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CARTILHA - Encerramento de lixoes (6)

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Módulo
Encerramento de Lixões 
e Próximos Passos
AUTORES
Ana Bárbara Zanella
Andrea Portugal
Heliana Kátia Tavares Campos
José Alberto da Mata Mendes 
Júlio Campos Fontes de Alvarenga
Luana Sena
Maria de Fátima Abreu
REVISORES
Christiane Dias Pereira
Hélinah Cardoso Moreira
Jan Janssen 
Maria Ottilia Bertazi Viana
Tupac Borges Petrillo
Ficha Técnica
Lista de siglas
SNIS: Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento
RSU: Resíduo sólido urbano
PNRS: Política Nacional de Resíduos Sólidos
GEE: Gás de efeito estufa
NIMBY: Not in my back yard – não no meu quintal
CDR: combustível derivado de resíduo
PRAD: Plano de Recuperação de Área Degradada
ASPP: Aterro sanitário de pequeno porte
RDO: Resíduo sólido domiciliar
RPU: Resíduo de limpeza urbana
RSS: Resíduo sólido de serviço de saúde
RCC: Resíduo sólido de construção civil
Lista de figuras
Figura 1 – Ordem de prioridade na gestão de resíduos ................................ 12
Figura 2 – Impactos causados pela presença de lixões ............................... 14
Figura 3 – Desafios e oportunidades no encerramento de um lixão ............ 16
Figura 4 – Etapas para o encerramento de um lixão ..................................... 18
Figura 5 – Identificação de atores-chave ....................................................... 23
Figura 6 – Processo para identificação de setores, instituições e pessoas a 
serem envolvidos ............................................................................................. 23
Figura 7 – Programa de Mobilização Social .................................................. 26
Figura 8 – Rejeitos: aterro sanitário ............................................................... 30
Lista de quadros
Quadro 1 – Diferenças entre lixão, aterro controlado e aterro sanitário ...... 10
Quadro 2 – Diferença entre resíduo e rejeito e dos impactos de lixão e aterro 
sanitário ............................................................................................................ 13
Quadro 3 – Perguntas-chave para realizar um diagnóstico no lixão ........... 20
Quadro 4 – Identificação das parcerias estratégicas a serem envolvidas ... 25
Quadro 5 – Aspectos a serem considerados na elaboração de um Plano de 
Ação .................................................................................................................. 27
Quadro 6 – Fatores que influenciam o custo do encerramento de um lixão 33
Quadro 7 – Resíduos de responsabilidade pública, do gerador e sujeitos à 
logística reversa ............................................................................................... 38
Sumário
Apresentação ..................................................................................... 8
Aula 1 – Aspectos relativos ao encerramento de um lixão .................. 9
1.1. Introdução ............................................................................... 9
1.2. Por que encerrar um lixão? .................................................... 11
1.3. Desafios e oportunidades ...................................................... 15
Aula 2 – Passo a passo para o encerramento de um lixão ................ 17
2.1. Visão geral do processo ........................................................ 17
2.2. Etapas iniciais para o encerramento de um lixão .................... 19
2.2.1. Passo 1 – Suporte técnico ........................................... 19
2.2.2. Passo 2 – Conhecimento da situação existente ............ 19
2.2.3. Passo 3 – Construção conjunta com os setores a serem 
envolvidos ............................................................................. 22
2.2.4. Passo 4 – Engajamento da comunidade local ............... 25
2.2.5. Passo 5 – Plano de Ação .............................................. 27
3. Etapas finais para o encerramento de um lixão ............................. 32
3.1. Passo 6 – Busca de recursos para encerramento do lixão ...... 32
3.2. Passo 7 – Plano de Transição................................................ 34
3.3. Passo 8 – Implementação do Plano de Ação ......................... 36
3.4. Passo 9 – Destinação adequada dos outros resíduos ............ 37
3.5. Passo 10 – Monitoramento e avaliação da área do lixão 
encerrado ..................................................................................... 39
4. Considerações finais .................................................................... 41
Referências ...................................................................................... 42
Bibliografia complementar ................................................................ 44
Glossário ......................................................................................... 45
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 8
Apresentação
Desejamos boas-vindas ao Módulo “Encerramento de Lixões e Próximos 
Passos” do Curso EaD Fundamentos e Premissas-Chave para a Gestão 
Sustentável de Resíduos Sólidos Urbanos. 
Neste módulo, serão apresentadas informações em relação à disposição final 
inadequada de resíduos sólidos urbanos (RSUs), também conhecidos como 
lixões, seu encerramento e próximos passos. Serão abordados os aspectos 
relativos ao encerramento de um lixão, a importância, os desafios e as 
oportunidades enfrentados pelo município nesse processo, além de apresentar 
os preceitos legais que norteiam essa situação - a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos e o Marco Legal do Saneamento. 
Identificaremos, também, as principais etapas para o encerramento de um 
lixão, que irão instigar você a refletir e debater sobre essa situação enfrentada 
em seu município, tornando-o uma pessoa capaz de identificar e engajar as 
pessoas envolvidas nesse processo.
Ao final deste módulo, você será capaz de:
• Reconhecer a importância, os desafios e os benefícios do encerramento 
de um lixão;
• Conhecer as etapas necessárias do processo de encerramento de um 
lixão; 
• Conhecer as alternativas adequadas para tratamento e disposição 
final de RSU.
Para que você acompanhe melhor a leitura, inserimos um asterisco (*) 
nas palavras que estão no glossário, ao final da apostila.
Bons estudos!
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 9
Aula 1 – Aspectos relativos ao encerramento de um 
lixão 
1.1. Introdução
Certamente, no seu município, você já se deparou com alguns problemas no gerenciamento dos 
resíduos sólidos, sejam eles na coleta, sejam na reciclagem, na disposição final ou em outras 
etapas. Durante as próximas três aulas, iremos estudar sobre a disposição final para estes resíduos, 
adequada e inadequada, seus impactos e aspectos legais. Mas, antes, precisamos compreender 
toda a trajetória que os resíduos percorrem, e como o município, tendo a gestão de resíduos como 
uma competência, pode gerar soluções para os problemas enfrentados. 
Para que o gerenciamento de resíduos possa ocorrer de forma satisfatória e sustentável, é 
fundamental que cada município disponha de uma receita adequada para investir nos serviços 
de limpeza urbana e manejo* de resíduos. E é essa a questão mais desafiadora: de acordo 
com o diagnóstico de 2018 publicado pelo Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento 
(SNIS), a receita arrecadada com os serviços de limpeza urbana e manejo* de resíduos sólidos 
nos municípios brasileiros, salvo algumas exceções, é insuficiente para manter essas atividades 
(BRASIL, 2019). Você poderá se aprofundar neste tema no Módulo Sustentabilidade do Serviço 
Público de Manejo de RSU. 
Mãos à obra!
E no seu município? Pesquise qual a receita arrecadada e as despesas 
referentes ao gerenciamento de RSU. A receita é suficiente para cobrir os 
custos? Qual o valor cobrado por domicílio?
Agora que compreendemos um pouco melhor sobre essa primeira dificuldade enfrentada pela 
maioria dos municípios brasileiros, podemos falar das oportunidades na gestão de RSU. Conforme 
já mencionado no Módulo Fundamentos da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos, a 
economia circular baseia-se em incorporar osresíduos de volta no processo produtivo para a 
produção de novos produtos ou matérias-primas. 
Ou seja, o modelo que estamos acostumados hoje é de uma economia linear, em que a matéria-prima 
é produzida, consumida e descartada. A economia circular oferece-nos, portanto, a possibilidade 
de encarar de uma outra forma o gerenciamento dos RSUs, por meio de oportunidades no consumo, 
na reutilização, na reciclagem e na valorização dos resíduos. 
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 10
Em se tratando da disposição final de RSU, que será o foco deste módulo, conforme a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (BRASIL, 2010), um local de disposição final ambientalmente 
adequado caracteriza-se pela distribuição ordenada dos rejeitos em um aterro sanitário. Sendo 
assim, os locais inadequados de disposição final de resíduos sólidos, que não se enquadram nesta 
definição, são conhecidos como lixões e aterros controlados. Observe, no quadro comparativo 
abaixo, as diferenças entre as formas de disposição e destinação de resíduos sólidos.
Quadro 1 – Diferenças entre lixão, aterro controlado e aterro sanitário
LIXÃO A CÉU ABERTOCRITÉRIOS
INADEQUADO ADEQUADO
ATERRO SANITÁRIOATERRO CONTROLADO
Local da instalação
Capacidade
Preparação de células
Preparação do local
Gerenciamento do gás,
chorume e cerca
Aplicação de
cobertura
Compactação dos
resíduos
Local não planejado ou 
impróprio.
Capacidade do local é 
desconhecida.
Não existe. O lixo é disposto 
indiscriminadamente em 
área não delimitada.
Pouca ou nenhuma 
preparação.
Não há.
Cobertura ocasional ou 
nenhuma.
Não há.
Condições hidrogeológicas às 
vezes consideradas.
Capacidade às vezes é 
planejada.
Não há, mas a área de trabalho 
é delimitada; a disposição se dá 
apenas em áreas designadas.
Drenagem das águas 
superficiais.
Não há ou é parcial.
Implementação de cobertura 
irregular. 
Compactação em alguns casos.
Fatores ambientais, comunitários 
e de custo observados.
 
Capacidade planejada.
 
Desenvolvimento de células individuais, 
com a área de trabalho bem delimitada e 
uso gradativo e planejado do espaço.
 
Preparação extensiva do local 
com regras de engenharia.
Existente.
Aplicação diária de camadas 
intermediárias e finais. 
Compactação dos resíduos.
Manutenção de vias
de acesso
Entrada de resíduos
Triagem de resíduos
Fechamento
Custo
Impactos sobre a saúde 
e o meio ambiente
Não há manutenção 
adequada.
Não há controle sobre 
a quantidade e/ou a 
composição dos resíduos 
que chegam.
