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2 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
 
 
 
 
 
MARIA DO SOCORRO DA S. MENEZES 
MARKUS SAMUEL LEITE NORAT 
Organizadores 
 
 
Alysson Roberto Seiboth 
Anderson Leite Fontes Júnior 
Andrea Cristina de Melo 
Andréa Nascimento Fochesato 
Arnaldo Sobrinho de Moraes Neto 
Arthelúcia Maria Amaral da Silva 
Aryadne Thaís da Silva Menezes 
Elisabete Gomes da Silva 
Kerolinne Barboza da Silva 
Luciana Vilar de Assis 
Luciano Bezerra Cavalcante 
Márcio Accioly de Andrade 
Maria do Socorro da Silva Menezes 
Nathan Bezerra Wanderley 
Ricardo Sérvulo Fonsêca da Costa 
Rodolpho de Almeida Eloy 
Suely de Barros Miranda 
Suênia da Costa Oliveira 
Walcleytthon Machado da Silva 
Autores 
 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 3 
 
 MARIA DO SOCORRO DA SILVA MENEZES 
MARKUS SAMUEL LEITE NORAT 
Organizadores 
 
Alysson Roberto Seiboth, Anderson Leite Fontes Júnior, 
Andrea Cristina de Melo, Andréa Nascimento Fochesato, 
Arnaldo Sobrinho de Moraes Neto, Arthelúcia Maria 
Amaral da Silva, Aryadne Thaís da Silva Menezes, Elisabete 
Gomes da Silva, Kerolinne Barboza da Silva, Luciana Vilar 
de Assis, Luciano Bezerra Cavalcante, Márcio Accioly de 
Andrade, Maria do Socorro da Silva Menezes, Nathan 
Bezerra Wanderley, Ricardo Sérvulo Fonsêca da Costa, 
Rodolpho de Almeida Eloy, Suely de Barros Miranda, 
Suênia da Costa Oliveira, Walcleytthon Machado da Silva. 
Autores 
 
EESSTTUUDDOOSS EE RREEFFLLEEXXÕÕEESS 
SSOOBBRREE TTEEMMAASS JJUURRÍÍDDIICCOOSS 
Volume I 
 
Versão E-book 
 
 
 
EDITORA NORAT 
João Pessoa 
2022 
 
4 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
ISBN 978-65-86183-21-4 
© 2022 Direitos autorais resguardados aos autores de cada artigo. 
© 2022 Direitos de edição reservados à Editora Norat 
Cada artigo é de inteira e exclusiva responsabilidade de seus respectivos autores, incluindo 
os ideários, conceitos, apreciações, julgamentos, opiniões e considerações lançados nos 
textos dos artigos. 
 
Diretor editorial: Markus Samuel Leite Norat 
Conselho Científico e Editorial: Disponível no site da editora. 
 
Dados de Catalogação na Publicação 
 
Estudos e reflexões sobre temas jurídicos: volume I / 
Maria do Socorro da Silva Menezes; Markus Samuel Leite 
Norat (Organizadores). -João Pessoa: Editora Norat, 2022. 
[2,43mb - E-book] 
361 p. 
Bibliografia. 
ISBN 978-65-86183-21-4 
 
1. Direito Material e Processual 
2. Temas Jurídicos 
I. Título. 
 
CDU-340 
 
Índices para catálogo sistemático: 
1. Direito Material e Processual 340 
2. Temas Jurídicos 340 
 
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É proibida a cópia total ou parcial desta obra, por 
qualquer forma ou qualquer meio. A violação dos direitos autorais é crime tipificado na Lei 
n. 9.610/98 e artigo 184 do Código Penal. 
 
 
Editado e produzido no Brasil 
Edited and produced in Brazil 
 
 
EDITORA NORAT 
Editora Norat - CNPJ 34.158.837/0001-85 
www.editoranorat.com.br 
 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 5 
 
Organizadores: 
 
MARIA DO SOCORRO DA S. MENEZES 
Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade 
Federal da Paraíba; Graduação em Licenciatura em Pedagogia 
pelo Centro Universitário de João Pessoa; Mestrado em Economia 
pela Universidade Federal da Paraíba; Especialização em Direito 
Ambiental pelas Faculdades Integradas de Patos. Atualmente é 
economista da Prefeitura Municipal de João Pessoa exercendo a 
função de Fiscal Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e 
professor adjunto - Faculdades de Ensino Superior da Paraíba 
onde coordena as atividades de pesquisa e extensão, o TCC e a 
editoração da Revista de Periódicos Científicos, atuando 
principalmente no seguinte tema: Política Ambiental, Crime 
Ambiental, Fiscalização Ambiental e Legislação Ambiental. 
Autora de diversos livros e artigos científicos, nas áreas jurídicas e 
econômicas. 
 
MARKUS SAMUEL LEITE NORAT 
Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais; Mestre em Direito e 
Desenvolvimento Sustentável; Pós-Graduação em Direito do 
Consumidor; Pós-Graduação em Direito da Criança, Juventude e 
Idosos; Pós-Graduação em Direito Educacional; Pós-Graduação 
em Direito Eletrônico; Pós-Graduação em Direito Civil, Processo 
Civil e Direito do Consumidor pela UNIASSELVI - Centro 
Universitário Leonardo da Vinci - ICPG - Instituto Catarinense de 
Pós Graduação; Pós-Graduação em Direito de Família; Pós-
Graduação em Direito do Trabalho e Direito Processual do 
Trabalho pela ESA-PB - Escola Superior da Advocacia da Paraíba - 
Faculdade Maurício de Nassau; Pós-Graduação em Direito 
Ambiental pelo Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ; 
Pós-Graduação em Tutoria em Educação à Distância e Docência 
do Ensino Superior; Advogado; Coordenador Pedagógico e 
Professor do Departamento de Pós-Graduação da Fundação 
Escola Superior do Ministério Público do Estado da Paraíba; 
6 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
Professor convidado da Escola Nacional de Defesa do 
Consumidor do Ministério da Justiça; Professor do Curso de 
Graduação em Direito no Centro Universitário de João Pessoa - 
UNIPÊ; Diretor do INEE; Editor da Editora Norat; Membro 
Coordenador Editorial de Livros Jurídicos da Editora Edijur (São 
Paulo); Membro Diretor Geral e Editorial da Revista Científica 
Jurídica Scientia et Ratio; Membro Diretor Geral e Editorial da 
Revista Brasileira de Direito do Consumidor; Membro Diretor 
Geral e Editorial da Revista Brasileira de Direito e Processo Civil; 
Membro Diretor Geral e Editorial da Revista Brasileira de Direito 
Imobiliário; Membro Diretor Geral e Editorial da Revista 
Brasileira de Direito Penal; Membro Diretor Geral e Editorial da 
Revista Científica Jurídica Cognitio Juris, ISSN 2236-3009, 
www.cognitiojuris.com; Membro Coordenador Editorial da 
Revista Ciência Jurídica, ISSN 2318-1354; Membro do Conselho 
Editorial da Revista Luso-Brasileira de Direito do Consumo, ISSN 
2237-1168; Autor de livros e artigos jurídicos. 
 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 7 
 
Autores: 
 
ALYSSON ROBERTO SEIBOTH 
ANDERSON LEITE FONTES JÚNIOR 
ANDREA CRISTINA DE MELO 
ANDRÉA NASCIMENTO FOCHESATO 
ARNALDO SOBRINHO DE MORAES NETO 
ARTHELÚCIA MARIA AMARAL DA SILVA 
ARYADNE THAÍS DA SILVA MENEZES 
ELISABETE GOMES DA SILVA 
KEROLINNE BARBOZA DA SILVA 
LUCIANA VILAR DE ASSIS 
LUCIANO BEZERRA CAVALCANTE 
MÁRCIO ACCIOLY DE ANDRADE 
MARIA DO SOCORRO DA SILVA MENEZES 
NATHAN BEZERRA WANDERLEY 
RICARDO SÉRVULO FONSÊCA DA COSTA 
RODOLPHO DE ALMEIDA ELOY 
SUELY DE BARROS MIRANDA 
SUÊNIA DA COSTA OLIVEIRA 
WALCLEYTTHON MACHADO DA SILVA 
 
8 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
 
 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 9 
 
AAPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO 
 
 
Da leitura da obra estudos e reflexões sobre temas 
jurídicos se percebe que os temas tratados nesse volume I são, 
simultaneamente, complexos e desafiadores. No capítulo de 
abertura, a área da mediação e da conciliação, meios alternativos 
para solução de conflitos, apontada pela Resolução nº 125/10 do 
Conselho Nacional de Justiça como política pública a ser 
perseguida no âmbito do poder judiciário como mecanismo que 
auxilia a obter uma melhor prestação jurisdicional é conduzida 
para tratar da efetividade da atuação policial face a complexidade 
dos confrontos sociais e sua resolução de conflitos, com uma 
proposta para a instalação da Câmara Social de Solução de 
Conflitos no âmbito Administrativo, na polícia civil do estado da 
Paraíba, extraído da dissertação de mestrado de Elisabete Gomes 
da Silva. 
A área do direito ambiental também se faz presente com 
assunto sobre refugiados ambientais dentro de uma realidade 
contextualizada no cenário brasileiro em que no capítulo 2, 
Andrea Cristina de Melo e Maria do Socorro da Silva Menezes, 
descrevem dois cenários: o primeiro tendo como causa eventos 
climáticos representados pela seca, inundações e deslizamentos de 
encostas; o segundo consequênciade causas antropocêntricas 
focando nas queimadas, no caso de Mariana e no de Brumadinho. 
Com embasamento no direito ambiental, Maria do 
Socorro da Silva Menezes e Anderson Leite Fontes Júnior, 
fundamentados em suas respectivas experiências profissionais 
abordam, no capítulo 3, o controle digital da arborização urbana 
como estratégia no cuidado com a cidade de João Pessoa, 
estabelecendo uma conectividade entre o direito ambiental e o 
direito digital, tendo como base empírica a instalação de QR Code 
nas árvores da cidade, inovação tecnológica importante que 
remete aos avanços do Município, através de sua Secretaria de 
Meio Ambiente, na gestão ambiental local. 
 
