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GESTÃO ESCOLAR E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

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Prévia do material em texto

GESTÃO
ESCOLAR E 
ORGANIZAÇÃO 
DO TRABALHO 
PEDAGÓGICO 
NA EDUCAÇÃO 
BÁSICA
Professora Me. Adriana Salvaterra Pasquini
Professora Me. Marcia Maria Previato de Souza
Professora Me. Priscila Viviane de Souza Filipim
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; PASQUINI, Adriana Salvaterra; SOUZA, Marcia Maria 
Previato de; FILIPIM, Priscila Viviane de Souza. 
 
 Gestão Escolar e Organização do Trabalho Pedagógico 
na Educação Básica. Adriana Salvaterra Pasquini; Marcia Maria 
Previato de Souza; Priscila Viviane de Souza Filipim.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016. Reimpresso em 2018.
 162 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Gestão. 2. Organização. 3. Pedagógico. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0277-5
CDD - 22 ed. 378
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Planejamento de Ensino
Fabrício Lazilha
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida 
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Head de Produção de Conteúdos
Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli
Gerência de Produção de Conteúdos
Gabriel Araújo
Supervisão do Núcleo de Produção de 
Materiais
Nádila de Almeida Toledo
Coordenador de Conteúdo
Marcia Maria Previato de Souza
Qualidade Editorial e Textual
Daniel F. Hey, Hellyery Agda
Design Educacional
Thayla Daiany Guimarães Cripaldi
Iconografia
Amanda Peçanha dos Santos
Ana Carolina Martins Prado
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Thomas Hudson Costa
Revisão Textual
Yara Martins Dias e
Gabriel Bruno Martins
Ilustração
Bruno Cesar Pardinho 
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal 
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual 
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa-
zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa-
tível com os desafios que surgem no mundo contem-
porâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó-
gica e encontram-se integrados à proposta pedagó-
gica, contribuindo no processo educacional, comple-
mentando sua formação profissional, desenvolvendo 
competências e habilidades, e aplicando conceitos 
teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais 
têm como principal objetivo “provocar uma aproxi-
mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi-
bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação pes-
soal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser 
apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi-
bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de 
professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
Professora Me. Adriana Salvaterra Pasquini
Graduada em pedagogia pela Fundação Faculdade Estadual de Ciências e 
Letras de Paranavaí FAFIPA (1996), Especialista em Psicopedagogia (1999) 
e em Pesquisa Educacional (2004), pela Universidade Estadual de Maringá- 
UEM, Mestre em Educação (2009) pela UEM e doutoranda em Educação 
na Universidade Estadual de Maringá - UEM. É professora da Universidade 
Estadual do Paraná - UNESPAR / Campus Apucarana, nas áreas de Historiografia 
da Educação e Gestão Escolar.
Professora Me. Marcia Maria Previato de Souza
Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá - UEM. 
Especialista em Educação a Distância: Tutoria, Metodologia e Aprendizagem 
pela Sociedade de Educação Continuada - Educon. Especialista em Docência 
no Ensino Superior pelo Centro Universitário de Maringá - UniCesumar; 
Especialista em Gestão Educacional: Administração, Supervisão e Orientação 
pelo Centro Universitário de Maringá - UniCesumar e Graduada em Pedagogia 
pela Universidade Estadual de Maringá - UEM. No Centro Universitário de 
Maringá - UniCesumar, atua como Coordenadora Pedagógica do curso de 
Graduação em Pedagogia. Atua também na modalidade a distância como 
professora formadora da disciplina de Metodologia da Alfabetização desde 
2007 e professora da pós-graduação nas disciplinas de Metodologia do 
Ensino e Fundamentos Históricos da Educação a Distância: Políticas e Práticas 
de EAD no Brasil, na mesma Instituição.
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Professora Me. Priscila Viviane de Souza Filipim
Graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário de Maringá - UniCesumar, 
especialista em Gestão Educacional pelo Instituto Paranaense de Ensino e 
mestre em História e Historiografia da Educação pela Universidade Estadual 
de Maringá - UEM. Professora, desde 2006, da rede municipal de Maringá. Em 
2009 passou a integrar o quadro da secretaria de educação - SEDUC, atuando 
como Assessora Pedagógicados Centros Municipais de Educação Infantil 
(C.M.E.I s) no qual encontra-se até hoje (2016). Atuou, também, como membro 
do Conselho Municipal da Educação do Município de Maringá nos anos 2009 
à 2012. Em 2013 lecionou no Plano Nacional de Formação de Professores da 
Educação Básica (Parfor) na UEM e, em 2014, assumiu algumas disciplinas no 
curso de Pedagogia - Educação a Distância (EAD), no Unicesumar.
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) acadêmico(a), é com muito prazer que apresentamos o livro Gestão Escolar e 
Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Básica. Ao apresentá-lo, espera-
mos que você conheça de modo claro e objetivo os caminhos que norteiam a Gestão 
Democrática. Almejamos, também, que você reflita sobre a práxis pedagógica dos pro-
fissionais que atuam no campo educacional, compreendendo assim, os aspectos que 
embasam uma educação de qualidade e emancipatória. 
Ao escrevermos este livro, não tínhamos como foco a escrita de um “passo a passo” ou 
de uma “receita pronta” que envolvesse a Gestão Escolar e a Organização do Trabalho 
Pedagógico na Educação Básica. No entanto, propusemo-nos trazer à tona algumas pro-
vocações que pudessem fazer você compreender melhor o contexto escolar, sobretudo, 
o universo do gestor educacional. 
Assim, o referido livro foi organizado de modo especial a todos os acadêmicos do curso 
de Pedagogia que, no nosso entendimento, têm buscado com excelência compreender 
os desafios da gestão escolar. Posto isso, gostaríamos de esclarecer que os conteúdos 
aqui apresentados não serão apenas para aqueles que ocupam ou que pretendem ocu-
par um cargo de direção ou vice-direção, mas para todos os profissionais que, na fun-
ção de pedagogo, são chamados para realizar um trabalho coletivo. Estamos falando 
do gestor/diretor, do coordenador pedagógico e dos demais profissionais que atuam 
diretamente com os alunos em sala de aula, ou seja, professores, educadores, auxiliares 
educacionais, entre outras nomenclaturas.
Agora, é chegada a hora de apresentarmos o livro. Este é composto por cinco unidades 
que darão sustentação para a presente discussão. As unidades são intituladas da seguin-
te maneira:
A primeira unidade, “Contextualização histórica da Gestão Escolar no Brasil”, aborda-
rá a trajetória da gestão escolar em nosso país, bem como a atuação do pedagogo em 
diferentes períodos históricos e a influência neoliberal na Reforma de Ensino.
Já a segunda unidade, “Fundamentos e instrumentos de consolidação da Gestão 
Democrática”, aprofundará nas bases legais que norteiam a gestão e a educação no 
território brasileiro, bem como as instâncias colegiadas que efetivam a participação da 
comunidade escolar, ou seja, dos pais/responsáveis, profissionais da educação e demais 
membros da sociedade que visam à melhoria educacional.
Na terceira unidade, “A construção coletiva do Projeto Político-Pedagógico - PPP”, você 
terá a percepção do quão é importante a atuação da equipe diretiva no trabalho coletivo. 
Nessa unidade, você poderá conhecer os Fundamentos Teóricos do Projeto Político-Peda-
gógico (PPP) e os elementos que o compõem, bem como a forma de (re) elaborá-lo.
Na quarta unidade, “Planejamento e trabalho coletivo”, você terá a chance de se apro-
fundar sobre a função da escola na sociedade contemporânea e no planejamento esco-
lar enquanto instrumento de ratificação do ensino e aprendizagem. Também, conhece-
rá as dimensões do Planejamento Educacional – que é composto pelo Planejamento no 
APRESENTAÇÃO
GESTÃO ESCOLAR E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
APRESENTAÇÃO
âmbito dos Sistemas e Redes de ensino, Planejamento no âmbito das Unidades Escola-
res e Planejamento no âmbito do Ensino.
A quinta e última unidade, denominada “Gestão escolar e os processos de avaliação”, 
retratará a relação entre a qualidade educacional e os processos de avaliação que são 
instrumentos de democratização do conhecimento científico. Nesta unidade, tivemos a 
pretensão de apresentar a você as especificidades dos processos da avaliação institucio-
nal, isto é, do Sistema de Avaliação da Educação Básica – SAEB. Assunto este que você 
precisa saber em razão de sua profissão docente.
Finalizando esta parte introdutória, gostaríamos de apresentar a você uma proposta de 
estudo para auxiliá-lo na apropriação dos temas discutidos em cada unidade deste livro, 
sendo:
• Sistematize um plano de estudo e registre em uma agenda a(s) sua(s) meta(s) e os 
prazos para sua efetivação.
