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Direito Civil e Direito Penal - DIREITO PROCESSUAL PENAL - Recursos em Geral

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
VIDEOAULA
PROF. FELIPE FAORO BERTONI
Recursos em Geral
www.acasadoconcurseiro.com.br
http://www.acasadoconcurseiro.com.br
DIREITO PROCESSUAL PENAL
3
Dos Recursos em Geral: disposições gerais
DOS RECURSOS: DISPOSIÇÕES GERAIS.
1. Conceito e natureza
Conceito: “instrumento processual voluntário de impugnação de decisões judiciais utilizado 
antes da preclusão e na mesma relação jurídica processual, objetivando a reforma, a invalidação, 
a integração ou o esclarecimento da decisão impugnada” (Renato Brasileiro de Lima).
Pontos importantes:
 • Não se cria um novo processo.
 • Não pode ter ocorrido preclusão (perda do direito de recorrer).
 • O recurso não é um dever da parte, mas sim um ônus que, caso não desincumbido, ocasiona 
a perda da oportunidade de tentar reverter uma decisão desfavorável. 
 • Finalidade: reverter uma decisão desfavorável por meio de sua modificação, anulação, 
esclarecimento ou integração.
Finalidades típicas: modificação e anulação.
Finalidades atípicas: esclarecimento e integração.
2. Juízo de admissibilidade (juízo de prelibação)
 • Verificação sobre o preenchimento dos pressupostos recursais de admissibilidade do 
recurso, ou seja, se o recorrente observou todas as exigências legais (recurso adequado, 
prazo, custas, etc.).
 • Nesse momento não se examina o mérito da pretensão recursal.
 • Interpõe–se, em regra, o recurso para o juízo a quo (aquele que proferiu a decisão), mas o 
seu julgamento é feito pelo juízo ad quem (hierarquicamente superior). 
 • O juízo de admissibilidade é realizado, em regra, tanto pelo juízo originário, quanto pelo 
juízo recursal, com exceção dos seguintes casos:
 • Recurso julgado pelo juízo originário: o próprio juízo que proferiu a decisão vai julgar o 
recurso (embargos de declaração, por exemplo).
 • Recurso interposto diretamente perante o juízo recursal: nesse caso o juízo originário nem 
chega a participar da admissibilidade (carta testemunhável, por exemplo).
 •
4
3. Pressupostos recursais: dividem–se entre intrínsecos e extrínsecos.
Pressupostos intrínsecos: relativos ao próprio direito de recorrer.
Cabimento: exige–se o meio recursal utilizado seja o previsto na legislação para impugnar a 
decisão, ou seja, o recurso manejado deve ser adequado.
Exemplo: o juiz profere nos autos do processo sentença absolutória e o Ministério Público 
interpõe contra essa decisão o recurso em sentido estrito com fundamento no artigo 581, inciso 
IV, do CPP.
Nesse caso, o recurso manejado pelo Ministério Público não foi adequado, pois o recurso 
correto seria o de apelação (artigo 593, inciso I, do CPP) e não o RESE (artigo 581, inciso IV, do 
CPP).
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO:
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
(....)
IV – que pronunciar o réu; 
APELAÇÃO:
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
I – das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular; 
Legitimidade recursal: verifica–se se o recurso foi interposto por quem tinha, de fato, 
legitimidade legal para tanto.
A regra está indicada no artigo 577 do CPP:
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, 
seu procurador ou seu defensor.
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na 
reforma ou modificação da decisão.
ATENÇÃO! E o assistente de acusação? Pode ele recorrer?
 • O assistente de acusação pode recorrer de forma subsidiária, ou seja, se o Ministério 
Público, não recorrer, de decisão.
 • Esta conclusão decorre da interpretação dos artigos 271, 584, §1º e 598, todos do CPP:
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, 
aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo 
Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não 
for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas 
enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor 
apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia 
em que terminar o do Ministério Público.
DIREITO PROCESSUAL PENAL | FELPIE FAORO BERTONI
5
Legitimados gerais: podem recorrer em qualquer caso, desde que presentes os pressupostos 
recursais (acusado, procurador ou defensor, Ministério Público e querelante.
Legitimados específicos: podem recorrer somente em determinados casos (assistente de 
acusação).
Interesse recursal (necessidade + adequação): verifica–se se está presente a sucumbência, 
ou seja, situação na qual a parte é prejudicada pela decisão impugnada. Em linhas gerais, o 
interesse denota a necessidade de se identificar se a parte pode ser beneficiada na reforma ou 
modificação da decisão.
Necessidade: o impugnante deve ter vivenciado um prejuízo no processo e o recurso é o meio 
necessário para reverter essa situação.
Adequação: aptidão do recurso para alterar a situação atual do recorrente.
Art. 577 (...) Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse 
na reforma ou modificação da decisão.
Inexistência de ato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer: é possível que haja, em 
abstrato, o direito ao recurso, mas que esse direito tenha sido perdido no caso concreto por 
alguma circunstância específica (desistência, renúncia, preclusão).
 • Desistência: o recorrente desiste de um recurso já interposto.
CUIDADO! O Ministério Público não pode desistir de um recurso por ele interposto, nos 
termos do artigo 576 do CPP:
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.
 • Renúncia: ocorre quando o sujeito detém o direito de recorrer, mas ainda não interpôs o 
recurso. 
Renúncia expressa: sujeito se manifesta informando o desinteresse na interposição do recurso.
Renúncia tácita: o sujeito simplesmente deixa transcorrer o prazo recursal sem interpor recurso.
ATENÇÃO! O Ministério Público PODE deixar de interpor recurso.
 • Preclusão: perda do direito de recorrer por questões vinculadas ao momento da 
interposição.
Preclusão temporal: ocorre quando o sujeito deixa de interpor o recurso no prazo legalmente 
previsto. 
Preclusão lógica: ocorre quando o sujeito pratica um ato incompatível com o direito de recorrer 
(renúncia, por exemplo).
Preclusão consumativa: ocorre quando a parte não pode mais recorrer por já ter exercido esse 
direito (princípio da unirecorribilidade).
Pressupostos extrínsecos de admissibilidade recursal: relativos à forma como o direito de 
recorrer é exercido.
Tempestividade: verifica–se se o recurso foi interposto no prazo legal. A intempestividade do 
recurso leva ao seu não conhecimento e a preclusão temporal.
6
 • O prazo de cada recurso está previsto na lei.
 • No cômputo dos prazos processuais exclui–se o dia do começo e inclui–se o do término.
