rapidez e precisão. Ainda, é importante gerenciar conflitos bem, saber se comunicar de maneira eficaz com outros colaboradores e ser capaz de desenvolver e implementar políticas eficientes. Apostila Básica para Supervisores Operacionais 10 Onde trabalhar como supervisor operacional? Supervisores podem desempenhar suas atividades em alguns setores específicos de uma empresa. As áreas mais comuns para supervisores operacionais são: recursos humanos condomínios residenciais e comerciais financeiro jurídico contábil operações vendas comercial marketing O cargo apresenta uma série de possibilidades dentro do mercado de trabalho, uma vez que suas funções são importantes para o auxílio de gerentes e líderes de uma organização. Grande parte das oportunidades se concentram nas empresas privadas, embora também haja ofertas de emprego em cargos públicos. Implantação de Postos Gerenciar e supervisionar as equipes de implantação dos postos da empresa contratante. Garantir que os processos, técnicas e produtos sejam usados de forma correta para garantir o sucesso da implantação. O supervisor também fornece orientação sobre aspectos operacionais para que o serviço seja entregue com a maior qualidade possível. O supervisor também executa auditorias sobre o serviço de implantação para garantir que este atenda aos padrões estabelecidos. Além disso, o supervisor em uma implantação fornece informações detalhadas sobre as instalações e serviços. O supervisor também é responsável pela comunicação com a equipe local nas instalações dos postos. O supervisor garante que as regras e regulamentos da empresa sejam cumpridas. Além disso, ele supervisiona a instalação de Apostila Básica para Supervisores Operacionais 11 todos os equipamentos e sistemas relacionados, verificando se eles se encontram em boas condições de uso antes mesmo de entrarem em operação. Ele monitora constantemente os serviços prestados a fim de garantir a qualidade. Além disso, deve manter a equipe treinada, garantindo o cumprimento de todas as normas regulamentares, bem como auxiliar a empresa em todos os aspectos ligados à gestão do posto implantado. E-books relacionados: O e-book é um livro digital no formato PDF com 105 páginas A4. Escrito pelo especialista em segurança empresarial José Sérgio Marcondes, que é consultor em segurança empresarial, idealizador, dono e escritor do blog gestão de segurança privada. Profissional com mais de 30 anos de experiência em cargos de gestão em diversas empresas. Este livro digital apresenta os conceitos de supervisão e aborda as principais competências e habilidades necessárias para uma boa atuação no cargo. Ele orienta o supervisor sobre como ser um educador- treinador, um solucionador de problemas e um “líder autêntico”. O livro e-book supervisor de segurança privada é um livro escrito com o objetivo de conceituar e descrever, de forma abrangente, o cargo de supervisor de segurança privada. A figura do supervisor de segurança é de grande importância para as organizações, tem relevância vital para que os processos operacionais saiam do papel e sejam implantados de acordo com o planejado. O livro e-book supervisor de segurança privada aborda de forma exclusiva e abrangente o cargo de supervisor de segurança privada. Conteúdo objetivo, abrangente e didático, para sanar suas dúvidas, melhorar suas competências e indicar o caminho para o sucesso como supervisor. O livro revela os principais segredos e dicas para o sucesso no cargo de supervisor. É indicado para profissionais novos ou experientes no cargo de supervisão, e demais profissionais da segurança que queiram entender o funcionamento do cargo de supervisor de segurança
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