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•Crimes Licitatórios •Lei 14.133/21 • Prof. Ms Mauro Sturmer • @prof.maurosturmer •@prof.maurosturmer 2 Apresentação • Lei 14.133/21 • Art. 193. Revogam-se: • I - os arts. 89 a 108 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, na data de publicação desta Lei; • II - a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, e os arts. 1º a 47-A da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, após decorridos 2 (dois) anos da publicação oficial desta Lei. • Art. 194. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. • 1º de abril de 2021 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm#art89 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10520.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12462.htm#art1 • Por que uma preocupação em tipificar crimes licitatórios? • Contrações pública – fonte de corrupção (não só no Brasil) • Convenções internacionais – preocupação internacional • Convenção de Mérida • Complaince • Hierarquia do TI • Pelo viés de que o combate a corrupção traz o benefício de melhores direitos sociais, poderíamos pensar que haveria um viés de direitos humanos nesses TI (o que poderia lhe atribuir um status superlegal) DECRETO Nº 5.687, DE 31 DE JANEIRO DE 2006. Promulga a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, adotada pela Assembléia-Geral das Nações Unidas em 31 de outubro de 2003 e assinada pelo Brasil em 9 de dezembro de 2003. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC 5.687-2006?OpenDocument • A finalidade da presente Convenção é: • a) Promover e fortalecer as medidas para prevenir e combater mais eficaz e eficientemente a corrupção; • b) Promover, facilitar e apoiar a cooperação internacional e a assistência técnica na prevenção e na luta contra a corrupção, incluída a recuperação de ativos; • c) Promover a integridade, a obrigação de render contas e a devida gestão dos assuntos e dos bens públicos. • Artigo 8 • Códigos de conduta para funcionários públicos • 1. Com o objetivo de combater a corrupção, cada Estado Parte, em conformidade com os princípios fundamentais de seu ordenamento jurídico, promoverá, entre outras coisas, a integridade, a honestidade e a responsabilidade entre seus funcionários públicos. • 2. Em particular, cada Estado Parte procurará aplicar, em seus próprios ordenamentos institucionais e jurídicos, códigos ou normas de conduta para o correto, honroso e devido cumprimento das funções públicas. • Artigo 11 • Medidas relativas ao poder judiciário e ao ministério público • 1. Tendo presentes a independência do poder judiciário e seu papel decisivo na luta contra a corrupção, cada Estado Parte, em conformidade com os princípios fundamentais de seu ordenamento jurídico e sem menosprezar a independência do poder judiciário, adotará medidas para reforçar a integridade e evitar toda oportunidade de corrupção entre os membros do poder judiciário. Tais medidas poderão incluir normas que regulem a conduta dos membros do poder judiciário. • 2. Poderão formular-se e aplicar-se no ministério público medidas com idêntico fim às adotadas no parágrafo 1 do presente Artigo nos Estados Partes em que essa instituição não forme parte do poder judiciário mas goze de independência análoga. • Artigo 12 • Setor Privado • 1. Cada Estado Parte, em conformidade com os princípios fundamentais de sua legislação interna, adotará medidas para prevenir a corrupção e melhorar as normas contábeis e de auditoria no setor privado, assim como, quando proceder, prever sanções civis, administrativas ou penais eficazes, proporcionadas e dissuasivas em caso de não cumprimento dessas medidas. • Artigo 65 • Aplicação da Convenção • 1. Cada Estado Parte adotará, em conformidade com os princípios fundamentais de sua legislação interna, as medidas que sejam necessárias, incluídas medidas legislativas e administrativas, para garantir o cumprimento de suas obrigações de acordo com a presente Convenção. • 2. Cada Estado Parte poderá adotar medidas mais estritas ou severas que as previstas na presente Convenção a fim de prevenir e combater a corrupção. Nivelamento de Direito e Processo Penal 1. Direito de Punir (?) 2. Qual a finalidade do direito Penal? 3. Espécies de Infrações Penais 4. Aplicação da Lei Penal 5. Crime (Fato Típico, ilícito e culpável) 1. Preceito Primário (verbos etc) e Secundário do Tipo Penal* 2. Aplicação da Pena 3. Sujeito Ativo e Passivos do delito 4. Elementos Subjetivos 6. Iter criminis 7. Consumação e Tentativa (nem todos os crimes admitem) 1. Classificação dos Crimes quanto ao momento consumativo 8. Sanções Penais Homicídio simples • Art. 121. Matar alguém: • Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Persecução penal • O caminho a ser percorrido pelo Estado para exercer seu direito de punir: 1ª etapa – extraprocessual – inquisitiva – inquérito. 2ª etapa – judicial – contraditória – Processo • Crime material: • Crime Formal: • Crime de Mera Conduta: Elemento Subjetivo • Dolo • Culpa Nivelamento de Direito e Processo Penal 1. Sujeito Ativo e Passivo do Crime 2. Ações Penais 3. Competência em Matéria Criminal • Art. 193. Revogam-se: • I - os arts. 89 a 108 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, na data de publicação desta Lei; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm#art89 • Do Processo e do Procedimento Judicial • (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) • Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la. • Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência • Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas. • Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes verificarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia. • Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal. • Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da data do seu interrogatório, podendo juntar documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que pretenda produzir • Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegações finais. • Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença. Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cinco) dias. • Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal Processo no CPP - Linha do Tempo °IP °Ação Penal °Sentença ° Recurso Aspectos negativos dos crimes da Lei 8666/93 • Todos punidos com Detenção • Não há possibilidade de regime fechado • Não se pode usar a interceptação telefônica • Apenas dois admitiam a prisão preventiva (?) • Nenhum crime admite prisão temporária (?) • Apenas dois crimes possuem prazo prescricional de 12 anos Prisão Preventiva •Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. • Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. • § 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares • § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. • Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: • I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; • II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto- Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; • III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689Compilado.htm#art312... https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art64i •Alteração Legislativa promovida pela Lei 14.133/21 • Todos os crimes são novos? • Não. • Alguns vieram da Lei 8.666/93, mas tiveram uma redação melhorada pelo legislador (ponto positivo) • Houve um maior rigorismo no preceito secundário. • Os crimes eram de detenção (semi-aberto). Agora reclusão (fechado) • Diferenças • Houve uma novatio legis in pejus.....Consequência? • Não pode retroagir.. • Devemos respeitar os fatos pretéritos. • Em regra não admitem mais as medidas despenalizadoras • Suspensão do Processo e ANPP • Reclusão e detenção • Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. • § 1º - Considera-se: • a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; • b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; • c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. • § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: • a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; • b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; • c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. • Lei 9.296/96 • Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: • I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; • II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; • III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Novatio Legis • Art. 5, XL, CF - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; • Art. 2º do CP - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) • Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) • http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art2 Medidas Despenalizadoras • Lei 9.099/95 • Composição Civil dos Danos • Transação Penal • Suspensão Condicional do Processo • ANPP • Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: Princípio da Continuidade Normativo Típica • Temos 11 tipos penais acrescidos ao CP • Criou-se um novo delito • Os demais reproduziu-se o crime agora no CP • Alterou-se o tipo de pena • Aumentou-se as penas • Mudança na aplicação da pena de multa Lei 8.666/93 Código Penal Brasileiro Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) § 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) § 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capítulo seguirá a metodologia de cálculo prevista neste Código e não poderá ser inferior a 2% (dois por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com contratação direta. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 Pena de Multa nos Crimes Licitatórios • Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. • § 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. • § 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. • Pagamento da multa • Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais. • § 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do condenado quando: • a) aplicada isoladamente; • b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; • c) concedida a suspensão condicional da pena. • § 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art49 Pena de Multa nos Crimes Licitatórios • Conversão da Multa e revogação • Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória,a multa será executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) • Suspensão da execução da multa • Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art2 •Os crimes são Normas Penais em Branco • Continuaram usando a Lei 8.666/93 •Agora não há mais dúvida de que a Parte Geral do CP será usada. • A exemplo do art. 33, § 4 do CP (reparação do dano para progressão de regime) • Art. 33, § 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.763.htm#art33%C2%A74 Conceitos necessários para entender os crimes • Conceito de Licitação • O que é administração pública • Agente público (mais restrito que o conceito do CP – importante para o crime próprio) • Autoridade • Contratante • Contratado • Licitante • Conceito de Funcionário Público • Perda do Cargo do Funcionário Público que for condenado por crime licitatório • Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se: • I - órgão: unidade de atuação integrante da estrutura da Administração Pública; • II - entidade: unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; • III - Administração Pública: administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e as fundações por ele instituídas ou mantidas; • IV - Administração: órgão ou entidade por meio do qual a Administração Pública atua; • V - agente público: indivíduo que, em virtude de eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, exerce mandato, cargo, emprego ou função em pessoa jurídica integrante da Administração Pública; • VI - autoridade: agente público dotado de poder de decisão; • VII - contratante: pessoa jurídica integrante da Administração Pública responsável pela contratação; • VIII - contratado: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pessoas jurídicas, signatária de contrato com a Administração; • IX - licitante: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pessoas jurídicas, que participa ou manifesta a intenção de participar de processo licitatório, sendo-lhe equiparável, para os fins desta Lei, o fornecedor ou o prestador de serviço que, em atendimento à solicitação da Administração, oferece proposta; 1) Para a configuração do delito tipificado no artigo 89 da Lei 8.666/1993, é indispensável a comprovação do dolo específico do agente em causar dano ao erário, bem como do prejuízo à administração pública. 2) O artigo 89 da Lei 8.666/1993 revogou o inciso XI do artigo 1º do Decreto-Lei 201/1967, devendo, portanto, ser aplicado às condutas típicas praticadas por prefeitos após sua vigência. 3) A condição de agente político (cargo de prefeito) é elementar do tipo penal descrito no caput do artigo 89 da Lei 8.666/1993, não podendo, portanto, ser sopesada como circunstância judicial desfavorável. 4) O crime do artigo 90 da Lei 8.666/1993 é formal e prescinde da existência de prejuízo ao erário, haja vista que o dano se revela pela simples quebra do caráter competitivo entre os licitantes interessados em contratar, causada pela frustração ou pela fraude no procedimento licitatório. 5) O crime previsto no artigo 90 da Lei 8.666/1993 classifica-se como comum, não se exigindo do sujeito ativo nenhuma característica específica, podendo ser praticado por qualquer pessoa que participe do certame. 6) É possível a incidência da agravante genérica prevista no artigo 61, II, g, do Código Penal, no crime de fraude em licitação, quando violado dever inerente à função pública, circunstância que não integra o tipo previsto no artigo 90 da Lei 8.666/1993. 7) É possível o concurso de crimes entre os delitos do artigo 90 (fraudar o caráter competitivo do procedimento licitatório) com o do artigo 96, inciso I (fraudar licitação mediante elevação arbitraria dos preços), da Lei de Licitações, pois tutelam objetos distintos, afastando-se, portanto, o princípio da absorção. 8) Em relação ao delito previsto no artigo 90 da Lei 8.666/1993, o termo inicial para contagem do prazo prescricional deve ser a data em que o contrato administrativo foi efetivamente assinado. 9) É idônea a valorização negativa da culpabilidade do agente pelo fato de exercer cargo de prefeito ao cometer os crimes previstos nos artigo 90 e artigo 92 da Lei 8.666/1993, dada a lisura e a ética que se esperam de um representante do interesse público. 10) O delito do artigo 93 da Lei 8.666/1993 somente se tipifica se as condutas nele previstas forem praticadas no curso do procedimento licitatório. 11) A fraude na licitação para fins de contratação de serviço não está abrangida pelo tipo penal previsto no artigo 96 da Lei 8.666/1993, uma vez que apresenta hipóteses estreitas de penalidade, não podendo haver interpretação extensiva em prejuízo do réu, à luz do princípio penal da taxatividade. 12) As infrações penais tipificadas na Lei n. 8.666/1993 não são meio necessário ou fase preparatória ou de execução para a prática de crimes de responsabilidade de prefeitos (artigo 1º da Decreto-Lei 201/1976), tratando-se de delitos autônomos e distintos, a tutelar bens jurídicos diversos, não sendo possível a aplicação do princípio da consunção. 13) À luz do sistema constitucional acusatório e dos princípios do contraditório e da ampla defesa, a norma contida no artigo 400 do Código de Processo Penal - CPP (com redação dada pela Lei 11.719/2008), que prevê a realização do interrogatório ao final da instrução criminal, é de observância obrigatória no âmbito dos procedimentos especiais, não havendo que se falar em afronta ao rito procedimental previsto no artigo 104 da Lei de Licitações. 