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1 FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA 2 1ª edição Ipatinga – MG 2021 MATEMÁTICA FUNDAMENTOS DA Vanessa da Luz Vieira 3 FACULDADE ÚNICA EDITORIAL Diretor Geral: Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Revisão Gramatical e Ortográfica: Fabiana Miraz de Freitas Grecco Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva Carla Jordânia G. de Souza Rubens Henrique L. de Oliveira Design: Brayan Lazarino Santos Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Luiza Filgueiras NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA Rua Salermo, 299 Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 www.faculdadeunica.com.br 4 Menu de Ícones Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles chamam a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São sugestões de links para vídeos, documentos científicos (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado. Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações importantes aos quais você deve ter maior atenção! São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada unidade do livro. São para esclarecer os significados de determinados termos/palavras mostradas ao longo do livro. Este espaço é destinado à reflexão das questões citadas em cada unidade, associando-as às suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 8 CONJUNTOS Nesta unidade estudaremos os conjuntos, elementos, subconjuntos e as relações que envolvem esses conceitos. Os conjuntos são de suma importância para a compreensão de muitos exemplos e práticas, além de estarem presentes no nosso dia a dia. Por Exemplo: o conjunto das pessoas que fazem curso em EaD na Faculdade Única. DEFINIÇÕES A teoria de conjuntos é fundamental para o estudo da matemática, as definições que perpassam essa teoria são primitivas, sendo assim, algumas são incertas. As principais noções são: conjunto, elemento e pertinência entre elementos e conjuntos. Podemos ter infinitos exemplos de conjuntos, como alguns descritos abaixo: O conjunto das vogais; O conjunto formado pelos números ímpares; Conjunto das pessoas que residem em Ipatinga – MG; Conjunto dos alunos da Faculdade Única. A notação utilizada para representar os conjuntos é definida do seguinte modo: Um conjunto é uma coleção de objetos bem definidos chamados de elementos, escritos entre chaves e separados por vírgula ou ponto e vírgula, por exemplo, o conjunto dos números 7, 8 e 9 pode ser denotado por {7, 8, 9}. UNIDADE 9 Os conjuntos são indicados por letras maiúsculas: A, B, C, ..., X, Y, Z. Já os elementos são indicados por letras minúsculas: a, b, c, ..., x, y, z. Para relacionar um elemento a um conjunto, utiliza-se a palavra e o símbolo pertence, como mostra os Exemplos: a pertence ao conjunto das vogais. 5 é um elemento do conjunto dos números primos; 2 pertence ao conjunto solução da equação x − 5x + 6 = 0. Sejam B um conjunto e x um elemento. Se x pertence ao conjunto B, denotamos (1): 𝐱 ∈ 𝐁 (1) Caso x não pertença ao conjunto B, usamos (2): 𝐱 ∉ 𝐁 (2) Os conjuntos podem ser representados por diagrama, sendo que os elementos pertencentes ao conjunto ficam no interior. No Exemplo: abaixo, temos o conjunto A e alguns elementos: Figura 1: Conjunto A Fonte: Elaborado pela Autora (2021) Podemos observar que b ∈ A, f ∈ A, mas e ∉ A e d ∉ A. Se utilizarmos um conjunto no formato de círculo, esse se denotará como 10 Diagrama de Venn. DESCRIÇÃO DE UM CONJUNTO A descrição de um conjunto pode ser realizada de duas formas: pelos elementos, quando são listados ou pelas características/propriedades do conjunto. Quando os elementos são enumerados, eles são representados entre chaves, como nos exemplos a seguir: Conjunto dos divisores de 2: {1,2} Conjunto dos meses que iniciam com a letra j: {janeiro, junho e julho} Conjunto dos números naturais: {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...} Conjunto dos múltiplos de 5 até 300: {0, 5, 10, 15, ..., 295, 300} Quando não são enumerados, os conjuntos podem ser descritos por suas propriedades. Considere um conjunto A, com uma característica Q para os elementos x, então escrevemos (3): A = {x|x tem a propriedade Q} (3) e lemos: “A é o conjunto dos elementos x tal que x tem a propriedade Q”. Observe os Exemplos a seguir: {x| x é um número primo menor que 10} é o mesmo conjunto que {2, 3, 5, 7}. {x| x é um estado da região Sudeste} pode ser representado por { Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo}. CONJUNTO UNITÁRIO E CONJUNTO VAZIO O conjunto unitário possui apenas um único elemento. Exemplos: 1) {x| x é um número par e primo}: {2} 11 2) Conjunto das soluções da equação 5x – 20 = 10: {6} Já o conjunto vazio, é um conjunto que não possui nenhum elemento. É representado pelo símbolo ∅ ou { }. Exemplos: 1) {x| x é ímpar e múltiplo de 4} = ∅ 2) {x| x ≠ x} = ∅ CONJUNTOS FINITOS E INFINITOS Um conjunto é finito quando é enumerável, isto é, seus elementos podem ser listados, como pode ser observado nos exemplos abaixo: Conjunto das consoantes: {a, b, c, d, e, ..., w, x, z} Conjunto dos divisores de 12: {1, 2, 3, 4, 6, 12} Intuitivamente, o conjunto é infinito quando não pode ser contado, ele não é enumerável. O conjunto dos múltiplos de 3: {0, 3, 6, 9, 12, ...} O conjunto das estrelas: infinito Conjunto Universo Os conjuntos e elementos são analisados dentro de um conjunto maior, que no caso, é o conjunto universo. Admitimos a existência de um conjunto U ao qual pertencem todos os elementos utilizados no tal assunto. Esse conjunto U recebe o nome de conjunto universo. 12 Observem nos exemplos a seguir, como a mudança do conjunto universo, determina respostas diferentes. Conjunto das soluções da equação 2x + 7 = 24 nos números naturais: ∅ Conjunto das soluções da mesma equação, 2x + 7 = 24 no universo dos números reais: {8,5} Pode-se notar que a mudança do universo na resolução da equação, altera o conjunto, assim o conjunto universo é extremamente importante, e veremos adiante mais sobre sua utilização. Igualdade de Conjuntos Dois conjuntos são iguais quando todos os elementos do conjunto A pertencem a B, se somente se, todo elemento de B pertence a A. Essa igualdade pode ser representada por (4): A = B ⟺ (∀x)(x ∈ A ⟺ x ∈ B) (4) Exemplos: {x| x é inteiro, par e menor que 15} = {0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14} {a, e, i, o, u} = {e, i, a, u, o} 13 Subconjuntos Um subconjunto, como o nome sugere, é um conjunto menor que está contido dentro de outro. Um conjunto A é subconjunto de um conjunto B, se e somente se, todo elemento de A pertence a B. Podemos escrever que, A ⊂ B, que significa que A está contido em B,ou A é subconjunto de B. Figura 2: A subconjunto B Fonte: Elaborado pela Autora (2021) Assim, traduzindo em termos matemáticos, essa relação pode ser escrita como (5): A ⊂ B ⟺ (∀x) (x ∈ A ⟹ x ∈ B) (5) Exemplos: 1) {a, b} ⊂ {a, b, c, d} 2) {5, 6} ⊂ {5, 6} Essa relação também pode ser descrita como B ⊃ A, que significa que “B contém A” ou “o conjunto B contém o conjunto A”. Como todos os conectores, há a negação, pois quando um subconjunto não está contido (⊄) ou um conjunto não contém um subconjunto (⊅). Exemplos: 14 1) {3, 4, 5} ⊄ {4, 5, 6, 7} 2) 3) A ⊄ B ou B ⊅ A Propriedades da Inclusão Considere três conjuntos quaisquer A, B e C, têm-se as seguintes propriedades: ∅ ⊂ A A ⊂ A (reflexiva) (A ⊂ B e B ⊂ A) ⟹ A = B (anti − simétrica) (A ⊂ B e B ⊂ C) ⟹ A ⊂ C (transitiva) No exemplo 2 há elementos de A em B, mas como não são todos, 𝐴 ⊄ 𝐵 𝑜𝑢 𝐵 ⊅ 𝐴. 15 União de Conjuntos Considere dois conjuntos A e B, a união de A e B é o conjunto formado pelos elementos que pertencem a A ou a B, ou seja (6), A ∪ B = {x|x ∈ A ou x ∈ B} (6) Observe que o símbolo U significa união, e se x ∈ A ∪ B ⟹ x ∈ A ou x ∈ B. Exemplos: 1) A ∪ B = {a, b, e, f} ∪ {c, d, f, g} = { a, b, c, d, e, f, g} 2) A ∪ B = {a, b, e} ∪ {c, d, f} = { a, b, c, d, e, f} Propriedades da União Sendo A, B e C conjuntos quaisquer, considere as seguintes propriedades: 16 A ∪ A = A A ∪ ∅ = A (elemento neutro) A ∪ B = B ∪ A (comutativa) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C)(associativa) Interseção de Conjuntos Dados dois conjuntos A e B, a interseção de A e B é o conjunto formado por elementos que pertencem a A e a B. Como notação matemática, temos (7): A ∩ B = { x|x ∈ A e x ∈ B} (7) O símbolo ∩ significa interseção, isto é, A ∩ B é formado pelos elementos que pertencem a A e B simultaneamente. Exemplos: 1) A ∩ B = {a, b, e, f} ∩ {c, d, f, g} = {f} 2) 17 A ∪ B = {a, b, e} ∩ {c, d, f} = ∅ Propriedades da Interseção Sendo A, B e C conjuntos quaisquer, considere as seguintes propriedades: A ∩ A = A A ∩ U = A (elemento neutro) A ∩ B = B ∩ A (comutativa) (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C)(associativa) Propriedades