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Super Apostila - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 04 – Sociedade, Poder, Governo e o Estado Brasileiro Prof. Everton Ventrice Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 2 Sumário 1. Introdução e objetivos desta apostila................................................................................................. 2 2. Sociedade .......................................................................................................................................... 2 3. Poder e os tipos de dominação .......................................................................................................... 4 4. Governo ............................................................................................................................................. 5 5. O Estado brasileiro ............................................................................................................................. 8 5.1. Forma de Estado ................................................................................................................................ 8 5.2. Forma de governo ........................................................................................................................... 14 5.3. Sistema de governo ......................................................................................................................... 17 5.4. Regime de governo.......................................................................................................................... 20 5.5. Separação dos Poderes ................................................................................................................... 23 5.6 A organização político-administrativa brasileira............................................................................... 28 6. DICA DE OURO ................................................................................................................................. 31 7. Principais pontos a serem fixados .................................................................................................... 32 8. Lista de questões que resolvemos .................................................................................................... 35 9. Gabarito ........................................................................................................................................... 46 1. Introdução e objetivos desta apostila Nesta apostila veremos a sequência do estudo sobre o Estado, incluindo detalhes sobre como está estruturado o Estado brasileiro. É um assunto fácil, cobrado em Administração Pública sem tanto apego ao texto da Constituição, como ocorre quando se estuda tais temas dentro do Direito Constitucional. Preste bastante atenção a alguns pontos destacados, pois podem causar dúvida, e resolva todos os exercícios. Depois é só torcer para cair esse assunto em sua prova, pois estou certo que você vai tirar de letra! Comecemos! 2. Sociedade Darcy Azambuja define sociedade como uma união moral de seres racionais e livres, organizados de maneira estável e eficaz para realizar um fim comum e conhecido de todos. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 3 Vamos a uma questão: 1. (VUNESP/Anal. Tecnologia – Sec. Educ./SP). É correto afirmar que o que caracteriza uma sociedade é a partilha de interesses entre os membros e a(s) a) articulações orgânicas de formação natural. b) participação em atividades sem uma autoridade política. c) atividades econômicas originadas por essas partilhas. d) preocupações mútuas direcionadas a um objetivo comum. e) consequentes ações que coíbem a integração de outros indivíduos. Comentários: Veja que a alternativa mais próxima à definição de Darcy Azambuja é aquela que fala em objetivo comum. Essa é a ideia-chave de sociedade. Gabarito: Letra D. Um outro conceito de sociedade, mais recente, é a chamada Sociedade Civil, que acrescenta à definição tradicional de sociedade a característica de que ela existe independentemente de um governo. ATENÇÃO!!! Muitas vezes, em concursos ou no dia-a-dia, quando se fala apenas em Sociedade, está se referindo ao conceito de Sociedade Civil. Por outro lado, para se referir ao governo e à existência de um poder por trás dele, foi criado o termo sociedade política. Temos então: • SOCIEDADE CIVIL: É aquela composta por todas as demais formas de organização que não pertencem ao Estado, baseadas na amizade, parentesco, religião, atividade econômica, etc. • SOCIEDADE POLÍTICA: É a forma pela qual o exercício do poder é organizado. Nas sociedades modernas isso inclui os três Poderes, o aparelho que o Estado usa para governar, e todas as demais instituições com objetivos políticos, tais como os partidos políticos e a mídia especializada. A Sociedade Civil mais a Sociedade Política formam o que conhecemos como Estado. Lembre-se que o Estado é caracterizado pela existência, em conjunto, de três componentes: Soberania, Povo e Território, mas alguns autores incluem também outros três: Governo, Poder e uma Finalidade. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 4 Didaticamente, pense que o Estado é a soma da sociedade civil (Povo, Território e Finalidade) com a sociedade política (Soberania, Governo e Poder). ESTADO SOCIEDADE CIVIL SOCIEDADE POLÍTICA 3. Poder e os tipos de dominação Poder é definido como a capacidade de imposição da própria vontade, a despeito da resistência de outro, visando a consecução de um determinado objetivo ou fim estipulado pelo sujeito que impõe. Ele difere do conceito de autoridade. Autoridade: Poder legítimo, revestido de consentimento, que se faz obedecer voluntariamente. Note então que, enquanto o poder é imposto, a autoridade é consentida. Max Weber identificou três tipos de autoridade (também chamada de dominação) de acordo com sua legitimidade: 1. Tradicional: Baseia-se nas tradições e costumes de uma dada sociedade. O líder herda tal posição por pura tradição, sendo aceito porque as pessoas entendem que “sempre foi assim”. Era o tipo de dominação mais comum nas sociedades até o Estado Moderno, quando o rei, ou o senhor, recebia sua posição por herança e a exercia pelo uso da força. 2. Carismática: É aquela apoiada no carisma do líder, que conquista tal posição devido suas qualidades em influenciar pessoas, que então lhe obedecem por pura devoção. 3. Racional-Legal: Baseada em regras, estatutos ou leis, sancionadas pela Sociedade ou Organização. Tal forma de autoridade se popularizou a partir do Estado Contemporâneo, sendo o tipo adotado pelas democracias modernas. Veja como isso já apareceu: 2. (ESAF/AFC – CGU) Segundo Max Weber, a autoridade ou dominação baseia-se na legitimidade que, por sua vez, pode ser de três tipos. Um deles, a dominação legal de caráter racional, típica do Estado contemporâneo, não apresenta a característica de: a) impessoalidade das normas e de sua aplicação Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 5 b) hierarquia oficial c) direito consuetudinário d) exercício contínuo de funções segundo competências fixas e) regras técnicas e normas aplicadas por profissionais especializados Comentários: É muito provável que você não saiba o significado de “direito consuetudinário”. Trata-se de um sistema de leis baseado nos costumes e nas tradições, ou seja, as regras devem ser aceitas porque “sempre foi assim”. Não há um processo de discussão e aprovação das leis. É típico, portanto, da dominação do tipo tradicional. Gabarito: Letra C. ATENÇÃO!!! Quando as bancas se referem à teoria de Weber, não é raro que elas tratem Poder e Autoridade como sinônimos. Portanto, se ofoco da questão for os três tipos identificados por ele, a princípio não se preocupe com a falta de distinção entre os termos. Já quando o foco for em temas como liderança ou trabalho em grupo, ou na simples diferença entre os conceitos, aí sim a diferenciação entre eles é importante. Há, ainda, outro conceito importante relacionado a Sociedade e Poder: a Política. Política é o conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que se destinam a prover a resolução pacífica dos conflitos sobre bens públicos. Pode parecer estranho especificar “sobre bens públicos”, mas é assim mesmo que aparece nas questões. 4. Governo Governo é o instrumento pelo qual são definidos os objetivos e as diretrizes gerais de atuação do Estado. O Governo é uma das características do Estado, portanto, não existe sem ele. Enquanto o Estado é um ente intangível, permanente, e que detém o poder, o Governo é um ente tangível, transitório, e que exerce o poder de fato. O Governo é composto por um grupo de pessoas, por isso é tangível. E é transitório porque as pessoas governam por prazo determinado. Há quatro dimensões de Governo: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 6 1. Formal: Representado pelo conjunto de Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e órgãos constitucionais. 