Catação informal.
Não ocorre.
Baixo custo inicial, alto 
custo no longo prazo.
Grande potencial de 
incêndios e efeitos 
adversos sobre a saúde e o 
meio ambiente.
A manutenção é limitada. 
Controle parcial ou nenhum, 
mas o resíduo aceito para 
descarte se limita ao RSU. 
Catação e comércio controlados. 
Solo parcialmente compactado 
e replantio de vegetação.
Custo inicial baixo a moderado, 
alto no longo prazo. 
Controle parcial dos riscos 
ambientais, mas com impactos 
adversos sobre a saúde e o 
meio ambiente.
Implantação e manutenção das vias de 
acesso.
Controle sobre a quantidade e a 
composição dos rejeitos. Disposições 
distintas para rejeitos especiais.
Não há catação nem comércio de 
resíduos no local.
Fechamento total e gerenciamento 
pós-fechamento.
Implantação, operação e encerramento 
moderados.
Risco controlado dos impactos 
adversos sobre a saúde e o meio 
ambiente.
Fonte: Adaptado de ISWA/Abrelpe. Saúde desperdiçada: o caso dos lixões (2015) 
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 11
Conforme citamos no início da aula, devido às dificuldades enfrentadas pelos municípios, 
principalmente pela insuficiente receita arrecadada para a gestão dos RSUs, é bastante comum, 
no Brasil, a presença de lixões e aterros controlados em muitos municípios, em especial os de 
pequeno porte (abaixo de 50 mil habitantes). 
Em 2018, cerca de 15,05 milhões de toneladas foram dispostas em locais 
inadequados de disposição final de RSU no Brasil (BRASIL, 2019). Essa 
quantidade de resíduos preencheria cerca de 39 estádios de futebol, como 
o Morumbi, que possui 154.520 m2 de área e capacidade para 67 mil 
pessoas.
Podemos perceber, portanto, que o Brasil enfrenta alguns obstáculos para 
alcançar um bom gerenciamento de resíduos sólidos. Neste contexto, 
este módulo tem como objetivo estabelecer procedimentos e identificar 
alternativas para o encerramento de lixões.
Você sabia?
1.2. Por que encerrar um lixão?
A PNRS previu, no ano de sua publicação, que o encerramento de lixões nos municípios brasileiros 
deveriam acontecer até o ano de 2014. Após algumas prorrogações desse prazo, em 2020, a 
promulgação da Lei 14.026, também conhecido como o Marco Legal do Saneamento, decretou 
que: 
Art. 54. A disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos deverá ser implantada 
até 31 de dezembro de 2020, exceto para os Municípios que até essa data tenham 
elaborado plano intermunicipal de resíduos sólidos ou plano municipal de gestão 
integrada de resíduos sólidos e que disponham de mecanismos de cobrança que 
garantam sua sustentabilidade econômico-financeira, nos termos do art. 29 da Lei nº 
11.445, de 5 de janeiro de 2007, para os quais ficam definidos os seguintes prazos:
I - até 2 de agosto de 2021, para capitais de Estados e Municípios integrantes de Região 
Metropolitana (RM) ou de Região Integrada de Desenvolvimento (Ride) de capitais;
II - até 2 de agosto de 2022, para Municípios com população superior a 100.000 (cem 
mil) habitantes no Censo 2010, bem como para Municípios cuja mancha urbana da sede 
municipal esteja situada a menos de 20 (vinte) quilômetros da fronteira com países 
limítrofes;
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 12
III - até 2 de agosto de 2023, para Municípios com população entre 50.000 (cinquenta 
mil) e 100.000 (cem mil) habitantes no Censo 2010; e
IV - até 2 de agosto de 2024, para Municípios com população inferior a 50.000 (cinquenta 
mil) habitantes no Censo 2010.
Alem disso, um dos objetivos fundamentais estabelecidos pela PNRS é a ordem de prioridade para 
o gerenciamento dos resíduos, que deixa de ser voluntária e passa a ser obrigatória (BRASIL; ICLEI, 
2012). A figura 1 representa a ordem de prioridades, sendo que as ações estabelecidas no topo da 
pirâmide terão preferência na gestão sustentável dos resíduos. 
Figura 1 – Ordem de prioridade na gestão de resíduos
Elaboração dos autores e autoras.
Ou seja, ao focarmos os esforços para encerrar uma área de disposição final inadequada de 
resíduos sólidos e planejar um outro local, que irá necessitar de grandes empenhos e investimentos 
econômicos, é essencial que também atuemos na mudança de comportamento dos cidadãos. 
Esta mudança deverá ocorrer por meio de iniciativas de sensibilização social e influenciará 
positivamente todas as etapas anteriores do gerenciamento de resíduos.
A PNRS também estabelece a diferença entre resíduo e rejeito, o que reforça a importância da 
valorização dos resíduos, e, consequentemente, da redução na quantidade de rejeito que irá para 
a disposição final. O quadro a seguir engloba esta diferença e os impactos decorrentes dos lixões 
e dos aterros sanitários.
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 13
Quadro 2 – Diferença entre resíduo e rejeito e dos impactos de lixão e aterro sanitário
Quanto à tipologia dos resíduos
Tipo Economicamente Destino
Rejeito Sem reaproveitamento Disposição final
Resíduo Reaproveitamento viável Valorização/reciclagem
Quanto à tipologia da disposição final
Destino final Impactos Características
Lixão Gera impactos 
Contaminação do solo, da água, 
disseminação de doenças e 
emissão do gás metano GEE. A 
disposição de resíduos em lixões 
é crime ambiental (Lei nº 9.605), 
proibida pela Lei nº 12.305.
Aterro sanitário Gera impactos mitigáveis
Impermeabilizado, controle de 
emissão de gases, cobertura diária 
dos resíduos, drenagem do chorume*, 
possui licença ambiental.
Elaboração dos autores e autoras.
 
Os impactos doslixões dependem das condições específicas do terreno, dos tipos de solo e do 
entorno do local onde está localizado. A figura 2 ilustra os principais problemas causados pela 
presença de lixões. 
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 14
Figura 2 – Impactos causados pela presença de lixões
A poluição e contaminação do solo, das águas superficiais e subterrâneas 
devido à disposição dos resíduos no solo e à geração do chorume.
A proliferação de vetores transmissores de 
várias doenças, trazendo risco à saúde.
A contribuição significativa para as mudanças climáticas, pois o metano 
gerado dentro dos lixões e aterros é um Gás de Efeito Estufa (GEE) 
com potencial de aquecimento global 28 vezes maior que o CO2.
A geração de gases, como o metano, que é um excelente combustível 
e representa risco de incêndios e explosões.
A ocorrência de deslizamentos quando os resíduos são lançados 
em encostas, principalmente em época de chuvas.
Impactos sociais, devido à presença de catadores de material reciclável 
que se encontram em condições insalubres e perigosas de trabalho.
Desvalorização da região e das propriedades 
próximas ao lixão
Elaboração dos autores e autoras.
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 15
Segundo estudo feito pelo Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza 
Urbana, em parceria com a PricewaterhouseCoopers (SELURB; PWC, 
2019), que utilizou a metodologia do Painel Intergovernamental sobre 
Mudanças Climáticas (IPCC) de quantificação de emissões, em 2017, a 
disposição de resíduos em lixões e aterros controlados foi responsável 
por lançar na atmosfera cerca de 216 mil toneladas de metano (CH4), o 
que equivale a cerca de 6 milhões de toneladas de COeq* ao ano. Esse 
valor é correspondente à poluição anual emitida por 3,2 milhões de 
automóveis movidos a gasolina. O módulo Gestão de Resíduos Sólidos 
Urbanos de Baixa Emissões de Gases de Efeito Estufa (presente no curso 
EaD “Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos”, também 
disponível no portal Capacidades) abordará a temática de emissões de 
GEE e apresentará uma metodologia para este cálculo.
Você sabia?
1.3. Desafios e oportunidades
Certamente, iniciar o processo de encerramento de um lixão traz consigo 
muitos desafios. Esses obstáculos tendem a intimidar todas as pessoas 
envolvidas e dificultar o enfrentamento por parte do município diante dessa 
situação. É muito comum, por exemplo, que o município depare-se com 
desafios sociais quando busca extinguir o trabalho de catação nos lixões 
e estabelecer uma fase de transição para que essas pessoas permaneçam 
em atividade e com a resistência da população às soluções propostas. 
Além disso, é necessário que o município viabilize uma solução para os 
RSUs, priorize a disposição de rejeitos no aterro sanitário e, em muitos 
casos, recupere a área do antigo lixão.
No entanto, igualmente aos desafios apresentados também surgem 
oportunidades, que podem ser aproveitadas pelo município e pela sociedade 
durante e após esse processo. Ao se encerrar um lixão, criam-se as 
oportunidades de envolver a população na gestão dos RSUs, da criação de 
empregos “verdes” no setor de gestão de resíduos e reciclagem, da criação 
de novos mercados e as posteriores tributação, geração de empregos e 
atração de investimentos, da redução dos custos com saúde pública e da 
redução das emissões ambientais e dos custos externos associados aos 
lixões (ISWA; ABRELPE, 2016).
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 16
A figura 3 retrata alguns desafios e oportunidades envolvidos no processo de encerramento de um 
lixão.
Figura 3 – Desafios e oportunidades no encerramento de um lixão
ENCERRAMENTO 
DO LIXÃO 
Fortalecimento do mercado de reciclagem 
– novos postos de trabalho. 
Reconhecimento público pelo comprometimento da 
administração com o meio ambiente e a saúde.
Compartilhamento do aterro com outros municípios 
reduzindo custos. 
Maior credibilidade para captar recursos e apoios 
– Ministério Público, governo estadual e federal e 
outros.
Reconhecimento pelo comprometimento ambiental 
do gestor.
Incorporação dos catadores, com formação, 
formalização de cooperativas e contratação.
Enfrentamento da resistência de segmentos da 
população às soluções propostas.
