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Módulo Encerramento de Lixões e Próximos Passos AUTORES Ana Bárbara Zanella Andrea Portugal Heliana Kátia Tavares Campos José Alberto da Mata Mendes Júlio Campos Fontes de Alvarenga Luana Sena Maria de Fátima Abreu REVISORES Christiane Dias Pereira Hélinah Cardoso Moreira Jan Janssen Maria Ottilia Bertazi Viana Tupac Borges Petrillo Ficha Técnica Lista de siglas SNIS: Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento RSU: Resíduo sólido urbano PNRS: Política Nacional de Resíduos Sólidos GEE: Gás de efeito estufa NIMBY: Not in my back yard – não no meu quintal CDR: combustível derivado de resíduo PRAD: Plano de Recuperação de Área Degradada ASPP: Aterro sanitário de pequeno porte RDO: Resíduo sólido domiciliar RPU: Resíduo de limpeza urbana RSS: Resíduo sólido de serviço de saúde RCC: Resíduo sólido de construção civil Lista de figuras Figura 1 – Ordem de prioridade na gestão de resíduos ................................ 12 Figura 2 – Impactos causados pela presença de lixões ............................... 14 Figura 3 – Desafios e oportunidades no encerramento de um lixão ............ 16 Figura 4 – Etapas para o encerramento de um lixão ..................................... 18 Figura 5 – Identificação de atores-chave ....................................................... 23 Figura 6 – Processo para identificação de setores, instituições e pessoas a serem envolvidos ............................................................................................. 23 Figura 7 – Programa de Mobilização Social .................................................. 26 Figura 8 – Rejeitos: aterro sanitário ............................................................... 30 Lista de quadros Quadro 1 – Diferenças entre lixão, aterro controlado e aterro sanitário ...... 10 Quadro 2 – Diferença entre resíduo e rejeito e dos impactos de lixão e aterro sanitário ............................................................................................................ 13 Quadro 3 – Perguntas-chave para realizar um diagnóstico no lixão ........... 20 Quadro 4 – Identificação das parcerias estratégicas a serem envolvidas ... 25 Quadro 5 – Aspectos a serem considerados na elaboração de um Plano de Ação .................................................................................................................. 27 Quadro 6 – Fatores que influenciam o custo do encerramento de um lixão 33 Quadro 7 – Resíduos de responsabilidade pública, do gerador e sujeitos à logística reversa ............................................................................................... 38 Sumário Apresentação ..................................................................................... 8 Aula 1 – Aspectos relativos ao encerramento de um lixão .................. 9 1.1. Introdução ............................................................................... 9 1.2. Por que encerrar um lixão? .................................................... 11 1.3. Desafios e oportunidades ...................................................... 15 Aula 2 – Passo a passo para o encerramento de um lixão ................ 17 2.1. Visão geral do processo ........................................................ 17 2.2. Etapas iniciais para o encerramento de um lixão .................... 19 2.2.1. Passo 1 – Suporte técnico ........................................... 19 2.2.2. Passo 2 – Conhecimento da situação existente ............ 19 2.2.3. Passo 3 – Construção conjunta com os setores a serem envolvidos ............................................................................. 22 2.2.4. Passo 4 – Engajamento da comunidade local ............... 25 2.2.5. Passo 5 – Plano de Ação .............................................. 27 3. Etapas finais para o encerramento de um lixão ............................. 32 3.1. Passo 6 – Busca de recursos para encerramento do lixão ...... 32 3.2. Passo 7 – Plano de Transição................................................ 34 3.3. Passo 8 – Implementação do Plano de Ação ......................... 36 3.4. Passo 9 – Destinação adequada dos outros resíduos ............ 37 3.5. Passo 10 – Monitoramento e avaliação da área do lixão encerrado ..................................................................................... 39 4. Considerações finais .................................................................... 41 Referências ...................................................................................... 42 Bibliografia complementar ................................................................ 44 Glossário ......................................................................................... 45 Encerramento de Lixões e Próximos Passos 8 Apresentação Desejamos boas-vindas ao Módulo “Encerramento de Lixões e Próximos Passos” do Curso EaD Fundamentos e Premissas-Chave para a Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos Urbanos. Neste módulo, serão apresentadas informações em relação à disposição final inadequada de resíduos sólidos urbanos (RSUs), também conhecidos como lixões, seu encerramento e próximos passos. Serão abordados os aspectos relativos ao encerramento de um lixão, a importância, os desafios e as oportunidades enfrentados pelo município nesse processo, além de apresentar os preceitos legais que norteiam essa situação - a Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Marco Legal do Saneamento. Identificaremos, também, as principais etapas para o encerramento de um lixão, que irão instigar você a refletir e debater sobre essa situação enfrentada em seu município, tornando-o uma pessoa capaz de identificar e engajar as pessoas envolvidas nesse processo. Ao final deste módulo, você será capaz de: • Reconhecer a importância, os desafios e os benefícios do encerramento de um lixão; • Conhecer as etapas necessárias do processo de encerramento de um lixão; • Conhecer as alternativas adequadas para tratamento e disposição final de RSU. Para que você acompanhe melhor a leitura, inserimos um asterisco (*) nas palavras que estão no glossário, ao final da apostila. Bons estudos! Encerramento de Lixões e Próximos Passos 9 Aula 1 – Aspectos relativos ao encerramento de um lixão 1.1. Introdução Certamente, no seu município, você já se deparou com alguns problemas no gerenciamento dos resíduos sólidos, sejam eles na coleta, sejam na reciclagem, na disposição final ou em outras etapas. Durante as próximas três aulas, iremos estudar sobre a disposição final para estes resíduos, adequada e inadequada, seus impactos e aspectos legais. Mas, antes, precisamos compreender toda a trajetória que os resíduos percorrem, e como o município, tendo a gestão de resíduos como uma competência, pode gerar soluções para os problemas enfrentados. Para que o gerenciamento de resíduos possa ocorrer de forma satisfatória e sustentável, é fundamental que cada município disponha de uma receita adequada para investir nos serviços de limpeza urbana e manejo* de resíduos. E é essa a questão mais desafiadora: de acordo com o diagnóstico de 2018 publicado pelo Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS), a receita arrecadada com os serviços de limpeza urbana e manejo* de resíduos sólidos nos municípios brasileiros, salvo algumas exceções, é insuficiente para manter essas atividades (BRASIL, 2019). Você poderá se aprofundar neste tema no Módulo Sustentabilidade do Serviço Público de Manejo de RSU. Mãos à obra! E no seu município? Pesquise qual a receita arrecadada e as despesas referentes ao gerenciamento de RSU. A receita é suficiente para cobrir os custos? Qual o valor cobrado por domicílio? Agora que compreendemos um pouco melhor sobre essa primeira dificuldade enfrentada pela maioria dos municípios brasileiros, podemos falar das oportunidades na gestão de RSU. Conforme já mencionado no Módulo Fundamentos da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos, a economia circular baseia-se em incorporar osresíduos de volta no processo produtivo para a produção de novos produtos ou matérias-primas. Ou seja, o modelo que estamos acostumados hoje é de uma economia linear, em que a matéria-prima é produzida, consumida e descartada. A economia circular oferece-nos, portanto, a possibilidade de encarar de uma outra forma o gerenciamento dos RSUs, por meio de oportunidades no consumo, na reutilização, na reciclagem e na valorização dos resíduos. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 10 Em se tratando da disposição final de RSU, que será o foco deste módulo, conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (BRASIL, 2010), um local de disposição final ambientalmente adequado caracteriza-se pela distribuição ordenada dos rejeitos em um aterro sanitário. Sendo assim, os locais inadequados de disposição final de resíduos sólidos, que não se enquadram nesta definição, são conhecidos como lixões e aterros controlados. Observe, no quadro comparativo abaixo, as diferenças entre as formas de disposição e destinação de resíduos sólidos. Quadro 1 – Diferenças entre lixão, aterro controlado e aterro sanitário LIXÃO A CÉU ABERTOCRITÉRIOS INADEQUADO ADEQUADO ATERRO SANITÁRIOATERRO CONTROLADO Local da instalação Capacidade Preparação de células Preparação do local Gerenciamento do gás, chorume e cerca Aplicação de cobertura Compactação dos resíduos Local não planejado ou impróprio. Capacidade do local é desconhecida. Não existe. O lixo é disposto indiscriminadamente em área não delimitada. Pouca ou nenhuma preparação. Não há. Cobertura ocasional ou nenhuma. Não há. Condições hidrogeológicas às vezes consideradas. Capacidade às vezes é planejada. Não há, mas a área de trabalho é delimitada; a disposição se dá apenas em áreas designadas. Drenagem das águas superficiais. Não há ou é parcial. Implementação de cobertura irregular. Compactação em alguns casos. Fatores ambientais, comunitários e de custo observados. Capacidade planejada. Desenvolvimento de células individuais, com a área de trabalho bem delimitada e uso gradativo e planejado do espaço. Preparação extensiva do local com regras de engenharia. Existente. Aplicação diária de camadas intermediárias e finais. Compactação dos resíduos. Manutenção de vias de acesso Entrada de resíduos Triagem de resíduos Fechamento Custo Impactos sobre a saúde e o meio ambiente Não há manutenção adequada. Não há controle sobre a quantidade e/ou a composição dos resíduos que chegam. Catação informal. Não ocorre. Baixo custo inicial, alto custo no longo prazo. Grande potencial de incêndios e efeitos adversos sobre a saúde e o meio ambiente. A manutenção é limitada. Controle parcial ou nenhum, mas o resíduo aceito para descarte se limita ao RSU. Catação e comércio controlados. Solo parcialmente compactado e replantio de vegetação. Custo inicial baixo a moderado, alto no longo prazo. Controle parcial dos riscos ambientais, mas com impactos adversos sobre a saúde e o meio ambiente. Implantação e manutenção das vias de acesso. Controle sobre a quantidade e a composição dos rejeitos. Disposições distintas para rejeitos especiais. Não há catação nem comércio de resíduos no local. Fechamento total e gerenciamento pós-fechamento. Implantação, operação e encerramento moderados. Risco controlado dos impactos adversos sobre a saúde e o meio ambiente. Fonte: Adaptado de ISWA/Abrelpe. Saúde desperdiçada: o caso dos lixões (2015) Encerramento de Lixões e Próximos Passos 11 Conforme citamos no início da aula, devido às dificuldades enfrentadas pelos municípios, principalmente pela insuficiente receita arrecadada para a gestão dos RSUs, é bastante comum, no Brasil, a presença de lixões e aterros controlados em muitos municípios, em especial os de pequeno porte (abaixo de 50 mil habitantes). Em 2018, cerca de 15,05 milhões de toneladas foram dispostas em locais inadequados de disposição final de RSU no Brasil (BRASIL, 2019). Essa quantidade de resíduos preencheria cerca de 39 estádios de futebol, como o Morumbi, que possui 154.520 m2 de área e capacidade para 67 mil pessoas. Podemos perceber, portanto, que o Brasil enfrenta alguns obstáculos para alcançar um bom gerenciamento de resíduos sólidos. Neste contexto, este módulo tem como objetivo estabelecer procedimentos e identificar alternativas para o encerramento de lixões. Você sabia? 1.2. Por que encerrar um lixão? A PNRS previu, no ano de sua publicação, que o encerramento de lixões nos municípios brasileiros deveriam acontecer até o ano de 2014. Após algumas prorrogações desse prazo, em 2020, a promulgação da Lei 14.026, também conhecido como o Marco Legal do Saneamento, decretou que: Art. 54. A disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos deverá ser implantada até 31 de dezembro de 2020, exceto para os Municípios que até essa data tenham elaborado plano intermunicipal de resíduos sólidos ou plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos e que disponham de mecanismos de cobrança que garantam sua sustentabilidade econômico-financeira, nos termos do art. 29 da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, para os quais ficam definidos os seguintes prazos: I - até 2 de agosto de 2021, para capitais de Estados e Municípios integrantes de Região Metropolitana (RM) ou de Região Integrada de Desenvolvimento (Ride) de capitais; II - até 2 de agosto de 2022, para Municípios com população superior a 100.000 (cem mil) habitantes no Censo 2010, bem como para Municípios cuja mancha urbana da sede municipal esteja situada a menos de 20 (vinte) quilômetros da fronteira com países limítrofes; Encerramento de Lixões e Próximos Passos 12 III - até 2 de agosto de 2023, para Municípios com população entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes no Censo 2010; e IV - até 2 de agosto de 2024, para Municípios com população inferior a 50.000 (cinquenta mil) habitantes no Censo 2010. Alem disso, um dos objetivos fundamentais estabelecidos pela PNRS é a ordem de prioridade para o gerenciamento dos resíduos, que deixa de ser voluntária e passa a ser obrigatória (BRASIL; ICLEI, 2012). A figura 1 representa a ordem de prioridades, sendo que as ações estabelecidas no topo da pirâmide terão preferência na gestão sustentável dos resíduos. Figura 1 – Ordem de prioridade na gestão de resíduos Elaboração dos autores e autoras. Ou seja, ao focarmos os esforços para encerrar uma área de disposição final inadequada de resíduos sólidos e planejar um outro local, que irá necessitar de grandes empenhos e investimentos econômicos, é essencial que também atuemos na mudança de comportamento dos cidadãos. Esta mudança deverá ocorrer por meio de iniciativas de sensibilização social e influenciará positivamente todas as etapas anteriores do gerenciamento de resíduos. A PNRS também estabelece a diferença entre resíduo e rejeito, o que reforça a importância da valorização dos resíduos, e, consequentemente, da redução na quantidade de rejeito que irá para a disposição final. O quadro a seguir engloba esta diferença e os impactos decorrentes dos lixões e dos aterros sanitários. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 13 Quadro 2 – Diferença entre resíduo e rejeito e dos impactos de lixão e aterro sanitário Quanto à tipologia dos resíduos Tipo Economicamente Destino Rejeito Sem reaproveitamento Disposição final Resíduo Reaproveitamento viável Valorização/reciclagem Quanto à tipologia da disposição final Destino final Impactos Características Lixão Gera impactos Contaminação do solo, da água, disseminação de doenças e emissão do gás metano GEE. A disposição de resíduos em lixões é crime ambiental (Lei nº 9.605), proibida pela Lei nº 12.305. Aterro sanitário Gera impactos mitigáveis Impermeabilizado, controle de emissão de gases, cobertura diária dos resíduos, drenagem do chorume*, possui licença ambiental. Elaboração dos autores e autoras. Os impactos doslixões dependem das condições específicas do terreno, dos tipos de solo e do entorno do local onde está localizado. A figura 2 ilustra os principais problemas causados pela presença de lixões. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 14 Figura 2 – Impactos causados pela presença de lixões A poluição e contaminação do solo, das águas superficiais e subterrâneas devido à disposição dos resíduos no solo e à geração do chorume. A proliferação de vetores transmissores de várias doenças, trazendo risco à saúde. A contribuição significativa para as mudanças climáticas, pois o metano gerado dentro dos lixões e aterros é um Gás de Efeito Estufa (GEE) com potencial de aquecimento global 28 vezes maior que o CO2. A geração de gases, como o metano, que é um excelente combustível e representa risco de incêndios e explosões. A ocorrência de deslizamentos quando os resíduos são lançados em encostas, principalmente em época de chuvas. Impactos sociais, devido à presença de catadores de material reciclável que se encontram em condições insalubres e perigosas de trabalho. Desvalorização da região e das propriedades próximas ao lixão Elaboração dos autores e autoras. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 15 Segundo estudo feito pelo Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana, em parceria com a PricewaterhouseCoopers (SELURB; PWC, 2019), que utilizou a metodologia do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de quantificação de emissões, em 2017, a disposição de resíduos em lixões e aterros controlados foi responsável por lançar na atmosfera cerca de 216 mil toneladas de metano (CH4), o que equivale a cerca de 6 milhões de toneladas de COeq* ao ano. Esse valor é correspondente à poluição anual emitida por 3,2 milhões de automóveis movidos a gasolina. O módulo Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos de Baixa Emissões de Gases de Efeito Estufa (presente no curso EaD “Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos”, também disponível no portal Capacidades) abordará a temática de emissões de GEE e apresentará uma metodologia para este cálculo. Você sabia? 1.3. Desafios e oportunidades Certamente, iniciar o processo de encerramento de um lixão traz consigo muitos desafios. Esses obstáculos tendem a intimidar todas as pessoas envolvidas e dificultar o enfrentamento por parte do município diante dessa situação. É muito comum, por exemplo, que o município depare-se com desafios sociais quando busca extinguir o trabalho de catação nos lixões e estabelecer uma fase de transição para que essas pessoas permaneçam em atividade e com a resistência da população às soluções propostas. Além disso, é necessário que o município viabilize uma solução para os RSUs, priorize a disposição de rejeitos no aterro sanitário e, em muitos casos, recupere a área do antigo lixão. No entanto, igualmente aos desafios apresentados também surgem oportunidades, que podem ser aproveitadas pelo município e pela sociedade durante e após esse processo. Ao se encerrar um lixão, criam-se as oportunidades de envolver a população na gestão dos RSUs, da criação de empregos “verdes” no setor de gestão de resíduos e reciclagem, da criação de novos mercados e as posteriores tributação, geração de empregos e atração de investimentos, da redução dos custos com saúde pública e da redução das emissões ambientais e dos custos externos associados aos lixões (ISWA; ABRELPE, 2016). Encerramento de Lixões e Próximos Passos 16 A figura 3 retrata alguns desafios e oportunidades envolvidos no processo de encerramento de um lixão. Figura 3 – Desafios e oportunidades no encerramento de um lixão ENCERRAMENTO DO LIXÃO Fortalecimento do mercado de reciclagem – novos postos de trabalho. Reconhecimento público pelo comprometimento da administração com o meio