2. Material: Refere-se às atividades executivas, legislativas e judiciárias, ou seja, as chamadas funções estatais. ATENÇÃO!!! Lembre-se que cada Poder exerce a maioria das funções que lhe são correspondentes (chamadas funções típicas), mas também algumas funções correspondentes aos outros Poderes (as chamadas funções atípicas). Ex: O Poder Executivo exerce a maioria das funções executivas (que são suas funções típicas), mas também algumas funções legislativas e judiciárias (que são suas funções atípicas); 3. Estrita (strictu sensu): Refere-se apenas às pessoas que exercem o Governo. No Brasil compreende os chefes dos Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e do Ministério Público, assim como seus auxiliares diretos, tais como os Ministros. 4. Operacional: Pois é o Governo quem implementa as atividades necessárias ao alcance dos objetivos traçados. A Administração Pública é quem executa as atividades implementadas pelo Governo. Portanto, enquanto o Governo é o instrumento do Estado para exercer o Poder, a Administração Pública é o instrumento do Governo para a execução de suas atividades. ESTADO (detém o Poder) GOVERNO (exerce o Poder) ADM. PÚBLICA (executa o Poder) instrumento instrumento Que tal praticar? 3. (CESPE/Anal. Téc. Adm. – MIN). Os conceitos de governo e administração não se equiparam; o primeiro refere-se a uma atividade essencialmente política, ao passo que o segundo, a uma atividade eminentemente técnica. Comentários: É isso mesmo. O Governo é transitório, é escolhido para exercer o Poder através de critérios políticos, e o faz utilizando a política. Já a Administração Pública executa o Poder, através de critérios, majoritariamente, técnicos. Gabarito: Certo. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 7 4. (ESAF/AFC – CGU). Leia atentamente os enunciados que se seguem: • Relação entre dois sujeitos, na qual um impõe ao outro a sua própria vontade e lhe determina o comportamento. • A atividade ou conjunto de atividades que tem como finalidade a administração do conflito em torno de bens públicos. • Organização que detém o monopólio legítimo do uso da força em um dado território. • Conjunto de pessoas que exercem o poder político e que determinam a orientação política de uma dada sociedade. • Conjunto de atividades diretamente destinadas à execução concreta das tarefas ou incumbências consideradas de interesse público ou comum, numa coletividade ou organização estatal. Os enunciados acima referem-se, sequencialmente, aos seguintes conceitos: a) Administração Pública, Poder, Política, Estado, Governo b) Poder, Estado, Governo, Política, Administração Pública c) Poder, Administração Pública, Governo, Estado, Política d) Administração Pública, Poder, Governo, Política, Estado e) Poder, Política, Estado, Governo, Administração Pública Comentários: Ótima questão para fixar os conceitos. Gabarito: Letra E. ATENÇÃO!!! Não confunda: • Dimensões de governo: Formal, Material, Estrita e Operacional. • Funções estatais: Atividades Executivas, Legislativas e Judiciárias, que compõem a dimensão material de governo. • Dimensões de atuação do Estado: Econômica, Social e Administrativa. As dimensões de atuação do Estado são bastante utilizadas na distinção dos tipos de Estado. Um Estado do Bem-estar Social atua em todas as três dimensões, enquanto um Estado Liberal entende que ele deve se concentrar na dimensão administrativa. Veja como isso foi cobrado pela ESAF: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 8 5. (ESAF/AFC: Audit. e Fiscal. – CGU). Após a II Guerra Mundial até o final da década de 70, o Estado acumula diferentes funções com atuação em três dimensões: econômica, social e administrativa. Assinale a opção que identifica corretamente a dimensão administrativa. a) A dimensão administrativa do Estado se baseia na impessoalidade, neutralidade e racionalidade do aparelho governamental. b) A dimensão administrativa do Estado se baseia na produção de políticas públicas nas áreas de educação, saúde, habitação. c) A dimensão administrativa do Estado se baseia no modelo burocrático de geração de emprego e renda. d) A dimensão administrativa do Estado se baseia em políticas que subsidiem o crescimento econômico. e) A dimensão administrativa do Estado se baseia na produção de bens e equidade para a população. Comentários: As opções B e C referem-se à dimensão social, enquanto as opções D e E referem-se à dimensão econômica. Gabarito: Letra A. 5. O Estado brasileiro A partir de agora veremos como alguns conceitos sobre a organização dos Estados contemporâneos, focando o caso brasileiro. 5.1 Forma de Estado Forma de Estado refere-se ao modo como se dá o exercício do poder político no território do Estado. Existem basicamente três: 1. Estado unitário (ou Estado simples): Existe apenas um centro de poder político, que é o governo nacional. Ele pode ser centralizado ou descentralizado, mas neste último caso as unidades descentralizadas não possuem poder político, apenas certa discricionariedade para aplicar as regras estabelecidas pelo poder central. 2. Confederação: Há diversos entes políticos, todos soberanos, reunidos politicamente pela celebração de um tratado internacional regido pelo Direito Internacional. Essa união é dissolúvel, e cada Estado possui o direito de dela se separar assim que julgar conveniente (direito de secessão). Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 9 3. Federação (ou Estado composto): Há diversos centros de poder político, todos autônomos, reunidos em torno de um ente político central, soberano. É o caso do Brasil. Aplicando esses conceitos em uma questão: 6. (CESPE/Administrador – MPOG) São formas de governo a federação, a confederação e o governo único. Comentários: Preste atenção! Federação e confederação são formas de Estado e não formas de governo. Gabarito: Errado. Uma federação possui duas características essenciais ao seu funcionamento: 1. Autonomia dos entes políticos: Através de três atributos: a. Autogoverno: Representantes do poder Executivo eleitos diretamente. b. Auto-organização: Capacidade de instituir suas próprias constituições (no caso dos estados) ou leis orgânicas (no caso dos municípios e do DF). c. Autoadministração: Capacidade de se administrar de forma independente, tomandosuas próprias decisões executivas e legislativas, além de poder arrecadar seus tributos próprios. 2. Repartição de competências: Cada ente político recebe da Constituição competências específicas para suas atividades administrativas, legislativas e tributárias. Resolva agora essa questão da FGV: 7. (FGV/Procurador – TCM-RJ) A Federação dota seus membros de tríplice capacidade, a saber: a) auto-organização, auto normatização e autogoverno. b) autogoverno, autoadministração e autofinanciamento. c) auto-organização, autogoverno e autoadministração. d) auto-organização, auto normatização e automanutenção. e) auto arrecadação, autogoverno e autogerenciamento. Comentários: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 10 Cuidado para não confundir os conceitos. Autonomia = auto-organização + autogoverno + autoadministração. Gabarito: Letra C. O Estado federado pode formar-se por: 1. Agregação: Estados independentes abrem mão de sua soberania e se unem para formarem um único Estado federal, dentro do qual terão apenas autonomia (movimento centrípeto – de fora para dentro). Ex: EUA. 2. Desagregação (ou Segregação): Um Estado unitário descentraliza- se, repartindo competências entre entidades federadas autônomas. (movimento centrífugo – de dentro para fora). Ex: Brasil. Esta classificação cai bastante. Veja: 8. (ESAF/Analista Técnico-Administrativo – MF). A atual forma do Estado Brasileiro, que, como se sabe, resultou de processo de segregação, uma vez que durante o império era adotado o regime unitário com apenas um poder político, pode ser denominada: a) Federalismo centrípeto. b) Confederação. c) Estado simples. d) Unitária. e) Federalismo centrífugo. Comentários: Fácil! O federalismo brasileiro se formou por segregação, ou seja, movimento centrífugo. Gabarito: Letra E. Já quanto ao modo de separação de competências entre os entes, o federalismo pode ser classificado em: 1. Federalismo dual: Há uma rígida separação entre as competências da entidade central (União) e as dos demais entes federados. 