Busca de recursos para a implantação e 
operacionalização das propostas.
Correção do passivo ambiental com custo cada vez 
maior para a sua remediação e risco de multas e 
ações judiciais.
OPORTUNIDADES
DESAFIOS
TRATAMENTO
DO CHORUME
REJEITO
COMPACTADO
E RECOBERTO
SOLO 
IMPERMEÁVEL
Elaboração dos autores e autoras.
É importante lembrar que manter o lixão em funcionamento não é uma opção para o município, e 
esse problema deve ser solucionado. Mas você não está só! Existem muitas alternativas que vão te 
ajudar nessa jornada, inclusive a possibilidade de unir esforços por meio de soluções em parcerias 
com outros municípios em seu entorno. 
Segundo o Selurb e a PWC (2019), o custo para remediar a poluição 
gerada por lixões pode chegar a ser 34 vezes mais caro que a destinação 
adequada. E, de acordo com a ISWA e a Abrelpe (2016), se levarmos em 
consideração o custo da degradação ambiental e os impactos na saúde, 
os custos de não se resolver os problemas da gestão de resíduos superam 
os custos financeiros de alternativas ambientalmente adequadas.
Você sabia?
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 17
Aula 2 – Passo a passo para o encerramento de um 
lixão 
2.1. Visão geral do processo 
O encerramento de um lixão é um longo processo que exige, 
primeiramente, comprometimento por parte do município e da 
sociedade. Este processo acontece por meio de várias etapas 
e envolve diversos setores da sociedade, sendo necessário um 
planejamento minucioso para assegurar que os desafios sejam 
superados e que as oportunidades sejam aproveitadas.
Para ter acesso à ferramenta de Financiamentos de Projetos de RSU, clique 
aqui.
Essa ferramenta disponibiliza todas as fontes de financiamento com recursos 
financeiros para a implementação de projetos de gestão de RSU.
Saiba mais!
A figura 4 contempla todas as etapas para o encerramento de um lixão. Ao longo desta aula, iremos 
detalhar cada uma destas etapas.
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiYTA1ZTcwMjAtOWUwOS00OGUyLWFkZmYtZjM3MGRlMDNmNDhhIiwidCI6IjJiMjY2ZmE5LTNmOTMtNGJiMS05ODMwLTYzNDY3NTJmMDNlNCIsImMiOjF9
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiYTA1ZTcwMjAtOWUwOS00OGUyLWFkZmYtZjM3MGRlMDNmNDhhIiwidCI6IjJiMjY2ZmE5LTNmOTMtNGJiMS05ODMwLTYzNDY3NTJmMDNlNCIsImMiOjF9
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 18
Figura 4 – Etapas para o encerramento de um lixão
SUPORTE
TÉCNICO
Identifique
profissionais dos
órgãos de controle
de governo ou
contrate profissionais
especializados ou 
instituições que 
possam assessorar 
o processo.
CONHECIMENTO
DA SITUAÇÃO
Identifique estudos, informações, diagnósticos,
documentos oficiais, entre outros levantamentos,
sobre o atual lixão e os resíduos ali dispostos.
Identifique os principais problemas existentes no
lixão, incluindo estimativa de catadores que
atuam na área, população do entorno, riscos
ambientais e à saúde.
Verifique e catalogue a existência de outros lixões
presentes no município.
Identifique os aterros sanitários licenciados mais
próximos.
CONSTRUÇÃO
COLETIVA
Identifique os responsáveis para cada desafio e 
compartilhe a responsabilidade das ações com 
órgãos internos e externos, como Ministério Público, 
órgão ambiental estadual e Câmara Municipal.
Formalize a constituição de equipes de trabalho com 
as respectivas atividades, metas e cronograma 
de execução.
PARTICIPAÇÃO
SOCIAL
Envolva a comunidade 
local, as instituições de 
ensino, as religiosas, os 
catadores, os comerciantes 
e outros no processo.
ELABORAÇÃO DO
PLANO DE AÇÃO
Escolha o método mais adequado para 
encerramento e recuperação do lixão.
Planeje a disposição dos rejeitos em 
aterro sanitário (público ou privado), 
que pode ser municipal ou regional.
Planeje a reciclagem de secos e 
orgânicos e, caso economicamenteviável, a recuperação energética.
Estime o invetimento e elabore o
cronograma físico-financeiro.
Fim dos lixões; aterro
sanitário; coleta seletiva;
reciclagem de secos e
orgânicos; e recuperação
energética.
CUSTOS
ENVOLVIDOS
Identifique fatores que 
influenciam nos custos 
do encerramento do 
lixão.
PROCESSO
DE TRANSIÇÃO
Implante as ações emergenciais 
em relação ao lixão e aos 
catadores.
IMPLANTAÇÃO DO 
PLANO DE AÇÃO
Destine os rejeitos para aterro sanitário 
licenciado.
Implante e amplie a coleta seletiva, com inclusão 
dos catadores, além da infraestrutura de triagem.
Avalie a aplicabilidade das tecnologias 
disponíveis: compostagem, biodigestão e 
recuperação energética.
Implante as ações de recuperação da área 
degradada. 
DESTINAÇÃO
ADEQUADA DOS
OUTROS RESÍDUOS
Implante políticas específicas para 
coleta e disposição de resíduos dos 
grandes geradores, da construção 
civil, dos serviços de saúde e articule 
com os responsáveis para implantação 
da logística reversa.
MONITORAMENTO
E AVALIAÇÃO
Implante um modelo de monitoramento e 
avaliação das metas e ações do Plano de Ação, 
avalie os resultados e faça as adequações 
necessárias.
ALUGAR GALPÕES TEMPORÁRIOS 
Elaboração dos autores e autoras.
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 19
2.2. Etapas iniciais para o encerramento de um lixão
Agora que você já aprendeu os conceitos gerais e a importância do encerramento de um lixão, 
iremos passar por todos os passos necessários para o cumprimento dessa missão.
2.2.1. Passo 1 – Suporte técnico
O primeiro passo para se iniciar o encerramento de um lixão é 
identificar pessoas capacitadas para atuar no processo, uma vez que 
os profissionais e as profissionais são essenciais na elaboração de 
projetos e programas, com análise crítica da realidade social, cultural, 
econômica, política, legal, institucional e tecnológica, o que ainda 
gera fortalecimento institucional do setor de resíduos, contribuindo 
para garantir a sustentabilidade do processo. É importante destacar 
as parcerias com instituições de ensino e pesquisa da região, que 
agregam renomados e renomadas profissionais, bem como recém-
formados e recém-formadas, que irão gerar sinergias e trazer bons 
resultados para este processo.
Mãos à obra!
Identifique, no seu município ou na sua região, instituições de ensino e 
empresas que dispõem de pessoas capacitadas para estarem envolvidas 
no encerramento do lixão.
2.2.2. Passo 2 – Conhecimento da situação existente
A etapa de diagnóstico da área afetada pelo lixão é extremamente importante e deve ser minuciosa. 
É a partir dela que serão planejadas e elaboradas as ações para o encerramento do lixão.
Esse diagnóstico focará, principalmente, os seguintes aspectos:
• Resíduos depositados;
• Área de depósito;
• Práticas operacionais do local e impactos ambientais.
O quadro a seguir apresenta perguntas-chave para conduzir esta etapa de investigação e 
conhecimento da situação existente. 
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 20
Quadro 3 – Perguntas-chave para realizar um diagnóstico no lixão
Perguntas-chave – etapa diagnóstico
Pesquisa da origem 
dos resíduos
Que tipos e quantidades (gravimetria) de 
resíduos são destinados ao lixão? 
Quais são as principais fontes geradoras dos 
resíduos encaminhados para este lixão?
Qual a porcentagem de resíduos que não vai para o lixão?
Qual seria a projeção de geração futura de RSU para o município?
Levantamento de 
características do lixão
Há mais de um lixão que recebe os resíduos 
domiciliares do município? 
Há lixões desativados?
Quem destina cada tipo de resíduos ao lixão?
Qual a profundidade e o volume da camada de resíduos?
Qual a profundidade da água subterrânea encontrada no local?
Práticas operacionais 
do local e avaliação de 
impactos ambientais
(dia a dia e problemas)
Infraestrutura: 
• Há algum tipo de controle de acesso dos resíduos ao local?
• Cerca?
• Muro?
• Há controle de acesso de pessoas ou animais?
• Há balança? 
• Há sistema de armazenamento dos dados da balança?
• Há drenagem pluvial?
• Há drenagem, coleta e/ou tratamento de chorume?
• São realizadas a drenagem e a queima de gases?
Operacional:
• Há cobertura periódica dos resíduos com solo ou outro material?
• Há trabalhadores e trabalhadoras da prefeitura no local?
• Prestam quais tipos de serviços?
• Há empresa contratada para a disposição final?
• Há queima de resíduos?
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 21
Práticas operacionais 
do local e avaliação de 
impactos ambientais
(dia a dia e problemas)
Social:
• Há catadores e catadoras trabalhando no lixão?
• Quantas pessoas no total?
• Homens?
• Mulheres?
• Crianças?
• Há cidadãos morando no lixão?
Zoneamento ambiental e ordenamento territorial:
• É próximo de: Residências?
• Propriedades rurais?
• Cursos d’água?
• Captação de água subterrânea?
• Área agrícola?
• Unidade de conservação?
• Área de preservação permanente?
• Aeroporto?
• Qual a caracterização do solo no local do lixão?
• Quem tem a titularidade da área?
• Há aterros sanitários próximos para o envio dos rejeitos?
Elaboração dos autores e autoras.
Assim, é latente a necessidade de uma equipe profissional para o levantamento de processos 
complexos, com verificações sistemáticas de dados e indicadores. Dados georreferenciados 
compilados são importantes para a geração de mapas do local, e a análise cruzada de dados 
busca gerar um diagnóstico que contenha os problemas existentes, suas principais causas, suas 
repercussões e os setores e as entidades envolvidos. Os resultados obtidos devem ser apresentados 
e validados com o máximo de setores, órgãos e instituições identificados.