Considere os conjuntos A, B e C quaisquer conjuntos, sendo as seguintes propriedades relacionadas à união e interseção: 1) A ∪ (A ∩ B) = A 2) A ∩ (A ∪ B) = A 3) A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C) (distribuição da reunião em relação à interseção) 4) A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C) (distribuição da interseção em relação à reunião) 18 Diferença de Conjuntos Dados dois conjuntos A e B quaisquer, a diferença entre A e B é o conjunto formado pelos elementos de A que não pertencem a B (8). A − B = {x|x ∈ A e x ∉ B} (8) Exemplos 1) A − B = {a, b, c, d, g} − {d, e, f, g} = {a, b, c} 2) A − B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} − {3, 6, 7} = {1, 2, 4, 5, 8} B − A = { 3, 6, 7} − {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} = ∅ Complementar de B em A Considere dois conjuntos A e B, tais que B está contido em A, chama-se complementar de B em relação a A, o conjunto A − B, ou seja, os elementos de A que não estão em B. O símbolo que representa essa relação é (9): ∁ ou B (9) 19 Figura 3: Complemento de B em A Fonte: Elaborado pela Autora (2021) Observe que ∁ só é definido para B ⊂ A, assim temos ∁ = A − B Exemplos: 1) Se A = {1, 2, 3, 4} e B = {3, 4}, então ∁ = {1, 2} 2) Se A = {a, b, c, d, e, } = B, então ∁ = ∅ No estudo de conjunto, há exercícios que são comuns em concursos, vestibulares e ENADE. Vamos estudar alguns exemplos. Exemplo: (UFBA) Em uma enquete, várias pessoas foram entrevistadas acerca de suas preferências em relação a três esportes, Volei (V), Basquete (B) e Tênis (T), cujos dados estão indicados na tabela a seguir: 20 De acordo com esses dados, é correto afirmar que, nessa enquete, o número de pessoas entrevistadas foi: a) 400 b) 440 c) 490 d) 530 e) 570 Resolução: Para resolver esse tipo de questão, devemos inserir os dados em um diagrama de Venn, pois as interseções devem ser analisadas no início para descobrir os valores exatos em relação aos três esportes. Primeiramente, vamos inserir o valor comum entre os três esportes, pois eles se relacionam com os demais valores. Após inserir os 50 na interseção dos três esportes, devemos colocar as interseções entre dois esportes. Para isso é necessário tirar o valor que é comum dos três, assim, teremos os cálculos. V e T = 130 – 50 = 80 V e B = 180 – 50 = 130 B e T = 100 – 50 = 50 21 Observem os valores encontrados destacados no diagrama das interseções. Agora vamos descobrir os valores que faltam para completar os esportes. Realizando os cálculos, retirando os valores já inseridos em cada esporte. V = 300 – 130 – 50 – 80 = 40 B = 260 – 130 – 50 – 50 = 30 T = 200 – 50 – 50 – 80 = 20 Desse modo, como todos os valores inseridos, vamos somar os valores do diagrama com o valor que representa as pessoas que não possuem preferência nenhuma. Somando, 40 + 130 + 50 + 80 + 30 + 50 + 20 + 40 = 440. Logo, a alternativa correta é a letra b. 22 Para mais informações sobre o conteúdo, você pode consultar o livro “Fundamentos de Matemática”, de autoria de Araujo et al. (2018), unidade 2. O acesso está disponível em: https://bit.ly/3fIGN4k. Acesso em: 14 fev. 2021 23 FIXANDO O CONTEÚDO 1. (CRM ES 2016 – Quadrix) Numa pesquisa, verificou-se que, das pessoas consultadas, 100 se informavam pelo site A; 150 por meio do site B; 20 buscavam se informar por meio dos dois sites, A e B; e 110 não se informavam por nenhum desses dois sites. Desse modo, é correto afirmar que o número de pessoas consultadas nessa pesquisa foi de a) 380. b) 360. c) 340. d) 270. e) 230. 2. Considere A, B e C conjuntos quaisquer. Classifique as seguintes afirmativas em verdadeiras ou falsas, e posteriormente, marque a alternativa com a sequência correta. ∅ ⊂ (A ∩ B) A ⊂ (A ∩ B) A ∈ (A ∩ B) (A ∩ B) ⊂ B (A ∩ B) ⊃ (A ∩ B ∩ C) A sequência correta é a) F, V, F, V, V. b) V, V, F, F, F. c) V, F, F, V, F. d) V, V, V, F, F. e) F, F, F, V, V. 3. (UFMG-Adaptado) Em uma pesquisa de opinião, foram obtidos estes dados: 24 • 600 dos entrevistados leem o jornal A. • 825 dos entrevistados leem o jornal B. • 525 dos entrevistados leem o jornal C. • 180 dos entrevistados leem os jornais A e B. • 225 dos entrevistados leem os jornais A e C. • 285 dos entrevistados leem os jornais B e C. • 105 dos entrevistados leem os três jornais. • 135 pessoas entrevistadas não leem nenhum dos três jornais. Considerando-se esses dados, é correto afirmar que o número total de entrevistados foi a) 1.200. b) 2.880. c) 1.350. d) 1.250. e) 1.500. 4. (ENEM – Adaptado) Para a identificação de pacientes com sintomas de gripe influenza A, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou hoje que os voos procedentes do Reino Unido, Espanha e Nova Zelândia também serão inspecionados por uma equipe da agência e por médicos da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Inicialmente, apenas os voos vindos do México, Canadá e Estados Unidos eram inspecionados. A decisão foi tomadadurante reunião da Anvisa com representantes das companhias aéreas, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Infraero, no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Adaptado de: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/04/28/ult5772u3774.jhtm, Acesso em: 09.05.2009.) Em um voo proveniente de Miami, a Anvisa constatou que entre todas as pessoas a bordo (passageiros e tripulantes) algumas haviam passado pela cidade do México. No diagrama, U representa o conjunto das pessoas que estavam nesse voo; P o conjunto dos 25 passageiros; M o conjunto das pessoas que haviam passado pela cidade do México e A o conjunto das pessoas com sintomas da gripe influenza A. Considerando verdadeiro esse diagrama, conclui-se que a região sombreada representa o conjunto das pessoas que, de modo inequívoco, são aquelas caracterizadas como: a) passageiros com sintomas da gripe que não passaram pela cidade do México. b) passageiros com sintomas da gripe que passaram pela cidade do México. c) tripulantes com sintomas da gripe que passaram pela cidade do México. d) tripulantes com sintomas da gripe que não passaram pela cidade do México. e) tripulantes sem sintomas da gripe que passaram pela cidade do México. 5. (PUC/Campinas-SP) Numa comunidade constituída de 1800 pessoas, há três programas de TV favoritos: esportes (E), novelas (N) e humorismo (H). A tabela a seguir indica quantas pessoas assistem a esses programas: Programas Número de Telespectadores E 400 N 1220 H 1080 E e N 220 N e H 800 E e H 180 E e N e H 100 Por meio desses dados, verifica-se que o número de pessoas da comunidade que não assistem a qualquer dos três tipos de programas é a) 200. b) 300. c) 900. d) 100. e) 50. 6. Considere três conjuntos A, B e C e tais condições. A ∪ B ∪ C = {z, x, v, u, t, s, r, q, p} 26 A ∩ B = {r, s} B ∩ C = {s, x} C ∩ A = {s, t} A ∪ C = {p, q, r, s, t, u, v, x} A ∪ B = {p, q, r, s, t, x, z} Marque a alternativa que indica corretamente o conjunto B. a) {p, q, r, s} b) {p, q, r, u, v} c) {t, s, x, u, v} d) {r, s, z, x} e) {r, s, u, v} 8. Considere três conjuntos A, B e C quaisquer. Assinale a alternativa que representa (B − A) ∩ C. A) 7. Dados os conjuntos A = {x ∈ ℤ| 2 ≤ x < 10} e B = {x ∈ N| x é primo e menor que 20}. Assinale a alternativa que corresponde à operação (A − B) ∪ (B − A): a) {4,6,8,9,10} b) {5,6,11,13,17,19} c) {2,3,4,5,6,8,11,13} d) {3,6,9,10,11,13,17,19} e) {4,6,8,9,11,13,17,19} 27 B) C) D) E) 28 CONJUNTOS NUMÉRICOS – NATURAIS E INTEIROS CONJUNTOS DOS NÚMEROS NATURAIS O conjunto dos números naturais (10), representado por ℕ, é formado pelos números 0, 1, 2, 3, … . ℕ = {0, 1, 2, 3, 4, … } (10) Neste conjunto, são definidas duas operações, a adição e a multiplicação, que apresentam as seguintes propriedades: Considere a, b e c elementos do conjunto dos números naturais: associativa da adição (a + b) + c = a + (b + c) comutativa da adição a + b = b + a elemento neutro da adição a + 0 = a associativa da multiplicação (a. b). c = a. (b. c) comutativa da multiplicação a. b = b. a elemento neutro da multiplicação a. 1 = a distributiva da multiplicação em relação à adição a. (b + c) = a. b + a. c Alguns conceitos, como a subtração serão vistos nos próximos conteúdos, pois, pela definição dos números naturais, é preciso estender esse conjunto numérico. CONJUNTOS DOS NÚMEROS INTEIROS O conjunto dos números inteiros (11) é representado pelo símbolo ℤ, e é definido pelos números: UNIDADE 29 ℤ = {… , −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, … } (11) Nesse conjunto observa-se que ele é uma extensão dos naturais, pois ele possui os números inteiros positivos (ℕ) e inteiros negativos. Assim, dentro do conjunto dos inteiros, existem três subconjuntos notáveis, sendo eles: Conjunto dos inteiros não negativos (12): ℤ = {0, 1, 2, 3, 4, … } = ℕ (12) Conjunto dos inteiros não positivos (13): ℤ = {… , −4, −3, −2, −1, 0} (13) Conjunto dos inteiros não nulos (14): ℤ∗ = {… , −3, −2, −1, 1, 2, 3, … } (14) Operações em ℤ No conjunto dos números inteiros, são definidas as operações de adição e multiplicação como no conjunto dos naturais e a operação de simétrico da adição. simétrico ou oposto da adição: Para todo a∈Z, existe-a ∈ Z tal que a+(-a)=0 Assim, a operação de subtração pode ser definida: Para quaisquer a, b ∈Z, estabelece a operação a-b=a+(-b) O CONJUNTO ℤ E A RETA O conjunto dos números inteiros pode ser representado por uma reta numérica orientada da seguinte maneira. 