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1 
 
MÓDULO I 
Introdução à gestão pública e ao direito 
administrativo aplicável as licitações e contratos 
 
DISCIPLINA 
Práticas de compliance em licitações e 
contratos. 
Prof.ª Mirela Miró 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1. CORRUPÇÃO NAS CONTRATAÇÕES PÚBLICAS ............................................ 2 
2. LICITAÇÕES E CONTRATOS ............................................................................... 3 
3. FUNDAMENTOS E DESAFIOS DO COMPLIANCE NAS CONTRATAÇÕES 
PÚBLICAS .................................................................................................................. 5 
4. COMO SE APLICA? .............................................................................................. 9 
5. OBRIGAÇÃO CONTRATUAL ............................................................................... 9 
6. OBRIGAÇÃO CONTRATUAL E O CASO PETROBRAS ................................... 9 
7. DESEMPATE, SANÇÃO, REABILITAÇÃO ........................................................12 
8. CERTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO........................................................................ 16 
9. GESTÃO DE RISCOS NAS CONTRATAÇÕES TEORIA E PRÁTICA ............. 18 
 
1. CORRUPÇÃO NAS CONTRATAÇÕES PÚBLICAS 
 
A corrupção é fator enraizado na cultura brasileira – herança Brasil 
Colônia e Império. Brasil Colônia herdou de Portugal relações de base 
patrimonialista, que predispõem à ineficiência e à corrupção desde a 
instituição das capitanias hereditárias. 
Brasil Império: valorização do prestígio pessoal e o favorecimento 
de interesses dos nobres no governo e em cargos públicos. "Quem furta 
pouco é ladrão, quem furta muito é barão e quem furta mais e esconde 
passa de barão a visconde". 
“Jeitinho brasileiro”: condutas realizadas para contornar de forma 
ilícita, ilegal ou ilegítima uma situação. Normalmente esse tipo de 
comportamento ocorre em razão da ausência de confiança e em 
ambientes com pouca ou nenhuma transparência. 
 
 
3 
 
 
O Compliance é uma ciência comportamental, que lida, 
diretamente, com a mudança de cultura dentro das instituições, por 
isso é muito importante a sua utilização em ambientes em que a 
corrupção é endêmica. 
Círculo vicioso da corrupção – comportamento corrupto, repetido 
inúmeras vezes – precisa ser convertido ao comportamento virtuoso da 
integridade. 
2. LICITAÇÕES E CONTRATOS 
 
A realidade da cultura da corrupção endêmica no país se sobressai 
no âmbito das contratações públicas 
A licitação é um processo (envolve publico e privado), que possui 
algumas fases que vão anteceder a assinatura do contrato e a sua 
posterior execução. 
Mas o que é corrupção? 
Corrupção é uma forma de exercer influência ilícita, ilegal e ilegítima. 
(BOBBIO; MATTEUCCI; PASQUINO, 2000, p. 292.) 
"Fenômeno social desviante" (PARISI, 2019, p. 404.) 
Comportamento que envolve a violação de regras estabelecidas em prol 
do autointeresse e para o ganho e o lucro pessoal (SEN, 2000, p. 275.) 
Abuso de poder para obtenção de ganhos privados (TI). 
Corrupção enraizada e comportamento social. 
 
 
 
4 
 
 
Exceções: Como determinado no próprio artigo 37, salvo os casos 
especificados na legislação, as compras públicas serão precedidas de 
licitação. Assim, existem duas hipóteses de contratação direta, isto é, 
em que não haverá o processo de licitação, o que não significa que não 
haverá um processo formal de contratação, que são as hipóteses de 
dispensa e inexigibilidade. 
É importante a compreensão dessas situações de contratação 
direta, eis que a utilização indevida das mesmas pode implicar fraude, 
e, por conseguinte, ato de corrupção. 
 
