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Super Apostila - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 14 – Planejamento e Estratégia Prof. Everton Ventrice Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 2 Sumário 1. Introdução e objetivos desta apostila................................................................................................. 2 2. Planejamento ..................................................................................................................................... 3 2.1. Tipos de planejamento ...................................................................................................................... 4 2.2. Planejamento governamental ........................................................................................................... 5 2.2.1. Princípios do planejamento governamental .............................................................................. 6 3. Estratégia ........................................................................................................................................... 8 3.1. Tipos de estratégia ............................................................................................................................ 8 4. Planejamento estratégico ................................................................................................................ 13 4.1. Etapas do planejamento estratégico ............................................................................................... 15 4.1.1. Etapa 1 – Definição da missão, da visão e dos valores ............................................................. 16 4.1.2. Etapa 2 – Diagnóstico estratégico ............................................................................................ 19 4.1.2.1. Análise SWOT .................................................................................................................. 19 4.1.3. Etapa 3 – Definição dos objetivos, estratégias e planos .......................................................... 21 4.1.3.1. Análise de cenários .......................................................................................................... 24 4.1.3.2. Processo decisório ........................................................................................................... 26 4.1.4. Etapa 4 – Implementação da estratégia ................................................................................... 30 4.1.5. Etapa 5 – Monitoramento e avaliação da estratégia ................................................................ 31 4.1.5.1. Balanced Scorecard (BSC) ................................................................................................ 31 5. Planejamento Estratégico Situacional .............................................................................................. 39 6. DICA DE OURO ................................................................................................................................. 45 7. Principais pontos a serem fixados .................................................................................................... 45 8. Lista de questões que resolvemos .................................................................................................... 47 9. Gabarito ........................................................................................................................................... 61 1. Introdução e objetivos desta apostila Veremos a partir de agora como os temas ligados a Planejamento e a Estratégia no setor público são cobrados nos concursos. O assunto não é difícil, porém, além de extenso, também apresenta uma certa divergência entre os autores, de modo que alguns tópicos podem ser cobrados de modo diferente de uma banca ou mesmo de uma prova para outra. Nesses casos, frisamos, é mais importante o entendimento dos conceitos do que memorizar passos e itens. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 3 Outra característica desse assunto é que a grande maioria das teorias e ferramentas foi criada pensando no setor privado, e muita coisa tem pouca aplicação no setor público. Por isso selecionei aqui apenas aquilo que realmente cai nas provas de Administração Pública. Finalmente, é bom esclarecer também que o assunto Planejamento Governamental possui itens que são cobrados, pelos editais de concursos, em tópicos como “Ciclo de Gestão do Governo Geral” e “Novas formas e tecnologias aplicadas ao setor público”. Veremos em apostilas separadas tais pontos, de modo que o assunto não se esgota nesta apostila. Sem mais demora, vamos estudar! 2. Planejamento Planejar é definir quais os objetivos serão buscados e o que será feito para alcançá-los. No contexto das organizações, o planejamento é uma das 4 funções administrativas: Planejamento, Organização, Direção e Controle. Juntas, elas formam o chamado processo administrativo. Para que os resultados de sua operacionalização sejam os esperados, o planejamento deve respeitar os 4 princípios gerais do planejamento: 1. Princípio da contribuição aos objetivos: O planejamento deve, sempre, visar aos objetivos máximos da empresa. Os objetivos estabelecidos pela organização devem ser hierarquizados e alcançados em sua totalidade. 2. Princípios da precedência do planejamento: Corresponde a uma função administrativa que vem antes das outras (organização, direção e controle). 3. Princípio de maior penetração e abrangência: Por ser a mais abrangente das funções, o planejamento pode provocar uma série de modificações em pessoas, tecnologias e/ou sistemas, ou seja, é sistêmico. 4. Princípio da maior eficiência, eficácia e efetividade: O planejamento deve procurar maximizar os resultados e minimizar as deficiências. O produto do planejamento é chamado de plano, que será o documento que servirá como guia para a efetiva implementação daquilo que foi planejado. O plano não é fixo, e deve ser constantemente adaptado, assim como o próprio planejamento. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 4 Vamos ver uma questão sobre isso: 1. (FGV/ Técnico Judiciário: Administrativa – TRE/PA) A respeito do planejamento na administração pública, analise as afirmativas a seguir: I. O planejamento deve ser parte integrante da administração pública e estar presente em todos os níveis e setores de atividade. II. O planejamento deve ser rígido para atender às contingências, garantindo a continuidade dos empreendimentos. III. Como trata do futuro, o planejamento não implica a fixação de prazos determinados para realização de objetivos. Assinale: a) se somente a afirmativa I estiver correta. b) se somente a afirmativa II estiver correta. c) se nenhuma afirmativa estiver correta. d) se somente a afirmativa III estiver correta. e) se todas as afirmativas estiverem corretas. Comentários: O erro da afirmativa II é que o planejamento não deve ser rígido, mas sim permanentemente adaptado. Já a afirmativa III está errada pois o planejamento fixa, sim, prazos determinados, do contrário seria impossível estabelecer quando os objetivos devem ser atendidos. Gabarito: Letra A. 2.1 Tipos de planejamento O planejamento costuma ser classificado de acordo com sua abrangência: Planejamento Estratégico Planejamento Tático Planejamento Operacional Prazo Longo Médio Curto Amplitude Toda a organização Determinado departamento Determinada atividade Nível hierárquico Alta cúpula Gerências setoriais Gerência operacional Risco Alto Intermediário Baixo Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 5 Veja esse ponto numa questão da FCC: 2. (FCC/Técnico Judiciário: Administrativa - TRT 11ª Região). O principaldesafio do gestor envolvido com o planejamento estratégico no nível tático é: a) definir claramente os objetivos gerais a serem alcançados. b) articular os níveis estratégico e operacional do planejamento. c) tomar decisões quanto às questões de longo prazo da empresa. d) aplicar os planos específicos definidos no planejamento operacional. e) adaptar as decisões do planejamento geral às tendências do mercado. Comentários: Vejamos uma a uma: A definição dos objetivos gerais da organização é feita pelo planejamento estratégico (letra A errada), assim como as decisões relativas às questões de longo prazo (letra C errada). Os planos específicos definidos pelo planejamento operacional também são aplicados pelo nível operacional (letra D errada). Adaptar as decisões do planejamento geral às tendências do mercado é tarefa do planejamento estratégico (letra E errada). Gabarito: Letra B. 2.2 Planejamento governamental Quando se fala em planejamento no setor público, há duas vertentes principais: 1. A função planejamento realizada no âmbito das organizações públicas. 2. O planejamento governamental, realizado no âmbito dos governos e que dá origem às políticas públicas. Nesta apostila nos concentramos na primeira. A segunda é objeto da disciplina Administração Financeira e Orçamentária. Em Administração Pública, porém, uma parte desse assunto – referente às chamadas leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) – costuma aparecer nos editais sob o título de “Ciclo de gestão do governo federal”. Em nosso curso veremos esse tópico separadamente, numa apostila futura. Embora seja um assunto bastante relacionado com Planejamento e Estratégia, é assim que as bancas costumam dividi-los. Veremos aqui apenas os princípios do planejamento governamental, visto que sua cobrança não se limita ao tema “Ciclo de gestão do governo federal”. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 6 2.2.1 Princípios do planejamento governamental Os princípios do planejamento governamental são recomendações que devem ser observadas no processo de planejamento. São 6: 1) Princípio da racionalidade e da razoabilidade: Diz que as quantidades de alternativas apresentadas devam ter compatibilidade com os recursos disponíveis. 2) Princípio da previsão: Estabelece a necessidade de previsão das ações em certo intervalo de tempo em função de objetivos a serem alcançados, recursos disponíveis e possibilidade de controle. 3) Princípio da universalidade: Diz que o planejamento deve englobar todas as fases do processo social, administrativo e econômico e, ainda, todos os setores e níveis da administração, baseando-se em estudos sobre os cenários internos e externos à administração. 4) Princípio da unidade: Prega que os instrumentos de planejamento devem ser integrados e coordenados entre si e devem estar de acordo com o que estabelece a Constituição Federal. 5) Princípio da continuidade: Segundo tal princípio, o planejamento deve ser permanente, pois a entidade pública é constitucionalmente responsável por diversos serviços que são ofertados de modo contínuo à população. Devem ser consideradas, também, as necessidades de oferta de novos serviços e a evolução dos serviços existentes. 6) Princípio da aderência: Aponta que o planejamento deve estar ligado às organizações. Nesse sentido, as organizações devem estar comprometidas com os objetivos a que se pretende alcançar. ATENÇÃO!!! Não confunda os princípios do planejamento governamental, que vimos aqui, com os princípios orçamentários, trazidos diretamente pela Constituição federal, ou dela decorrentes, que devem ser respeitados quando da elaboração das leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA). Tais princípios são estudados na disciplina Administração Financeira e Orçamentária. São exemplos: Princípios da Unidade, Universalidade a Anualidade. Algumas questões para praticar: 3. (FCC/Técnico Judiciário: Administrativa - TRT 22ª Região). A ação do gestor público na definição dos objetivos e os meios para alcançá- los de forma não aleatória, denomina-se a) Organização funcional. b) Controle ad hoc. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 7 c) Coordenação dos recursos. d) Função distributiva. e) Planejamento governamental. Comentários: A definição de objetivos e o que fazer para alcançá-los é a definição clássica de planejamento, seja no setor privado ou no público. Gabarito: Letra E. 4. (VUNESP/Analista de Tecnologia – Secretaria da Educação/SP). Assinale a alternativa que completa, corretamente, os espaços em branco do texto. A Administração pública sofreu mudanças, passando de um modelo burocrático para um modelo gerencial, em que está presente a descentralização de decisões e funções, além da autonomia a respeito de recursos humanos, orçamentários e materiais. O gestor passou a ter que buscar ____________ planejamento e _____ orçamento com o objetivo maior de gerar, por exemplo, eficiência, eficácia e celeridade nas compras: a) a mudança do ... do b) benefícios entre o ... o c) falhas entre o ... o d) as correções entre o ... o e) o equilíbrio entre o ... o Comentários: A questão faz referência àquilo que prega o princípio da racionalidade e da razoabilidade, que diz que as quantidades de alternativas apresentadas devam ter compatibilidade com os recursos disponíveis. Não se deve propor executar aquilo que não se tem condições econômicas de cumprir. É preciso ser realista. Gabarito: Letra E. 5. (CESGRANRIO/Analista: Contabilidade - FINEP). O Planejamento Governamental, realizado por meio do orçamento público, deve atender aos seguintes princípios: Racionalidade e Razoabilidade, Previsão, Universalidade, Unidade, Continuidade e Aderência. O princípio de Aderência indica que a) o Planejamento deve ser permanente. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 8 b) o Planejamento deve estar necessariamente ligado às organizações. c) os planos serão elaborados em consonância com o plano plurianual. d) a ação deve ser planejada e transparente. e) as ações devem identificar as tendências de evolução em curso. Comentários: O princípio da aderência aponta que o planejamento deve estar ligado às organizações no sentido de que as organizações devem estar comprometidas com os objetivos a que se pretende alcançar. Planejar não significa um grupo tomar decisões e os demais, na outra ponta, fazerem algo diferente do que foi decidido. É preciso união de objetivos e esforços. Gabarito: Letra B. 3. Estratégia Há diversos conceitos de estratégia. Segundo Mintzberg, estratégia é um padrão no processo de tomada de decisões organizacionais para fazer face ao meio envolvente. Assim, a estratégia pode ser entendida como o caminho escolhido pela organização para alcançar seus objetivos. Ela envolve toda a organização e pressupõe o estabelecimento de objetivos, já que ela é o curso de ação escolhido para alcançá-los, sendo, portanto, de longo prazo. 