• Procure um ambiente adequado para sua leitura, ou seja, sem barulhos ou demais 
interferências.
• Tenha sempre em mãos um caderno e uma caneta para registrar suas impressões 
sobre o texto/capítulo lido.
• Procure esclarecer a(s) dúvida(s) em relação ao conteúdo ou algum termo desco-
nhecido logo após a(s) leitura(s). Se deixar para outro momento, a dúvida pode não 
ter mais sentido e você acabará por não pesquisá-la.
• Finalmente, depois de concluída a leitura, escreva um parecer pessoal sobre o mate-
rial estudado, isto é, quanto à relevância do(s) tema(s) explorado(s) e do seu apren-
dizado. 
Agora, vamos lá! Inicie sua leitura e tenha um ótimo estudo! 
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO ESCOLAR NO BRASIL
15 Introdução
16 A Atuação do Pedagogo em Diferentes Períodos Históricos 
22 A Influência Neoliberal na Reforma de Ensino da Década de 1990 
25 A Gestão Democrática no Cotidiano Escolar 
31 Considerações Finais 
UNIDADE II
FUNDAMENTOS E INSTRUMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO DA GESTÃO 
DEMOCRÁTICA
39 Introdução
40 Fundamentos Teóricos e Legais da Gestão Democrática 
43 Gestão Democrática: Elementos Básicos que a Compõe 
46 A Importância das Instâncias Colegiadas em uma Gestão Democrática 
49 As Instâncias Colegiadas e suas Especificidades 
65 Considerações Finais 
SUMÁRIO
UNIDADE III
A CONSTRUÇÃO COLETIVA DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
71 Introdução
72 A Atuação da Equipe Diretiva Frente ao Trabalho Coletivo 
77 Fundamentos Teóricos do Projeto Político-Pedagógico 
82 Os Elementos que Compõem o PPP 
85 Orientações Para (Re) Elaboração Do PPP 
94 A Elaboração do Projeto Político-Pedagógico 
98 Considerações Finais 
UNIDADE IV
PLANEJAMENTO E TRABALHO COLETIVO
105 Introdução
106 O Foco e a Função da Escola na Sociedade Contemporânea 
110 O Planejamento Escolar Enquanto Instrumento de Ratificação do Ensino e 
da Aprendizagem
117 As Dimensões do Planejamento Educacional 
120 Considerações Finais 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
GESTÃO ESCOLAR E OS PROCESSOS DE AVALIAÇÃO
127 Introdução
128 As Relações Existentes Entre a Qualidade Educacional e o Processo de 
Avaliação 
132 Breve Resgate Histórico Sobre o Ato de Avaliar 
134 As Especificidades do Processo de Avaliação Institucional 
142 O Processo de Avaliação Enquanto Instrumento de Democratização do 
Conhecimento Científico
143 Considerações Finais 
149 CONCLUSÃO
151 REFERÊNCIAS
157 GABARITO
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Professora Me. Adriana Salvaterra Pasquini
Professora Me. Marcia Maria Previato de Souza
Professora Me. Priscila Viviane de Souza Filipim
CONTEXTUALIZAÇÃO 
HISTÓRICA DA GESTÃO 
ESCOLAR NO BRASIL
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer o percurso histórico da Gestão Escolar no Brasil.
 ■ Compreender que as estruturas educacionais não são naturalmente 
postas, mas historicamente construídas.
 ■ Analisar o papel da Gestão Escolar.
 ■ Estabelecer relação entre o papel da escola e o mundo do trabalho.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ A atuação do pedagogo em diferentes períodos históricos
 ■ A influência Neoliberal na Reforma de Ensino da década de 1990
 ■ A Gestão Democrática no cotidiano escolar
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),nesta primeira unidade, você fará um estudo que, no nosso 
entendimento, é de extrema importância para a compreensão do papel do gestor 
escolar na contemporaneidade. No entanto, antes de iniciarmos essa discussão, 
gostaríamos de esclarecer a você que as relações postas no campo educacional 
não surgiram “do nada” e nem sempre foram como são hoje. Elas foram cons-
truídas historicamente pela humanidade. Assim, o grande desafio desta unidade 
é o de resgatar brevemente o contexto histórico da Gestão Escolar no Brasil, 
bem como refletir sobre os conceitos que fundamentam tal proposta de estudo. 
Vale destacar que as discussões apresentadas neste capítulo serão embasa-
das em duas vertentes, sendo: a atuação do pedagogo enquanto gestor escolar 
e a função do pedagogo como gestor, diretamente relacionado às exigências do 
processo de reestruturação produtiva do capitalismo. Já a periodização para tra-
tar de tais assuntos será a partir da década de 1960, sobretudo com a instalação 
do Regime Militar, até os dias atuais. Posto isso, e pensando na ação que a edu-
cação pode exercer para melhoria da sociedade brasileira, que consideramos de 
suma importância iniciarmos pela atuação do pedagogo em diferentes perío-
dos históricos. 
Pedagogo este que articula as condições históricas postas com a sua fun-
ção por meio de práticas coletivas do planejamento institucional; que direciona 
e organiza todo o contexto escolar, ou seja, sujeito que tem a missão de condu-
zir, da melhor forma possível, o dia a dia de uma instituição, pensando sempre 
na qualidade do processo ensino-aprendizagem. Em outras palavras, não vamos 
proferir somente ao gestor/diretor de uma instituição escolar, mas a todos os 
pedagogos que lutam por uma educação mais justa e democrática, sendo eles: 
diretores, coordenadores pedagógicos (supervisor e orientador), professores, edu-
cadores, auxiliares educacionais, auxiliares de creche, entre outras nomenclaturas. 
Então, vamos lá! Boa leitura a todos.
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Introdução
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CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO ESCOLAR NO BRASIL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I
A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO EM DIFERENTES 
PERÍODOS HISTÓRICOS
Para iniciarmos a discussão sobre a função do pedagogo como gestor diretamente 
ligado às exigências do capitalismo, devemos ter claro como a gestão sofreu, e 
sofre, influências do mundo do trabalho. Desse modo, é de suma importância que 
façamos um breve resgate histórico para acompanharmos essa trajetória. Vejamos: 
Foi no período posterior a 1964 que a formação do pedagogo ganhou des-
taque. Até então, preceituava a hierarquização das funções como administração, 
supervisão, planejamento e inspeção escolar, uma vez que, sob a égide da Reforma 
Universitária (Lei nº 5540/68), as disciplinas profissionalizantes passaram a abran-
ger as seguintes habilitações para o curso de graduação, sendo: Magistério das 
disciplinas pedagógicas de (2°) Grau, Orientação Educacional, Administração 
Escolar, Supervisão Escolar e Inspeção Escolar. Dessa forma, a atuação do peda-
gogo consistia em dar direção e controle no processo escolar. Em outras palavras, 
imperava o autoritarismo, a estrutura verticalizada, a falta de diálogo entre os 
profissionais que lecionavam em uma mesma instituição, entre tantos outros 
quesitos que caracterizavam o Regime Militar.
O contexto acima só é 
passível de compreensão se 
“olharmos”, mesmo que bre-
vemente, para as condições 
históricas que o determinam. 
Basta observarmos o modelo 
de produção taylorista/for-
dista que influenciou – e 
muito o campo educacional, 
pois do mesmo modo que se 
exigia dos operários nas fábri-
cas e/ou indústrias, exigia-se 
dos professores nas escolas. “A escola foi eleita pelos militares como instrumento de manutenção da ordem no país.”
17
A Atuação do Pedagogo em Diferentes Períodos Históricos
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O modelo em questão era pautado na padronização do método de trabalho e 
das ferramentas utilizadas, sendo sua finalidade atender às demandas da educa-
ção de trabalhadores e dirigentes a partir de uma clara definição de limites entre 
ações intelectuais e instrumentais, determinando as atribuições de cada um no 
processo. Assim, o taylorismo/fordismo buscava eliminar o desperdício, ou seja, 
quanto mais proveito se tivesse dos recursos (redução dos custos de produção) 
e do tempo, mais lucro o proprietário da fábrica e/ou indústria teria. O mesmo 
acontecia nas instituições escolares, haja vista que a valorização não estava na 
qualidade do trabalho ofertado e sim na quantidade das atividades passadas aos 
profissionais que, consequentemente, repassavam aos alunos. 