 • O prazo no processo penal começa a fluir da intimação da decisão e não da juntada aos 
autos do mandado:
Súmula 710, STF: “no processo penal, contam–se os prazos da data da intimação, e não da 
juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem”.
 • Segundo os Tribunais Superiores a intempestividade das razões é irregularidade que não 
conduz ao não conhecimento.
ATENÇÃO! Conforme posicionamento do STJ, havendo intimação do acusado e do defensor 
acerca da sentença, o prazo somente começa a fluir a partir da data da segunda intimação.
Regularidade formal: é o preenchimento das regras estabelecidas por lei para o recurso. No 
ponto, cumpre verificar o teor do artigo 578 do CPP:
Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou 
por seu representante.
§ 1º Não sabendoou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a 
seu rogo, na presença de duas testemunhas.
§ 2º A petição de interposição de recurso, com o despacho do juiz, será, até o dia seguinte ao 
último do prazo, entregue ao escrivão, que certificará no termo da juntada a data da entrega.
§ 3º Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de suspensão por dez a trinta dias, 
fará conclusos os autos ao juiz, até o dia seguinte ao último do prazo.
Preparo: ocorre a deserção quando o recorrente deixa de recolher custas. 
ATENÇÃO! No processo penal exige–se preparo somente no caso de recurso interposto em 
ação penal privada e por parte do querelante.
CUIDADO! Na ação penal privada subsidiária da pública não se exige preparo.
4. Juízo de mérito: após o juízo de admissibilidade, sendo caso de conhecimento do recurso, 
deve–se examinar o mérito, ou seja, os fundamentos do recurso.
Error in procedendo: erro processual cometido pelo juízo originário. Nesse caso, requer–se a 
anulação da decisão por vício formal.
Error in judicando: “erro de julgamento” referente ao conteúdo. Nesse caso, requer–se a 
reforma da decisão, postulando um novo julgamento por parte do juízo ad quem.
5. Classificação dos recursos.
 • Fundamentação livre x Fundamentação vinculada.
Fundamentação livre: o recorrente pode alegar qualquer matéria.
Fundamentação vinculada: o objeto da impugnação tem fundamentação restrita pela lei 
(apelação no Júri, embargos infringentes).
DIREITO PROCESSUAL PENAL | FELPIE FAORO BERTONI
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Recursos totais x Recursos parciais.
Totais: o recorrente impugna todas as partes da decisão que o prejudica.
Parciais: impugna somente parte da decisão que o prejudica.
 • Recursos ordinários x Recursos extraordinários.
Recursos ordinários: tem por objeto provocar um novo exame do caso penal já decidido em 
primeira instância, por um órgão superior, alcançando tanto as matérias de direito como 
também as fáticas (apelação, recurso sem sentido estrito).
Recursos extraordinários: tribunais superiores examinam, exclusivamente, a aplicação da 
norma jurídica efetuada pelo órgão inferior limitando–se a emissão de um juízo limitado ao 
aspecto jurídico da decisão impugnada. Não cabe reexame de matéria fática (recurso especial, 
recurso extraordinário).
 • Recurso voluntário x Recurso de ofício.
Recurso voluntário: em realidade, todo recurso é um ato voluntário, pois depende da 
interposição da parte que pretende ver a decisão modificada.
Recurso de ofício: embora chamado de recurso pelo CPP não se trata, rigorosamente de recurso, 
mas sim de hipóteses de “reexame necessário”. Nesses casos a decisão fica sujeita a obrigatório 
reexame por órgão superior, ainda que nenhuma das partes tenha recorrido. Inexistindo 
reexame pelo órgão superior, não há o trânsito em julgado da decisão, sendo, portanto, uma 
condição de eficácia da decisão.
Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando–se os seguintes casos, em que deverão ser 
interpostos, de ofício, pelo juiz:
I – da sentença que conceder habeas corpus;
II – da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua 
o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411.
Art. 746. Da decisão que conceder a reabilitação haverá recurso de ofício.
 • Recurso genérico x Recurso específico.
Recurso genérico: exige apenas a irresignação da parte em relação à decisão proferida.
Recurso específico: exige a demonstração, também, de requisitos próprios específicos (por 
exemplo, a repercussão geral, no caso de recurso extraordinário perante o STF).
 • Recursos horizontais x Recursos verticais.
Recurso horizontais: são resolvidos pelo mesmo órgão que proferiu a decisão recorrida 
(embargos declaratórios).
Recurso verticais: são resolvidos por tribunal superior ao que prolatou a decisão (apelação, por 
exemplo).
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6. Efeitos dos recursos.
 • Efeito obstativo: a interposição do recurso impede a ocorrência da preclusão temporal.
 • Efeito devolutivo: o recorrente devolve ao Poder Judiciário a competência para conhecer e 
apreciar a matéria do fato penal em julgamento e nos limites de cada recurso. Está presente 
em todos os recursos.
ATENÇÃO! No recurso de apelação no Tribunal do Júri o efeito devolutivo fica adstrito aos 
fundamentos da sua interposição.
Súmula 713, STF: “o efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos 
fundamentos de sua interposição”.
Apelação no Tribunal do Júri
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
III – das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
b) for a sentença do juiz–presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
Exemplo: Astolfo é condenado pelo Tribunal do Júri pela prática do delito de homicídio 
qualificado. O Juiz–Presidente aplica a pena de 22 anos de reclusão. O Advogado de Astolfo 
interpões recurso com base no artigo 593, inciso III, alínea “c”, do CPP aduzindo ter ocorrido 
injustiça na aplicação da pena. Após ser intimado para apresentar razões recursais, ao manusear 
aos autos, se dá conta de que a decisão dos jurados, em sua visão, é manifestamente contrária 
à prova dos autos. Nesse caso, o Tribunal pode não conhecer do recurso neste ponto, pois a 
Súmula 713 do STF afirma que “o efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito 
aos fundamentos de sua interposição”.
 • Efeito suspensivo: o efeito suspensivo estabelece a impossibilidade de a decisão impugnada 
produzir efeitos enquanto não for julgado o recurso. Não está presente em todos os 
recursos.
 • Efeito translativo: diz respeito à possibilidade de o Tribunal conhecer, de ofício, 
determinadas matérias que não foram impugnadas pelo recorrente, por serem de ordem 
pública.
Exemplo: se o sujeito recorre tão somente postulando a redução da pena, mas o Tribunal verifica 
que houve a extinção da punibilidade pela prescrição, pode o Tribunal reconhecer de ofício.
 • Efeito substitutivo: substitui a decisão recorrida pela decisão proferida pelo juízo que julgou 
o recurso.