3.1 Tipos de Estratégia Há diversos modelos de estratégia. Pode-se dizer que todos – ou, pelo menos, os mais conhecidos, que veremos aqui - foram desenvolvidos a partir da perspectiva das empresas privadas, de modo que sua aplicação no setor público sempre deve levar em conta suas especificidades e as adaptações necessárias. Quanto à sua intencionalidade, Mintzberg classificou as estratégias em: ⋅ Deliberadas (propositalmente formuladas). ⋅ Emergentes (não intencionais, surgidas a partir de fatos novos ou imprevistos). É comum também distinguir-se as estratégias em 3 níveis principais, a chamada hierarquia das estratégias: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 9 1. Nível organizacional (ou estratégias corporativas): Trataprimariamente sobre em quais negócios a organização vai atuar, sua missão geral. Ex: Suponha que o BNDES decida que vai atuar através da concessão de financiamentos, da participação direta em empresas consideradas estratégicas, e do fomento a pesquisas voltados ao desenvolvimento econômico e social. 2. Nível das unidades de negócios (ou estratégias competitivas): Focam em como competir numa determinada indústria. Segundo Michael Porter, “estratégias competitivas são ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição defensável numa indústria, para enfrentar com sucesso as forças competitivas e assim obter um retorno maior sobre o investimento”. Ex: Suponha que o BNDES decida que, para a participação direta em empresas consideradas estratégicas, ele vai focar na forte presença em leilões de concessão. 3. Nível das áreas funcionais (ou estratégias operacionais): Cuidam do desenvolvimento de competências distintivas, integração e coordenação de atividades nas diversas áreas funcionais, tais como finanças, marketing, produção, etc. Ex: Suponha que o BNDES desenvolva uma distinção, entre as instituições financeiras, como aquela que possui os técnicos mais rápidos na análise das propostas de concessão de financiamento. Dentre as estratégias corporativas, há 3 grupos mais comuns: 1) Estratégias de crescimento. São exemplos: a. Crescimento interno: Ocorre pela simples expansão natural dos negócios atuais. b. Integração vertical e horizontal: A integração vertical ocorre quando uma empresa passa a atuar em mais de um estágio do processo produtivo. Chama-se integração vertical regressiva (ou a montante) quando a empresa passa a produzir os insumos que antes ela comprava de terceiros e integração vertical progressiva (ou a jusante) quando ela passa a fabricar os produtos para os quais antes ela fornecia insumos para outras empresas fabricarem. Já a integração horizontal consiste em uma estratégia de crescimento baseada na aquisição de duas ou mais sociedades do mesmo nível da cadeia produtiva, ou seja, concorrentes diretos. Não há integração, nem vertical nem horizontal, quando a empresa entra num ramo novo de negócio, sem relação com os existentes. c. Diversificação horizontal: Se dá quando a organização passa a atuar em outras áreas. Dá-se principalmente através da aquisição de outras empresas. Chama-se diversificação Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 10 horizontal relacionada quando os produtos são afins, mas não os mesmos. Ex: Ambas são de higiene pessoal. Chama-se diversificação horizontal não relacionada (diversificação por conglomerados) quando os produtos não são afins. Ex: Cosméticos e materiais de escritório. d. Fusões. 2) Estratégias de estabilidade (também denominadas estratégias de pausa): Se dão pela manutenção da organização atual, ou pelo crescimento de forma paulatina e controlada. 3) Estratégias de redução: Em geral ocorrem quando o desempenho é abaixo do esperado. a. Reviravolta (turnaround): Inclui a eliminação de ativos, de mão-de-obra, de grupos de clientes, etc. b. Desinvestimento (ou Despojamento): Venda de marcas, de unidades de negócios, etc. c. Liquidação da organização como um todo. ATENÇÃO!!! Existe ainda uma outra classificação bastante conhecida para as estratégias corporativas, baseada na análise SWOT, que as classifica em 4 tipos: Estratégias de Desenvolvimento, de Crescimento, de Sobrevivência e de Manutenção. Veremos mais sobre ela adiante, quando estudarmos a análise SWOT. Já entre as estratégias competitivas, as mais populares são as 3 descritas por Michael Porter: a) Liderança no custo total: Significa possuir custos mais baixos que os concorrentes. Este tipo de vantagem é relevante se for sustentável no tempo e se não acarretar menor qualidade dos produtos que faça a empresa ter que abaixar seus preços na mesma proporção dos custos. b) Diferenciação: Trata-se de oferecer um produto singular, que justifique ao cliente pagar um preço superior ou manter-se fiel. Este tipo de vantagem é relevante se o preço-prêmio alcançado pela empresa ultrapassar qualquer custo adicionado do fato de ser singular. c) Enfoque: A empresa focaliza um determinado grupo de compradores, um nicho, e naquele alvo específico pode assumir a forma de diferenciação (foco em diferenciação) ou de liderança em custos (foco em custo). Note que enquanto a ‘diferenciação’ refere-se ao produto, o ‘enfoque’ refere-se aos clientes. Segundo Porter, a partir de um certo ponto as empresas devem escolher entre a liderança de custos e a diferenciação, uma vez que possuir as duas simultaneamente torna-se incongruente. Há, portanto, o que se chama de trade off entre custos e diferenciação. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 11 As estratégias também podem ser classificadas de acordo com as interações da organização com seus competidores: 1) Estratégias de ataque: Utilizadas principalmente quando o mercado- alvo não pode ser ampliado, restando, portanto, ganhar mercado às custas dos concorrentes. Ex: Aumentar as promoções em regiões onde o concorrente é mais forte, para aumentar sua participação. 2) Estratégias de defesa: Utilizadas por líderes de mercado, principalmente em mercados maduros ou em declínios. O objetivo pode não ser o aumento, mas a manutenção da posição atual contra os possíveis atacantes. Ex: Diferenciar o produto ou serviço de modo a criar uma imagem diferenciada e evitar a competição em preço. 3) Estratégias de colaboração e cooperação: Ocorrem quando é vantajoso juntar-se a outras organizações, em geral que não sejam concorrentes diretos, para obter vantagens mútuas. É a abordagem mais utilizada no setor público. São exemplos: ⋅ Outsourcing: Mais conhecida como terceirização, refere-se a comprar bens e serviços de fora, em vez de produzi-los internamente. ⋅ Joint Ventures: São alianças nas quais as propriedades de um projeto ou operação, geralmente através da criação de uma terceira organização, são compartilhadas entre as organizações envolvidas. ⋅ Licenciamento: Trata-se do fornecimento de tecnologia em troca do pagamento de royalties. ⋅ Parcerias, Consórcios, Alianças estratégicas, Convênios e Redes: São as várias nomenclaturas dadas às outras diversas formas de colaboração que podem existir. Que tal ver como esse assunto já caiu nas provas? 6. (FCC/Técnico Judiciário: Administrativa – TST). Dentre os variados modelos de estratégia existentes, poucos são os que possuem utilidade para a área pública, em sua administração direta, requerendo adaptações para seu aproveitamento prático. Considerando a realização de um estudo para órgão da administração direta federal, o TST, são modelos de estratégia que se aplicam contemporaneamente com mais precisão a estes tipos de órgãos: a) As análises horizontal e vertical feitas a partir do modelo de cinco forças de Porter e a estratégia de liderança focada em diferenciação. b) Fusões e aquisições, expressando, respectivamente, a reorganização de ministérios e o movimento de privatização e o modelo de 5 forças de Porter. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 12 c) Estratégia de diferenciação competitiva e estratégia de nichos de mercado a exemplo de programas de descentralização judiciária para atendimento regional. d) Retirada estratégica, sinônimo de modernização da administração pública, a exemplo da privatização e atuação baseada em liderança de custos. e) Cooperação, feita com alianças e parcerias e os paralelos possíveis entre estratégias de diferenciação e de baixo custo. Comentários: A teorias sobre estratégia consideram o elemento competitivo algo central, por isso nem sempre são viáveis no setor público. No exemplo citado pelo enunciado, o TST, trata-sede uma atividade exclusiva do Estado (na nomenclatura do PDRAE), onde o serviço é necessário e não há concorrência com outras organizações. Portanto, podemos descartar estratégias que sejam contra essa realidade, como as estratégias de redução, dadas pelas privatizações (letras B e D), estratégias que consideram a existência de concorrência, como o modelo de cinco forças de Porter (letra A), e as estratégias de nicho de mercado, já que o serviço deve necessariamente contemplar todos os cidadãos, e não apenas parte deles (letra C errada). Gabarito: Letra E. 7. (FGV/Analista: Administrativa – MPE/RJ). Um gestor de uma organização da administração direta, durante seu período de férias, inspirou-se em uma obra de arte que observou em um museu para criar uma nova estratégia para gerenciar suas equipes de trabalho e, sem saber se irá funcionar, ainda não a implementou totalmente. Essa pode ser definida como uma estratégia: a) deliberada b) emergente c) planejada d) pretendida e) realizada Comentários: Estratégias emergentes são aquelas não intencionais, surgidas a partir de fatos novos ou imprevistos. É o que ocorreu com o exemplo do enunciado. Elas contrastam com as estratégias deliberadas, que são propositalmente formuladas, quase sempre por um grupo de pessoas reunidas com essa finalidade. Gabarito: Letra B. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 13 8. (CESPE/Técnico: Área 1, Suporte Técnico-Administrativo – BCB). As estratégias elaboradas em nível de presidência, vice-presidência e diretorias em bancos públicos são exemplos de estratégias funcionais que sustentam os objetivos organizacionais de médio e de longo prazo. Comentários: A questão se utilizou da classificação do planejamento de acordo com seu nível de abrangência: Estratégico, Tático e Operacional. Ela descreveu o planejamento estratégico, feito pela cúpula da organização e que considera o destino de toda a organização no longo prazo, e não apenas de áreas funcionais, como seria o planejamento operacional (ou funcional). Gabarito: Errada. 4. Planejamento Estratégico O planejamento estratégico pode ser definido como o processo administrativo feito pela alta cúpula da organização, em perspectiva de longo prazo, que resulta no estabelecimento da direção a ser seguida pela organização, visando a um otimizado grau de interação com seu ambiente, de forma inovadora. O planejamento estratégico no setor público começou a ser valorizado com o advento da administração gerencial, em meados da década de 80 última, quando aumentou a preocupação com a eficiência e a eficácia da atuação governamental, principalmente no que se refere ao gasto público e à provisão de serviços. Entretanto, se considerarmos também o setor privado, o planejamento estratégico nasceu efetivamente na década de 60, quando o ambiente competitivo empresarial, sobretudo nos países desenvolvidos, tornou-se mais acirrado. Já apareceu em questões de concurso, porém, que suas raízes remontam ao final do século XIX, época em que o desenvolvimento industrial levou ao surgimento das primeiras teorias da Administração, e das teorias econômicas que contemplavam os benefícios e os problemas desse desenvolvimento no dia-a-dia das nações. O planejamento estratégico busca se diferenciar do planejamento tradicional a longo prazo, já que este último dá ênfase na simples projeção para o futuro das mesmas situações ocorridas no passado. Pausa para praticar com algumas questões: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 14 9. (CESPE/Analista Judiciário: Contabilidade – TRE/ES). As metodologias e técnicas do planejamento estratégico evoluíram como decorrência da Revolução Industrial. Alguns dos responsáveis por esses avanços foram os pensadores James Stewart, Adam Smith e Karl Marx. Comentários: Repare que o enunciado são se limitou à esfera pública, mas se referiu ao planejamento estratégico em âmbito geral, o que nos leva ao século XIX e às mudanças econômicas e sociais provocadas pela Revolução Industrial. Assim, o entendimento do CESPE é que todos os pensadores daquela época que estudaram as novas relações econômicas e sociais tiveram, de certa forma, alguma influência no desenvolvimento das teorias sobre o planejamento estratégico. Gabarito: Certo. 10. (CESPE/Analista Judiciário: Estatística - STF). Nas organizações públicas, o planejamento estratégico é um documento de acesso restrito para funcionários dos níveis tático e operacional, em razão das informações e metas estratégicas envolvidas. Comentários: O planejamento estratégico é elaborado pela alta cúpula das organizações, mas não fica restrito a ela. Primeiro porque suas decisões afetarão toda a organização, já que definem como ela atuará frente ao seu meio. Segundo porque todos os colaboradores devem conhece-lo, já que serão eles os responsáveis pelas tarefas que devem ser executadas ao se seguir o planejamento. Devemos lembrar também que o planejamento estratégico não é um documento, mas sim todo o processo em si. O produto do planejamento pode ser colocado em um só documento, que então será chamado de plano. Gabarito: Errado. 11. (FCC/Analista Judiciário: Administrativa - TRT 4ª Região). O Planejamento estratégico nas organizações públicas contemporâneas: a) visa principalmente a adaptação da organização a um ambiente instável, através de um retorno constante ao equilíbrio, limitando o leque de escolhas disponíveis. b) enfatiza o detalhamento dos problemas, priorizando a precisão com a qual as pessoas lidam com os problemas. c) deixa em segundo plano a localização de potencialidades, deslocando seu foco para a construção de cenários futuros. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 15 d) não foca a redução da incerteza, mas sua capacitação para desafiar a incerteza através da criatividade e da inovação. e) procura lidar com o mundo atual, imprevisível e caótico, através do fortalecimento das estruturas de planejamento de longo prazo. Comentários: O planejamento estratégico de uma organização não tem o poder de fazer com que seu ambiente retorne ao equilíbrio. O que ele pretende é permitir que a organização enfrente tal instabilidade da melhor forma possível (letra A errada). O planejamento estratégico valoriza o detalhamento de problemas, mas é incorreto dizer que essa é sua prioridade, pois o mais importante é definir como eles serão enfrentados (letra B errada). O planejamento estratégico não minimiza as potencialidades da organização, já que elas devem ser consideradas na definição de como a organização deve agir para atingir seus objetivos (letra C errada). Fortalecer as estruturas de planejamento a longo prazo é importante, mas acredito que esta alternativa esteja errada pelo fato de ter dado a entender que tal fortalecimento é um dos objetivos do planejamento estratégico, quando na verdade trata-se apenas de um meio para os reais objetivos, que é definir como enfrentar o ambiente. Gabarito: Letra D. 4.1 Etapas do planejamento estratégico Há diversas metodologias para o desenvolvimento do planejamento estratégico, e os autores diferem quanto às diferentes etapas que podem ser adotadas num planejamento estratégico. Por isso, não se fixe tanto nas etapas e sua sequência, mas procure entender sua lógica e identificar em que consiste cada uma. Vamos estudar aqui um modelo com 5 etapas: � Etapa 1 – Definição da missão, da visão e dos valores � Etapa 2 – Diagnóstico institucional � Etapa 3 – Definição dos objetivos, estratégias e planos � Etapa 4 – Implementação da estratégia � Etapa 5 – Monitoramento e avaliação da estratégia As etapas do planejamento estratégico podem, às vezes, se tornar um assunto um pouco confuso. Vejamos dois exemplos: 1. OCESPE considerou errada a seguinte assertiva: “A análise da situação estratégica atual da organização, de seu ambiente interno e externo, Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 16 bem como a elaboração de seu plano estratégico, constituem etapas obrigatórias do planejamento estratégico, que devem ser executadas em uma sequência determinada, visto ser a aleatoriedade prejudicial a todo processo de planejamento”. Como não há consenso entre os autores sobre as etapas do planejamento, é provável que o erro esteja no uso dos termos ‘obrigatórias’, ‘sequência determinada’, ou em ambas. Porém o CESPE considerou certa a seguinte afirmação: “Planejamento é um processo e, como tal, cada uma de suas fases requer orientação metodológica”. Assim, aparentemente ele entende que, embora o planejamento possa seguir diferentes abordagens, seja qual for a escolhida suas etapas devem seguir alguma metodologia, ou seja, trata-se de um processo estruturado. 2. Outra questão importante ocorre quando o autor/banca diferencia “Planejamento Estratégico” de “Gestão Estratégica”. Muitos consideram tais termos sinônimos. Já outros entendem que o “Planejamento Estratégico” se dará até a etapa de ‘formulação’ da estratégia (ou seja, a etapa 3 do nosso modelo), ficando a ‘implementação’ e principalmente o ‘controle’ a cargo da “Gestão Estratégica”. Tais autores consideram que a Gestão Estratégica nada mais é que o processo administrativo realizado de modo estratégico e contínuo. Assim, as funções Organizar, Dirigir e Controlar se dariam após o Planejamento (Estratégico). Veja um exemplo desse último entendimento: 12. (CESPE/Técnico Judiciário: Administrativa - TRT 10ª Região). A gestão estratégica acompanha e avalia a execução sistemática e continuada do planejamento na administração pública a fim de atingir desígnios predeterminados. Comentários: Note que o caráter da gestão estratégica é contínuo, tal como se dá o processo administrativo, sendo o planejamento parte desse processo. Gabarito: Certo. 4.1.1 Etapa 1 – Definição da missão, da visão e dos valores Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 17 Vamos ver as definições de Missão, Visão e Valores que, juntas, compõem as chamadas diretrizes estratégicas: • Missão: É a razão de ser e determina a identidade da organização. Foca nas demandas que ela pretende atender no presente, as quais são obtidas apenas ao final do processo de planejamento estratégico. É definida com “os pés no chão”. Afirmou ainda o CESPE: “A definição da missão da organização é o ponto principal para estabelecer macro estratégias e macro políticas, bem como orientar o desenvolvimento da instituição”. • Visão: Foca naquilo que a organização deseja ser no futuro. Trata-se de um macro objetivo nem sempre quantificável, que expressa como a organização deseja estar no futuro. Em geral possui um componente racional, junto com uma parcela emocional. • Valores: Informam como cada membro da organização deve se comportar no desempenho de suas atividades, bem como no dia-a-dia. Os valores revelam as preferências da organização no que se refere à ideologia. ATENÇÃO!!! A Missão não deve ser confundida como a definição de Negócio da organização, que é a simples determinação de suas principais atividades. Ela difere da definição de Missão por ser mais “seca”, aproximando-se das definições legais da atividade econômica desempenhada. Vejamos, como exemplo, a Missão, a Visão e os Valores definidos pelo Banco Central: ⋅ Missão: Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente. ⋅ Visão de futuro (2019): O Banco Central, por sua atuação autônoma e de excelência, será cada vez mais reconhecido como essencial à estabilidade econômica e financeira. ⋅ Valores Organizacionais: o Integração - Promover a coesão e a colaboração organizacional, alinhando esforços e compartilhando conhecimento; o Ética - Agir com integridade, honestidade e probidade para a preservação dos interesses institucionais e dos princípios que regem a Administração Pública; o Excelência -Aprimorar continuamente os padrões de desempenho e a qualidade dos produtos e serviços; Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 18 o Compromisso com o Banco Central - Agir com dedicação e responsabilidade, com foco no interesse da instituição; o Foco em resultados - Atuar com iniciativa e eficiência, priorizando ações relevantes para alcançar os objetivos da Instituição; o Transparência - Comunicar ações e decisões, de forma clara e oportuna, observadas as restrições de ordem legal ou de caráter estratégico; o Responsabilidade socioambiental - Atuar com respeito aos cidadãos, aos colaboradores e ao meio ambiente. Duas questões sobre este ponto: 13. (FGV/Analista Judiciário: Administrador – TJ/RO). No Planejamento Estratégico do Poder Judiciário do Estado de Rondônia (PJRO) há um conjunto de definições necessárias à orientação de todo o corpo de magistrados, servidores e serventuários. O conjunto de intenções e aspirações que apontam aonde o PJRO quer chegar, indicando a posição de favorabilidade que deseja ocupar até 2020, refere-se à definição de: a) iniciativa b) indicador de desempenho c) macrodesafios d) missão e) visão Comentários: Lembre-se que a visão é um apontamento para o futuro, onde a organização deseja chegar. Gabarito: Letra E. 14. (CESPE/Auditor Fiscal de Controle Externo: Administração – TCE/SC). Caso a imagem de determinado órgão público seja fortemente maculada por frequentes constatações de baixo desempenho na prestação de seus serviços, a alta administração, para repensar o planejamento estratégico desse órgão, deverá definir uma nova missão institucional, identificando o propósito principal da forma mais ampla possível para maximizar a razão da existência da organização. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 19 Comentários: A missão é a razão de ser da organização, e é relacionada àquilo que ela pretende atender no presente. Por isso, tem caráter permanente, não é algo que se altera em função de algum prejuízo em sua imagem. Gabarito: Errado. 4.1.2 Etapa 2 – Diagnóstico institucional A etapa de diagnóstico estratégico (ou auditoria de posição, ou ainda análise estratégica) pode ser dividida em 3 níveis: 1) Análise do negócio: Consiste na compreensão de sua cadeia de valor, e dos pontos fortes e fracos da organização. É uma análise interna. 2) Análise do mercado: Inclui a análise de ameaças e oportunidades que se mostram para a organização. É uma análise externa. 3) Análise do macroambiente: Inclui as forças sociais, econômicas, tecnológicas, político-legais e ambientais. Também tem caráter externo. A principal ferramenta dessa etapa, bastante cobrada em concursos, é a análise SWOT. 4.1.2.1 Análise SWOT Baseia-se na análise: • Do ambiente interno, que compreende os fatores controláveis: S = Strenghts (Forças) e W = Weaknesses (Fraquezas). • Do ambiente externo, que compreende os fatores não controláveis: O = Opportunities (Oportunidades) e T = Threats (Ameaças). É também conhecida como matriz FOFA, em português: F = Forças, O = Oportunidades, F = Fraquezas e A = Ameaças. A partir da análise SWOT determina-se em qual posição se encontra a organização e qual a postura mais indicada: 1. Predomínio de pontos fortes e oportunidades • Posição da organização: Alavancagem – Deve-se maximizar as forças e utilizá-las para aproveitar oportunidades. • Postura estratégica recomendada: Desenvolvimento – Entrar em novos mercados, desenvolver novos produtos, etc. 2. Predomínio de pontos fracos e oportunidades Prof. Everton Ventricewww.nota11.com.br 20 • Posição da organização: Limitações/Restrições - A organização possui oportunidades a serem aproveitadas, mas suas fraquezas limitam este aproveitamento. • Postura estratégica recomendada: Crescimento – Inovação ou parcerias que a ajudem a superar suas limitações. 3. Predomínio de pontos fortes e ameaças • Posição da organização: Vulnerabilidades - Há ameaças que tornam a organização vulnerável, mas que podem ser combatidas pelas forças existentes internamente. • Postura estratégica recomendada: Manutenção - Buscar a estabilidade, preservando mercados e posições. 4. Predomínio de pontos fracos e ameaças • Posição da organização: Problemas - A organização está em um ambiente de dificuldades externas e não consegue combatê- las. • Postura estratégica recomendada: Sobrevivência - Redução de custos, desinvestimento, possível desativação. ATENÇÃO!!! As 4 posturas estratégicas recomendadas vistas acima são tipos de estratégias corporativas. Lembre-se que já vimos também uma outra classificação dessas estratégias, que compreende as estratégias de crescimento, de estabilidade e de redução. A análise SWOT é um assunto simples, mas que cai bastante. Veja: 15. (CESPE/Analista Judiciário: Administrativa - TRT 1ª Região). Considerando que a análise SWOT, clássica ferramenta de planejamento estratégico, seja realizada em um tribunal, será correto classificar como exemplo de a) fraqueza o grande volume de processos que dá entrada nesse tribunal. b) ameaça o número limitado de serventuários existente no protocolo. c) oportunidade o surgimento de novas tecnologias de gestão de documentos no mercado. d) ameaça o número excessivo de serventuários existente no protocolo. e) oportunidade o número excessivo de serventuários existente. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 21 Comentários: Lembre-se: pontos fortes e fracos referem-se a fatores internos, enquanto ameaças e oportunidades são fatores externos. O grande volume de processos é um fator externo, logo, uma ameaça, e não fraqueza (letra A errada). O número limitado ou excessivo de serventuários é um fator interno, logo, uma fraqueza, e não ameaça nem oportunidade (letras B, D e E erradas). Gabarito: Letra C. 16. (CESPE/Analista Judiciário: Administrativa - TRE/GO). Considere que, em um tribunal regional eleitoral, haja pequena quantidade de profissionais com conhecimento profundo na área de direito eleitoral e que, nesse mesmo tribunal, seja feito um planejamento estratégico com uso de análise SWOT. Nessa situação, de acordo com os princípios desse tipo de análise, a carência de especialistas deve ser considerada uma ameaça ao cumprimento da missão do tribunal. Comentários: A análise SWOT baseia-se numa análise interna (pontos fortes e fracos da organização) e externa (ameaças e oportunidades). A carência de especialistas é um fator interno, logo, trata-se de um ponto fraco, e não de uma ameaça. Gabarito: Errado. 4.1.3 Etapa 3 – Definição dos objetivos, estratégias e planos Esta etapa se concentra na análise de tudo o que foi levantado nas etapas anteriores, sendo o “coração” do planejamento estratégico. Os objetivos estratégicos são definidos pela ESAF como “afirmações amplas que descrevem onde as organizações desejam estar no futuro”. ATENÇÃO!!! Não confunda objetivos com metas. Enquanto os objetivos representam uma situação final desejada (por exemplo, ser líder em vendas no setor em 3 anos), as metas são os resultados a serem alcançados para se atingir tais objetivos (por exemplo, crescer 20% ao ano nos próximos 3 anos). As metas, portanto, são quantificáveis e contêm prazos de execução. Outra definição importante nessa etapa são os fatores críticos de sucesso, também conhecidos como questões estratégicas. Basicamente, são os fatores que precisam estar presentes para que a organização atinja o sucesso desejado. Já as iniciativas estratégicas são os desdobramentos operacionais da estratégia, ou seja, visam sua implementação. Pode-se incluir nesse escopo: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 22 a) O planejamento das áreas funcionais b) Políticas c) Planos operacionais d) Projetos e) Estrutura organizacional. Vamos praticar esses últimos pontos: 17. (VUNESP/Agente Estadual de Trânsito – DETRAN/SP). Quando se trata de gestão estratégica, o setor público tem suas próprias especificidades que o tornam diferente do setor privado empresarial. Uma dessas especificidades refere-se aos fatores críticos de sucesso. Para o planejamento empresarial, no setor privado, alguns desses fatores são a taxa de crescimento, a participação e permanência em seu mercado, o avanço tecnológico, e outros. Para o setor público, alguns dos fatores críticos de sucesso são: a) práticas gerenciais norteadas pela burocracia; manutenção de práticas gerenciais tradicionais; respeito à hierarquia. b) sistematização de procedimentos correntes; perpetuação de processos tradicionais; respeito à hierarquia. c) práticas gerenciais avançadas; padronização tecnológica; regularidade na atuação. d) burocratização; sistematização de práticas tradicionais; enraizamento de processos consagrados pela tradição. e) burocratização; respeito à hierarquia; cumprimento de ordens. Comentários: Os fatores críticos de sucesso são aqueles que precisam estar presentes para que a organização atinja o sucesso desejado. Ainda que não seja tarefa fácil identificar quais são, a questão facilitou em muito ao trazer fatores que, claramente, não são desejados, como a manutenção de práticas gerenciais tradicionais (letras A e B erradas), e a burocratização (letras D e E erradas). Gabarito: Letra C. 18. (CESPE/Auditor – TC/ES). Os planos operacionais, que podem ser classificados em procedimentos, orçamentos, programas e regulamentos, devem focar aspectos de curto prazo, voltados para a eficiência, e não para a eficácia. Comentários: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 23 Os planos operacionais são apenas uma das chamadas iniciativas estratégicas, que são desdobramentos da estratégia com o objetivo de implementá-la. Especificamente, eles são voltados às tarefas operacionais e ao curto prazo, sendo balizados pela eficiência na utilização dos recursos. Gabarito: Certo. 