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 22
2.2.3. Passo 3 – Construção conjunta com os setores a serem envolvidos
1) Executivo (apoio político), Legislativo (elaboração de 
regramentos e normas que viabilizem as intervenções) e 
Judiciário (agente de cobrança das leis ambientais);
2) Órgão de limpeza pública;
3) Órgão de meio ambiente;
4) Rede de assistência social (apoio a catadores e catadoras);
5) Saúde;
6) Educação ambiental;
7) Parceiros privados e associações (Secretaria da 
Indústria e Comércio, Câmara de Dirigentes 
Lojistas, Abrelpe - Associação Brasileira de 
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos 
Especiais etc.);
8) Agentes de controle (Ministério 
Público e Tribunal de Contas, TC 
etc.).
Uma vez realizado o diagnóstico, é preciso definir
as partes intervenientes no processo:
 
O projeto “Por uma Alagoas Mais Verde”, de iniciativa do Ministério Público 
de Alagoas, resultou no encerramento de 102 lixões no ano de 2018, 
fomentando a inclusão de catadores e catadoras e firmando Termos de 
Ajustamento de Conduta para a recuperação das áreas degradadas por 
lixões em todos os 102 municípios do estado, em parceria com a Associação 
dos Municípios Alagoanos (AMA) e o apoio do Instituto do Meio Ambiente 
(IMA) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos 
(SEMARH). Clique aqui para ler mais sobre este projeto.
Você sabia?
https://www.mpal.mp.br/projeto-encerramento-dos-lixoes1/
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 23
Uma maneira de se identificar os setores, os órgãos e instituições que podem estar envolvidos 
durante o processo de encerramento do lixão é realizar um exercício com a equipe que está 
liderando o processo. As pessoas integrantes da equipe deverão responder a algumas perguntas-
chave contendo pontos importantes do processo – as questões levantadas na etapa de diagnóstico 
podem servir de insumo inicial para esta etapa – e identificar setores e atores que podem contribuir 
com os questionamentos feitos. 
Após respondidas as perguntas-chave e identificadas as instituições, recomenda-se elaborar um 
esquema gráfico, conforme a figura 5, em ordem de importância ou necessidade. Essa representação 
tem o objetivo de fornecer uma visualização de quais instituições e pessoas serão mais presentes e 
importantes (atores-chave) durante todoo processo, e quais terão papéis secundários e de apoio.
 
Figura 5 – Identificação de atores-chave
Ato
res Primários
Atores-Chaves
Ator
es Secundários
Elaboração dos autores e autoras.
Por fim, cabe avaliar como esses atores identificados podem ter relações entre si que fortalecerão 
as etapas do encerramento do lixão. Esse processo de identificação dos atores está representado 
na figura 6. 
Figura 6 – Processo para identificação de setores, instituições e pessoas a serem envolvidos
Formular
perguntas-
chave
Indentificar
possiveis
parcerias
Identificação
das relações 
entre estes
atores
Formular 
representação das 
instituições e pessoas 
identificadas em 
ordem de importância 
ou necessidade
Elaboração dos autores e autoras.
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 24
Uma força-tarefa coordenada pela Procuradoria Distrital dos Direitos do 
Cidadão do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (PDDC/
MPDFT) foi instituída em 2015 e conta com a participação do Ministério 
Público de Contas e do Ministério Público do Trabalho. Os objetivos do 
grupo são o intercâmbio de informações, o alinhamento de ações e 
outras providências relacionadas à desativação do Lixão da Estrutural. 
Temas como a saúde, a segurança e a inclusão social dos catadores e 
das catadoras de resíduos também são acompanhados pelo Ministério 
Público.
Você sabia?
O quadro 4 apresenta um modelo de planilha ilustrativo, que também pode ser utilizado como 
ferramenta para apoiar a definição das parcerias estratégicas a atuarem durante o processo de 
encerramento do lixão. Este quadro ajuda a reconhecer os setores e as entidades que poderão ser 
acionados de acordo com os principais problemas identificados no diagnóstico. 
Por exemplo, em relação à atuação dos catadores e das catadoras, poderiam ser envolvidos para 
debater e planejar esse assunto o órgão gestor de RSU, os órgãos relacionados à saúde, à educação 
e à comunicação, além de organizações não governamentais (ONGs), igrejas e ações comunitárias 
da sociedade civil.
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 25
Quadro 4 – Identificação das parcerias estratégicas a serem envolvidas
Atuação de 
catadores
Proximidade 
de moradias
Incidência 
de doenças 
relacionadas
a vetores
Necessidade 
de local para 
aterro
Falta de 
capacidade 
técnica e 
operacional
Identificação de 
problemas
Órgãos e entidades 
envolvidas
Baixa 
sustentabilidade 
financeira
Destinação 
de outros 
tipos de 
resíduos 
Pouco compromis-
so e responsabili-
zação dos muníci-
pes
Ó
rg
ão
s 
m
un
ic
ip
ai
s 
co
m
 in
te
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co
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 e
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to
 li
xã
o 
E
nt
id
ad
es
 d
a 
so
ci
ed
ad
e 
ci
vi
l
Órgão gestor de RSU
Administração
Orçamento e finanças
Planejamento e 
ordenamento territorial
Saúde
Desenvol. Social
Agricultura
Educação
Comunicação
ONGs
Clubes
Associação do setor 
privado
Igrejas e associações 
religiosas
Associações 
comunitárias
Elaborado pelos autores e autoras.
2.2.4. Passo 4 – Engajamento da comunidade local
A ação individual de cada pessoa na redução da geração, na separação 
dos diferentes tipos de resíduos, na sua disposição para as coletas 
convencional e seletiva nos dias e horas previstos é determinante para 
garantir o sucesso do manejo adequado dos resíduos no município.
É necessário que a população compreenda a importância do 
encerramento do lixão e da correta disposição dos rejeitos em aterro 
sanitário. Pode haver resistências da comunidade, principalmente 
daquela presente no entorno da área escolhida para implantar o 
aterro sanitário, caso o aterro seja estabelecido no próprio município 
(conhecido mundialmente como efeito NIMBY – not in my back yard; 
não no meu quintal). As pessoas, em geral, têm dificuldade de entender as grandes diferenças 
entre um aterro sanitário e um lixão, e podem achar que o lixão só está mudando de local e que a 
sua vizinhança será muito impactada negativamente. Visitas técnicas ao lixão e ao aterro sanitário 
(inclusive na fase de obras), com representantes dos setores identificados no passo 3, podem ser 
programadas, por exemplo. 
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 26
Além de ações pontuais, como campanhas e eventos, é necessário o planejamento de ações 
contínuas, incrementadas periodicamente, de forma a garantir o comprometimento efetivo da 
população com as soluções propostas. 
Um Programa de Mobilização Social, que vise a um impacto em toda a sociedade local, deve 
planejar ações em quatro frentes, segundo Bahia (2015): comunicação, educação, mobilização e 
organização. A figura 7 exemplifica cada uma das etapas para um Programa de Mobilização Social.
Figura 7 – Programa de Mobilização Social
Comunicação Educação Cultura Organização
Participação
A participação dos cidadãos nos cuidados com os resíduos 
gerados em suas residências, nos ambientes de trabalho e de 
ensino, no comércio e na vida cotidiana, separando e dispondo 
adequadamente os materiais para a coleta, é fundamental.
1 3 42Comunicação: 
Informação, por meio de 
instrumentos diversos 
(folhetos, faixas, vídeos) 
com divulgação em redes 
sociais e nos meios de 
comunicação de massa, 
sem deixar de lado a 
comunicação direta, porta 
a porta, corpo a corpo. 
Cultura/Motivação:
A arte é um instrumento 
importante de promoção 
da mudança cultural, de 
comportamento para adoção 
de novas práticas. Pelo uso 
de esquetes teatrais, música, 
atividades lúdicas, pode-se 
obter o envolvimento e 
motivação para promover um 
processo bem-sucedido de 
engajamento social.
Organização: 
Cooperação institucional,
articulação de parcerias
e institucionalização dos
processos de participação
são as palavras-chave.
Implica em identificar
líderes, mapear associações
comunitárias, clubes de
serviços e escolas.
Educação:
O foco é gerar conhecimento, 
conscientização, com 
conteúdos mais simplificados 
para uns, mais aprofundados 
para outros, num processo 
permanente de capacitação.
Para os processos educativos, 
pode-se articular com escolas 
locais ou realizar seminários, 
treinamentos, cursos e 
produzir materiais educativos.
O Programa de Mobilização e Engajamento engloba:
Elaborado pelos autores e autoras.
Mãos à obra!
Considerando o envolvimento da sociedade estudado neste item, reflita 
e elabore ideias-chave sobre como envolver a sociedade em uma das 
temáticas de resíduos sólidos de seu município; por exemplo, na separação 
adequada, em casa, para a coleta seletiva.
2.2.5. Passo 5 – Plano de Ação
Após a realização do diagnóstico de toda a situação envolvendo a 
área do lixão e o manejo de resíduos sólidos no município, devem 
ser traçadas as soluções para os desafios encontrados. Essas 
propostas, que irão constar no Plano de Ação, envolverão, por 
exemplo, os modelos de segregação e coleta para as diferentes 
frações de resíduos, as tecnologias para a valorização e a 
disposição final, bem como ações relacionadas aos catadores e 
às catadoras e à recuperação da área degradada. Este Plano deve 
ser elaborado de forma coletiva e participativa com os diferentes 
setores identificados no passo 3, mobilizados conforme estratégia 
definida no passo 4, e diversos aspectos devem ser considerados, 
tais como:
Quadro 5 – Aspectos a serem considerados na elaboração de um Plano de Ação
Aspectos
Ambiental
• Mobilização e participação social;
• Geração de empregos verdes;
• Finalização da presença de catadores e catadoras no lixão, com o fortalecimento e 
a profissionalização das suas organizações (cooperativas ou associações). 