 • Efeito regressivo (iterativo/diferido): permite o prolator da decisão se retratar da decisão 
proferida, evitando a remessa ao juízo recursal. Não está presente em todos os recursos 
(RESE, Agravo em Execução).
DIREITO PROCESSUAL PENAL | FELPIE FAORO BERTONI
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 • Caso realizado o juízo de retratação, pode a parte contrária, por simples petição, recorrer 
dessa nova decisão, caso seja ela recorrível.
Veja–se o teor do artigo 589 do CPP:
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de 
dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados 
que Ihe parecerem necessários.
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, 
poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz modificá–la. 
Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou 
em traslado.
 • Efeito extensivo: os efeitos do recurso de réu recorrente devem ser estendidos ao 
corréu não recorrente, salvo se o provimento do recurso ocorreu por razões de caráter 
exclusivamente pessoal.
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por 
um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará 
aos outros.
Exemplo 01: João e Paulo foram condenados, no mesmo processo, pelo delito de roubo. João 
recorre e Paulo não. O recurso de João foi provido, tendo o Tribunal de Justiça absolvido João 
considerando que o crime não ocorreu. Nesse caso o recurso de João deverá também alcançar 
Paulo, mesmo que não tenha ele recorrido.
Exemplo 02: João e Paulo foram condenados, no mesmo processo, pelodelito de roubo, ambos 
à pena de 8 anos de reclusão. João recorre pedindo a redução da pena pela atenuante da 
menoridade relativa, pois, ao tempo do fato, era menor de 21 anos. Paulo, que ao tempo do 
fato tinha 30 anos, não recorre. O recurso de João foi provido e a atenuante foi reconhecida, 
tendo a pena de João ficado em 7 anos de reclusão. Nesse caso o recurso de João NÃO deverá 
alcançar Paulo, pois fundado em elemento de caráter exclusivamente pessoal.
7. Princípios recursais.
 • Duplo grau de jurisdição: permite ao jurisdicionado ver o seu caso apreciado por outro 
órgão jurisdicional.
IMPORTANTE: o duplo grau de jurisdição NÃO está previsto expressamente na Constituição 
Federal.
Há, contudo, sua previsão no Pacto de San José da Costa Rica.
 • Taxatividade: somente se considera recurso aquele que está previsto expressamente em 
lei. Vale dizer, inexiste recurso sem previsão legal.
 • Unirrecorribilidade (unicidade ou singularidade): para cada decisão somente é cabível um 
só recurso. 
ATENÇÃO! A exceção ao princípio da unirrecorribilidade são os recursos para os Tribunais 
Superiores (Recurso Especial, para o STJ e Recurso Extraordinário, para o STF).
10
 • Voluntariedade: a existência do recurso somente decorre da vontade da parte, inexistindo 
hipótese de recurso obrigatório.
ATENÇÃO! O “recurso de ofício”, equivocadamente assim nominado pelo CPP, se trata, em 
verdade, de hipótese de “reexame necessário”, não sendo, rigorosamente, recurso, mas 
condição de eficácia da sentença.
 • Fungibilidade: salvo hipótese de má–fé, a parte não será prejudicada pela interposição de 
um recurso por outro. Vale dizer, é possível que, mesmo tendo sido interposto o recurso 
equivocado, pode o Tribunal o conhecer. Está expresso no artigo 579 do CPP:
Art. 579. Salvo a hipótese de má–fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso 
por outro.
Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela 
parte, mandará processá–lo de acordo com o rito do recurso cabível.
Requisito para aplicação da fungibilidade: inexistência de má–fé. A má–fé pode ser constatada 
pela “teoria do prazo menor”, ou seja, se a parte interpõe um recurso cujo prazo era maior do 
que o prazo do recurso correto.
Vedação de reformatio in pejus (efeito prodrômico da sentença): o recurso interposto SOMENTE 
pela defesa não poderá ser julgado de modo a prejudicar a situação do réu.
Exemplo 01: o réu é condenado à pena de 6 anos e o Ministério Público não recorre, transitando 
em julgado. A defesa recorre buscando a absolvição. O Tribunal, mesmo que constate que não 
foi reconhecida, na origem, agravante que seria capaz de aumentar a pena, não pode operar 
aumento na pena do réu, em razão do trânsito em julgado da condenação para o Ministério 
Público. Proceder dessa forma ensejaria reformatio in pejus.
Exemplo 02: o réu é condenado à pena de 6 anos. A defesa recorre buscando a absolvição e 
o Ministério Público recorre postulando o reconhecimento de agravante não reconhecida na 
sentença. Nesse caso o Tribunal, caso constate a possibilidade de reconhecimento da agravante, 
poderá proceder o aumento da pena.
 • Não pode o Tribunal acolher contra o réu nulidade não arguida em recurso da acusação, 
excepcionando–se os casos de reexame necessário.
 • Veja–se o teor da Súmula 160 do STF:
“É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida em recurso da 
acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício”.
ATENÇÃO! É admitida a hipótese de reformatio in mellius, na hipótese de recurso exclusivo do 
Ministério Público.
Exemplo: Marcos é condenado pelo delito de roubo à pena de 7 anos de reclusão. A defesa 
não recorre e transita em julgado o processo para a defesa. O Ministério Público, por outro 
lado, recorre postulando o aumento da pena. O Tribunal ao examinar os autos entende que não 
existem provas suficientes para condenar Marcos. É permitido ao Tribunal, mesmo não tendo a 
defesa recorrido, absolver Marcos.
DIREITO PROCESSUAL PENAL | FELPIE FAORO BERTONI
11
 • Vedação de reformatio in pejus indireta: em caso de anulação da decisão por conta de 
julgamento de recurso exclusivo da defesa, não pode a nova sentença a ser proferida ensejar 
situação mais grave ao réu.
Exemplo: Joaquim é condenado por roubo à 7 anos de reclusão, no regime semiaberto. O 
Ministério Público não recorre, tendo transitado em julgado a decisão para a acusação. A defesa 
recorre afirmando ter ocorrido nulidade no processo. O Tribunal reconhece a nulidade, anula 
a sentença e o processo. Nesse caso, ao ser proferida nova sentença, na origem, não pode 
a pena ser fixada acima de 7 anos de reclusão, no regime semiaberto, sob pena conflagrar 
reformatio in pejus indireta.
 • Complementariedade: poderá o recorrente complementar a fundamentação do seu 
recurso quando a decisão recorrida for modificada após a apresentação das razões recursais 
(julgamento de embargos declaratórios opostos pela parte adversa ou exercício do juízo de 
retratação, por exemplo).