Outro aspecto marcante do taylorismo/fordismo foi a fiscalização sobre a 
ociosidade operária. Em outras palavras, os operários eram supervisionados e 
controlados diariamente. O que acontecia, também, nas escolas. Como exemplo 
desse momento histórico, podemos mencionar as “janelinhas” de vidro que exis-
tiam nas portas das salas de aula para que o supervisor passasse e observasse se 
o profissional estava ou não trabalhando, isto é, dando o conteúdo, explicando a 
lição etc. Reiteramos que até hoje existem essas “janelinhas” nas portas das salas, 
mas o foco do pedagogo deve ser outro, ou seja, ele tem a função de mediar, auxi-
liar e conduzir os docentes em suas práxis pedagógicas – além, é claro, de envolver 
toda a comunidade escolar na luta por uma educação de qualidade. 
Vale destacar que o taylorismo ocorreu no fim do século XIX e início do 
século XX. Esse era denominado, também, de Teoria da Administração Científica, 
sendo seu idealizador o americano Frederick Winslow Taylor. Essa teoria tinha 
o intuito de aplicar a ciência à administração, com o objetivo de garantir uma 
melhor relação custo/benefício aos sistemas produtivos das empresas da época. 
Já Ford, a partir da racionalização da produção, idealizou e efetivou a linha de 
montagem como, por exemplo, a esteira mecânica. Esta lhe permitiu a produ-
ção em série, processo no qual se produz em grande escala. Em suma, em uma 
sociedade dividida em classes, as relações sociais eram de extrema exploração.
Posto isso, destacamos que a produção naquele momento centrava-se no 
grande número de trabalhadores que eram marcados pela divisão do traba-
lho, mecanização da produção, estrutura hierarquizada verticalmente e distinta 
em níveis operacionais de direção, planejamento, supervisão e execução.
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CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO ESCOLAR NO BRASIL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I
E mais, o objetivo principal desse modo era a produção em massa, atendendo 
relativamente às demandas homogêneas, com tecnologia estável e processos de 
produção eletromecânica1. De modo geral, nesse período, não havia espaço sig-
nificativo para mudanças, nem para a participação criativa dos trabalhadores – o 
que se mandava fazer/executar deveria ser feito, sem argumentações, sugestões etc.
Essa base produtiva, por sua vez, deu origem a tendências pedagógicas que 
privilegiaram tanto a racionalidade formal quanto a técnica, caracterizando o 
conservadorismo das escolas tradicional, nova e tecnicista, fundamentadas pela 
dicotomia do fazer/técnica X pensar/intelectual. Tal organização produziu, então, 
a separação do trabalho intelectual e braçal, planejamento e execução. 
Destacamos ainda que, nessa época, prevaleciao termo administrador e não 
gestor escolar. Para compreensão do momento explorado, recomendamos aos 
acadêmicos do 1º ano do curso de Pedagogia – Unicesumar assistirem o filme 
“Tempos Modernos”, de Charlie Chaplin, que ilustra o quanto a educação sofreu 
e sofre influências do mundo do trabalho.
1 Eletromecânica é o ramo da ciência e tecnologia no qual são realizadas a análise, o projeto, o 
desenvolvimento, a produção e a manutenção de sistemas e dispositivos que integrem componentes 
elétricos e mecânicos no seu mecanismo. 
“Modern Times (Tempos Modernos, no Brasil e em Portugal) é um filme 
de 1936 dos Estados Unidos do cineasta Charles Chaplin, em que o seu 
famoso personagem “O Bolly” (The Tramp) tenta sobreviver em meio a 
tantas recuperações na escola.”
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A Atuação do Pedagogo em Diferentes Períodos Históricos
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Após assistirem e analisarem o filme, verão que as relações da escola não passa-
ram ilesas às relações que se dão no mundo do trabalho. Portanto, para dar conta 
da formação dos profissionais, a educação foi requerida como fundamento para 
o desenvolvimento econômico, assumindo características do modelo produtivo 
taylorista/fordista, já que era preciso a qualificação em massa dos trabalhado-
res. Shiroma, Moraes e Evangelista (2007) expõem que encontramos eco em tal 
exigência na teoria do capital humano que passou a ser adotada como base para 
as políticas educacionais. 
Conforme elencamos anteriormente, a Reforma Universitária de 1968 reflete 
a dicotomia entre o planejar e o executar na escola, em que o pedagogo-espe-
cialista era responsável pelo planejamento, controle e avaliação. Fazendo uma 
relação com a fábrica, a sala de aula era considerada o “chão da fábrica”, lá, os pro-
fessores executavam as tarefas preestabelecidas. Em suma, havia os profissionais 
que pensavam e os que executavam as tarefas propostas, ou seja, cada um reali-
zava a sua função de forma fragmentada, não adentrando na função/atribuição 
do outro. Assim, ao incorporar a organização de trabalho taylorista/fordista, a 
escola assume uma função reprodutora da sociedade capitalista.
“A escola reproduziu A ESTRUTURA das fábricas.”
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO ESCOLAR NO BRASIL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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De acordo com as contribuições de Pinto (2007), com a crise de 1970, a estag-
nação da economia que afetou os países desenvolvidos o baixo crescimento 
dos mercados, a sua instabilidade, e a elevação da concorrência internacional 
impuseram entraves ao sistema taylorista/fordista. As transformações no setor 
produtivo, principalmente no desenvolvimento do setor financeiro, e o desloca-
mento para o setor de serviços acarretaram em mudanças substanciais ao modelo 
de produção. Desse modo, passa a ser difundido um novo modelo de produção 
que já era vigente desde a década de 1950, no Japão, denominado de toyotismo.
A principal característica do toyotismo é o sistema just-in-time (produ-
ção por demanda), que diz respeito ao trabalho realizado em equipe e não mais 
individualizado como no modelo taylorista/fordista. Para Alves (2007), o toyo-
tismo é um estágio superior de racionalização do trabalho, que não rompe com 
a lógica do taylorismo/fordismo. O autor salienta que, no campo da gestão da 
força de trabalho, o toyotismo realiza um salto qualitativo na captura da subje-
tividade operária pela lógica do capital, o que o distingue, pelo menos no plano 
da consciência de classe, do taylorismo/fordismo.
Poderíamos até afirmar que o toyotismo é o modo de organização do 
trabalho e da produção capitalista adequado à era das novas máquinas 
da automação flexível, que constituem uma nova base técnica para o 
sistema do capital, e da crise estrutural de superprodução, com seus 
mercados restritos. Entretanto, cabe salientar que toyotismo é mera-
mente uma inovação organizacional da produção capitalista sob a 
grande indústria, não representando, portanto, uma nova forma pro-
dutiva propriamente dita (ALVES, 2007, p. 246).
Assim, o antigo processo de qualidade dá lugar ao controle internalizado, feito 
pelo próprio trabalhador. Verificam-se mudanças nas bases materiais de pro-
dução: a base eletromecânica perde lugar para a base microeletrônica2. Nesse 
contexto, passam a ser enfocados não mais os procedimentos rígidos, mas a fle-
xibilização da mão de obra, a gestão participativa e o controle de qualidade total 
como foco da ação. Dessa lógica, nasceram os certificados de qualidade ou ISO 
(9000, 9001, 9002...). 
2 Microeletrônica é um ramo da eletrônica, voltado à integração de circuitos eletrônicos, promovendo uma 
miniaturização dos componentes em escala microscópica.
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A Atuação do Pedagogo em Diferentes Períodos Históricos
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No toyotismo, passa a vigorar o operário polivalente e multifuncional, capaz 
de trabalhar com diversas máquinas simultaneamente. Com a possibilidade de 
conhecer outras operações, pode-se reforçar a cooperação entre os funcioná-
rios de uma organização, aumentando a eficiência e a produtividade em prol do 
capitalismo (ANTUNES, 1999). Esse padrão flexível de organização do traba-
lho implica mudanças para as funções desempenhadas pela gerência, que passa 
a ser denominada de GESTÃO e não mais de administração. Ao gestor, com-
preende a coordenação de competências, recursos materiais e, sobretudo, de 
informações. Desse modo, uma nova pedagogia se faz necessária, pois a nova 
organização do trabalho exige novas competências. Chegam à escola os novos 
princípios toyotistas, em decorrência do novo método flexível de organização, 
gestão e trabalho. De grosso modo, o professor é visto como parceiro da escola, 
tendo oportunidade de opinar, dar ideias e sugestões em relação aos aspectos 
administrativos e pedagógicos de sua escola. 
Portanto, a partir da crise latente (que modifica o modo de produção 
taylorista/fordista), o sistema capitalista lança mão de um conjunto de valores 
próprios com conceitos e ideias que legitimem o novo padrão de acumulação.
“Controle de qualidade total como foco da ação.”