19. (CESPE/Analista Judiciário: Administrativa – TRE/PI). Tendo em vista que o planejamento organizacional engloba uma série de etapas e tem por finalidade auxiliar a administração no alcance de objetivos, assinale a opção correta relativamente aos conteúdos de um planejamento. Nesse sentido, considere que a sigla TRE, sempre que empregada, se refere a tribunal regional eleitoral. a) A proatividade do servidor de um TRE para solucionar pendências operacionais do órgão caracteriza uma iniciativa estratégica. b) Garantir a legitimidade do processo eleitoral define a missão de um TRE, por se tratar da finalidade para a qual o órgão foi criado. c) Os indicadores das iniciativas estratégicas orientam e direcionam o comportamento das pessoas no desenvolvimento das atividades, conferindo coerência e unidade na atuação institucional. d) Ser reconhecido pela excelência na efetividade da gestão do processo eleitoral define um objetivo tático de um TRE, pois se refere àquilo que o órgão pretende ser no futuro. e) Sustentabilidade, cidadania e eficiência operacional são exemplos de objetivos operacionais de um TRE porque são objetivos globais, amplos e definidos para longo prazo. Comentários: Iniciativas estratégicas são desdobramentos operacionais da estratégica, cujo objetivo é implementá-la. Proatividade não se encaixa nessa definição, estando mais afim à definição de valores daorganização (letra A errada). Indicadores não têm como função orientar e direcionar comportamentos, mas sim fornecer uma avaliação quantitativa do cumprimento de metas (letra C errada). Ser reconhecido pela excelência na efetividade da gestão do processo eleitoral define um objetivo estratégico (e não tático) de um TRE, pois se refere àquilo que o órgão pretende ser no futuro (letra D errada). Sustentabilidade, cidadania e eficiência operacional são exemplos de valores organizacionais, porque informam como cada membro da organização deve se comportar no desempenho de suas atividades, revelando as preferências da organização no que se refere à sua ideologia (letra E errada). Gabarito: Letra B. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 24 Uma ferramenta importante nessa terceira etapa do planejamento estratégico é a análise de cenários. Vamos vê-la um pouco mais a fundo. 4.1.3.1 Análise de cenários O uso de cenários consiste no levantamento de possíveis acontecimentos, com as respectivas probabilidades, e as consequências resultantes de cada um. A análise pode ser feita com base em um aspecto específico do cenário (por exemplo, uma organização pública pode estudar dois cenários, considerando do aumento ou diminuição dos usuários de um determinado serviço) ou com base no cenário como um todo (por exemplo incluir questões relativas ao aumento ou diminuição de repasses, escassez de mão de obra dada a falta de concurso público, aprovação ou não de uma lei de incentivo, etc.). Para serem úteis, considera-se que os cenários devem possuir 4 características básicas: 1. Clareza: Significa que, se estamos trabalhando com um cenário e a probabilidade de que ele ocorra, devemos ser claros e objetivos, de forma que todos compreendam a lógica de tal possibilidade. 2. Foco: Significa focar na área de atuação da organização. 3. Plausibilidade: Significa que devemos trabalhar apenas com cenários plausíveis, pois gastar recursos e tempo para estudar cenários cuja possibilidade de ocorrência é estatisticamente insignificante seria um desperdício. 4. Relevância: É o fato de que cada cenário deve ser relevante, produzir uma situação nova que afete, positivamente ou negativamente, a organização. Há 2 tipos principais de cenários: 1. Cenários projetivos (também conhecidos como extrapolação de tendências): São aqueles que consideram que o futuro será uma continuidade do passado e do presente. Assim, realizam análises estatísticas de dados históricos (ou séries temporais), com o objetivo de indicar tendências. 2. Cenários prospectivos: Trabalham com situações futuras que rompam com a tendência, considerando, portanto, a possibilidade de diversas situações e incertezas futuras. No uso de cenários para o planejamento, uma técnica bastante comum é a chamada lógica intuitiva, que consiste em se basear exclusivamente na experiência do grupo participante, não ocorrendo análise qualitativa. Para Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 25 isso, diversas hipóteses são lançadas e o grupo deve desenvolver suas ideias de quais são as diferentes variáveis envolvidas, como elas se relacionam e como devem se comportar, estando tais variáveis quase totalmente fora do controle da organização. Um exemplo de questão a respeito da análise de cenários: 20. (ESAF/Analista Tributário - Receita Federal do Brasil). Sobre o planejamento baseado em cenários, é correto afirmar que: a) suas linhas metodológicas deram origem às escolas de lógica intuitiva, de tendências probabilísticas e de análise prospectiva. b) considera eventos como sendo séries métricas que se modificam gradualmente ao longo do tempo, apresentando variações de longo prazo e causando mudanças contínuas no sistema. c) a escola de tendências probabilísticas despreza o uso da opinião de especialistas. d) considera tendências como sendo fenômenos categóricos que podem ocorrer ou não, em determinado momento no futuro, repentina e inesperadamente, ocasionando impacto importante no comportamento do sistema. e) contribui para diminuir a flexibilidade do planejamento, uma vez que, estabelecida a visão de futuro, não mais se deve alterar o plano estratégico. Comentários: A análise de cenários possui abordagens que consideram modificações graduais (projetiva), mas também abordagens que consideram uma ruptura total, desviando-se totalmente do passado (letra B errada). Avaliações probabilísticas são comuns no uso de cenários, mas isso não significa que não sejam utilizadas opiniões de especialistas, já que muitas vezes são eles que determinam, ainda que de modo subjetivo, qual a probabilidade de ocorrência de determinado cenário (letra C errada). Na análise de cenários, tendências referem-se a situações que projetam o passado (análise projetiva), portanto, as ocorrências não são repentinas e inesperadas. Quando se considera rupturas, trata-se da análise prospectiva, onde não se usa tendências (letra D errada). O uso de cenários aumenta a flexibilidade do planejamento, já que permite a análise de diversas hipóteses e probabilidades (letra E errada). Gabarito: Letra A. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 26 Considerando que é nessa terceira etapa onde são tomadas as principais decisões do planejamento estratégico, cabe aqui estudarmos um pouco do processo decisório nas organizações. 4.1.3.2 Processo decisório Uma decisão é uma escolha entre alternativas ou possibilidades. É tomada para resolver problemas ou aproveitar oportunidades, mas não se pode dizer que tomar uma decisão é sinônimo de resolver um problema porque, na maioria das vezes, para solucionar um problema, é preciso tomar mais de uma decisão. O processo decisório pode ser dividido em etapas. Diferentes autores e bancas identificam uma quantidade e uma sequência diferente de etapas. O mais comum é se trabalhar com 5 etapas: 1º Identificação do problema ou da oportunidade. 2º Diagnóstico (Utilizando-se de ferramentas como o diagrama de Ishikawa) 3º Geração de alternativas (Utilizando-se de ferramentas como o brainstorming) 4º Escolha da melhor alternativa 5º Avaliação da decisão. ATENÇÃO!!! Em função das diversas sequências consideradas pelas bancas, o mais importante é entender a lógica das etapas. Assim, seríamos capazes de “encaixar” na sequência acima outras etapas tais como: ⋅ Definição dos objetivos ⋅ Identificação dos critérios de decisão ⋅ Determinação de pesos para os critérios, etc. Ou então fundir algumas delas, como fazem, por exemplo, os autores que consideram que são 4 as etapas, pois fundem a identificação do problema com o diagnóstico. Existem 5 técnicas mais conhecidas utilizadas na etapa de escolha da melhor alternativa: a) Análise de vantagens e desvantagens: Consiste em listar todas as alternativas possíveis e, para cada uma, identificar suas vantagens e desvantagens. b) Árvore de decisões: Trata-se de uma representação gráfica na qual, a partir de um tronco representando um problema, para cada alternativa de decisão é desenhado um galho da árvore. Sua finalidade é organizar o raciocínio a respeito de uma decisão. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 27 c) Análise do campo de forças: Consiste na identificação de forças restritoras e potencializadoras de cada alternativa, permitindo uma análise de se, e como, tais forças irão facilitar ou dificultar cada solução. d) Ponderação de critérios: Trata-se de identificar os critérios que serão levados em conta na tomada de decisão, podendo-se também atribuir pesos a cada um deles. e) Análise do ponto de equilíbrio: Trata-se de uma ferramenta quantitativa, de natureza econômico-financeira, que relaciona os custos comas receitas envolvidas em uma decisão. Há 2 modelos básicos que identificam o comportamento adotado em um processo decisório: 1) O comportamento racional (ou abordagem clássica) é aquele no qual o tomador de decisões se baseia na lógica e nas informações disponíveis. É viável quando há problemas e metas bem definidas, bem como informações abundantes para a decisão, tais como todos os riscos, suas consequências e probabilidades de ocorrência. Há a escolha de uma alternativa “ótima”, escolhida por ordem de utilidade de todas as alternativas. 2) O comportamento intuitivo (ou abordagem comportamental, ou modelo decisório da racionalidade limitada de Herbert Simon) é aquele que se baseia em um processo não totalmente consciente, com bastante apoio na sensibilidade e na percepção. É mais apropriado quando há problemas não totalmente definidos, e condições de incerteza. Há a escolha de uma alternativa “satisfatória”, e não necessariamente “ótima”, já que não é possível determinar com exatidão qual seria essa alternativa ótima. É a base da Teoria das Decisões, de Herbert Simon, que entende que uma organização é um sistema de decisões no qual o indivíduo participa enquanto agente racional e consciente. Entretanto, é preciso ter em conta os processos individuais de percepção e raciocínio, já que o indivíduo decide em função da sua percepção da situação, que não é igual em todas as pessoas. É por isso que nas organizações ocorrem decisões não-ótimas e diferentes de uma pessoa para outra. As decisões podem também ser classificadas em 2 grupos, de acordo com seu nível de estruturação: a. Programadas (ou estruturadas): São aquelas rotineiras, repetidas em número suficiente para uma regra de decisão seja desenvolvida e seguida sempre que uma decisão semelhante apareça. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 28 b. Não programadas (não estruturadas): São aquelas imprevisíveis, para as quais não há uma regra de decisão prévia. Existem 4 condições nas quais pode se dar um processo decisório: ⋅ Condições de certeza: Ocorrem quando o tomador de decisão sabe exatamente o que vai ocorrer, em função da decisão tomada, ou seja, não existe casualidade nos resultados. Os modelos que operam sob condições de certeza são chamados de modelos determinísticos. ⋅ Condições de risco: São aqueles em que podem ocorrer casualidades, mas o número de possíveis resultados, bem como a probabilidade de ocorrência de cada um deles é conhecido. Os modelos que operam sob condições de risco são chamados de modelos estocásticos. ⋅ Condições de incerteza: Nestas condições, não é possível saber com antecedência quais são os possíveis resultados de uma decisão, muito menos a probabilidade de ocorrência de cada um deles. ⋅ Condições de ambiguidade: Ocorrem quando não estão claras nem as metas a serem alcançadas, nem o problema a ser resolvido, dificultando a definição das alternativas. São chamados de ‘problemas de decisão perversos’. Não é citada por todos os autores. Que tal ver como esse tópico já apareceu nas provas? 21. (CESPE/Técnico Judiciário: Administrativa – STF). Considerando que uma empresa pública que presta serviços vislumbre uma perspectiva de prejuízo no próximo mês e adote processos racionais de resolução de problemas, julgue o item seguinte. A empresa em questão deve considerar a imediata tomada de uma decisão como o próximo passo. Comentários: Num processo de tomada de decisão, geralmente consideramos que há 5 etapas: 1º) Identificação do problema ou da oportunidade (que é o que ocorreu quando a empresa vislumbrou o prejuízo), 2º) Diagnóstico (seria, por exemplo, estudar o porquê esse prejuízo irá ocorrer), 3º) Geração de alternativas (a empresa deve pensar no que ela pode fazer para evitar tal prejuízo), 4º) Escolha da melhor alternativa (que consiste na decisão em si, e que foi mencionado no enunciado como próximo passo) e 5º) Avaliação da decisão. A questão afirmou que o 4º passo deveria ser tomado logo após o 1º, o que não é correto. Gabarito: Errado. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 29 22. (FUNIVERSA/Técnico em Gestão – MPE/GO). Independentemente da abordagem que o administrador escolha para enfrentar seus problemas, há duas situações básicas que requerem dois tipos de decisões gerenciais: as programadas (estruturadas) e as não programadas (não estruturadas). Em uma dependência do Ministério Público, pode caracterizar-se como não programada a decisão tendente a resolver o problema resultante de a) aquisição emergencial de materiais, mediante dispensa de licitação. b) incêndio em instalações com inutilização de processos que não estavam digitalizados nem tinham cópias. c) pedido de exoneração inesperado de titular de cargo em comissão na administração geral. d) interrupção da sequência programada em processo seletivo para admissão de novos servidores, em razão de recurso judicial de candidato. e) não devolução, por representante de parte interessada, de processo envolvendo denúncia de improbidade. Comentários: Uma decisão programada não quer dizer que ela é esperada. As alternativas A, C, D e E trazem situações inesperadas que requerem uma decisão. Contudo, a decisão não se baseará em algo totalmente, pois são situações para as quais, de alguma forma, a organização já possui uma certa rotina para tratá-las, ou seja, serão decisões programas. Já no caso de um incêndio que destrua documentos, a situação, além de inesperada, requer decisões que talvez nunca tenham ocorrido antes, e para as quais a organização talvez não tenha ideia do que fazer. Por isso é uma decisão não programada. Gabarito: Letra B. 23. (CESPE/Técnico Judiciário: Administrativa – STF). Considerando que uma empresa pública que presta serviços vislumbre uma perspectiva de prejuízo no próximo mês e adote processos racionais de resolução de problemas, julgue o item seguinte. Na hipótese considerada, a empresa deve utilizar a análise do campo de força como técnica para a geração de alternativas. Comentários: A análise do campo de força não é uma técnica para a geração de alternativas (como o brainstorming, por exemplo), mas sim uma técnica para facilitar a Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 30 escolha da melhor alternativa, ou seja, elas já terão sido levantadas anteriormente. Ela consiste na identificação de forças restritoras e potencializadoras de cada alternativa, permitindo uma análise de se, e como, tais forças irão facilitar ou dificultar cada solução. Gabarito: Errado. 