30 1. Na reta marcamos a origem, que será representada pelo zero e o sentido positivo (à direita da origem) 2. A partir da origem (zero) no sentido positivo, estabelece um segmento unitário u ≠ 0, cuja extremidade será o 1 3. Para cada número inteiro, marcamos cada segmento unitário até atingir o valor do número inteiro. Por exemplo: se for o número 5, teremos 5u. Observe que quanto mais à direita, maior o número é, portanto, pode-se concluir que: qualquer número negativo é menor que o zero; qualquer número positivo é maior que o zero; qualquer número negativo é menor que um número positivo. Podemos então relacionar esses dois conjuntos numéricos por meio de diagrama, pois ℕ ⊂ ℤ. 31 Figura 4: ℕ ⊂ ℤ Fonte: Elaborado pela Autora (2021) REGRA DE SINAL Nos números inteiros, devemos pontuar algumas regras sobre as operações. Adição e Subtração Sinais Iguais: soma e repete o sinal da base. + 6 + 7 = + 13 − 4 – 5 = − 9 Sinais diferentes: subtrai e repete o sinal do número de maior valor absoluto. + 8 − 12 = −4 − 6 + 14 = +8 Multiplicação e Divisão Sinais Iguais: o resultado será positivo (−5). (−9) = +45 (+2). (+3) = +6 (−24): (−4) = +6 32 Sinais Diferentes: o resultado será negativo (+12). (−3) = −36 (−81): (+9) = −9 DIVISIBILIDADE Uma importante definição no conjunto dos números inteiros é de divisor. Dizemos que o inteiro a é divisor do inteiro b, representado por a|b, indica que existe um c inteiro tal que c.a=b. a|b ⟺ (∃ c ∈ ℤ|ca = b) (15) Exemplos: 1. 3|18 pois 6.3 = 18 2. 5| − 35 pois (−7). 5 = −35 3. −4|32 pois (−8). (−4) = 32 4. 2|0 pois 0.2 = 0 Assim quando a é divisor de b, podemos escrever que “b é divisível por a” ou “b é múltiplo de a”. Indicamos D(a) o conjunto dos divisores de a, e M(a) o conjunto dos múltiplos de a. Exemplos: D(3) = {1, −1, 3, −3} D(5) = {1, −1, 5, −5} M(3) = {0, ±3, ±6, ±9, … } M(5) = {0, ±5, ±10, ±15, … } Observe que são listados todos os divisores e múltiplos, os positivos e negativos. Quando esse assunto é trabalhado na escola, abordamos apenas os divisores e Seja 𝑎 ∈ ℚ, podemos falar que 0|a? 33 múltiplos positivos, pois o conteúdo é abordado nos 5° e 6° anos, onde o aluno tem apenas o conhecimento dos números naturais. Um número especial p é chamado de primo, quando seus divisores são apenas o 1 e o p nos números naturais ou {1, -1, p, -p} no conjunto dos números inteiros. São alguns exemplos de números primos, 2, 3, 5, 7, 11, -2, -3. MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM Mínimo múltiplo comum (mmc), como o próprio nome sugere é o menor múltiplo comum diferente de zero entre dois ou mais números inteiros ou naturais. Por exemplo:no conjunto dos números naturais, o mmc (3, 4) = 12, pois M(3) = 0, 3, 6, 9, 12 , … e M(4) = 0, 4, 8, 12 , …. O mmc também pode ser calculado de uma forma prática. Por exemplo:, calcule o mmc(6,9): . 6 9 3 9 1 1 3 1 2 3 3 18 Para calcular, fatoramos os números 6 e 9 em fatores primos, e multiplicam-se esses números primos e, assim, encontramos o mmc(6,9) = 18. O menor múltiplo comum (m.m.c) deve ser o menor múltiplo diferente de zero, pois o zero é múltiplo de todos. 34 MÁXIMO DIVISOR COMUM O máximo divisor comum (m.d.c) é o maior divisor igual entre dois ou mais números inteiros. Exemplo:: O mdc (12, 18)=6, pois D(12)= 1, 2, 3, 4, 6 , 12 e D(18)= 1, 2, 3, 6 , 9, 18 . Do mesmo modo do mmc, o mdc pode ser calculado de outra maneira, como definido a seguir. Considere o mesmo exemplo: mdc(12, 18) = 6 Para calcular o mdc, fatoramos os números, destacamos os fatores primos que são divisores comuns dos números, e depois multiplicamos esses fatores. O m.d.c pode ser calculado utilizando o Algoritmo de Euclides. Nesse cálculo é utilizada uma outra ferramenta que obtém o valor do máximo divisor comum. Para saber mais, veja em: https://bit.ly/3dy9TRr. 35 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Analise as seguintes operações em verdadeiras ou falsas. I. ℕ ∪ ℤ = ℤ II. (2 − 3) ∈ ℕ III. 0 ∈ ℤ IV. (−𝟒). (−𝟓) ∈ ℤ Indique a sequência correta das afirmativas. a) V, F, V, V. b) V, V, F, V. c) V, F, V, F. d) F, F,V, V. e) V,V,FV 2. Utilize o algoritmo estudado, e calcule o mmc dos seguintes números no conjunto dos naturais. (2, 3) (6, 8) (10, 15) (7, 11) Assinale a alternativa que corresponde aos valores encontrados. a) 6, 30, 24, 77 b) 6, 24, 30, 77 c) 6, 48, 150, 77 d) 6, 48, 30, 77 e) 12, 24, 30, 77 36 3. (OBMEP – Adaptado) Dois rolos de arame, um de 210 metros e outro de 330 metros, devem ser cortados em pedaços de mesmo comprimento. Quantos pedaços podem ser feitos se desejamos que cada um destes pedaços tenha o maior comprimento possível? a) 7 pedaços b) 11 pedaços c) 35 pedaços d) 18 pedaços e) 55 pedaços 4. (OBMEP – Adaptado) Dois ciclistas correm numa pista circular e gastam, respectivamente, 30 segundos e 35 segundos para completar uma volta na pista. Eles partem do mesmo local e no mesmo instante. Após algum tempo os dois atletas se encontram, pela primeira vez, no local de largada. Depois de quanto tempo da largada ocorrerá o encontro? a) 60 segundos b) 70 segundos c) 90 segundos d) 210 segundos e) 420 segundos 5. (OBMEP – Adaptado) Se a = 2 . 5 . 7 identifique qual dos seguintes números são múltiplos de a: a) 2 . 5 . 7 b) 2.5. 7 . 13 c) 2 . 5 . 7 d) 2 . 3 . 5 e) 2 . 3. 5 . 7 . 11 37 6. Calcule o valor da expressão numérica envolvendo números inteiros. [(18 + 3.2): 6 + 5.7] − 24 a) 15 b) 18 c) 24 d) 39 e) 42 7. Analise as afirmativas a seguir sobre o conjunto dos números naturais e inteiros. I. (−4). (−3). (−2) ∈ ℕ II. (−3 + 54 − 22 − 29) ∈ ℤ∗ III. (ℕ ∩ ℤ) ⊂ ℕ IV. (−12): (+6) − 1 = −3 Marque a alternativa que corresponde à sequência correta das afirmativas. a) V, F, V, V b) F, F, V, V c) V, V, F, F d) F, F, F, V e) V, V, V, F 8. Determine o menor número inteiro positivo de três algarismos que é divisível, ao mesmo tempo, por 4, 8 e 10. a) 80 b) 100 c) 110 d) 120 e) 160 38 CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS O conjunto dos números racionais, representado pelo símbolo ℚ, é o conjunto dos números que são representados por uma fração, sendo , em que a ∈ ℤ e b ∈ ℤ∗, no qual a é o numerador e b o denominador. Exemplo: Vamos abordar algumas propriedades importantes desse conjunto, como a adição e a multiplicação. Uma nova operação será definida, a divisão. Considere a, b, c, d, e, f, g ∈ ℤ e as seguintes propriedades. + + = + + + = + + 0 = + − = 0 . . = . . . = . . 1 = . + = . + . Outra operação que podemos definir, é o simétrico ou inverso da multiplicação. Assim, para todo ∈ ℚ∗, existe ∈ ℚ tal que . = 1. Portanto, podemos definir em ℚ∗ a operação de divisão, sendo : = . para quaisquer e ∈ ℚ∗. UNIDADE 39 FRAÇÃO E DECIMAIS Fração Uma fração representa quando um todo é dividido em partes, e indicamos uma parte ou a união delas em relação ao todo. Como mencionado anteriormente a fração é composta por dois números inteiros, sendo: o denominador representa as partes do todo que foram divididas. o numerador indica uma unidade ou união de algumas das partes que foram divididas. Assim, a fração é representada por dois termos, a e b ∈ ℤ, b ≠ 0, sendo o numerador a e o denominador b. Na fração , temos 4 como numerador e 9 como denominador. Ela pode representar por exemplo, que um chocolate foi dividido em 9 partes e repartido 4 desses pedaços. As frações possuem nomes diferentes conforme os números, por exemplo: se lê “cinco oitavos”. Já a fração que possui denominador maior que 10, usamos avos após o número do denominador. Assim, a leitura da fração será “três quatorze avos”. Exemplo: Uma loja possui 50kg de laranja, e precisam vender dessa fruta para não perder a mercadoria. Quantos quilos a loja deverá vender? Resolução: Para resolver, temos que multiplicar 50 por , isto é, 50. 2 5 = 50.2 5 = 100 5 = 20 Portanto a loja precisará vender 20 kg de laranja. 