2. Federalismo cooperativo: Não há uma divisão rígida entre a União e os demais entes federados. É o modelo vigente no Brasil, que tem se aprofundado em função das pressões e exigências impostas pela sociedade. Veja uma questão da ESAF que se aprofundou nesse conceito: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 11 9. (ESAF/AFC: Contábil-Financeira – STN). As mudanças no plano mundial enterraram a era liberal e promoveram o Estado corporativo, voltado para estimular a cooperação entre o capital e o trabalho. De acordo com Camargo (2001), no Brasil, no final do séc. XX, criou-se um novo federalismo democrático trino (presente nos três níveis de governo), que nasceu com a Constituição Federal de 1988, como um novo tipo de federalismo cooperativo. São características desse tipo de federalismo, exceto: a) comprometido com parcerias entre os três níveis de governo. b) comprometido com a melhoria das políticas públicas no nível local. c) comprometido com a redução das desigualdades sociais. d) comprometido com as oligarquias e o fortalecimento da classe política. e) comprometido com o fortalecimento da sociedade civil e da cidadania. Comentários: A ESAF pegou leve demais, pois até quem não conhecesse o conceito de federalismo cooperativo conseguiria acertar. A Constituição brasileira de 88 é chamada de cidadã justamente por ter consolidado os direitos democráticos e sociais. Jamais, pelo menos em tese, poderia estar comprometida com as oligarquias. Gabarito: Letra D. Mais algumas características do federalismo brasileiro: • A forma de governo federativa é cláusula pétrea expressa (art. 60, §4º), impedindo assim que uma emenda constitucional possa vir a dissolver a federação ou ofender o pacto federativo (autonomia dos entes federados). • Como regra geral, não há hierarquia entre as entidades federadas, mas sim vale a regra da predominância de interesses, onde cada um legisla sobre aquilo que é de sua competência. • Porém, a constituição brasileira prevê situações em que uma entidade federada poderá interferir em outra, afastando temporariamente sua autonomia. Tais casos consideram que a União poderá intervir nos estados, no DF e nos municípios localizados em territórios, e os estados poderão intervir nos municípios localizados em seu território (artigos 34 e 35). • Assim, como está fundada no equilíbrio entre as competências e a autonomia conferidas aos entes federados, a federação brasileira Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 12 enquadra-se no tipo federação de equilíbrio. Modificações neste modelo são inconstitucionais, por ofensa à cláusula pétrea que impede a quebra do pacto federativo. • O federalismo brasileiro é dito ser de 3º grau, pois reconhece, além da União e dos estados, também os municípios como autônomos. Antes da promulgação da Constituição de 1988, os municípios não possuíam autonomia, havendo então um federalismo de 2º grau. Hora de praticar! 10. (FGV/Técnico de fomento: Advogado – BADESC). As alternativas a seguir apresentam características do sistema federativo brasileiro, à exceção de uma. Assinale-a. a) Repartição constitucional de competências entre a União, Estados- membros, Distrito Federal e Municípios. b) Atribuição de autonomia constitucional aos Estados membros, Distrito Federal e Municípios, podendo tais entes federativos organizar seus poderes executivo, legislativo e judiciário, na forma de suas constituições regionais. c) Participação dos Estados-membros na elaboração das leis federais, através da eleição de representantes para o Poder Legislativo Federal. d) Possibilidade constitucional excepcional e taxativa de intervenção federal nos Estados-membros e no Distrito Federal, para manutenção do equilíbrio federativo. e) Indissolubilidade da federação, sendo vedada a aprovação de emenda constitucional tendente a abolir a forma federativa de Estado. Comentários: A autonomia conferida aos estados, DF e municípios não é total. É preciso respeitar a constituição federal, que limita, por exemplo, a estruturação do Poder Judiciário aos estados e ao DF, e não aos municípios. Outro erro é afirmar que o DF e os municípios possuem constituição. Sua lei maior é chamada de lei orgânica. Gabarito: Letra B. 11. (ESAF/AFC: Ouvidoria – CGU). O Federalismo brasileiro surgido da Constituição de 1988 apresenta uma série de características que o distingue do existente na maioria das demais nações federativas. Indique qual das características enunciadas a seguir está incorreta. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 13 a) É um federalismo economicamente assimétrico porque existe grande diferença de poder econômico entre seus entes federados. b) É um federalismo caracterizado pela sobrerrepresentação política de alguns dos pequenos entes federados. c) É um federalismo que reproduz, em todos os seus entes federados, a divisão de poderes existente no governo central. d) É um federalismo que distribui competências entre os diversos entes federados. e) É um federalismo que permite e regulamenta o aumento do número de entes federados. Comentários: Esta questão traz algumas informações importantes, tal como a alternativa B, que fala sobre a sobrerrepresentação política de alguns estados. Isso ocorre porque a Constituição estabelece um número mínimo de 8 e um número máximo de 70 deputados federais por estado, o que faz com que os estados menores, alguns com menos de 1 milhão de habitantes, tenham, proporcionalmente, mais deputados por habitantes que outros mais populosos. No caso da alternativa incorreta, note, por exemplo, que os municípiosnão instituem seu próprio Poder Judiciário. Gabarito: Letra C. 12. (FCC/Gestor Público – SEADE/PI). Tendo em vista características, modos de surgimento e funcionamento dos Estados federais, é correto afirmar: a) No âmbito do federalismo norte-americano, o Estado federal resultou de uma agregação de Estados que a ele preexistiam. A formação do novo Estado federal guarda aos entes federativos a autonomia e parcela de soberania com a possibilidade de secessão. b) A partir do momento em que os Estados ingressam na Federação perdem soberania, mas mantêm a autonomia dos entes federativos, inclusive com a possibilidade de exercício do direito de secessão. c) No Estado federal o poder político é compartilhado pela União e pelas Confederações dos Estados. Existe um governo federal, do qual participam as unidades confederadas, e existem governos estaduais dotados de autonomia política. d) No âmbito do federalismo norte-americano, assim como no brasileiro, foi dado o nome de Estado a cada unidade federada pelo Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 14 fato das entidades federativas serem dotadas de soberania e direito de secessão. e) No Estado federal as atribuições da União e das unidades federadas são fixadas na Constituição, por meio de uma distribuição de competências com a finalidade de manter o equilíbrio da federação. Comentários: A questão é fácil se você souber que nos Estados Unidos os estados também não possuem o direito de secessão. Além disso, em qualquer federação os entes possuem autonomia, e nunca soberania, que é exclusiva da união. Gabarito: Letra E. 5.2 Forma de governo As formas de governo referem-se à maneira como se dá a instituição do poder na sociedade, e como se dá a relação entre governantes e governados. Existem duas formas de governo: República e Monarquia. 1. República (ou res publica = coisa pública) baseia-se na igualdade formal entre as pessoas. A partir desta premissa, surgem as seguintes características: a. Eletividade dos mandatários (direta ou indireta), que caracteriza a natureza representativa do regime. b. Temporariedade dos mandatos eletivos. c. Responsabilidade dos mandatários (ou seja, devem prestar contas). 2. Monarquia: Ao contrário da república, aqui o chefe de Estado possui como características: a. Não é eleito pelo povo, mas sim recebe o cargo através de alguma regra de nomeação, geralmente a hereditariedade. b. Exerce tal posição de forma vitalícia. c. Não tem o dever de prestar contas ao povo por seus atos (ou seja, não tem responsabilidade política). ATENÇÃO!!! Embora alguns livros afirmem que, se adotada a monarquia como forma de governo, o único sistema de governo possível é o parlamentarismo, isso não é uma verdade absoluta. Veja esta questão do CESPE: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 15 13. (CESPE/Agente de proteção – TJ/RR). Dentro da forma de governo denominada monarquia, o rei ou monarca é o chefe de Estado. Por meio dos princípios básicos de hereditariedade e vitaliciedade, o poder lhe é transmitido ao longo de uma linha de sucessão. Há monarquias em que o chefe de Estado é eleito, mas recebe o título de monarca; isso é exceção, como no Vaticano e na Polônia nos séculos XVII e XVIII. Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a opção correta a respeito das formas e dos sistemas de governo. a) A monarquia é uma forma de governo que admite mais de um tipo de sistema de governo. b) Em todas as monarquias, o rei ou monarca é chefe de Estado e de governo ao mesmo tempo. c) Em uma monarquia, o monarca é submetido à aprovação de parlamentares depois de apresentar seu plano de governo, mas, por meio de uma moção de censura, o rei pode vir a ser derrubado pelo parlamento. d) Uma república, ao contrário de uma monarquia, é um sistema de governo no qual um representante, normalmente chamado presidente, é escolhido para ser o chefe de Estado, podendo ou não acumular esse poder com o do Poder Executivo. Comentários: O Vaticano é uma exceção à regra de que a forma de governo monarquia só admite o parlamentarismo como sistema de governo. Repare que o enunciado diz para considerar o texto inicial, que trouxe a resposta. Gabarito: Letra A. Algumas informações sobre a forma de governo republicana adotada pelo Brasil: • Parte da doutrina entende que a forma de governo republicana é “cláusula pétrea implícita”, pois, embora não esteja expressa no rol das “cláusulas pétreas” que consta no art. 60, §4º, esse mesmo artigo diz que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir o voto direto, secreto, universal e periódico. Como, se fosse adotada a monarquia, o voto periódico passaria a não mais existir, na prática emenda constitucional a esse respeito não seria admitida. • A forma de governo republicana é um princípio constitucional sensível (CF, art. 34, VII), ou seja, um princípio que se não for observado poderá ensejar uma intervenção federal. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 16 Mais algumas questões: 14. (CESPE/AFCE – TCU). A república e a forma federativa de Estado foram arroladas expressamente como cláusulas pétreas pelo constituinte originário. Comentários: Apenas a forma federativa de Estado é cláusula pétrea expressa. Muitos juristas consideram a forma de governo republicana também uma cláusula pétrea, porém de modo implícita. Gabarito: Errado. 15. (CESPE/Analista ambiental – IBAMA). No que se refere aos princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item seguinte. República é uma forma de governo fundamentada na igualdade formal entre as pessoas, na qual o poder político é exercido por meio de representação, em caráter eletivo e por um período determinado de tempo. Comentários: Exatamente. Gabarito: Certo. 16. (FACAPE/Agente de trânsito – Pref. de Petrolina). Na expressão “República Federativa do Brasil” a) o termo “República” indica a forma de Estado (Estado Federal) e está em contraposição ao Estado Unitário. b) o termo “Federativa” indica uma forma de Estado, a qual é impossível de ser alterada pelo legislador derivado uma vez que está protegida por cláusula pétrea. c) o termo “República” indica a forma de Estado, a qual é impossível de ser alterada pelo legislador uma vez que está protegida por cláusula pétrea. d) o termo “Federativa” indica a forma de Governo e, de uma forma singela, está em contraposição à Monarquia. e) o termo “República” indica que a nossa forma de Governo é o Presidencialismo. Comentários: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 17 “República” refere-se à forma de governo, enquanto “Federativa” refere-se à forma de Estado, uma cláusula pétrea de nossa Constituição. Gabarito: Letra B. 5.3 Sistema de governo Os sistemas de governo referem-se ao modo como se relacionam os Poderes Legislativo e Executivo no exercício das funções governamentais. Há três sistemas de governo principais: Parlamentarismo, presidencialismo e semipresidencialismo: 1. Parlamentarismo: Possui as seguintes características: • Separação nítida do Poder Executivo entre o Chefe de Estado (que representa o país frente a outros Estados soberanos) e o Chefe de Governo (que cuida da política interna). É o chamado ‘sistema dual’. • Nesse sistema dual, o Chefe de Estado (monarca ou presidente) não possui responsabilidade política, que é apenas do Chefe de Governo (chamado primeiro-ministro, é escolhido pelo presidente) e de seu gabinete (ministros). • Interdependência entre os Poderes Executivo e Legislativo: O primeiro-ministro elabora um plano de governo e o submete ao Parlamento que, aprovando-o (voto de confiança), se vinculapoliticamente ao povo e ao próprio Governo. Assim, uma vez que o Governo pode destituir o Parlamento e o Parlamento pode destituir o Governo, é necessária uma conciliação para que o sistema funcione. 2. Presidencialismo: É caracterizado por: • O presidente da República exerce as funções de Chefe de Estado, Chefe de Governo e Chefe da Administração Pública. • Independência (embora modernamente fale-se em harmonia) entre o Legislativo e o Executivo, com o presidente exercendo seu mandato de forma autônoma, não dependendo do Legislativo nem para sua investidura, nem para sua permanência no poder. • O órgão do Legislativo não está sujeito a dissolução, pois seus membros são eleitos para um período determinado. 3. Semipresidencialismo: Aqui o Chefe de Estado (presidente da República), ao contrário do que ocorre no parlamentarismo, possui uma série de atribuições efetivamente governamentais. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 18 Veja uma questão sobre esses conceitos: 17. (ESAF/AFRFB – RFB). De uma Constituição que adota uma chefia dual do Executivo, com um Chefe de Estado e um Chefe de Governo, em que a permanência deste no cargo depende da confiança do Poder Legislativo, pode-se dizer que adota característica típica do: a) Bicameralismo b) Estado unitário c) Federalismo de equilíbrio d) Presidencialismo e) Parlamentarismo Comentários: Fácil, não é? Lembre-se de duas caraterísticas sempre cobradas sobre o parlamentarismo: o sistema dual e o voto de confiança. Gabarito: Letra E. Algumas particularidades sobre o sistema de governo presidencialista brasileiro: • A eleição presidencial no Brasil é direta, mas isso não é uma característica obrigatória do presidencialismo. Nos Estados Unidos, por exemplo, a eleição é indireta, pois os eleitores votam nos representantes que elegerão o presidente. • No Brasil o ato do presidente não depende dos ministros de Estado. Diz a Constituição que os ministros devem referendar os atos do presidente, mas se isso não ocorrer os atos não perdem a validade. Praticando: 18. (CESPE/Consultor Legislativo: Adm. Pública – Senado). A concepção do cargo presidencial insculpida na Constituição da República implica que seu ocupante desempenhe funções gerenciais de governo e funções de liderança política. Comentários: É isso mesmo. O presidente acumula tanto as funções de Chefe de Estado, quanto de Chefe de Governo, e nesta última ele desempenha tanto funções gerenciais (ao comandar a administração pública), quanto funções de liderança política (quando participa do processo legislativo, como por exemplo ao vetar leis). Gabarito: Certo. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 19 19. (ESAF/APO – MPOG). No tocante à organização do Estado Brasileiro, é incorreto afirmar que: a) o Brasil adota princípio de separação de Poderes que pode ser caracterizado como flexível. b) a Constituição Federal criou mecanismos de freios e contrapesos, que permitem a materialização da harmonia entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, como, por exemplo, a possibilidade do veto às leis pelo chefe do Poder Executivo. c) diferentemente do Parlamentarismo, no Presidencialismo o chefe do Poder Executivo acumula as funções de Chefe de Estado e de Chefe de Governo, além de cumprir mandato fixo, sem precisar depender da confiança do Poder Legislativo para sua investidura ou para o exercício de seu cargo. d) no modelo e Estado federativo previsto na Constituição Federal, os Estados-Membros possuem soberania e autonomia financeira, administrativa e política. e) a eletividade e a temporalidade do mandato do chefe do Poder Executivo, bem como seu dever de prestar contas de seus atos, são características da forma de governo republicana adotada no Brasil. Comentários: Uma afirmação incorreta bastante comum em provas é dizer que, numa federação, os estados membros possuem soberania. Nunca erre isso! Gabarito: Letra D. 20. (ESAF/EPPGG – MPOG). Em 1993, o Brasil realizou um plebiscito sobre a forma e sobre o sistema de governo a vigorarem no país a partir de então. Os seguintes enunciados se referem ao resultado dessa opção dos eleitores brasileiros. Indique o único correto. a) No plebiscito, a campanha foi conduzida por frentes que representavam o Parlamentarismo com República, o Presidencialismo com República e o Parlamentarismo com Monarquia. b) A derrota da opção pela monarquia era previsível, porque os herdeiros de D. Pedro II não puderam fazer campanha eleitoral. c) Nas repúblicas parlamentaristas, os presidentes têm maior poder que nas repúblicas presidencialistas, porque pertencem ao partido com maioria no Legislativo. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 20 d) Nas repúblicas presidencialistas, os chefes de Estado contam com maioria automática no Legislativo, por isso são mais estáveis que as parlamentaristas. e) A maioria dos eleitores optou pela república e pelo presidencialismo, porque são forma e sistema de governo mais democráticos que os demais. Comentários: De fato, não houve uma frente representando o Presidencialismo com Monarquia, embora isso fosse, teoricamente, possível. Gabarito: Letra A. 21. (CESPE/Agente penitenciário – DEPEN). No âmbito das relações internacionais, o presidente da República Federativa do Brasil exerce a representação do país na qualidade de chefe de governo. Comentários: A representação do Brasil junto ao exterior é feita pelo presidente na condição de chefe de Estado. Como chefe de Governo ele cuida das questões políticas e administrativas internas. Gabarito: Errado. 5.4 Regime de governo O regime de governo, também chamado regime político refere-se à maneira como são decididas as questões políticas do Estado. Há basicamente dois regimes políticos: Autocracia e democracia. 1. Autocracia (ou monocracia): O governante impõe sua vontade ao povo. 2. Democracia: O povo participa das decisões políticas. Classifica-se em: a. Democracia direta: O povo exerce o poder diretamente, ou seja, sem intermediários. Existiu na Grécia antiga. b. Democracia indireta (ou representativa): Os cidadãos outorgam suas decisões de governo para representantes por eles escolhidos (os chamados parlamentares). c. Democracia semidireta (ou mista, ou participativa): A maior parte das decisões é indireta (por meio dos parlamentares), mas há a possibilidade também de decisões diretas pelos cidadãos, por meio de instrumentos como: i. Plebiscito: Consulta prévia aos cidadãos sobre um determinado assunto. É convocado pelo Poder Legislativo através de decreto legislativo. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 21 ii. Referendo: Aprovação de uma lei já discutida e aprovada pelos representantes do povo. O Poder Legislativo autoriza, através de decreto legislativo, sua convocação, que é feita pela Justiça Eleitoral. iii. Iniciativa popular: Possibilidade de uma parte dos eleitores iniciar diretamente o processo de elaboração de uma lei ou norma constitucional. ATENÇÃO!!! Em alguns países (no Brasil não) há também o chamado recall, que consiste em consulta à opinião do eleitorado sobre a manutenção ou a revogação do mandato político ou administrativo conferido a alguém. Veja uma questão sobre esse assunto: 22. (CESPE/Analista – MP/PI). A democracia representativa (ou indireta) é exercida pelo povo, individual ou coletivamente, a partir dos instrumentos constitucionais que possibilitam interferir diretamente nas decisões políticas do Estado. Comentários: Na democracia representativa o povo atua só através de seus representantes. É na democracia participativa (ou semidireta) que há instrumentos que permitem ao povo interferirdiretamente nas decisões. Gabarito: Errado. E no Brasil, qual o regime político em vigor? Tecnicamente, temos aqui uma democracia semidireta. Mas é bastante comum as questões citarem o que diz a Constituição, que afirma que no Brasil vigora um “Estado Democrático de Direito”. Trazendo um pouco do que dizem os mestres do Direito Constitucional, um Estado Democrático de Direito é aquele pautado na justiça social, e cujas leis refletem a finalidade de alcançar o bem comum. Vamos ver o trecho da Constituição que trata disso: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 22 Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Mais questões para praticar: 23. (CESPE/Téc. Jud. – TRT 8ª região) Considerando os princípios fundamentais, os direitos e garantias fundamentais e, em especial, o caput do art. 1.º da CF: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do DF, constitui- se em Estado Democrático de Direito (...)”, bem como o parágrafo único do mesmo dispositivo, que estabelece que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”, marque a opção certa. a) São instrumentos da democracia direta o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de emendas constitucionais, leis ordinárias e leis complementares. b) República é o sistema de governo adotado pelo Brasil. c) O Estado brasileiro adotou a democracia como forma de governo. d) A forma federativa de Estado, adotada pelo Brasil, fica clara quando o constituinte estabelece a união indissolúvel de estados, municípios e do DF, todos dotados de autonomia político- administrativa. e) Ao estabelecer que “Todo o poder emana do povo”, o constituinte reconheceu o regime democrático de governo. Comentários: A princípio, as opções D e E estão corretas. Só que o enunciado diz que devemos considerar os fragmentos da Constituição ali destacados. Assim, embora a opção E mencione “regime democrático de governo”, o que está certo, a Constituição fala em “Estado Democrático de Direito”. Logo, tomando como base o texto constitucional, ela está errada. Gabarito: Letra D. 24. (CESPE/Advogado da União – AGU). O Brasil adota o sistema de governo presidencialista, no qual o Poder Executivo é exercido de maneira monocrática, com as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo estando confiadas a um só agente político. Comentários: O que torna a afirmação errada é dizer que o presidente brasileiro governa de forma monocrática, quando na verdade ele o faz de forma democrática. Gabarito: Errado. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 23 25. (CETRO/Anal. Adm. – ANVISA). De acordo com o parágrafo único do artigo 1º da Constituição Federal de 1988, todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Com base neste preceito, analise as assertivas abaixo. I. A democracia em vigor no Estado brasileiro é semidireta, caracterizada pela junção do princípio representativo às formas de participação popular que caracterizam a democracia direta. II. A democracia brasileira poderá ser exercida pelo referendo, para o qual a população é convocada previamente à criação do ato legislativo ou administrativo que trate do assunto em pauta. III. Plebiscito e referendo tratam-se de consultas à população, quanto à matéria de relevância para a nação, sobre questões de natureza constitucional, legislativa ou administrativa. IV. A democracia brasileira é definida como forma de governo, tendo como elementos necessários o princípio da igualdade e da liberdade. É correto o que se afirma em a) I, II e III, apenas. b) III e IV, apenas. c) I e III, apenas. d) II e IV, apenas. e) IV, apenas. Comentários: O erro da afirmação II é dizer que o referendo é uma consulta prévia, quando na verdade é posterior. Já a afirmação IV erra ao dizer que a democracia é nossa forma de governo, quando na verdade ela é nosso regime de governo. A forma de governo brasileira é a república. Gabarito: Letra C. 5.5 Separação dos Poderes A discussão sobre a separação dos Poderes remonta à Antiguidade. Por um lado, buscava-se não concentrar demais o Poder nas mãos de uma só pessoa ou instituição – e com isso evitar a tirania. Por outro, a separação também tinha a ver com uma melhor eficiência no exercício das funções. Entretanto, mesmo com a separação dos Poderes ainda havia o risco de abusos dentro de cada um. Para evitá-los, passou-se a pensar em formas onde cada Poder podia ser fiscalizado e, de certa forma, controlado. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 24 E assim, na Inglaterra do século XVIII, pela primeira vez tomou corpo um sistema de controle mútuo. Um mecanismo chamado de ”balances”, nasceu quando se implantou o bicameralismo (a Câmara de Lordes podia revisar atos da Câmara dos Comuns). Além disso, a constituição passou a prever que o rei poderia vetar leis aprovadas pelo Legislativo, enquanto este teria poderes para controlar, em alguns casos, os atos dos ministros do rei. Já nos Estados Unidos foi implementado, no início do século XIX, um sistema conhecido como “checks”, quando se estabeleceu que era o Poder Judiciário quem determinaria quando algum ato do Legislativo ou do Executivo havia sido executado em desacordo com a constituição. A partir daí o conjunto de controles mútuos entre os Poderes ficou conhecido como “checks and balances”, ou, como é chamado no Brasil, de sistema de freios e contrapesos. Entretanto, é preciso lembrar que cada Poder executa funções típicas e atípicas, de modo que não se pode pensar em cada Poder como algo perfeitamente dimensionado, com limites exatos Por este motivo, embora amplamente utilizada, a expressão “separação dos poderes” tem sido criticada, com base na ideia de que o poder do Estado é uno e indivisível, qualquer que seja sua forma. A divisão seria então apenas a maneira como os diferentes órgãos exercem as funções estatais. Veja como o CESPE já cobrou isso: 26. (CESPE/Anal. Jud.: Administrativa – TRT 17ª região). A separação dos Poderes no Brasil adota o sistema norte-americano checks and balances, segundo o qual a separação das funções estatais é rígida, não se admitindo interferências ou controles recíprocos. Comentários: Pelo sistema dos checks and balances, nenhum Poder é absoluto. Há mecanismos que possibilitam, em certa medida, o controle de um Poder sobre o outro. Gabarito: Errado. A Constituição brasileira possui diversos mecanismos que possibilitam o controle de um Poder sobre o outro. Vamos ver os principais: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 25 Atuação do PODER EXECUTIVO Sobre o Poder Legislativo • Poder de veto (total ou parcial), pelo Presidente da República, dos projetos de lei encaminhados pelo Congresso Nacional (art. 66). Sobre o Poder Judiciário • Possibilidade de o Presidente da República propor ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de inconstitucionalidade (art. 103, inciso I). • Competência privativa do Presidente da república em conceder indultos e comutação de penas (art. 84, inciso XII). Atuação do PODER JUDICIÁRIO Sobre o Poder Executivo• Controle de constitucionalidade exercido sobre leis e atos normativos (art. 102, inciso I). Sobre o Poder Legislativo • Controle de constitucionalidade exercido sobre leis e atos normativos (art. 102, inciso I). Sobre os Poderes Executivo e Legislativo • Competência para processar e julgar o chefe do Poder Executivo, o Vice- Presidente, os membros do Congresso Nacional (apenas nas infrações penais comuns), os Ministros de Estado, e os comandantes das Forças Armadas (nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade) (art. 102, inciso I). Atuação do PODER LEGISLATIVO Sobre o Poder Executivo • São várias as hipóteses, entre elas: • Julgar anualmente as contas do Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo. • Autorizar o Presidente da República a declarar guerra e celebrar a paz. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 26 • Autorizar referendo e convocar plebiscito. • Fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluindo os da administração indireta. • Julgar o impeachment do Presidente da República. Sobre o Poder Judiciário • Sabatinar o indicado pelo Presidente da República para o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal. Sobre os Poderes Executivo e Judiciário • Competência do Senado Federal para processar e julgar, nos crimes de responsabilidade, o chefe do Poder Executivo, o Vice-Presidente, os Ministros do STF, os Ministros de Estado, os Comandantes das Forças Armadas, entre outros (art. 52). • Controle de fiscalização exercido por meio das Comissões Parlamentares de Inquérito. Vamos ver como esse assunto já foi abordado: 27. (FCC/Gestor Público – SEAD/PI). O art. 2º da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988, estabelece que são poderes da União o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Neste sentido, consagra referida disposição o célebre princípio da separação ou repartição de poderes, que consiste em repartir o exercício do poder por vários órgãos diferentes e: a) independentes de tal sorte que nenhum órgão isolado possa agir sem ser freado pelos demais, estabelecendo-se assim o denominado “sistema de freios intensos”, sob o qual a liberdade individual pode vicejar sem riscos de ser restringida pelo abuso do exercício do poder. b) independentes de tal sorte que cada órgão isolado possa agir sem ser freado pelos demais, estabelecendo-se assim o denominado “sistema de freios e contrapesos”, sob o qual deve vicejar a ditadura. c) independentes de tal sorte que nenhum órgão isolado possa agir sem ser freado pelos demais, impedindo-se o arbítrio, ou ao menos dificultando-o sobremaneira, estabelecendo-se assim o denominado “sistema de freios e contrapesos”. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 27 d) dependentes de tal sorte que nenhum órgão isolado possa agir sem ser freado pelos demais, impedindo-se o arbítrio, ou ao menos dificultando-o sobremaneira, estabelecendo-se assim o denominado “sistema sem freios e contrapesos”. e) dependentes de tal sorte que cada órgão isolado possa agir sem ser freado pelos demais, permitindo-se o arbítrio, estabelecendo-se assim o denominado “sistema sem freios e sem conselhos”, sob o qual não deve ser viabilizada a liberdade individual. Comentários: Atenção com a pegadinha! O nome correto é sistema de freios e contrapesos. Gabarito: Letra C. 28. (FCC/Auditor Fiscal Tributário – SER/PB). Considera-se exemplo do mecanismo de freios e contrapesos, que caracteriza a divisão de funções entre os órgãos do poder na Constituição brasileira de 1988, a: a) nomeação pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. b) possibilidade de adoção, pelo Presidente da República, de medidas provisórias, com força de lei. c) possibilidade de Deputado Federal ou Senador ser investido em cargo de Ministro de Estado, sem perder o respectivo mandato. d) autorização, concedida pelo Congresso Nacional ao Presidente da República para exercer atribuição legislativa limitada no objeto e no tempo. e) impossibilidade de Deputado Federal ou Senador, desde a posse, ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo. Comentários: Pense no sistema de freios e contrapesos como a possibilidade de um Poder “fiscalizar” ou “aprovar” o que outro Poder fez. Com isso em mente, veja que a única alternativa que traz uma ação nesse sentido é a primeira. Gabarito: Letra A. 29. (CESPE/Administrador – TJ/RR). O sistema checks and balances, criado por ingleses e norte-americanos, consiste no método de freios e contrapesos adotado no Brasil. Nesse sistema, todos os poderes do Estado desempenham funções e praticam atos que, a rigor, seriam de outro poder, de modo que um poder limita o outro. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 28 Comentários: Penso que esta questão está mal redigida. De fato, no sistema de checks and balances um poder limita o outro, mas isso é caracterizado por controles e interferências legítimas. O desempenho de funções e a prática de atos que, a rigor, seriam de outro poder caracterizam mais a existência das chamadas funções atípicas do que o sistema de freios e contrapesos. Gabarito: Certo. 30. (CESPE/Procurador Federal – AGU). A possibilidade de o chefe do Poder Executivo da União, no Brasil, editar medidas provisórias constitui importante exceção ao tradicional sistema de freios e contrapesos, uma vez que concentra no mesmo órgão funções de dois dos poderes da República. Comentários: Não se pode falar em exceção ao sistema de freios e contrapesos porque, ao editar medidas provisórias, o Presidente da República executa uma função atípica, mas que é competência privativa sua, prevista na Constituição. E deve seguir regras ao fazê-lo, do contrário também será controlado pelos demais Poderes. Gabarito: Errado. 5.6 A organização político-administrativa brasileira A organização político-administrativa brasileira é normatizada pelo Título III da Constituição. Veremos aqui o artigo 18 e mais alguns pontos que aparecem com frequência nas provas de Administração Pública. Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Portanto, não há que se falar em subordinação entre eles. Todos possuem autonomia (caracterizada por autogoverno, auto-organização e autoadministração). A Constituição designou a competência de cada ente federativo segundo o critério da predominância de interesses. Parte-se da premissa de que há assuntos que, por sua natureza, devem, essencialmente, ser tratados de maneira uniforme em todo o país, enquanto há outros em que é melhor a regulação em nível regional ou local: • Interesse predominantemente geral – Competência da União • Interesse predominantemente regional - Competência dos Estados • Interesse predominantemente local – Competência dos Municípios Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 29 Assim, há assuntos cuja competência para legislar pertence a um determinado ente, mas mesmo nesses casos nunca há que se falar que os demais entes estão subordinados a ele. E ainda que um ente possua competência para legislar sobre determinado assunto, a Constituição Federal nunca pode ser sobreposta por leis estaduais ou municipais. Há casos em que a Constituição autoriza a intervenção de um ente sobre outro (artigos 34 e 35). Mas tais casos são excepcionais e todos previstos no texto constitucional, portanto, aqui também não se fala em subordinação. Importante também lembrar que são apenas esses(a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios) os entes da federação. Regiões metropolitanas e outras formas de associação entre municípios não são entes federados e não gozam de autonomia e nem de prerrogativas políticas, administrativas ou financeiras. § 1º Brasília é a Capital Federal. § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. Logo, os territórios não são entes da federação. § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Não se pode confundir a possibilidade descrita acima com independência ou soberania dos estados-membros, pois isso não é permitido. § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. Esses são os pontos mais cobrados. Tranquilo, não é? Hora de praticar! 31. (ESAF/AFRFB – RFB). Sobre a organização do Estado brasileiro, é correto afirmar que: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 30 a) administrativamente, os municípios se submetem aos estados, e estes, por sua vez, submetem-se à União. b) quando instituídas, as regiões metropolitanas podem gozar de prerrogativas políticas, administrativas e financeiras diferenciadas em relação aos demais municípios do estado. c) quando existentes, os territórios federais gozam da mesma autonomia político-administrativa que os estados e o Distrito Federal. d) o Distrito Federal é a capital federal. e) embora, por princípio, todos os entes federados sejam autônomos, em determinados casos, os estados podem intervir em seus municípios. Comentários: Ótima questão, cobrando vários pontos desse assunto. Quanto à última alternativa, é bom lembrar que a União também pode, em certos casos, intervir nos estados. Gabarito: Letra E. 32. (ESAF/AFC – CGU). O Brasil é um Estado organizado de forma Federativa; Isto significa que as atribuições inerentes aos poderes executivo, legislativo e judiciário são divididas em duas esferas de atuação: a Federal (União) e a Estadual. Em relação a essas esferas, é incorreto afirmar que: a) os estados têm total autonomia para formulação e aplicação de suas políticas independentemente do poder central. b) aos estados e municípios são atribuídas as ações de caráter local. c) a cúpula dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário formam o núcleo estratégico do Estado. d) o critério de divisão de poderes entre a União e os estados- membros é ao mesmo tempo funcional e territorial. e) a Constituição da União e as leis federais determinam o escopo e alcance das constituições dos estados federados. Comentários: A alternativa B pode causar certa confusão. Sabemos que a Constituição designou a competência de cada ente federativo segundo o critério da predominância de interesses, e por ele temos que os assuntos de interesse predominantemente regional competem aos Estados, enquanto os assuntos de interesse predominantemente local competem aos Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 31 Municípios. Porém esse critério não é exato. Uma exceção bastante cobrada é a exploração dos serviços locais de gás canalizado, cujo interesse é local, mas a competência foi atribuída aos estados. Portanto, a alternativa B está certa. Gabarito: Letra A. 33. (FCC/Anal. Controle: Adm. – TCE/PR). Considere as afirmativas abaixo: I. Os Municípios têm o poder de autogoverno, representado pela estruturação do poder executivo, legislativo e judiciário no âmbito municipal. II. Os Municípios têm o poder de auto-organização, fundados nos princípios constitucionais da Federação e do estado, representado pela lei orgânica. III. Os Municípios têm competências legislativas e não legislativas próprias, possuindo poderes de autoadministração e auto legislação. Ao identificar as competências do Município perante a organização do Estado brasileiro e da Administração Pública, está correto o que se afirma APENAS em: a) I. b) II. c) I e II. d) I e III. e) II e III. Comentários: Lembre-se: os municípios não estruturam seu próprio Poder Judiciário. Gabarito: Letra E. 6. DICA DE OURO Agora que acabamos o conteúdo da apostila, é ESSENCIAL que você vá até este capítulo no sistema Nota11 de fichas interativas e pratique! As fichas são neurologicamente formuladas para que esses pontos nunca mais saiam da sua cabeça... Esse será o grande diferencial para que você consiga estar pronto para gabaritar a prova em um tempo até 10X mais rápido que nos materiais e métodos disponíveis no mercado. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 32 7. Principais pontos a serem fixados SOCIEDADE: União moral de seres racionais e livres, organizados de maneira estável e eficaz para realizar um fim comum e conhecido de todos. ESTADO SOCIEDADE CIVIL (não pertence ao governo) SOCIEDADE POLÍTICA (como se organiza o poder) Tipos de PODER (Max Weber): 1. Tradicional 2. Carismático 3. Racional-legal Quando houver diferenciação entre Poder e Autoridade: O poder é imposto, a autoridade é conquistada. POLÍTICA: Conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que se destinam a prover a resolução pacífica dos conflitos sobre bens públicos. GOVERNO: Instrumento pelo qual são definidos os objetivos e as diretrizes gerais de atuação do Estado. Dimensões de Governo: 1. Formal 2. Material 3. Estrito 4. Operacional ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: Executa as atividades implementadas pelo Governo. ESTADO (detém o Poder) GOVERNO (exerce o Poder) ADM. PÚBLICA (executa o Poder) instrumento instrumento Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 33 FORMA DE ESTADO: Modo como se dá o exercício do poder político no território do Estado. 1. Estado unitário (ou Estado simples) 2. Confederação 3. Federação (ou Estado composto) Características essenciais da federação: 1. Autonomia dos entes políticos. a. Autogoverno. b. Auto-organização. c. Autoadministração. 2. Repartição de competências. Modos de formação dos Estados federados: 1. Agregação – movimento centrípeto. 2. Desagregação (ou Segregação) – movimento centrífugo. Modos de separação de competências entre os entes federais: 1. Federalismo dual. 2. Federalismo cooperativo. FORMA DE GOVERNO: Maneira como se dá a instituição do poder na sociedade, e como se dá a relação entre governantes e governados. 1. República. Características: a. Eletividade dos mandatários. b. Temporariedade dos mandatos eletivos. c. Responsabilidade dos mandatários. 2. Monarquia: Características: a. Não é eleito pelo povo, mas sim recebe o cargo através de alguma regra de nomeação, geralmente a hereditariedade. b. Exerce tal posição de forma vitalícia. c. Não tem responsabilidade política. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 34 SISTEMA DE GOVERNO: Modo como se relacionam os Poderes Legislativo e Executivo no exercício das funções governamentais. 1. Parlamentarismo: Características: • Separação nítida do Poder Executivo entre o Chefe de Estado e o Chefe de Governo (sistema dual).• O Chefe de Estado não possui responsabilidade política. • Interdependência entre os Poderes Executivo e Legislativo (voto de confiança). 2. Presidencialismo: Características: • O presidente da República exerce as funções de Chefe de Estado, Chefe de Governo e Chefe da Administração Pública. • Independência entre o Legislativo e o Executivo. • O órgão do Legislativo não está sujeito a dissolução. 3. Semipresidencialismo: O Chefe de Estado possui uma série de atribuições efetivamente governamentais. REGIME DE GOVERNO (Regime político): Maneira como são decididas as questões políticas do Estado. 1. Autocracia (ou monocracia). 2. Democracia. Subdivide-se em: a. Democracia direta. b. Democracia indireta. c. Democracia semidireta (ou mista, ou participativa). Exercida por meio de instrumentos como: i. Plebiscito. ii. Referendo. iii. Iniciativa popular. Brasil � Estado Democrático de Direito: Pautado na justiça social, e cujas leis refletem a finalidade de alcançar o bem comum. DICA!! “O estado fede, a república é fogo, o regime é democrático e o presidente é sistemático”. SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS: Conjunto de controles mútuos entre os Poderes. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 35 8. Lista das questões que resolvemos 1. (VUNESP/Anal. Tecnologia – Sec. Educ./SP). É correto afirmar que o que caracteriza uma sociedade é a partilha de interesses entre os membros e a(s) a) articulações orgânicas de formação natural. b) participação em atividades sem uma autoridade política. c) atividades econômicas originadas por essas partilhas. d) preocupações mútuas direcionadas a um objetivo comum. e) consequentes ações que coíbem a integração de outros indivíduos. 2. (ESAF/AFC – CGU) Segundo Max Weber, a autoridade ou dominação baseia-se na legitimidade que, por sua vez, pode ser de três tipos. Um deles, a dominação legal de caráter racional, típica do Estado contemporâneo, não apresenta a característica de: a) impessoalidade das normas e de sua aplicação b) hierarquia oficial c) direito consuetudinário d) exercício contínuo de funções segundo competências fixas e) regras técnicas e normas aplicadas por profissionais especializados 3. (CESPE/Anal. Téc. Adm. – MIN). Os conceitos de governo e administração não se equiparam; o primeiro refere-se a uma atividade essencialmente política, ao passo que o segundo, a uma atividade eminentemente técnica. 4. (ESAF/AFC – CGU). Leia atentamente os enunciados que se seguem: • Relação entre dois sujeitos, na qual um impõe ao outro a sua própria vontade e lhe determina o comportamento. • A atividade ou conjunto de atividades que tem como finalidade a administração do conflito em torno de bens públicos. • Organização que detém o monopólio legítimo do uso da força em um dado território. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 36 • Conjunto de pessoas que exercem o poder político e que determinam a orientação política de uma dada sociedade. • Conjunto de atividades diretamente destinadas à execução concreta das tarefas ou incumbências consideradas de interesse público ou comum, numa coletividade ou organização estatal. Os enunciados acima referem-se, sequencialmente, aos seguintes conceitos: a) Administração Pública, Poder, Política, Estado, Governo b) Poder, Estado, Governo, Política, Administração Pública c) Poder, Administração Pública, Governo, Estado, Política d) Administração Pública, Poder, Governo, Política, Estado e) Poder, Política, Estado, Governo, Administração Pública 5. (ESAF/AFC: Audit. e Fiscal. – CGU). Após a II Guerra Mundial até o final da década de 70, o Estado acumula diferentes funções com atuação em três dimensões: econômica, social e administrativa. Assinale a opção que identifica corretamente a dimensão administrativa. a) A dimensão administrativa do Estado se baseia na impessoalidade, neutralidade e racionalidade do aparelho governamental. b) A dimensão administrativa do Estado se baseia na produção de políticas públicas nas áreas de educação, saúde, habitação. c) A dimensão administrativa do Estado se baseia no modelo burocrático de geração de emprego e renda. d) A dimensão administrativa do Estado se baseia em políticas que subsidiem o crescimento econômico. e) A dimensão administrativa do Estado se baseia na produção de bens e equidade para a população. 6. (CESPE/Administrador – MPOG) São formas de governo a federação, a confederação e o governo único. 7. (FGV/Procurador – TCM-RJ) A Federação dota seus membros de tríplice capacidade, a saber: a) auto-organização, auto normatização e autogoverno. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 37 b) autogoverno, autoadministração e autofinanciamento. c) auto-organização, autogoverno e autoadministração. d) auto-organização, auto normatização e automanutenção. e) auto arrecadação, autogoverno e autogerenciamento. 8. (ESAF/Analista Técnico-Administrativo – MF). A atual forma do Estado Brasileiro, que, como se sabe, resultou de processo de segregação, uma vez que durante o império era adotado o regime unitário com apenas um poder político, pode ser denominada: a) Federalismo centrípeto. b) Confederação. c) Estado simples. d) Unitária. e) Federalismo centrífugo. 9. (ESAF/AFC: Contábil-Financeira – STN). As mudanças no plano mundial enterraram a era liberal e promoveram o Estado corporativo, voltado para estimular a cooperação entre o capital e o trabalho. De acordo com Camargo (2001), no Brasil, no final do séc. XX, criou-se um novo federalismo democrático trino (presente nos três níveis de governo), que nasceu com a Constituição Federal de 1988, como um novo tipo de federalismo cooperativo. São características desse tipo de federalismo, exceto: a) comprometido com parcerias entre os três níveis de governo. b) comprometido com a melhoria das políticas públicas no nível local. c) comprometido com a redução das desigualdades sociais. d) comprometido com as oligarquias e o fortalecimento da classe política. e) comprometido com o fortalecimento da sociedade civil e da cidadania. 