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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO UFES - CAMPUS DE ALEGRE TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO PARASITÓGICO TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO ORGANIZAÇÃO Docentes: Isabella Vilhena Freire Martins E-mail: isabella.martins@ufes.br Juliana Alves Resende E-mail: juliana.resende@ufes.br Discentes: Bruna Morais da Silva E-mail: brunamoraisds@outlook Matheus Joaquim dos Santos Candido E-mail: mcandido0352@gmail.com Vitor José da Silva Pereira E-mail: vitorlinas@gmail.com UNIVERSIDADE FEDERAL DOS ESPÍRITO SANTO INDICAÇÕES Técnica de centrífugo flutuação simples: Diagnóstico de ovos de helmintos e cistos e oocistos de protozoários. Técnica MacMaster/OPG: Diagnóstico e quantificação de ovos de helmintos e cistos e oocistos de protozoários. Técnica de coprocultura: Diagnóstico e quantificação de larvas de terceiro estádio de nematoides. Técnica de sedimentação espontânea: Diagnóstico de ovos e larvas de helmintos, cistos e alguns oocistos de protozoários. Técnica de sedimentação por centrifugação: Diagnóstico de ovos e larvas de helmintos, cistos e alguns oocistos de protozoário. Técnica de Baermann Moraes: Diagnóstico de larvas de helmintos. Técnica de Rugai: Diagnóstico de larvas de helmintos. Técnica de Kato-Katz: Diagnóstico e quantificação de ovos de helmintos. Técnica de esfregaço sanguíneo: Diagnóstico de hemoparasitos. Técnica de montagem de lâminas: Diagnóstico de ectoparasitos e helmintos. SUMÁRIO I. INTRODUÇÃO............................................................................................................................ 5 2. TÉCNICA DE CENTRÍFUGO FLUTUAÇÃO SIMPLES........................................... 6 3. TÉCNICA MACMASTER/OPG................................................................................... 8 4. TÉCNICA DE COPROCULTURA.............................................................................. 10 5. TÉCNICA DE SEDIMENTAÇÃO ESPONTÂNEA................................................... 13 6. TÉCNICA DE SEDIMENTAÇÃO POR CENTRIFUGAÇÃO................................ 15 7. TÉCNICA DE BAERMANN-MORAES...................................................................... 17 8. TÉCNICA DE RUGAI.................................................................................................... 19 9. TÉCNICA DE KATO-KATZ.......................................................................................... 21 10. TÉCNICA DE ESFREGAÇO SANGUÍNEO.......................................................... 23 11. TÉCNICA DE MONTAGEM DE LÂMINAS............................................................ 25 12. ILUSTRAÇÕES ............................................................................................................ 29 13. BIBLIOGRAFIA............................................................................................................. 