10 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
Ainda sobre o foco do direito ambiental, o trabalho da 
lavra de Aryadne Thaís da Silva Menezes, apresentado no 
capítulo 4, reporta-se ao licenciamento ambiental trazendo uma 
reflexão sobre a ausência desse instrumento de índole preventiva 
introduzido no ordenamento jurídico brasileiro pela lei nº 
6.938/81 que instituiu a política nacional do meio ambiente. São 
abordados dois casos concretos com a finalidade de demonstrar as 
consequências a que está sujeito o empreendimento e a atividade 
que opera sem o devido licenciamento ambiental, ou que opera 
em desacordo com a licença obtida. 
Sob a ótica do direito penal e da criminologia, Suênia da 
Costa Oliveira e Kerolinne Barboza da Silva, no capítulo 5, 
abordam a temática psicopatia e agressão a mulher pautando sua 
análise nos aspectos jurídicos evidenciados na série bom dia, 
Verônica, filmografia cuja trama envolve o estudo da criminologia 
relacionando psicopatia e agressão à mulher, a partir do 
relacionamento entre os personagens Cláudio Antunes Brandão e 
Janete Cruz, obra de ficção que se assemelha a muitos casos 
concretos noticiados pelos meios de comunicação. 
Traçando os contornos de estudo que transita pelo direito 
constitucional, com viés no direito econômico e também no 
tributário, Alysson Roberto Seiboth e Luciana Vilar de Assis, no 
capítulo 6, escrevem sobre a inconstitucionalidade da isenção do 
Imposto Predial Territorial Urbano – IPTU – concedido pelo 
Município de João Pessoa estado da Paraíba, enfatizando os 
prejuízos que isso representa para o município. 
No capítulo 7, Andréa Nascimento Fochesato e Márcio 
Accioly de Andrade se dedicam à discussão em torno da 
possibilidade do inventário e partilha extrajudicial por via de 
escritura pública, visando solucionar com agilidade, eficiência e 
economia problemas relacionados ao direito das sucessões, 
regulamentada pelo Código de Processo Civil, de 2015, em seu 
art. 610, mais precisamente nos parágrafos 1º e 2º, que dispõe que 
a escritura pública é título hábil, e que autoriza a realização dos 
inventários em cartórios notariais devendo para tanto, serem 
todos os interessados, maiores, capazes e concordes. 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 11 
 
Luciano Bezerra Cavalcante e Márcio Accioly de 
Andrade, no capítulo 8, trazem sua contribuição em pesquisa 
versando sobre a procuração em causa própria com foco na sua 
baixa utilização em face do desconhecimento da sua existência 
pela população brasileira, instituto jurídico previsto pelo texto 
normativo do Código Civil brasileiro de 2002, apontando as 
circunstâncias que possibilitam a sua utilização, informando as 
limitações que o seu uso possui, considerando os objetivos que 
possibilitam a validade dos negócios jurídicos e a jurisprudência 
extraída do Superior Tribunal de Justiça do Brasil. 
Em texto plenamente conforme a legislação eleitoral, 
Suely de Barros Miranda e Ricardo Sérvulo Fonsêca da Costa, 
estruturaram no capítulo 9, argumentação sobre tema relacionado 
ao direito eleitoral, especificamente em uma abordagem voltada 
para a temática sobre o mecanismo de reservas de cotas de 
candidaturas no sistema eleitoral brasileiro e seus efeitos 
sociojurídicos que as medidas inclusivas proporcionam àqueles 
que estão em situação de desigualdade no cenário político 
nacional. 
Na sequência, Rodolpho de Almeida Eloy e Nathan 
Bezerra Wanderley, no capítulo 10, colocam com muita 
propriedade como o ativismo judicial é visto no Brasil, a partir de 
uma análise de sua aplicação à luz da jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal, evidenciando nessa abordagem decisões 
complexas como o abordo e o casamento homoafetivo, bem como 
a questão de fetos portadores de anencefalia e, ainda da prisão em 
segunda instância, assuntos cuja discussão permanece em aberto 
diante de lacunas existentes na própria legislação. 
Tratado no capítulo 11, a atuação do Estado no combate 
às facções criminosas no sistema carcerário, abordando os reflexos 
no crescimento do poder das facções na Paraíba, a pesquisa de 
Walcleytthon Machado da Silva e Arnaldo Sobrinho de Morais 
Neto contempla um tema complexo que carece de discussão no 
meio acadêmico, assunto que gera insegurança jurídica em razão 
da forma de atuação de tais facções dentro e fora do sistema 
carcerário. 
12 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
Finalmente, o texto de autoria de Arthelúcia Maria 
Amaral da Silva no capítulo 12, coloca a questão do idoso 
institucionalizado em discussão, consistindo em uma reflexão 
sobre o idoso e as políticas sociais no contexto asilar, utilizando 
como recorte teórico uma abordagem sobre as políticas públicas 
que assistem aos idosos tratando desde a primeira iniciativa em 
1974 através da Portaria nº 82/74 do Ministério da Previdência e 
Assistência Social (MPAS), ressaltando a Constituição de 1988 
como marco mais importante no delineamento dessas políticas 
que culminaram com a aprovação da Política Nacional e com o 
Estatuto do Idoso. 
Deixo aqui o registro do meu apreço e agradecimento aos 
autores que atenderam ao nosso convite, por sua participação 
nesse projeto de publicação do volume I da obra estudos e 
reflexões sobre temas jurídicos, cuja contribuição para a 
disseminação do conhecimento é inquestionável. 
 
João Pessoa, novembro de 2022 
 
Profª M.e. Maria do Socorro da Silva Menezes 
Profª da Faculdade de Ensino Superior da Paraíba – FESP; 
Fiscal Ambiental da SEMAM/PMJP; 
Mestre em Economia; 
Especialista em Direito Ambiental; 
Bacharel em Ciências Econômicas. 
 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 13 
 
PPRREEFFÁÁCCIIOO 
 
 
Estudos e reflexões sobre temas jurídicos é um livro que 
surge conjuntamente com uma nova visão de pesquisa na seara 
jurídica, perpassando a demonstração da necessidade de se buscar 
tratar de situações em que se possa observar empiricamente 
realidades presentes no contexto contemporâneo, tornando o 
direito uma realidade palpável, um espaço destinado a todos 
aqueles que se aventuram a transitar pelo lado mágico e 
enriquecedor da pesquisa científica. 
Estudos e reflexões sobre temas jurídicos, nasceu da 
parceria entre seus organizadores com colegas de trabalho em 
áreas afins, professores, profissionais que operam o direito e 
estudantes que se dispuseram a colaborar com seus escritos nas 
respectivas áreas de suas pesquisas. Alguns concluíram recente 
sua graduação em direito, outros com titulação de especialistas, 
mestres e doutores em uma demonstração de que a pesquisa é, em 
si, uma valiosa ferramenta para o trabalho de argumentação 
jurídica como o é em qualquer outra área do conhecimento 
científico. 
Os autores oferecem aos leitores textos de clareza e 
abrangência notáveis, fruto da competência, dedicação e 
integração dos organizadores da obra e de seus colaboradores. Ao 
discorrer sobre a importância da obra, não nos escapa a 
observação de que esse volume I representa um passo importante, 
para desmitificar a ideia de que a pesquisa é trabalho difícil de ser 
executado, pois o que vemos aqui é um diálogo, uma reflexão, um 
chamamento para a apreciação de temas em várias áreas do 
direito. 
 
14 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos:Volume I 
 
Estão todos de parabéns pelo resultado alcançado no 
conjunto da obra. Esperamos em breve a apresentação de novas 
temas dando, assim, prosseguimento a esse projeto de publicação 
de estudos cujas pesquisas demonstrem consistência de natureza 
teórica e prática, já que nisso reside a busca de solução para os 
problemas científicos. 
 
Os organizadores 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 15 
 
 
SSUUMMÁÁRRIIOO 
 
 
 
CAPÍTULO I 
A Efetividade da Atuação Policial Face a Complexidade dos 
Confrontos Sociais e sua Resolução de Conflitos ...................... 017 
Elisabete Gomes da Silva 
 
CAPÍTULO II 
Descrição de Cenários em Torno do Fenômeno Refugiados 
Ambientais no Brasil ...................................................................... 048 
Andrea Cristina de Melo; Maria do Socorro da Silva Menezes 
 
CAPÍTULO III 
O Controle Digital da Arborização Urbana como Estratégia no 
Cuidado com a Cidade de João Pessoa: Conectividade entre o 
Direito Ambiental e o Direito Digital .......................................... 083 
Maria do Socorro da Silva Menezes; Anderson Leite Fontes Júnior 
 
CAPÍTULO IV 
Breve Reflexão Sobre o Licenciamento Ambiental e as 
Consequências de sua Ausência ................................................... 116 
Aryadne Thaís da Silva Menezes 
 
CAPÍTULO V 
Psicopatia e Agressão a Mulher: Aspectos Jurídicos 
Evidenciados na Série ‘Bom Dia, Verônica’ ................................ 139 
Suênia da Costa Oliveira; Kerolinne Barboza da Silva 
 
CAPÍTULO VI 
A Inconstitucionalidade da Isenção do Imposto Predial 
Territorial Urbano – IPTU – Concedido Pelo Município de João 
Pessoa – PB ....................................................................................... 172 
Alysson Roberto Seiboth; Luciana Vilar de Assis 
 
 
16 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
CAPÍTULO VII 
Da Possibilidade de Inventário e Partilha Extrajudicial .......... 205 
Andréa Nascimento Fochesato; Márcio Accioly de Andrade 
 
CAPÍTULO VIII 
A Procuração em Causa Própria: Baixa Utilização e o 
Desconhecimento da sua Existência pela População Brasileira
 ............................................................................................................ 230 
Luciano Bezerra Cavalcante; Marcio Accioly de Andrade 
 
CAPÍTULO IX 
O Mecanismo de Reservas de Cotas de Candidaturas no Sistema 
Eleitoral Brasileiro e seus Efeitos Sociojurídicos ....................... 257 
Suely de Barros Miranda; Ricardo Sérvulo Fonseca da Costa 
 
CAPÍTULO X 
Ativismo Judicial no Brasil: Análise de sua Aplicação à Luz da 
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal............................ 281 
Rodolpho de Almeida Eloy; Nathan Bezerra Wanderley 
 