Social
Econômicos
• Intervenções no lixão com requalificação da área degradada;
• Redução dos impactos ambientais no local, com cobertura dos resíduos, sistema de 
drenagem pluvial, sistemas de captação e tratamento do chorume e dos gases gerados; 
• Compostagem e/ou biodigestão anaeróbia dos resíduos orgânicos;
• Coleta seletiva e implantação de instalações de recuperação de resíduos secos; 
• Aproveitamento de rejeitos como combustível derivado dos resíduos(CDR), quando 
viável economicamente;
• Utilização de aterro sanitário licenciado para disposição final dos rejeitos dos pro-
cessos de tratamento dos resíduos.
• Utilização, comercialização e doação do composto orgânico;
• Geração de trabalho e renda, principalmente pela contratação de organizações de 
catadores e catadoras como empresas prestadoras de serviços públicos no âmbito da 
coleta seletiva e da triagem;
• Outros benefícios da economia circular das cadeias de reciclagem;
• Receitas acessórias a partir de recicláveis, biogás, CDR ou outros subprodutos;
• Equalização das despesas e das receitas por meio de cobrança de taxas, tarifas e 
preços públicos.
Elaborado pelos autores e autoras.
Aspectos
Ambiental
• Intervenções no lixão com requalificação da área degradada;
• Redução dos impactos ambientais no local, com cobertura dos 
resíduos, sistema de drenagem pluvial, sistemas de captação 
e tratamento do chorume e dos gases gerados; 
• Compostagem e/ou biodigestão anaeróbia dos resíduos orgânicos;
• Coleta seletiva e implantação de instalações de recuperação de resíduos secos; 
• Aproveitamento de rejeitos como combustível derivado dos 
resíduos (CDR), quando viável economicamente;
• Utilização de aterro sanitário licenciado para disposição final 
dos rejeitos dos processos de tratamento dos resíduos.
Social
• Mobilização e participação social;
• Geração de empregos verdes;
• Finalização da presença de catadores e catadoras no lixão, com o fortalecimento 
e a profissionalização das suas organizações (cooperativas ou associações). 
Econômicos
• Utilização, comercialização e doação do composto orgânico;
• Geração de trabalho e renda, principalmente pela contratação de 
organizações de catadores e catadoras como empresas prestadoras 
de serviços públicos no âmbito da coleta seletiva e da triagem;
• Outros benefícios da economia circular das cadeias de reciclagem;
• Receitas acessórias a partir de recicláveis, biogás, CDR ou outros subprodutos;
• Equalização das despesas e das receitas por meio de 
cobrança de taxas, tarifas e preços públicos.
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 27
2.2.5. Passo 5 – Plano de Ação
Após a realização do diagnóstico de toda a situação envolvendo a 
área do lixão e o manejo de resíduos sólidos no município, devem 
ser traçadas as soluções para os desafios encontrados. Essas 
propostas, que irão constar no Plano de Ação, envolverão, por 
exemplo, os modelos de segregação e coleta para as diferentes 
frações de resíduos, as tecnologias para a valorização e a 
disposição final, bem como ações relacionadas aos catadores e 
às catadoras e à recuperação da área degradada. Este Plano deve 
ser elaborado de forma coletiva e participativa com os diferentes 
setores identificados no passo 3, mobilizados conforme estratégia 
definida no passo 4, e diversos aspectos devem ser considerados, 
tais como:
Quadro 5 – Aspectos a serem considerados na elaboração de um Plano de Ação
Aspectos
Ambiental
• Mobilização e participação social;
• Geração de empregos verdes;
• Finalização da presença de catadores e catadoras no lixão, com o fortalecimento e 
a profissionalização das suas organizações (cooperativas ou associações). 
Social
Econômicos
• Intervenções no lixão com requalificação da área degradada;
• Redução dos impactos ambientais no local, com cobertura dos resíduos, sistema de 
drenagem pluvial, sistemas de captação e tratamento do chorume e dos gases gerados; 
• Compostagem e/ou biodigestão anaeróbia dos resíduos orgânicos;
• Coleta seletiva e implantação de instalações de recuperação de resíduos secos; 
• Aproveitamento de rejeitos como combustível derivado dos resíduos (CDR), quando 
viável economicamente;
• Utilização de aterro sanitário licenciado para disposição final dos rejeitos dos pro-
cessos de tratamento dos resíduos.
• Utilização, comercialização e doação do composto orgânico;
• Geração de trabalho e renda, principalmente pela contratação de organizações de 
catadores e catadoras como empresas prestadoras de serviços públicos no âmbito da 
coleta seletiva e da triagem;
• Outros benefícios da economia circular das cadeias de reciclagem;
• Receitas acessórias a partir de recicláveis, biogás, CDR ou outros subprodutos;
• Equalização das despesas e das receitas por meio de cobrança de taxas, tarifas e 
preços públicos.
Elaborado pelos autores e autoras.
Aspectos
Ambiental
• Intervenções no lixão com requalificação da área degradada;
• Redução dos impactos ambientais no local, com cobertura dos 
resíduos, sistema de drenagem pluvial, sistemas de captação 
e tratamento do chorume e dos gases gerados; 
• Compostagem e/ou biodigestão anaeróbia dos resíduos orgânicos;
• Coleta seletiva e implantação de instalações de recuperação de resíduos secos; 
• Aproveitamento de rejeitos como combustível derivado dos 
resíduos (CDR), quando viável economicamente;
• Utilização de aterro sanitário licenciado para disposição final 
dos rejeitos dos processos de tratamento dos resíduos.
Social
• Mobilização e participação social;
• Geração de empregos verdes;
• Finalização da presença de catadores e catadoras no lixão, com o fortalecimento 
e a profissionalização das suas organizações (cooperativas ou associações). 
Econômicos
• Utilização, comercialização e doação do composto orgânico;
• Geração de trabalho e renda, principalmente pela contratação de 
organizações de catadores e catadoras como empresas prestadoras 
de serviços públicos no âmbito da coleta seletiva e da triagem;
• Outros benefícios da economia circular das cadeias de reciclagem;
• Receitas acessórias a partir de recicláveis, biogás, CDR ou outros subprodutos;
• Equalização das despesas e das receitas por meio de 
cobrança de taxas, tarifas e preços públicos.
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 28
Valorização dos resíduos
Em relação à valorização das diferentes frações de resíduos, é importante a análise das tecnologias 
disponíveis, dos processos e das rotas tecnológicas, que poderão ser utilizados para a valorização 
dos resíduos naquele município, para, então, comporem o Plano de Ação. A rota tecnológica é 
o conjunto de processos, tecnologias e fluxos dos resíduos, desde a sua geração até a sua 
disposição final, envolvendo circuitos de coleta de resíduos de forma indiferenciada e diferenciada 
e contemplando tecnologias de tratamento dos resíduos com ou sem valoração energética (JUCÁ 
et al., 2014). 
A escolha dessas alternativas deve ser viável do ponto de vista econômico e apropriada às 
condições existentes de cada município. Você poderá aprender mais sobre o assunto no módulo 
de Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos (presente no curso 
EaD “Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos”, também disponível no portal 
Capacidades), que irá apresentar uma ferramenta para apoio à tomada de decisão referente aos 
custos e às rotas tecnológicas a serem adotadas em um município. Essa viabilidade pode ocorrer, 
também, por meio da associação com outros municípios, por intermédio de um consórcio, que 
possibilita ganho de escala e viabiliza rotas tecnológicas mais sustentáveis. Você aprofundará 
seus estudos no módulo sobre Implementação de Consórcios Públicos de Manejo de RSU deste 
curso. 
A seguir, serão apresentadas algumas alternativas para diferentes frações dos RSUs que podem 
contribuir com o Plano de Ação.
Os RSUs podem ser divididos em três grandes frações: orgânicos, recicláveis secos e rejeitos. Em 
relação à fração de resíduos orgânicos, eles representam, em média, 50% dos resíduos sólidos 
gerados em domicílios, e sua disposição em aterros sanitários acarreta diversos prejuízos, como o 
aumento dos custos com transporte, a geração de chorume, a atração de vetores, a instabilidade 
do corpo do aterro e a geração de gases de efeito estufa* (GEE). 
O módulo sobre Valorização dos Resíduos Orgânicos (presente no curso EaD “Tratamento e 
Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos”, também disponível no portalCapacidades), tratará 
especificamente de práticas biológicas, que não apenas reduzem seu impacto ambiental, como 
também geram recursos secundários.
Com relação à reciclagem de resíduos secos, a PNRS incorpora os conceitos de ciclo de vida dos 
produtos e de logística reversa*, que inclui o retorno dos recicláveis secos, na fase de pós-consumo, 
para a mesma cadeia produtiva ou para outras. No Brasil, as pessoas precursoras desse trabalho 
são os catadores e as catadoras, que, há décadas, recolhem e comercializam materiais recicláveis 
nas ruas da cidade e nos lixões. A PNRS definiu que o poder público municipal deve estabelecer 
sistema de coleta seletiva e apoiar a criação e o fortalecimento de cooperativas e outras formas de 
associação de catadores e catadoras de materiais recicláveis. E a Lei n° 11.445/2007 alterou a Lei 
n° 8.666/1993, que passou a incluir a possibilidade de contratação de organizações de catadores 
e catadoras, dispensada a licitação, para a coleta, o processamento e a comercialização dos 
recicláveis. 
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 29
Os municípios devem, portanto, sempre que possível, realizar a contratação de organizações de 
catadores e catadoras para a prestação desses serviços públicos, com a devida remuneração 
pelas atividades realizadas. Você poderá aprender mais sobre esse processo de incorporação de 
catadores e catadoras ao finalizar o módulo de Planejamento e Implementação da Coleta Seletiva 
(presente no curso EaD “Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos”, também 
disponível no portal Capacidades).