TRIBUNAIS SUPERIORES – STF!
 • É necessária a intimação do denunciado em recurso interposto pela acusação contra 
decisão que rejeita a denúncia.
Súmula 707, STF: “constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferece 
contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de 
defensor dativo”.
 • É nulo o julgamento de apelação se o Advogado do réu renunciou e, não havendo outros 
Advogados constituídos, não foi dada ao réu a oportunidade de constituir novo defensor.
Súmula 708, STF: “é nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da 
renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro”.
 • O efeito devolutivo dos recursos da defesa é amplo, com exceção dos casos envolvendo o 
Tribunal do Júri, nos quais o efeito devolutivo é adstrito aos fundamentos da interposição.
Súmula 713, STF: “o efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos 
fundamentos da sua interposição”.
 • Em se tratando de recurso da acusação contra decisão de rejeição de denúncia, o 
provimento do recurso pelo Tribunal deve ser considerado como recebimento da 
denúncia, sem necessidade de nova decisão prelo juízo originário, salvo se o acórdão 
anula a decisão de primeira instância, ao invés de reforma–la.
Súmula 709, STF: “salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso 
contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela”.
 • O prazo para interposição do recurso de Agravo em Execução é de 5 (cinco) dias.
Súmula 700, STF: “é de cinco dias o prazo para a interposição de agravo contra decisão do juiz da 
execução penal”.
 • O prazo para recurso supletivo do assistente de acusação começa a correr a partir do 
escoamento do prazo do Ministério Público.
Súmula 448, STF: “o prazo para o assistente recorrer, supletivamente, começa a correr 
imediatamente após o transcurso do prazo do Ministério Público”.
12
 • Não fica prejudicada a apelação entregue em cartório no prazo legal, mesmo que seja 
despachada tardiamente.
Súmula 428, STF: “não fica prejudicada a apelação entregue em cartório no prazo legal, embora 
despachada tardiamente”.
 • Não é lícito impedir o réu de recorrer se não se recolher ele à prisão.
Súmula 347, STJ: “o conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão”.
LEGISLAÇÃO!
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando–se os seguintes casos, em que deverão ser 
interpostos, de ofício, pelo juiz:
I – da sentença que conceder habeas corpus;
II – da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua 
o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411.
Art. 575. Não serão prejudicados os recursos que, por erro, falta ou omissão dos funcionários, não 
tiverem seguimento ou não forem apresentados dentro do prazo.
Art. 576. O Ministério Público não poderádesistir de recurso que haja interposto.
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, 
seu procurador ou seu defensor.
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na 
reforma ou modificação da decisão.
Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou 
por seu representante.
§ 1º Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a 
seu rogo, na presença de duas testemunhas.
§ 2º A petição de interposição de recurso, com o despacho do juiz, será, até o dia seguinte ao 
último do prazo, entregue ao escrivão, que certificará no termo da juntada a data da entrega.
§ 3º Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de suspensão por dez a trinta dias, 
fará conclusos os autos ao juiz, até o dia seguinte ao último do prazo.
Art. 579. Salvo a hipótese de má–fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso 
por outro.
Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela 
parte, mandará processá–lo de acordo com o rito do recurso cabível.
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por 
um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará 
aos outros.
DIREITO PROCESSUAL PENAL | FELPIE FAORO BERTONI
13
VAMOS PRATICAR!
1. (VUNESP – 2014 – TJ–PA – JUIZ). Acusado não é intimado para contrarrazoar recurso 
interposto pelo Ministério Público contra decisão que rejeitou a denúncia. De acordo com o 
entendimento sumulado pelo STF: 
a) deve–se aguardar o julgamento do recurso e, somente em caso de procedência e prejuízo, 
há de ser decretada nulidade. 
b) a ausência de intimação constitui nulidade, mesmo que tenha sido nomeado defensor 
dativo. 
c) não há nulidade, uma vez que a relação processual só se aperfeiçoa com o recebimento da 
denúncia e a citação do acusado. 
d) apenas haverá nulidade se constatado prejuízo, sendo este presumido se o recurso 
ministerial for julgado procedente. 
e) não há nulidade se houver nomeação de defensor dativo, sendo que eventual deficiência 
da defesa apenas gera nulidade se causar prejuízo. 
RESPOSTA: De acordo com o STF, especificamente a súmula 707 do STF, existe nulidade mesmo 
que seja nomeado defensor dativo para o acusado, devendo ele ser pessoalmente intimado. 
Letra B.
2. (VUNESP – 2011 – TJ–SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Considere as seguintes 
assertivas: 
I. o Ministério Público poderá desistir de recurso que haja interposto; 
II. não se admitirá recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da 
decisão; 
III. salvo a hipótese de má–fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por 
outro. 
De acordo com o CPP em suas disposições gerais sobre os recursos (arts. 574 a 580), é correto 
apenas o que se afirma em 
a) II. 
b) III. 
c) I e II. 
d) I e III. 
e) II e III. 
RESPOSTA: 
I – ERRADA. Não pode o MP desistir do recurso que interpõe, nos termos do artigo 576, II, CPP.
II – CORRETA. É essa a disposição do artigo 577, parágrafo único do CPP. 
III – CORRETA. Trata–se de ilustração do princípio da fungibilidade recursa, nos termos do artigo 
579 do CPP. 
Letra E.
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3. (VUNESP – 2007 – TJ–SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) "X" foi denunciado pelos crimes 
de lesão corporal e furto. Todavia, há cinco dias atrás foi condenado tão somente pelo delito 
de lesão corporal, tendo sido absolvido pelo crime de furto, uma vez que foi reconhecida na 
sentença a inexistência do fato. Assim sendo, é correto afirmar que 
a) "X" não poderá apelar da sentença, visto que foi absolvido. 
b) "X" não poderá recorrer da sentença, uma vez que não interpôs o termo de apelação no 
prazo de 3 dias conforme previsto em lei. 
c) "X" não poderá intentar o recurso cabível por falta de interesse e legitimidade processual. 
d) considerando que as apelações poderão ser interpostas, quer em relação a todo o julgado, 
quer em relação a parte dele, "X" poderá recorrer com relação à condenação pelo crime 
de lesão corporal. 
e) por se tratar de uma das hipóteses de recurso em sentido estrito, "X" deverá interpor, 
por meio de seu advogado, recurso no prazo legal de 10 dias, contados da data de sua 
intimação pessoal da condenação pelo crime de lesão corporal. 