→ Custo propina nas compras públicas: 
 
Planejamento
• Determinação do objeto, análise orçamentária, pesquisa de preços, 
parecer jurídico e elaboração do Edital, que é o instrumento 
convocatório para participação de empresas no certame e que 
vinculará a entidade licitante, bem como as empresas privadas que 
participarem. 
Escolha do fornecedor
• Nessa etapa serão apresentadas as propostas de valores, bem como 
os documentos de habilitação, sendo escolhida àquela empresa 
que apresentar a proposta mais vantajosa. Lembrando que 
proposta mais vantajosa não significa o menor preço, eis que de 
nada adianta a empresa apresentar o menor preço mas não 
atender qualidades mínimas para execução do objeto. 
Execução do contrato e fiscalização
• Quando as obrigações das partes serão realizadas. Execução do 
objeto contratual com a contrapartida de pagamento.
Recursos públicos não alocados adequadamente. 
Corrupção não é só pagamento de propina - qualquer favorecimento ou 
atividade em benefício próprio. 
Corrupção nas três fases da licitação - planejamento, escolha do fornecedor 
e durante a execução do contrato. 
 
 
5 
 
3. FUNDAMENTOS E DESAFIOS DO COMPLIANCE NAS 
CONTRATAÇÕES PÚBLICAS 
 
Cultura corrupção x Compliance 
 
 
Tendências e Desafios - Há obrigatoriedade na lei anticorrupção? 
Parâmetros Decreto Federal nº 8.420/2015: 
1. Comprometimento da Alta Administração 
Tone at/from the top 
Consiste no engajamento da cúpula administrativa da 
organização em promover a mudança cultural da empresa, mediante 
as ações necessárias para a implementação de programas e políticas 
de integridade e compliance. 
 
Walk the talk 
→ Liderança e Comprometimento 
Ex.: garantir recursos à implementação e assegurar valores 
adequados à ética. 
→ Determinação de papéis e responsabilidades 
Ex.: atribuição clara das atribuições - Contratos de Gestão e Termos 
de Adesão 
 
Detecção, prevenção, mitigação e repressão. 
Resposta à transformação da cultura do "jeitinho" brasileiro. 
Não são infalíveis, mas são necessários e incentivam a mudança 
cultural e auxiliam a frear práticas lesivas e fraudulentas. 
Combate não é só pela lei, mas por uma sistemática diversificada.
 
 
6 
 
2. Políticas de ética e integridade 
A mudança cultural de uma organização se inicia com a mudança 
dos padrões de conduta internos, bem como com as políticas de 
relação com agentes externos. Essas políticas de ética e integridade, 
portanto, contemplam os valores da organização. 
 
3. Realização de Treinamentos 
Treinamentos são importantes à compreensão das políticas e do 
próprio modelo de Compliance da companhia. 
Não adianta uma excelente política ser criada, se os colaboradores 
da empresa não a conhecem ou não a compreendem. 
 
4. Análise riscos 
É um dos principais pilares de um programa de integridade, eis 
que a identificação precípua dos riscos pode minimizar eventuais 
perdas, bem como oferecer vantagens. 
A análise periódica desses riscos consiste em: identificar, analisar, 
classificar, tratar e monitorar os riscos. 
 
5. Registros contábeis efetivos 
Muitos escândalos de corrupção decorrem de alteração dolosa de 
registros contábeis. 
Ex.: Participar de licitação como microempresa quando, a bem da 
verdade, a empresa possui capital muito superior. 
 
6. Controles internos confiáveis 
Os controles internos são muito importantes para a efetividade do 
Sistema de Integridade 
O controle é ferramenta que permite avaliar e averiguar a 
execução correta e concreta do que foi planejado. 
 
 
 
7 
 
7. Prevenção de fraudes e ilícitos 
A prevenção de fraudes e ilícitos ocorre mediante políticas e 
instrumentos integrantes do Programa de Integridade. 
Exemplos dessas políticas são: 
 
Vale destacar a importância da prevenção de fraudes e ilícitos nas 
contratações eis que a Lei Anticorrupção Empresarial (Art. 5º, inciso IV) 
e a Lei Geral de Licitações e Contratos (Arts. 89-98) prevêem dispositivos 
específicos sobre fraude em licitações. 
 