32 INTRODUÇÃO P Á G I N A 0 5 | I N T R O D U Ç Ã O As parasitoses podem ser causadas por ecto e endoparasitos. Os ectoparasitos são considerados parasitos externos, que podem ser diagnosticados visualmente (macro e/ou microscopicamente) ou por métodos como raspado de pele. Os endoparasitos são parasitos internos, que pode habitar diferentes órgãos do hospedeiro e podem ser diagnosticados por meio de exames de amostras fecais, urina, sangue, dentre outros. Há diferentes técnicas que podem ser aplicadas para diagnostico das parasitoses, sendo adaptadas a cada tipo de amostra coletada. O diagnóstico das infecções parasitárias causadas por helmintos gastrointestinais e também por alguns protozoários intestinais pode ser realizado por métodos coproparasitológicos. Esses métodos podem ser classificados em quantitativos ou qualitativos, quando se refere a contagem ou não das estruturas encontradas, ou ainda em flutuação ou sedimentação, que se refere ao peso das formas parasitárias a serem diagnosticadas (VIEIRA et al., 2016). A escolha do método ou métodos a ser (em) utilizado(s) não é tarefa simples, pois não há um método único capaz de detectar todas as formas parasitárias de diferentes parasitos ao mesmo tempo. Além disso, os métodos coproparasitológicos têm como objetivo não somente diagnosticar possíveis parasitos, mas também avaliar possíveis problemas de resistência de parasitos aos fármacos anti-helmínticos usados. As técnicas para diagnóstico de ovos/oocistos nas fezes são exames não invasivos, fáceis de serem realizados, requerem poucos materiais para a confecção dos protocolos e ainda fornece informações sobre a frequência dos endoparasitos. Diante do apresentado, este material tem o objetivo de descrever as principais indicações e protocolo das técnicas parasitológicas utilizadas em animais e humanos. MATERIAIS UTILIZADOS : Balança Copos americanos Béquer de 15 mL Gaze Peneira Pipeta Espátula Tubo para centrífuga de 15 mL Solução hipersaturada de sacarose Água destilada Haste de inox Lâmina e lamínula TÉCNICA CENTRÍFUGO FLUTUAÇÃO SIMPLES SHEATHER, 1923 Esta técnica consiste na concentração de ovos, oocistos e cistos utilizando o princípio de flutuação em solução saturada. PARA QUE SERVE ? P Á G I N A 0 6 | T É C N I C A C E N T R Í F U G O F L U T U A Ç Ã O S I M P L E S TÉCNICA : Pesar 2 gramas de fezes com auxílio de uma balança e um copo americano. Dissolver as fezes em 15 mL de água destilada com auxílio do béquer. Em seguida, filtrar com gaze e peneira para outro copo americano. 1º Passo : 3º Passo : 2º Passo : 4º Passo : 5º Passo: Transferir o conteúdo filtrado para um tubo falcon (15 mL). Identificar e centrifugar na rotação de 2.500 RPM por 10 minutos. Desprezar o sobrenadante. Acrescentar solução saturada ao sedimento no tubo, homogeneizar com espátula. Centrifugar novamente na mesma configuração do passo 3. Completar o volume do tubo com solução saturada até formar um menisco. Em seguida, colocar uma lamínula em cima do tubo em contato com o conteúdo e deixar em repouso por 10 minutos. 6º Passo: Colocar a lamínula sobre a lâmina para visualização dos ovos/oocistos em microcópico óptico nas objetivas de 10x e 40x. P Á G I N A 0 7 | T É C N I C A C E N T R Í F U G O F L U T U A Ç Ã O S I M P L E S TÉCNICA MACMASTER/OPG GORDON e WHITLOCK, 1939 MATERIAIS UTILIZADOS : Balança Béquer Solução saturada de açúcar Gaze Peneira Pipeta Câmara Macmaster Espátula Esta técnica consiste na concentração de ovos, oocistos e cistos utilizando o princípio da flutuação em solução saturada em câmera de MacMaster. PARA QUE SERVE ? P Á G I N A 0 8 | T É C N I C A M A C M A S T E R / O P G TÉCNICA: Pesar 2 gramas de fezes com auxílio de uma balança e béquer. Para ovinos e caprinos usa-se 2 gramas de fezes e para bovinos, equinos e suínos, utiliza- se 4 gramas de fezes. No béquer dissolver as fezes em 58 mL de solução saturada de açúcar. Para bovinos, equinos e suínos utilizar 56 mL. 1º