40 Dadas duas frações e com b ≠ 0 e d ≠ 0, são iguais se e somente se a. d = b. c, ou seja, a. d = b. c ⟺ = com b ≠ 0 e d ≠ 0. Quando acontece essa igualdade, dizemos que as frações são equivalentes. Simplificação Exemplo:: 2 7 = 6 21 , pois 2.21=7.6=42, assim elas são equivalentes Com a igualdade de frações, encontramos as frações equivalentes. As frações são classificadas como próprias e impróprias. A primeira, são frações que possuem o numerador menor que o denominador, por exemplo: e . Já as frações impróprias possuem o numerador maior ou igual ao denominador, exemplo: . As frações impróprias podem ser transformadas em frações mistas, isto é, representam a parte inteira e fracionária. Por exemplo: a fração = 1 + = 1 , assim a fração imprópria = 1 . Como sabemos, as frações representam uma divisão, assim, pode-se transformar uma fração imprópria em mista ou vice-versa utilizando a operação da divisão. Considere a fração imprópria, , realizando a divisão, 11 2 10 5 1 Assim, consideramos a parte inteira o número do quociente e o número do resto o numerador da fração mista. Logo, a fração mista de será 5 . Para transformar a mista em imprópria, multiplicamos a parte inteira pelo denominador e somamos com o numerador e obtemos o numerador da fração imprópria, e o denominador se repete, isso porque sempre estamos trabalhando com o todo repartido. Então 5 = 5x2 + 1 = 11 ⟹ . 41 Exemplo: Indique qual fração é maior ou 8 . Resolução: Para resolver, vamos, primeiramente, transformar a fração mista em imprópria, 8 = = . Analisando as duas frações, como possuem o mesmo denominador, a maior é a que possui maior numerador, que será a 8 . OPERAÇÕES COM FRAÇÕES Soma e Diferença de Frações Para calcular a soma e a diferença de duas ou mais frações, é preciso verificar se os denominadores são iguais. Se forem, basta repetir o denominador e somar ou subtrair os numeradores. Observe os exemplos a seguir:3 8 + 7 8 = 3 + 7 8 = 10 8 = 5 4 10 7 − 5 7 = 10 − 5 7 = 5 7 No caso das frações possuírem denominadores diferentes, é preciso encontrar frações equivalentes que tenham denominadores iguais. Para isso, calculamos o mínimo múltiplo comum (m.m.c). Exemplo: Encontre o resultado da seguinte operação + + Resolução: As frações possuem diferentes denominadores, assim, é preciso calcular o m.m.c de (4, 8, 12), isto é, m.m.c (4, 8, 12) = 24 42 Agora, vamos encontrar as frações equivalentes com o denominador 24, e resolver a operação. 1 4 + 3 8 + 5 12 = 6 24 + 9 24 + 10 24 = 6 + 9 + 10 24 = 25 24 Assim, a resposta é . Exemplo: Simplifique a expressão numérica − . Os denominadores são diferentes, portanto, é preciso encontrar o m.m.c (4, 10). 4 10 2 2 5 2 1 5 5 1 1 20 Substituímos as frações por frações equivalentes que possuam o denominador igual a 20 e simplificamos a expressão. 9 10 − 1 4 = 18 20 − 5 20 = 13 20 Logo, a simplificação da expressão numérica é Multiplicação e Divisão de Fração A multiplicação de frações é realizada multiplicando o numerador pelo numerador, e o denominador pelo denominador. Dados e ∈ ℚ, b ≠ 0 e d ≠ 0, o produto dessas duas frações é . = . . . Por exemplo: 4 7 . 3 5 = 12 35 2 9 . 3 11 = 6 99 = 2 33 43 Na divisão das frações, conservamos a primeira fração, mudamos o sinal para multiplicação e invertemos a segunda fração. Dados e ∈ ℚ, b ≠ 0 e d ≠ 0, temos a divisão : = . ou = . . Observe alguns Exemplos: 7 10 2 5 = 7 10 . 5 2 = 35 20 = 7 4 1 6 : 3 8 = 1 6 . 8 3 = 8 18 = 4 9 Exemplo: Simplifique a fração . . . Resolução: Para resolver, precisamos escrever os números como fatores primos, para depois simplificar (cortar os termos comuns). 20.7 15.14 = 2.2.5.7 3.5.2.7 = 2 3 Exemplo: Simplifique a fração , sendo x ≠ 0, y ≠ 0 e z ≠ 0. Resolução: Nesse exercício, os fatores são números e letras, assim vamos escrevê-los em fatores. 2.2. x. x. x. y. y 2.3. x. x. y. z. z. z = 2xy 3z 44 Porcentagem A porcentagem é uma forma de representar uma fração , sendo b = 100. Nesse tipo de representação usamos o símbolo %, que se lê por cento e significa por cem. Assim, por exemplo: 30% significa . A porcentagem é muito utilizada para indicar dados de pesquisa, doenças, pessoas entre outros. Exemplo: Supondo que uma fila de espera para um transplante de fígado tinha cerca de 6200 pacientes, dos quais 61% não tiveram condições para receber o transplante, quantos restaram na fila? Resolução: Vamos calcular 61% de 6200, isto é, 61% de 6200 = 61 100 . 6200 = 61 100 . 6200 1 = 378200 100 = 3782 Assim, restam 3782 na fila. Representação Decimal Todo número racional pode ser representado por um número decimal. Para isso, dividimos a por b, isto é, o numerador pelo denominador. Quando é realizada essa transformação, podemos encontrar dois tipos de números decimais. 1) Quando possui uma quantidade finita de algarismos, diferentes de zero. Quando queremos calcular uma porcentagem de outra porcentagem, o que fazemos? Exemplos 40% de 60%? 45 5 1 = 5 1 2 = 0,5 5 4 = 1,25 12 100 = 0,12 2) Quando o número possui uma quantidade infinita de algarismos que se repetem periodicamente, que é chamada de dízima periódica. 1 7 = 0, 777 … = 0, 7 (período 7) 8 33 = 0,2424 … = 0, 24 (período 24) 259 990 = 0,2616161 … = 0,261 (período 61) Podemos observar que os números decimais podem ser escritos na forma de fração . Para cada situação, a fração se altera. Número decimal exato O numerador da fração será o número decimal sem a vírgula, e o denominador o algarismo 1 seguido de tantos zeros quanto forem as casas decimais do número dado. 4,15 = 415 100 ; 8,9256 = 89256 10000 ; 0,64 = 64 10 Dízima Periódica Para transformar a dízima periódica em geratriz (fração), devemos analisar se a dízima é simples ou composta. A dízima simples é composta apenas pelo período, já a dízima composta possui o período e algarismos que não se repetem. Observe os exemplos a seguir de cada uma. 46 a) Dízima periódica simples: para cada algarismo que se repete no período, acrescenta o algarismo 9 no denominador, e escrevemos o período no numerador. 0, 232323 … = 23 99 1,767676 … = 1 + 76 99 = 175 99 b) Dízima periódica composta: para cada algarismo que se repete no período acrescenta o algarismo 9, e o 0 para cada número que não se repete na parte decimal, no denominador. No numerador escrevemos o número composto pela parte que não se repete com a que se repete e subtraímos a parte que não se repete. 0,4565656 … = 456 − 4 990 = 452 990 2,0913913913 … = 2 + 913 − 0 9990 = 2 + 913 9990 = 20893 9990 OPERAÇÕES DOS DECIMAIS Adição e Subtração A adição e a subtração são definidas, armando os números decimais um embaixo do outro, sendo vírgula abaixo de vírgula, e posteriormente realizando os cálculos. Como, por exemplo: 3,45+8,93= 12,38 3,45 + 8,93 12,38 Há outras maneiras de obter a fração geratriz, envolvendo equação do 1° grau. Saiba mais no vídeo do YouTube da página matemática no papel. Disponível em: https://bit.ly/3rKYPFC. Acesso em: 27 mar. 2021. 47 14,89 – 9,23 = 5,66 14,89 + 9,23 5,66 4,76 + 19,734 = 24,494 4,760 +19,734 24,494 Multiplicação e Divisão A multiplicação de números decimais é realizada multiplicando os números normalmente e depois, a vírgula deve ser inserida de modo a deixar o número de casas decimais igual à soma da quantidade de casas decimais dos fatores multiplicados. Por exemplo: 3,46 8,7 X 1,29 X 3,15 3114 435 + 692 + 87 346 261 4,4634 25,405 Na divisão, armamos o divisor e dividendo, e devemos igualar as casas decimais, preenchendo com zero, quando necessitar. Após isso, ignoramos a vírgula, e realizamos a divisão. Por exemplo: dividir 31,15 por 3,5. 31,15 3,50 - 2800 8,9 - 3150 3150 0 EXPRESSÃO NUMÉRICA As expressões numéricas são conjuntos de operações definidas entre parênteses, colchetes e chaves. Para resolver existe uma ordem a ser seguida. Entre 48 os símbolos, temos: 1. Parênteses 2. Colchete 3. Chaves Nas operações, a ordem é a seguir: 1. Potenciação ou Radiciação 2. Divisão ou Multiplicação 3. Soma ou Subtração Exemplo: Resolva a expressão numérica 60 ÷ {2 · [−7 + 18 ÷ (−3 + 12)]} – [7 · (−3) – 18 ÷ (−2) + 1] Resolução: Iniciamos a resolução pelos parênteses 60 ÷ 2 · −7 + 18 ÷ (−3 + 12) – [7 · (−3)– 18 ÷ (−2) + 1] 60 ÷ {2 · [−7 + 18 ÷ 9]} – [7 · (−3) – 18 ÷ (−2) + 1] Agora vamos analisar os colchetes, e as operações que têm prioridade 60 ÷ {2 · [−7 + 18 ÷ 9]} – [7 · (−3) −18 ÷ (−2) + 1] 60 ÷ 2 · −7 + 2 – 7 · (−3) + 9 + 1 60 ÷ {2 · (−5)} – [−21 + 9 + 1] 60 ÷ {2 · (−5)}– [−11] Ficamos nesse momento nas chaves 49 60 ÷ 2 · (−5) – [−11] 60 ÷ (−10)– [−11] Por fim, do lado externo aos símbolos, seguindo a ordem das operações 60 ÷ (−10) – [−11] −6 – [−11] −6 + 11 +5 Logo o resultado é +5. Para mais informações sobre o conteúdo, você pode consultar o material da biblioteca person, no livro “Fundamentos de Matemática”, de autoria de Araujo et al. (2018), unidade 9 e 13.O acesso está disponível no link https://bit.ly/3mm5hSv. Acesso em: 13 fev.2021. 