4.1.4 Etapa 4 – Implementação da estratégia A implementação do planejamento estratégico corresponde à execução das iniciativas estratégicas definidas na etapa anterior. Trata-se do ponto mais crítico do planejamento estratégico, já que agora todas as restrições e dificuldades do mundo real se farão presentes. Uma das ferramentas populares nessa etapa é uma matriz do tipo 5W2H, sigla formada pelas iniciais de 7 palavras em inglês (às vezes traduzida como “Método dos cinco por quês”). Ela consiste na associação das iniciativas estratégicas (que podem ser representadas por um fluxograma) com os itens do 5W2H, de modo a deixar claras as tarefas. Assim, para cada tarefa do fluxograma, será anotado na linha dos W’s e H’s aquilo que se refere a cada um dos 7 itens. ⋅ What: O que é feito ⋅ When: Quando é feito ⋅ Where: Onde é feito ⋅ Who: Por quem é feito ⋅ Why: Por que é feito ⋅ How: Como é feito ⋅ How Much: Quanto custa fazer Considera-se que a implementação deve ser conduzida por uma equipe criada especialmente para este fim. Entretanto, o envolvimento de todos na organização é necessário, já que as definições trazidas pela estratégia se refletem nas atividades de todos. Aconselha-se ainda a introduçãode um sistema de recompensa para auxiliar no alcance das metas ligadas a essa etapa. Veja como isso já caiu numa questão: 24. (ESAF/Analista Técnico – SUSEP). Segundo Matias-Pereira, o alcance de resultados positivos na implementação de planejamento estratégico, principalmente na administração pública, depende das condições e formas para a sua concretização. Destacam-se as abaixo listadas, com exceção de: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 31 a) forma de envolvimento exclusivamente da alta direção, em especial do processo de sensibilização. b) demonstração de vontade política para a implementação. c) a existência de mecanismos que monitoram tanto o plano quanto os elementos contextuais que lhe deram origem. d) capacidade de percepção das condições que sustentam e condicionam a viabilidade das ações planejadas. e) nível de consciência das potencialidades e debilidades que o grupo que planeja possui. Comentários: A implementação da estratégia, embora muitas vezes conduzida por uma equipe, deve contar com o envolvimento de todos na organização. Já que todas as tarefas realizadas são impactadas pelas decisões tomadas durante o planejamento. Gabarito: Letra A. 4.1.5 Etapa 5 – Monitoramento e avaliação da estratégia Durante esta etapa será feito um acompanhamento das iniciativas estratégicas implementadas. A finalidade é não apenas realizar possíveis ajustes, mas também servir para a aprendizagem organizacional. A ferramenta mais utilizada nesta etapa, e também cobrança quase certa nos concursos, é o Balanced Scorecard (BSC). 4.1.5.1 Balanced Scorecard (BSC) Criado por Kaplan & Norton, o BSC é uma metodologia de medição e gestão de desempenho cuja premissa é não avaliar a performance de uma organização apenas por seu desempenho financeiro, mas sim através de várias dimensões que demonstrem sua viabilidade no longo prazo. Assim, o modelo do BSC busca conciliar objetivos de curto e longo prazos, medidas financeiras e não financeiras e perspectivas de desempenho internas e externas da organização. Além de um sistema de medição de desempenho, o BSC tem como outro objetivo crucial comunicar a estratégia da organização de maneira lógica e estruturada, mostrando a seus colaboradores como as decisões, comportamentos e ações mais operacionais influenciam no resultado da organização. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 32 As 4 perspectivas (ou dimensões) do BSC respondem a 4 perguntas importantes para a organização: 1. Perspectiva Financeira: Como pareceremos para os proprietários? 2. Perspectiva do Cliente: Como os clientes nos veem? 3. Perspectiva Processos Internos: Em que devemos ser excelentes? 4. Perspectiva Aprendizado e Inovação: Seremos capazes de continuar melhorando e criando valor? ATENÇÃO!!! Tais perspectivas devem ser adaptadas a cada organização e seu contexto. Para as empresas privadas, a perspectiva financeira tende a ser prioritária, com as demais levando a ela. Já nas organizações públicas, geralmente a perspectiva do cliente é hierarquicamente superior. Os componentes principais do BSC são: • Objetivos estratégicos: São os fins a serem perseguidos pela organização para o cumprimento de sua missão institucional e o alcance de sua visão. • Metas: Expressam os resultados necessários para o alcance dos objetivos estratégicos. Devem ser acompanhadas de acordo com a periodicidade estabelecida. • Indicadores: Correspondem a medidas vinculadas às metas. • Mapa estratégico: É a representação visual dos objetivos estratégicos dentro das 4 perspectivas, incluindo as relações cruciais entre eles, indicadas no mapa por meio de setas, como numa relação de causa-e-efeito. O mapa estratégico traduz a missão, a visão e a estratégia da organização através de um conjunto abrangente de objetivos estratégicos, que direcionam o comportamento e o desempenho organizacionais. Segundo os criadores do BSC, Kaplan & Norton, existem alguns princípios que norteiam o mapa estratégico. São eles: � A estratégia equilibra forças contraditórias. � A estratégia baseia-se em proposição de valor diferenciada para os clientes. � Cria-se valor por meio dos processos internos. � A estratégia compõe-se de temas complementares e simultâneos. � O alinhamento estratégico determina o valor dos ativos intangíveis. Exemplo de mapa estratégico em uma empresa privada: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 33 Exemplo de mapa estratégico em uma organização pública: Partindo para questões sobre o BSC: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 34 25. (CESPE/Auditor Federal de Controle Externo – TCU). O método do Balanced scorecard aplicado ao planejamento estratégico de um município visa identificar a missão desse ente federado. Comentários: O BSC é uma metodologia de gestão e medição do desempenho. Utilizando- se do mapa estratégico ele traduz a missão, a visão e a estratégia da organização através de um conjunto abrangente de objetivos estratégicos. O BSC, portanto, não identifica a missão, mas a utiliza como premissa para sua aplicação. Gabarito: Errado. 26. (VUNESP/Auditor Municipal de Controle Interno – São Paulo/SP). O sistema de informação de gestão BSC – balanced scorecard –, que prioriza o equilíbrio entre objetivos de curto e longo prazo, é aplicável a programas públicos de acordo com indicadores de desempenho, financeiros ou não, e com variáveis de controle de metas, para definição de mapa estratégico, visando a) à estabilidade dos programas e projetos, considerando perspectivas internas e externas de desempenho. b) à estabilidade por meio de atitudes proativas que favoreçam o processamento de informações dos ambientes interno e externo. c) à medição e à gestão do desempenho de acordo com os indicadores de ocorrências nos processos internos. d) à perspectiva externa de desempenho para promover a aprendizagem estratégica e a inovação. e) ao desempenho dos pontos de vista financeiro, de clientela, de processos internos e de aprendizado/inovação que geram relações de causa e efeito. Comentários: A premissa do BSC é não avaliar a performance de uma organização apenas por seu desempenho financeiro, mas sim através de várias dimensões que demonstrem sua viabilidade no longo prazo. Tais dimensões (ou perspectivas) são: financeira, clientes, processos internos e aprendizagem e crescimento organizacional. Gabarito: Letra E. 27. (ESAF/Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental – MPOG). O Mapa Estratégico é considerado uma ferramenta que tem o intuito de fornecer um modelo para uma representação simples da organização das relações de causa e efeito entre os objetivos tanto Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 35 das dimensões aprendizado/crescimento quanto de processos internos. Entre as afirmativas abaixo, assinale aquela que não apresenta princípios do Mapa Estratégico. a) A estratégia equilibra forças contraditórias. b) A estratégia baseia-se em proposição de valor diferenciada para os clientes. c) Cria-se valor por meio dos processos internos. d) A estratégia compõe-se de temas complementares e simultâneos e o alinhamento estratégico determina o valor dos ativos intangíveis. e) O mapa estratégico é viável e deve ser aplicado apenas no setor privado, pois o setor público e entidades sem fins lucrativos não trabalham com o conceito de lucro, ganhos ou valor diferenciado, devendo atender a todos igualmente. Comentários: A questão parece complicada, mas dava para acertá-la apenas por saber que o BSC é aplicável a todo tipo de organização, lucrativa ou não, desde quecom as devidas adaptações. As alternativas de A a D trouxeram os princípios que, segundo Kaplan & Norton, norteiam o mapa estratégico. Gabarito: Letra E. E agora, algumas questões cobrando tudo o que vimos até agora: 28. (VUNESP/Agente Fiscal de Rendas – SEFAZ/SP). O resultado mais importante do planejamento estratégico no setor governamental consiste: a) Na antecipação do futuro pela análise de pontos fortes e fracos do ambiente externo. b) Na centralização das decisões sobre objetivos e estratégias de curto prazo. c) Na capacidade de transformar ameaças em pontos fortes. d) No conhecimento da situação atual sob a ótima das ameaças e oportunidades internas. e) Na garantia de que as decisões levarão em conta a previsão do futuro. Comentários: A análise dos pontos fortes e fracos faz parte da análise interna da organização (letra A errada). Os objetivos e decisões estratégicas possuem um escopo, principalmente, de longo prazo (letra B errada). O planejamento Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 36 estratégico visa preparar a organização para enfrentar as ameaças, que são um fator externo. Para isso ela pode até contar com, ou fortalecer ainda mais, seus pontos fortes, mas não há essa “transformação” pura e simples como foi citado (letra C errada). As ameaças e oportunidades são fatores externo à organização (letra D errada). Gabarito: Letra E. 29. (ESAF/Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental – MPOG). Existe uma ampla literatura sobre os princípios e processos da abordagem e do planejamento estratégico. Acerca do Planejamento Estratégico, pode-se fazer as afirmações abaixo, exceto: a) as organizações utilizam o Planejamento Estratégico para realizar seu próprio diagnóstico baseado na sua atuação histórica, destacando as conquistas passadas, proporcionando, assim, uma maior segurança do que fizeram de modo que possam repetir essas experiências no futuro, garantindo, dessa forma, sua sobrevivência. b) estratégia pode ser definida como sendo o caminho que a organização irá perseguir para efetivar a sua participação no ambiente e planejamento estratégico como sendo preliminarmente interessado nas relações entre a organização e o meio ambiente, suas implicações com os procedimentos operacionais. c) o planejamento estratégico pode ser entendido como uma metodologia gerencial que objetiva proporcionar aos tomadores de decisão uma estrutura que permita o exame do ambiente em que atua a organização. d) o planejamento é fundamentalmente compreendido como um exercício intelectual em que os processos estão concentrados na disponibilidade dos recursos como forma de antecipar o futuro. e) o planejamento estratégico pode ser entendido como uma condução disciplinada de esforços para produzir decisões e ações fundamentais para conduzir a organização aonde ela deseja chegar. Comentários: O Planejamento Estratégico faz um diagnóstico da organização em função de sua situação presente, e a partir daí adota uma perspectiva de longo prazo. Não há predominância da atuação histórica (letra A errada). Estratégia pode ser definida como sendo o caminho que a organização irá perseguir para atingir seus objetivos (e não para efetivar a sua participação no ambiente) (letra B errada). O objetivo do planejamento estratégico não é proporcionar aos tomadores de decisão uma estrutura que permita o exame do ambiente em que atua a organização. Ele necessita dessa estrutura para cumprir seu Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 37 objetivo que é prover a organização com informações para que ela trilhe o melhor caminho para atingir seus objetivos (letra C errado). Os processos do planejamento não estão concentrados na disponibilidade dos recursos, mas no melhor uso destes para o atingimento dos objetivos da organização (letra D errada). Gabarito: Letra E. 30. (CESPE/Analista Judiciário: Administrativa – TRE/MT). O departamento de planejamento de determinado tribunal regional eleitoral estabeleceu a seguinte meta: Estar entre os dois principais órgãos do Poder Judiciário até 2020, mantendo a atuação como gerenciador das eleições em âmbito estadual. Essa meta é considerada a) uma declaração de missão, pois visa proporcionar a satisfação das necessidades dos serviços oferecidos à sociedade. b) uma oportunidade, pois se refere ao contexto interno do órgão que pode ser identificado por meio da análise SWOT. c) uma força, pois se refere ao contexto externo ao órgão, que pode ser identificado por meio da análise SWOT. d) um objetivo organizacional, pois clarifica a razão de ser do órgão público. e) uma declaração de visão, pois se refere àquilo que o órgão deseja ser no futuro. Comentários: Isto na verdade não é uma meta, pois metas são quantificáveis, expressam valores. Trata-se de uma declaração de visão, pois se refere àquilo que o órgão deseja ser no futuro. Gabarito: Letra E. 31. (ESAF/Fiscal de Rendas – Rio de Janeiro/RJ). Nas organizações públicas, a aplicação dos preceitos de gestão estratégica implica saber que: a) o plano operacional deve ser concebido antes do plano estratégico. b) a duração do plano estratégico deve se limitar ao tempo de mandato do chefe do poder executivo. c) tal como ocorre na iniciativa privada, missão e visão devem ser estabelecidas. d) por exercerem mandatos, os integrantes da alta cúpula não podem participar da tomada de decisões estratégicas. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 38 e) o orçamento é a peça menos importante dentro do processo de planejamento. Comentários: O plano operacional deve ser concebido em função (e não antes) do plano estratégico (letra A errada). O plano estratégico possui uma perspectiva de longo prazo, por isso não deve se limitar ao tempo de mandato do chefe do poder executivo (letra B errada). As decisões estratégicas são tomadas pela alta cúpula das organizações, não importa se são detentores de mandato ou não (letra D errada). O orçamento e uma peça importante do planejamento estratégico. Não se pode dizer que seja a mais importante, mas certamente é errado dizer que é a menos importante, já que o planejamento estratégico conta com diversas peças (iniciativas), e certamente alguma terá um caráter de menor importância que o orçamento (letra E errada). Gabarito: Letra C. 32. (FCC/Auditor Conselheiro Substituto – TCM/GO). Suponha que determinada organização pública pretenda utilizar ferramentas reconhecidas de planejamento estratégico para um processo articulado de definição de objetivos e de escolha de meios para atingi-los. Para o escopo pretendido, a referida organização a) deverá, preliminarmente, definir sua missão, que constitui a forma como a organização é reconhecida pela sociedade. b) precisará alinhar visão e cenários, para estabelecer os valores a serem perseguidos. c) poderá utilizar uma Matriz SWOT, para conjugar análise interna, de competências e deficiências, e externa, de oportunidades e ameaças. d) poderá definir a visão da organização, que consiste na sua própria razão de ser, através do processo de diagnóstico institucional. e) deverá, como pressuposto para o planejamento, realizar um mapa das competências disponíveis na organização e, a partir deste, definir as diretrizes estratégicas. Comentários: A missão constitui a razão de ser da organização, ou seja, aquilo que ela pretende atender, no presente, para se posicionar no mercado (ou meio) (letra A errada). Os valores da organização são estabelecidos preliminarmente. Não dependem de análise de cenários (letra B errada). A organização deverá definir sua visão, que consiste naquilo que ela deseja ser no futuro (letra D errada). As diretrizes estratégicas (missão, visão e valores) Prof. EvertonVentrice www.nota11.com.br 39 devem ser estabelecidas em primeiro lugar, portanto, antes do diagnóstico da organização (letra E errada). Gabarito: Letra C. 5. Planejamento Estratégico Situacional O Planejamento Estratégico Situacional (PES), desenvolvido pelo economista chileno Carlos Matus, nasceu a partir das críticas ao “excesso de racionalidade“ do Planejamento tradicional, que confiaria demais em sua capacidade de prever todas as situações possíveis. Além disso, o planejamento tradicional tido também como pouco flexível após sua implementação, o que faz com que se torne obsoleto rapidamente, dadas as constantes e imprevisíveis mudanças no ambiente. Por sua vez, o PES entende que o planejamento é, acima de tudo, um conjunto de soluções de problemas. Por isso ele não deve ser sempre igual, mas sim atuar de acordo com cada situação. O que ele propõe é enxergar o planejamento como um jogo de xadrez, onde cada jogada depende de ação do rival. Assim, a estratégia deve mudar a cada instante, na mesma medida em que ocorram as jogadas do oponente (ou seja, o ambiente se altere). Em função disso, quanto mais turbulento for o ambiente, mais se requer planos e ações rápidos e, portanto, mais indicada é a adoção do PES. O PES é bastante utilizado no planejamento governamental, dada sua ênfase nas condições do ambiente, principalmente na presença de atores e objetivos conflitantes, tal como ocorre no ambiente, eminentemente político, no qual é formulado o planejamento governamental. Por isso o PES também é conhecido como planejamento técnico-político. No quadro seguinte vemos as 6 principais diferenças entre o Planejamento tradicional e o PES: Planejamento tradicional PES O planejamento supõe um “sujeito” que planeja um “objeto”. O sujeito é o Estado e o objeto é a realidade socioeconômica. O sujeito e o objeto planejado são independentes, e o primeiro pode “controlar” o segundo. O ator que planeja não controla a realidade planejada, porque ela depende da ação de outros atores. Há um só ator que planeja, um só diagnóstico, um só conceito do tempo e uma verdade única e absoluta. Há várias explicações da realidade, pois cada ator a enxerga de modo diferente. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 40 A realidade possui “leis” de funcionamento, o que faz com que o objeto planejado contenha atores com comportamentos previsíveis. Vários atores sociais estão envolvidos, com comportamentos e objetivos conflitantes. O poder do ator que planeja é soberano, uma vez que não há oponentes com igual poder de planejamento. Há apenas atores com comportamento previsível. O poder é escasso, e o planejamento deve sistematizar o cálculo político e centrar sua atenção na conjuntura. O planejamento se refere a uma normativa socioeconômica certa, onde estão afastados a incerteza e os eventos probabilísticos mal definidos. Tudo está imerso em forte incerteza mal definida, de onde muitas vezes não podemos enumerar todas as possibilidades nem apontar probabilidades. Os problemas são “quase-estruturados”. O plano é uma capacidade exclusiva do Estado, e se refere a um conjunto de objetivos próprios. Dada a certeza dos efeitos causais, tudo se reduz a cumprir o plano para alcançar os objetivos definidos inicialmente. Existem vários planos e o final está aberto a mais possibilidades do que as que podemos imaginar. O problema de cumprir um plano não se limita mais a manipular variáveis econômicas, mas exige derrotar o plano de outros ou seduzir os oponentes para apoiar o nosso próprio plano. As soluções ótimas devem ceder sua vez às soluções apenas satisfatórias, que reconhecem a continuidade dos problemas sociais no tempo. O PES possui 2 conceitos importantes para seu entendimento: • Ator: É um sujeito ativo da estratégia que possui base organizativa e um projeto definido. Além disso, controla variáveis importantes para a situação. São considerados atores os partidos políticos, e os governantes ou dirigentes de organizações públicas, empresariais e sindicais. • Problema: São situações nas quais há, ao mesmo tempo, atores que se beneficiam, e outros que são prejudicados por elas, ou seja, um problema gera ameaças e oportunidades. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 41 Um problema nunca é solucionado definitivamente, mas uma intervenção na realidade pode provocar mudanças no problema, o que é chamado de “intercâmbio de problemas”. Um plano é uma proposta de intercâmbio de problemas, por isso quase sempre é conflitivo. Os problemas são sempre “quase-estruturados”, já que não se pode compreendê-los por completo. O ato de atacar (ou melhor, intercambiar um problema) é denominado “processamento do problema”, e possui 4 etapas: 1º Explicar como nasce e se desenvolve o problema, em todas suas diferentes interpretações, eliminando qualquer ambiguidade (tal explicação se chama “vetor de descrição do problema”). 2º Fazer planos para atacar as causas do problema mediante operações. 3º Analisar a viabilidade política do plano ou verificar o modo de construir sua viabilidade. 4º Atacar o problema na prática, realizando operações planejadas. Para o PES, o processo de planejamento é uma articulação dinâmica de 4 momentos que se repetem constantemente, em qualquer ordem, com diferentes conteúdos, em datas e contextos situacionais diversos. Não são, portanto, etapas rígidas. A teoria do PES prega a necessidade de acumular conhecimento antes de agir. Esse acúmulo é a tônica dos 3 primeiros momentos do PES, ficando o quarto e último destinado à ação. • Momento 1 – Explicativo: Trata de compreender a realidade, identificando os problemas que os todos atores sociais declaram. Este momento trabalha nos tempos verbais foi, é e tende a ser. • Momento 2 - Normativo-prescritivo: Trata do modo como se formula o plano, produzindo as respostas de ação em um contexto de incertezas e surpresas. Trabalha com a forma verbal deve ser. • Momento 3 – Estratégico: Trata de examinar a viabilidade política do plano nas várias dimensões: política, econômica, cognitiva, organizativa. Trabalha com as formas verbais deve ser e pode ser. O propósito é formular propostas estratégicas para tratar as operações como um processo de produção política, em parte cooperativa e em parte conflitiva. • Momento 4 - Tático/Operacional: Trata da ação como suporte do plano, ou seja, é o momento de operacionalização do plano, o fazer. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 42 Tem como finalidade a criação de um processo contínuo, sem rupturas, entre os 3 momentos anteriores e a ação diária. Esse momento tem ainda a função de recalcular o plano e de aprimorá-lo, de acordo com as circunstâncias do momento da ação. ATENÇÃO!!! Na literatura, e também nas questões sobre o PES, é frequente a comparação entre ele e o planejamento tradicional, também chamado de planejamento normativo. Nestes casos, é comum o PES ser chamado apenas de planejamento estratégico (embora haja outras abordagens de planejamento estratégico, que não a situacional) ou planejamento técnico- político. Veja como o PES já apareceu em provas: 33. (VUNESP/Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental – São Paulo/SP). Com base no Planejamento Estratégico Situacional, é correto afirmar que o: a) objeto planejado contém atores com comportamentos previsíveis e controláveis. b) governante lida com soluções abertas ao conflito. c) poder não é um recurso escasso. d) planejamento tem por referência o desenho de um contexto previsível. e) sujeito e o objeto planejado são independentes. Comentários: O PES parte do princípio que, em um planejamentogovernamental, vários atores sociais estão envolvidos, com comportamentos e objetivos Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 43 conflitantes. O PES entende que o objeto planejado contém atores com comportamentos imprevisíveis e incontroláveis (letra A errada). O PES considera que o poder é um recurso escasso (letra C errada). O PES tem por referência o desenho de um contexto imprevisível (letra D errada). No PES o sujeito e o objeto planejado são dependentes, já que há outros atores envolvidos que influenciam no objeto (letra E errada). Gabarito: Letra B. 34. (ESAF/Analista de Finanças e Controle: Controle Interno – CGU). Entre as modernas abordagens do planejamento destaca-se o Planejamento Estratégico Situacional - PES. Considerando as características do PES, analise os enunciados abaixo e depois selecione a resposta correta. 1. A premissa principal do Planejamento Estratégico Situacional é a complexidade e conflituosidade da realidade social, na qual coexistem atores com objetivos contraditórios e perspectivas diferenciadas quanto ao contexto em que atuam. 2. O Planejamento Estratégico Situacional baseia-se na análise das relações entre causa e efeito e entre antecedentes e consequentes dos fenômenos sociais, de maneira a desvendar a lógica que preside a sua complexidade. 3. De acordo com o Planejamento Estratégico Situacional, nenhum ator social ou político tem hegemonia para controlar todas as variáveis da realidade, sendo o planejador mais um ator num processo interativo. 4. O Planejamento Estratégico Situacional é uma ferramenta de governo, que rejeita a concepção do planejamento como monopólio do Estado ou de qualquer força situacionalmente dominante. a) Todos os enunciados estão corretos. b) Todos os enunciados estão incorretos. c) Somente o enunciado 1 está incorreto. d) Somente o enunciado 2 está incorreto. e) Somente os enunciados 1 e 3 estão corretos. Comentários: O erro do enunciado 2 é que o PES considera que nem tudo pode ser descrito como uma relação de causa e efeito, com uma lógica definida. Para o PES os problemas são sempre “quase-estruturados”, já que não se pode compreendê-los por completo. Gabarito: Letra D. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 44 35. (FCC/Agente Fiscal de Rendas – SEFAZ/SP). Com relação à descrição de um problema no Planejamento Estratégico, considere: I. O problema é sempre relativo ao ator que o declara, pois o resultado de um jogo social pode ser um problema para um dos atores, uma ameaça para outro, um êxito para um terceiro e uma oportunidade para um quarto. II. Um problema pode ser definido como um mal-estar, sujeito a inúmeras interpretações para um mesmo jogador. III. O vetor de descrição de um problema permite reunir em um único significado, para o ator que o analisa, as diferentes interpretações de um problema. IV. Os descritores de um problema devem ser precisos e monitoráveis e o conjunto dos descritores deve ser suficiente para conter, em uma única formulação, os vários significados. V. Uma descrição é suficiente se ela explicita as ambiguidades inerentes ao conteúdo do problema, caso contrário, diz-se que a descrição é incompleta ou inadequada. Está correto o que se afirma APENAS em a) I, II e III. b) I, III e IV. c) I e V. d) III e IV. e) III, IV e V. Comentários: Para o PES há várias explicações da realidade, pois cada ator a enxerga de modo diferente (afirmativa II errada). O vetor de descrição do problema deve explicar como nasce e se desenvolve o problema, em todas suas diferentes interpretações, eliminando qualquer ambiguidade, ou seja, não simplesmente explicita as ambiguidades (afirmativa V errada). Gabarito: Letra B. 36. (ESAF/Analista Técnico de Políticas Sociais - MPOG). Problemas administrativos, econômicos e sociais exigem métodos e planejamentos que contemplem as suas complexidades. Para tanto, o economista Carlos Matus desenvolveu o Planejamento Estratégico Situacional, compreendendo os momentos explicativo, normativo, o estratégico e o tático-operacional como fundamentais. Em relação a esses quatro momentos, pode-se afirmar que: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 45 a) o momento tático-operacional precede todos os demais momentos. b) devem ser considerados como momentos que se confundem com etapas, para efeitos do planejamento. c) devem ser considerados como parte de processo contínuo que tem início e fim determinados e conhecidos. d) apesar de não haver uma hierarquia entre eles, o momento estratégico assume importância constante e situacional. e) o momento estratégico se relaciona à questão da viabilidade e aos obstáculos a vencer para aproximar a realidade da situação eleita como objetivo. Comentários: Não há uma precedência rígida entre os momentos, que que se repetem constantemente, em qualquer ordem (letra A errada). Os momentos não se confundem com etapas, já que não há uma sequência rígida (letra B errada), e nem possuem início e fim determinados e conhecidos (letra C errada). A importância relativa de cada momento é situacional, ou seja, varia de acordo com a situação, não sendo constante (letra D errada). Gabarito: Letra E. 6. DICA DE OURO Agora que acabamos o conteúdo da apostila, é ESSENCIAL que você vá até este capítulo no sistema Nota11 de fichas interativas e pratique! As fichas são neurologicamente formuladas para que esses pontos nunca mais saiam da sua cabeça... Esse será o grande diferencial para que você consiga estar pronto para gabaritar a prova em um tempo até 10X mais rápido que nos materiais e métodos disponíveis no mercado. 