Após a triagem de recicláveis, ainda existirão resíduos não aproveitados nesse processo, mas com 
alto poder calorífico, sendo que, em detrimento de seu encaminhamento para aterros sanitários, 
poderão ser utilizados na recuperação energética. O módulo de Recuperação Energética com Foco 
em Combustíveis Derivados de Resíduos (presente no curso EaD “Tratamento e Valorização de 
Resíduos Sólidos Urbanos”, também disponível no portal Capacidades), abordará essa temática 
com mais detalhes.
O aterro sanitário, segundo a PNRS, é a tecnologia mais adequada de disposição final para a fração 
dos resíduos que não possuem outras alternativas de valorização, ou seja, os rejeitos. Nesse 
sentido, tornam-se extremamente relevantes a separação e o tratamento da maior quantidade de 
resíduos possível (orgânicos e secos) no próprio município, para transportar apenas os rejeitos, 
reduzindo os custos de transporte, do aterramento e os decorrentes impactos ambientais.
Os aterros sanitários são projetados para controlar a poluição gerada pela decomposição dos 
resíduos nele depositados. Além da cobertura dos resíduos, dos sistemas de drenagem pluvial e 
dos sistemas para captação e tratamento do chorume e dos gases gerados, os aterros sanitários 
podem operar com a implantação de camadas de oxidação, com o objetivo de mitigar as emissões 
de GEE por meio da degradação do metano em dióxido de carbono. 
Já para os municípios cujas distâncias sejam muito grandes até o aterro regionalizado, ou onde os 
acessos forem muito dificultados, como, por exemplo, na região Norte do país, há a necessidade de 
se implantar um aterro sanitário local, em situações que podem se enquadrar na NBR 15.849/2010, 
que trata da implantação e da operação de aterros sanitários de pequeno porte (ASPPs). 
Sempre que possível, deve-se priorizar a implantação do aterro em área adjacente ao lixão. Essa 
opção pode ser muito vantajosa, por não criar novos impactos em uma nova área e por facilitar 
a recuperação da área degradada pelo lixão. Isso porque os projetos do aterro e da recuperação 
da área podem ser integrados, com maior racionalidade, menores custos e mais facilidade de 
controle. Essa alternativa também propicia melhor aceitação da comunidade, que acompanha a 
transformação de uma área degradada em uma unidade de tratamento de resíduos, com melhoria 
significativa das condições locais. 
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 30
Figura 8 – Rejeitos: aterro sanitário
 
Elaboração dos autores e autoras.
Mãos à obra!
Faça um levantamento rápido das condições existentes para a valorização 
dos resíduos no seu município. Há iniciativas de compostagem? Se não 
houver, há pessoas interessadas nessa abordagem? Há cooperativas 
de catadores e catadoras no seu município? Tais cooperativas estão 
contratadas pelo poder público? Quem pode comprar os recicláveis na 
região?
Controle dos impactos ambientais e recuperação da área degradada
Uma área onde há a presença de um lixão possivelmente apresenta diversos impactos ambientais 
e sociais, conforme já citado anteriormente. O Plano de Ação, portanto, deve prever, também, uma 
etapa para contemplar a recuperação* da área degradada pelo lixão. Esta recuperação pode ser 
estabelecida por meio de um Plano de Recuperação de uma Área Degradada (PRAD), que, segundo 
a Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo (SÃO PAULO, 2001), 
tem como objetivo principal a adoção de medidas corretivas nessas áreas que possibilitem 
recuperá-las para um uso compatível com as metas estabelecidas a serem atingidas após a 
intervenção.
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 31
Conforme informado no início desta aula, para uma melhor execução de um 
PRAD pelo lixão, sugere-se que sejam consultados documentos específicos 
para este fim. Confira, na lista de materiais complementares desta aula, os 
documentos “Caderno Técnico de Reabilitação de Áreas Degradadas por RSU” 
(FEAM, 2010) e “Gestão e Encerramento de Áreas de Passivos de Resíduos 
Sólidos Urbanos” (SISEMA, 2016).
Saiba mais!
Pós-encerramento do lixão 
• Monitoramento 
A etapa de monitoramento das técnicas de recuperação aplicadas 
na área degradada pelo lixão é fundamental, pois é por meio dessa 
etapa que se comprova a eficiência do PRAD nos meios afetados, 
como o solo, a água e o ar. Em casos de lixões de pequeno porte, 
desde que os resíduos tenham sido de origem domiciliar, o período 
de monitoramento pode chegar a dez anos. Em casos de lixões de 
médio porte, esse prazo pode ser estendido a até 30 anos. E, em 
casos de lixões de grande porte, pode chegar a 50 anos. Novamente, 
é fundamental e estratégico envolver as instituições de ensino e 
pesquisa identificadas no passo 1.
• Uso futuro da área do lixão
Para definição das estratégias e alternativas para usos da área do 
lixão, deve-se ter em mente que o uso da gleba* durante o período 
de recuperação e seu uso futuro deve levar em consideração o 
fato de tratar-se de uma área que ainda está sujeita a processos 
químicos, físicos e biológicos decorrentes da decomposição de 
matéria orgânica por um bom período de tempo. 
Chegamos ao final da aula 2, na qual aprendemos os cinco passos 
iniciais para um processo de encerramento de um lixão. A partir de 
agora, iremos aprender sobre as etapas finais. 
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 32
3. Etapas finais para o encerramento de um lixão
3.1. Passo 6 – Busca de recursos para encerramento do lixão
O processo de encerramento do lixão envolve diversos custos (de investimento 
e operação), e é extremamente importante e necessário incluí-los em todo 
o planejamento. Estes custos devem ter sua sustentabilidade econômica e 
financeira garantida para que os serviços planejados possam ser prestados 
com eficiência e não sofrerem interrupção. 
As fontes de financiamento (para instalação de sistemas ou tecnologias – 
Capex) podem ser buscadas por meio de transferências não onerosas do 
próprio município ou do estado ou da União, como ICMS* Ecológico, Verde ou 
Ambiental, fontes de financiamento onerosas (quando devem ser considerados 
o período de carência, o custo financeiro, o prazo de amortização, o risco 
cambial etc.).
Saiba mais!
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 33
A fonte de financiamento para a operação (Opex) deve ser a cobrança de taxas e/ou tarifas. A 
taxa ou a tarifa de manejo de resíduos, a ser paga pelos munícipes,pode ser calculada em função 
das características habitacionais, da geração proporcional dos resíduos, e pode ter um subsídio 
cruzado para os diferentes níveis de classe e renda. Você aprenderá com detalhes sobre o processo 
de cobrança para os serviços de RSU no próximo Módulo, Sustentabilidade do Serviço Público de 
Manejo de RSU, e, ainda, será disponibilizada uma ferramenta para o cálculo de tarifas. 
Confira, no quadro 6, os fatores que influenciam o custo do encerramento de um lixão.
Quadro 6 – Fatores que influenciam o custo do encerramento de um lixão
FATORES QUE INFLUENCIAM O CUSTO
IMPLANTAÇÃO DE UNIDADE DE TRANSBORDO
• Quando a distância até o aterro sanitário é maior que 30 ou 40 km, pode ser necessário uma 
unidade de transbordo;
• Unidade compartilhada com outros municípios reduz custos.
RECUPERAÇÃO DE RECICLÁVEIS SECOS
• Implantação de coleta seletiva;
• Construção, instalações e operação de central de triagem;
• Contratação de agentes ambientais, priorizando as cooperativas ou associações de catadores;
• Aproveitamento dos resíduos não recicláveis em plantas de recuperação energética.
TRATAMENTO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS
• Implantação de coleta seletiva;
• Construção ou expansão de instalação de compostagem e/ou biodigestão anaeróbia;
• Utilização, doação ou venda potencial do composto e/ou energia;
• Fomento à compostagem doméstica;
• Aproveitamento na forma de biomassa em plantas de recuperação energética.
IMPLANTAÇÃO DE ATERRO SANITÁRIO
• Área adequada (tipo de solo, nível do lençol freático) para implantação do aterro sanitário (vida 
útil de 15 a 30 anos);
• Tipo de aterro: aterro de pequeno porte; aterro em encosta; ou aterro em área plana;
• Tratamento do chorume em ETE existente ou na própria unidade;
• Captura de biogás, com ou sem aproveitamento energético;
• Compartilhamento do aterro com outros municípios (redução dos custos operacionais).
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 34
ENCERRAMENTO E RECUPERAÇÃO DA ÁREA
• Topografia/sondagens/qualidade das águas (superficiais/subterrâneas);
• Implantação de medidas de segurança;
• Isolamento de área;
• Conformação do maciço de resíduos;
• Implantação de sistema de drenagem pluvial externa ao maciço de resíduos conformado;
• Cobertura destes com terra e plantio de grama;
• Execução de avaliação ambiental preliminar e investigação confirmatória (para identificação de 
contaminação);
• Execução de avaliação da contaminação, caso necessário.
Elaboração dos autores e autoras.
3.2. Passo 7 – Plano de Transição
Anteriormente ao encerramento do lixão, e após traçado o 
Plano de Ação, é necessário definir um Plano de Transição, 
que irá identificar e implantar medidas emergenciais de 
todo o processo, as quais visam minimizar os impactos 
ambientais e os impactos sobre a saúde pública 
provocados pelo despejo dos resíduos a céu aberto. 
O Plano de Transição é um instrumento que identifica 
quais as atividades, previstas no Plano de Ação ou não, 
são mais urgentes. Este plano deve contemplar as situações de risco à segurança e à saúde, 
principalmente de quem atua diretamente no lixão. Devem ser considerados os parâmetros de 
riscos iminentes, como acidentes, desmoronamentos, incêndios, segurança da área e das pessoas 
que por ali transitam, entre outras necessidades. As intervenções consideradas emergenciais 
devem ser implantadas enquanto são planejadas e implementadas as soluções definitivas. 