50 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Calcule o valor da expressão 0,999 … + e assinale a alternativa que corresponda à solução. a) 2 b) c) d) e) 1 2. (ENEM-2021) Um jogo pedagógico é formado por cartas nas quais está impressa uma fração em uma de suas faces. Cada jogador recebe quatro cartas e vence aquele que primeiro consegue ordenar crescentemente suas cartas pelas respectivas frações impressas. O vencedor foi o aluno que recebeu as cartas com as frações: 3/5, 1/4, 2/3 e 5/9. A ordem que esse aluno apresentou foi. a) 1/4, 2/3, 3/5, 5/9 b) 1/4, 5/9, 3/5, 2/3 c) 2/3, 1/4, 3/5, 2/3 d) 5/9, 1/4, 3/5, 2/3 e) 2/3, 3/5, 1/4, 5/9 3. (OBMEP) Um garrafão cheio de água pesa 10,8 kg. Se retirarmos metade da agua nele contida, pesar a 5,7 kg. Quanto pesa, em gramas, esse garrafão vazio? a) 400. b) 500. c) 600. d) 700. e) 800. 51 4. (OBMEP – Adaptado) Sófocles recebe R$15,60 por hora como garçom. Em um determinado dia, ele recebeu R$148,20 pelo seu trabalho. Quanto tempo ele trabalhou neste dia? a) 8 horas. b) 8 horas 30 minutos. c) 9 horas. d) 9 horas e 30 minutos. e) 9 horas e 50 minutos. 5. Um salão de festa possui um formato retangular com 22,5 m por 18,2 m. Para instalar um piso, são gastos R$ 8,40 por m². Calcule o valor gasto na instalação do piso. a) R$ 683,76. b) R$ 1.367,52. c) R$ 2.735,04. d) R$ 3.439,80. e) R$ 5.743,58. 6. (ENEM – 2013) Cinco empresas de gêneros alimentícios encontram-se à venda. Um empresário, almejando ampliar os seus investimentos, deseja comprar uma dessas empresas. Para escolher qual delas irá comprar, analisa o lucro (em milhões de reais) de cada uma delas, em função de seus tempos (em anos) de existência, decidindo comprar a empresa que apresente o maior lucro médio anual. O quadro apresenta o lucro (em milhões de reais) acumulado ao longo do tempo (em anos) de existência de cada empresa. 52 O empresário decidiu comprar a empresa: A) F. B) G. C) H. D) M. E) P. 7. Encontre o valor da expressão numérica. 5 4 . 7 3 − 1 2 9 − 3 Marque a alternativa correspondente ao valor correto. a) b) c) − d) − e) − 8. Considere uma sequência de números −3; 234 10 ; 7,81; − 8 11 ; 0,21111 … ; −6, 7 Indique a ordem crescente desses números. a) −6, 7; −3; − ; ; 7,81; 0,21111 … ; b) − ; −6, 7; −3; 0,21111 … ; 7,81; c) − ; −6, 7; −3; 7,81; 0,21111 … ; d) −3; − ; −6, 7; 7,81; 0,21111 … ; e) −3; − ; −6, 7; 7,81; ; 0,21111 … 53 CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS Os conjuntos de números são representados por letras, como os símbolos Z e Q, que são derivados do alemão Zahl (número) e Quocient (quociente). Primeiramente, esses símbolos foram usados na obra "Éléments deemathématique: Algèbre" de Nicolas Bourbaki. Nicolas Bourbaki é o pseudônimo de um grupo de matemáticos franceses criado em 1935. A seguir, abordaremos outros conjuntos numéricos, sendo os irracionais e os reais. Eles são representados pelos símbolos 𝕀 e ℝ, respectivamente. Esses conjuntos são importantes, e englobam operações como os conjuntos vistos anteriormente. NÚMEROS IRRACIONAIS – 𝕀 Os números irracionais, representado pelo símbolo 𝕀, são números decimais que possuem infinitas casas decimais, não periódicas. Ou seja, não possuem representação em fração. Seguem alguns exemplos de números irracionais. 7,89436231... 0,3425187... -5,98009832... Alguns números irracionais são usuais na matemática, como: √2 = 1,4142135 … π (pi) = 3,141592 … e = 2,71828182 … Prove que √2 ∉ ℚ. UNIDADE 54 Um número irracional fácil ser identificado é a raiz quadrada de números primos, isto é, se p é primo e positivo, p é irracional. Assim, √7, √11, √13 são números irracionais. As operações usuais definidas nos outros conjuntos, também são utilizadas no conjunto, entretanto, quando há operações entre racionais e irracionais, o resultado será irracional. Desse modo, dados a irracional e r racional não nulo, então: a + r, a. r, a r e r a são irracionais. Exemplo: √5 + 3, 6√2, √7 8 , 4 √2 Percebemos que o conjunto dos irracionais é disjunto dos racionais, ou seja, não possuem elementos em comum. CONJUNTOS DOS NÚMEROS REAIS - ℝ O conjunto formado por todos os números racionais e irracionais é denominado conjunto dos números reais (ℝ). Assim, os naturais, inteiros, racionais e irracionais formam o conjunto dos reais. Figura 5: Conjunto dos Números Reais Fonte: Elaborado pela Autora (2021) 55 Observamos pelo diagrama que, ℚ ∪ 𝕀 = ℝ. Então podemos dizer que o complemento de ℚ em relação à ℝ é 𝕀, e vice-versa. Além desses subconjuntos dos reais, podemos destacar os seguintes: ℝ = conjunto dos números reais não negativos ℝ = conjunto dos números reais não positivos ℝ∗ = conjunto dos reais não nulos OPERAÇÕES EM ℝ As operações de soma, subtração e multiplicação em ℝ são definidas como no conjunto dos racionais. A divisão está definida em ℝ∗. Na próxima unidade abordaremos outras operações presentes no conjunto dos reais. Os números reais na reta Como vimos em unidades anteriores, os números podem ser representados na reta numérica. Na unidade 2, destacamos os números inteiros. Do mesmo modo, podemos destacar os números reais, tanto os racionais como os irracionais. Devemos pensar que entre os números inteiros há espaços não preenchidos, onde podem ser inseridos os racionais, e entre esses, os irracionais. Assim, obtemos os conjuntos dos reais na reta numérica. Como mostra o diagrama, os conjuntos numéricos possuem uma relação de inclusão. No entanto, como apresentado, os conjuntos dos irracionais não possuem os demais subconjuntos, pois ℚ ∩ 𝕀 = ∅. 56 Essa reta representa todo o conjunto dos reais, cuja nomenclatura é reta real ou reta numérica. Observamos que os conjuntos numéricos se relacionam, e desse modo mantêm propriedades e valores em comum. Para mais informações sobre os conjuntos numéricos, pesquise na minha biblioteca, o livro “Fundamentos de Matemática” de autoria de Araujo et al. (2018), na Unidade 2, “Conjuntos Numéricos”. Disponível em: https://bit.ly/3rOR3ub. Acesso em: 29 mar. 2021. 57 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Analise as afirmativas abaixo: I. ℕ ⊂ ℝ II. 4 + √5 ∈ ℚ III. √ ∈ ℝ IV. 3 − √7 ∈ (ℝ − ℚ) Assinale a alternativa que corresponde à sequência correta. a) V, V, V, V. b) F, V, F, V. c) V, V, F, V. d) V, F, V, V. e) F, F, F, V. 2. O resultado da operação √ √ . √ pertence a qual conjunto numérico? a) Racionais. b) Inteiros. c) Naturais. d) Nulo. e) Irracionais. 3. Os conjuntos numéricos se relacionam, como vimos nas unidades. O resultado da operação (ℤ ∪ ℚ) é: a) ℝ b) 𝕀 c) ℤ d) ℕ e) ℚ 58 4. Observe as proposições abaixo, e aponte a verdadeira. a) Todo número inteiro é racional e todo número real é um número inteiro. b) A intersecção do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números irracionais tem 1 elemento. c) O número 1,83333... é um número racional. d) A divisão de dois números inteiros é sempre um número inteiro. e) A multiplicação de um inteiro com um irracional, é racional. 5. O valor da expressão abaixo, quando a = 8 e b = 15, é: b (b − a) a) Um número natural. b) Um número inteiro. c) Um número irracional. d) Um valor nulo.e) Um número racional. 6. Sobre os conjuntos numéricos, marque a alternativa correta. a) Alguns números naturais são também racionais. b) Um número racional pode ser irracional. c) Todo número negativo é um número inteiro. d) O conjunto dos números reais é formado pela interseção dos números racionais e irracionais. e) As dízimas periódicas são consideradas números racionais, portanto, são também números reais. 7. Seja A = {3,5}, B = {3,5,8} e C = {8,10}, determine os elementos da operação (A U B) ∩ (B U C). a) {3,5,8} b) {3,5} 59 c) {8,10} d) {3,5,8,10} e) {3,10} 8. Sobre os conjuntos numéricos, julgue as afirmativas a seguir: I. A diferença entre o conjunto dos números reais e o conjunto dos números racionais é igual ao conjunto dos números irracionais. II. Zero pertence ao conjunto dos números irracionais. III. O resultado de (-7,5).(+2) é um número natural. Marque a alternativa correta. a) Somente a afirmativa I é verdadeira. b) Somente a afirmativa II é verdadeira. c) Somente a afirmativa III é verdadeira. d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. 