ambiente e a saúde. Compartilhamento do aterro com outros municípios reduzindo custos. Maior credibilidade para captar recursos e apoios – Ministério Público, governo estadual e federal e outros. Reconhecimento pelo comprometimento ambiental do gestor. Incorporação dos catadores, com formação, formalização de cooperativas e contratação. Enfrentamento da resistência de segmentos da população às soluções propostas. Busca de recursos para a implantação e operacionalização das propostas. Correção do passivo ambiental com custo cada vez maior para a sua remediação e risco de multas e ações judiciais. OPORTUNIDADES DESAFIOS TRATAMENTO DO CHORUME REJEITO COMPACTADO E RECOBERTO SOLO IMPERMEÁVEL Elaboração dos autores e autoras. É importante lembrar que manter o lixão em funcionamento não é uma opção para o município, e esse problema deve ser solucionado. Mas você não está só! Existem muitas alternativas que vão te ajudar nessa jornada, inclusive a possibilidade de unir esforços por meio de soluções em parcerias com outros municípios em seu entorno. Segundo o Selurb e a PWC (2019), o custo para remediar a poluição gerada por lixões pode chegar a ser 34 vezes mais caro que a destinação adequada. E, de acordo com a ISWA e a Abrelpe (2016), se levarmos em consideração o custo da degradação ambiental e os impactos na saúde, os custos de não se resolver os problemas da gestão de resíduos superam os custos financeiros de alternativas ambientalmente adequadas. Você sabia? Encerramento de Lixões e Próximos Passos 17 Aula 2 – Passo a passo para o encerramento de um lixão 2.1. Visão geral do processo O encerramento de um lixão é um longo processo que exige, primeiramente, comprometimento por parte do município e da sociedade. Este processo acontece por meio de várias etapas e envolve diversos setores da sociedade, sendo necessário um planejamento minucioso para assegurar que os desafios sejam superados e que as oportunidades sejam aproveitadas. Para ter acesso à ferramenta de Financiamentos de Projetos de RSU, clique aqui. Essa ferramenta disponibiliza todas as fontes de financiamento com recursos financeiros para a implementação de projetos de gestão de RSU. Saiba mais! A figura 4 contempla todas as etapas para o encerramento de um lixão. Ao longo desta aula, iremos detalhar cada uma destas etapas. https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiYTA1ZTcwMjAtOWUwOS00OGUyLWFkZmYtZjM3MGRlMDNmNDhhIiwidCI6IjJiMjY2ZmE5LTNmOTMtNGJiMS05ODMwLTYzNDY3NTJmMDNlNCIsImMiOjF9 https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiYTA1ZTcwMjAtOWUwOS00OGUyLWFkZmYtZjM3MGRlMDNmNDhhIiwidCI6IjJiMjY2ZmE5LTNmOTMtNGJiMS05ODMwLTYzNDY3NTJmMDNlNCIsImMiOjF9 Encerramento de Lixões e Próximos Passos 18 Figura 4 – Etapas para o encerramento de um lixão SUPORTE TÉCNICO Identifique profissionais dos órgãos de controle de governo ou contrate profissionais especializados ou instituições que possam assessorar o processo. CONHECIMENTO DA SITUAÇÃO Identifique estudos, informações, diagnósticos, documentos oficiais, entre outros levantamentos, sobre o atual lixão e os resíduos ali dispostos. Identifique os principais problemas existentes no lixão, incluindo estimativa de catadores que atuam na área, população do entorno, riscos ambientais e à saúde. Verifique e catalogue a existência de outros lixões presentes no município. Identifique os aterros sanitários licenciados mais próximos. CONSTRUÇÃO COLETIVA Identifique os responsáveis para cada desafio e compartilhe a responsabilidade das ações com órgãos internos e externos, como Ministério Público, órgão ambiental estadual e Câmara Municipal. Formalize a constituição de equipes de trabalho com as respectivas atividades, metas e cronograma de execução. PARTICIPAÇÃO SOCIAL Envolva a comunidade local, as instituições de ensino, as religiosas, os catadores, os comerciantes e outros no processo. ELABORAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO Escolha o método mais adequado para encerramento e recuperação do lixão. Planeje a disposição dos rejeitos em aterro sanitário (público ou privado), que pode ser municipal ou regional. Planeje a reciclagem de secos e orgânicos e, caso economicamenteviável, a recuperação energética. Estime o invetimento e elabore o cronograma físico-financeiro. Fim dos lixões; aterro sanitário; coleta seletiva; reciclagem de secos e orgânicos; e recuperação energética. CUSTOS ENVOLVIDOS Identifique fatores que influenciam nos custos do encerramento do lixão. PROCESSO DE TRANSIÇÃO Implante as ações emergenciais em relação ao lixão e aos catadores. IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO Destine os rejeitos para aterro sanitário licenciado. Implante e amplie a coleta seletiva, com inclusão dos catadores, além da infraestrutura de triagem. Avalie a aplicabilidade das tecnologias disponíveis: compostagem, biodigestão e recuperação energética. Implante as ações de recuperação da área degradada. DESTINAÇÃO ADEQUADA DOS OUTROS RESÍDUOS Implante políticas específicas para coleta e disposição de resíduos dos grandes geradores, da construção civil, dos serviços de saúde e articule com os responsáveis para implantação da logística reversa. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO Implante um modelo de monitoramento e avaliação das metas e ações do Plano de Ação, avalie os resultados e faça as adequações necessárias. ALUGAR GALPÕES TEMPORÁRIOS Elaboração dos autores e autoras. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 19 2.2. Etapas iniciais para o encerramento de um lixão Agora que você já aprendeu os conceitos gerais e a importância do encerramento de um lixão, iremos passar por todos os passos necessários para o cumprimento dessa missão. 2.2.1. Passo 1 – Suporte técnico O primeiro passo para se iniciar o encerramento de um lixão é identificar pessoas capacitadas para atuar no processo, uma vez que os profissionais e as profissionais são essenciais na elaboração de projetos e programas, com análise crítica da realidade social, cultural, econômica, política, legal, institucional e tecnológica, o que ainda gera fortalecimento institucional do setor de resíduos, contribuindo para garantir a sustentabilidade do processo. É importante destacar as parcerias com instituições de ensino e pesquisa da região, que agregam renomados e renomadas profissionais, bem como recém- formados e recém-formadas, que irão gerar sinergias e trazer bons resultados para este processo. Mãos à obra! Identifique, no seu município ou na sua região, instituições de ensino e empresas que dispõem de pessoas capacitadas para estarem envolvidas no encerramento do lixão. 2.2.2. Passo 2 – Conhecimento da situação existente A etapa de diagnóstico da área afetada pelo lixão é extremamente importante e deve ser minuciosa. É a partir dela que serão planejadas e elaboradas as ações para o encerramento do lixão. Esse diagnóstico focará, principalmente, os seguintes aspectos: • Resíduos depositados; • Área de depósito; • Práticas operacionais do local e impactos ambientais. O quadro a seguir apresenta perguntas-chave para conduzir esta etapa de investigação e conhecimento da situação existente. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 20 Quadro 3 – Perguntas-chave para realizar um diagnóstico no lixão Perguntas-chave – etapa diagnóstico Pesquisa da origem dos resíduos Que tipos e quantidades (gravimetria) de resíduos são destinados ao lixão? Quais são as principais fontes geradoras dos resíduos encaminhados para este lixão? Qual a porcentagem de resíduos que não vai para o lixão? Qual seria a projeção de geração futura de RSU para o município? Levantamento de características do lixão Há mais de um lixão que recebe os resíduos domiciliares do município? Há lixões desativados? Quem destina cada tipo de resíduos ao lixão? Qual a profundidade e o volume da camada de resíduos? Qual a profundidade da água subterrânea encontrada no local? Práticas operacionais do local e avaliação de impactos ambientais (dia a dia e problemas) Infraestrutura: • Há algum tipo de controle de acesso dos resíduos ao local? • Cerca? • Muro? • Há controle de acesso de pessoas ou animais? • Há balança? • Há sistema de armazenamento dos dados da balança? • Há drenagem pluvial? • Há drenagem, coleta e/ou tratamento de chorume? • São realizadas a drenagem e a queima de gases? Operacional: • Há cobertura periódica dos resíduos com solo ou outro material? • Há trabalhadores e trabalhadoras da prefeitura no local? • Prestam quais tipos de serviços? • Há empresa contratada para a disposição final? • Há queima de resíduos? Encerramento de Lixões e Próximos Passos 21 Práticas operacionais do local e avaliação de impactos ambientais (dia a dia e problemas) Social: • Há catadores e catadoras trabalhando no lixão? • Quantas pessoas no total? • Homens? • Mulheres? • Crianças? • Há cidadãos morando no lixão? Zoneamento ambiental e ordenamento territorial: • É próximo de: Residências? • Propriedades rurais? • Cursos d’água? • Captação de água subterrânea? • Área agrícola? • Unidade de conservação? • Área de preservação permanente? • Aeroporto? • Qual a caracterização do solo no local do lixão? • Quem tem a titularidade da área? • Há aterros sanitários próximos para o envio dos rejeitos? Elaboração dos autores e autoras. Assim, é latente a necessidade de uma equipe profissional para o levantamento de processos complexos, com verificações sistemáticas de dados e indicadores. Dados georreferenciados compilados são importantes para a geração de mapas do local, e a análise cruzada de dados busca gerar um diagnóstico que contenha os problemas existentes, suas principais causas, suas repercussões e os setores e as entidades envolvidos. Os resultados obtidos devem ser apresentados e validados com o máximo de setores, órgãos e instituições identificados. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 22 2.2.3. Passo 3 – Construção conjunta com os setores a serem envolvidos 1) Executivo (apoio político), Legislativo (elaboração de regramentos e normas que viabilizem as intervenções) e Judiciário (agente de cobrança das leis ambientais); 2) Órgão de limpeza pública; 3) Órgão de meio ambiente; 4) Rede de assistência social (apoio a catadores e catadoras); 5) Saúde; 6) Educação ambiental; 7) Parceiros privados e associações (Secretaria da Indústria e Comércio, Câmara de Dirigentes Lojistas, Abrelpe - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais etc.); 8) Agentes de controle (Ministério Público e Tribunal de Contas, TC etc.). Uma vez realizado o diagnóstico, é preciso definir as partes intervenientes no processo: O projeto “Por uma Alagoas Mais Verde”, de iniciativa do Ministério Público de Alagoas, resultou no encerramento de 102 lixões no ano de 2018, fomentando a inclusão de catadores e catadoras e firmando Termos de Ajustamento de Conduta para a recuperação das áreas degradadas por lixões em todos os 102 municípios do estado, em parceria com a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) e o apoio do Instituto do Meio Ambiente (IMA) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH). Clique aqui para ler mais sobre este projeto. Você sabia? https://www.mpal.mp.br/projeto-encerramento-dos-lixoes1/ Encerramento de Lixões e Próximos Passos 23 Uma maneira de se identificar os setores, os órgãos e instituições que podem estar envolvidos durante o processo de encerramento do lixão é realizar um exercício com a equipe que está liderando o processo. As pessoas integrantes da equipe deverão responder a algumas perguntas- chave contendo pontos importantes do processo – as questões levantadas na etapa de diagnóstico podem servir de insumo inicial para esta etapa – e identificar setores e atores que podem contribuir com os questionamentos feitos. Após respondidas as perguntas-chave e identificadas as instituições, recomenda-se elaborar um esquema gráfico, conforme a figura 5, em ordem de importância ou necessidade. Essa representação tem o objetivo de fornecer uma visualização de quais instituições e pessoas serão mais presentes e importantes (atores-chave) durante todoo processo, e quais terão papéis secundários e de apoio. Figura 5 – Identificação de atores-chave Ato res Primários Atores-Chaves Ator es Secundários Elaboração dos autores e autoras. Por fim, cabe avaliar como esses atores identificados podem ter relações entre si que fortalecerão as etapas do encerramento do lixão. Esse processo de identificação dos atores está representado na figura 6. Figura 6 – Processo para identificação de setores, instituições e pessoas a serem envolvidos Formular perguntas- chave Indentificar possiveis parcerias Identificação das relações entre estes atores Formular representação das instituições e pessoas identificadas em ordem de importância ou necessidade Elaboração dos autores e autoras. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 24 Uma força-tarefa coordenada pela Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (PDDC/ MPDFT) foi instituída em 2015 e conta com a participação do Ministério Público de Contas e do Ministério Público do Trabalho. Os objetivos do grupo são o intercâmbio de informações, o alinhamento de ações e outras providências relacionadas à desativação do Lixão da Estrutural. Temas como a saúde, a segurança e a inclusão social dos catadores e das catadoras de resíduos também são acompanhados pelo Ministério Público. Você sabia? O quadro 4 apresenta um modelo de planilha ilustrativo, que também pode ser utilizado como ferramenta para apoiar a definição das parcerias estratégicas a atuarem durante o processo de encerramento do lixão. Este quadro ajuda a reconhecer os setores e as entidades que poderão ser acionados de acordo com os principais problemas identificados no diagnóstico. Por exemplo, em relação à atuação dos catadores e das catadoras, poderiam ser envolvidos para debater e planejar esse assunto o órgão gestor de RSU, os órgãos relacionados à saúde, à educação e à comunicação, além de organizações não governamentais (ONGs), igrejas e ações comunitárias da sociedade civil. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 25 Quadro 4 – Identificação das parcerias estratégicas a serem envolvidas Atuação de catadores Proximidade de moradias Incidência de doenças relacionadas a vetores Necessidade de local para aterro Falta de capacidade técnica e operacional Identificação de problemas Órgãos e entidades envolvidas Baixa sustentabilidade financeira Destinação de outros tipos de resíduos Pouco compromis- so e responsabili- zação dos muníci- pes Ó rg ão s m un ic ip ai s co m in te rf ac e co m e nc er ra m en to li xã o E nt id ad es d a so ci ed ad e ci vi l Órgão gestor de RSU Administração Orçamento e finanças Planejamento e ordenamento territorial Saúde Desenvol. Social Agricultura Educação Comunicação ONGs Clubes Associação do setor privado Igrejas e associações religiosas Associações comunitárias Elaborado pelos autores e autoras. 2.2.4. Passo 4 – Engajamento da comunidade local A ação individual de cada pessoa na redução da geração, na separação dos diferentes tipos de resíduos, na sua disposição para as coletas convencional e seletiva nos dias e horas previstos é determinante para garantir o sucesso do manejo adequado dos resíduos no município. É necessário que a população compreenda a importância do encerramento do lixão e da correta disposição dos rejeitos em aterro sanitário. Pode haver resistências da comunidade, principalmente daquela presente no entorno da área escolhida para implantar o aterro sanitário, caso o aterro seja estabelecido no próprio município (conhecido mundialmente como efeito NIMBY – not in my back yard; não no meu quintal). As pessoas, em geral, têm dificuldade de entender as grandes diferenças entre um aterro sanitário e um lixão, e podem achar que o lixão só está mudando de local e que a sua vizinhança será muito impactada negativamente. Visitas técnicas ao lixão e ao aterro sanitário (inclusive na fase de obras), com representantes dos setores identificados no passo 3, podem ser programadas, por exemplo. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 26 Além de ações pontuais, como campanhas e eventos, é necessário o planejamento de ações contínuas, incrementadas periodicamente, de forma a garantir o comprometimento efetivo da população com as soluções propostas. Um Programa de Mobilização Social, que vise a um impacto em toda a sociedade local, deve planejar ações em quatro frentes, segundo Bahia (2015): comunicação, educação, mobilização e organização. A figura 7 exemplifica cada uma das etapas para um Programa de Mobilização Social. Figura 7 – Programa de Mobilização Social Comunicação Educação Cultura Organização Participação A participação dos cidadãos nos cuidados com os resíduos gerados em suas residências, nos ambientes de trabalho e de ensino, no comércio e na vida cotidiana, separando e dispondo adequadamente os materiais para a coleta, é fundamental. 1 3 42Comunicação: Informação, por meio de instrumentos diversos (folhetos, faixas, vídeos) com divulgação em redes sociais e nos meios de comunicação de massa, sem deixar de lado a comunicação direta, porta a porta, corpo a corpo. Cultura/Motivação: A arte é um instrumento importante de promoção da mudança cultural, de comportamento para adoção de novas práticas. Pelo uso de esquetes teatrais, música, atividades lúdicas, pode-se obter o envolvimento e motivação para promover um processo bem-sucedido de engajamento social. Organização: Cooperação institucional, articulação de parcerias e institucionalização dos processos de participação são as palavras-chave. Implica em identificar líderes, mapear associações comunitárias, clubes de serviços e escolas. Educação: O foco é gerar conhecimento, conscientização, com conteúdos mais simplificados para uns, mais aprofundados para outros, num processo permanente de capacitação. Para os processos educativos, pode-se articular com escolas locais ou realizar seminários, treinamentos, cursos e produzir materiais educativos. O Programa de Mobilização e Engajamento engloba: Elaborado pelos autores e autoras. Mãos à obra! Considerando o envolvimento da sociedade estudado neste item, reflita e elabore ideias-chave sobre como envolver a sociedade em uma das temáticas de resíduos sólidos de seu município; por exemplo, na separação adequada, em casa, para a coleta seletiva. 