Passo : 3º Passo : 2º Passo : 4º Passo : 5º Passo: Com auxílio de uma peneira e gaze, filtrar o conteúdo para outro béquer. Homogeneizar o filtrado com auxílio de uma espátula. Com auxílio de uma câmera MacMaster, pipetar o conteúdo do béquer e inserir em cada lado da câmara. Aguardar entre 5 e 10 minutos. Em seguida, realizar a contagem dos ovos/oocistos em microscópico conforme morfologia de cada forma parasitária. Realizar o cálculo para obtenção do OPG. P Á G I N A 0 9 | T É C N I C A M A C M A S T E R / O P G Passo 1: Somar todos os ovos em ambos os lados da câmera MacMaster; Passo 2: Multiplicar a soma dos ovos por 50 (bovinos, equinos e suinos) ou por 100 (ovinos e caprinos) dependendo do hospedeiro; Cálculo da técnica : MATERIAIS UTILIZADOS : Balança Frasco de boca larga Vermiculite ou serragem Água Placa de petri Barbante Estufa tipo B.O.D Tudo de ensaio Lâmina e lamínula Pipeta Lugol TÉCNICA DE COPROCULTURA ROBERTS e O'SULLIVAN, 1950 Esta técnica é utilizada para recuperação de larvas de terceiro estágio de parasitos em fezes positivas na técnica de OPG. PARA QUE SERVE? P Á G I N A 1 0 | T É C N I C A D E C O P R O C U L T U R A TÉCNICA : Utilizar 20-30 gramas de fezes e acrescentar em um frasco de boca larga. Acrescentar a vermiculite ou serragem no recipiente com as fezes, respeitando a proporção de 2 partes de vermiculite ou serragem para uma de fezes. 1º Passo : 3º Passo : 2º Passo : 4º Passo : 5º Passo: Homogeneizar o conteúdo. Caso necessário acrescentar água para manter a cultura úmida, tomando cuidado para não acumular líquido no fundo do frasco. Limpar a borda do frasco e tampar com uma placa de petri, colocando um barbante entre a placa e a borda do frasco para entrada de ar. Incubar em estufa para B.O.D à ± 27ºC ou temperatura ambiente durante 7-10 dias. Avaliar periodicamente a necessidade de umidecer a amostra. Para recuperar as larvas, encher o frasco com água e tampar com uma placa de petri, invertendo o frasco sobre a placa. Coloca-se 5-10 mL de água morna na porção externa da placa. Após 3-4 horas com auxílio de uma pipeta, transferir o conteúdo da placa para um tubo de ensaio. 6º Passo: Deixar o tubo de ensaio repousar na geladeira durante 2-3 horas ou por mais tempo em temperatura ambiente. Desprezar o sobrenadante e coletar de 2-5 mL para proceder a identificação/contagem das larvas entre lâmina e lamínula com adição de lugol. P Á G I N A 1 1 | T É C N I C A D E C O P R O C U L T U R A OBSERVAÇÕES Observação 1: As larvas devem ser contabilizadas até atingirem 100 unidades; Observação 2: Para obter a carga parasitária, calcular a correlação entre o OPG e o número de larvas por gênero/espécie; Observação 3: As larvas recuperadas da cultura e acondicionadas em tudo de ensaio com acréscimo de aproximadamente 4 mL de água, podem permanecer para o diagnóstico por aproximadamente 4 meses. P Á G I N A 1 2 | T É C N I C A C O P R O C U L T U R A TÉCNICA DE SEDIMENTAÇÃO ESPONTÂNEA MATERIAIS UTILIZADOS : Cálice parasitológico Peneira Gaze Béquer Espátula Água Lâmina e Lamínula Pipeta Lugol HOFFMANN, PONS E JANNER (1934) Esta técnica tem como objetivo aumentar a concentração de ovos, larvas ou cistos. PARA QUE SERVE ? P Á G I N A 1 3 | T É C N I C A D E S E D I M E N T A Ç Ã O E S P O N T Â N E A TÉCNICA : Com o auxílio de uma espátula, dissolver uma fração da amostra fecal (2 a 4 gramas) em um béquer utilizando um pouco de água. Transferir o material dissolvido para um