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Marcha Avaliação e Conduta Fisioterapêutica Prof Rhebecca Dumaresq A avaliação da marcha é um momento importante para o desenvolvimento do plano de tratamento do paciente que nos procura com alguma queixa dessa origem. É importante saber os ciclos da marcha padrão para podermos estudar as marchas patológicas e traçar uma conduta eficiente. Variáveis da marcha: cadência, templo de duplo apoio e apoio simples, comprimento de passo e passada, altura do passo, dissociação de cinturas, equilíbrio, balanceio de MMSS. Os músculos que estão envolvidos na marcha são: •Quadríceps; •Isquiotibiais; •Gastrocnêmio; •Soleo; •Tibial anterior; •Glúteos máximo; •Médio; •Iliopsoas; •Tensor da fáscia lata. O ciclo da marcha está dividido em duas grandes fases: a fase de apoio e a de balanço. A fase de apoio corresponde a 60% do ciclo e é caracterizada pelo contato do membro inferior com o solo. Dentro dessa fase, teremos momentos de apoio duplo e apoio simples. Os períodos de apoio duplo acontecem nos 10% iniciais e 10% finais da fase de apoio – nesse momento, os dois membros inferiores estão em contato com o solo. O período de apoio simples corresponde aos 40% restantes dessa fase, quando apenas um membro está em contato com o solo. Contração concêntrica é um tipo de ativação muscular que causa tensão no músculo ao encurtar. À medida que o músculo encurta, gera força para mover um objeto. Contrações excêntricas estão alongando os movimentos de seus músculos. Ao contrário da contração concêntrica, desacelera uma articulação no final de um movimento. Contato inicial - Apoio do calcanhar - Flexão de quadril - Extensão de joelho - Dorsiflexão - Contração concêntrica de quadríceps, extensores de quadril e tibial anterior Resposta à carga - Flexão de quadril e joelho - Plantiflexão - Contração excêntrica de tibial anterior e quadríceps - Contração concêntrica de extensores de quadril Apoio médio - Quadril neutro - Extensão de joelho - Dorsiflexão - Contração excêntrica de sóleo - Contração isométrica dos abdutores de quadril Apoio terminal - Extensão de joelho e quadril - Plantiflexão - Contração excêntrica de sóleo Pré balanço - Flexão de quadril - Flexão de joelho - Plantiflexão - Contração concêntrica de gastrocnêmio e flexores de quadril Fase de balanço A fase de balanço é o período de tempo em que o membro inferior não toca no solo. Corresponde a 40% do ciclo da marcha e pode ser dividida em 3 subfases: - Balanço inicial - Balanço médio - Balanço final A fase de balanço inicial é caracterizada pelo momento de aceleração, e a fase de balanço final é caracterizada pela desaceleração. Balanço inicial - Contração concêntrica dos músculos gastrocnêmios e flexores do quadril e contração concêntrica do tibial anterior. Balanço médio - Contração concêntrica do tibial anterior Balanço final - Contração excêntrica dos isquitibiais e extensores do quadril Contração concêntrica do tibial anterior e quadríceps Marcha espástica O caminhar apresenta a base alargada, com as pernas projetadas para frente e para os lados, com movimentos largos e imprecisos, com desequilíbrio e olhar voltado aos membros inferiores. PC Marcha escarvante Esta marcha se caracteriza pelo toque no chão com a ponta do pé durante a fase de balanço. Pode ocorrer por lesões no nervo fibular, nos nervos periféricos, radiculites, polineurites e poliomielites, que impede a dorsiflexão dos pés. AVE Marcha parkisoniana O início é dificultado pela rigidez dos músculos, com passos mais curtos e sem o balanceio dos braços, e tem como característica um fenômeno conhecido como freezing. Parkinson Marcha anserina Indivíduos apresentam fraqueza nos músculos pélvicos, com a rotação exagerada da pelve, jogando o quadril de um lado para outro a cada passo, para deslocar o peso do corpo. Neuropatias e mielopatias Marcha em tesoura Ocorre um encurtamento de adutores de quadril, provocando adução de membros inferiores, fazendo que estes se cruzem durante a marcha. PC Marcha ceifante Ocorre hipertonia de membros inferiores, e o paciente joga este para o lado (quadrado lombar), fazendo um movimento de foice. AVE