CAPÍTULO XI 
O Estado no Combate às Facções Criminosas no Sistema 
Carcerário: Os Reflexos no Crescimento do Poder das Facções na 
Paraíba ............................................................................................... 311 
Walcleytthon Machado da Silva; Arnaldo Sobrinho de Moraes 
Neto 
 
CAPÍTULO XII 
A Questão do Idoso Institucionalizado em Discussão.............. 337 
Arthelúcia Maria Amaral da Silva 
 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 17 
 
CAPÍTULO I 
 
A EFETIVIDADE DA ATUAÇÃO POLICIAL FACE A 
COMPLEXIDADE DOS CONFRONTOS SOCIAIS E SUA 
RESOLUÇÃO DE CONFLITOS 
 
THE EFFECTIVENESS OF POLICE ACTIVITIES IN THE 
COMPLEXITY OF SOCIAL CONFRONTS AND THEIR 
CONFLICT RESOLUTION 
 
Elisabete Gomes da Silva1 
 
RESUMO 
O presente estudo objetivou analisar a efetividade da atuação 
policial face a complexidade dos confrontos sociais e sua 
resolução de conflitos, tendo como campo de observação as 
causas e consequências dos conflitos ocorridos nas delegacias de 
polícia em João Pessoa-PB. Justifica-se o estudo diante da 
presunção da relevância que se constrói o problema central ao se 
indagar: como e por onde começar o revigoramento dos valores e 
de ações na direção de enfrentar os conflitos em locais de 
trabalho? A tese defendida é de que o policial revestido das 
funções que lhes são peculiares acumula responsabilidades 
extremas quanto à organização e atendimento qualificado no 
ambiente de trabalho. A metodologia empregada foi pautada na 
pesquisa bibliográfica e documental, mediante estruturação de 
um estudo de caso de natureza descritiva com método dedutivo 
de análise. Os resultados informam que esses conflitos originam 
de pessoas vítimas de violência externa e ao comparecerem nas 
unidades policiais não recebem a receptividade esperada criando 
um espaço propício a instalação da Câmara Social de Solução de 
 
1 Mestre em Resolução de Conflitos e Mediação; Bacharela em Direito; 
Escrivã da Polícia Civil do Estado da Paraíba; Conciliadora da Justiça 
Federal 5ª Região – CEJUSC; Conciliadora e Mediadora Judicial TJPB-
CEJUSC 2º Grau; Supervisora Judicial do Gabinete Virtual de 
Conciliação GVC – TJPB- Mediação Familiar, 
18 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
Conflitos no âmbito administrativo, acreditando estar nesta ação o 
instrumento de ampliação dialogal entre mediador devidamente 
preparado para esse fim, o que pode lhe permitir cumprir com a 
devida eficiência sua missão dentro dos perfis de inteiração com a 
cidadania e a civilidade como novo paradigma, representando um 
avanço considerável para as atividades do serviço de solução de 
conflitos, pacificação e introdução de uma cultura de paz, sendo 
essa a contribuição deixada pelo estudo que ora se apresenta. 
PALAVRAS-CHAVE: Vítimas de Violência Extrema. Câmara 
Social de Solução de Conflitos. Pacificação. Cultura da Paz. 
 
ABSTRACT 
The present study aimed to analyze the effectiveness of police 
action in the face of the complexity of social confrontations and 
their resolution of conflicts, having as a field of observation the 
causes and consequences of conflicts that occurred in police 
stations in João Pessoa- PB. The study is justified in view of the 
presumption of relevance that the centarl problem is constructed 
by asking: how and Where to start the reinvigoration of values 
and actions in the Direction of facing conflicts in the workplace? 
The thesis defended is that the police officer whith the functions 
that are peculiar to them accumulates extreme responsibilities 
regarding the organization and qualified servisse in the work 
environment. The methodology used was based on bibliographic 
and documental research, through the structuring of a case study 
of a descriptive natures whith a deductive method of analysis. 
The results show that these conflicts originate from people who 
are victims of external violence and, when They appear at the 
police units, they do not receive the expected receptivity, creating 
a favorable space for the installation of the Socil Chamber for 
Conflict Resolution in the administrative scope, believing that this 
action is the instrument of dialogic expansion between a mediator 
duly prepared for this purpose, which can allow him to fulfill his 
missiom whith due efficiency within the profiles of interaction 
whith citizenship and civility as new paradigm, representing a 
considerable advance for the activities of the service of conflict 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 19 
 
resolution, pacification and the introduction of a culture of peace, 
which is the contribution left by the study presented here. 
KEYWORDS: Victims of Extreme Violence. Social Chamber for 
Conflict Resolution. Pacification. Culture of Peace. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O presente estudo é fruto da vivência de sua autora no 
ambiente de trabalho - Delegacias especializadas e Distritais, 
instaladas na cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba -
, bem como de pesquisa realizada no período de janeiro de 2018 a 
janeiro de 2019. Trata-se de uma escolha fundamentada em um 
contexto real, a partir dos atendimentos às pessoas vítimas de 
violência, seja no âmbito material, físico, moral ou psicológico. 
Atravésda vivência de fatos ocorridos com essas pessoas 
que comparecem às delegacias de polícia, com o intuito de que 
seus problemas sejam resolvidos, foi possível constatar que a 
grande maioria só se dirige ao atendimento na delegacia para 
comunicar à autoridade policial quando o fato se torna impossível 
de se resolver por conta própria. Impressiona a forma como os 
relatos são narrados: com muita insegurança e medo. 
Exteriorizações do tipo “você sabe com quem está 
falando?” ainda se conservam vivas no imaginário social do 
cidadão brasileiro, como se fossem defesos à autoridade policial e 
sequer pudessem se aproximar de um membro da nossa elite, 
quanto mais requerer uma identificação pessoal ou material 
quando em uma operação policial (OLIVEIRA, 2017). 
Considerando essa perspectiva, é fundamental para a sociedade 
que os profissionais de segurança pública estejam envolvidos, 
devidamente qualificados e preparados para exercer suas funções 
com primazia. Para isso, faz-se necessária a implantação de meios 
alternativos que venham congratular a capacitação e o 
desempenho desses profissionais. 
Outro tema igualmente relevante refere-se as estatísticas 
de suicídio e homicídio entre policiais brasileiros vitimados. As 
causas são as mais diversificadas, mas todos possuem relação ao 
alto grau de desafios enfrentados por esta categoria de servidores 
20 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
públicos, cuja função necessita de novos estudos e atenção de 
todos os brasileiros. Ademais, vivenciar por décadas os conflitos 
ocorridos no interior das unidades policiais (delegacias de 
polícia), assim como em diversos outros locais em que o policial 
civil esteja a serviço da sociedade, não raro ocasiona estresse 
emocional, ausência do local de trabalho, vários tipos de 
enfermidade, desmotivação profissional. Isso sem mencionar a 
perda salarial para o policial, proporcionando o seu 
endividamento, somados à falta de acolhimento e 
reconhecimento, gerando-se um número cada vez maior de 
pacientes psiquiátricos em nossa classe. 
Em razão disso, o problema central desta pesquisa reside 
na possibilidade de utilização da mediação como meio que adota 
e propaga a cultura da pacificação social através da recomposição 
e da comunicação dos conflitados, bem como da conciliação como 
meio jurídico capaz de pôr um fim a uma situação traspassada 
por diálogos agressivos, mágoas, e que muitas vezes culmina em 
via dos fatos. Por isso, indaga-se: como e por onde começar o 
revigoramento do exigível círculo virtuoso de valores e de ações 
na direção de enfrentar o conflito, porém sempre dentro de um 
contexto maior, de aprimoramento das delegacias e também do 
aperfeiçoamento das expectativas das relações entre profissionais 
da segurança pública e a sociedade? 
Reitere-se que o mediador revestido da capacidade de 
mediar conflitos, deve estar plenamente convicto de sua missão, 
seja como conciliador/mediador, seja em face das inúmeras 
peculiaridades, o conciliador/mediador deve exercer sua função 
com lisura, sem estratégias intimidatórias, sem autoritarismos e 
sem descuidos. Por isso, o objetivo geral deste estudo é o de 
analisar a importância do tratamento entre o policial e o público, 
ou seja, o processo de atualização e aperfeiçoamento dos 
conhecimentos referentes às práticas policiais na definição de 
novos padrões de resposta através da resolução de conflitos. 
Como se sabe, as situações em que os policiais se 
envolvem em conflitos dão origem a opiniões e interpretações dos 
atos policiais, as quais são fatalmente interpretadas pela 
população como negativas para a organização policial bem como 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 21 
 
para o profissional em segurança pública alvo da observação. 
Sabe-se que denunciar não é fácil. A experiência vivida nas 
delegacias revela que as vítimas nem sempre buscam as 
delegacias por temerem ser identificadas pelos autores da 
agressão. 
Sobre a parte metodológica, deve-se salientar que a 
fundamentação teórica deste estudo tem como base a pesquisa 
bibliográfica e documental cujos dados foram extraídos de 
estudos embasados em textos científicos estruturados com base 
nos regramentos expressos na Constituição de 1988, na Resolução 
125/2010, Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado da Paraíba, Lei 
13.140/2015 que dispõe sobre mediação entre particulares e no 
Código de Ética dos Mediadores e Conciliadores (anexo III) da 
Resolução 125/2010 (BRASIL, 1988; BRASIL, 2010; PARAÍBA, 
2015). 
Pretende-se contribuir para a implantação de um Núcleo 
de Mediação na Secretaria de Segurança e da Defesa Social do 
Estado da Paraíba, acreditando-se ser essa ação o instrumento de 
ampliação dialogal entre o policial e a sociedade, com 
predeterminação adequada. Isso possibilitaria cumprir a missão 
dentro dos perfis de cidadania e de civilidade diante de novos 
paradigmas de apoio à sociedade e ao profissional de segurança 
pública. Se a Polícia não pode ter uma câmara de mediação, 
porque a lei não permite, pode ter como modelo de mediação um 
núcleo de solução de conflitos, o que, na prática já existe, mas de 
maneira disforme. 
 