Confira, na lista de materiais complementares deste curso, o documento 
“Plano de Transição entre o Encerramento das Atividades Irregulares do Aterro 
Controlado do Jóquei e a Destinação Final dos Resíduos no Aterro Sanitário 
de Brasília”. Este documento apresenta o Plano de Transição elaborado para 
o encerramento do lixão de Brasília/DF.
Saiba mais!
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 35
Recomenda-se, portanto, que o Plano de Transição contemple as seguintes ações, incluindo 
alterações e melhorias na rotina operacional do lixão neste período que antecede o seu 
encerramento. Lembrando que, como cada caso é único, algumas ações citadas aqui podem não 
ser tão emergenciais, dependendo da condição local, e, ainda, podem ser necessárias outras ações 
prioritárias, de acordo com cada situação:
• Elaboração de levantamento topográfico ou levantamento planialtimétrico, mas que 
aponte as frações de áreas ocupadas por resíduos e, na medida do possível, estime-se a 
espessura das camadas de lixo, especialmente quando reduzidas (menores que 1 m, por 
exemplo), as quais poderão ser passíveis de remoção; 
• Elaboração de projeto básico, um plano de utilização da gleba que indique, minimamente, 
as intervenções a serem feitas, e delimite, por exemplo, as áreas de resíduos que deverão 
ser transferidos para valas ou confinados em um pequeno maciço a ser recoberto por 
terra. Também é importante que sejam indicadas as vias de acesso para os veículos 
coletores, bem como as futuras frentes de trabalho, de forma a disciplinar a deposição 
dos resíduos na gleba;
• Implantação, sempre que possível, de rede de drenagem de chorume e seu encaminhamento 
ao tratamento;
• Implantação de drenos verticais de gases, distanciados de 10 m a 20 m, cujos furos 
poderão ser executados com retroescavadeira e instalação de pneus de automóveis 
inservíveis separados entre si por sarrafos de madeira com Ø > 3 cm;
• Cobertura periódica dos resíduos e cercamento do perímetro;
• Controle de acesso de cargas e pessoas e pesagem dos resíduos, com respectiva análise;
• Alocação de uma pessoa responsável pelo gerenciamento da área, que deverá ser 
devidamente capacitada para a operação e a utilização da área;
• Viabilizar aos catadores e às catadoras trabalho em galpões temporários para recebimento 
do material da coleta seletiva;
• Ações inclusivas para os catadores e as catadoras e/ou cooperativas de catadores e 
catadoras que visem fomentar a atuação destas pessoas.
Mãos à obra!
Pesquise, na internet, mais exemplos de documentos que tragam o Plano 
de Transição de encerramento de um lixão para analisar as peculiaridades 
de cada um, de acordo com as características da área em que se encontrava 
o lixão.
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 36
3.3. Passo 8 – Implementação do Plano de Ação
O passo 8 diz respeito, enfim, à implementação efetiva do Plano de Ação. Um dos aspectos 
mais importantes do processo do encerramento do lixão é buscar a sustentabilidade das ações 
implementadas para evitar retrocessos, os quais podem culminar na reabertura do lixão que havia 
sido encerrado. 
Para se alcançar os objetivos de encerramento do lixão, a disposição dos rejeitos dos diversos 
tipos de tratamentos dos resíduos em aterros, os programas e os projetos de tratamento dos 
resíduos visando ao seu aproveitamento ao máximo, o município necessita contar com:
• Equipe técnica qualificada; 
• Digitalização dos controles de cada etapa do processo, 
na medida do possível; 
• Registro e acompanhamento da evolução do processo; 
• Monitoramento das ações; 
• Procedimentos estruturados, para que o lixão não seja 
reaberto e para que não surja um novo lixão. 
Também é essencial a disponibilidade de recursos financeiros para cobrir os custos de investimento 
e operacionais dos serviços de manejo dos resíduos. 
A falta de recursos humanos e financeiros pode inviabilizar o cumprimento 
dos objetivos dos investimentos realizados, com risco de se perder toda 
a infraestrutura. Por exemplo, um aterro sanitário mal operado por três 
meses pode tornar-se um lixão pela possibilidade de comprometimento 
dos sistemas de drenagem pluvial, das impermeabilizações, dos taludes e 
dos demais sistemas.
Você sabia?
É fundamental, para a sustentabilidade do processo, o acompanhamento das ações por parte dos 
órgãos de controle ambiental, do Poder Legislativo local, dos Ministérios Públicos, do Tribunal de 
Contas, da Defensoria Pública e dos órgãos de regulação. Nesse sentido, esses setores devem ser 
envolvidos desde o início do processo, conforme descritonos passos 2 e 4.
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 37
3.4. Passo 9 – Destinação adequada dos outros resíduos
Em geral, um lixão, além de receber os resíduos sólidos municipais 
dispostos pelo poder público, recebe, também, indiscriminadamente, 
resíduos de origem diversas. A PNRS estabelece o compartilhamento 
das responsabilidades públicas e privadas no âmbito do manejo 
de resíduos sólidos. Esta responsabilidade compartilhada 
engloba fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, 
consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana 
e de manejo de resíduos sólidos.
Sendo assim, para o encerramento efetivo do lixão, cabe ao poder público fiscalizar e acompanhar 
a gestão dos resíduos de responsabilidade do setor privado. 
Boas práticas!
No Distrito Federal, pela Lei nº 5.610/2016, os grandes geradores* passaram 
a ser responsáveis pela destinação dos seus resíduos sólidos (clique aqui 
para saber mais sobre esta lei). A coleta seletiva dos recicláveis secos 
continua sob a responsabilidade do poder público. Iniciativas privadas 
têm surgido para reduzir os rejeitos e tornarem-se pequenos geradores, 
como os restaurantes articulados pelo Instituto Ecozinha (clique aqui 
para conhecer mais sobre essa iniciativa), que ampliaram a reciclagem 
dos resíduos secos e orgânicos, impactando positivamente a redução de 
rejeitos no DF.
No quadro 7, são apresentados os tipos de resíduos de responsabilidade pública, de responsabilidade 
do gerador, e os sujeitos à logística reversa. 
https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2016/11/Grande_Geradores_de_Lixo_Agencia_Brasilia.pdf
https://www.institutoecozinha.org.br/
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 38
Quadro 7 – Resíduos de responsabilidade pública, do gerador e sujeitos à logística reversa
Resíduos sólidos urbanos 
– responsabilidade pública
Resíduos especiais – 
responsabilidade do gerador
Resíduos sujeitos à 
logística reversa
Resíduos sólidos 
domiciliares (RDO)
Resíduos sólidos de 
serviço de saúde (RSS)
Resíduos de pilhas e baterias
Resíduos de limpeza 
urbana (RPU)
Resíduos sólidos de 
construção civil (RCC)
Resíduos de pneus
Resíduos volumosos Resíduos de grandes geradores
Resíduos de óleos lubrificantes 
usados ou contaminados
Resíduos de serviço de transporte
Resíduos de embalagens 
de óleos lubrificantes
Resíduos agrossilvopastoris
Resíduos eletroeletrônicos 
e seus componentes
Resíduos de mineração
Lâmpadas fluorescentes, 
de vapor de sódio e 
mercúrio e luz mista
Resíduos industriais
Resíduos de agrotóxicos 
e embalagens
Resíduos de serviço 
de saneamento
Resíduos de embalagens 
em geral
Medicamentos
Elaboração dos autores e autoras.
Mãos à obra!
Como é feita a gestão de resíduos sólidos do setor privado no seu 
município? Os resíduos da construção civil têm um Plano de Gerenciamento 
específico? Pesquise se já existe uma Política de Gestão Integrada dos 
Resíduos Sólidos municipal ou regional que regulariza essas questões na 
sua cidade.
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 39
3.5. Passo 10 – Monitoramento e avaliação da área do lixão 
encerrado
A etapa de monitoramento e controle da área do lixão encerrado é 
necessária para garantir a boa implementação dos Planos de Ação e 
de Transição. Isto é, para verificar se as intervenções estabelecidas 
no planejamento estão sendo cumpridas; caso não estejam, 
determinar medidas corretivas para obter os resultados desejados. 
Para o devido acompanhamento da evolução das ações de controle, é 
importante a composição de um Grupo de Acompanhamento composto por 
membros da prefeitura, de conselhos municipais – Conselho de Limpeza 
Urbana, do Meio Ambiente, de Saúde, dentre outros – e, eventualmente, 
por membros da comunidade. Além disso, é importante realizar este 
acompanhamento com uma frequência de três, quatro ou seis meses, a 
depender do porte e da situação em que se encontra a área antes ocupada 
pelo lixão.
Saiba mais!
Recomenda-se que o Grupo de Acompanhamento avalie regularmente o nível de alcance dos 
objetivos e das metas estabelecidos no Plano de Ação e no Plano de Recuperação da Área 
Degradada pelo lixão. Caso estas metas não sejam alcançadas, recomenda-se a identificação e a 
avaliação de seus possíveis impactos sobre a área degradada ou em recuperação. 
Para esse monitoramento, a definição de indicadores irá auxiliar na avaliação de desempenho 
técnico-operacional da implementação do Plano de Ação para encerramento do lixão. 
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 40
Além disso, no Plano de Recuperação da Área Degradada pelo lixão, deverão constar claramente 
as ações específicas de monitoramento ambiental. 
A divulgação periódica de um relatório-síntese contendo os resultados desse acompanhamento 
para todos os setores envolvidos no passo 3 deve ser objeto de planejamento no passo 4.
Do ponto de vista social, há de se monitorar de perto qualquer ação de 
invasão ou ocupação da gleba. Recomenda-se a coleta de informações sobre 
as transformações vivenciadas pelos cidadãos moradores do entorno após 
o início do processo de recuperação da área degradada por meio do registro 
periódico de reclamações, dificuldades e problemas, bem como dos avanços 
e das melhorias proporcionadas pelo fim do lixão. Paralelamente, recomenda-
se o monitoramento da saúde dos catadores e das catadoras do lixão e das 
pessoas que moram no entorno, em parceria com a Secretaria de Saúde local, 
especialmente em relação a doenças parasitárias e aquelas relacionadas à 
exposição contínua ao chorume e aos gases gerados no lixão.