10. (FGV/Técnico de fomento: Advogado – BADESC). As alternativas a seguir apresentam características do sistema federativo brasileiro, à exceção de uma. Assinale-a. a) Repartição constitucional de competências entre a União, Estados- membros, Distrito Federal e Municípios. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 38 b) Atribuição de autonomia constitucional aos Estados membros, Distrito Federal e Municípios, podendo tais entes federativos organizar seus poderes executivo, legislativo e judiciário, na forma de suas constituições regionais. c) Participação dos Estados-membros na elaboração das leis federais, através da eleição de representantes para o Poder Legislativo Federal. d) Possibilidade constitucional excepcional e taxativa de intervenção federal nos Estados-membros e no Distrito Federal, para manutenção do equilíbrio federativo. e) Indissolubilidade da federação, sendo vedada a aprovação de emenda constitucional tendente a abolir a forma federativa de Estado. 11. (ESAF/AFC: Ouvidoria – CGU). O Federalismo brasileiro surgido da Constituição de 1988 apresenta uma série de características que o distingue do existente na maioria das demais nações federativas. Indique qual das características enunciadas a seguir está incorreta. a) É um federalismo economicamente assimétrico porque existe grande diferença de poder econômico entre seus entes federados. b) É um federalismo caracterizado pela sobrerrepresentação política de alguns dos pequenos entes federados. c) É um federalismo que reproduz, em todos os seus entes federados,a divisão de poderes existente no governo central. d) É um federalismo que distribui competências entre os diversos entes federados. e) É um federalismo que permite e regulamenta o aumento do número de entes federados. 12. (FCC/Gestor Público – SEADE/PI). Tendo em vista características, modos de surgimento e funcionamento dos Estados federais, é correto afirmar: a) No âmbito do federalismo norte-americano, o Estado federal resultou de uma agregação de Estados que a ele preexistiam. A formação do novo Estado federal guarda aos entes federativos a autonomia e parcela de soberania com a possibilidade de secessão. b) A partir do momento em que os Estados ingressam na Federação perdem soberania, mas mantêm a autonomia dos entes federativos, inclusive com a possibilidade de exercício do direito de secessão. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 39 c) No Estado federal o poder político é compartilhado pela União e pelas Confederações dos Estados. Existe um governo federal, do qual participam as unidades confederadas, e existem governos estaduais dotados de autonomia política. d) No âmbito do federalismo norte-americano, assim como no brasileiro, foi dado o nome de Estado a cada unidade federada pelo fato das entidades federativas serem dotadas de soberania e direito de secessão. e) No Estado federal as atribuições da União e das unidades federadas são fixadas na Constituição, por meio de uma distribuição de competências com a finalidade de manter o equilíbrio da federação. 13. (CESPE/Agente de proteção – TJ/RR). Dentro da forma de governo denominada monarquia, o rei ou monarca é o chefe de Estado. Por meio dos princípios básicos de hereditariedade e vitaliciedade, o poder lhe é transmitido ao longo de uma linha de sucessão. Há monarquias em que o chefe de Estado é eleito, mas recebe o título de monarca; isso é exceção, como no Vaticano e na Polônia nos séculos XVII e XVIII. Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a opção correta a respeito das formas e dos sistemas de governo. a) A monarquia é uma forma de governo que admite mais de um tipo de sistema de governo. b) Em todas as monarquias, o rei ou monarca é chefe de Estado e de governo ao mesmo tempo. c) Em uma monarquia, o monarca é submetido à aprovação de parlamentares depois de apresentar seu plano de governo, mas, por meio de uma moção de censura, o rei pode vir a ser derrubado pelo parlamento. d) Uma república, ao contrário de uma monarquia, é um sistema de governo no qual um representante, normalmente chamado presidente, é escolhido para ser o chefe de Estado, podendo ou não acumular esse poder com o do Poder Executivo. 14. (CESPE/AFCE – TCU). A república e a forma federativa de Estado foram arroladas expressamente como cláusulas pétreas pelo constituinte originário. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 40 15. (CESPE/Analista ambiental – IBAMA). No que se refere aos princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item seguinte. República é uma forma de governo fundamentada na igualdade formal entre as pessoas, na qual o poder político é exercido por meio de representação, em caráter eletivo e por um período determinado de tempo. 16. (FACAPE/Agente de trânsito – Pref. de Petrolina). Na expressão “República Federativa do Brasil” a) o termo “República” indica a forma de Estado (Estado Federal) e está em contraposição ao Estado Unitário. b) o termo “Federativa” indica uma forma de Estado, a qual é impossível de ser alterada pelo legislador derivado uma vez que está protegida por cláusula pétrea. c) o termo “República” indica a forma de Estado, a qual é impossível de ser alterada pelo legislador uma vez que está protegida por cláusula pétrea. d) o termo “Federativa” indica a forma de Governo e, de uma forma singela, está em contraposição à Monarquia. e) o termo “República” indica que a nossa forma de Governo é o Presidencialismo. 17. (ESAF/AFRFB – RFB). De uma Constituição que adota uma chefia dual do Executivo, com um Chefe de Estado e um Chefe de Governo, em que a permanência deste no cargo depende da confiança do Poder Legislativo, pode-se dizer que adota característica típica do: a) Bicameralismo b) Estado unitário c) Federalismo de equilíbrio d) Presidencialismo e) Parlamentarismo 18. (CESPE/Consultor Legislativo: Adm. Pública – Senado). A concepção do cargo presidencial insculpida na Constituição da República implica que seu ocupante desempenhe funções gerenciais de governo e funções de liderança política. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 41 19. (ESAF/APO – MPOG). No tocante à organização do Estado Brasileiro, é incorreto afirmar que: a) o Brasil adota princípio de separação de Poderes que pode ser caracterizado como flexível. b) a Constituição Federal criou mecanismos de freios e contrapesos, que permitem a materialização da harmonia entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, como, por exemplo, a possibilidade do veto às leis pelo chefe do Poder Executivo. c) diferentemente do Parlamentarismo, no Presidencialismo o chefe do Poder Executivo acumula as funções de Chefe de Estado e de Chefe de Governo, além de cumprir mandato fixo, sem precisar depender da confiança do Poder Legislativo para sua investidura ou para o exercício de seu cargo. d) no modelo e Estado federativo previsto na Constituição Federal, os Estados-Membros possuem soberania e autonomia financeira, administrativa e política. e) a eletividade e a temporalidade do mandato do chefe do Poder Executivo, bem como seu dever de prestar contas de seus atos, são características da forma de governo republicana adotada no Brasil. 20. (ESAF/EPPGG – MPOG). Em 1993, o Brasil realizou um plebiscito sobre a forma e sobre o sistema de governo a vigorarem no país a partir de então. Os seguintes enunciados se referem ao resultado dessa opção dos eleitores brasileiros. Indique o único correto. a) No plebiscito, a campanha foi conduzida por frentes que representavam o Parlamentarismo com República, o Presidencialismo com República e o Parlamentarismo com Monarquia. b) A derrota da opção pela monarquia era previsível, porque os herdeiros de D. Pedro II não puderam fazer campanha eleitoral. c) Nas repúblicas parlamentaristas, os presidentes têm maior poder que nas repúblicas presidencialistas, porque pertencem ao partido com maioria no Legislativo. d) Nas repúblicas presidencialistas, os chefes de Estado contam com maioria automática no Legislativo, por isso são mais estáveis que as parlamentaristas. e) A maioria dos eleitores optou pela república e pelo presidencialismo, porque são forma e sistema de governo mais democráticos que os demais. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 42 21. (CESPE/Agente penitenciário – DEPEN). No âmbito das relações internacionais, o presidente da República Federativa do Brasil exerce a representação do país na qualidade de chefe de governo. 22. (CESPE/Analista – MP/PI). A democracia representativa (ou indireta) é exercida pelo povo, individual ou coletivamente, a partir dos instrumentos constitucionais que possibilitam interferir diretamente nas decisões políticas do Estado. 23. (CESPE/Téc. Jud.: Administrativa – TRT 8ª região). Considerando os princípios fundamentais, os direitos e garantias fundamentais e, em especial, o caput do art. 1.º da CF: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do DF, constitui-se em Estado Democrático de Direito (...)”, bem como o parágrafo único do mesmo dispositivo, que estabelece que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,