Marcha de Trendelemburg (ou claudicante) Ocorre fraqueza em glúteo médio, fazendo com que o paciente perca a capacidade de estabilizar o quadril durante a marcha. LM Marcha tabética Ocorre perda de sensibilidade em membros inferiores, e o paciente não tem a devida propriocepção de pisada. Distúrbios da porção posterior da coluna vertebral Marcha Equina Ocorre o encurtamento do tendão de Aquiles, fraqueza em membros inferiores e / ou alterações de sensibilidade e equilíbrio. Até os 2 anos, não é patológica. Autismo, PC, distrofias. Conduta fisioterapêutica no treino da marcha - Avaliação - Diagnóstico - Treino de marcha - Treino de equilíbrio e coordenação - Treino de propriocepção - Treino de força e ADM Em relação às marchas patológicas, marque a alternativa correta. A - A marcha em tesoura manifesta-se na diplegia espástica congênita, porém apresenta acentuada hipotonia dos adutores do quadril. B - A marcha atáxica é também conhecida como marcha ebriosa, e é encontrada nas lesões do mesencéfalo. C C - Marcha tabética é encontrada nas lesões dos cordões posteriores da medula. D - A marcha digitígrada ocorre devido à hipotonia do tríceps sural. Sobre os padrões patológicos da marcha, assinale a alternativa correta. A - A marcha Anserina ocorre como consequência de paresia ou plegia do músculo dos músculos extensores do quadril. B - A marcha Escarvante ocorre como consequência de paresia ou plegia do grupo pré-tibial causado pela lesão do nervo fibular comum em seu ramo mais profundo. C - A marcha Anserina ocorre como consequência de paresia ou plegia do músculo glúteo médio. D - A marcha de Tredelenburg ocorre como consequência de paresia ou plegia dos músculos extensores do quadril. E - A marcha de Tredelenbug ocorre como consequência de paresia ou plegia do grupo pré-tibial causado pela lesão do nervo fibular comum em seu ramo mais profundo. A marcha pode ser definida como a maneira ou o estilo de andar. Sabendo que o conhecimento das fases e subfases da marcha humana normal em uma velocidade confortável é importante para a avaliação e o tratamento de padrões patológicos da marcha, A - A fase de balanço corresponde a 60% do ciclo da marcha. B - o contato inicial deve ser realizado com o ante pé. C - As subfases de contato inicial e a reação ao peso ocorrem em duplo apoio. D - O tríceps sural se contrai de forma concêntrica na subfase do suporte terminal. Na avaliação dinâmica da marcha observa-se que o paciente acentua a lordose lombar, inclinando o corpo alternadamente para a direita e para a esquerda. Quanto aos tipos de marcha patológica, assinale a alternativa CORRETA indicada no texto: A - Marcha Parkinsoniana B - Marcha anserina C - Marcha atáxica D - Marcha espástica E - Marcha escavante A ataxia cerebelar progressiva é uma patologia causada pela lesão cerebelar. Esta lesão é uma das principais causas que afetam a coordenação e a realização da marcha. Os movimentos passam a ser incertos, inseguros e descoordenados, caracterizando a: A - Marcha Equina B - Marcha Anserina. C - Marcha Escavante. D D - Nenhuma das alternativas. A deambulação pode ser definida como uma forma de locomoção. No ser humano, há um padrão bípede de deambulação, denominado marcha. A esse respeito, assinale a alternativa correta. A - Para descrição de um padrão de marcha, seja ele normal ou patológico, primeiramente é necessário organizá-lo em eventos, e estes em fases e subfases. No homem, encontram-se as fases de apoio e balanço, que correspondem, respectivamente, a 40% e 60% do ciclo normal. B - A amplitude mínima de 20 graus de dorsiflexão é imprescindível para se realizar a fase de toque do calcanhar da marcha. C - O sinal de Trendelenburg é passível de ser observado durante a fase de apoio da marcha, podendo ser caracterizado pela queda da pelveno sentido do membro em contato com o solo. A presença do referido sinal indica fraqueza do músculo glúteo médio. D - Com a amplitude máxima de 70 graus de flexão do joelho, o ser humano é capaz de realizar todas as etapas do ciclo fisiológico da marcha. E - Ao se mensurar o número de passos por minuto, pode-se chegar à velocidade da marcha de um paciente.