2 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O HISTÓRICO, 
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E SERVIÇOS DA 
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DA PARAÍBA 
 
A polícia judiciária no Brasil remonta ao início do século 
XVII. Na Paraíba, a criação da polícia civil segue o mesmo 
processo nacional, porém, apenas em 21 de agosto de 1981, é 
criada com estrutura de carreira pela lei 4.273/81. A lei 
complementar n.º 85, publicada em 12 de agosto de 2008 é a lei 
orgânica que dispõe sobre a organização da polícia civil, suas 
22 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
obrigações perante a sociedade, seus deveres e regime disciplinar. 
É através desse instrumento que estão estabelecidas as categorias 
da polícia civil, o plano de cargos e carreiras, e regras para o 
provimento de cargos a partir da realização de concursos 
(investidura, nomeação, posse) (POLÍCIA CIVIL, 2019a). 
O citado diploma legal versa sobre aposentadorias, 
promoções e honrarias que podem ser concedidas a membros que 
comprovem atos de bravuras, também sobre a atenção à saúde 
física e mental dos policiais, em função da salubridade da 
atividade. Está ordenada na Lei a prestação de assistência médico-
psicológico quando necessário, em casos de desgastes emocionais 
ou distúrbios mentais resultantes do exercício da função 
(POLÍCIA CIVIL, 2019a). 
A Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba, em 19 de 
dezembro de 1935 reformou o serviço de polícia civil do estado da 
Paraíba. Vale salientar que a polícia judiciária no Brasil foi 
instituída no início do século XVII. Porém, na Paraíba, somente 
em 21 de agosto de 1981, a polícia civil foi criada com estrutura de 
carreira por força da Lei 4.273. A polícia civil do estado da 
Paraíba, administrada pelo delegado geral de polícia civil, 
potencializa os serviços públicos da sua atribuição, 
substancialmente, através das unidades policiais. As delegacias 
distribuídas por todo território do estado, são, nas suas áreas 
circunscricionais, o centro das investigações, os pontos de 
atendimento, a proteção à população e dos demais atos de polícia 
judiciária (POLÍCIA CIVIL, 2019a). 
Analisando a ilustração da estrutura organizacional da 
polícia civil no estado da Paraíba nota-se a supremacia da 
Delegacia Geral de Polícia Civil - DEGEPOL. 
 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 23 
 
 
A DEGEPOL gerencia a Delegacia Geral Adjunta, que, 
por sua vez, está responsável pela administração do Instituto de 
Perícia Científica - IPC - da Academia de Polícia Geral - 
ACADEPOL - da Corregedoria da Polícia Civil - CPC - da 
Unidade de Inteligência da Polícia Civil - UNINTELPOL - da 
Delegacia Especializada de Operações Especiais - GOE - da 
Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas - DRFVC - e 
da Coordenação das Delegacias de Atendimento à Mulher - 
COORDEAM. É interessanteque se entenda a hierarquia entre os 
profissionais de segurança pública para se perceber as 
competências de cada uma delas (POLÍCIA CIVIL, 2019b). 
A função da polícia civil é praticar, com exclusividade, 
todos os atos necessários ao exercício das funções de polícia 
judiciária e investigativa de caráter criminalístico e criminológico. 
No sistema da polícia investigadora, adotado pelo Brasil, cabe às 
polícias judiciárias (polícias civil e federal) a direção da 
investigação criminal, sendo estas as titulares do procedimento 
investigativo criminal, observados os limites de suas 
24 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
competências. Portanto, a polícia civil, dirigida por delegados de 
polícia de carreira, atua, via de regra, depois que um crime ocorre 
e busca através da investigação criminal estabelecer a verdade 
real dos fatos (POLÍCIA CIVIL, 2019a). 
Ainda existem as categorias especiais dentro dessa 
composição: as desempenhadas pelos delegados de polícia 
possuem formação de nível superior - bacharel em direito; as 
categorias investigativas, desempenhadas pelos agentes de 
investigação e escrivães de polícia, têm formação de nível 
superior; as categorias de apoio policial, desempenhadas pelos 
motoristas policiais, são de formação de nível médio; as categorias 
de polícia científica, desempenhadas pelos peritos oficiais 
criminal, oficial médico-legal, oficial odonto-legal e químico-legal, 
possuem formação de nível superior; e as categorias de apoio 
técnico, desempenhadas pelos técnicos em perícia, papiloscopistas 
e necrotomistas, com formação de nível superior. 
Sobre os serviços da polícia civil do estado da Paraíba 
existe o atendimento pelo telefone chamado Disque Denúncia. Ele 
atende ao cidadão que deseja denunciar a prática de algum crime 
ou criminoso em qualquer lugar do Estado, de forma anônima e 
sigilosa. Através de ligação gratuita para o número 197, o cidadão 
relata os dados sobre o fato, características físicas e localização do 
acusado, não sendo necessários à identificação nem o seu telefone 
de contato. A informação é encaminhada para a delegacia de 
polícia responsável pela apuração, que tem um prazo de 30 dias 
para averiguar a denúncia. Qualquer crime que não seja 
necessária a manifestação presencial e formal por parte da vítima 
na delegacia de polícia, como, por exemplo: tráfico de drogas, 
homicídio, maus tratos, crimes patrimoniais, violência doméstica 
contra a mulher, etc. (POLÍCIA CIVIL, 2019b). 
Existe ainda a Delegacia Online, ferramenta da polícia 
civil que permite que ocorrências sem violência ou ameaça, como 
furtos simples e extravios, e ainda acidentes de trânsito sem 
vítima, possam ser registradas pela internet. Ela serve para 
proporcionar maior comodidade ao cidadão, que não precisa se 
deslocar até uma unidade policial para ser atendido, bastando 
acessar o serviço no endereço www.delegaciaonline.pb.gov.br 24h 
http://www.delegaciaonline.pb.gov.br/
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 25 
 
por dia. Após o registro, o Boletim de Ocorrência (BO) é validado 
pela equipe da Delegacia Online, que analisa dados pessoais do 
requerente, assim como a descrição do fato. A resposta é enviada 
por e-mail em até 48 horas (POLÍCIA CIVIL, 2019b). 
Dentre os delitos que podem ser registrados, estão os de: 
a) Furto (celulares, documentos e outros) O furto ocorre quando o 
autor do crime se apropria de um objeto ou valor financeiro que 
não lhe pertence. É caracterizada como furto a ação na qual não é 
empregado nenhum tipo de violência ou ameaça à vítima, para a 
apropriação indevida. (Em caso de identificação da autoria, o 
registro deve ser realizado na Delegacia de Polícia Civil mais 
próxima); b) Extravio (celulares, documentos e outros) O extravio 
é caracterizada por uma perda, sumiço ou desaparecimento de 
objetos e/ou documentos. Não se pode confundir, entretanto, 
perda com furto. Deve-se procurar sempre usar o bom senso e 
certificar-se do que ocorreu de fato; c) Acidente de Trânsito sem 
vítimas é caracterizado quando ocorrem somente danos materiais, 
ou seja, nenhum dos envolvidos no fato se machucou ou morreu 
em decorrência do acidente. Também é conhecido como acidente 
de trânsito com dano material; d) Pessoas Desaparecidas 
(POLÍCIA CIVIL, 2019b). 
Insta ainda assinalar que a polícia civil do estado da 
Paraíba também possui missão, visão e valores, como qualquer 
empresa hodierna. A missão é a de "investigar infrações penais e 
solucionar conflitos de forma efetiva, prestando atendimento de 
excelência à sociedade, para a proteção de direitos e pacificação 
social” (POLÍCIACIVIL, 2019a). A visão é a de “ser reconhecida 
pela sociedade como instituição de excelência em investigação 
policial e solução de conflitos, imprescindível à efetivação do 
direito à segurança” (POLÍCIA CIVIL, 2019). E os valores são os 
de trabalhar com ética, profissionalismo, comprometimento, 
imparcialidade, unidade e hierarquia (POLÍCIA CIVIL, 2019a). 
Cumpre ressaltar que em termos do trabalho concreto, 
ética implica em atuar com honestidade, transparência e 
moralidade com vista ao interesse público. Profissionalismo é o de 
exercer as atribuições com excelência, buscando a qualificação 
contínua e o aprimoramento dos serviços. Comprometimento é o 
26 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
de agir de maneira responsável e proativa com a instituição e a 
sociedade. Imparcialidade é o de buscar a verdade real dos fatos 
de forma impessoal, assegurando uma investigação justa e efetiva. 
Unidade é unir órgãos e servidores da polícia civil na realização 
das suas atribuições. E a hierarquia é respeitar a subordinação das 
funções administrativas da estrutura organizacional da polícia 
civil, resguardando a disciplina nas suas atribuições (POLÍCIA 
CIVIL, 2019a). 
 
3 ESTUDO DE CASO SOBRE A VIOLÊNCIA SOCIAL NO 
ESTADO DA PARAÍBA 
 
A coleta de dados abrangeu o período de janeiro de 2018 
a abril de 2019, mediante consulta a documentação sobre dados de 
ocorrências atendidas na ouvidoria e corregedoria da polícia civil 
do estado da Paraíba, através dos quais foi possível construir duas 
bases de dados: uma estabelecendo o quantitativo de 
atendimentos realizados pela ouvidoria de polícia civil assim 
como o qualitativo de procedimentos formalizados pela 
corregedoria de polícia civil. 
A outra base de dados foi construída com a estatística de 
policiais que responderam a processos administrativos junto à 
corregedoria de polícia, especificando os motivos através das 
incidências e consequentemente as penalidades em alguns 
processos já concluídos, tendo sido selecionados alguns casos 
considerados importantes para ilustrar a abordagem desse estudo 
na sua parte empírica do estudo de caso como campo de 
observação e coleta de dados. 
Importante ressaltar que, em atenção aos princípios 
éticos e limites jurídicos da pesquisa, os nomes dos atores sociais 
envolvidos nas respectivas demandas não foram relatados de 
modo a não permitir a sua identificação, sobretudo porque não é 
objetivo do estudo delimitar um perfil da amostra, mas tão 
somente identificar e tratar analiticamente os casos em que 
ocorreu registro de conflitos no ambiente da delegacia, 
configurando assim, em termos teóricos de violência recíproca 
entre o policial e as pessoas que comparece nas unidades policiais 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 27 
 
para ser atendido, aspecto que se confirmou através dos dados da 
pesquisa de campo. 
A polícia civil do estado da Paraíba atualmente é 
composta por 29 delegacias especializadas, 30 delegacias distritais 
e 14 delegacias de atendimento à mulher. As vinculações entre 
psicologia e violência, criminalidade e tutelas a cargo das 
instituições policiais necessitam ser mais bem examinados. Nesse 
sentido vale publicar, em caráter exclusivamente ilustrativo, a 
natureza e quantidade dos atendimentos na ouvidoria de polícia 
na Paraíba durante operíodo de 01/01/2018 a 31/12/2018, com 
um total de 200 (duzentos) acolhimentos, a saber: 
 