8. Estrutura de compliance independente 
A área de Compliance deve ser independente e autônoma, 
operacional e financeira, reportando-se diretamente à Alta 
Administração. Credibilidade e efetividade ao Programade 
Integridade. 
 
9. Canais de denúncias efetivos 
Detecção de práticas ilícitas. 
Qualquer indivíduo pode noticiar situação irregular que vá de 
encontro às normas internas da empresa e à legislação pátria. 
Princípios embasadores dos canais de denúncia são o sigilo e o 
anonimato. 
 
10. Medidas disciplinares corretivas 
Apuração dos fatos mediante processos disciplinares. 
Comprovando-se a conduta ilícita, deve-se aplicar a penalidade 
prevista, independentemente da hierarquia do denunciado. 
 
Políticas de brindes e doações ao poder público 
Política de fornecedores 
Código de conduta com temática específica sobre licitações e AP.
 
 
8 
 
11. Medidas de interrupção das ilegalidades. 
Procedimentos que assegurem a pronta interrupção de 
irregularidades e a tempestiva remediação dos danos gerados. 
 
12. Due Diligence de fornecedores 
São mecanismos de prevenção por excelência, cuja função é 
avaliar o fornecedor com o qual minha empresa quer se relacionar. 
Busca mitigar eventos de risco e exposição da empresa, 
protegendo-a de práticas corruptas em sua relação com terceiros. 
 
13. Monitoramento periódico do programa 
O monitoramento deve ocorrer para avaliação da efetividade do 
programa e do que deve ser corrigido. 
O monitoramento pode ser feito mediante indicadores chaves de 
performance. 
 
14. Promoção cultura de integridade 
A cultura de integridade deve ser constantemente promovida o 
que se faz mediante: 
 
 
 
 
 
Ações de promoção da cultura da ética e da integridade; 
Palestras sobre o tema; 
Workshops de capacitação; 
Treinamentos internos. 
 
 
9 
 
4. COMO SE APLICA? 
A exigência de compliance de fornecedores vem compactuar com 
a ideia de Detecção, prevenção, mitigação e repressão de fraudes e 
ilícitos nas compras públicas. 
→ Aplicabilidade 
 
→ Constitucionalidade – formal e material 
 
5. OBRIGAÇÃO CONTRATUAL 
Existe uma tendência legislativa em relação à exigência de 
compliance das empresas que se relacionam com o poder público, o 
que se materializou com a publicação de algumas leis estaduais e da 
NLLC (artigo 25, §4º). 
Análise crítica dos diplomas (exemplo Lei RJ). 
→ Alcance subjetivo. 
→ Alcance objetivo. 
→ O que é? 
→ Parâmetros. 
→ Prazo para implementação. 
→ Comprovação. 
→ Fiscalização. 
→ Sanção pelo descumprimento. 
 
6. OBRIGAÇÃO CONTRATUAL E O CASO PETROBRAS 
Quando se utiliza a implementação dos programas como 
obrigação contratual, não há inconstitucionalidade. 
Obrigação Contratual
Critério de desempate
Aplicação da Sanção
Reabilitação. 
 
 
10 
 
Problema quando a gestão de riscos da contratação em relação ao 
fornecedor afeta a sua própria participação no certame. à Lei nº 
13.303/2016 – Estatuto Jurídico das Estatais 
 
Art. 31 Princípios 
Art. 32 Diretrizes 
Art. 38 Impedimentos 
Art. 58 Habilitação 
Art. 64 Pré-qual. 
Art. 65 Cadastramento. 
 
 
 Regulamento de Licitações e Contratos da Petrobras (RLCP): 
Artigo 4º RLCP - As partes interessadas que desejem iniciar ou 
manter relacionamento com a Petrobras serão submetidas à Due 
Diligence de Integridade – DDI. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 4º (...) § 3º As Partes Interessadas às quais seja 
atribuído grau de risco de integridade alto não poderão 
participar de procedimentos de contratação com a 
PETROBRAS, salvo exceções previstas em normas internas da 
Companhia. 
 