cálice parasitológico coando em uma peneira contendo gaze. 1º Passo : 3º Passo : 2º Passo : 4º Passo : 5º Passo: Completar o volume do cálice acrescentando mais água e misturar bem o conteúdo. Deixar repousar em superfície firme e livre de vibrações. Sedimentar de 2 à 24 horas. Com auxílio de uma pipeta, retirar pequena amostra de sedimento do vértice do cálice, colocá-la sobre uma lâmina adicionando 1 - 2 gotas de lugol e cobrir com lâminula. Observar ao microscópio em objetiva de 10x e 40x. P Á G I N A 1 4 | T É C N I C A D E S E D I M E N T A Ç Ã O E S P O N T Â N E A TÉCNICA DE SEDIMENTAÇÃO POR CENTRIFUGAÇÃO Método de Blagg (também conhecido por método de MIFC) e Ritchie. MATERIAIS UTILIZADOS : Espátula Acetato de etila Funil de vidro Béquer Gaze Pipeta Tubo de centrifugação 15ml Lâmina e lamínula Lugol Usado para a pesquisa de ovos e larvas de helmintos, cistos e alguns oocistos de protozoários. PARA QUE SERVE ? P Á G I N A 1 5 | T É C N I C A D E S E D I M E N T A Ç Ã O P O R C E N T R I F U G A Ç Ã O TÉCNICA : Após centrifugação, haverá quatro camadas distintas. (Tubo A) 4 - camada superior, com o acetato de etila; 3 - gordura e detritos grossos; 2 - água e detritos finos; 1 - última camada com o sedimento. (Tubo B) - Usando uma vareta, retirar o anel de gordura e desprezar todas as camadas menos o sedimento, que deve permanecer intacto. Com o auxílio de uma espátula de madeira ou bastão de vidro, dissolva uma fração da amostra fecal (2 gramas) em um béquer utilizando um pouco de água (pode-se colocar 1 ou 2 gotas de detergente para remover detritos, mas sem fazer espuma). Transferir o material dissolvido coando em uma peneira contendo gaze. Despejar essa solução em um tubo de centrífuga de 15 mL Adicionar 3 mL de acetato de etila e tampar o tubo com uma rolha de borracha. Agitar vigorosamente o tubo cerca de 20 vezes e, então, centrifugar a 1.500 RPM por 3 minutos. 1º Passo : 2º Passo : 3º Passo : 4º Passo: Com auxílio de uma pipeta, retirar pequena amostra de sedimento do vértice do tubo. Colocá-la sobre uma lâmina adicionando 1 - 2 gotas de lugol e cobrir com lâminula. Observar ao microscópio em objetiva de 10x e 40x. P Á G I N A 1 6 | T É C N I C A D E S E D I M E N T A Ç Ã O P O R C E N T R I F U G A Ç Ã O TÉCNICA DE BAERMANN- MORAES MORAES (1948) MATERIAIS UTILIZADOS : Funil Pinça de Mohr Tubo de centrífuga Peneira Gaze Pipeta Béquer Água aquecida a 45º C Bastão Balança Lâmina e lamínula Lugol É um método seletivo para pesquisa de larvas e não específico, pois podemos encontrar cistos e ovos de outros parasitos. Esta técnica é baseada no hidrotermotropismo positivo das larvas pela ação da gravidade. PARA QUE SERVE ? P Á G I N A 1 7 | T É C N I C A D E B A E R M A N N - M O R A E S TÉCNICA : Separar de 8 a 10 gramas de amostra fecal e depositar sobre gaze que está no funil de vidro. Obliterar o tubo de borracha com uma pinça de Mohr. Adicionar, ao funil, água aquecida (45°C) em quantidade suficiente para entrar em contato com as fezes. 1º Passo : 3º Passo : 2º Passo : 4º Passo : 5º Passo: Deixar em repouso por 1 hora. Após, colher 5 a 7 mL da água, em um tubo de centrífuga, abrindo-se a pinça. Centrifugar a 1.000 RPM por 1 minuto. 