60 POTÊNCIAS E RAÍZES POTÊNCIA DE EXPOENTE NATURAL A potenciação, também conhecida como exponenciação, é a multiplicação de um determinado número por ele mesmo diversas vezes. Para escrever essas multiplicações em forma de potenciação, usamos a seguinte notação (16): a = a. a. a . . . a . (16) Na representação acima lê-se “a elevado à n”. Nela, o número real não-nulo a é chamado de base, é o número que está sendo multiplicado por ele mesmo. Já o número natural n é chamado de expoente e representa a quantidade de vezes que o número é multiplicado. O resultado dessa multiplicação é chamado de potência. Vejamos alguns exemplos na tabela abaixo: Tabela 1: exemplos de potenciação BASE EXPOENTE REPRESENTAÇÃO POTÊNCIA 2 4 2 = 2.2.2.2 = 16 (2 elevado à 4 é igual à 16) 16 5 2 5 = 5.5 = 25 (5 elevado à 2 é igual à 25) 25 3 5 3 = 3.3.3.3.3 = 243 (3 elevado à 5 é igual à 243) 243 7 1 7 = 7 (7 elevado à 1 é igual à 7) 7 Fonte: Elaborado pela Autora (2021)a (2021) Nos exemplos acima, consideramos expoentes diferentes de zero. Caso o expoente seja zero, independentemente da base, a potência será sempre igual à 1. UNIDADE 61 Exemplos: 5 = 1 (−2) = 1 (0,27) = 1 18947623 = 1 Vejamos agora algumas propriedades das potências de expoente natural. Para isso, considere a, b ∈ ℝ e m, n ∈ ℕ. Então, valem as seguintes propriedades: I. Produto e potências de mesma base (17): a . a = a (17) II. Divisão de potências de mesma base (18): a a = a , com m ≥ n (18) III. Potência de um produto (19): (a. b) = a . b (19) IV. Potência de um quociente (20): = com b ≠ 0 (20) V. Potência de potência (21): (a ) = a . (21) Exemplos: 5 . 5 = 5 = 5 = 125; 10 10 = 10 = 10 = 10; 62 (5.7) = 5 . 7 = 25.49 = 1225; 1 2 = 1 2 = 1 8 (2 ) = 2 = 64 POTÊNCIA DE EXPOENTE INTEIRO E NEGATIVO Dado um número real não-nulo a e um número natural n, definimos a potência a () da seguinte forma: a = 1 a (22) Ou seja, a potência de base real não-nula e expoente inteiro negativo é definida como o inverso da potência correspondente de expoente positivo. Exemplos: 3 = 1 3 = 1 3 2 = 1 2 = 1 2.2.2 = 1 8 (−4) = 1 (−4) = 1 (−4). (−4). (−4) = 1 −64 = − 1 64 2 3 = 1 2 3 = 1 2 3 = 1 4 9 = 9 4 = 3 2 63 Exemplos: 5 4 = 4 5 = 4 5 = 16 25 ; 1 6 = 6 1 = 6 1 = 216 Dados a, b ∈ ℝ não-nulos e m, n ∈ ℤ, as potências de expoentes inteiros negativos possuem as seguintes propriedades: a . a = a (23) a a = a (24) (a. b) = a . b (25) a b = a b (26) (a ) = a . (27) Observe que as propriedades são iguais às propriedades das potências de expoente natural, apenas a propriedade (24) se altera, podendo m e n serem quaisquer. Exemplos: 1) Calcule o valor da expressão: 2 . 4 . 2 2 . 8 Solução: Observe que: 4 = (2 ) = 2 e 8 = (2 ) = 2 . 64 Assim temos: 2 . 4 . 2 2 . 8 = 2 . 2 . 2 2 . 2 = 2 ( ) 2 ( ) = 2 2 = 2 = 2 = 1 2 = 1 4 2) Dados a, b reais não-nulos simplifique a expressão: (a . b ) (a . b ) Solução: Usando as propriedades descritas acima temos (a . b ) (a . b ) = (a ) . (b ) (a ) . (b ) = a . b a . b = a a . b b = a ( ). b = a . b = a . 1 = a RADICIAÇÃO Para estudarmos a radiciação, vamos pensar em um número elevado ao cubo que seja igual a 125. Isto é, ( )³ = 125, esse número é 5, pois 5³ = 125. Essa operação é inversa à potenciação, chamada de radiciação. A representação da radiciação é definida como: √a = b, sendo: √0 radical a radicando b a raiz n o índice da raiz, um número natural maior ou igual a 1. 65 Figura 6: Radiciação Fonte: Elaborado pela Autora (2021) Exemplos: √9 = 3, pois 3 = 9 √8 = 2, pois 2 = 8 √−27 = − 3 √−25 = ∄ em ℝ Algumas propriedades da radiciação podem ser definidas. Considere m, n, p inteiros e n > 1, p > 1 e m > 1, então, temos: √ab = √a. √b (28) a b = √a √b (29) √a = √a (30) √𝐚 𝐧 𝐩 = √𝐚 𝐩𝐧 (31) Exemplos: √8.7 = √8. √7 = 2. √7 = 2 √7 Quando o radicando é negativo, não existe raiz com índice par, pois um número elevado a um expoente par sempre dará positivo nos reais. Por exemplo: √−16 = ∄, 𝑝𝑜𝑖𝑠 (−2) = 16 66 3 5 = √3 √5 Podemos relacionar a raiz com a potência com expoente fracionário. Considere a um número real positivo e seja um número racional, definimos a potência de base a e expoente da seguinte forma (22): a = √a (32) Se a = 0 temos a seguinte definição especial 0 = 0. Exemplos: 2 = 2 = √2; 3 = 3 = √3; 5 = 1 5 = 1 5 = 1 5 = 1 25 2 3 = 3 2 = 3 2 = 3 2 . As propriedades de potências vistas até agora se aplicam às potências de expoentes racionais. Assim, dados a, b números reais positivos e , números racionais, valem as seguintes propriedades: a . a = a (33) a a = a (34) (a. b) = a . b (35) 67 a b = a b ; (36) a = a . . (37) Exemplos: 2 / . 2 / = 2 = 2 = 2 / 7 / 7 / = 7 = 7 = 7 / 14 / = (2.7) / = 2 / . 7 / 20 7 / = 20 / 7 / 2 / / = 2 . = 2 / Uma vez que os números decimais são números racionais, para calcularmos potências cujos expoentes são números decimais, basta escrevermos esse decimal em forma de fração e utilizarmos a definição de potências de expoente racional. Exemplos: 3 , = 3 / = 3 / = √3 0,2 , = 0,2 / = 0,2 5 , = 5 / As propriedades acima são de extrema importância no estudo das potências. Vejamos alguns exercícios resolvidos que envolvem essas propriedades: Exemplos: 1) Simplificar fazendo o uso das propriedades: a) 16 / b) 27 / c) (81 ) / 68 Solução: a) 16 / = (2 ) / = 2 . = 2 = 8 b) 27 / = (3 ) / = 3 . = 3 = = c) (81 ) / = ((3 ) ) / = 3 . . = 3 = 9 2) Simplifique: a) 2 / . 2 / . 2 / b) 3 / . 3 / 3 / . 3 / . 3 / Solução: a) 2 / . 2 / . 2 / = 2 = 2 = 2 = 2 b) 3 / . 3 / 3 / . 3 / . 3 / = 3 3 = 3 3 = 3 3 = 3 / 3 / = 3 = 3 = 3 / RACIONALIZAÇÃO DE DENOMINADORES A racionalização de denominadores tem como objetivo transformar uma fração que possuium denominador irracional em uma nova fração, que seja equivalente à fração anterior, com denominador racional. 69 Quando multiplicamos o numerador e o denominador de uma fração por um mesmo número real, obtemos como resultado uma fração equivalente. Dessa forma, para racionalizar uma fração, basta multiplicar seu numerador e denominador por um número que transforme o irracional do denominador em racional. Esse número é chamado de conjugado. Exemplos: 1) O conjugado de √2 é √2 pois, √2. √2 = √2 = 2 / = 2. 2) O conjugado de √7 é √7 pois, √7. √7 = 7 / . 7 / = 7 = 7 / = 7. Para encontrar o conjugado de um número irracional do tipo √x devemos: 1º) Escrever esse número na forma x / ; 2º) Pensar no menor número c ∈ {1,2,3, . . . , b − 1} tal que a + c seja um múltiplo de b; 3º) O conjugado será √x . Exemplo: 1) Determine o conjugado dos seguintes números: a) √24 b) √3 c) √7 d) √11 Solução: a) Escrevendo √24 em forma de potência temos √24 = 24 / . O número que quando eu somo 2 resulta 3 é o 1. Logo o conjugado de √24 é √24 ; b) Escrevendo √3 em forma de potência temos √3 = 3 / . O número que quando eu somo 4 resulta 7 é o 3. Logo o conjugado de √3 é √3 . c) Escrevendo √7 em forma de fração temos √7 = 7 / . O número que quando eu somo 5 resulta 6, que é múltiplo de 2, é o 1. Logo o conjugado de √7 é √7. 70 d) Escrevendo √11 em forma de fração temos √11 = 11 / . O número que quando eu somo 23 resulta 25 é o 2. Logo o conjugado de √11 é √11 . Para racionalizar uma fração devemos encontrar o conjugado do denominador, multiplicar o numerador de denominador da fração pelo conjugado e, por fim, simplificar a fração equivalente encontrada. Exemplos: 1) Racionalize as seguintes frações: a) √ b) √ c) √ Solução: a) Escrevendo √4 em forma de potência temos √4 = 4 / . O número menor que 3 que quando eu somo 1 resulta um múltiplo de 3 é o 2, logo o conjugado de √4 é √4 . Multiplicando o numerador e denominado da fração √ por √4 temos: 1 √4 . √4 √4 = √4 √4 = √4 4 = √2 2 = √2 . √2 2 = √2 2 . Logo, a forma racionalizada de √ é √ . b) Escrevendo √6 em forma de potência temos √6 = 6 / . O número menor que 5 que quando eu somo 1 resulta um múltiplo de 5 é 4, logo o conjugado de √6 é √6 . Multiplicando o numerador de denominador da fração √ por √6 temos 3 √6 . √6 √6 = 3 √6 √6 = 3 √6 6 = √6 2 . Logo, a forma racionalizada de √ é √ . 71 c) Escrevendo √32 em forma de potência temos √32 = 32 / = (2 ) / = 2 / . O número menor que 3 que quando eu somo 1 resulta um múltiplo de 3 é o 2, logo o conjugado de √32 é √32 . Multiplicando o numerador e denominador da fração √ por √32 temos: √ . √ √ = √ √ = √ = √ = √ . √ = . √ = √ . Logo, a forma racionalizada de √ é √ . EXPRESSÕES NUMÉRICAS Vimos que para resolver expressões numéricas existe uma ordem a ser seguida. Primeiro, eliminamos os parênteses resolvendo tudo que está dentro dele. Depois, fazemos o mesmo para os colchetes e, em seguida, para as chaves. Dentro de cada um desses delimitadores obedecemos à seguinte ordem: 1º) Potenciação e radiciação; 2º) Multiplicações e divisões; 3º) Adições e subtrações. Vejamos alguns exemplos de expressões numéricas e como resolver cada uma delas. 25 + 3 : 9 + [3 . 5– 3. (2 − 5 )] = 25 + 3 : 9 + [3 . 5– 3. (8 − 5)] = 25 + 3 : 9 + [3 . 5– 3.3] = 25 + 3 : 9 + [9.5– 3.3] = 25 + 3 : 9 + [45– 9] = 72 25 + 3 : 9 + 36 = 25 + 27: 9 + 36 = 25 + 3 + 36 = = 64 4 + √8. 3 + 16: √64 − 35 + 1 − 10 = [(16 + 2.9) + (16: 8) − 35] + 1 − 10 = [(16 + 18) + 2 − 35] + 1 − 10 = [34 + 2 − 35] + 1 − 10 = [34 + 4 − 35] + 1 − 10 = 3 + 1 − 10 = 9 + 1 − 1 = = 9 √64: 2 . 2 + √81 − 2 . 2 − 5 . √256 = (8: 2). 2 + [(9 − 8). 2 − 5 ]. √256 = 4. 2 + [1. 2 − 5 ]. √256 = 4. 2 + [1.16 − 1]. √256 = 4. 2 + [16 − 1]. √256 = 4. 2 + 15. √256 = 4. 2 + {15.4} = 4. 2 + 60 = 4.4 + 60 = 16 + 60 = = 76 73 FIXANDO O CONTEÚDO 1. (Cesgranrio-1994) O número de algarismos do produto 5 . 4 é igual a a) 17. b) 18. c) 26. d) 34. e) 35. 