Anotações 
 
 
11 
 
PPPC 
Due Diligence de Integridade - GRI. 
 
DDI se baseia em critérios específicos e é aplicada a partir de 
questionários divididos em temas. 
 
TCU 
→ Posicionamento TCU – Acórdão nº 898/2019: 
Em se tratando de habilitação de licitantes a Constituição permite 
apenas exigências que sejam indispensáveis. 
Não se sabe como o questionário será avaliado, o que "pode 
caracterizar critério de julgamento sigiloso em prejuízo ao princípio do 
julgamento objetivo previsto no art. 31 da Lei 13.303/2016," acabando por 
questionar a objetividade e transparência da DDI. 
Questionamento de eficácia do referido procedimento para 
efetivamente "coibir a corrupção ou outras práticas ilícitas, pois muitas 
informações prestadas pelos licitantes são de cunho autodeclaratório, 
de difícil verificação pela estatal“? 
 
 
Faz parte do Programa de Integridade Corporativa da Petrobras, o PPPC. 
A DDI subsidia a análise do critério de integridade de terceiros. 
Resultado é o Grau de Risco de Integridade (GRI): 
A DDI corresponde à avaliação do Grau de Risco de Integridade (GRI) ao qual a Petrobras pode 
estar exposta no relacionamento com seus fornecedores, parceiros operacionais e em contrapartes 
nos processos de aquisição ou desinvestimento, a partir de informações relacionadas à reputação, 
idoneidade e às práticas de combate à corrupção dos mesmos. 
Em relação aos fornecedores, tal avaliação é revisada anualmente, por ocasião da renovação do 
cadastro. 
 
 
12 
 
 
→ Posicionamento TCU – Acórdão nº 1845/2019: 
O Acórdão nº 898/2019 - necessidade de discutir a matéria de 
forma mais aprofundada. 
Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura de Petróleo e Gás 
Natural (SeinfraPetróleo) 
 
→ Posicionamento TRF-2 Apelação nº 0035486-47.2018.4.02.5101: 
V - A atribuição de GRI alto à parte investigada na Operação não 
configura qualquer ilegalidade, tratando-se de um critério de seleção 
obtido a partir da análise de fatores de risco de integridade, que se 
coaduna com a hodierna necessidade de adoção de políticas contra a 
corrupção, não merecendo respaldo o posicionamento adotado na 
sentença recorrida no sentido de considerar arbitrário o ato da 
Petrobras consistente em deixar de convidar a Impetrante para 
participar da licitação em questão. 
 
→ Arts. 32, 64 e 65 da Lei nº 13.303/2016. 
→ Art. 7º, VIII, da Lei nº 12.846/2013. 
→ Art. 42, Decreto nº 8.420/2015. 
 
7. DESEMPATE, SANÇÃO, REABILITAÇÃO 
 
Critério de desempate. 
Art. 60. Em caso de empate entre duas ou mais propostas, serão 
utilizados os seguintes critérios de desempate, nesta ordem: 
 
 
13 
 
 
 
REFLEXÕES DESEMPATE 
Influenciar a mudança de cultura da corrupção sistêmica nas 
contratações públicas mediante o incentivo à implementação de 
Programas de Integridade nas empresas licitantes. 
 
Aplicação de sanções. 
Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações 
administrativas previstas nesta Lei as seguintes sanções: (...) 
§ 1º Na aplicação das sanções serão considerados: 
 
 
I - disputa final, hipótese em que os licitantes 
empatados poderão apresentar nova proposta em ato 
contínuo à classificação; 
II - avaliação do desempenho contratual prévio dos 
licitantes, para a qual deverão preferencialmente ser 
utilizados registros cadastrais para efeito de atesto de 
cumprimento de obrigações previstos nesta Lei; 
III - desenvolvimento pelo licitante de ações de 
equidade entre homens e mulheres no ambiente de 
trabalho, conforme regulamento; 
IV - desenvolvimento pelo licitante de programa de 
integridade, conforme orientações dos órgãos de 
controle. 
I - a natureza e a gravidade da infração cometida; 
II - as peculiaridades do caso concreto; 
III - as circunstâncias agravantes ou atenuantes; 
IV - os danos que dela provierem para a Administração Pública; 
V - a implantação ou o aperfeiçoamento de programa de integridade, conforme normas e orientações 
dos órgãos de controle. 
 