6º Passo: Colher o sedimento no fundo do tubo sem desprezar o líquido sobrenadante. Acrescentar uma gota de lugol, cobrir com lamínula. Observar no microscópio em objetiva de 10x. P Á G I N A 1 8 | T É C N I C A D E B A E R M A N N - M O R A E S TÉCNICA DE RUGAI RUGAI, MATTOS e BRISOLA (1954) MATERIAIS UTILIZADOS : Cálice parasitológico Pipeta Gaze Água aquecida a 45º C Lâmina e lamínula Lugol Esta técnica fundamenta-se no hidrotermotropismo positivo das larvas de helmintos. PARA QUE SERVE ? P Á G I N A 1 9 | T É C N I C A D E R U G A I TÉCNICA : Retirar a tampa do recipiente que acondiciona as fezes e envolvê-la em uma gaze, fazendo uma pequena "trouxa". Colocar o material assim preparado, com a abertura voltada para baixo, num cálice parasitológico, contendo água aquecida (45ºC), em quantidade suficiente para entrar em contato com as fezes. 1º Passo : 3º Passo : 2º Passo : 4º Passo : 5º Passo: Deixar em repouso por 1 hora. Após o tempo, colher o sedimento no fundo do cálice, com o auxílio de uma pipeta. Acrescentar uma gota de lugol, cobrir com lamínula. Observar ao microscópio em objetiva de 10x. P Á G I N A 2 0 | T É C N I C A D E R U G A I TÉCNICA DE KATO-KATZ KATZ, CHAVES e PELLEGRINO (1972) MATERIAIS UTILIZADOS : Papel celofane embebido em verde malaquita Pinça Espátula Tela para peneirar Placa com orifício (6mm de diâmetro) Lâmina Permite diagnosticar e quantificar a carga parasitária pelo cálculo de ovos por grama de fezes (OPG). PARA QUE SERVE ? P Á G I N A 2 1 | T É C N I C A D E K A T O - K A T Z TÉCNICA : Preparar uma solução de verde malaquita Essa solução tem a finalidade de conservar as fezes e clarificar as formas parasitárias: Glicerina - 100mL Água destilada - 100mL Verde-malaquita a 3% - 1mL Embeber as lamínulas de papel celofane na solução aquosa de verde de malaquita por pelo menos 24 horas. Colocar, sobre tela, uma porção da amostra de fezes e com o auxílio da espátula e peneirar. 1º Passo : 3º Passo : 2º Passo : 4º Passo : 5º Passo: Retirar as fezes que passaram através da tela e transferi-las para a placa com o orifício, colocado sobre uma lâmina de microscopia. Após encher o orifício, retirar o cartão, cuidadosamente, deixando as fezes sobre a lâmina de vidro. Sobrepor a lamínulade celofane com verde malaquita nas fezes e inverter a preparação realizando pressão com o polegar sobre a lâmina até obter uma uniformidade do material. Deixar em repouso por cerca de 60 minutos a temperatura ambiente. Cálculo da Técnica: Contar todos os ovos encontrados e multiplicar o total por 24, resultando em ovos/grama de fezes. P Á G I N A 2 2 | T É C N I C A D E K A T O - K A T Z MATERIAIS UTILIZADOS : Lâmina Lâmina extensora Tubo de microhematócrito Corante (Panótico ou Giemsa) Fixador TÉCNICA DE ESFREGAÇO SANGUÍNEO Esta técnica utiliza sangue com intuito de visualizar hemoparasitos. PARA QUE SERVE ? P Á G I N A 2 3 | T É C N I C A D E E S F R E G A Ç O S A N G U Í N E O TÉCNICA : Depositar uma gota de sangue coletada sobre a lâmina, apoiar a extensora com inclinação de 45°. Aguardar que o sangue se espalhe pela extremidade da extensora e distenda o sangue sobre a lâmina para que o esfregaço fique uniforme, fino e com franja. Secar a lâmina imediatamente agitando no ar e identificar. Fixar a lâmina com álcool etílico absoluto ou álcool metílico por 5 minutos e secar agitando a lâmina ou no ar em repouso. 1º Passo : 3º Passo : 2º Passo : Caso a coloração seja realiza com GIEMSA, é necessário emergir a lâmina fixada na solução GIEMSA por 30 minutos. Posteriomente lavar a lâmina em água corrente para retirar o corante precipitado e deixar secar ao ar. Caso a coloração seja realiza com o kit panótico, deve-se inserir a lâmina no fixador (reagente 1), posteriormente nos corantes (reagente 2 e 3), sempre por 1 minuto, e escorrer o excesso no papel toalha. Posteriormente, lavar em água corrente e deixar secar. 