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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS – FMU DIREITO
 
 
 
 
 
 
APS: EXECUÇÕES CIVEIS
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ENTRE CREDOR E DEVEDOR
Wellington Ferreira Siqueira 
 
RA: 5346981 
Professor: Fabio Romeu Canton Filho
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 2023 
A análise da decisão judicial de penhora de 30% dos vencimentos do executado na execução de título executivo extrajudicial, com base na preservação do suficiente para a manutenção do executado e de sua família, à luz do art. 833 do Código de Processo Civil (CPC) e dos princípios que envolvem a dignidade da pessoa humana, é um tema de relevância no âmbito do direito processual civil e dos direitos fundamentais.
O art. 833 do CPC estabelece as regras referentes à impenhorabilidade de alguns bens, visando proteger o mínimo necessário para a subsistência do devedor e de sua família. Entre os bens impenhoráveis, estão os vencimentos, salários e proventos de até 50 salários-mínimos mensais, desde que necessários à manutenção do devedor e de sua família. No entanto, o próprio dispositivo legal prevê a possibilidade de penhora de percentual acima desse limite, desde que haja autorização judicial.
Na situação descrita, a penhora de 30% dos vencimentos do executado ocorreu dentro do limite de 50 salários-mínimos, não havendo, aparentemente, uma violação direta do art. 833 do CPC. No entanto, a análise da decisão não pode se limitar apenas à conformidade com a norma processual, pois envolve questões de ordem ética e de respeito à dignidade da pessoa humana.
A dignidade da pessoa humana é um dos princípios fundamentais consagrados na Constituição Federal de 1988, e deve ser considerada em todas as decisões judiciais. Nesse caso, é necessário ponderar os interesses em conflito: de um lado, o direito do exequente à satisfação do crédito; de outro, a proteção da dignidade do executado e de sua família.
A decisão do juiz de direito em penhorar 30% dos vencimentos do executado demonstra uma preocupação em assegurar que o devedor e sua família não sejam privados do mínimo necessário para a subsistência. Entretanto, é importante considerar se essa penhora é realmente proporcional às condições econômicas e necessidades do devedor.
A ponderação entre os interesses em jogo deve levar em conta, por exemplo, a situação financeira do devedor, o valor do crédito a ser satisfeito, a existência de outros meios menos gravosos para o executado e a possibilidade de negociação ou parcelamento da dívida. Além disso, a decisão deve ser motivada de forma a justificar a penhora de 30% dos vencimentos e demonstrar que essa medida é necessária para a satisfação do crédito, respeitando, ao máximo possível, a dignidade da pessoa humana do executado e de sua família.
Em resumo, a análise da decisão judicial deve considerar não apenas a conformidade com o art. 833 do CPC, mas também a ponderação dos interesses envolvidos, especialmente o respeito à dignidade da pessoa humana. A decisão deve ser justificada de forma a demonstrar que a penhora de 30% dos vencimentos é uma medida necessária e proporcional, evitando assim a violação dos direitos fundamentais do executado e de sua família.

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