OUVIDORIA DE POLÍCIA CIVIL DA PARAÍBA – TIPOS DE 
ATENDIMENTOS REALIZADOS EM 2018 
 
 
 Fonte: Pesquisa da autora, 2019 
 
Os dados revelam a primazia das denúncias relatadas 
por 164 (82%) do total de pessoas acolhidas, seguida das 
reclamações com 25 (12,5) desse total. Em menor escala aparecem 
os elogios 6(3%), as solicitações 3 (1,5%) e as sugestões 2 (1%) no 
computo geral. Conforme informações da corregedoria e 
ouvidoria de polícia civil do estado da Paraíba, o prenúncio de 
28 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
abrangência dos casos de conflitos ocorre principalmente nas 
unidades policiais, definindo este local, como sendo o espaço em 
que as pessoas procuram apoio quando se encontram com 
problemas conflituosos. 
Daí resulta a circunscrição do fenômeno do conflito entre 
o profissional da segurança pública e a pessoa que sofreu algum 
tipo de conflito, porquanto é na delegacia que a maioria dos fatos. 
Os conflitos ocorridos entre as partes (policial e sociedade) é 
produto de um sistema social que subordina e fragiliza as pessoas. 
É um problema de grande intensidade porque sua origem é 
estrutural. Aprofundando essa situação referente ao acolhimento, 
a pesquisa aponta a quantidade de demandantes de acordo com o 
gênero 
 
OUVIDORIA DE POLÍCIA CIVIL DA PARAÍBA – 
ATENDIMENTOS REALIZADOS EM 2018 SEGUNDO O 
GÊNERO DO DEMANDANTE 
 
 
 Fonte: Pesquisa da autora, 2019 
 
Uma das falhas identificados na base de dados foi a falta 
de identificação do gênero em 61 (30,5%) dos casos estudados. 
Frise-se a predominância de pessoas do sexo masculino entre os 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 29 
 
acolhidos com 104 (52%), seguido de 35 (17,5%) do total dos 
demandantes, ressaltando que, também, qualificam-se como 
vítimas dos fatos denunciados. A forma como os atendimentos 
foram formalizados, ou seja, de acordo com a procedência 
também foi analisada. 
 
OUVIDORIA DE POLÍCIA CIVIL DA PARAÍBA – 
ATENDIMENTOS REALIZADOS EM 2018 SEGUNDO A 
PROCEDÊNCIA 
 
 
 Fonte: Pesquisa da autora, 2019 
 
Conforme análise dos dados, a maioria dos atendimentos 
135 (67,5%) foi presencial e 57 (28,5%) foi ato de oficio. Importante 
registar que as denúncias anônimas 8 (4%) foram aceitas de 
acordo com o Parecer AJCCG nº 445/2002, cuja conclusão opina 
pela “aceitação de denúncias anônimas, para o exercício de seu 
direito de reclamação e fiscalização sobre a qualidade dos serviços 
públicos” e o Decreto estadual nº 34.631/13, artigo 2º “A 
Ouvidoria Geral do Estado deverá, em especial, promover o 
atendimento externo destinado a todo e qualquer cidadão que a 
procure, considerando, em seu mérito, independente da forma, 
todas as manifestações que lhe forem dirigidas” (PARAÍBA, 2013). 
30 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
De acordo com a informação oriunda do Sistema de 
Medição (evolução dos indicadores da Corregedoria Geral de 
Polícia Civil), durante o período de janeiro 2018 a janeiro de 2019 
foram instaurados 136 processos administrativos disciplinares em 
desfavor dos policiais civis do estado da Paraíba, cuja estatística 
não poderá ser anexada ao presente trabalho, uma vez que é de 
cunho estritamente sigiloso. 
Os prejuízos causados aos policiais tais como: 
emocionais, psicológicos, sociais e econômicos são 
demasiadamente altos, e inevitavelmente como consequência 
causam um elevado custo para o poder público, devendo-se ainda 
considerar de forma muito significativa o sofrimento e a perda na 
qualidade de vida profissional e social, desses profissionais em 
segurança pública. 
A Lei Orgânica e o Estatuto da Polícia Civil do Estado da 
Paraíba dispõem sobre a sua organização institucional, suas 
carreiras, os direitos e as obrigações dos seus integrantes e dá 
outras providências, ou seja, não foi criada para punir o policial, 
mas para que esse profissional possa exercer suas atividades com 
zelo e dedicação. 
 
3.1 DESCRIÇÃO DE ALGUMAS CENAS DE CONFLITOS 
EXTRAÍDAS DAS OCORRÊNCIAS 
 
Empiricamente se constata que, nos locais onde se 
estabelecem as unidades policiais, as cenas de conflitos que 
ocorrem são apontadas em relatos de pessoas que comparecem na 
corregedoria e ouvidoria da polícia civil da Paraíba, e em alguns 
casos solicitam providências imediatas, temendo pela sua própria 
vida, conforme descrição que segue de casos selecionados de 
ocorrências do ano de 2019: 
 
Janeiro/2019–OUVIDORIA PC/PB. 
NATUREZA DA OCORRÊNCIA: 
DEFICIÊNCIA DO SERVIÇO POLICIAL. 
compareceu: (VÍTIMA ANÔNIMA), 
declarou: O denunciante relata que foi à 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 31 
 
Delegacia no Bairro de Cruz das Armas, 
pois queria fazer um Boletim de 
Ocorrência de um estelionato que o 
mesmo havia sofrido através do celular, 
que chegando na delegacia haviam três 
funcionários na entrada e um deles já foi 
abordando o denunciante questionando 
do que se tratava o assunto. Que o 
denunciante explicou todo o ocorrido, daí 
o funcionário disse que eles não faziam 
esse BO lá, que ele teria que ir para outra 
delegacia. Que chegando à delegacia 
informada pelo servidor, foi muito bem 
atendido pelo policial que ali estava, o 
qual informou que ele poderia ter feito 
aquele BO em qualquer unidade policial. 
Que o denunciante se sentiu enganado e 
pede as providencias cabível. 
 
Percebe-se, no caso em tela, que o descaso por parte do 
profissional da segurança pública é evidente, uma vez que o 
denunciante poderia ter registrado a ocorrência em qualquer 
unidade policial. Esse conflito poderia ter se agravado, 
ocasionando assim um tumulto de moderado a forte, agravado 
pelo fato de que o denunciante procurava apoio do órgão público, 
porém não recebeu o devido atendimento. Para demonstrar 
domínio sobre o local de trabalho, representado pelo cargo ora 
exercido, o policial não recepciona com o devido respeito a 
denunciante quando esta comparece à delegacia para solicitar 
ajuda. 
Foi identificado relato em que quando do atendimento, o 
servidor profere palavras ofensivas à denunciante, a qual 
comparece na Ouvidoria da Polícia Civil-PB para fazer a denúncia 
com base no seguinte teor: 
 
Janeiro/2019–OUVIDORIA DA POLÍCIA 
CIVIL/PB compareceu: Demandante, 
32 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
residente em João Pessoa/PB, declarou a 
denunciante que orientada por uma 
Promotora de Justiça para registrar um 
Termo Circunstanciado de Ocorrência 
contra o proprietário do imóvel onde 
reside, uma vez que este solicita que a 
mesma desocupe o imóvel sem esperar 
prazo, a denunciante compareceu a uma 
unidade policial da capital João Pessoa-
Paraíba, e quando atendida pelo servidor 
policial, este demonstrando estar 
impaciente não escutou todo o relato da 
denunciante, pedindo a todo momento 
para que ela resumisse o fato, em seguida 
esmurrou a mesma gritando a falando 
uma palavra de baixo calão. Que a 
denunciante perguntou se o policial 
tratava a sua mãe daquela forma. Que é 
uma pessoa calma, alega que o servidor 
não poderia ter tratado a mesma daquela 
forma e que o mesmo estava ali para 
atender as pessoas com cordialidade e 
respeito. Em seguida a denunciante 
compareceu na Ouvidoria de Polícia Civil 
para denunciar o policial para que este não 
trate com grosseria outras pessoas que 
procuram a polícia para resolver 
problemas conflitantes. 
 
A grosseria, a decisão recorrente de exercer 
superioridade no local de trabalho não condiz com o que 
determina as normas administrativas que estabelece deveres e 
obrigações na polícia civil do estado da Paraíba, o mesmo ocorre 
com o pouco caso diante de uma situação que precisa ser sanada: 
 
Janeiro/2019 – OUVIDORIA DA POLÍCIA 
CIVIL/PB – Demandante, residente em 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 33 
 
João Pessoa/PB, notificou através de 
telefone que: ao comparecerem uma 
delegacia distrital localizada na orla 
marítima de João Pessoa-Paraíba 
objetivando registrar um BO (Boletim de 
Ocorrência), porém não havia servidor no 
período da tarde, e que teria que esperar 
até a noite, ou se preferisse fazer o registro 
em outra delegacia. A reclamante 
comunicou o fato na Ouvidoria para que 
essa situação venha a melhorar, uma vez 
que falta servidor para atender a 
população. 
 
Acredita-se que uma parcela pequena de funcionários 
deixa a desejar na prestação de serviço ao cidadão, talvez em 
decorrência de pressão do próprio sistema de trabalho, o que se 
repete no seguinte relato: 
 
Março/2019 - Eu não procurei a Delegacia 
Geral do nada, mas por ter sido vítima de 
bandidos, fui informado, por meio da 
mídia, que a Polícia Civil havia 
apreendido alguns celulares, ao 
comparecer na delegacia fui maltratado, 
policiais me trataram com austeridade, fui 
humilhado. São pessoas despreparadas 
para atendimento com o público e acham 
que, por estarem empregadas em um 
órgão de segurança, podem tratar cidadão 
de forma desprezível. 
 