4 º Passo: Visualizar a lâmina em microscópio óptico na objetiva de 40x e 100x , neste caso usando óleo de imersão. P Á G I N A 2 4 | T É C N I C A D E E S F R E G A Ç O S A N G U Í N E O MONTAGEM PROVISÓRIA DE LÂMINAS P Á G I N A 2 5 | M O N T A G E M P R O V I S Ó R I A A montagem provisória de lâminas consiste colocar o parasito entre lâminas utilizando uma solução clareadora (lactofenol ou ácido acético) e aguardar e realizar a visualização em microscópio. Para proglotes ou parasitos maiores, como alternativa, pode-se colocar a proglote em placa de petri com a solução e deixar em repouso por 15 - 20 minutos. Transferir a proglote em lâmina e cobrir com outra lâmina e pressionar. Examinar. TÉCNICA: MATERIAIS UTILIZADOS : Solução clareadora (lactofenol ou ácido acético) Placa de petri Pincel Lâmina e lamínula FIXAÇÃO E CONSERVAÇÃO DOS PARASITOS Após o período de fixação os parasitos (platelmintos) são retirados das lâminas e mantidos na solução conservadora, podendo ser o próprio formol ou álcool 70%. Conservação TÉCNICA DE MONTAGEM DE LÂMINAS A montagem pode ser provisória, quando se usa apenas uma solução clareadora, e montagem permanente, podendo a lâmina ser guardada como material didático. Esta técnica permite a visualização das características morfológicas dos parasitos. PRA QUE SERVE? Ectoparasitos devem ser recolhidos diretamente do hospedeiro e colocados em álcool 70%; Nematoides são fixados a quente (60 – 70 ºC) preferencialmente utilizando o formol a 10%; Platelmintos devem ser sempre fixados comprimidos no sentido dorso ventral, entre lâminas mantidas úmidas amarrando-as com barbante ou elástico; Trematódeos e os cestóides de pequeno porte deverão ser mergulhados na solução fixadora, preferencialmente, formol a 10% por aproximadamente 24 horas. Fixação P Á G I N A 2 6 | T É C N I C A D E M O N T A G E M D E L Â M I N A S MATERIAIS UTILIZADOS : Solução clareadora - Ácido acético (helmintos) - Hidróxido de potássio (ectoparasitos); Corante em caso de platelmintos e acantocéfalos (Carmim clorídrico, carmim acético, hematoxilina e fucsina); Álcool (70%), (80%), (90%) e álcool absoluto; Creosoto Bálsamo do Canadá Placa de petri Pincel Lâmina e lamínula MONTAGEM PERMANENTE DE LÂMINAS P Á G I N A 2 7 | T É C N I C A D E M O N T A G E M D E L Â M I N A S 1° Passo: Clarificação Utilizando um pincel, inserir o parasito na solução clareadora (ácido acético para helmintos e hidróxido de potássio a 10% para ectoparasitos). O tempo é variável, dependendo do tamanho do parasito. 2° Passo: Coloração Utilizando um pincel, inserir o parasito na solução de coloração por 10 a 15 minutos (podendo variar de acordo com a concentração do corante: carmim clorídrico ou carmim acético). Esta etapa realizada somente com platelmintos. 3° Passo: Desidratação Inserir os parasitos em placas de sequência de álcoois, ficando por 10 minutos em cada álcool, na seguinte ordem: álcool (70%), (80%), (90%) e álcool absoluto. Caso o material tenha sido corado, passar em água antes da desidratação para retirar excesso de corante. 4° Passo: Diafanização Imergir os parasitos em uma solução de Creosoto, sendo esta etapa realizada obrigatoriamente em capela de exaustão. O tempo de minutos a dias, conforme o tamanho do parasito. 