2.2.5. Passo 5 – Plano de Ação Após a realização do diagnóstico de toda a situação envolvendo a área do lixão e o manejo de resíduos sólidos no município, devem ser traçadas as soluções para os desafios encontrados. Essas propostas, que irão constar no Plano de Ação, envolverão, por exemplo, os modelos de segregação e coleta para as diferentes frações de resíduos, as tecnologias para a valorização e a disposição final, bem como ações relacionadas aos catadores e às catadoras e à recuperação da área degradada. Este Plano deve ser elaborado de forma coletiva e participativa com os diferentes setores identificados no passo 3, mobilizados conforme estratégia definida no passo 4, e diversos aspectos devem ser considerados, tais como: Quadro 5 – Aspectos a serem considerados na elaboração de um Plano de Ação Aspectos Ambiental • Mobilização e participação social; • Geração de empregos verdes; • Finalização da presença de catadores e catadoras no lixão, com o fortalecimento e a profissionalização das suas organizações (cooperativas ou associações). Social Econômicos • Intervenções no lixão com requalificação da área degradada; • Redução dos impactos ambientais no local, com cobertura dos resíduos, sistema de drenagem pluvial, sistemas de captação e tratamento do chorume e dos gases gerados; • Compostagem e/ou biodigestão anaeróbia dos resíduos orgânicos; • Coleta seletiva e implantação de instalações de recuperação de resíduos secos; • Aproveitamento de rejeitos como combustível derivado dos resíduos(CDR), quando viável economicamente; • Utilização de aterro sanitário licenciado para disposição final dos rejeitos dos pro- cessos de tratamento dos resíduos. • Utilização, comercialização e doação do composto orgânico; • Geração de trabalho e renda, principalmente pela contratação de organizações de catadores e catadoras como empresas prestadoras de serviços públicos no âmbito da coleta seletiva e da triagem; • Outros benefícios da economia circular das cadeias de reciclagem; • Receitas acessórias a partir de recicláveis, biogás, CDR ou outros subprodutos; • Equalização das despesas e das receitas por meio de cobrança de taxas, tarifas e preços públicos. Elaborado pelos autores e autoras. Aspectos Ambiental • Intervenções no lixão com requalificação da área degradada; • Redução dos impactos ambientais no local, com cobertura dos resíduos, sistema de drenagem pluvial, sistemas de captação e tratamento do chorume e dos gases gerados; • Compostagem e/ou biodigestão anaeróbia dos resíduos orgânicos; • Coleta seletiva e implantação de instalações de recuperação de resíduos secos; • Aproveitamento de rejeitos como combustível derivado dos resíduos (CDR), quando viável economicamente; • Utilização de aterro sanitário licenciado para disposição final dos rejeitos dos processos de tratamento dos resíduos. Social • Mobilização e participação social; • Geração de empregos verdes; • Finalização da presença de catadores e catadoras no lixão, com o fortalecimento e a profissionalização das suas organizações (cooperativas ou associações). Econômicos • Utilização, comercialização e doação do composto orgânico; • Geração de trabalho e renda, principalmente pela contratação de organizações de catadores e catadoras como empresas prestadoras de serviços públicos no âmbito da coleta seletiva e da triagem; • Outros benefícios da economia circular das cadeias de reciclagem; • Receitas acessórias a partir de recicláveis, biogás, CDR ou outros subprodutos; • Equalização das despesas e das receitas por meio de cobrança de taxas, tarifas e preços públicos. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 27 2.2.5. Passo 5 – Plano de Ação Após a realização do diagnóstico de toda a situação envolvendo a área do lixão e o manejo de resíduos sólidos no município, devem ser traçadas as soluções para os desafios encontrados. Essas propostas, que irão constar no Plano de Ação, envolverão, por exemplo, os modelos de segregação e coleta para as diferentes frações de resíduos, as tecnologias para a valorização e a disposição final, bem como ações relacionadas aos catadores e às catadoras e à recuperação da área degradada. Este Plano deve ser elaborado de forma coletiva e participativa com os diferentes setores identificados no passo 3, mobilizados conforme estratégia definida no passo 4, e diversos aspectos devem ser considerados, tais como: Quadro 5 – Aspectos a serem considerados na elaboração de um Plano de Ação Aspectos Ambiental • Mobilização e participação social; • Geração de empregos verdes; • Finalização da presença de catadores e catadoras no lixão, com o fortalecimento e a profissionalização das suas organizações (cooperativas ou associações). Social Econômicos • Intervenções no lixão com requalificação da área degradada; • Redução dos impactos ambientais no local, com cobertura dos resíduos, sistema de drenagem pluvial, sistemas de captação e tratamento do chorume e dos gases gerados; • Compostagem e/ou biodigestão anaeróbia dos resíduos orgânicos; • Coleta seletiva e implantação de instalações de recuperação de resíduos secos; • Aproveitamento de rejeitos como combustível derivado dos resíduos (CDR), quando viável economicamente; • Utilização de aterro sanitário licenciado para disposição final dos rejeitos dos pro- cessos de tratamento dos resíduos. • Utilização, comercialização e doação do composto orgânico; • Geração de trabalho e renda, principalmente pela contratação de organizações de catadores e catadoras como empresas prestadoras de serviços públicos no âmbito da coleta seletiva e da triagem; • Outros benefícios da economia circular das cadeias de reciclagem; • Receitas acessórias a partir de recicláveis, biogás, CDR ou outros subprodutos; • Equalização das despesas e das receitas por meio de cobrança de taxas, tarifas e preços públicos. Elaborado pelos autores e autoras. Aspectos Ambiental • Intervenções no lixão com requalificação da área degradada; • Redução dos impactos ambientais no local, com cobertura dos resíduos, sistema de drenagem pluvial, sistemas de captação e tratamento do chorume e dos gases gerados; • Compostagem e/ou biodigestão anaeróbia dos resíduos orgânicos; • Coleta seletiva e implantação de instalações de recuperação de resíduos secos; • Aproveitamento de rejeitos como combustível derivado dos resíduos (CDR), quando viável economicamente; • Utilização de aterro sanitário licenciado para disposição final dos rejeitos dos processos de tratamento dos resíduos. Social • Mobilização e participação social; • Geração de empregos verdes; • Finalização da presença de catadores e catadoras no lixão, com o fortalecimento e a profissionalização das suas organizações (cooperativas ou associações). Econômicos • Utilização, comercialização e doação do composto orgânico; • Geração de trabalho e renda, principalmente pela contratação de organizações de catadores e catadoras como empresas prestadoras de serviços públicos no âmbito da coleta seletiva e da triagem; • Outros benefícios da economia circular das cadeias de reciclagem; • Receitas acessórias a partir de recicláveis, biogás, CDR ou outros subprodutos; • Equalização das despesas e das receitas por meio de cobrança de taxas, tarifas e preços públicos. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 28 Valorização dos resíduos Em relação à valorização das diferentes frações de resíduos, é importante a análise das tecnologias disponíveis, dos processos e das rotas tecnológicas, que poderão ser utilizados para a valorização dos resíduos naquele município, para, então, comporem o Plano de Ação. A rota tecnológica é o conjunto de processos, tecnologias e fluxos dos resíduos, desde a sua geração até a sua disposição final, envolvendo circuitos de coleta de resíduos de forma indiferenciada e diferenciada e contemplando tecnologias de tratamento dos resíduos com ou sem valoração energética (JUCÁ et al., 2014). A escolha dessas alternativas deve ser viável do ponto de vista econômico e apropriada às condições existentes de cada município. Você poderá aprender mais sobre o assunto no módulo de Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos (presente no curso EaD “Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos”, também disponível no portal Capacidades), que irá apresentar uma ferramenta para apoio à tomada de decisão referente aos custos e às rotas tecnológicas a serem adotadas em um município. Essa viabilidade pode ocorrer, também, por meio da associação com outros municípios, por intermédio de um consórcio, que possibilita ganho de escala e viabiliza rotas tecnológicas mais sustentáveis. Você aprofundará seus estudos no módulo sobre Implementação de Consórcios Públicos de Manejo de RSU deste curso. A seguir, serão apresentadas algumas alternativas para diferentes frações dos RSUs que podem contribuir com o Plano de Ação. Os RSUs podem ser divididos em três grandes frações: orgânicos, recicláveis secos e rejeitos. Em relação à fração de resíduos orgânicos, eles representam, em média, 50% dos resíduos sólidos gerados em domicílios, e sua disposição em aterros sanitários acarreta diversos prejuízos, como o aumento dos custos com transporte, a geração de chorume, a atração de vetores, a instabilidade do corpo do aterro e a geração de gases de efeito estufa* (GEE). O módulo sobre Valorização dos Resíduos Orgânicos (presente no curso EaD “Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos”, também disponível no portalCapacidades), tratará especificamente de práticas biológicas, que não apenas reduzem seu impacto ambiental, como também geram recursos secundários. Com relação à reciclagem de resíduos secos, a PNRS incorpora os conceitos de ciclo de vida dos produtos e de logística reversa*, que inclui o retorno dos recicláveis secos, na fase de pós-consumo, para a mesma cadeia produtiva ou para outras. No Brasil, as pessoas precursoras desse trabalho são os catadores e as catadoras, que, há décadas, recolhem e comercializam materiais recicláveis nas ruas da cidade e nos lixões. A PNRS definiu que o poder público municipal deve estabelecer sistema de coleta seletiva e apoiar a criação e o fortalecimento de cooperativas e outras formas de associação de catadores e catadoras de materiais recicláveis. E a Lei n° 11.445/2007 alterou a Lei n° 8.666/1993, que passou a incluir a possibilidade de contratação de organizações de catadores e catadoras, dispensada a licitação, para a coleta, o processamento e a comercialização dos recicláveis. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 29 Os municípios devem, portanto, sempre que possível, realizar a contratação de organizações de catadores e catadoras para a prestação desses serviços públicos, com a devida remuneração pelas atividades realizadas. Você poderá aprender mais sobre esse processo de incorporação de catadores e catadoras ao finalizar o módulo de Planejamento e Implementação da Coleta Seletiva (presente no curso EaD “Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos”, também disponível no portal Capacidades). Após a triagem de recicláveis, ainda existirão resíduos não aproveitados nesse processo, mas com alto poder calorífico, sendo que, em detrimento de seu encaminhamento para aterros sanitários, poderão ser utilizados na recuperação energética. O módulo de Recuperação Energética com Foco em Combustíveis Derivados de Resíduos (presente no curso EaD “Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos”, também disponível no portal Capacidades), abordará essa temática com mais detalhes. O aterro sanitário, segundo a PNRS, é a tecnologia mais adequada de disposição final para a fração dos resíduos que não possuem outras alternativas de valorização, ou seja, os rejeitos. Nesse sentido, tornam-se extremamente relevantes a separação e o tratamento da maior quantidade de resíduos possível (orgânicos e secos) no próprio município, para transportar apenas os rejeitos, reduzindo os custos de transporte, do aterramento e os decorrentes impactos ambientais. Os aterros sanitários são projetados para controlar a poluição gerada pela decomposição dos resíduos nele depositados. Além da cobertura dos resíduos, dos sistemas de drenagem pluvial e dos sistemas para captação e tratamento do chorume e dos gases gerados, os aterros sanitários podem operar com a implantação de camadas de oxidação, com o objetivo de mitigar as emissões de GEE por meio da degradação do metano em dióxido de carbono. Já para os municípios cujas distâncias sejam muito grandes até o aterro regionalizado, ou onde os acessos forem muito dificultados, como, por exemplo, na região Norte do país, há a necessidade de se implantar um aterro sanitário local, em situações que podem se enquadrar na NBR 15.849/2010, que trata da implantação e da operação de aterros sanitários de pequeno porte (ASPPs). Sempre que possível, deve-se priorizar a implantação do aterro em área adjacente ao lixão. Essa opção pode ser muito vantajosa, por não criar novos impactos em uma nova área e por facilitar a recuperação da área degradada pelo lixão. Isso porque os projetos do aterro e da recuperação da área podem ser integrados, com maior racionalidade, menores custos e mais facilidade de controle. Essa alternativa também propicia melhor aceitação da comunidade, que acompanha a transformação de uma área degradada em uma unidade de tratamento de resíduos, com melhoria significativa das condições locais. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 30 Figura 8 – Rejeitos: aterro sanitário Elaboração dos autores e autoras. Mãos à obra! Faça um levantamento rápido das condições existentes para a valorização dos resíduos no seu município. Há iniciativas de compostagem? Se não houver, há pessoas interessadas nessa abordagem? Há cooperativas de catadores e catadoras no seu município? Tais cooperativas estão contratadas pelo poder público? Quem pode comprar os recicláveis na região? Controle dos impactos ambientais e recuperação da área degradada Uma área onde há a presença de um lixão possivelmente apresenta diversos impactos ambientais e sociais, conforme já citado anteriormente. O Plano de Ação, portanto, deve prever, também, uma etapa para contemplar a recuperação* da área degradada pelo lixão. Esta recuperação pode ser estabelecida por meio de um Plano de Recuperação de uma Área Degradada (PRAD), que, segundo a Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo (SÃO PAULO, 2001), tem como objetivo principal a adoção de medidas corretivas nessas áreas que possibilitem recuperá-las para um uso compatível com as metas estabelecidas a serem atingidas após a intervenção. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 31 Conforme informado no início desta aula, para uma melhor execução de um PRAD pelo lixão, sugere-se que sejam consultados documentos específicos para este fim. Confira, na lista de materiais complementares desta aula, os documentos “Caderno Técnico de Reabilitação de Áreas Degradadas por RSU” (FEAM, 2010) e “Gestão e Encerramento de Áreas de Passivos de Resíduos Sólidos Urbanos” (SISEMA, 2016). Saiba mais! Pós-encerramento do lixão • Monitoramento A etapa de monitoramento das técnicas de recuperação aplicadas na área degradada pelo lixão é fundamental, pois é por meio dessa etapa que se comprova a eficiência do PRAD nos meios afetados, como o solo, a água e o ar. Em casos de lixões de pequeno porte, desde que os resíduos tenham sido de origem domiciliar, o período de monitoramento pode chegar a dez anos. Em casos de lixões de médio porte, esse prazo pode ser estendido a até 30 anos. E, em casos de lixões de grande porte, pode chegar a 50 anos. Novamente, é fundamental e estratégico envolver as instituições de ensino e pesquisa identificadas no passo 1. • Uso futuro da área do lixão Para definição das estratégias e alternativas para usos da área do lixão, deve-se ter em mente que o uso da gleba* durante o período de recuperação e seu uso futuro deve levar em consideração o fato de tratar-se de uma área que ainda está sujeita a processos químicos, físicos e biológicos decorrentes da decomposição de matéria orgânica por um bom período de tempo. Chegamos ao final da aula 2, na qual aprendemos os cinco passos iniciais para um processo de encerramento de um lixão. A partir de agora, iremos aprender sobre as etapas finais. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 32 3. Etapas finais para o encerramento de um lixão 3.1. Passo 6 – Busca de recursos para encerramento do lixão O processo de encerramento do lixão envolve diversos custos (de investimento e operação), e é extremamente importante e necessário incluí-los em todo o planejamento. Estes custos devem ter sua sustentabilidade econômica e financeira garantida para que os serviços planejados possam ser prestados com eficiência e não sofrerem interrupção. As fontes de financiamento (para instalação de sistemas ou tecnologias – Capex) podem ser buscadas por meio de transferências não onerosas do próprio município ou do estado ou da União, como ICMS* Ecológico, Verde ou Ambiental, fontes de financiamento onerosas (quando devem ser considerados o período de carência, o custo financeiro, o prazo de amortização, o risco cambial etc.). Saiba mais! Encerramento de Lixões e Próximos Passos 33 A fonte de financiamento para a operação (Opex) deve ser a cobrança de taxas e/ou tarifas. A taxa ou a tarifa de manejo de resíduos, a ser paga pelos munícipes,pode ser calculada em função das características habitacionais, da geração proporcional dos resíduos, e pode ter um subsídio cruzado para os diferentes níveis de classe e renda. Você aprenderá com detalhes sobre o processo de cobrança para os serviços de RSU no próximo Módulo, Sustentabilidade do Serviço Público de Manejo de RSU, e, ainda, será disponibilizada uma ferramenta para o cálculo de tarifas. Confira, no quadro 6, os fatores que influenciam o custo do encerramento de um lixão. Quadro 6 – Fatores que influenciam o custo do encerramento de um lixão FATORES QUE INFLUENCIAM O CUSTO IMPLANTAÇÃO DE UNIDADE DE TRANSBORDO • Quando a distância até o aterro sanitário é maior que 30 ou 40 km, pode ser necessário uma unidade de transbordo; • Unidade compartilhada com outros municípios reduz custos. RECUPERAÇÃO DE RECICLÁVEIS SECOS • Implantação de coleta seletiva; • Construção, instalações e operação de central de triagem; • Contratação de agentes ambientais, priorizando as cooperativas ou associações de catadores; • Aproveitamento dos resíduos não recicláveis em plantas de recuperação energética. TRATAMENTO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS • Implantação de coleta seletiva; • Construção ou expansão de instalação de compostagem e/ou biodigestão anaeróbia; • Utilização, doação ou venda potencial do composto e/ou energia; • Fomento à compostagem doméstica; • Aproveitamento na forma de biomassa em plantas de recuperação energética. IMPLANTAÇÃO DE ATERRO SANITÁRIO • Área adequada (tipo de solo, nível do lençol freático) para implantação do aterro sanitário (vida útil de 15 a 30 anos); • Tipo de aterro: aterro de pequeno porte; aterro em encosta; ou aterro em área plana; • Tratamento do chorume em ETE existente ou na própria unidade; • Captura de biogás, com ou sem aproveitamento energético; • Compartilhamento do aterro com outros municípios (redução dos custos operacionais). Encerramento de Lixões e Próximos Passos 34 ENCERRAMENTO E RECUPERAÇÃO DA ÁREA • Topografia/sondagens/qualidade das águas (superficiais/subterrâneas); • Implantação de medidas de segurança; • Isolamento de área; • Conformação do maciço de resíduos; • Implantação de sistema de drenagem pluvial externa ao maciço de resíduos conformado; • Cobertura destes com terra e plantio de grama; • Execução de avaliação ambiental preliminar e investigação confirmatória (para identificação de contaminação); • Execução de avaliação da contaminação, caso necessário. Elaboração dos autores e autoras. 