 
14 
 
REFLEXÕES APLICAÇÃO SANÇÃO 
Influenciar a mudança de cultura da corrupção sistêmica nas 
contratações públicas mediante o incentivo à implementação de 
Programas de Integridade nas empresas licitantes. 
→ Medida de reabilitação de licitantes. 
 
NLLC 
Art. 163. É admitida a reabilitação do licitante ou contratado 
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, exigidos, 
cumulativamente: (...) 
Parágrafo único. A sanção pelas infrações previstas nos incisos VIII 
e XII do caput do art. 155 destaLei exigirá, como condição de 
reabilitação do licitante ou contratado, a implantação ou 
aperfeiçoamento de programa de integridade pelo responsável. 
Art. 155. (...) 
 
 
Portaria nº 1.241/2020 – CGU 
 Regulamenta os requisitos e o procedimento de reabilitação de 
empresas declaradas inidôneas de que trata Lei Geral de Licitação e 
Contratos (Lei 8.666/1993). 
 
 
 
 
 
VIII – apresentar 
declaração ou 
documentação falsa 
exigida para o certame ou 
prestar declaração falsa 
durante a licitação ou a 
execução do contrato; 
XII – praticar ato lesivo 
previsto no art. 5º da Lei 
nº 12.846, de 1º de agosto 
de 2013. 
 
 
15 
 
De acordo com o artigo 2º do referido normativo, são requisitos 
cumulativos para a concessão da reabilitação: 
 
Relatório de perfil, este deverá conter 
A indicação dos setores do mercado em que a empresa atua; 
A apresentação da estrutura organizacional da empresa, 
descrevendo a hierarquia interna, o processo decisório e as 
principais competências de conselhos, diretorias, departamentos ou 
setores; 
Informações com o quantitativo de empregados, funcionários e 
colaboradores; 
Registros com especificações e contextos das interações 
estabelecidas com a administração pública nacional ou estrangeira, 
notadamente em relação às permissões de execução de suas 
atividades, aos contratos celebrados com o governo nos últimos três 
anos e à frequência da utilização de agentes intermediários nas 
interações com o poder público; 
Descrição das participações societárias que envolvam a pessoa 
jurídica na condição de controladora, controlada, coligada ou 
consorciada; e 
Informações da qualificação da empresa como microempresa ou 
empresa de pequeno porte, se for o caso. 
 
 
 
I - o transcurso do prazo de dois anos sem licitar 
ou contratar com a Administração Pública a 
contar da data de publicação do ato que aplicou a 
sanção de declaração de inidoneidade; 
II - o ressarcimento integral dos prejuízos causados 
pela pessoa física ou jurídica, quando apontados 
pela Administração Pública, em decorrência dos 
atos que justificaram a aplicação da sanção de 
declaração de inidoneidade; e III - a adoção de 
medidas que demonstrem a superação dos 
motivos determinantes da punição, o que inclui a 
implementação e a aplicação de programa de 
integridade, instituído de acordo com os 
parâmetros estabelecidos pelo art. 42 do Decreto 
nº 8.420, de 18 de março de 2015. 
 
 
16 
 
Relatório de conformidade, a empresa deverá 
Informar a estrutura do programa de integridade, notadamente em 
relação à quais dos parâmetros estabelecidos no art. 42 do decreto 
no 8.420/2015 foram implementados, como eles foram 
implementados, indicando a importância da implementação de 
cada um deles frente às especificidades da pessoa jurídica, para a 
mitigação de risco de ocorrência de atos lesivos constantes na lei 
anticorrupção; 
Demonstrar o funcionamento do programa de integridade na 
rotina da pessoa jurídica, com histórico de dados, estatísticas e 
casos concretos; e 
Demonstrar a atuação do programa de integridade na prevenção, 
detecção e remediação do ato lesivo objeto da apuração. 
 