5° Passo: Montagem da Lâmina Colocar uma gota de bálsamo do Canadá na lâmina sobrepondo a lamínula. Ajustar o parasito de forma que a posição permita a visualização dos caracteres morfológicos. MONTAGEM PERMANENTE DE LÂMINAS TÉCNICA: P Á G I N A 2 8 | T É C N I C A D E M O N T A G E M D E L Â M I N A S ILUSTRAÇÕES P Á G I N A 2 9 | I L U S T R A Ç Õ E S Exemplares de parasitos observados através das técnicas laboratoriais. (A e B) Ovos de nematoides da ordem Strongylida (C) Oocistos não esporulados de coccídios (D) Ovo de Moniezia sp. (E e F) Ovos de tricurídeos (seta) (G e H) Ovos de ascarídeos (I) Ovo de oxiurídeo. OVOS/OOCISTOS ENCONTRADOS NOS EXAMES COPROPARASITOLÓGICOS Fonte: Candido et al., 2020. ILUSTRAÇÕES Exemplares de parasitos observados através das técnicas laboratoriais. (A) larva de Haemonchus spp. – objetiva de 10X (B) larva de nematoides - objetiva de 4x. (C) Larvas de terceiro estádio de nematoides gastrintestinais de ruminantes – objetiva de 4x. LARVAS ENCONTRADAS EM COPROCULTURA A B C P Á G I N A 3 0 | I L U S T R A Ç Õ E S P Á G I N A 3 1 | I L U S T R A Ç Õ E S ILUSTRAÇÕES Exemplares de parasitos observados através das técnicas laboratoriais. (A) Microfilaria em esfregaço sanguíneo – objetiva de 100X (B) Merozoito de Babesia sp. intraeritrocitário em esfregaço sanguíneo – objetiva de 40X. (C) Parasitos adultos recuperados em necrópsia para uso em montagem de lâminas. (D) Trematódeo observado a partir da técnica de montagem de lâminas permanente – objetiva de 10x. PARASITOS OBSERVADOS EM ESFREGAÇO SANGUINEO E EM MONTAGEM DE LÂMINAS BIBLIOGRAFIA CANDIDO, M. J. dos S.; MARIN, J. F. V.; SILVA, Y. H da.; MARTINS, I. V. F. Principais parasitoses gastrointestinais diagnosticadas em animais domésticos atendidos no hospital veterinário da UFES. In: XXIV Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XX Encontro Latino Americano de Pós- Graduação, III Congresso de Pesquisa Aplicada e Tecnologia, XIV Encontro Latino Americano de Iniciação Científica Júnior da Univap e X Encontro de Iniciação à Docência, Anais... São José dos Campos: 2020. 6 p. DE CARLI, G. A. Parasitologia clínica: seleção de métodos e técnicas de laboratório para diagnóstico das parasitoses humanas. São Paulo, Atheneu, 2001. GORDON, H. M. L.; WHITLOCK H. V. A new tecnhique for counting nematode eggs in sheep faeces. Journal of Scientific and Industrais Research, v. 12, p. 50-52, 1939. HOFFMANN, W. A.; PONS, J. A.; JANER, J. L. Sedimentation concentration method in schistosome. Puerto Rico Journal of Public Health and Tropical Medicine, 1934. KATZ, N.; CHAVES, A.; PELLEGRINO, J. A simple device for quantitative stool thick smear technique in Schistosomiasis mansoni. Rev Inst Med Trop São Paulo 14 : 397-340, 1972. MORAES, R. G. Contribuição para o estudo do Strongyloides stercoralis e da estrongiloidíase no Brasil. Rev Serv Saúde Públ (Rio de J.) 1: 507-624, 1948. NEVES, DP. Parasitologia Humana, 11ª ed, São Paulo, Atheneu,2005. REY, L. Parasitologia, 3ª ed, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001. ROBERTS, F. H. S.; O’SULLIVAN, P. J. Methods for egg counts and larval cultures for Strongyles infesting the gastro-intestinal tract of cattle. Australian Journal Agricultural Research, Australia, v.1, p. 95-102, 1950. RUGAI, E.; MATTOS, T.; BRISOLA, A. P. Nova técnica para isolar larvas de nematoides das fezes: modificação do método de Baermann. 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