RESPOSTA: O recurso de apelação pode ser um recurso total ou parcial, de acordo com o 
interesse da parte recorrente. De fato, o artigo 599 do CPP estabelece o seguinte: 
Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer em relação a todo o julgado, quer em 
relação a parte dele”. 
Letra D.
4. (VUNESP – 2006 – TJ–SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Salvo a hipótese de má–fé, a 
parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro. Se o juiz, desde logo, 
reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará processá–lo de 
acordo com o rito do recurso cabível. As duas afirmações que se fizeram são regras oriundas 
do princípio processual 
a) da fungibilidade. 
b) do contraditório. 
c) do estado de inocência. 
d) da publicidade. 
e) da indisponibilidade. 
RESPOSTA: O enunciado retrata o princípio da fungibilidade, insculpido no artigo 579 do CPP: 
“Art. 579. Salvo a hipótese de má–fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um 
recurso por outro”. 
Letra A.
5. (VUNESP – 2013 – MPE–ES – PROMOTOR DE JUSTIÇA) Encerrando a discussão sobre a renúncia 
ao direito de apelação, a matéria foi tratada por uma das súmulas do Supremo Tribunal 
Federal (Súmula n.º 705). Assinale a alternativa correta com relação ao tema. 
a) A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, não 
impede o conhecimento da apelação por este interposta. 
b) A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, 
impede o conhecimento da apelação por este interposta. 
c) A apelação interposta por defensor dativo será conhecida ainda que dela discorde o réu. 
Todavia, a mesma hipótese processual não ocorre se se tratar de defensor constituído. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL | FELPIE FAORO BERTONI
15
d) A apelação interposta pelo réu, seu procurador ou defensor será admitida desde que não 
haja colidência nas teses apresentadas pela defesa 
e) Com fundamento na ampla defesa, concede–se legitimação especial ao réu para arrazoar 
pessoalmente recurso de apelação para suprir a omissão de seu advogado. 
RESPOSTA: Tanto o réu quanto seu defensor detém legitimidade para interpor apelação. Se 
houver conflito entre a defesa técnica e a defesa pessoal (um quer recorrer e o outro não) o 
STF consolidou orientação no sentido de que deve prevalecer a vontade daquele que deseja 
recorrer (seja o réu ou seja seu defensor). 
No caso específico da renúncia ao direito de recorrer, o STF entende que se ela foi prestada pelo 
réu, sem assistência do defensor, isso não impede o conhecimento da apelação interposta pelo 
defensor, conforme consta na súmula nº 705 do STF: “A renúncia do réu ao direito de apelação, 
manifestada sem a assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este 
interposta”.
Letra A.
6. (FCC – 2017 – TRE–PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Sobre os recursos em 
processo penal, de acordo com entendimento sumulado, é correto afirmar: 
a) A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, 
impede o conhecimento da apelação por este interposta. 
b) Fica prejudicada a apelação entregue em cartório no prazo legal, embora despachada 
tardiamente. 
c) O conhecimento de recurso de apelação do réu depende de sua prisão. 
d) Sentença de primeira instância concessiva de habeas corpus, em caso de crime praticado 
em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, não está sujeita a recurso ex 
officio. 
e) É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do únicodefensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro. 
RESPOSTA: 
a) ERRADA. É contra a orientação firmada pelo STF na súmula 705. 
b) ERRADA. É contra a orientação firmada pelo STF na súmula 428. 
c) ERRADA. Não há obrigatoriedade de recolhimento à prisão para conhecimento do recurso. 
Sobre isso há súmula 347 do STJ. 
d) ERRADA. Essa hipótese retrata, de fato, hipótese de reexame necessário. Vale conferir a 
súmula 344 do STF no ponto. 
e) CORRETA. A hipótese traduz entendimento do STF expressado na súmula 708. 
Letra E.
7. (FCC – 2007 – MPU – ANALISTA – PROCESSUAL) A respeito dos recursos em geral no processo 
penal é correto afirmar: 
A) O Ministério Público pode desistir de recurso que haja interposto, desde que o faça de 
forma fundamentada. 
B) O recurso não pode ser interposto pelo réu pessoalmente, por falta de capacidade 
postulatória. 
C) Pode interpor recurso a parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão. 
D) A parte, salvo hipótese de má–fé, não será prejudicada pela interposição de um recurso por 
outro. 
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E) No caso de concurso de agentes, em nenhuma hipótese, o recurso interposto por um dos 
réus pode aproveitar aos outros. 
RESPOSTA: É correto afirmar que: (i) o MP não pode desistir do recurso por ele interposto (art. 
576 do CPP); (ii) o réu pode interpor, pessoalmente, o recurso, nos termos do art. 577 do CPP; 
(iii) a parte que não tiver interesse na reforma da decisão não pode recorrer, nos termos do 
art. 577, parágrafo único do CPP; (iv) o recurso interposto por um dos corréus se estende aos 
demais, salvo se versar sobre questões estritamente pessoais (art. 580 do CPP). Por fim, (iv) a 
parte não fica prejudicada por interpor um recurso ao invés do outro, salvo se o fizer de má–fé, 
nos termos do art. 579 do CPP (princípio da fungibilidade)
Letra D.
8. (FCC – 2011 – TCE–SP – PROCURADOR) No caso de concurso de agentes, a decisão do recurso 
interposto por um dos réus 
a) se fundado em motivos que não sejam de caráter pessoal, aproveitará aos outros. 
b) sempre aproveitará aos outros. 
c) aproveitará aos outros que anuíram expressamente com o recurso por termo nos autos, os 
quais deverão ser obrigatoriamente intimados acerca do recurso interposto pelo corréu. 
d) nunca aproveitará aos outros. 
e) aproveitará aos outros que não tenham apresentado versão colidente com aquela 
apresentada pelo corréu recorrente durante o interrogatório judicial. 
RESPOSTA: O recurso interposto por apenas um dos réus aproveitará aos demais, salvo se o 
recurso tratar de questões exclusivamente pessoais do recorrente, nos termos do artigo 580, 
CPP. 
Letra A.
9. (FCC – 2014 – TRF3 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Antônio está preso e foi 
condenado pela prática do delito de tráfico de entorpecentes. Ao ser intimado da decisão 
condenatória, assinou termo de renúncia ao direito de recorrer. O defensor legalmente 
constituído, porém, interpôs apelação. Diante disso, 
a) deve prevalecer a vontade do réu em não recorrer. 
b) deve ser processada a apelação. 
c) a apelação só deve ser processada depois de intimado novamente o réu, para ficar ciente 
de que seu defensor apelou da decisão condenatória. 
d) o advogado deve ser destituído, porque agiu em dissonância à vontade do réu. 
e) somente deve ser processada a apelação se a renúncia do acusado for anterior à interposição 
feita pelo advogado. 