Respeito ao cidadão é o que se espera de um servidor da 
polícia civil do estado da Paraíba o que muitas vezes não ocorre. 
Fazendo uma leitura mais atenta dos aspectos descritos pelos 
reclamantes em relação aos atendimentos na delegacia, o que se 
percebe nesses relatos é uma agressão emocional. Os episódios 
34 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
descasos em tela despertam atenção da sociedade, uma vez que o 
policial responsável pelos registros de ocorrências deverá estar 
preparado para os mais diversos tipos de atendimento. A 
depender da situação da pessoa que sofrera violência externa, 
poderão ocorrer também conflitos dentro da delegacia. 
 
Fevereiro/2019 – PLANTÃO EM UMA 
DELEGACIA DISTRITAL DA POLÍCIA 
CIVIL/PB, José, agente de investigação 
encontrando-se no plantão em uma 
delegacia distrital da Capital, quando por 
volta das 02h00min da madrugada 
chegara o senhor Simão para registrar uma 
Ocorrência Policial, cujo fato tratava-se de 
um acidente de trânsito com vítima. 
Cumprindo determinação superior, uma 
vez que existia uma portaria onde 
determina que todo acidente de trânsito 
que envolvesse vítima (lesão ou fatal) 
somente poderia ser registrado na 
Delegacia Especializada de Acidente de 
Trânsito, e se o fato ocorresse fora do 
expediente normal daí seria registrado na 
Central de Flagrantes. O policial informou 
a Simão da impossibilidade de atendê-lo, 
uma vez que existia essa determinação, 
Simão não aceitando o fato de não ser 
atendido naquele momento, deslocou-se 
até a central de flagrantes, onde registrou 
o fato do acidente, bem assim outra 
ocorrência em desfavor do policial, o qual 
dias depois recebera uma comunicação 
para comparecer na Corregedoria de 
Polícia para ser ouvido em sindicância 
administrativa. 
 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 35 
 
Observa-se no caso em tela, o conflito, a dúvida, a 
ausência de uma comunicação adequada, visto que o profissional 
informa não ter autorização para o atendimento naquela unidade 
policial, uma vez que existe determinação superior. A outra parte 
não aceita sair daquele local sem ser atendido, fatalmente inicia-se 
uma discussão, cujas palavras proferidas não agradam ambas as 
partes. Esse conflito não termina ali, uma vez que o fato será 
apurado posteriormente em uma corregedoria, ocasionando 
transtorno para o profissional. 
 
Março/2019 – EXPEDIENTE EM UMA 
DELEGACIA DISTRITAL DA POLÍCIA 
CIVIL/PB, o Senhor Santos, Escrivão de 
Polícia Civil, quando no horário do 
expediente em uma delegacia distrital da 
Capital, por volta das 11:00 horas chegara 
o senhor Servi-lo, o qual objetivava 
registrar um Boletim de Ocorrência, cujo 
fato tratava-se da perda de seus 
documentos pessoais. Naquele horário 
encontravam-se várias pessoas 
aguardando a vez para ser atendido; após 
40 minutos de espera o senhor Servi-lo foi 
à presença do escrivão para reclamar a 
morosidade no atendimento, este 
informou que a demanda era grande, 
muitas pessoas aguardavam o 
atendimento e que estava atendendo 
gradativamente cada uma delas, 
informando ainda que o mesmo 
aguardasse sua vez ou comparecesse a 
uma outra delegacia, uma vez que todas 
registram aquele fato. O senhor Servi-lo 
achou que estava sendo tratado de forma 
deprimente, inclusive proferindo insultos 
contra o servidor. Após alguns dias o 
escrivão recebe uma notificação da 
36 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
existência de uma sindicância 
administrativa para que o mesmo venha 
explicar os motivos do conflito existente 
entre ele policial e o senhor Servi-lo. 
Santos, escrivão há décadas na polícia civil 
ficou depressivo, visto que não havia 
motivos para tal constrangimento, ou seja, 
responder a um procedimento na 
corregedoria da sua instituição. 
 
Não há como ficar impassível com a forma como ocorreu 
a comunicação, havendo no relato demonstração de impaciência 
por parte da pessoa que procurou resolver seu problema naquela 
unidade policial. Este estava decidido a não esperar sua vez, a 
deixar marcas profundas no psicológico daquele profissional, que 
nada poderia fazer, uma vez que como profissional deve adotar 
primordialmente o princípio da imparcialidade. Porém a 
agressividade da qual fora vítima, inclusive chamando atenção de 
todos, como se ele tivesse contribuído para que aquele conflito 
viesse a ocorrer, suscitou problemas psicológicos àquele 
profissional: 
 
Abril/2019 – EXPEDIENTE EM UMA 
DELEGACIA DISTRITAL DA POLÍCIA 
CIVIL/PB. A balconista Silvana 
compareceu na Delegacia para informar 
do roubo de um veículo de sua 
propriedade. Não sabia da numeração da 
placa do veículo, assim como da marca de 
seu aparelho celular bem assim os objetos 
que se encontravam no interior do 
automóvel, daí ao ser perguntado por 
várias vezes pelo policial as mínimas 
informações para o registro do Boletim de 
Ocorrência, esta não soube responder, 
gerando assim o conflito, uma vez que o 
policial não tinha como ajudar aquela 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 37 
 
mulher, diante do nervosismo e exigência 
da mesma. 
 
As pessoas vítimas de algum tipo de violência, seja de 
roubo, furto, agressão física ou outro fato, antes mesmo de 
comparecer à delegacia de polícia, deverá procurar todas as 
informações possíveis e necessárias: identificação de seus objetos, 
dia, hora, local e características do autor, para que assim se possa 
iniciar um levantamento ou informação para que o fato venha a 
ser investigado e desvendado com precisão. No momento em que 
o profissional da segurança não dispõe de informações precisas, 
não terá como dar início ao trabalho investigativo, gerando assim 
problemas para ambas as partes. 
Circundada por uma teia de emoções, os conflitos 
ocorridos nas delegacias de polícia, nos quais de um lado está o 
servidor público policial, enquanto que a outra parte trata-se de 
uma pessoa que fora vítima de algum tipo de violência, não deixa 
apenas marcas emocionais. Eles atingem também a própria 
instituição policial, uma vez que não compartilham de uma forma 
harmoniosa para que o fato venha ser analisado e, na medida do 
possível, venha a ser resolvido. 
Esses aspectos são ressaltados na pesquisa sobre nove 
casos registrados em 2019. Conforme o Sistema de Medição da 
Corregedoria Geral de Polícia Civil do Estado da Paraíba, somente 
no dia 16 de janeiro de 2019, foram registrados 09 (nove) 
Processos Administrativos Disciplinar em desfavor dos policiais 
civis, por terem transgredido o que dispõe a Lei Complementar nº 
85/2008 da Polícia Civil (PRAÍBA, 2008). 
Assim, nesse segmento e examinando as informações 
acima indicadas, vale refletir sobre o cotidiano e prática do agente 
policial reflexivo poderiam ser aprimorados, por exemplo, pela 
proposta da criação de uma Câmara Social de Conflitos, cuja 
opinião surgiu em decorrência do alto índice de procedimentosinstaurados na Corregedoria de Polícia do Estado da Paraíba, e 
assim viabilizar um projeto diferente do convencional ora 
existente. 
38 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
Estamos falando da mediação e conciliação como formas 
de comunicação eficiente, visando assim encontrar uma resposta 
amigável para o problema: o mediador procura, da forma mais 
convincente, eliminar as barreiras de comunicação entre as partes, 
transformando o conflito vivido naquele momento em uma 
comunicação harmoniosa. 
 
4 SOBRE A CRIAÇÃO DO NÚCLEO DE MEDIAÇÃO E 
CONCILIAÇÃO ADMINISTRATIVO 
 
Situando na perspectiva da propositura da criação do 
Núcleo de Mediação e Conciliação Administrativo baseada em 
casos reais identificados através das demandas e atendimentos 
registrados na Corregedoria Geral e Ouvidoria de Polícia Civil, 
assim como a Resolução 125/2010 o Código de Ética do Mediador 
(Anexo III – Resolução 125/2010 – CNJ), a Lei 4.273 de 21 de 
agosto de 1981, e a Lei Complementar Nº 85, de 12 de agosto de 
2008, as quais foram as referências básicas para o 
desenvolvimento deste projeto. 
Compreende-se, então, que o conflito acontece pelo 
descumprimento dos princípios de direito comum, pautadas no 
adágio popular “o direito de um termina onde começa o do 
outro”. Deste modo, pode-se afirmar que o conflito nasceu com o 
homem, no seu convívio em sociedade e, com ele, foram surgindo, 
desde a primícia, algumas formas de resolução dos conflitos. Daí 
se conclui que o ser humano é um indivíduo comum entre todas 
elas, já que ele é o foco de todas as predileções, para que se 
alcance uma convivência pacífica entre os homens. 
Justifica-se a criação do Núcleo de Mediação e 
Conciliação Administrativo diante da presunção de relevância 
que se constrói o problema central ao se indagar: como e por onde 
começar o revigoramento dos valores e de ações na direção de 
enfrentar os conflitos em locais de trabalho? O policial revestido 
das funções que lhes são peculiares acumula responsabilidades 
extremas quanto à organização e atendimento qualificado no 
ambiente de trabalho. 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 39 
 
Pretende-se contribuir para a implantação do Núcleo de 
Mediação na Secretaria da Segurança e da Defesa Social do Estado 
da Paraíba, acreditando-se ser essa ação o instrumento de 
ampliação dialogal entre o policial e a sociedade, com 
predeterminação adequada. Isso possibilitaria cumprir a missão 
dentro dos perfis de cidadania e de civilidade diante de novos 
paradigmas de apoio à sociedade e ao profissional de segurança 
pública (MIRANDA, 2011). O Núcleo é um significativo 
instrumento de gestão, pois a partir do envio de manifestações 
pelo cidadão, seja reclamação ou denúncia, é possível mapear a 
realidade da qualidade do serviço público prestado, sob a ótica do 
destinatário final, ou seja, o cidadão que efetivamente o utiliza. 
É por esta razão que, dentre os objetivos específicos, têm-
se os de coletar informações através de um cauteloso estudo dos 
casos selecionados, como fenômenos que acontecem no ideário 
dos principais registros de ocorrências e instauração de 
procedimentos administrativos junto à Corregedoria de Polícia 
Civil no que concerne aos conflitos entre policiais e sociedade, 
assim como problemas administrativos; identificar os casos em 
que os conflitos são os fatores predominantes como instrumento 
de busca do entendimento, averiguando o porquê de sua 
ocorrência e notando os elementos factuais recorrentes em cada 
caso; avaliar o uso da força quando da realização de uma 
abordagem policial, assim como o treinamento policial como fator 
de mudança no serviço prestado. 
Importante registrar que, conforme estabelece a lei nº 
13.140/2015, em seu art. 2º, a mediação é regida por alguns 
princípios: imparcialidade do mediador; autonomia da vontade 
das partes; informalidade; isonomia entre as partes; oralidade; 
busca do consenso; confidencialidade e boa-fé (BRASIL, 2015). Por 
conseguinte, ao admitir a possibilidade de solução de conflitos 
entre o profissional de segurança pública e a sociedade, sobretudo 
quando se trata de violência psicológica, necessário se faz 
capacitar os delegados, escrivães, agentes e todas as equipes de 
profissionais que irão atuar nessa atividade. 
Conforme o que dispõe no art. 144, caput da Constituição 
Federal de 1988, a segurança pública cumpre um papel primordial 
40 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
e estratégico, buscando alternativas para agrega-las aos órgãos 
através de novas tecnologias, identificando as habilidades e 
conhecimentos de cada integrante, modernizando e integrando 
valor para as organizações (BRASIL, 1988). 
 