Saiba mais!
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 41
4. Considerações finais 
Chegamos ao final do Módulo - Encerramento de Lixões e Próximos Passos. 
Neste módulo, conhecemos algumas das dificuldades enfrentadas pelos 
municípios, que podem resultar em uma gestão de resíduos ineficiente, e, 
consequentemente, na presença de um lixão decorrente da insuficiente 
receita arrecadada para as atividades relacionadas à gestão dos RSUs. 
Conhecemos, também, os riscos ambientais e sociais que enfrentamos 
quando um lixão existe. Com isso, aprendemos sobre a importância que 
o encerramento de um lixão pode gerar para o meio ambiente e para a 
sociedade.
Além disso, conhecemos quais são os desafios normalmente encontrados 
quando um município dá o primeiro passo em direção ao fechamento do 
seu lixão. Ao mesmo tempo, aprendemos quais são as oportunidades 
que surgem com a realização desse projeto e a implementação de uma 
gestão de resíduos adequada para um município, como a criação de novos 
mercados e empregos no campo da reciclagem, a atração de investimentos 
e a redução das emissões de GEE. 
Estudamos, por fim, quais as etapas essenciais que compõem o processo de 
encerramento de um lixão. Por meio dos dez passos apresentados, pudemos 
aprender que são necessários um bom planejamento e o envolvimento da 
sociedade e do poder público para que as iniciativas planejadas prosperem, 
e o quão importante é agregar técnicos e técnicas da área para atuarem no encerramento do lixão 
e auxiliarem nas tomadas de decisões sobre as alternativas de tratamento e disposição final das 
parcelas de RSUs daquele município. Além disso, para que as atividades planejadas possam 
continuar a serem executadas de forma positiva, é essencial que haja sustentabilidade econômica 
e financeira durante e após o fechamento do lixão, pois isso irá viabilizar que o município tenha 
uma gestão de RSU eficiente e sustentável.
Esperamos que este módulo tenha contribuído com os conhecimentos necessários para a 
elaboração do projeto de encerramento do lixão no seu município. Até a próxima!
Mãos à obra!
Agora que você finalizou as aulas do Módulo de Encerramento de Lixões e 
Próximos Passos, vá até a plataforma e faça os exercícios desta aula
 
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 42
Referências
BAHIA. Governo do Estado da Bahia. Secretaria do Meio Ambiente. Instituto do Meio Ambiente e 
Recursos Hídricos.Na trilha com o educador: uma experiência de educação ambiental no Programa 
de Aceleração do Crescimento. Salvador: EGBA, 2015.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; 
altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário Oficial da União, 
Brasília, 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/
l12305.htm. Acesso em: 16 mar. 2020. 
BRASIL. Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020. Atualiza o marco legal do saneamento básico e altera 
a Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, para atribuir à Agência Nacional de Águas e Saneamento 
Básico (ANA) competência para editar normas de referência sobre o serviço de saneamento, 
a Lei nº 10.768, de 19 de novembro de 2003, para alterar o nome e as atribuições do cargo de 
Especialista em Recursos Hídricos, a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, para vedar a prestação 
por contrato de programa dos serviços públicos de que trata o art. 175 da Constituição Federal, 
a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, para aprimorar as condições estruturais do saneamento 
básico no País, a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, para tratar dos prazos para a disposição 
final ambientalmente adequada dos rejeitos, a Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015 (Estatuto 
da Metrópole), para estender seu âmbito de aplicação às microrregiões, e a Lei nº 13.529, de 4 
de dezembro de 2017, para autorizar a União a participar de fundo com a finalidade exclusiva de 
financiar serviços técnicos especializados. Diário Oficial da União, Brasília, 2020. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L14026.htm. Acesso em 21 set. 
2021.
______. Ministério do Meio Ambiente; ICLEI – GOVERNOS LOCAIS PELA SUSTENTABILIDADE Plano 
de Gestão de Resíduos Sólidos: Manual de Orientação. Brasília: MMA; ICLEI, 2012.
______. Ministério do Desenvolvimento Regional. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. 
Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento. 17º Diagnóstico do Manejo de Resíduos 
Sólidos Urbanos 2018. Brasília: SNS/MDR, 2019. 
CASTILHOS JR., A. B. (Coord.). Resíduos sólidos urbanos: aterro sustentável para municípios de 
pequeno porte. Rio de Janeiro: Rima/Abes, 2003.
ISWA – ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS; ABRELPE – ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS. Roteiro para 
encerramento de lixões. São Paulo: ISWA, Abrelpe, 2016.
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 43
JUCÁ, J. F. T. et al. Análise das diversas tecnologias de tratamento e disposição final de resíduos 
sólidos urbanos no Brasil, Europa, Estados Unidos e Japão. Jaboatão dos Guararapes: UFPE; 
BNDES; CCS Gráfica Editora Ltda, 2014.
SÃO PAULO. Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Manual de 
Gerenciamento de Áreas Contaminadas. São Paulo: Cetesb, 2001.
SELURB – SINDICATO NACIONAL DAS EMPRESAS DE LIMPEZA URBANA; PWC – 
PRICEWATERHOUSECOOPERS. Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana. São Paulo: Selurb; 
PwC, 2019. 
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 44
Bibliografia complementar
ABRELPE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS 
ESPECIAIS. Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil 2018/2019. São Paulo: Abrelpe, 2019. 
BAHIA. Governo do Estado da Bahia. Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Termos de referência 
para elaboração de projetos de engenharia e estudos ambientais de obras e serviços de infraestrutura 
de sistemas integrados de destinação final de resíduos sólidos urbanos. Salvador: Sedur-BA, 2013.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Administração Municipal. Manual de Gerenciamento Integrado de 
Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro: Ibam, 2001.
______. Lei nº 12.187, de 9 de dezembro de 2009. Política Nacional sobre Mudança do Clima. Diário 
Oficial da União, Brasília, 2009a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/lei/l12187.htm. Acesso em: 16 mar. 2020.
______. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n° 420, de 30 de dezembro de 2009. Diário 
Oficial da União, Brasília, 2009b. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.
cfm?codlegi=620. Acesso em: 8 mar. 2020.
______. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Instrução 
Normativa nº 4, de 13 de abril de 2011. Diário Oficial da União, Brasília, 2011.
MNCR – MOVIMENTO NACIONAL DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS. Quantos 
catadores existem em atividade no Brasil? São Paulo: MNCR, 2017. Disponível em: http://www.
mncr.org.br/sobre-o-mncr/duvidas-frequentes. Acesso em: 10 maio 2020.
RECESA – REDE NACIONAL DE CAPACITAÇÃO E EXTENSÃO TECNOLÓGICA EM SANEAMENTO 
AMBIENTAL. Resíduos sólidos: projeto, operação e monitoramento de aterros sanitários – guia do 
profissional em treinamento. Belo Horizonte: Recesa, 2008.
REICHERT, G. A. Projeto, operação e monitoramento de aterros sanitários. Caxias do Sul: Universidade 
de Caxias do Sul, 2007. Apostila da disciplina de Gerenciamento de Resíduos de Sólidos II.
UNEP – UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME. Closing an open dumpsite and shifting 
from open dumping to controlled dumping and santary land filling. Geneva: Unep, 2005. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12187.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12187.htm
http://www.mncr.org.br/sobre-o-mncr/duvidas-frequentes
http://www.mncr.org.br/sobre-o-mncr/duvidas-frequentes
Encerramento de Lixões e Próximos Passos 45
Glossário 
CO2eq: significa “equivalente de dióxido de carbono”. É uma medida internacionalmente padronizada 
de quantidade de gases de efeito estufa (GEEs). A equivalência leva em conta o potencial de 
aquecimento global dos gases envolvidos e calcula quanto de CO2 seria emitido se todos os GEEs 
fossem emitidos como esse gás. O dióxido de carbono equivalente é o resultado da multiplicação 
das toneladas emitidas do GEE pelo seu potencial de aquecimento global. Por exemplo, o potencial 
de aquecimento global do gás metano é 21 vezes maior do que o potencial do CO2. Então, dizemos 
que o CO2 equivalente do metano é igual a 21. 
Gases de efeito estufa: constituintes gasosos, naturais ou antrópicos, que, na atmosfera, absorvem 
e reemitem radiação infravermelha. Segundo o Protocolo de Quioto, são eles: dióxido de carbono 
(CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hexafluoreto de enxofre (SF6), acompanhados por duas 
famílias de gases: hidrofluorcarbonos (HFCs) e perfluorcarbonos (PFCs).
Gleba: termo utilizado para delimitar uma área em que se exerce uma atividade.
Grandes geradores: são estabelecimentos que produzem diariamente, em média, mais de 120 
litros de resíduos não recicláveis. Estes estabelecimentos são de uso não residencial; portanto, 
podem ser comércios, empresas de prestação de serviços, terminais rodoviários e aeroportos, por 
exemplo.
ICMS Ecológico: o Ministério do Meio Ambiente define o  ICMS Ecológico como um mecanismo 
tributário que possibilita aos municípios acesso a parcelas maiores do que aquelas às quais eles 
já têm direito, dos recursos financeiros arrecadados pelos estados por meio do Imposto sobre 
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), em razão do atendimento de determinados critérios 
ambientais estabelecidos em leis estaduais. Não é um novo imposto, mas sim a introdução de 
novos critérios de redistribuição de recursos do ICMS, que reflete o nível da atividade econômica 
nos municípios em conjunto com a preservação do meio ambiente.
Chorume: também conhecido como lixiviado, é um líquido de cor escura, gerado a partir da 
decomposição da matéria orgânica existente no lixo, que apresenta alto potencial poluidor da água 
e do solo (BRASIL; ICLEI, 2012).
Logística reversa: a PNRS define a logística reversa como instrumento de desenvolvimento 
econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a 
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento,

Outros materiais