2. (CPCAR-2002-Adaptada) Simplificando , com x > 0 e y > 0 obtemos: a) b) c) d) e) 3. (Fuvest-1981) Dos números abaixo, o que está mais próximo de (5,2) . (10,3) (9,9) é a) 0,625. b) 6,25. c) 62,5. d) 625. e) 6250. 4. (OBM-1998) Qual dos números a seguir é o maior? a) 3 74 b) 9 c) 27 d) 243 e) 81 5. (UECE-2002) A expressão numérica 5√54 − 3 √16 é igual a a) √1458 b) √729 c) 2 √70 d) 2 √38 e) √140 6. Vunesp-1992) O valor da expressão 5 − é a) 0,3 b) -0,3 c) -0,2 d) 0,2 e) 0 7. (UFPB-1977) A expressão 2√27 − √75 + 3√12 é igual a a) 2√3 b) 4√12 c) 4√27 d) 7√3 e) 7√6 8. (IFSC - 2018) Analise as afirmações seguintes: I. −5 − √16. (−10): √5 = −17. II. 35: 3 + √81 − 23 + 1 . 2 = 10. 75 III. Efetuando-se 3 + √5 . 3 − √5 , obtém-se um número múltiplo de 2. Assinale a alternativa CORRETA. a) Todas são verdadeiras. b) Apenas I e III são verdadeiras. c) Todas são falsas. d) Apenas uma das afirmações é verdadeira. e) Apenas II e III são verdadeiras. 76 GEOMETRIA PLANA E ESPACIAL NOÇÕES PRIMITIVAS DA GEOMETRIA Ponto, reta e plano são as noções primitivas da geometria. Não existe uma maneira de definir esses objetos, mas, precisamos de cada um deles para construirmos todas as definições geométricas. O que podemos fazer é discutir as propriedades e características de cada um deles, e ressaltar sua importância para a Geometria. O ponto não possui dimensão nem forma, ou seja, ele é adimensional. É muito usado para indicar a localização de algum objeto no espaço. Utilizamos letras maiúsculas para nomear um ponto. Figura 7: Ponto Fonte: Elaborado pela Autora (2021) A reta é um conjunto de pontos que não fazem curva. É infinita para duas direções. Uma vez que esses pontos estão lado a lado, conseguimos medir pedaços de retas. Esses pedaços de retas são chamados de segmentos de reta. Mas conseguimos medir apenas o comprimento, a largura não tem como medir. Por esse motivo, a reta é um elemento unidimensional. Para nomeá-las usamos letra minúscula. UNIDADE 77 Figura 8: Reta Fonte: Elaborado pela Autora (2021) Assim como a reta é formada por vários pontos, o plano é formado por várias retas alinhadas. Também pode ser visto como um conjunto de pontos. Ele é uma superfície plana infinita para todas as direções e não faz curva. Nele é possível desenhar diversas, medir o comprimento e largura de cada uma delas, por isso, o plano é considerado um objeto bidimensional. Utilizamos letras maiúsculas do alfabeto grego para nomeá-los. Figura 9: Plano Fonte: Elaborado pela Autora (2021) O conjunto formado por todos os pontos é chamado de espaço. É nele que desenvolveremos a Geometria Espacial. Além dessas noções primitivas que não possuem definição, apenas uma ideia do que seja, existem resultados que não têm demonstração. Esses resultados são chamados de postulados. É a partir deles que conseguimos demostrar diversos outros resultados da geometria. São eles: 78 I. Postulado da existência: a) Existe reta e numa reta, bem como fora dela, há infinitos pontos. b) Existe plano e num plano, bem como fora dele, há infinitos pontos. II. Postulado da determinação: a) Dois pontos distintos determinam uma únicareta que passa por eles. b) Três pontos distintos não colineares determinam um único plano e passa por eles. III. Postulado da inclusão Se uma reta tem dois pontos distintos num plano, então ela está contida no plano. POSIÇÕES RELATIVAS DA RETA Quando duas retas estão no mesmo plano pode haver uma certa interação entre elas, gerando algumas definições e propriedades. São elas: I. Retas paralelas: Duas retas são paralelas quando não possuem nenhum ponto em comum (paralelas distintas) ou, quando possuem todos os pontos em comum (paralelas coincidentes). Uma propriedade interessante das retas paralelas distintas é que a distância entre elas será sempre a mesma, independentemente do ponto que escolhemos medir. 79 Figura 10: À esquerda, retas r e s paralelas distintas e, à direita, retas i e f paralelas coincidentes. Fonte: Elaborado pela Autora (2021) II. Retas concorrentes: Duas retas são concorrentes quando possuem penas um ponto em comum. Essas retas formam 4 ângulos congruentes dois a dois. Esses ângulos formados são classificados adjacentes ou opostos pelo vértice. Os ângulos opostos pelo vértice possuem a mesma medida, enquanto os ângulos adjacentes são classificados em suplementares. Quando o ângulo formado entre elas mede 90°, essas retas são chamadas de retas perpendiculares. Figura 11: À esquerda, retas r e s concorrentes, à direita, retas f e g perpendiculares. Fonte: Elaborado pela Autora (2021) III. Retas reversas: Duas retas são chamadas de retas reversas se não existir nenhum plano que contenha essas retas. Resumindo, dadas duas retas r e s temos: 80 Figura 12: Resumo das posições relativas das retas Fonte: Adaptado Dolce e Pompeo (2013) FIGURAS PLANAS Uma região plana fechada por, no mínimo, três segmentos de retas, é chamada de figura plana. Elas são bidimensionais: possuem comprimento e largura. Todas as figuras planas com mais de três lados são chamadas de polígono. As formas planas mais conhecidas na geometria são: círculo, quadrado, triângulo, retângulo, trapézio, hexágono, pentágono, paralelogramo e losango. Apesar do círculo não ser formado por segmentos de reta, ele também é uma figura plana. Figura 13: Figuras planas mais usuais Fonte: Elaborado pela Autora (2021) Os polígonos cujos lados possuem o mesmo comprimento são chamados de 81 polígonos regulares. Nomenclatura dos Polígonos Os polígonos são nomeados de acordo com seu número de lados. Acompanhe os principais na tabela abaixo: Tabela 2: Nomenclatura das principais figuras planas de acordo com o número de lados Número de lados Nomenclatura 3 Triângulo 4 Quadrilátero 5 Pentágono 6 Hexágono 7 Heptágono 8 Octógono 9 Eneágono 10 Decágono 11 Undecágono 12 Dodecágono 15 Pentadecágono 20 Icoságono Fonte: Elaborada pela Autora (2021) O quadrado, retângulo, trapézio, paralelogramo e losango são quadriláteros especiais. O paralelogramo recebe esse nome devido ao fato de seus lados opostos serem paralelos e, esses lados opostos possuem a mesma medida. O quadrado, retângulo e losango são paralelogramos. O retângulo recebe essa nomenclatura especial pois seus lados não paralelos são perpendiculares. O quadrado é um tipo de retângulo. Recebe esse nome especial por possuir todos os quatro lados com a mesma medida. O losango também possui os quatro lados com a mesma medida, porém, seus lados não são perpendiculares. O trapézio possui apenas um par de lados opostos paralelos chamados de bases, uma maior e a outra menor, uma vez que os outros dois lados não são paralelos. O círculo, também conhecido como disco, é uma figura plana que não possui lados. É formado pelo raio, que a é a distância entre o centro e a extremidade e o 82 diâmetro, que é o segmento de reta que passa pelo centro e vai de um lado ao outro. Figura 14: Círculo com um raio e um diâmetro Fonte: Elaborado pela Autora (2021) Elementos de um Polígono Os polígonos possuem 5 elementos principais: vértices, lados, diagonais, ângulos internos e ângulos externos. O vértice é a “pontinha” do polígono. Ligando dois vértices consecutivos com um segmento de reta obtemos um lado. Ligando dois vértices que não são consecutivos obtemos uma diagonal. Os ângulos formados dentro do polígono são os ângulos internos, já os ângulos formados fora do polígono são os ângulos externos. Figura 15: Principais elementos de um polígono Fonte: Elaborado pela Autora (2021) 83 Perímetro de Figuras Planas O perímetro de uma figura plana é a soma de todos os seus lados. Já a área é o tamanho da superfície da figura. O valor do perímetro será sempre dado, por exemplo, em m, cm, km, entre outros. Já o valor da área será dado em m , cm , km , etc. Vejamos como calcular o perímetro (P) e a área (A) das principais figuras planas: Quadro 1: Fórmulas da área e do perímetro das principais figuras planas Figura Significado dos termos da figura Área Perímetro Triângulo b = base h = altura L = lado L’ = lado A = b. h 2 P = b + L + L Quadrado L = lado A = L. L = L P = 4L Retângulo b = base h = altura A = b. h P = 2b + 2h Trapézio b = base menor B = base maior L = lado L’ = lado h = altura A = (B + b). h 2 P = L + L + B + b Losango L = lado D = diagonal maior d = diagonal menor A = D. d 2 P = 4L Círculo r = raio A = πr P = 2πr 84 Fonte: Elaborado pela Autora (2021) Observe que a tabela não comtemplou o hexágono, o pentágono e o paralelogramo. Para calcular a área do hexágono e do pentágono basta dividir sua região interna em triângulos a partir do centro, calcular a área desses triângulos e somá-las. Já para a área do paralelogramo o cálculo é o mesmo do retângulo, basta traçar sua altura e aplicar a fórmula do retângulo. Para o cálculo do perímetro dessas figuras basta somar todos os seus lados. Exemplos: Calcule a área e o perímetro do seguinte paralelogramo, cujas medidas são dadas em centímetros. Figura 16: Paralelogramo e suas medidas Fonte: Elaborado pela Autora (2021). Solução: uma vez que o perímetro é a soma dos lados temos que P = 8 + 8 + 8 + 8 cm. A base desse paralelogramo mede 3 + 5 = 8 cm e a altura mede 5 cm. Logo sua área é A = 8.5 = 40cm . Um ciclista costuma dar 10 voltas completas por dia no quarteirão circular onde mora, cujo raio é de 3 m. Calcule a distância que esse ciclista pedala por dia. (Use π = 3,14) Solução: para calcular a distância D que esse ciclista pedala por dia, basta calcular o perímetro P desse círculo e multiplicar por 10, já que ele pedala 10 voltas 85 por dia, ou seja, D = P. 10 = (2π. 3). 