4.1 PROPOSTA DE UM PERCURSO OPERATIVO 
 
Numa análise mais acurada do percurso operativo do 
Núcleo de Mediação e Conciliação Administrativo, não se deve 
perder de vista que a conciliação ou mediação é um procedimento 
voluntário para solução de conflitos no qual as partes encontram-
se na presença de um conciliador ou mediador e podem chegar a 
acordo. Por meio da conciliação ou mediação, as partes podem 
expor seu pensamento e têm a oportunidade de solucionar 
questões importantes de um modo cooperativo e construtivo – o 
que torna a mediação uma possibilidade de mudar a “cultura do 
conflito” para a “cultura do diálogo” (CONCEIÇÃO, 2021). 
Esse processo é na verdade, uma forma de facilitação de 
conversas, ou diálogos entre partes que se encontram em 
situações conflituosas e que não conseguem chegar a uma 
conclusão ou uma decisão ajustada. Tratando-se de mediação, 
adversidades relacionadas a familiares (pequenas discussões com 
esposo (a) e outras pessoas da família), vizinhos e amigos 
(pequenas discussões), pequenas contendas com o próprio colega 
de trabalho, ou seja, que tenha uma ligação de amizade ou 
conhecimento (MAZOLLA, 2015). 
Tratando-se de conciliação: problemas concernentes a um 
mau atendimento quando em contato com o público na delegacia 
quando de uma intimação ou abordagem policial (que algumas 
vezes causa impacto na outra parte), enfim, fatos de menor 
potencial que envolva o policial civil e o público em geral. A 
própria expressão da frase “isto é um caso de polícia” já 
comprova que no momento em que uma determinada situação se 
intensifica, investindo-se a incivilidade e a violência social ou 
individual, todos nós, quando envoltos em um conflito, ou outra 
dificuldade qualquer que venha prejudicar nossa idoneidade 
moral, social, dentre outras, eis que buscamos atendimento em 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 41 
 
uma delegacia de polícia onde o agravamento dos conflitos não 
poderá de nenhuma forma, ser assimilado por agentes funcionais 
subtreinados pelo próprio Estado. 
Acredita-se que a polícia tem o dever de tratar bem a 
população que a procura, porém em muitas ocasiões os 
profissionais que se encontram nas delegacias não estão 
devidamente preparados e consequentemente não dispensam o 
atendimento adequado aos usuários. Desta forma, é primordial 
que haja incentivos, reciclagem etc., para que esses profissionais 
estejam capacitados, inclusive emocionalmente, para atuarem com 
profissionalismo no atendimento direto à população. É necessário 
viabilizar um projeto completamente diferente de tudo que foi 
feito até agora nas delegacias de polícia, objetivando alterar o 
método da prestação dos serviços existentes nestes locais. 
Sabemos que estamos falando de pessoas que no seu dia-
a-dia trabalham arriscando a própria vida no enfrentamento com 
salteadores e que precisam, na maior parte das vezes, serem 
enérgicos e determinados. O atendimento adequado necessita 
estar em conformidade com a diversidade das vítimas, com um 
tratamento agradável a todos, porém focado à dificuldade 
problemática particular de cada um, assim como procurar atender 
as expectativas dessas pessoas que procuram atendimento nas 
delegacias. 
O profissional que desempenha suas atividades aoatendimento ao público, deve ter conhecimento e profissionalismo 
para analisar cada usuário, disponibilizando informações precisas 
com relação aos serviços a serem realizados, formas de trabalho, 
etc., para que assim a instituição policial tenha uma boa imagem 
perante a sociedade. Nesse contexto, deve-se considerar que a 
mediação e conciliação no âmbito administrativo da polícia é um 
procedimento a ser utilizado para agilizar o procedimento legal 
processual administrativo onde, após a parte comparecer na 
Corregedoria ou Ouvidoria de Polícia e formular a denúncia, será 
tomado a termo, e tratando-se de infrações penais de menor 
potencial ofensivo, indaga-se a pretensão da parte conciliar, uma 
vez que o ato é voluntário, caso as partes aceitem serem 
conciliadas estas serão convidadas para um diálogo entre si e 
42 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
entre o mediador/conciliador designado para o ato. Esse será um 
momento em que os envolvidos poderão se justificar e redimir 
dos atos praticados. 
Caso não queira passar pela conciliação poderão 
informar que abdicam do direito de tentativa de autocomposição 
já que as partes terão conhecimento a respeito dos princípios da 
voluntariedade, do poder de decisão das partes, da capacitação do 
mediador, e a imperatividade da neutralidade e imparcialidade 
do mediador. Esse momento seguirá o princípio da 
informalidade, confidencialidade, dentre outros. 
O Núcleo atuará nos casos aplicados em pequenos 
conflitos ocasionados quando do atendimento na delegacia, 
quando em uma abordagem do policial a uma pessoa por motivos 
diversos, dentre eles entrega de uma intimação ou solicitação de 
informação, assim como de ordem familiar e de vizinhança, 
podendo ser incluído infrações penais de menor potencial 
ofensivo, nos casos previstos na lei nº 9.099/95, como lesões 
corporais de natureza leve, ameaças, crimes contra a honra, maus 
tratos, perturbação do sossego ou da tranquilidade alheia. 
Tais conflitos correspondem a um grande montante de 
expedientes instaurados na Ouvidoria e Corregedoria de polícia, 
sendo fatos recorrentes que tendem a se agravar. A finalidade é 
evitar o agravamento desses conflitos e, principalmente, que estes 
se transformem em graves delitos ou grandes tragédias sociais, 
emocionais ou até mesmo financeiras. A visão integrativa, o 
intercâmbio contínuo de experiencias certamente contribuirão 
para a melhoria na qualidade do atendimento. 
Após o reclamante comparecer no Núcleo de Mediação e 
Conciliação Administrativo da Policia Civil, é esclarecido a 
proposta da resolução pacífica do conflito. Caso aceite ser 
conciliado ou mediado, a parte preenche um formulário inicial de 
teor autoexplicativo, onde são esclarecidos os aspectos e 
características, tanto do método, quanto do procedimento de 
conciliação ou mediação. Nesse mesmo documento estão 
inseridas as informações referentes ao acordo. 
A seguir, o conciliador ou mediador entrega ao 
reclamante um convite para participar da conciliação ou mediação 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 43 
 
(que é assinado pelo conciliador ou mediador) em seguida é 
expedida outro convite para a outra parte, convidando-a a 
participar da sessão. No mesmo impresso estarão as informações 
de data, hora e local para uma sessão individual com os 
conciliadores ou mediadores, como também, delineados os 
aspectos e significados do procedimento de conciliação mediação 
de conflitos. A outra parte comparece ao Núcleo e também 
apresenta sua versão dos fatos em sessão individual. Da mesma 
forma, o conciliador ou mediador entrega-lhe o formulário inicial, 
apresentando a possibilidade de conciliação ou mediação. 
Estas sessões são muito importantes para utilização da 
técnica de “desarme” (psicológico) de ambas as partes, pois o 
conciliador ou mediador desenvolverá a sua função inicial de dar 
conotações positivas para o conflito. Na Sessão conjunta ou 
abertura do “ciclo de conciliação ou mediação”, com a presença 
de envolvidos, e dos conciliadores ou mediadores, todos serão 
informados preliminarmente, do objetivo do ciclo, ou seja, de 
favorecer a construção de um acordo moral, por intermédio de 
uma solução alternativa, aberta e pacífica para o conflito 
 Enfim, demonstrando que mesmo diante das 
controvérsias, há sempre a possibilidade para que todos saiam 
vencedores. Havendo composição entre as partes será elaborado o 
termo do acordo de conciliação ou mediação, legitimando todo o 
processo, com assinatura dos envolvidos e conciliadores ou 
mediadores. Independente de qual seja o resultado das sessões, o 
expediente será encaminhado para a Corregedoria Geral de 
Polícia Civil. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
No aspecto do que foi exposto, somos convictos que, 
detalhamos a importância, respeito e consideração que se deve 
conceder ao servidor público policial civil, quanto a novos 
paradigmas enfocados neste trabalho, a exemplo de que a 
incorporação entre a polícia e a comunidade, proporcionando a 
compreensão da segurança pública como compromisso de todos, 
44 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
estabelecendo uma relação de confiança entre o policial e o 
cidadão. 
No momento em que um policial em contato com uma 
pessoa da sociedade que teve suas ideias, comportamentos e 
idoneidade contrariados, e o agente público não satisfaz aos 
anseios momentâneos, em muitas vezes por uma simples resposta 
negativa, tom de voz ríspido, ou um mau atendimento, quando 
da entrega de uma simples Certidão de Ocorrência ou intimação, 
ainda assim em uma abordagem policial, facilmente poderá 
ocorrer uma lide, formando assim um caminho aberto para que 
aquela pessoa procure os órgãos para assim comunicar. 
Este projeto surge como uma ferramenta que busca 
solucionar, por meio de um acordo entre as partes orientado por 
um conciliador ou mediador, conflitos de menor potenciais 
ofensivos ocorridos na delegacia envolvendo o policial e a pessoa 
que procura os trabalhos do servidor, permitindo a análise de 
diferentes alternativas ante uma contenda, além de facilitar 
estratégias para entender os mecanismos do conflito interpessoal 
e em consequência atuar na resolução do mesmo. É um modelo 
preventivo que não trabalha somente sobre o efeito senão sobre a 
causa dos conflitos. 
Para a implantação de um Núcleo de Mediação e 
Conciliação Administrativa sugere-se que a equipe organize uma 
reunião com os gestores, para discutir formas de implementação 
do projeto de criação, constando de modelo conceitual, 
infraestrutura, ações, recursos físicos e humanos capazes de 
realizar as sessões de mediação e conciliação. É necessário que o 
Núcleo tenha mediadores e conciliadores devidamente 
capacitados, de conformidade com a resolução 125/2010 do CNJ. 
Ressalte-se que a importância do Núcleo é possuir 
autonomia e vinculação direta à Corregedoria de Polícia Civil. 
Paralelamente à normatização do Núcleo, faz-se necessário que o 
executivo estadual garanta a estruturação física mínima para seu 
funcionamento: espaço físico adequado com garantia de 
acolhimento privativo e sigiloso tanto para os cidadãos quanto 
aos servidores, além de localização de fácil acesso e viabilidade a; 
equipamentos e mobiliários adequados para a realização dos 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 45 
 