14) Compete à Justiça Castrense processar e julgar os crimes licitatórios praticados por militar contra patrimônio sujeito à administração militar (artigo 9º do Código Penal Militar - CPM). Agravante do art. 61, II, “g” do CP • Circunstâncias agravantes • Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime • I - a reincidência; • II - ter o agente cometido o crime: • g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; Qual é o órgão jurisdicional competente para processar e julgar os crimes descritos na Lei nº 14.133/21? • Justiça Estadual, salvo quando as infrações penais violar a bens, interesse ou serviço da União, suas autarquias ou empresas públicas, ocasião que o feito será processado e julgado na Justiça Federal, nos exatos termos do art. 109, IV, da Constituição Federal. Possível ser julgado na JM? • Sim. Com a alteração promovida pela Lei 13491/17 no Código Penal Militar, diploma legal responsável por criar o crime militar por extensão (crime militar previsto na legislação penal comum), é correto dizer que atualmente a Justiça Militar é competente para processar e julgar crime cometido por militar em detrimento da Administração Militar, nos exatos termos do art. 9º, II, “e”, do Código Penal Militar. Eis um interessante julgado do Superior Tribunal de Justiça sobre o tema: • Art. 9º do CPM: Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: • II - os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando praticados: • e) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar. • CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA.PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME CONTRA A LEI DE LICITAÇÕES PRATICADO POR MILITAR EM SITUAÇÃO DE ATIVIDADE CONTRA PATRIMÔNIO SOB A ADMINISTRAÇÃO MILITAR. SUPERVENIÊNCIA DA LEI N.º 13.491/2017. AMPLIAÇÃO DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA CASTRENSE. APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO. PRINCÍPIO DO TEMPUS REGIT ACTUM. SENTENÇA DE MÉRITO NÃO PROFERIDA. NÃO APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA PERPETUATIO JURISDICTIONIS. CONFLITO CONHECIDO PARA DECLARAR COMPETENTE O JUÍZO SUSCITANTE. • 1. Hipótese em que a controvérsia apresentada cinge-se à definição do Juízo competente para processar e julgar crime praticado, em tese, por militar em situação de atividade contra patrimônio sob a administração militar antes do advento da Lei n.º 13.491/2017. • 2. A Lei n.º 13.491/2017 promoveu alteração na própria definição de crime militar, o que permite identificar a natureza material do regramento, mas também ampliou, por via reflexa, de modo substancial, a competência da Justiça Militar, o que constitui matéria de natureza processual. É importante registrar que, como a lei pode ter caráter híbrido em temas relativos ao aspecto penal, a aplicação para fatos praticados antes de sua vigência somente será cabível em benefício do réu, conforme o disposto no art. 2.º, § 1.º, do Código Penal Militar e no art. 5.º, inciso XL, da Constituição da República. Por sua vez, no que concerne às questões de índole puramente processual - hipótese dos autos -, o novo regramento terá aplicação imediata, em observância ao princípio do tempus regit actum. • 3. Tratando-se de competência absoluta em razão da matéria e considerando que ainda não foi proferida sentença de mérito, não se aplica a regra da perpetuação da jurisdição, prevista no art. 43 do Código de Processo Civil, aplicada subsidiariamente ao processo penal, de modo que os autos devem ser remetidos para a Justiça Militar. • 4. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo Auditor da 4.ª Auditoria da 1.ª Circunscrição Judiciária Militar do Estado do Rio de Janeiro, ora Suscitante. (CC 160.902/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 12/12/2018, DJe 18/12/2018) Conceito de Servidor Público • Art. 6º, V, Lei 14.133/21 - agente público: indivíduo que, em virtude de eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, exerce mandato, cargo, emprego ou função em pessoa jurídica integrante da Administração Pública; • Art. 327, CP - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. • § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. • § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. •Crimes em Espécies Lei 8.666/93 Código Penal Brasileiro Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade: (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Contratação direta ilegal Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em lei: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 • Norma pena em Branco Homogênea • Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, em especial nos casos de: • Art. 75. É dispensável a licitação: • Art. 76, II - tratando-se de bens móveis, dependerá de licitação na modalidade leilão, dispensada a realização de licitação nos casos de: • Sujeito Ativo • Crime Próprio • Sujeito Passivo – Estado • Elemento Objetivo - Admitir, possibilitar ou dar • Inexigibilidade de licitação sempre que não há possibilidade de competição, quer seja em razão da singularidade do objeto almejado pela Administração Pública, quer seja em decorrência da singularidade do sujeito a ser contratado. • Dispensa de licitação é cabível quando embora possível a competição entre os interessados em celebrar contrato com o Poder Público, a lei autoriza a sua não realização. • Licitação dispensada; b) Licitação dispensável. • Esse crime se consuma no exato instante em que ocorre a dispensa, a inexigibilidade ou a não observância das formalidades legais referentes à dispensa ou à inexigibilidade, não sendo imprescindível a ocorrência de qualquer dano ao erário. Trata-se de um crime formal. • Elemento Subjetivo – Dolo. Vontade e consciência de praticar o fato delineado no tipo penal. • Cuidado: Para a configuração do delito tipificado no artigo 89 da Lei 8.666/1993, (art. 337-E do CP) é indispensável a comprovação do dolo específico do agente em causar dano ao erário, bem como do prejuízo à administração pública. • Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. • Não cabe Suspensão da Pena • Não cabe ANPP • Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: • PENAL. PROCESSUAL PENAL. PREFEITO. DESMEMBRAMENTO DO PROCESSO. LICITAÇÃO. INEXIGIBILIDADE. CRIME DO ARTIGO 89 DA LEI 8.666/93. DOLO. AUSÊNCIA DE PROVA ACIMA DE DÚVIDA RAZOÁVEL. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. ABSOLVIÇÃO. • 1. Havendo detentores e não detentores de prerrogativa de foro acusados no mesmo processo, o atual entendimento desta Suprema Corte aponta no sentido do desmembramento como regra, ressalvadas hipóteses excepcionais a exigirem julgamento conjunto. 1.1. Desmembramento efetivado no caso concreto, inexistente imbricação extraordinária entre as condutas dos coacusados. • 2. O delito do artigo 89 da Lei 8.666/93 exige, além do dolo genérico – representado pela vontade consciente de dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses legais -, a configuração do especial fim de agir, consistente no dolo específico de causar dano ao erário. Desnecessário o efetivo prejuízo patrimonial à administração pública. • 3. Inexistente indicativo de conluio, ilegalidade manifesta ou desvio de finalidade claramente perceptível, os atos de gestão praticados pelo Prefeito de acordo com as orientações técnicas dos órgãos especializados do Município, sobretudo em temáticas que envolvem juízo de legalidade - tais como ocorrem nas plurissignificativas regras de dispensa e inexigibilidade de licitação -, se qualificam com o predicado de boa-fé presumida. 3.1. No caso, (i) a ratificação da inexigibilidade de licitação foi realizada de acordo com a orientação dos órgãos técnicos do Município e a prova dos autos não rendeu razões que razoavelmente impusessem aoacusado, como gestor (Prefeito), adoção de conduta contrária às manifestações técnicas; (ii) foi verificada oscilação de entendimento no âmbito do Tribunal de Contas local quanto à lisura da inexigibilidade da licitação, assim como o arquivamento, pelo Ministério Público Cível, de inquérito cível pertinente aos mesmos fatos; (iii) as provas pessoais produzidas – testemunhas e interrogatório do acusado, - alinharam-se pela insuficiência de prova da participação dolosa do Prefeito no crime previsto no artigo 89 da Lei 8.666/93. • 4. A presunção de inocência, princípio cardeal no processo criminal, é tanto uma regra de prova como um escudo contra a punição prematura. Como regra de prova, a formulação mais precisa é o standard anglo-saxônico no sentido de que a responsabilidade criminal deve ser provada acima de qualquer dúvida razoável (proof beyond a reasonable doubt) e que foi consagrado no art. 66, item 3, do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional. • Art. 1º, DL 201/67 - São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores: • XI - Adquirir bens, ou realizar serviços e obras, sem concorrência ou coleta de preços, nos casos exigidos em lei; • • O artigo 89 da Lei 8.666/1993 revogou o inciso XI do artigo 1º do Decreto-Lei 201/1967, devendo, portanto, ser aplicado às condutas típicas praticadas por prefeitos após sua vigência. Lei 8.666/93 Código Penal Brasileiro Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação: (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Frustração do caráter competitivo de licitação (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si ou para outrem vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, o caráter competitivo do processo licitatório: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 • Crime Próprio para a Doutrina • Crime comum para o STJ - O crime previsto no artigo 90 da Lei 8.666/1993 classifica-se como comum, não se exigindo do sujeito ativo nenhuma característica específica, podendo ser praticado por qualquer pessoa que participe do certame. • Sujeito ativo – Estado • Elementos Objetivos: • Frustrar é iludir, burlar. Fraudar é enganar. • Consuma no momento em que o agente frustra ou frauda o caráter competitivo da licitação, com o escopo de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação. Cuida-se de crime formal, pois a obtenção da vantagem é mero exaurimento do delito. • Elemento subjetivo é o dolo. É possível existir concurso de crimes entre o art. 90 e o art. 96, I (fraudar licitação mediante elevação arbitrária de preços), ambos da Lei de Licitação? Sim. • Não configura bis in idem a condenação pela prática da conduta tipificada no art. 90 da Lei 8.666/1993 (fraudar o caráter competitivo do procedimento licitatório) em concurso formal com a do art. 96, I, da mesma lei (fraudar licitação mediante elevação arbitraria dos preços). Isso porque se trata de tipos penais totalmente distintos. Com efeito, enquanto no crime do art. 90 o agente busca eliminar a competição ou fazer com que esta seja apenas aparente, no crime do art. 96, I, atinge-se diretamente a licitação, elevando arbitrariamente os preços em prejuízo da Fazenda Pública. Dessa forma, caracterizadas as duas espécies delitivas, um crime não estará absorvido pelo outro. REsp 1.315.619-RJ, Rel. Min. Campos Marques (Desembargador convocado do TJ-PR), julgado em 15/8/2013 (Informativo 530 do STJ). http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1315619 Lei 8.666/93 Código Penal Brasileiro Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário: (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Patrocínio de contratação indevida (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Art. 337-G. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração Pública, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 • Crime próprio, ou seja, o tipo penal exige uma qualidade especial do sujeito ativo, in casu, somente pode ser praticado pelo servidor público. • Sujeito Passivo: Estado • Elemento Objetivo: Patrocinar é defender, advogar, proteger. Cuida-se, na essência, de uma advocacia administrativa no certame licitatório. • E o crime do Crime de Advocacia Administrativa previsto no CP? • Advocacia administrativa • Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: • Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. • Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: • Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. • Cuidado: para configuração deste delito é indispensável a instauração de licitação ou celebração de contrato, não existindo o delito em estudo se ocorrer o mero patrocínio do interesse privado perante a Administração Pública. • Invalidação da licitação ou do contrato pelo Poder Judiciário em ação cível é condição objetiva de punibilidade. Vale dizer, se não existir a anulação do certame licitatório ou do contrato administrativo pelo Poder Judiciário não há que se falar em punibilidade. • Trata-se de um crime material: consuma-se com a real instauração do procedimento licitatório ou celebração do contrato e sua superveniente invalidação pelo Poder Judiciário. • Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado no tipo penal. Não existe a modalidade culposa. Lei 8.666/93 Código Penal Brasileiro Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia, injustamente, das modificações ou prorrogações contratuais. (Revogado pela Lei nº 14.133,de 2021) Modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do contratado, durante a execução dos contratos celebrados com a Administração Pública, sem autorização em lei, no edital da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8883.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8883.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 • Crime Próprio • Tipo penal misto alternativo • Sujeito Passivo é o Estado • Admitir é acolher. Possibilitar é viabilizar. Dar causa é originar. Pagar é reembolsar a fatura. O tipo penal incrimina a conduta de beneficiar o contratado durante a execução do contrato oriundo do certame licitatório, com vantagem não estabelecida em lei, no ato convocatório ou no contrato. • Com essa atitude o crime reforça a estrita observância aos ditames legais durante a execução contratual, inibindo qualquer desvio de finalidade. • Atenção: • Não há que se falar no crime em estudo se as condutas forem executadas durante o certame licitatório, ou seja, antes da real celebração do contrato. • Também haverá o crime se o agente pagar a fatura de forma a burlar a ordem cronológica de sua exigibilidade, em claro prejuízo aos credores, que já aguardavam anteriormente o Poder Público satisfazer os seus créditos. • Consuma com a prática de qualquer conduta descrita no tipo penal, não sendo necessária a ocorrência de qualquer prejuízo ao erário. Cuida-se, assim, de um crime formal (de consumação antecipada ou de resultado cortado). • Elemento subjetivo : Dolo (não se exige um especial fim de agir) Lei 8.666/93 Código Penal Brasileiro Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório: (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Perturbação de processo licitatório (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Art. 337-I. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de processo licitatório: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 • Crime comum (ou geral), ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa, pois o tipo penal incriminador não exige qualquer qualidade pessoal do agente. • Sujeito passivo – É o Estado. • • Elementos objetivos do tipo – Impedir é obstar, criar obstáculo. Perturbar é dificultar. Fraudar é enganar. • A grande finalidade do certame licitatório é escolher a proposta mais vantajosa para a Administração Pública. Até chegar na escolha do objeto da licitação haverá uma sucessão de atos procedimentais. Pois bem. O tipo penal em estudo incrimina quem efetua uma conduta com o escopo de embaraçar, de qualquer modo, alguma(s) etapa(s) da licitação. É um tipo penal misto alternativo, ou seja, diante de um mesmo contexto fático, se o agente praticar mais de uma conduta delineada no tipo penal responderá tão somente por um único delito, com base no princípio da alternatividade. • • Consuma-se com o impedimento, perturbação ou fraude ao certame licitatório, não sendo necessária a ocorrência de qualquer prejuízo à Administração Pública. Trata-se de crime formal. • Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado no tipo penal. Não existe a modalidade culposa. • Revogou o art. 335 do CP • Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência • Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem: • Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena correspondente à violência. • Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida. Lei 8.666/93 Código Penal Brasileiro Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Violação de sigilo em licitação (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Art. 337-J. Devassar o sigilo de proposta apresentada em processo licitatório ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 • Crime comum (ou geral), ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa, pois o tipo penal incriminador não exige qualquer qualidade pessoal do agente. • Sujeito passivo – De forma imediata é o Estado e, de modo secundário, o licitante prejudicado. • • Elementos objetivos do tipo - Devassar é quebrar o sigilo, descobrir a proposta em procedimento licitatório. Proporcionar é possibilitar a terceiro o ensejo de devassá-lo. • É um tipo penal misto alternativo, ou seja, diante de um mesmo contexto fático, se o agente praticar mais de uma conduta delineada no tipo penal responderá tão somente por um único delito, com base no princípio da alternatividade. • Consuma no instante em que o teor da proposta é conhecido pelo agente, independentemente de causar prejuízo ao erário. Trata-se de crime formal. • Revogou o Art. 326 do CPP • Violação do sigilo de proposta de concorrência • Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: • Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. Lei 8.666/93 Código Penal Brasileiro Art. 95. Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo: (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Afastamento de licitante (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - reclusão,de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e multa, além da pena correspondente à violência. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar em razão de vantagem oferecida. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 • Crime comum • Sujeitos Passivos dos Delitos: Imediato o Estado e Mediato o licitante prejudicado. • Afastar é repelir. Procurar afastar significa é tentar repelir. Violência é empregar força física. Grave ameaça é a violência moral (promessa de mal injusto e grave). Fraude é emprego de engodo, com o objetivo de induzir ou manter alguém em erro. • É um tipo penal misto alternativo, ou seja, diante de um mesmo contexto fático, se o agente praticar mais de uma conduta delineada no tipo penal responderá tão somente por um único delito, com base no princípio da alternatividade. • Delito de atentado ou de empreendimento, ou seja, o tipo penal prevê a punição da tentativa com a mesma do crime consumado (Afastar ou procurar afastar). • Não se admite a tentativa em delito de atentado. • Consuma-se no instante em que o agente afasta ou tenta afastar participante do certame licitatório, independentemente de causar prejuízo ao erário. Trata-se de crime formal. • Revogou o art. 335 do CP • Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência • Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem: • Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena correspondente à violência. • Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida. Lei 8.666/93 Código Penal Brasileiro Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias (havia uma restrição não alcançava o serviço), ou contrato dela decorrente: (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) I - elevando arbitrariamente os preços; (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada; (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) III - entregando uma mercadoria por outra; (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida; (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a execução do contrato: (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Fraude em licitação ou contrato (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administração Pública, licitação ou contrato dela decorrente, mediante: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) I - entrega de mercadoria ou prestação de serviços com qualidade ou em quantidade diversas das previstas no edital ou nos instrumentos contratuais; (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) II - fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria falsificada, deteriorada, inservível para consumo ou com prazo de validade vencido; (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) III - entrega de uma mercadoria por outra; (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) IV - alteração da substância, qualidade ou quantidade da mercadoria ou do serviço fornecido; (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) V - qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais onerosa para a Administração Pública a proposta ou a execução do contrato: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 • RECURSO ESPECIAL. PENAL. FRAUDE EM LICITAÇÃO. ART. 96, I E V, DA LEI N. 8.666/1993. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS. CONDUTA NÃO PREVISTA NO TIPO PENAL. IMPOSSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO. PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE.INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA EM PREJUÍZO DO RÉU. INCABÍVEL. PRECEDENTE DO STF. • 1. O art. 96 da Lei n. 8.666/1993 apresenta hipóteses estreitas de penalidade, entre as quais não se encontra a fraude na licitação para fins de contratação de serviços. • 2. O tipo penal deveria prever expressamente a conduta de contratação de serviços fraudulentos para que fosse possível a condenação do réu, uma vez que o Direito Penal deve obediência ao princípio da taxatividade, não podendo haver interpretação extensiva em prejuízo do réu. • 3. Recurso especial improvido. (REsp 1571527/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 06/10/2016, DJe 25/10/2016) • Crime próprio; o tipo penal exige uma qualidade especial do sujeito ativo. • Esse crime somente pode ser cometido pelo licitante durante o certame licitatório ou pelo contratado após encerrada a licitação. • Sujeito passivo – É o Estado. • • Elementos objetivos do tipo - Fraudar é enganar, iludir. • Estamos diante de um crime de forma vinculada, ou seja, a fraude empregada pelo agente, em detrimento da Fazenda Pública, para a aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente deve se dar numa das hipóteses descritas nos incisos. • Consuma-se o efetivo dano à Administração Pública. Trata-se de crime material. • Elemento Subjetivo é o dolo. Lei 8.666/93 Código Penal Brasileiro Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo: (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Administração. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Contratação inidônea (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Art. 337-M. Admitir à licitação empresa ou profissional declarado inidôneo: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) § 1º Celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis) anos, emulta. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) § 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo aquele que, declarado inidôneo, venha a participar de licitação e, na mesma pena do § 1º deste artigo, aquele que, declarado inidôneo, venha a contratar com a Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 • Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações administrativas previstas nesta Lei as seguintes sanções: • I - advertência; • II - multa; • III - impedimento de licitar e contratar; • IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar. • Art. 163. É admitida a reabilitação do licitante ou contratado perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, exigidos, cumulativamente: • I - reparação integral do dano causado à Administração Pública; • II - pagamento da multa; • III - transcurso do prazo mínimo de 1 (um) ano da aplicação da penalidade, no caso de impedimento de licitar e contratar, ou de 3 (três) anos da aplicação da penalidade, no caso de declaração de inidoneidade; • Declaração de inidoneidade para contratar ou licitar com a Administração Pública é uma sanção administrativa prevista na Lei de Licitação. • Crime Próprio no caput e Crime Comum no § 1º. • Sujeito Passivo é o Estado • Elemento Objetivo: Admitir é acolher, aceitar. Celebrar é realizar. • Consuma-se com a admissão do licitante ou com a celebração do contrato, pouco importando para o seu aperfeiçoamento a ocorrência de dano à Administração Pública. Trata-se de crime formal. • Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado no tipo penal. Não existe a modalidade culposa. Lei 8.666/93 Código Penal Brasileiro Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito: (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021) Impedimento indevido Art. 337-N. Obstar, impedir ou dificultar injustamente a inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, a suspensão ou o cancelamento de registro do inscrito: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art193 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 • Crime Próprio. • Sujeito passivo é o Estado. • Elementos objetivos do tipo - Obstar é opor-se. Impedir é vedar. Dificultar é criar embaraço. • O objetivo da norma penal é manter a regularidade e a integralidade dos informes constantes nos registros cadastrais da Administração Pública. • É um tipo penal misto alternativo, ou seja, diante de um mesmo contexto fático, se o agente praticar mais de uma conduta delineada no tipo penal responderá tão somente por um único delito, com base no princípio da alternatividade. • Atenção: Se a inscrição do interessado nos registros cadastrais for obstada, impedida ou dificultada de forma devida, ou seja, amparada na lei, não há que se falar em crime. No mesmo sentido não haverá crime se a alteração, suspensão ou cancelamento do registro for devida. • Consuma-se com a mera conduta de obstar, dificultar ou impedir a inscrição ou com a alteração, suspensão ou cancelamento, de forma indevida, do registro de inscrito, independentemente da eclosão do resultado naturalístico. Trata-se de crime formal. • Elemento subjetivo: dolo Lei 8.666/93 Código Penal Brasileiro Omissão grave de dado ou de informação por projetista (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021) Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar à Administração Pública levantamento cadastral ou condição de contorno em relevante dissonância com a realidade, em frustração ao caráter competitivo da licitação ou em detrimento da seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública, em contratação para a elaboração de projeto básico, projeto executivo ou anteprojeto, em diálogo competitivo ou em procedimento de manifestação de interesse: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. § 1º Consideram-se condição de contorno as informações e os levantamentos suficientes e necessários para a definição da solução de projeto e dos respectivos preços pelo licitante, incluídos sondagens, topografia, estudos de demanda, condições ambientais e demais elementos ambientais impactantes, considerados requisitos mínimos ou obrigatórios em normas técnicas que orientam a elaboração de projetos. § 2º Se o crime é praticado com o fim de obter benefício, direto ou indireto, próprio ou de outrem, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14133.htm#art178 • Denunciação caluniosa • Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020) • Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. • § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. • § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. • Comunicação falsa de crime ou de contravenção • Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado: • Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14110.htm#art1 • Crime comum • Sujeito Passivo é o Estado
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