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Reprodução proibida. A
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Por ser incontrolável, o capital elabora sempre uma saída para sua crise. Aqui, 
percebemos os postulados do Neoliberalismo que denotam para a desregula-
mentação dos direitos do trabalho (da economia), a liberalização do mercado, 
mínima intervenção estatal, a privatização de empresas estatais. Posterior a isso, 
ocorre um intenso processo de reestruturação da produção e do trabalho, que 
daria origem ao modelo flexível de produção. Petras (1997) expõe que, com o 
Neoliberalismo, após a década de 1990, se fazem necessárias as Reformas do 
Estado a fim de que houvesse sustentação para as novas exigências postas. 
A INFLUÊNCIA NEOLIBERAL NA REFORMA DE ENSINO 
DA DÉCADA DE 90
O Neoliberalismo é um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que 
defende a não participação do Estado na economia. De acordo com essa doutrina, 
deve haver total liberdade de comércio (livre mercado), uma vez que esse princípio 
garante o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país. Vale desta-
car que o Neoliberalismo surgiu na década de 1970, por meio da Escola Monetarista 
do economista Milton Friedman, como uma solução para a crise que atingiu a eco-
nomiamundial, em 1973, provocada pelo aumento excessivo no preço do petróleo.
No Brasil, o Neoliberalismo efetivou-se no governo Fernando Henrique 
Cardoso. Esse processo se deu após a elaboração do Plano Nacional de Reforma 
do Aparelho do Estado, em 1995, com o então ministro Bresser Pereira. Muitas 
ações foram adotadas nessa reforma, das quais, destacamos as políticas de des-
centralização e responsabilização da sociedade civil nas questões sociais, entre 
elas, a educação. De acordo com Viriato (2004), a descentralização é uma estraté-
gia do Estado para se eximir das responsabilidades sociais, como saúde, moradia, 
segurança e educação, as quais são garantidas na Constituição de 1988.
Referenda-se, assim, o Estado mínimo como sustentáculo das leis de mer-
cado, mas garantido, na sua base, por um Estado forte que intervenha nos desvios 
do processo, reforçando as contradições entre o poder global e local.
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A Influência Neoliberal na Reforma de Ensino da Década de 90
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[...] limitar o tamanho do Estado ao mínimo necessário para garan-
tir as regras do jogo capitalista, evitando regulações desnecessárias; 
segurara com mão de ferro os gastos do Estado, aumentando o seu 
controle e impedindo problemas inflacionários; privatizar todas as 
empresas estatais porventura existentes, impedindo o Estado de de-
sempenhar o papel de produtor, por mais que se considerasse essen-
cial e/ou estratégico um determinado setor; e abrir completamente a 
economia, produzindo a concorrência necessária para que os produ-
tores internos ganhassem em eficiência e competitividade (PAULA-
NI, 2006, p. 71).
Desencadeia-se, a partir da absorção desse novo entendimento do papel do 
Estado, um conjunto de medidas, ações políticas, legais e institucionais que 
consolidarão, na segunda metade da década de 90, a retirada do Estado de 
diversas atividades econômicas e mesmo da liderança na condução de políti-
cas públicas. Nesse contexto, a nova face do processo de descentralização de 
políticas sociais no Brasil é condicionada, também, pelas decisões impostas 
por organismos internacionais de financiamento, representantes do interesse 
do capitalismo central, acreditando que descentralizar é uma forma de desone-
ração do governo central, dando às funções de Estado uma espécie de caráter 
menor, de municipalidade. 
As reformas educacionais dos anos 90 não são especificidades do Brasil, 
mas de toda a América Latina e foram elaboradas como atendimento às exigên-
cias neoliberais representadas, principalmente, nas recomendações de agências 
internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial 
(BM), Banco Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), a 
Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização das Nações Unidas 
para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e a Comissão Econômica da 
América Latina e Caribe (CEPAL).
Nesse cenário, percebe-se que o papel social da educação está atrelado aos 
ditames economicistas e é regido pela égide capitalista e pelas regras propostas 
pelo poder estabelecido. Shiroma, Moraes e Evangelista (2007) argumentam 
que, a partir desse contexto, as agências multilaterais assumem a educação 
como fator decisivo para o desenvolvimento econômico dos países periféricos 
e elegem a necessidade de um sistema democrático que favoreça a participa-
ção da sociedade. 
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Como você pode observar, essa concepção de gestão foi, também, projetada 
para a instituição escolar, isso fica explícito na Constituição de 1988, quando a 
gestão democrática é vista e compreendida como princípio na organização do 
sistema de ensino público e que encontrou eco na Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDBEN) - nº 9394/96. De acordo com o postulado, muda 
o papel do pedagogo, ou seja, ele deixa de ser um especialista em supervisão ou 
orientação escolar e passa a ser um Pedagogo Unitário. 
Esse pedagogo unitário é a síntese proposta ou sonhada de um profis-
sional que tenha uma sólida formação teórica, um compromisso políti-
co e uma clareza das questões sociais emergenciais que se põem diante 
da escola. É um profissional que, aliado ao professor, enfrenta alguns 
desafios que a realidade impõe (URBANETZ; SILVA, 2008, p. 45).
Nessa dinâmica, é possível verificar que a organização flexível do trabalho exige 
indivíduos capazes de atuar em funções diferentes. Desse modo, podemos afirmar 
que tais engendramentos só podem ser analisados e compreendidos se conside-
rarmos a sociedade permeada pela materialidade histórica nas transformações 
ocorridas no capitalismo. 
No contexto escolar, tais ações se concretizam por meio de práticas coletivas 
de planejamento da organização do trabalho pedagógico e da avaliação na insti-
tuição como reflexo das mudanças advindas. Gostaríamos, aqui, de explicitar de 
modo especial a importância do planejamento enquanto processo fundamen-
tal para o desenvolvimento de toda atividade, conforme evidencia Vasconcellos 
(1995) ao afirmar que um planejamento crítico implica na ratificação de ações 
que almejam a transformação de uma realidade. Sobre o ato de planejar, estare-
mos aprofundando no Capítulo IV deste livro. Aqui, cabe-nos, apenas, aguçar 
o seu interesse para a importância desse documento que consiste no cotidiano 
e na atribuição dos pedagogos.
Em meio ao movimento de redemocratização do Brasil e do movimento de 
luta por uma escola pública de qualidade, o planejamento participativo passa a 
ser considerado como o principal instrumento que favorece a prática da demo-
cracia e o desenvolvimento da consciência crítica (LIBÂNEO, 2004). 
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Sabemos que o pla-
nejamento coletivo só se 
efetiva por meio da Gestão 
Democrática. Dessa forma, o 
governo lança mão de planos 
que se vinculam ao discurso 
da Gestão Democrática, tais 
como o Programa Dinheiro 
Direto na Escola (PDDE), 
o Programa Nacional 
de Fortalecimento de 
Conselhos Escolares, Plano 
de Mobilização Social pela 
Educação, entre outros que 
expressam o discurso da responsabilidade da sociedade civil na consolidação de 
uma escola pública de qualidade. 
A GESTÃO DEMOCRÁTICA NO COTIDIANO ESCOLAR
Tudo o que a gente puder fazer no sentido de convocar os que vivem 
em torno da escola, e dentro da escola, no sentido de participarem, de 
tomarem um pouco o destino da escola na mão, também. Tudo o que a 
gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda, considerando o trabalho 
imenso que se põe diante de nós que é o de assumir esse país democra-
ticamente (BRASIL, 2004).
Sabia que a participação é um exercício de aprendizado político? Você sabe 
como participar das decisões de sua escola? Dos movimentos de seu bairro? 
Do orçamento participativo de sua cidade?
Fonte: as autoras.
“A luta pela redemocratização da nação ecoou nas escolas.”
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De acordo com as contribuições de Paro (2006), a Gestão Democrática favorece 
a participação da comunidade e essa não deve se restringir à eleição de direto-
res, mas ao acompanhamento efetivo de todas as ações pedagógicas. Mas, afinal, 
você sabe o que significa a expressão DEMOCRACIA? 
A palavraDemocracia tem sua origem na Grécia Antiga (demo = povo e 
kracia = governo). Em um sentido genérico ou global, ela significa “governo do 
povo, pelo povo e para o povo”. Desse modo, Coutinho (2000, p. 20) expõe que 
Democracia é o “regime que assegura a igualdade, a participação coletiva de todos 
na apropriação dos bens coletivamente criados”. Democracia é um regime polí-
tico em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente — diretamente 
ou por meio de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na 
criação de leis, exercendo o poder da governação através do sufrágio universal3. 
Ela abrange as condições sociais, econômicas e culturais que permitem o exer-
cício livre e igual da autodeterminação política.
3 O sufrágio universal, em oposição ao sufrágio restrito, consiste no direito de voto a todos os indivíduos 
considerados intelectualmente maduros (em geral, os adultos). Até o século XIX, por “Sufrágio 
Universal” compreendia-se, apenas, o voto de homens adultos. Entretanto, a partir do início do século 
XX, com o movimento das sufragistas, o direito ao voto foi estendido as mulheres na maioria dos países 
democráticos.