RESPOSTA: Deve prevalecer a vontade da defesa técnica, não havendo impedimento para que 
seja a apelação processada, nos termos da súmula 705 do STF. 
Letra B.
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DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
1. Cabimento: recurso utilizado para impugnar algumas decisões interlocutórias expressamente 
previstas no artigo 581 do CPP quando não for o caso de cabimento do recurso de Agravo em 
Execução.
2. Fundamento legal: artigo 581 do CPP + artigo 294, parágrafo único, do Código de Trânsito 
Brasileiro (Lei n° 9.503/1997) + artigo 6, parágrafo único, da Lei n° 1.508/1951).
ATENÇÃO! Algumas hipóteses previstas no 581 do CPP referem–se à situações no âmbito da 
execução da pena. Nesses casos o recurso adequado é o de Agravo em Execução e não o RESE
3. Detalhamento das hipóteses de cabimento: 
“Art. 581, CPP. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença”
I – QUE NÃO RECEBER A DENÚNCIA OU A QUEIXA.
CUIDADO! Se for não recebimento de denúncia ou queixa no JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL o 
recurso adequado será o de APELAÇÃO, nos termos do art. 82 da Lei nº 9.099/1995:
“Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que poderá 
ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos 
na sede do Juizado”.
 • CUIDADO! Da decisão que RECEBE denúncia ou queixa, não cabe recurso!
II. QUE CONCLUIR PELA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO.
III. QUE JULGAR PROCEDENTE AS EXCEÇÕES, SALVO A DE SUSPEIÇÃO.
IV. QUE PRONUNCIAR O RÉU.
 • CUIDADO! A decisão de impronúncia e a de absolvição sumária são impugnáveis pelo 
recurso de APELAÇÃO, conforme artigo 416 do CPP.
V. QUE CONCEDER, NEGAR, ARBITRAR, CASSAR OU JULGAR INIDÔNEA A FIANÇA, INDEFERIR 
REQUERIMENTO DE PRISÃO PREVENTIVA OU REVOGA–LA, CONCEDER LIBERDADE PROVISÓRIA 
OU RELAXARA A PRISÃO EM FLAGRANTE
VI. REVOGADO.
VII. QUE JULGAR QUEBRADA A FIANÇA OU PERDIDO O SEU VALOR.
VIII. QUE DECRETAR A PRESCRIÇÃO OU JULGAR, POR OUTRO MODO, EXTINTA A PUNIBILIDADE.
 • CUIDADO! Se a prescrição foi reconhecida em sentença, o recurso será o de apelação; se 
foi reconhecida na execução penal, o recurso será o de Agravo em Execução.
IX. QUE INDEFERIR O PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO OU DE OUTRA CAUSA 
EXTINTIVA DA PUNIBILIDADE.
X. QUE CONCEDER OU NEGAR A ORDEM DE HABEAS CORPUS.
18
 • ATENÇÃO! Em primeira instância! Se for decisão proferida por Tribunal, o recurso cabível 
é o Recurso Ordinário Constitucional.
XI. QUE CONCEDER, NEGAR OU REVOGAR A SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA.
 • ATENÇÃO! A concessão ou a negativa pode ocorrer em sentença penal condenatória, 
ocasião em que será impugnada pelo recurso de apelação. A revogação ocorrerá na 
execução penal e será impugnada por Agravo em Execução. 
XII. QUE CONCEDER, NEGAR OU REVOGAR LIVRAMENTO CONDICIONAL.
ATENÇÃO! Impugnável por Agravo em Execução.
XIII. QUE ANULAR O PROCESSO DA INSTRUÇÃO CRIMINAL, NO TODO OU EM PARTE.
XIV. QUE INCLUIR JURADO NA LISTA GERAL OU DESTA O EXCLUIR.
 • ATENÇÃO! Nesse caso o prazo do recurso é de 20 dias, conforme art. 586, parágrafo único, 
CPP:
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias, contado da data da 
publicação definitiva da lista de jurados.
XV. QUE DENEGAR A APELAÇÃO OU A JULGAR DESERTA.
Denegar: juízo a quo impediu que a apelação subisse por ser descabida, inadequada, 
intempestiva, por ilegitimidade da parte ou por inexistência de gravame, por exemplo.
Deserta: ausência de preparo (ação penal privada e recurso do querelante).
XVI. QUE ORDENAR SUSPENSÃO DO PROCESSO, EM VIRTUDE DE QUESTÃO PREJUDICIAL.
XVII. QUE DECIDIR SOBRE A UNIFICAÇÃO DE PENAS.
 • ATENÇÃO! Impugnável por Agravo em Execução.
XVIII. QUE DECIDIR O INCIDENTE DE FALSIDADE.
XIX. QUE DECRETAR MEDIDA DE SEGURANÇA, DEPOIS DE TRANSITAR A SENTENÇA EM 
JULGADO.
 • ATENÇÃO! Impugnável por Agravo em Execução.
XX. QUE IMPUSER MEDIDA DE SEGURANÇA POR TRANSGRESSÃO DE OUTRA.
 • ATENÇÃO! Impugnável por Agravo em Execução.
XXI. QUE MANTIVER OU SUBSTITUIR A MEDIDA DE SEGURANÇA, NOS CASOS DO ART. 774.
 • ATENÇÃO! Impugnável por Agravo em Execução.
XXII. QUE REVOGAR A MEDIDA DE SEGURANÇA.
 • ATENÇÃO! Impugnável por Agravo em Execução.
XXIII. QUE DEIXAR DE REVOGAR A MEDIDA DE SEGURANÇAS, NOS CASOS EM QUE A LEI 
ADMITA A REVOGAÇÃO.
DIREITO PROCESSUAL PENAL | FELPIE FAORO BERTONI
19
 • ATENÇÃO! Impugnável por Agravo em Execução.
XXIV. QUE CONVERTER A MULTA EM DETENÇÃO OU EM PRISÃO SIMPLES.
 • ATENÇÃO! Impugnávelpor Agravo em Execução.