REFLEXÕES REABILITAÇÃO 
A adoção dos Programas de Integridade e Compliance como 
instrumentos de boas práticas, que, inclusive, permitem a redução das 
possíveis penalidades aplicadas às empresas investigadas podem 
caracterizar incentivo à mudança e ao fortalecimento da prevenção de 
atos de corrupção no âmbito das contratações públicas. 
 
8. CERTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO 
 
 AVALIAÇÃO 
Portaria CGU n. 909/2015. 
É importante destacar que a avaliação de Programa de 
Integridade é uma atividade complexa, que demanda tempo e envolve 
diversas áreas do conhecimento. Além disso, ela depende da verificação 
da adequação do Programa de Integridade à realidade de cada pessoa 
jurídica. Assim, um programa que pode funcionar para prevenir a 
ocorrência de atos de corrupção na pessoa jurídica “x”, pode não ser vir 
 
 
17 
 
para pessoa jurídica “y”, pois ambas têm necessidades diferentes, a 
depender das especificidades que possuem. 
→ Relatório de Perfil e Relatório de Conformidade. 
 
MANUAL DA CGU 
A elaboração da planilha teve como referência legislativa os artigos 
41 e 42 do Decreto n. 8.420/2015 e a Portaria CGU n. 909/2015. 
 
1. Cultura Organizacional de Integridade – COI 
Pretende-se avaliar se o ambiente organizacional da PJ tem 
condições de fomentar e manter uma cultura de integridade entre os 
administradores, empregados e terceiros com quem se relaciona. As 
perguntas elaboradas para esse bloco levaram em consideração, 
sobretudo, os seguintes parâmetros estabelecidos pelo artigo 42 do 
Decreto n. 8.420/2015: I, II, III, IV e IX. 
 
2. Mecanismos, políticas e procedimentos de integridade – 
MPI 
Avaliar se a PJ possui e aplica em sua rotina instrumentos que 
possibilitam a prevenção, detecção e remediação de atos lesivos 
previstos na Lei n. 12.846/2013. As perguntas elaboradas para esse bloco 
levaram em consideração, sobretudo, os seguintes parâmetros 
estabelecidos pelo artigo 42 do Decreto n. 8.420/2015: V, VI, VII, VIII, X, XI, 
XIII, XIV e XV. 
 
3. Atuação da pessoa jurídica em relação ao ato lesivo – APJ 
Verificar a atuação do Programa de Integridade na prevenção, 
detecção ou remediação do ato lesivo, permitindo avaliar a qualidade 
do Programa de Integridade. 
O parâmetro estabelecido pelo inciso XII do artigo 42 do Decreto 
n. 8.420/2015. 
Assim, se formos voltar a nossa árvore dos programas de 
integridade, temos que… 
 
 
18 
 
CERTIFICAÇÃO 
Quem deve ser responsável pela certificação? 
Essa é a pergunta que encontra muitas respostas 
 
Projeto de Lei do Senado n° 435/2016. 
Art. 7º (...) VIII – a existência de mecanismos e procedimentos 
internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de 
irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta 
no âmbito da pessoa jurídica, certificados por gestor de sistema de 
integridade devidamente preparado para a função; 
§ 2º São funções básicas do gestor de sistemas de integridade: 
 
 
 
9. GESTÃO DE RISCOS NAS CONTRATAÇÕES TEORIA E 
PRÁTICA 
 
Por que compreender riscos nas contratações públicas? 
Como identificar um risco? 
O que é mapa e matriz de risco? 
I – gerir de forma autônoma os mecanismos e procedimentos do inciso VIII 
do caput, contribuindo para seu aperfeiçoamento contínuo; 
II – atuar de forma constante e engajada nas interações entre a pessoa 
jurídica e as autoridades públicas; 
III – manter de forma atualizada e disponível a documentação relevante ao 
cumprimento do inciso VIII do caput. 
Programas de compliance meramente formais ou “de 
papel”? 
Quais os critérios para certificação? 
Há conflitos de interesse? 
Há independência do certificador?

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