“Governo do povo e para o povo – isso é democracia!”
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Nesse processo, o Projeto Político-Pedagógico (PPP) se constitui em um 
importante instrumento que favorece a ratificação do processo democrático. 
O envolvimento da comunidade escolar nas discussões pertinentes ao contexto 
educacional por meio do PPP deve refletir o compromisso e a corresponsabili-
dade nas metas e objetivos para formação de cidadãos plenos e comprometidos 
com a transformação social.
É importante destacar as contribuições do professor Libâneo (2004) que enfa-
tiza que o PPP se constitui em um importante instrumento que contribui para 
a superação de um modelo tecnicista e a concretização de uma prática progres-
sista que explicite a participação de sujeitos críticos com competência de atuar 
criticamente na escola e na comunidade. Queremos, aqui, explicitar a atuação 
do pedagogo como gestor, cujo papel privilegia a participação de professores, 
funcionários, alunos e pais/responsáveis que discutem e propõem o trabalho 
pedagógico que supere os conflitos e o autoritarismo e que, sobretudo, promo-
vam a mudança de uma estrutura escolar fundamentada na fragmentação. 
Vale destacar que, para Martins (s.d.), o pedagogo é considerado o mediador 
do trabalho pedagógico da escola, pois “[...] responde pela medição, organi-
zação, integração e articulação do trabalho pedagógico, garantindo a Gestão 
Democrática como princípio” (MARTINS, s.d., p. 2). Sendo mediador, como 
enfatiza Bonkoski (s.d., p. 9), o pedagogo possui “[...] um grande espaço de inter-
venção pedagógica, na medida em que reconhece as dificuldades enfrentadas 
na escola e, juntamente com seus pares, intervêm pedagogicamente na busca da 
qualificação do processo educativo”.
Desse modo, pressupõe–se que o pedagogo tem como responsabilidade pro-
piciar momentos planejados que visem contemplar a participação efetiva dos 
membros escolares em prol de uma educação coerente. Como gestor do trabalho 
pedagógico, tem como base de sua atuação a Gestão Democrática, pois “[...] é o 
articulador dessas propostas na instituição escolar, ele é quem organiza e planeja 
essas atividades essenciais para obter uma educação democrática [...]” (SILVA; 
LEITE, 2010, p. 10). Posto isso, “[...] a atuação do pedagogo está em orientar e 
supervisionar […] através de trabalhos coletivos […] para melhor compreensão 
do processo pedagógico da escola [...]” (SILVA; LEITE, 2010, p.12).
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Nesse contexto, percebemos que a atuação do pedagogo como gestor nas 
práticas coletivas de planejamento, na organização do trabalho pedagógico e na 
avaliação favorece a consolidação de uma escola comprometida com o papel 
político e social.
Desse modo, prezado(a) aluno(a), podemos concluir que o papel do gestor edu-
cacional precisa ser ressignificado a fim de superar a visão fragmentada entre 
administrativo e pedagógico. Acerca dessa questão, o pedagogo como gestor tem 
um papel importante na superação da reprodução das relações capitalistas e no 
favorecimento do debate e da reflexão. 
Podemos nos valer das contribuições de Jamil Cury (2005, p. 21) e respon-
dermos que “o que já existe legalmente em matéria de Gestão Democrática é 
uma substância necessária para sua efetivação, contudo ainda não é suficiente”. É 
necessário exercitar a cidadania e extrapolar a exigência meramente burocrática, 
romper a visão ingênua, acrítica e legalista, afinal, tais leis demonstram, clara-
mente, a não neutralidade da educação. Para pensar e adotar a Gestão Democrática 
da escola pública, a comunidade escolar deve ter em mente algumas orientações 
“O trabalho coletivo e o envolvimento de todos é fundamental para a consolidação da 
Gestão Democrática.”
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como: primeiro, “[...] que cada escola precisa construir sua gestão democrática” 
(JORNAL DO PROJETO PEDAGÓGICO, 2002, p. 2). Não existem fórmulas ou 
receitas mágicas, mas deve haver vontade, capacidade, criatividade, perseverança 
e certeza de que é o caminho para se alcançar uma escola e um ensino público de 
qualidade (JORNAL DO PROJETO PEDAGÓGICO, 2002, p. 2). Segundo, que, 
embora a Gestão Democrática da escola pública seja possível, não se instala como 
em passe de mágica, sendo sempre esta processual, conflituosa e coletiva. Nesse sen-
tido, ensina-nos a sabedoria popular de um Provérbio Chinês que diz que “sempre 
que pensamos em mudar, queremos tudo o mais rápido possível. Mas não deve-
mos ter pressa, pois as pequenas mudanças são as que mais importam. Por isso, 
não devemos ter medo de mudar lentamente, devemos ter medo de ficar parados”. 
Finalmente, ressaltamos a amplitude do nosso papel frente ao desafio de 
consolidar uma educação de qualidade, capaz de pensar criticamente o conheci-
mento científico e, consequentemente, as relações sociais postas. Eis nossa grande 
missão, consolidar uma educação capaz de formar cidadãos críticos capazes de 
atuarem na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. 
A gestão democrática da educação não se tornará efetiva somente pela afir-
mação de princípios e mudanças de normas. A nova prática precisa estar 
fundamentada num novo paradigma de educação, já tão proclamado por 
educadores, como Anísio Teixeira, Paulo Freire, entre tantos outros: o da 
educação emancipadora. E aqui está o grande desafio: a democracia, que 
é exercício efetivo da cidadania, pressupõe a autonomia – das pessoas e 
das instituições. Educação emancipadora e gestão democrática são indis-
sociáveis, sem o que estaríamos trabalhando numa contradição intrínseca. 
Escolas, profissionais da educação e estudantes privados de autonomia não 
terão a condição essencial para exercer uma gestão democrática, de promo-
ver uma educação cidadã.
A abordagem da gestão democrática da educação pública passa pela sala 
de aula, pelo Projeto Político-Pedagógico e pela autonomia da escola. 
Genuíno Bordignon
Fonte: adaptado de Gestão... (2005, online).
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO ESCOLAR NO BRASIL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.I
Cabe-nos esclarecermos que “a educação não é a redentora da Pátria”, mas é 
por meio dela que a sociedade se transforma e melhora sua condição atual. 
É óbvio que uma transformação não acontece de forma instantânea, leva 
tempo, e muito tempo. Basta olharmos para o cenário atual e nos pergun-
tarmos: vivemos em um país democrático? Quais avanços o Brasil obteve 
no quesito democracia desde a Constituição Federal de 1988 até o presente 
momento? Ou, temos um discurso lindo, para não dizer utópico, sobre o ter-
mo democracia? O que devemos fazer para alcançarmos essa tão sonhada 
democracia na prática? 
Reflita sobre a atual realidade do Brasil e chegue as suas próprias conclusões. 
Fonte: as autoras.
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Considerações Finais
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), você deve ter observado que as reflexões desta primeira uni-
dade apresentaram um resgate histórico da atuação do pedagogo no Brasil, que 
sofreu e sofre influência direta do modo de organização do mundo do trabalho. 
Outro ponto importante destacado diz respeito às especificidades do papel do 
pedagogo frente ao desafio de organizar o trabalho docente na perspectiva da 
Gestão Democrática, sendo esse um Pedagogo Unitário, que deve estar atento 
a tudo e a todos – sobretudo no que diz respeito aos aspectos administrativos 
e pedagógicos. 
A visão do Pedagogo Unitário deve ser ampla, contemplando não só a rea-
lidade de sua instituição, mas o contexto social, econômico e cultural como um 
todo. Isso fará muita diferença na formação de cidadãos plenos e comprome-
tidos com a transformação do contexto que os cercam. Assim, concluímos que 
o modelo atual de gestão foi construído ao longo da história e que o modo de 
produção vigente e as relações de trabalho interferem de modo significativo na 
forma de organização do contexto educacional.
As exigências atuais trazem o foco da Gestão Democrática como princi-
pal instrumento de Gestão Escolar, eis o nosso desafio: compreender todos os 
aspectos da Gestão Participativa a fim de que a organização do trabalho escolar 
aconteça de modo crítico e coerente. Para tanto, é preciso refletir sobre a pos-
tura do “novo” gestor escolar, gestor este que não caracteriza somente na figura 
do diretor da instituição, mas em todos os profissionais que almejam uma edu-
cação justa e emancipatória. Uma educação de excelência, em que os sujeitos 
sejam formados para serem competentes, críticos, criativos e autônomos. Para 
isso, fazem-se necessários profissionais qualificados, comprometidos e dispos-
tos a amenizar os impactos do mundo capitalista.