7. Principais pontos a serem fixados PLANEJAMENTO Planejar é definir quais os objetivos serão buscados e o que será feito para alcançá-los. É uma das 4 funções administrativas e possui 4 princípios gerais. Costuma ser classificado, de acordo com seu nível de abrangência, em: Estratégico, Tático e Operacional. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 46 6 Princípios do planejamento governamental: Racionalidade e Razoabilidade, Previsão, Universalidade, Unidade, Continuidade e Aderência. ESTRATÉGIA Estratégia é o caminho escolhido pela organização para alcançar seus objetivos. É classificada, quanto à sua intencionalidade, em: a) Deliberada b) Emergente Quanto aos níveis principais, a chamada hierarquia das estratégias, temos 3 tipos de estratégias. 1. Nível organizacional (ou estratégias corporativas). 2. Nível das unidades de negócios (ou estratégias competitivas). 3. Nível das áreas funcionais (ou estratégias operacionais). Dentre as estratégias corporativas, há 3 grupos mais comuns: a) Estratégias de crescimento. b) Estratégias de estabilidade. c) Estratégias de redução. Já entre as estratégias competitivas, 3 são as mais populares: 1) Liderança no custo total. 2) Diferenciação. 3) Enfoque. Finalmente, de acordo com as interações da organização com seus competidores, as estratégias podem ser: a. Estratégias de ataque. b. Estratégias de defesa. c. Estratégias de colaboração e cooperação. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Pode ser definido como o processo administrativo feito pela alta cúpula da organização, em perspectiva de longo prazo, que resulta no estabelecimento da direção a ser seguida pela organização, visando a um otimizado grau de interação com seu ambiente, de forma inovadora. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 47 Etapas do planejamento estratégico: Há diversos modelos, com diferentes etapas. De forma geral, podemos considerá-lo em 5 etapas principais: � Etapa 1 – Definição da missão, da visão e dosvalores (as chamadas diretrizes estratégicas). � Etapa 2 – Diagnóstico institucional. � Ferramenta principal: Análise SWOT. � Etapa 3 – Definição dos objetivos, estratégias e planos. � Definem-se os fatores críticos de sucesso e as iniciativas estratégicas. � Ferramentas principais: Análise de cenários e técnicas do processo decisório. � Etapa 4 – Implementação da estratégia. � Ferramenta principal: Matriz do tipo 5W2H (“Método dos cinco por quês”). � Etapa 5 – Monitoramento e avaliação da estratégia. � Ferramenta principal: Balanced Scorecard (BSC). PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL (PES) Entende que o planejamento é, acima de tudo, um conjunto de soluções de problemas. Por isso ele não deve ser sempre igual, mas sim atuar de acordo com cada situação. É bastante utilizado no planejamento governamental, dada sua ênfase na presença de atores e objetivos conflitantes, sendo por isso também conhecido como planejamento técnico-político. 8. Lista das questões que resolvemos 1. (FGV/ Técnico Judiciário: Administrativa – TRE/PA) A respeito do planejamento na administração pública, analise as afirmativas a seguir: I. O planejamento deve ser parte integrante da administração pública e estar presente em todos os níveis e setores de atividade. II. O planejamento deve ser rígido para atender às contingências, garantindo a continuidade dos empreendimentos. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 48 III. Como trata do futuro, o planejamento não implica a fixação de prazos determinados para realização de objetivos. Assinale: a) se somente a afirmativa I estiver correta. b) se somente a afirmativa II estiver correta. c) se nenhuma afirmativa estiver correta. d) se somente a afirmativa III estiver correta. e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 2. (FCC/Técnico Judiciário: Administrativa - TRT 11ª Região). O principal desafio do gestor envolvido com o planejamento estratégico no nível tático é: a) definir claramente os objetivos gerais a serem alcançados. b) articular os níveis estratégico e operacional do planejamento. c) tomar decisões quanto às questões de longo prazo da empresa. d) aplicar os planos específicos definidos no planejamento operacional. e) adaptar as decisões do planejamento geral às tendências do mercado. 3. (FCC/Técnico Judiciário: Administrativa - TRT 22ª Região). A ação do gestor público na definição dos objetivos e os meios para alcançá- los de forma não aleatória, denomina-se a) Organização funcional. b) Controle ad hoc. c) Coordenação dos recursos. d) Função distributiva. e) Planejamento governamental. 4. (VUNESP/Analista de Tecnologia – Secretaria da Educação/SP). Assinale a alternativa que completa, corretamente, os espaços em branco do texto. A Administração pública sofreu mudanças, passando de um modelo burocrático para um modelo gerencial, em que está presente a descentralização de decisões e funções, além da autonomia a respeito de recursos humanos, orçamentários e materiais. O gestor Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 49 passou a ter que buscar ____________ planejamento e _____ orçamento com o objetivo maior de gerar, por exemplo, eficiência, eficácia e celeridade nas compras: a) a mudança do ... do b) benefícios entre o ... o c) falhas entre o ... o d) as correções entre o ... o e) o equilíbrio entre o ... o 5. (CESGRANRIO/Analista: Contabilidade - FINEP). O Planejamento Governamental, realizado por meio do orçamento público, deve atender aos seguintes princípios: Racionalidade e Razoabilidade, Previsão, Universalidade, Unidade, Continuidade e Aderência. O princípio de Aderência indica que a) o Planejamento deve ser permanente. b) o Planejamento deve estar necessariamente ligado às organizações. c) os planos serão elaborados em consonância com o plano plurianual. d) a ação deve ser planejada e transparente. e) as ações devem identificar as tendências de evolução em curso. 6. (FCC/Técnico Judiciário: Administrativa – TST). Dentre os variados modelos de estratégia existentes, poucos são os que possuem utilidade para a área pública, em sua administração direta, requerendo adaptações para seu aproveitamento prático. Considerando a realização de um estudo para órgão da administração direta federal, o TST, são modelos de estratégia que se aplicam contemporaneamente com mais precisão a estes tipos de órgãos: a) As análises horizontal e vertical feitas a partir do modelo de cinco forças de Porter e a estratégia de liderança focada em diferenciação. b) Fusões e aquisições, expressando, respectivamente, a reorganização de ministérios e o movimento de privatização e o modelo de 5 forças de Porter. c) Estratégia de diferenciação competitiva e estratégia de nichos de mercado a exemplo de programas de descentralização judiciária para atendimento regional. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 50 d) Retirada estratégica, sinônimo de modernização da administração pública, a exemplo da privatização e atuação baseada em liderança de custos. e) Cooperação, feita com alianças e parcerias e os paralelos possíveis entre estratégias de diferenciação e de baixo custo. 7. (FGV/Analista: Administrativa – MPE/RJ). Um gestor de uma organização da administração direta, durante seu período de férias, inspirou-se em uma obra de arte que observou em um museu para criar uma nova estratégia para gerenciar suas equipes de trabalho e, sem saber se irá funcionar, ainda não a implementou totalmente. Essa pode ser definida como uma estratégia: a) deliberada b) emergente c) planejada d) pretendida e) realizada 8. (CESPE/Técnico: Área 1, Suporte Técnico-Administrativo – BCB). As estratégias elaboradas em nível de presidência, vice-presidência e diretorias em bancos públicos são exemplos de estratégias funcionais que sustentam os objetivos organizacionais de médio e de longo prazo. 9. (CESPE/Analista Judiciário: Contabilidade – TRE/ES). As metodologias e técnicas do planejamento estratégico evoluíram como decorrência da Revolução Industrial. Alguns dos responsáveis por esses avanços foram os pensadores James Stewart, Adam Smith e Karl Marx. 10. (CESPE/Analista Judiciário: Estatística - STF). Nas organizações públicas, o planejamento estratégico é um documento de acesso restrito para funcionários dos níveis tático e operacional, em razão das informações e metas estratégicas envolvidas. 11. (FCC/Analista Judiciário: Administrativa - TRT 4ª Região). O Planejamento estratégico nas organizações públicas contemporâneas: Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 51 a) visa principalmente a adaptação da organização a um ambiente instável, através de um retorno constante ao equilíbrio, limitando o leque de escolhas disponíveis. b) enfatiza o detalhamento dos problemas, priorizando a precisão com a qual as pessoas lidam com os problemas. c) deixa em segundo plano a localização de potencialidades, deslocando seu foco para a construção de cenários futuros. d) não foca a redução da incerteza, mas sua capacitação para desafiar a incerteza através da criatividade e da inovação. e) procura lidar com o mundo atual, imprevisível e caótico, através do fortalecimento das estruturas de planejamento de longo prazo. 12. (CESPE/Técnico Judiciário: Administrativa - TRT 10ª Região). A gestão estratégica acompanha e avalia a execução sistemática e continuada do planejamento na administração pública a fim de atingir desígnios predeterminados. 13. (FGV/Analista Judiciário: Administrador – TJ/RO). No Planejamento Estratégico do Poder Judiciário do Estado de Rondônia (PJRO) há um conjunto de definições necessárias à orientação de todoo corpo de magistrados, servidores e serventuários. O conjunto de intenções e aspirações que apontam aonde o PJRO quer chegar, indicando a posição de favorabilidade que deseja ocupar até 2020, refere-se à definição de: a) iniciativa b) indicador de desempenho c) macrodesafios d) missão e) visão 14. (CESPE/Auditor Fiscal de Controle Externo: Administração – TCE/SC). Caso a imagem de determinado órgão público seja fortemente maculada por frequentes constatações de baixo desempenho na prestação de seus serviços, a alta administração, para repensar o planejamento estratégico desse órgão, deverá definir uma nova missão institucional, identificando o propósito principal da forma mais ampla possível para maximizar a razão da existência da organização. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 52 15. (CESPE/Analista Judiciário: Administrativa - TRT 1ª Região). Considerando que a análise SWOT, clássica ferramenta de planejamento estratégico, seja realizada em um tribunal, será correto classificar como exemplo de a) fraqueza o grande volume de processos que dá entrada nesse tribunal. b) ameaça o número limitado de serventuários existente no protocolo. c) oportunidade o surgimento de novas tecnologias de gestão de documentos no mercado. d) ameaça o número excessivo de serventuários existente no protocolo. e) oportunidade o número excessivo de serventuários existente. 16. (CESPE/Analista Judiciário: Administrativa - TRE/GO). Considere que, em um tribunal regional eleitoral, haja pequena quantidade de profissionais com conhecimento profundo na área de direito eleitoral e que, nesse mesmo tribunal, seja feito um planejamento estratégico com uso de análise SWOT. Nessa situação, de acordo com os princípios desse tipo de análise, a carência de especialistas deve ser considerada uma ameaça ao cumprimento da missão do tribunal. 17. (VUNESP/Agente Estadual de Trânsito – DETRAN/SP). Quando se trata de gestão estratégica, o setor público tem suas próprias especificidades que o tornam diferente do setor privado empresarial. Uma dessas especificidades refere-se aos fatores críticos de sucesso. Para o planejamento empresarial, no setor privado, alguns desses fatores são a taxa de crescimento, a participação e permanência em seu mercado, o avanço tecnológico, e outros. Para o setor público, alguns dos fatores críticos de sucesso são: a) práticas gerenciais norteadas pela burocracia; manutenção de práticas gerenciais tradicionais; respeito à hierarquia. b) sistematização de procedimentos correntes; perpetuação de processos tradicionais; respeito à hierarquia. c) práticas gerenciais avançadas; padronização tecnológica; regularidade na atuação. d) burocratização; sistematização de práticas tradicionais; enraizamento de processos consagrados pela tradição. e) burocratização; respeito à hierarquia; cumprimento de ordens. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 53 18. (CESPE/Auditor – TC/ES). Os planos operacionais, que podem ser classificados em procedimentos, orçamentos, programas e regulamentos, devem focar aspectos de curto prazo, voltados para a eficiência, e não para a eficácia. 19. (CESPE/Analista Judiciário: Administrativa – TRE/PI). Tendo em vista que o planejamento organizacional engloba uma série de etapas e tem por finalidade auxiliar a administração no alcance de objetivos, assinale a opção correta relativamente aos conteúdos de um planejamento. Nesse sentido, considere que a sigla TRE, sempre que empregada, se refere a tribunal regional eleitoral. a) A proatividade do servidor de um TRE para solucionar pendências operacionais do órgão caracteriza uma iniciativa estratégica. b) Garantir a legitimidade do processo eleitoral define a missão de um TRE, por se tratar da finalidade para a qual o órgão foi criado. c) Os indicadores das iniciativas estratégicas orientam e direcionam o comportamento das pessoas no desenvolvimento das atividades, conferindo coerência e unidade na atuação institucional. d) Ser reconhecido pela excelência na efetividade da gestão do processo eleitoral define um objetivo tático de um TRE, pois se refere àquilo que o órgão pretende ser no futuro. e) Sustentabilidade, cidadania e eficiência operacional são exemplos de objetivos operacionais de um TRE porque são objetivos globais, amplos e definidos para longo prazo. 