3.2. Passo 7 – Plano de Transição Anteriormente ao encerramento do lixão, e após traçado o Plano de Ação, é necessário definir um Plano de Transição, que irá identificar e implantar medidas emergenciais de todo o processo, as quais visam minimizar os impactos ambientais e os impactos sobre a saúde pública provocados pelo despejo dos resíduos a céu aberto. O Plano de Transição é um instrumento que identifica quais as atividades, previstas no Plano de Ação ou não, são mais urgentes. Este plano deve contemplar as situações de risco à segurança e à saúde, principalmente de quem atua diretamente no lixão. Devem ser considerados os parâmetros de riscos iminentes, como acidentes, desmoronamentos, incêndios, segurança da área e das pessoas que por ali transitam, entre outras necessidades. As intervenções consideradas emergenciais devem ser implantadas enquanto são planejadas e implementadas as soluções definitivas. Confira, na lista de materiais complementares deste curso, o documento “Plano de Transição entre o Encerramento das Atividades Irregulares do Aterro Controlado do Jóquei e a Destinação Final dos Resíduos no Aterro Sanitário de Brasília”. Este documento apresenta o Plano de Transição elaborado para o encerramento do lixão de Brasília/DF. Saiba mais! Encerramento de Lixões e Próximos Passos 35 Recomenda-se, portanto, que o Plano de Transição contemple as seguintes ações, incluindo alterações e melhorias na rotina operacional do lixão neste período que antecede o seu encerramento. Lembrando que, como cada caso é único, algumas ações citadas aqui podem não ser tão emergenciais, dependendo da condição local, e, ainda, podem ser necessárias outras ações prioritárias, de acordo com cada situação: • Elaboração de levantamento topográfico ou levantamento planialtimétrico, mas que aponte as frações de áreas ocupadas por resíduos e, na medida do possível, estime-se a espessura das camadas de lixo, especialmente quando reduzidas (menores que 1 m, por exemplo), as quais poderão ser passíveis de remoção; • Elaboração de projeto básico, um plano de utilização da gleba que indique, minimamente, as intervenções a serem feitas, e delimite, por exemplo, as áreas de resíduos que deverão ser transferidos para valas ou confinados em um pequeno maciço a ser recoberto por terra. Também é importante que sejam indicadas as vias de acesso para os veículos coletores, bem como as futuras frentes de trabalho, de forma a disciplinar a deposição dos resíduos na gleba; • Implantação, sempre que possível, de rede de drenagem de chorume e seu encaminhamento ao tratamento; • Implantação de drenos verticais de gases, distanciados de 10 m a 20 m, cujos furos poderão ser executados com retroescavadeira e instalação de pneus de automóveis inservíveis separados entre si por sarrafos de madeira com Ø > 3 cm; • Cobertura periódica dos resíduos e cercamento do perímetro; • Controle de acesso de cargas e pessoas e pesagem dos resíduos, com respectiva análise; • Alocação de uma pessoa responsável pelo gerenciamento da área, que deverá ser devidamente capacitada para a operação e a utilização da área; • Viabilizar aos catadores e às catadoras trabalho em galpões temporários para recebimento do material da coleta seletiva; • Ações inclusivas para os catadores e as catadoras e/ou cooperativas de catadores e catadoras que visem fomentar a atuação destas pessoas. Mãos à obra! Pesquise, na internet, mais exemplos de documentos que tragam o Plano de Transição de encerramento de um lixão para analisar as peculiaridades de cada um, de acordo com as características da área em que se encontrava o lixão. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 36 3.3. Passo 8 – Implementação do Plano de Ação O passo 8 diz respeito, enfim, à implementação efetiva do Plano de Ação. Um dos aspectos mais importantes do processo do encerramento do lixão é buscar a sustentabilidade das ações implementadas para evitar retrocessos, os quais podem culminar na reabertura do lixão que havia sido encerrado. Para se alcançar os objetivos de encerramento do lixão, a disposição dos rejeitos dos diversos tipos de tratamentos dos resíduos em aterros, os programas e os projetos de tratamento dos resíduos visando ao seu aproveitamento ao máximo, o município necessita contar com: • Equipe técnica qualificada; • Digitalização dos controles de cada etapa do processo, na medida do possível; • Registro e acompanhamento da evolução do processo; • Monitoramento das ações; • Procedimentos estruturados, para que o lixão não seja reaberto e para que não surja um novo lixão. Também é essencial a disponibilidade de recursos financeiros para cobrir os custos de investimento e operacionais dos serviços de manejo dos resíduos. A falta de recursos humanos e financeiros pode inviabilizar o cumprimento dos objetivos dos investimentos realizados, com risco de se perder toda a infraestrutura. Por exemplo, um aterro sanitário mal operado por três meses pode tornar-se um lixão pela possibilidade de comprometimento dos sistemas de drenagem pluvial, das impermeabilizações, dos taludes e dos demais sistemas. Você sabia? É fundamental, para a sustentabilidade do processo, o acompanhamento das ações por parte dos órgãos de controle ambiental, do Poder Legislativo local, dos Ministérios Públicos, do Tribunal de Contas, da Defensoria Pública e dos órgãos de regulação. Nesse sentido, esses setores devem ser envolvidos desde o início do processo, conforme descritonos passos 2 e 4. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 37 3.4. Passo 9 – Destinação adequada dos outros resíduos Em geral, um lixão, além de receber os resíduos sólidos municipais dispostos pelo poder público, recebe, também, indiscriminadamente, resíduos de origem diversas. A PNRS estabelece o compartilhamento das responsabilidades públicas e privadas no âmbito do manejo de resíduos sólidos. Esta responsabilidade compartilhada engloba fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. Sendo assim, para o encerramento efetivo do lixão, cabe ao poder público fiscalizar e acompanhar a gestão dos resíduos de responsabilidade do setor privado. Boas práticas! No Distrito Federal, pela Lei nº 5.610/2016, os grandes geradores* passaram a ser responsáveis pela destinação dos seus resíduos sólidos (clique aqui para saber mais sobre esta lei). A coleta seletiva dos recicláveis secos continua sob a responsabilidade do poder público. Iniciativas privadas têm surgido para reduzir os rejeitos e tornarem-se pequenos geradores, como os restaurantes articulados pelo Instituto Ecozinha (clique aqui para conhecer mais sobre essa iniciativa), que ampliaram a reciclagem dos resíduos secos e orgânicos, impactando positivamente a redução de rejeitos no DF. No quadro 7, são apresentados os tipos de resíduos de responsabilidade pública, de responsabilidade do gerador, e os sujeitos à logística reversa. https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2016/11/Grande_Geradores_de_Lixo_Agencia_Brasilia.pdf https://www.institutoecozinha.org.br/ Encerramento de Lixões e Próximos Passos 38 Quadro 7 – Resíduos de responsabilidade pública, do gerador e sujeitos à logística reversa Resíduos sólidos urbanos – responsabilidade pública Resíduos especiais – responsabilidade do gerador Resíduos sujeitos à logística reversa Resíduos sólidos domiciliares (RDO) Resíduos sólidos de serviço de saúde (RSS) Resíduos de pilhas e baterias Resíduos de limpeza urbana (RPU) Resíduos sólidos de construção civil (RCC) Resíduos de pneus Resíduos volumosos Resíduos de grandes geradores Resíduos de óleos lubrificantes usados ou contaminados Resíduos de serviço de transporte Resíduos de embalagens de óleos lubrificantes Resíduos agrossilvopastoris Resíduos eletroeletrônicos e seus componentes Resíduos de mineração Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e luz mista Resíduos industriais Resíduos de agrotóxicos e embalagens Resíduos de serviço de saneamento Resíduos de embalagens em geral Medicamentos Elaboração dos autores e autoras. Mãos à obra! Como é feita a gestão de resíduos sólidos do setor privado no seu município? Os resíduos da construção civil têm um Plano de Gerenciamento específico? Pesquise se já existe uma Política de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos municipal ou regional que regulariza essas questões na sua cidade. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 39 3.5. Passo 10 – Monitoramento e avaliação da área do lixão encerrado A etapa de monitoramento e controle da área do lixão encerrado é necessária para garantir a boa implementação dos Planos de Ação e de Transição. Isto é, para verificar se as intervenções estabelecidas no planejamento estão sendo cumpridas; caso não estejam, determinar medidas corretivas para obter os resultados desejados. Para o devido acompanhamento da evolução das ações de controle, é importante a composição de um Grupo de Acompanhamento composto por membros da prefeitura, de conselhos municipais – Conselho de Limpeza Urbana, do Meio Ambiente, de Saúde, dentre outros – e, eventualmente, por membros da comunidade. Além disso, é importante realizar este acompanhamento com uma frequência de três, quatro ou seis meses, a depender do porte e da situação em que se encontra a área antes ocupada pelo lixão. Saiba mais! Recomenda-se que o Grupo de Acompanhamento avalie regularmente o nível de alcance dos objetivos e das metas estabelecidos no Plano de Ação e no Plano de Recuperação da Área Degradada pelo lixão. Caso estas metas não sejam alcançadas, recomenda-se a identificação e a avaliação de seus possíveis impactos sobre a área degradada ou em recuperação. Para esse monitoramento, a definição de indicadores irá auxiliar na avaliação de desempenho técnico-operacional da implementação do Plano de Ação para encerramento do lixão. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 40 Além disso, no Plano de Recuperação da Área Degradada pelo lixão, deverão constar claramente as ações específicas de monitoramento ambiental. A divulgação periódica de um relatório-síntese contendo os resultados desse acompanhamento para todos os setores envolvidos no passo 3 deve ser objeto de planejamento no passo 4. Do ponto de vista social, há de se monitorar de perto qualquer ação de invasão ou ocupação da gleba. Recomenda-se a coleta de informações sobre as transformações vivenciadas pelos cidadãos moradores do entorno após o início do processo de recuperação da área degradada por meio do registro periódico de reclamações, dificuldades e problemas, bem como dos avanços e das melhorias proporcionadas pelo fim do lixão. Paralelamente, recomenda- se o monitoramento da saúde dos catadores e das catadoras do lixão e das pessoas que moram no entorno, em parceria com a Secretaria de Saúde local, especialmente em relação a doenças parasitárias e aquelas relacionadas à exposição contínua ao chorume e aos gases gerados no lixão. Saiba mais! Encerramento de Lixões e Próximos Passos 41 4. Considerações finais Chegamos ao final do Módulo - Encerramento de Lixões e Próximos Passos. Neste módulo, conhecemos algumas das dificuldades enfrentadas pelos municípios, que podem resultar em uma gestão de resíduos ineficiente, e, consequentemente, na presença de um lixão decorrente da insuficiente receita arrecadada para as atividades relacionadas à gestão dos RSUs. Conhecemos, também, os riscos ambientais e sociais que enfrentamos quando um lixão existe. Com isso, aprendemos sobre a importância que o encerramento de um lixão pode gerar para o meio ambiente e para a sociedade. Além disso, conhecemos quais são os desafios normalmente encontrados quando um município dá o primeiro passo em direção ao fechamento do seu lixão. Ao mesmo tempo, aprendemos quais são as oportunidades que surgem com a realização desse projeto e a implementação de uma gestão de resíduos adequada para um município, como a criação de novos mercados e empregos no campo da reciclagem, a atração de investimentos e a redução das emissões de GEE. Estudamos, por fim, quais as etapas essenciais que compõem o processo de encerramento de um lixão. Por meio dos dez passos apresentados, pudemos aprender que são necessários um bom planejamento e o envolvimento da sociedade e do poder público para que as iniciativas planejadas prosperem, e o quão importante é agregar técnicos e técnicas da área para atuarem no encerramento do lixão e auxiliarem nas tomadas de decisões sobre as alternativas de tratamento e disposição final das parcelas de RSUs daquele município. Além disso, para que as atividades planejadas possam continuar a serem executadas de forma positiva, é essencial que haja sustentabilidade econômica e financeira durante e após o fechamento do lixão, pois isso irá viabilizar que o município tenha uma gestão de RSU eficiente e sustentável. Esperamos que este módulo tenha contribuído com os conhecimentos necessários para a elaboração do projeto de encerramento do lixão no seu município. Até a próxima! Mãos à obra! Agora que você finalizou as aulas do Módulo de Encerramento de Lixões e Próximos Passos, vá até a plataforma e faça os exercícios desta aula Encerramento de Lixões e Próximos Passos 42 Referências BAHIA. Governo do Estado da Bahia. Secretaria do Meio Ambiente. Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos.Na trilha com o educador: uma experiência de educação ambiental no Programa de Aceleração do Crescimento. Salvador: EGBA, 2015. BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/ l12305.htm. Acesso em: 16 mar. 2020. BRASIL. Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020. Atualiza o marco legal do saneamento básico e altera a Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, para atribuir à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) competência para editar normas de referência sobre o serviço de saneamento, a Lei nº 10.768, de 19 de novembro de 2003, para alterar o nome e as atribuições do cargo de Especialista em Recursos Hídricos, a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, para vedar a prestação por contrato de programa dos serviços públicos de que trata o art. 175 da Constituição Federal, a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, para aprimorar as condições estruturais do saneamento básico no País, a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, para tratar dos prazos para a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, a Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole), para estender seu âmbito de aplicação às microrregiões, e a Lei nº 13.529, de 4 de dezembro de 2017, para autorizar a União a participar de fundo com a finalidade exclusiva de financiar serviços técnicos especializados. Diário Oficial da União, Brasília, 2020. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L14026.htm. Acesso em 21 set. 2021. ______. Ministério do Meio Ambiente; ICLEI – GOVERNOS LOCAIS PELA SUSTENTABILIDADE Plano de Gestão de Resíduos Sólidos: Manual de Orientação. Brasília: MMA; ICLEI, 2012. ______. Ministério do Desenvolvimento Regional. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento. 17º Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos 2018. Brasília: SNS/MDR, 2019. CASTILHOS JR., A. B. (Coord.). Resíduos sólidos urbanos: aterro sustentável para municípios de pequeno porte. Rio de Janeiro: Rima/Abes, 2003. ISWA – ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS; ABRELPE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS. Roteiro para encerramento de lixões. São Paulo: ISWA, Abrelpe, 2016. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 43 JUCÁ, J. F. T. et al. Análise das diversas tecnologias de tratamento e disposição final de resíduos sólidos urbanos no Brasil, Europa, Estados Unidos e Japão. Jaboatão dos Guararapes: UFPE; BNDES; CCS Gráfica Editora Ltda, 2014. SÃO PAULO. Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas. São Paulo: Cetesb, 2001. SELURB – SINDICATO NACIONAL DAS EMPRESAS DE LIMPEZA URBANA; PWC – PRICEWATERHOUSECOOPERS. Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana. São Paulo: Selurb; PwC, 2019. Encerramento de Lixões e Próximos Passos 44 Bibliografia complementar ABRELPE – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS. Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil 2018/2019. São Paulo: Abrelpe, 2019. BAHIA. Governo do Estado da Bahia. Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Termos de referência para elaboração de projetos de engenharia e estudos ambientais de obras e serviços de infraestrutura de sistemas integrados de destinação final de resíduos sólidos urbanos. Salvador: Sedur-BA, 2013. BRASIL. Instituto Brasileiro de Administração Municipal. Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro: Ibam, 2001. ______. Lei nº 12.187, de 9 de dezembro de 2009. Política Nacional sobre Mudança do Clima. Diário Oficial da União, Brasília, 2009a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2009/lei/l12187.htm. Acesso em: 16 mar. 2020. ______. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n° 420, de 30 de dezembro de 2009. Diário Oficial da União, Brasília, 2009b. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre. cfm?codlegi=620. Acesso em: 8 mar. 2020. ______. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Instrução Normativa nº 4, de 13 de abril de 2011. Diário Oficial da União, Brasília, 2011. MNCR – MOVIMENTO NACIONAL DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS. Quantos catadores existem em atividade no Brasil? São Paulo: MNCR, 2017. Disponível em: http://www. mncr.org.br/sobre-o-mncr/duvidas-frequentes. Acesso em: 10 maio 2020. RECESA – REDE NACIONAL DE CAPACITAÇÃO E EXTENSÃO TECNOLÓGICA EM SANEAMENTO AMBIENTAL. Resíduos sólidos: projeto, operação e monitoramento de aterros sanitários – guia do profissional em treinamento. Belo Horizonte: Recesa, 2008. REICHERT, G. A. Projeto, operação e monitoramento de aterros sanitários. Caxias do Sul: Universidade de Caxias do Sul, 2007. Apostila da disciplina de Gerenciamento de Resíduos de Sólidos II. UNEP – UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME. Closing an open dumpsite and shifting from open dumping to controlled dumping and santary land filling. Geneva: Unep, 2005. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12187.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12187.htm http://www.mncr.org.br/sobre-o-mncr/duvidas-frequentes http://www.mncr.org.br/sobre-o-mncr/duvidas-frequentes Encerramento de Lixões e Próximos Passos 45 Glossário CO2eq: significa “equivalente de dióxido de carbono”. É uma medida internacionalmente padronizada de quantidade de gases de efeito estufa (GEEs). A equivalência leva em conta o potencial de aquecimento global dos gases envolvidos e calcula quanto de CO2 seria emitido se todos os GEEs fossem emitidos como esse gás. O dióxido de carbono equivalente é o resultado da multiplicação das toneladas emitidas do GEE pelo seu potencial de aquecimento global. Por exemplo, o potencial de aquecimento global do gás metano é 21 vezes maior do que o potencial do CO2. Então, dizemos que o CO2 equivalente do metano é igual a 21. Gases de efeito estufa: constituintes gasosos, naturais ou antrópicos, que, na atmosfera, absorvem e reemitem radiação infravermelha. Segundo o Protocolo de Quioto, são eles: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hexafluoreto de enxofre (SF6), acompanhados por duas famílias de gases: hidrofluorcarbonos (HFCs) e perfluorcarbonos (PFCs). Gleba: termo utilizado para delimitar uma área em que se exerce uma atividade. Grandes geradores: são estabelecimentos que produzem diariamente, em média, mais de 120 litros de resíduos não recicláveis. Estes estabelecimentos são de uso não residencial; portanto, podem ser comércios, empresas de prestação de serviços, terminais rodoviários e aeroportos, por exemplo. ICMS Ecológico: o Ministério do Meio Ambiente define o ICMS Ecológico como um mecanismo tributário que possibilita aos municípios acesso a parcelas maiores do que aquelas às quais eles já têm direito, dos recursos financeiros arrecadados pelos estados por meio do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), em razão do atendimento de determinados critérios ambientais estabelecidos em leis estaduais. Não é um novo imposto, mas sim a introdução de novos critérios de redistribuição de recursos do ICMS, que reflete o nível da atividade econômica nos municípios em conjunto com a preservação do meio ambiente. Chorume: também conhecido como lixiviado, é um líquido de cor escura, gerado a partir da decomposição da matéria orgânica existente no lixo, que apresenta alto potencial poluidor da água e do solo (BRASIL; ICLEI, 2012). Logística reversa: a PNRS define a logística reversa como instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento,
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