1. Pesquise na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 o artigo 
que se refere à Gestão Democrática e registre com suas palavras o que essa tão 
importante Lei diz sobre a organização escolar.
2. Em relação ao PEDAGOGO, podemos mencionar que, no período de instalação 
do Regime Militar, se preceituou a hierarquização das funções, como adminis-
tração, supervisão, orientação e inspeção. Com a promulgação da Constituição 
Federal de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº 9394/96, 
muda-se o papel do pedagogo, sendo esse considerado UNITÁRIO. Nessa pers-
pectiva, escreva sobre a função do pedagogo unitário nos dias atuais. 
3. Sabemos que a descentralização e a autonomia são propostas das políticas pú-
blicas da década de 1990. Escreva sobre o sentido da autonomia que deve res-
paldar uma concepção de Gestão Democrática. 
4. Escreva sobre a relação entre diálogo, autoridade e Gestão Participativa.
5. Em relação ao modo de produção taylorista/fordista que influenciou o contex-
to educacional, sobretudo a administração escolar na década de 60, assinale a 
alternativa que expõe algumas de suas características e/ou formas de trabalho:
I. Produção por demanda em que o trabalho era realizado em equipe, ou seja, um 
auxiliava o outro na efetivação de suas tarefas.
II. Existia a flexibilidade da mão de obra e a gestão participativa. Todos os funcio-
nários (seja na fábrica ou na escola) eram chamados a conhecerem o processo 
do começo ao fim, participando e aprimorando os resultados obtidos.
III. Divisão do trabalho, mecanização da produção, entre outros, que fez do admi-
nistrador um fiscal de planejamento e controlador do trabalho alheio.
IV. Visava a ênfase nas tarefas, buscando a eliminação do desperdício, da ociosida-
de operária e a redução dos custos de produção.
a. ( ) Somente I está correta.
b. ( ) Somente II está correta.
c. ( ) Somente I, II e IV estão corretas.
d. ( ) Somente III e IV estão corretas.
e. ( ) Todas estão corretas.
33 
O PAPEL DO GESTOR NA CONTEMPORANEIDADE
Nos dias atuais, o(a) sujeito(a) que aceita ser gestor(a) em uma instituição escolar, seja 
ele(a) eleito(a) ou indicado(a) por seus superiores, precisa ter claro alguns fatores que 
contribuirão para a obtenção de êxitos em sua trajetória. Nesse caso, é importante va-
lorizarmos, primeiramente, o gestor que é pedagogo, ou seja, que tem sua base funda-
mentada em teóricos que poderão lhe auxiliar na prática. Mesmo assim, sabemos que 
não é tarefa fácil dirigir uma instituição escolar, seja ela de pequeno ou grande porte, 
pois há uma diversidade cultural, econômica e social grandiosa. Vale destacar, que a 
própria rotina da instituição coloca inúmeros entraves que, se o gestor não focar em seu 
papel ou atribuições, acaba tornando-se “bombeiro”, isto é, passa o dia inteiro apagando 
fogo e a sua função, obviamente, acumula. O gestor precisa ter um plano de ação que 
conduz suas atividades. Esse plano, contudo, é flexível.
Um bom gestor precisa ter um pé no administrativo e o outro no pedagógico. Não é 
aceitável, nos dias de hoje, um diretor de “gabinete”, aquele que foca apenas nas ques-
tões burocráticas e que presta, apenas, para fiscalizar os demais membros de sua equi-
pe. É preciso buscar uma gestão democrática, em que a comunidade escolar é convi-
dada a participar ativamente da vida de seus filhos(as). O gestor deve ser exemplo para 
todos que estão ao seu redor, uma vez que o seu comportamento e as suas atitudes 
refletem nos demais membros de sua equipe. É preciso que o gestor conheça a cultura 
organizacional de seu estabelecimento de ensino, ou seja, saiba quem são seus com-
panheiros de trabalho (professores, auxiliares operacionais, entre outros), os discentes 
que ali estudam, os familiares dos educandos, bem como a história de cada um. Precisa 
estar sempre perto, acompanhando o dia a dia da sala de aula, da escola, para criar um 
clima de proximidade entre os parceiros, além de contribuir com ideias e sugestões para 
a melhoria educacional. É preciso dar autonomia aos professores e colaboradores, além 
de saber delegar tarefas e outras atitudes. É preciso, ainda, saber aconselhar e mediar 
conflitos, enxergar a escola como um todo, tendo a capacidade de escuta. Deve buscar 
formação e atualizações para si e para a equipe, a fim de definir caminhos para o sucesso 
da escola e da aprendizagem dos alunos. Esses são alguns fatores para a concretude de 
uma gestão democrática e participativa.
Para enriquecer ainda mais o tema abordado, sugerimos a você, acadêmico(a), que aces-
se o link a seguir para visualizar o texto: “O novo gestor escolar”. Matéria publicada na 
edição de novembro de 2014.
Disponível em: <http://www.gestaoeducacional.com.br/index.php/reportagens/recur-
sos-humanos-lideranca/914-o-novo-gestor-escolar>. Acesso em: 14 de nov. 2015.
Fonte: as autoras.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Gestão Democrática da Educação: Atuais Tendências, 
Novos Desafi os
Naura S. Carapeto Ferreira 
Editora: Cortez
Sinopse: Este livro contribui nasinvestigações do âmbito da 
Gestão Democrática da educação. Visa participar do debate sobre 
as questões candentes da educação na contemporaneidade, 
prioritariamente das políticas de formação, reunindo as 
contribuições mais atuais que inquietam os educadores. 
Gestão Escolar, Democracia e Qualidade do Ensino.
Vitor Henrique Paro 
Editora: Ática
Sinopse: Este livro consolida os resultados de anos de 
dedicação de Vitor Henrique Paro à pesquisa teórica e prática 
na área educacional. O autor examina o conceito de qualidade 
do ensino e sua relação com a democracia na organização da 
escola. Por meio de meticulosa pesquisa empírica realizada na 
rede de escolas públicas no ensino fundamental, Paro investiga 
também a visão dos agentes escolares quanto às implicações 
da estrutura didática e administrativa no desempenho escolar e na construção da cidadania. 
Ao confrontar conceitos teóricos com a prática cotidiana, a obra propõe refl exões sobre o papel 
sociopolítico da educação e apresenta propostas para a implantação de mudanças com vistas ao 
ensino para a democracia. 
Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática.
José Carlos Libâneo 
Editora: Álternativa
Sinopse: O livro Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática, 
de José Carlos Libâneo, nos quatro primeiros capítulos, discute 
os objetivos, funções e critérios de qualifi cação das escolas e da 
situação do professor enquanto profi ssional. 
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Neoliberalismo, Políticas Educacionais e a Gestão 
Democrática da Escola Pública de Qualidade.
Célia Borges Dalberio 
Editora: Paulus
Sinopse: Neoliberalismo, Políticas Educacionais e a Gestão 
Democrática da Escola Pública de Qualidade discutem as 
relações do neoliberalismo e da globalização infl uenciando 
as políticas educacionais e a qualidade de ensino das escolas 
públicas. A democracia é uma conquista e apresenta avanços, 
mas carece de aperfeiçoamento. A pós-modernidade gera 
incertezas e desesperança na vida dos educadores. Para a construção da escola que democratiza 
o acesso ao saber, a comunidade deve participar e intervir na luta pela emancipação educacional. 
Este livro subsidia teoricamente as discussões sobre políticas educacionais, didática, fi losofi a e 
sociologia da educação, gestão escolar e projetos pedagógicos. 
Assista aos vídeos para enriquecer seus conhecimentos acerca dos assuntos 
estudados
TEMPOS MODERNOS 
Disponíveis em:
<https://www.youtube.com/watch?v=ieJ1_5y7fT8>.
<http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=3848>.
<http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=3849>.
<http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=3852>.
<http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=3853>.
<http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=3854>.
Acessos em: 17 dez. 2015.
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Professora Me. Adriana Salvaterra Pasquini
Professora Me. Marcia Maria Previato de Souza
Professora Me. Priscila Viviane de Souza Filipim
FUNDAMENTOS E INSTRUMENTOS 
DE CONSOLIDAÇÃO DA GESTÃO 
DEMOCRÁTICA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer os fundamentos teóricos e legais da Gestão Democrática.
 ■ Analisar as Instâncias Colegiadas enquanto instrumentos de 
participação coletiva.