XXV – QUE RECUSAR HOMOLOGAÇÃO À PROPOSTA DE ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL, 
PREVISTO NO ART. 28–A DESTA LEI. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 28–A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e 
circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima 
inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, 
desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes 
condições ajustadas cumulativa e alternativamente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê–lo; (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
II – renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como 
instrumentos, produto ou proveito do crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena 
mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo 
da execução, na forma do art. 46 do Decreto–Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto–Lei nº 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a 
ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens 
jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) (Vigência)
V – cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que 
proporcional e compatível com a infração penal imputada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
(Vigência)
Caberá RESE da decisão que indeferir ou decretar a suspensão da permissão ou habilitação 
para dirigir veículo automotor ou proibição de sua obtenção.
Artigo 294, parágrafo único, do CTB:
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia 
da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério 
Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, 
a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua 
obtenção.
 Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que indeferir 
o requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
 • Caberá RESE da decisão que arquivar representação para investigação de contravenções 
penais referentes ao “jogo do bicho”.
Artigo 6, parágrafo único, da Lei n° 1.508/1951:
Art. 6º Quando qualquer do povo provocar a iniciativa do Ministério Público, nos têrmos do Art. 27 
do Código do Processo Penal, para o processo tratado nesta lei, a representação, depois do registro 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art46
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art46
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art45
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art45
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
20
pelo distribuidor do juízo, será por este enviada, incontinenti, ao Promotor Público, para os fins 
legais.
Parágrafo único. Se a representação for arquivada, poderá o seu autor interpor recurso no 
sentido estrito.
4. Prazo: 05 dias (interposição) + 02 dias (razões). 
Exceção 1: 20 dias na hipótese prevista no artigo 581, inciso XIV, do CPP (que incluir jurado na 
lista geral ou desta o excluir, artigo 586, parágrafo único, CPP).
Exceção 2: 15 dias na hipótese de assistente de acusação NÃO habilitado nos autos, interposição 
de RESE contra decisão que declara a extinção da punibilidade (artigo 584, §1º, combinado com 
artigo 598, parágrafo único, ambos CPP).
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias, contado da data da 
publicação definitiva da lista de jurados.
Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de concessão de 
livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.
§ 1º Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do no VIII do art. 581, 
aplicar–se–á o disposto nos arts. 596 e 598.
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não 
for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas 
enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor 
apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia 
em que terminar o do Ministério Público.
5. Processamento do recurso: pode ser interposto tanto por petição quanto por termo nos 
autos, devendo as razões serem apresentadas posteriormente, no prazo de 02 dias, conforme 
disposição do art. 588, parágrafo único, CPP).
Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o escrivão, 
extraído o traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e, em seguida, será 
aberta vista ao recorrido por igual prazo.
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pessoa do defensor.
Efeito regressivo (juízo de retratação): o prolator da decisão, quando da interposição do 
recurso, poderá proceder ao juízo de retratação. Neste momento poderá reformar a sua 
decisão, também no prazo de dois dias. Tendo exercido o juízo de retratação, a parte adversa 
pode interpor recurso, se couber, por simples petição, hipótese em que o juízo não mais 
poderá modificar a sua decisão, consoante artigo 589, CPP.
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de 
dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados 
que Ihe parecerem necessários.
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, 
poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz modificá–la. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL | FELPIE FAORO BERTONI
21
Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou 
em traslado.
 • ATENÇÃO para a Súmula nº 707 do STF: “constitui nulidade a falta de intimação do 
denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não 
a suprindo a nomeação de defensor dativo”.
 • ATENÇÃO! Na hipótese de rejeição de denúncia no âmbito do JECRIM, o recurso a ser 
interposto é o de APELAÇÃO, nos termos do artigo 82 da Lei nº 9.099/1995.
 • ATENÇÃO paraa Súmula 709 do STF: “salvo quando nula a decisão de primeiro grau, 
o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo 
recebimento dela”.
Remessa dos autos ao Tribunal: em 05 dias após a publicação da resposta do juízo a quo (art. 
591, CPP).
Retorno do Tribunal: 05 dias após a publicação da decisão do tribunal ad quem (art. 592, CPP).
Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou tribunal ad quem, dentro de cinco dias da 
publicação da resposta do juiz a quo, ou entregues ao Correio dentro do mesmo prazo.
Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad quem, deverão os autos ser devolvidos, 
dentro de cinco dias, ao juiz a quo.
Efeito suspensivo: o RESE, em regra, não possui efeito suspensivo, sendo excepcionados os 
seguintes casos:
(i) Decisão que determina a perda do valor da fiança (art. 584, CPP)
(ii) Decisão que denegar a apelação ou julgá–la deserta (art. 584 c/c 581, XV, ambos do CPP)
Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de concessão de 
livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.
 • CUIDADO! As demais hipóteses do art. 581 previstas no art. 584 dizem respeito à execução 
da pena e, portanto, são atacadas por Agravo em Execução.
Remessa por instrumento ou nos próprios autos: em regra o recurso subirá por traslado ou 
pela formação de instrumento.
São exceções, devendo subir nos próprios autos, os seguintes casos:
(i) Recurso de ofício (sentença que concede habeas corpus)
(ii) Da decisão que não receber a denúncia ou queixa (art. 581, I, CPP)
(iii) Decisão que julgar procedente as exceções, salvo a de suspeição (art. 581, III, CPP)
(iv) Decisão que pronunciar o réu (art. 581, IV, CPP)
(v) Decisão que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade (art. 
581, VIII, CPP)
(vi) Decisão que conceder ou negar a ordem de habeas corpus
22
(vii) Quando não prejudicar o andamento do processo
Art. 583. Subirão nos próprios autos os recursos:
I – quando interpostos de oficio;
II – nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X;
III – quando o recurso não prejudicar o andamento do processo.
Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá em traslado, quando, havendo dois ou mais 
réus, qualquer deles se conformar com a decisão ou todos não tiverem sido ainda intimados da 
pronúncia.
LEGISLAÇÃO!
CAPÍTULO II
DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
I – que não receber a denúncia ou a queixa;
II – que concluir pela incompetência do juízo;
III – que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
IV – que pronunciar o réu; 
V – que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de 
prisão preventiva ou revogá–la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; 
VI – REVOGADO
VII – que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII – que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
IX – que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da 
punibilidade;
X – que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI – que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
XII – que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
XIII – que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV – que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV – que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI – que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
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XVII – que decidir sobre a unificação de penas;
XVIII – que decidir o incidente de falsidade;
XIX – que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;
XX – que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
XXI – que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;
XXII – que revogar a medida de segurança;
XXIII – que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação;
XXIV – que converter a multa em detenção ou em prisão simples.
XXV – que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 
28–A desta Lei. 
Art. 582 – Os recursos serão sempre para o Tribunal de Apelação, salvo nos casos dos ns. V, X e XIV.