10 = 188,4m. Logo esse ciclista pedala por dia 188,4 metros. FIGURAS ESPACIAIS As figuras definidas no espaço tridimensional são chamadas de figuras espaciais. Elas possuem comprimento, largura e altura. Essas figuras aparecem muito em nosso cotidiano. Por exemplo, uma bola de futebol, uma caixa de sapato, um chapéu de aniversário, são objetos que assumem a forma de algumas das principais figuras espaciais. As figuras espaciais possuem três elementos principais: vértices, arestas e faces. Figura 17: Elementos de uma figura espacial Fonte: Elaborado pela Autora (2021) Também chamadas de sólidos geométricos, algumas figuras espaciais se destacam um pouco mais que outras. São elas: cilindro, cubo, cone, esfera, paralelepípedo e pirâmide. O cilindro é formado por duas bases circulares iguais. Essas bases são unidas através deum retângulo, cujos lados são “encaixados” exatamente no contorno do círculo. 86 Figura 18: Cilindro Fonte: Elaborado pela Autora (2021) O cubo, também chamado de hexaedro regular, possui 6 faces com a mesma área, ângulos e quantidade de arestas. Figura 19: Cubo Fonte: Elaborado pela Autora (2021) É um sólido geométrico que possui base poligonal e os lados são formados por polígonos triangulares, unidos num vértice que não pertence ao plano da base. 87 Figura 20: Pirâmide de base triangular, também conhecida como tetraedro. Fonte: Elaborado pela Autora (2021) O cone é um sólido bem parecido com a pirâmide. Possui base circular e, por esse motivo, não possui lados triangulares, assim como a pirâmide. Figura 21: Cone Fonte: Elaborado pela Autora (2021) O paralelepípedo é um sólido geométrico formado por paralelogramos. Suas faces opostas são paralelas, com ângulos retos. 88 Figura 22: Paralelepípedo Fonte: Elaborado pela Autora (2021) A esfera é um sólido geométrico que é limitada por uma superfície esférica. A superfície da esfera é constituída por um conjunto de pontos que ficam a uma distância do centro por uma medida chamada raio. Figura 23: Esfera Fonte: Elaborado pela Autora (2021) Os poliedros convexos, são sólidos geométricos que possuem faces planas e qualquer segmento com extremidades dentro do poliedro estará totalmente contido no poliedro. Nesses poliedros, aplicas-se a relação de Euler, V+F = A + 2, sendo V vértice, F face e A aresta. Dos sólidos apresentados, quais são os poliedros são convexos? 89 UNIDADES DE MEDIDA Unidades de comprimento As unidades de medida de comprimento surgiram com a necessidade do homem de medir distâncias. Existem diversas unidades de medida de comprimento como jardas, pés; mas, a utilizada no Sistema Internacional de Medidas (SI) é o metro (m), seus múltiplos e submúltiplos. Os múltiplos do metro são: quilômetro (km), hectômetro (hm) e o decâmetro (dam). Já seus submúltiplos são: decímetro (dm), centímetro (cm) e milímetro (mm). Acompanhe os valores de cada um deles na tabela abaixo: Tabela 3: Múltiplos e submúltiplos do metro Múltiplos Submúltiplos 1 km = 1000 m 1 dm = 0,1 m 1 hm = 100 m 1 cm = 0,01 m 1 dam = 10 m 1 mm = 0,001 m Fonte: Elaborado pela Autora (2021) Muitas vezes precisamos fazer uma conversão dessas medidas de comprimento. Para isso, podemos nos basear na seguinte Figura: Figura 24: Conversão dos múltiplos e submúltiplos do metro Fonte: Elaborado pela Autora (2021) 90 Exemplos: 1) Transforme 8 cm para metros. Solução: pela tabela acima, para transformar a unidade centímetros para metros, basta dividir o número por 10 duas vezes, que é equivalente a dividir por 100: 8 : 100 = 0,08. Logo, 8 cm = 0,08 m. 2) Transforme 12,4 km para decímetro. Solução: pela tabela acima, para transformar a unidade quilômetros para decímetros, basta multiplicar o número por 10 quatro vezes, que é equivalente a multiplicar por 10000: 12,4 x 10000 = 124000. Logo, 12,4 km = 124000 dm. Unidades de Área Vimos que a área pode ser calculada através do produto entre duas dimensões do plano. Existem diversas unidades de medida de área, como, por exemplo, o hectare, mas, a utilizada no Sistema Internacional de Medidas (SI) é o metro quadrado (m ), seus múltiplos e submúltiplos. Os múltiplos do metro quadrado são: quilômetro quadrado (km ), hectômetro quadrado (hm ) e o decâmetro quadrado (dam ). Já seus submúltiplos são: decímetro quadrado (dm ), centímetro quadrado (cm ) e milímetro quadrado (mm ). Acompanhe os valores de cada um deles na tabela abaixo: Tabela 4: Múltiplos e submúltiplos do metro Múltiplos Submúltiplos 𝟏𝐤𝐦𝟐 = 𝟏𝟎𝟔𝐦𝟐 𝟏𝐝𝐦𝟐 = 𝟏𝟎 𝟐𝐦𝟐 91 𝟏𝐡𝐦𝟐 = 𝟏𝟎𝟒𝐦𝟐 𝟏𝐜𝐦𝟐 = 𝟏𝟎 𝟒𝐦𝟐 𝟏𝐝𝐚𝐦𝟐 = 𝟏𝟎𝟐𝐦𝟐 𝟏𝐦𝐦𝟐 = 𝟏𝟎 𝟔𝐦𝟐 Fonte: Elaborado pela Autora (2021) Muitas vezes precisamos fazer uma conversão dessas medidas de área. Para isso, podemos nos basear na seguinte Figura: Figura 25: Conversão dos múltiplos e submúltiplos do metro quadrado. Fonte: Elaborado pela Autora (2021) Exemplo: 1) Transforme 12,4 dam para decímetro quadrado e para quilômetro quadrado. Solução: pela tabela acima, para transformar a unidade decâmetro quadrado para decímetros quadrados, basta multiplicar o número por 10 duas vezes, que é equivalente a multiplicar por 10000: 12,4 x 10000 = 124000. Logo, 12,4 dam = 124000 dm . Já para transformar de decâmetro quadrado para quilômetro quadrado, basta dividir o número por 10 duas vezes, ou seja, dividir por 10000: 12,4 : 10000 = 0,00124. Logo, 12,4 dam = 0,00124 km . 92 FIXANDO O CONTEÚDO 1. (UFSC-2011) Um ciclista costuma dar 30 voltas completas por dia no quarteirão quadrado onde mora, cuja área é de 102400 m . Então, a distância que ele pedala por dia é de a) 19200 m b) 9600 m c) 38400 m d) 10240 m e) 320 m 2. (Enem-2011) Em uma certa cidade, os moradores de um bairro carente de espaços de lazer reivindicam à prefeitura municipal a construção de uma praça. A prefeitura concorda com a solicitação e afirma que irá construi-la em formato retangular devido às características técnicas do terreno. Restrições de natureza orçamentária impõem que sejam gastos, no máximo, 180 m de tela para cercar a praça. A prefeitura apresenta aos moradores desse bairro as medidas dos terrenos disponíveis para a construção da praça. Terreno 1: 55 m por 45 m. Terreno 2: 55 m por 55 m. Terreno 3: 60 m por 30 m. Terreno 4: 70 m por 20 m. Terreno 5: 95 m por 85 m. Para optar pelo terreno de maior área, que atenda às restrições impostas pela prefeitura, os moradores deverão escolher o terreno. a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5. 93 3. (PUC RIO-2008) Um festival foi realizado num campo de 240 m por 45 m. Sabendo que por cada 2 m havia, em média, 7 pessoas, quantas pessoas havia no festival? a) 42.007. b) 41.932. c) 37.800. d) 24.045. e) 10.000. 4. (Faculdade Santo Agostinho BA/2020) Beatriz quer colocar uma fita decorativa ao redor do tampo de uma mesa redonda. Para calcular o perímetro da mesa, ela considerou π = 3,1416. Se o raio da mesa é 95 cm, então o valor inteiro, aproximado, do perímetro da mesa, em metros, é a) 3 m. b) 4 m. c) 5 m. d) 6 m. e) 60 m. 5. (UNIRG TO/2020) No livro intitulado “Elementos”, do matemático grego Euclides de Alexandria (300 a.C), há um quadrado de lado a, a partir do qual Euclides procura encontrar a área de outro quadrado, destacado em cinza, na figura a seguir: 94 Desse modo, a área do quadrado destacado em cinza na figura é obtida pela expressão: a) a = (a − b) + 2ab b) (a − b) = a + b − 2ab c) a = (a − b) − 2ab d) (a + b) = a + b + 2ab e) (a + b) = a − b + 2ab 6. (UNEMAT/2015) Na figura plana abaixo, ABCD é um paralelogramo; ABDE, um retângulo de área 24 cm2 e D é um ponto do segmento EC. Qual é a área da figura ABCE? a) 36cm b) 48cm c) 52cm 95 d) 44cm e) 30cm 7. (ENEM-2011) Um mecânico de uma equipe de corrida necessita que as seguintes medidas realizadas em um carro sejam obtidas em metros: (a) distância a entre os eixos dianteiro e traseiro. (b) altura b entre o solo e o encosto do piloto. Ao optar pelas medidas a e b em metros, obtêm-se, respectivamente, a) 0,23 e 0,16. b) 2,3 e 1,6. c) 23 e 16. d) 230 e 160. e) 2 300 e 1 600. 8.
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