 ■ Refletir sobre a função política das Instâncias Colegiadas na 
instituição escolar.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Fundamentos teóricos e legais da Gestão Democrática
 ■ Gestão Democrática: elementos básicos que a compõe
 ■ A importância das Instâncias Colegiadas em uma Gestão 
Democrática
 ■ As Instâncias Colegiadas e suas especificidades
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), como você deve ter observado, na primeira unidade deste 
livro, realizamos um resgate histórico da atuação do pedagogo no Brasil. Vale 
frisar, mais uma vez, que o pedagogo sofreu e continua sofrendo influências do 
mundo do trabalho, alterando assim, seu modo de cuidar e educar os sujeitos 
que estão inseridos no contexto capitalista. Outro ponto importante destacado 
na unidade anterior e que precisa estar claro a você, acadêmico do curso de 
Pedagogia, é a especificidade do papel do pedagogo frente ao desafio de organi-
zar o trabalho docente em uma perspectiva de Gestão Democrática.
Assim, para aprofundarmos nossa discussão acerca da atuação do pedagogo 
na gestão escolar, propomos, nesta unidade, uma análise sobre os fundamen-
tos teóricos e legais que respaldam a consolidação de uma Gestão Democrática, 
chegando às Instâncias Colegiadas que são instrumentos que compõe as especifi-
cidades de uma instituição escolar pautada na mesma perspectiva. Vale destacar 
que as Instâncias Colegiadas são instituições auxiliares para o aprimoramento 
do processo educativo, ou seja, são espaços nos quais docentes, discentes, fun-
cionários, pais/responsáveis e comunidade local são ouvidos, dando sugestões, 
ideias ou opiniões, tudo em prol da melhoria educacional.
Finalizando as discussões desta unidade, propomos 
a observação da atuação da equipe diretiva (gestor/dire-
tor, vice-diretor, coordenador pedagógico etc.), frente ao 
desafio do trabalho coletivo. Trabalho este que influencia 
de modo direto na gestão escolar em que a comunidade 
(na qual a instituição está inserida) é convidada a somar, 
ou seja, ser parceira na luta por um mundo mais justo 
e democrático. Para tanto, faz-se necessário momentos 
de reflexões e análises sobre os problemas que atingem 
os cidadãos, sobretudo brasileiros. A escola é um dos 
espaços propícios para tais discussões, pois nela encon-
tra-se o caminhar para transformação social.
Agora, avancemos o nosso estudo rumo ao apro-
fundamento teórico e científico. Vamos lá!
“A Gestão Democrática abrange a participação 
de todas as pessoas envolvidas no processo 
de ensino e aprendizagem.”
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Introdução
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II
FUNDAMENTOS TEÓRICOS E LEGAIS DA GESTÃO 
DEMOCRÁTICA
A Constituição Federal (CF) de 1988 dispõe, no artigo 205, que o trabalho con-
junto entre Estado e família deve nortear a educação pública brasileira. Já, no artigo 
206, inciso IV, a Constituição Federal prevê “a gestão democrática na forma de lei” 
(BRASIL, 1988). Destacamos, ainda, que, nesse documento, são apresentados os 
princípios que regem a educação formal no Brasil, os quais serão tratados adiante.
Com base no exposto, foram vários os setores da sociedade civil que se mobiliza-
ram em prol da formulação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 
- nº 9394/96), com destaque ao Fórum Nacional em defesa da escola Pública. Afinal, 
a LDB precisava ser repensada e alterada, haja vista que, até o presente momento, 
a lei em vigor era a Lei nº 5692/71. Após sucessivos impasses, a Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional (LDBEN) foi aprovada no dia 20 de dezembro de 1996. 
A referida Lei (LDBEN, nº 9394/96) apresenta no artigo 3º a seguinte redação:
O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensa-
mento, a arte e o saber;
III. pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV. respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V. coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII. valorizaçãodo profissional da educação escolar;
VIII. gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legisla-
ção dos sistemas de ensino;
IX. garantia de padrão de qualidade;
X. valorização da experiência extraescolar;
XI. vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 
(BRASIL, 1996).
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Como você pode perceber, a LDB nº 9394/96 tornou em letra de lei os anseios 
da sociedade civil da década de 1980, que “gritava” por uma educação pública 
de qualidade, sobretudo democrática. Posto isso, era preciso garantir a todos 
os cidadãos o direito de aprender, sejam esses frutos de famílias abastadas ou 
menos favorecidas. Em outras palavras, era preciso que todos tivessem igual-
dade de condições para o acesso e permanência na escola; além de liberdade de 
aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber, 
o pluralismo de ideias etc.
É importante destacar, caro(a) estudante, que a Gestão Democrática é o processo 
político por meio do qual todas as pessoas envolvidas no processo de ensino e 
aprendizagem discutem, deliberam, planejam, solucionam problemas, bem como 
o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola. Esse processo 
tem como sustentáculo a participação efetiva de todos os segmentos da comuni-
dade escolar, ou seja, alunos, professores, funcionários, pais/responsáveis e demais 
segmentos que fazem parte da comunidade local, tais como presidente do bairro 
em que a instituição está inserida, moradores, líderes religiosos, ONGs etc. 
“Era preciso que todos tivessem igualdade ao acesso e permanência na escola.”
FUNDAMENTOS E INSTRUMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
II
Vale destacar que as ações são definidas por meio de planejamento que consi-
dera o respeito às normas coletivamente construídas para os processos de tomada 
de decisões e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola.
A gestão democrática entendida como ação que prevê a descentraliza-
ção pedagógica e administrativa como um meio para alcançar a auto-
nomia da escola, deseja e implanta o funcionamento de colegiados que 
garantam uma participação mais decisória dos protagonistas escolares 
(FONSECA; OLIVEIRA; TOSCHI, 2004, p. 62).
Contudo, mesmo em uma nação atualmente denominada democrática, perce-
bemos o autoritarismo como a principal baliza dos governos políticos e que, na 
maioria das vezes, pretende satisfazer a minoria da população. Uma vez que, 
na escola, se repetem as ações da sociedade, é comum observarmos gestores/
diretores, professores e funcionários que, muitas vezes, atuam de modo pouco 
democrático, ou seja, não respeitam a opinião dos outros, só “ele(a)” sabe o 
caminho e as decisões a serem tomadas etc. Reiteramos que essas atitudes são 
consideradas antidemocráticas. 
Assim, é possível perceber que a democracia implica considerações à cidada-
nia, ou seja, o direito pleno do cidadão em exercer o seu papel. Nesse momento, 
cabe-nos perguntar: O QUE É SER CIDADÃO? TODAS AS PESSOAS PODEM 
SER CONSIDERADAS CIDADÃS? Historicamente, o termo cidadania foi usado 
na Roma Antiga para indicar a situação política de uma pessoa e os direitos que 
essa pessoa tinha ou podia exercer. De modo geral e, em outras palavras, cida-
dania é a prática dos direitos e deveres de um indivíduo em um Estado. Nessa 
perspectiva, destacamos que os direitos e deveres de um cidadão devem andar 
sempre juntos, uma vez que o direito de um cidadão implica necessariamente 
numa obrigação de outro cidadão. 
Segundo Dalmo Dallari (1998, p.14):
A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possi-
bilidade de participar da vida e do governo de seu povo. Quem não tem 
cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada 
de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do próprio 
grupo social.
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Para aprofundar essa questão, ressaltamos a definição do sociólogo Souza (1994) 
que também define cidadãos como pessoas que têm consciência de seus direitos 
e deveres e, por isso, participam de todas as ações e decisões de uma sociedade, 
tomando conhecimento de tudo o que acontece no mundo, no país, no bairro, uma 
vez que tudo, em certo sentido, interferirá em suas vidas. Em síntese, cidadão é todo 
indivíduo que, conhecedor de seus direitos e deveres, cumpre seus deveres e luta 
para que os seus direitos individuais e os direitos da coletividade sejam respeitados. 
Desse modo, podemos inferir que nem todas as pessoas exercem cidadania plena. 
GESTÃO DEMOCRÁTICA: ELEMENTOS BÁSICOS QUE A 
COMPÕE
A Gestão Democrática só é possível por meio da interação escola versus comu-
nidade, ou seja, é por meio 
do exercício da cidadania 
pautado na participação 
de vários segmentos da 
sociedade na administra-
ção escolar, que a Gestão 
Democrática se efetiva. 
Assim, inúmeros parceiros 
são convidados a lutarem em 
prol dos mesmos objetivos 
– rumo a um mundo mais 
justo e democrático. 
E você, está cumprindo seu papel de cidadão na sociedade em que vive?
Fonte: as autoras.
“Gestão Democrática é sinônimo de participação coletiva.”