serviços, disponibilidade de linha telefônica e acesso à internet, 
sistema informatizado para tramitação das manifestações e central 
de atendimento telefônico. 
Quanto à escolha da equipe de conciliadores e 
mediadores. Deve-se constituir uma equipe capacitada ao 
desenvolvimento do trabalho, que possua dentre outras 
qualidades: formação de conciliação e mediação, ética, 
sensibilidade social, presteza, iniciativa, dedicação, 
comunicabilidade, dentre outros. A formação dos servidores deve 
ser compatível com as exigências das atribuições dadas a ele. 
Precisa-se ainda capacitá-los com cursos presenciais e virtuais. 
Contribuirpara a definição do fluxo de trabalho do 
Núcleo, ou seja: os canais de entrada das informações, a forma de 
recebimento, a classificação, a análise, o encaminhamento, o 
acompanhamento, a resposta ao cidadão e a forma de repasse 
dessas informações à Corregedoria, essa é na essência, a gênese da 
proposta que deu corpo e esse projeto. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República 
Federativa do Brasil. Brasília, DF: Presidência da República: Casa 
Civil: Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao
compilado.htm. Acesso em: 23 fev. 2022. 
BRASIL. Resolução nº 125, de 29 de outubro de 2010. Dispõe 
sobre a Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos 
conflitos de interesses no âmbito do Poder Judiciário e dá outras 
providências. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-
content/uploads/2014/04/resolucao_125_29112010_23042014190
818.pdf. Acesso em: 20 set., 2022. 
BRASIL. Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015. Dispõe sobre a 
mediação entre particulares como meio de solução de 
controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da 
administração pública; altera a Lei nº 9.469, de 10 de julho de 
1997, e o Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972; e revoga o § 2º 
do art. 6º da Lei nº 9.469, de 10 de julho de 1997. Disponível em: 
46 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13140.htm. Acesso em: 20 set., 2022. 
CONCEIÇÃO, Daniele Lisboa da. Mediação e o processo civil 
brasileiro: cultura do conflito vs. Cultura do diálogo. Conteúdo 
Jurídico. Brasília, DF. 19 mar. 2021. Disponível em: 
https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/56266/media
o-e-o-processo-civil-brasileiro-cultura-do-conflito-vs-cultura-do-
dilogo. Acesso em: 20 set., 2022. 
MAZOLLA, Marcelo. Tempo de mediação. Mediare, 2015. 
Disponível em: https://mediare.com.br/temp-de-mediacao/. 
Acesso em: 20 set., 2022. 
MIRANDA, Ana Karine Pessoa Cavalcante (2011). Segurança 
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orientações para a atuação de uma polícia cidadã. 127 p. 
Dissertação de Mestrado em Políticas Públicas – Universidade 
Estadual do Ceará (UECE), 2011. Disponível em: 
http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UECE-
0_868dc923f3c8dc7802d345e412ac9aa2. Acesso em: 20 set., 2022. 
OLIVEIRA, Onivan Elias de. Você sabe com quem está falando? 
João Pessoa: Ideia, 2017. 
PARAÍBA. Lei Complementar nº 85, de 12 de agosto de 2008. 
Dispõe sobre a Lei Orgânica e o Estatuto da Polícia Civil do 
Estado da Paraíba, sua organização institucional, suas carreiras, os 
direitos e as obrigações dos seus integrantes e dá outras 
providências. Disponível em: 
https://www.policiacivil.pb.gov.br/legislacao/lei-
complementar-no-85-de-12-de-agosto-de-2008-atualizada.pdf. 
Acesso em: 20 set., 2022. 
PARAÍBA. Decreto nº 34.631 de 10 de dezembro de 2013. Dispõe 
sobre as Competências da Ouvidoria Geral do estado e dá outras 
providências. Publicado no Diário Oficial nº 15.410 – Estado da 
Paraíba – de 11 de dezembro de 2013. Disponível em: 
https://paraiba.pb.gov.br/indiretas/ouvidoria-geral-do-
estado/legislacao/decreto-34-631-de-10-de-dezembro-de-2013-
dispoe-sobre-as-competencias-da-ouvidoria/view. Acesso em: 20 
set., 2022. 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 47 
 
PARAÍBA. Polícia civil: quando surgimos, nossa função e 
princípios institucionais, 2019a. Disponível em: 
https://www.policiacivil.pb.gov.br/institucional/institucional. 
Acesso em: 20 set., 2022. 
PARAÍBA. Polícia civil: estrutura organizacional. 2019b. 
Disponível em: 
https://www.policiacivil.pb.gov.br/institucional/orgaos-
delegacias. Acesso em: 20 set., 2022. 
 
48 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
CAPÍTULO II 
 
DESCRIÇÃO DE CENÁRIOS EM TORNO DO FENÔMENO 
REFUGIADOS AMBIENTAIS NO BRASIL 
 
DESCRIPTION OF SCENARIOS AROUND THE 
PHENOMENON OF ENVIRONMENTAL REFUGEES IN 
BRAZIL 
 
Andrea Cristina de Melo2 
Maria do Socorro da Silva Menezes3 
 
RESUMO: É recente a preocupação para com os refugiados 
ambientais, categoria de refugiados carente de amparo jurídico e 
pouco estudada principalmente no Brasil. Com vistas à ampliação 
dessa discussão, objetivou-se investigar a seguinte questão-
problema: como podem ser descritos os cenários em torno do 
fenômeno refugiados ambientais considerando a realidade dessa 
categoria de refugiados no Brasil? Trabalhando com a hipótese de 
que os refugiados ambientais migram em busca de lugares nos 
quais tenham condições e qualidade de vida para que possam 
viver em paz, sem precisar suportar situações de risco, 
decorrentes de perturbações ambientais. Seguindo o método 
dedutivo de análise e as diretrizes aplicadas a pesquisa 
bibliográfica e documental de natureza descrita, o estudo ora 
apresentado teve por objetivo descrever dois cenários sobre o 
fenômeno dos refugiados ambientais no Brasil; o primeiro tendo 
como causa eventos climáticos representados pela seca, 
inundações e deslizamentos de encostas; o segundo 
consequência de causas antropocêntricas focando nas queimadas, 
no caso de Mariana e no de Brumadinho. Na sua abordagem 
teórica o estudo aborda ocupa-se em averiguar a parte conceitual, 
 
2 Bacharela em Direito; Estudante de Teologia. 
3 Mestre em Economia. Especialista em Direito Ambiental. Professora do 
Curso de Graduação e Pós-graduação em Direito da Faculdade de 
Ensino Superior da Paraíba-FESP. 
Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I | 49 
 
a dimensão do problema no mundo e, no Brasil em particular, 
averiguando as causas, consequências e a questão jurídica 
envolvendo o objeto de estudo, enfatizando a legislação da ONU, 
a proteção constitucional e a legislação infraconstitucional pátria 
envolvendo o objeto de estudo. 
PALAVRAS-CHAVE: Refugiados Ambientais. Eventos 
Climáticos. Causas Antropocêntricas. Amparo Jurídico. 
 
ABSTRACT: There is a recent concern with environmental 
refugees, a category of refugees lacking legal support and little 
studied mainly in Brazil. With a view to expanding this 
discussion, the objective was to investigate the following problem 
question: how can the scenarios around the phenomenon of 
environmental refugees be described considering the reality of 
this category of refugees in Brazil? Working with the hypothesis 
that environmental refugees migrate in search of places where 
they have conditions and quality of life so that they can live in 
peace, without having to endure risky situations, resulting from 
environmental disturbances. Following the deductive method of 
analysis and the guidelines applied to bibliographic and 
documentary research of a described nature, the study now 
presented aimed to describe two scenarios about the phenomenon 
of environmental refugees in Brazil; the first, caused by climatic 
events represented by drought, floods and landslides; the second 
consequence of anthropocentric causes focusing on burning, in 
the case of Mariana and Brumadinho. In its theoretical approach, 
the study deals with investigating the conceptual part, the 
dimension of the problem in the world and, in Brazil in particular, 
investigating the causes, consequences and the legal issue 
involving the object of study, emphasizing the UN legislation, 
constitutional protection and the national infraconstitutional 
legislation involving the object of study. 
KEYWORDS: Environmental Refugees. Climate Events. 
Anthropocentric Causes. Legal Support. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
50 | Estudos e Reflexões Sobre Temas Jurídicos: Volume I 
 
Esse estudo sobre a descrição de cenários em torno do 
fenômeno refugiados ambientais no Brasil foi elaborado sob a 
ótica do direito ambiental buscando não apenas conhecer a 
realidade dessa categoria de pessoas que, em decorrência de 
mudanças climáticas e alterações no meio ambiente, tais como 
secas intensas, desertificação, esgotamento do solo, enchentes, 
deslizamentos,

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