20. (ESAF/Analista Tributário - Receita Federal do Brasil). Sobre o planejamento baseado em cenários, é correto afirmar que: a) suas linhas metodológicas deram origem às escolas de lógica intuitiva, de tendências probabilísticas e de análise prospectiva. b) considera eventos como sendo séries métricas que se modificam gradualmente ao longo do tempo, apresentando variações de longo prazo e causando mudanças contínuas no sistema. c) a escola de tendências probabilísticas despreza o uso da opinião de especialistas. d) considera tendências como sendo fenômenos categóricos que podem ocorrer ou não, em determinado momento no futuro, repentina e inesperadamente, ocasionando impacto importante no comportamento do sistema. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 54 e) contribui para diminuir a flexibilidade do planejamento, uma vez que, estabelecida a visão de futuro, não mais se deve alterar o plano estratégico. 21. (CESPE/Técnico Judiciário: Administrativa – STF). Considerando que uma empresa pública que presta serviços vislumbre uma perspectiva de prejuízo no próximo mês e adote processos racionais de resolução de problemas, julgue o item seguinte. A empresa em questão deve considerar a imediata tomada de uma decisão como o próximo passo. 22. (FUNIVERSA/Técnico em Gestão – MPE/GO). Independentemente da abordagem que o administrador escolha para enfrentar seus problemas, há duas situações básicas que requerem dois tipos de decisões gerenciais: as programadas (estruturadas) e as não programadas (não estruturadas). Em uma dependência do Ministério Público, pode caracterizar-se como não programada a decisão tendente a resolver o problema resultante de a) aquisição emergencial de materiais, mediante dispensa de licitação. b) incêndio em instalações com inutilização de processos que não estavam digitalizados nem tinham cópias. c) pedido de exoneração inesperado de titular de cargo em comissão na administração geral. d) interrupção da sequência programada em processo seletivo para admissão de novos servidores, em razão de recurso judicial de candidato. e) não devolução, por representante de parte interessada, de processo envolvendo denúncia de improbidade. 23. (CESPE/Técnico Judiciário: Administrativa – STF). Considerando que uma empresa pública que presta serviços vislumbre uma perspectiva de prejuízo no próximo mês e adote processos racionais de resolução de problemas, julgue o item seguinte. Na hipótese considerada, a empresa deve utilizar a análise do campo de força como técnica para a geração de alternativas. 24. (ESAF/Analista Técnico – SUSEP). Segundo Matias-Pereira, o alcance de resultados positivos na implementação de planejamento Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 55 estratégico, principalmente na administração pública, depende das condições e formas para a sua concretização. Destacam-se as abaixo listadas, com exceção de: a) forma de envolvimento exclusivamente da alta direção, em especial do processo de sensibilização. b) demonstração de vontade política para a implementação. c) a existência de mecanismos que monitoram tanto o plano quanto os elementos contextuais que lhe deram origem. d) capacidade de percepção das condições que sustentam e condicionam a viabilidade das ações planejadas. e) nível de consciênciadas potencialidades e debilidades que o grupo que planeja possui. 25. (CESPE/Auditor Federal de Controle Externo – TCU). O método do balanced scorecard aplicado ao planejamento estratégico de um município visa identificar a missão desse ente federado. 26. (VUNESP/Auditor Municipal de Controle Interno – São Paulo/SP). O sistema de informação de gestão BSC – balanced scorecard –, que prioriza o equilíbrio entre objetivos de curto e longo prazo, é aplicável a programas públicos de acordo com indicadores de desempenho, financeiros ou não, e com variáveis de controle de metas, para definição de mapa estratégico, visando a) à estabilidade dos programas e projetos, considerando perspectivas internas e externas de desempenho. b) à estabilidade por meio de atitudes proativas que favoreçam o processamento de informações dos ambientes interno e externo. c) à medição e à gestão do desempenho de acordo com os indicadores de ocorrências nos processos internos. d) à perspectiva externa de desempenho para promover a aprendizagem estratégica e a inovação. e) ao desempenho dos pontos de vista financeiro, de clientela, de processos internos e de aprendizado/inovação que geram relações de causa e efeito. 27. (ESAF/Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental – MPOG). O Mapa Estratégico é considerado uma ferramenta que tem o intuito de fornecer um modelo para uma representação simples da Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 56 organização das relações de causa e efeito entre os objetivos tanto das dimensões aprendizado/crescimento quanto de processos internos. Entre as afirmativas abaixo, assinale aquela que não apresenta princípios do Mapa Estratégico. a) A estratégia equilibra forças contraditórias. b) A estratégia baseia-se em proposição de valor diferenciada para os clientes. c) Cria-se valor por meio dos processos internos. d) A estratégia compõe-se de temas complementares e simultâneos e o alinhamento estratégico determina o valor dos ativos intangíveis. e) O mapa estratégico é viável e deve ser aplicado apenas no setor privado, pois o setor público e entidades sem fins lucrativos não trabalham com o conceito de lucro, ganhos ou valor diferenciado, devendo atender a todos igualmente. 28. (VUNESP/Agente Fiscal de Rendas – SEFAZ/SP). O resultado mais importante do planejamento estratégico no setor governamental consiste: a) Na antecipação do futuro pela análise de pontos fortes e fracos do ambiente externo. b) Na centralização das decisões sobre objetivos e estratégias de curto prazo. c) Na capacidade de transformar ameaças em pontos fortes. d) No conhecimento da situação atual sob a ótima das ameaças e oportunidades internas. e) Na garantia de que as decisões levarão em conta a previsão do futuro. 29. (ESAF/Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental – MPOG). Existe uma ampla literatura sobre os princípios e processos da abordagem e do planejamento estratégico. Acerca do Planejamento Estratégico, pode-se fazer as afirmações abaixo, exceto: a) as organizações utilizam o Planejamento Estratégico para realizar seu próprio diagnóstico baseado na sua atuação histórica, destacando as conquistas passadas, proporcionando, assim, uma maior segurança do que fizeram de modo que possam repetir essas experiências no futuro, garantindo, dessa forma, sua sobrevivência. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 57 b) estratégia pode ser definida como sendo o caminho que a organização irá perseguir para efetivar a sua participação no ambiente e planejamento estratégico como sendo preliminarmente interessado nas relações entre a organização e o meio ambiente, suas implicações com os procedimentos operacionais. c) o planejamento estratégico pode ser entendido como uma metodologia gerencial que objetiva proporcionar aos tomadores de decisão uma estrutura que permita o exame do ambiente em que atua a organização. d) o planejamento é fundamentalmente compreendido como um exercício intelectual em que os processos estão concentrados na disponibilidade dos recursos como forma de antecipar o futuro. e) o planejamento estratégico pode ser entendido como uma condução disciplinada de esforços para produzir decisões e ações fundamentais para conduzir a organização aonde ela deseja chegar. 30. (CESPE/Analista Judiciário: Administrativa – TRE/MT). O departamento de planejamento de determinado tribunal regional eleitoral estabeleceu a seguinte meta: Estar entre os dois principais órgãos do Poder Judiciário até 2020, mantendo a atuação como gerenciador das eleições em âmbito estadual. Essa meta é considerada a) uma declaração de missão, pois visa proporcionar a satisfação das necessidades dos serviços oferecidos à sociedade. b) uma oportunidade, pois se refere ao contexto interno do órgão que pode ser identificado por meio da análise SWOT. c) uma força, pois se refere ao contexto externo ao órgão, que pode ser identificado por meio da análise SWOT. d) um objetivo organizacional, pois clarifica a razão de ser do órgão público. e) uma declaração de visão, pois se refere àquilo que o órgão deseja ser no futuro. 31. (ESAF/Fiscal de Rendas – Rio de Janeiro/RJ). Nas organizações públicas, a aplicação dos preceitos de gestão estratégica implica saber que: a) o plano operacional deve ser concebido antes do plano estratégico. b) a duração do plano estratégico deve se limitar ao tempo de mandato do chefe do poder executivo. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 58 c) tal como ocorre na iniciativa privada, missão e visão devem ser estabelecidas. d) por exercerem mandatos, os integrantes da alta cúpula não podem participar da tomada de decisões estratégicas. e) o orçamento é a peça menos importante dentro do processo de planejamento. 32. (FCC/Auditor Conselheiro Substituto – TCM/GO). Suponha que determinada organização pública pretenda utilizar ferramentas reconhecidas de planejamento estratégico para um processo articulado de definição de objetivos e de escolha de meios para atingi-los. Para o escopo pretendido, a referida organização a) deverá, preliminarmente, definir sua missão, que constitui a forma como a organização é reconhecida pela sociedade. b) precisará alinhar visão e cenários, para estabelecer os valores a serem perseguidos. c) poderá utilizar uma Matriz SWOT, para conjugar análise interna, de competências e deficiências, e externa, de oportunidades e ameaças. d) poderá definir a visão da organização, que consiste na sua própria razão de ser, através do processo de diagnóstico institucional. e) deverá, como pressuposto para o planejamento, realizar um mapa das competências disponíveis na organização e, a partir deste, definir as diretrizes estratégicas. 33. (VUNESP/Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental – São Paulo/SP). Com base no Planejamento Estratégico Situacional, é correto afirmar que o: a) objeto planejado contém atores com comportamentos previsíveis e controláveis. b) governante lida com soluções abertas ao conflito. c) poder não é um recurso escasso. d) planejamento tem por referência o desenho de um contexto previsível. e) sujeito e o objeto planejado são independentes. 34. (ESAF/Analista de Finanças e Controle: Controle Interno – CGU). Entre as modernas abordagens do planejamento destaca-se o Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 59 Planejamento Estratégico Situacional - PES. Considerando as características do PES, analise os enunciados abaixo e depois selecione a resposta correta. 1. A premissa principal do Planejamento Estratégico Situacional é a complexidade e conflituosidade da realidade social, na qual coexistematores com objetivos contraditórios e perspectivas diferenciadas quanto ao contexto em que atuam. 2. O Planejamento Estratégico Situacional baseia-se na análise das relações entre causa e efeito e entre antecedentes e consequentes dos fenômenos sociais, de maneira a desvendar a lógica que preside a sua complexidade. 3. De acordo com o Planejamento Estratégico Situacional, nenhum ator social ou político tem hegemonia para controlar todas as variáveis da realidade, sendo o planejador mais um ator num processo interativo. 4. O Planejamento Estratégico Situacional é uma ferramenta de governo, que rejeita a concepção do planejamento como monopólio do Estado ou de qualquer força situacionalmente dominante. a) Todos os enunciados estão corretos. b) Todos os enunciados estão incorretos. c) Somente o enunciado 1 está incorreto. d) Somente o enunciado 2 está incorreto. e) Somente os enunciados 1 e 3 estão corretos. 35. (FCC/Agente Fiscal de Rendas – SEFAZ/SP). Com relação à descrição de um problema no Planejamento Estratégico, considere: I. O problema é sempre relativo ao ator que o declara, pois o resultado de um jogo social pode ser um problema para um dos atores, uma ameaça para outro, um êxito para um terceiro e uma oportunidade para um quarto. II. Um problema pode ser definido como um mal-estar, sujeito a inúmeras interpretações para um mesmo jogador. III. O vetor de descrição de um problema permite reunir em um único significado, para o ator que o analisa, as diferentes interpretações de um problema. IV. Os descritores de um problema devem ser precisos e monitoráveis e o conjunto dos descritores deve ser suficiente para conter, em uma única formulação, os vários significados. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 60 V. Uma descrição é suficiente se ela explicita as ambiguidades inerentes ao conteúdo do problema, caso contrário, diz-se que a descrição é incompleta ou inadequada. Está correto o que se afirma APENAS em a) I, II e III. b) I, III e IV. c) I e V. d) III e IV. e) III, IV e V. 36. (ESAF/Analista Técnico de Políticas Sociais - MPOG). Problemas administrativos, econômicos e sociais exigem métodos e planejamentos que contemplem as suas complexidades. Para tanto, o economista Carlos Matus desenvolveu o Planejamento Estratégico Situacional, compreendendo os momentos explicativo, normativo, o estratégico e o tático-operacional como fundamentais. Em relação a esses quatro momentos, pode-se afirmar que: a) o momento tático-operacional precede todos os demais momentos. b) devem ser considerados como momentos que se confundem com etapas, para efeitos do planejamento. c) devem ser considerados como parte de processo contínuo que tem início e fim determinados e conhecidos. d) apesar de não haver uma hierarquia entre eles, o momento estratégico assume importância constante e situacional. e) o momento estratégico se relaciona à questão da viabilidade e aos obstáculos a vencer para aproximar a realidade da situação eleita como objetivo. Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 61 9. Gabarito 1 – A 2 - B 3 – E 4 - E 5 – B 6 – E 7 – B 8 – E 9 – C 10 – E 11 – D 12 - C 13 - E 14 – E 15 – C 16 – E 17 – C 18 – C 19 – B 20 – A 21 – E 22 – B 23 – E 24 – A 25 – E 26 - E 27 - E 28 - E 29 - E 30 - E 31 - C 32 - C 33 - B 34 - D 35 - B 36 - E Prof. Everton Ventrice www.nota11.com.br 62 Atenção!!! Para garantir que você esteja utilizando um material 100% atualizado, sempre baixe diretamente do site WWW.NOTA11.COM.BR Pegar esse material por outras fontes, que não o site www.nota11.com.br, além de poder ser enquadrado como CRIME, poderá prejudicar o seu estudo e contribuir para naufragar o projeto mais revolucionário e democratizante do ensino para concursos – O NOTA 11 O Brasil precisa de pessoas honestas e trabalhadores sérios. Não compactue com a corrupção. Não compactue com a pirataria. Precisamos de você. FAÇA SUA PARTE! Equipe Nota11