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II
A educação é uma ferramenta importantíssima nesse processo, uma vez que 
visa formar cidadãos integrais nos seguintes aspectos: físico, social, cognitivo e 
emocional. E, é por meio da educação que os sujeitos vão ampliando suas visões 
de mundo, tornando-se críticos, reflexivos, dinâmicos, solidários, criativos e capa-
zes de solucionarem os problemas do seu cotidiano. Em suma, é preciso que os 
sujeitos abandonem a condição alienante que os “poderosos” lhes impõem. É 
preciso enxergar a vida com outros olhos, isto é, aprofundar a visão e não ter um 
olhar superficial dos temas ou assuntos que abarcam nossa sociedade. 
Conforme ressalta Libâneo, Oliveira e Toschi (2006, p. 301):
A organização e gestão são meios para atingir as finalidades do ensino. 
É preciso ter clareza de que o eixo da instituição escolar é a qualidade 
dos processos de ensino e aprendizagem que, mediante procedimentos 
pedagógico-didáticos, propiciam melhores resultados de aprendizagem. 
São de pouca valia inovações como gestão democrática, eleições para 
diretor, introdução de modernos equipamentos e outras, se os alunos 
continuam apresentando baixo rendimento escolar e aprendizagens 
não consolidadas. 
Diante do exposto, cabe-nos apresentar a você o foco da escola que é o conhecimento 
científico, erudito e transformador. Desse modo, todo esforço na implementação de 
uma Gestão Democrática não pode perder de vista a função social da escola – que 
é socializar os conteúdos historicamente acumulados pela humanidade, dando con-
dições aos sujeitos de progredirem, ascenderem e desenvolverem-se plenamente.
É ao relacionar-se entre si e com a natureza que os homens se constituem 
e, nessa relação, constroem saberes, objetos, conhecimentos e cultura. Os 
conhecimentos e os saberes construídos historicamente pelos homens, 
nas relações que estabelecem entre si, nas diferentes esferas da vida social, 
constituem o que se chama de educação, que,compreendida na perspec-
tiva ampliada, define-se como prática social que se dá nas relações sociais 
que os homens estabelecem, nas diversas instituições e movimentos sociais, 
por eles criados e modificados ao longo de sua história. 
Fonte: Brasil (2006).
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A ratificação da Gestão Democrática na escola se dará por meio de alguns ele-
mentos básicos, como: 
a. Constituição do Conselho escolar e das demais Instâncias Colegiadas.
b. Elaboração do Projeto Político-Pedagógico (PPP) de maneira coletiva e 
participativa.
c. Definição e fiscalização das verbas da escola pela comunidade escolar, 
bem como a divulgação e transparência na prestação das contas.
d. Avaliação institucional das ações realizadas na e pela escola, com a par-
ticipação de todos os partícipes.
e. Eleição direta para o(a) gestor(a)/diretor(a).
É importante destacar que, não obstante ao processo de reorganização do modus 
operandi iniciado na década de 1980 e fortalecido na década de 1990, as for-
mas de gestão escolar, respaldadas pelas políticas públicas, retomam o foco da 
administração com base nas teorias práticas empresariais renovadas pelas impo-
sições do processo produtivo. A consequência de tal influência foi a aplicação no 
campo educacional da chamada Gestão Compartilhada, assimilada nos moldes 
da gestão de qualidade total, suprimindo o papel da escola aos valores da pro-
dutividade e eficiência, negando o papel democrático da escola. Eis aí a grande 
contradição da Gestão Democrática inserida nesse contexto.
Cury (2005, p. 21), com suas sábias palavras, expõe que “o que já existe legal-
mente em matéria de Gestão Democrática é uma substância necessária para sua 
efetivação, contudo, ainda, não é suficiente”. É necessário exercitar a cidadania 
e extrapolar a exigência meramente burocrática, romper a visão ingênua, acrí-
tica e legalista. Afinal, tais leis (Constituição Federal de 1988, LDB - nº 9394/96) 
demonstram claramente a não neutralidade da educação. 
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A IMPORTÂNCIA DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS EM 
UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA
Como você percebeu, a partir da promulgação da Constituição Federal (CF) de 
1988, sobretudo da implantação da LDB – nº 9394/96, a escola adotou a Gestão 
Democrática, passando a estimular a formação das Instâncias Colegiadas. Vale 
destacar que as Instâncias Colegiadas são instrumentos que favorecem a parti-
cipação de todos os envolvidos no processo educacional, de modo que o diretor 
da escola não exerce uma ação individual, mas sim coletiva.
É por meio desses espaços denominados de Instâncias Colegiadas que a 
Gestão Democrática se efetiva no interior das instituições escolares, conforme 
nos aponta a autora Veiga (2001, p. 113):
Podemos considerar que a escola é uma instituição na medida em que 
a concebemos como a organização das relações sociais entre os indiví-
duos dos diferentes segmentos, ou então como um conjunto de normas 
e orientações que regem essa organização. [...] Por isso tornam-se rele-
vantes às discussões sobre a estrutura organizacional da escola, geral-
mente composta por conselho escolar e pelos conselhos de classe que 
condicionam tanto sua configuração interna, como o estilo de intera-
ções que estabelece com a comunidade.
Democracia é o governo no qual o poder e a responsabilidade cívica são 
exercidos por todos os cidadãos, diretamente ou através dos seus repre-
sentantes livremente eleitos. As eleições numa democracia não podem ser 
fachadas atrás das quais se escondem ditadores ou um partido único, mas 
verdadeiras competições pelo apoio do povo.
As sociedades democráticas devem se empenhar nos valores da tolerância, 
da cooperação e do compromisso. Essas sociedades reconhecem que che-
gar a um consenso requer compromisso e que isto nem sempre é realizável. 
Nas palavras de Mahatma Gandhi, “a intolerância é em si uma forma de vio-
lência e um obstáculo ao desenvolvimento do verdadeiro espírito democrá-
tico”. 
Fonte: Ideia... (online).
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A Importância das Instâncias Colegiadas em uma Gestão Democrática
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Além do Conselho Escolar e do Conselho de Classe mencionado, na citação acima, 
podemos destacar mais duas instâncias, sendo: Associação de Pais, Mestres e 
Funcionários (APMF) e o Grêmio Estudantil. Em suma, são quatro as Instâncias 
Colegiadas – CONSELHO ESCOLAR, CONSELHO DE CLASSE, APMF e 
GRÊMIO ESTUDANTIL. 
Alguns autores não consideram o Conselho de Classe como Instância Colegiada, 
porém, no nosso entendimento, o referido conselho se constitui como uma impor-
tante Instância Colegiada, pois envolve aquilo que deveria ser a preocupação 
primeira de uma instituição escolar: o processo de ensino-aprendizagem. Assim, 
podemos dizer que todas as Instâncias Colegiadas são espaços nos quais discen-
tes, docentes, funcionários, pais/responsáveis e comunidade local podem se fazer 
ouvir, tendo voz e vez diante das barreiras que são impostas no contexto escolar. 
Vale destacar que, nas reuniões das Instâncias Colegiadas, não são relatados 
apenas, problemas que a escola enfrenta, mas sim ações para melhorias, ou 
seja, são lidos elogios, avaliados os pontos positivos que são protocolados no 
início de cada reunião ou anteriormente, há análise do desempenho dos alu-
nos, da equipe diretiva, da Proposta Curricular, do Regimento Escolar etc.
“As Instâncias Colegiadas são espaços onde a comunidade escolar/local tem voz e vez.”
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Cada instância tem a sua especificidade, isto é, uma dá voz e vez aos discentes, 
outra observa e analisa o processo ensino-aprendizagem; outra é mais abrangente 
por ser órgão máximo etc., mas todas congregam um único fim – o aprimora-
mento do processo educativo.
Desse modo, a possibilidade da criação dos Conselhos e sua participação 
junto à administração da escola são previstas na Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional - LDBEN, nº 9394/96, sobretudo no Art. 14 (BRASIL, 1996):
Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do 
ensino público na Educação Básica, de acordo com suas peculiaridades 
e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto 
Político-Pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escola-
res e equivalentes.
A consolidação desses princípios por meio das Instâncias Colegiadas favorece o 
exercício de uma Gestão Escolar de fato democrática. 
 Muitas vezes falamos em Gestão Escolar e Gestão Educacional como se fos-
sem sinônimos. Mas, não é bem assim. Existem diferenças entre as nomen-
claturas supracitadas. Quando falamos em Gestão Educacional, fazemos 
referência ao aspecto mais amplo, ou seja, das políticas públicas que en-
volvem o setor educacional, bem como todas as ações provenientes do Es-
tado. Agora, quando fazemos referência à Gestão Escolar, nos referimos ao 
aspecto micro e, não menos importante, da gestão. Aqui envolvemos todos 
os encaminhamentos dados no âmbito escolar. Embora, Gestão Escolar e 
Gestão Educacional, apresentem ações distintas, são complementares, pois 
congregam os mesmos fins e objetivos.

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