Parágrafo único. O recurso, no caso do no XIV, será para o presidente do Tribunal de Apelação.
Art. 583. Subirão nos próprios autos os recursos:
I – quando interpostos de oficio;
II – nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X;
III – quando o recurso não prejudicar o andamento do processo.
Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá em traslado, quando, havendo dois ou mais 
réus, qualquer deles se conformar com a decisão ou todos não tiverem sido ainda intimados da 
pronúncia.
Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de concessão de 
livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.
§ 1º Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do no VIII do art. 581, 
aplicar–se–á o disposto nos arts. 596 e 598.
§ 2º O recurso da pronúncia suspenderá tão–somente o julgamento.
§ 3º O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança suspenderá unicamente o efeito de 
perda da metade do seu valor.
Art. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão depois de preso, salvo se prestar fiança, nos 
casos em que a lei a admitir.
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias, contado da data da 
publicação definitiva da lista de jurados.
Art. 587. Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte indicará, no respectivo 
termo, ou em requerimento avulso, as peças dos autos de que pretenda traslado.
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Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e concertado no prazo de cinco dias, e dele 
constarão sempre a decisão recorrida, a certidão de sua intimação, se por outra forma não for 
possível verificar–se a oportunidade do recurso, e o termo de interposição.
Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o escrivão, 
extraído o traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e, em seguida, será 
aberta vista ao recorrido por igual prazo.
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pessoa do defensor.
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de 
dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados 
que Ihe parecerem necessários.
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, 
poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz modificá–la. 
Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou 
em traslado.
Art. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o traslado no prazo da lei, poderá o juiz prorrogá–
lo até o dobro.
Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou tribunal ad quem, dentro de cinco dias da 
publicação da resposta do juiz a quo, ou entregues ao Correio dentro do mesmo prazo.
Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad quem, deverão os autos ser devolvidos, 
dentro de cinco dias, ao juiz a quo.
VAMOS PRATICAR!
1. Qual o recurso cabível e em qual prazo deve ser manejado contra decisão denegatória de 
habeas corpus proferida por uma vara criminal em primeiro grau de jurisdição?
a) Apelação; 5 dias.
b) Recurso em sentido estrito; 2 dias.
c) Recurso em sentido estrito; 5 dias.
d) Apelação; 2 dias.
e) Recurso em sentido estrito; 10 dias.
RESPOSTA: A hipótese correta é de RESE, no prazo de 5 dias, conforme artigo 581, X, CPP e art. 
586, CPP.
Alternativa C.
2. O Código de Processo Penal admite, expressamente, o recurso em sentido estrito da decisão, 
despachoou sentença que
a) decretar a revelia do acusado.
b) receber a denúncia ou a queixa.
c) não receber a denúncia ou a queixa.
d) julgar procedente a exceção de suspeição.
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e) converter a pena de detenção em multa.
RESPOSTA: Decisão que não receber denúncia ou queixa, conforme art. 581, I, CPP.
Alternativa C.
3. Da decisão que indeferir prisão preventiva caberá
a) correição parcial.
b) carta testemunhável.
c) agravo em execução.
d) habeas corpus.
e) recurso em sentido estrito.
RESPOSTA: RESE, conforme art. 581, V, CPP.
Alternativa E.
4. Paulo, funcionário da Câmara de um determinado município do Estado de Mato Grosso do 
Sul, é denunciado pelo Ministério Público por crime de peculato cometido durante o mês 
de Dezembro de 2015. Ao receber os autos, o Magistrado competente rejeita a denúncia. 
Inconformado com a decisão, o Ministério Público deverá ingressar com recurso
a) em sentido estrito no prazo de 5 dias.
b) de apelação no prazo de 5 dias.
c) em sentido estrito no prazo de 15 dias.
d) de apelação no prazo de 15 dias.
e) em sentido estrito no prazo de 10 dias.
RESPOSTA: RESE, no prazo de 5 dias, conforme art. 581, I, c/c 586, ambos do CPP.
Alternativa A.
5. Jorge, Promotor de Justiça, após receber os autos relatados de um determinado inquérito 
policial instaurado para apuração de crime de concussão praticado por Marcelo, apresenta 
a denúncia ao Magistrado competente e, na cota, formula pedido de prisão preventiva em 
desfavor de Marcelo. O Magistrado recebe a denúncia e indefere o pedido de decretação 
de prisão preventiva. Inconformado com a decisão e pretendendo reformá–la, Jorge deverá 
interpor recurso
a) de apelação, no prazo de 15 dias.
b) em sentido estrito no prazo de 10 dia.
c) em sentido estrito no prazo de 5 dias.
d) de apelação, no prazo de 05 dias.
e) em sentido estrito no prazo de 15 dias.
RESPOSTA: RESE, no prazo de 5 dias, conforme arts. 581, V e 586, ambos do CPP.
Alternativa C.
6. Josué está sendo processado como incurso nas sanções do artigo 155, do Código Penal 
(crime de furto). No curso do processo, durante a audiência de instrução, o Magistrado que 
preside o feito deixa de ouvir as testemunhas e extingue a punibilidade do réu, reconhecendo 
a prescrição da pretensão punitiva estatal. Neste caso, inconformado com o julgamento, o 
Ministério Público poderá interpor recurso
a) em sentido estrito, no prazo de dez dias
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b) de apelação, no prazo de quinze dias.
c) em sentido estrito, no prazo de cinco dias.
d) de apelação, no prazo de cinco dias.
e) de apelação, no prazo de dez dias.
RESPOSTA: decisão que reconhece extinção de punibilidade – não sendo proferida em sentença 
– é impugnável por meio de RESE, conforme art. 581, VIII, CPP, no prazo de 5 dias.
Alternativa C.
7. NÃO caberá recurso em sentido estrito da decisão, despacho ou sentença que
A) pronunciar o réu.
B) concluir pela incompetência do juízo.
C) receber a denúncia ou a queixa.
D) decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade.
E) denegar a apelação ou a julgar deserta
RESPOSTA: a única hipótese em que não cabe recurso é a da alternativa C, decisão da qual não 
cabe recurso.
Alternativa C.
8. Paulo, Juiz de uma determinada comarca do Estado de São Paulo, prolatou uma decisão contra 
a qual cabe recurso em sentido estrito. Uma das partes interpôs o recurso no prazo legal, 
apresentando as suas razões e a parte contrária, por sua vez, as contrarrazões, posteriormente. 
Apresentadas as contrarrazões, os autos foram remetidos a Paulo que exerceu o juízo de 
retratação e reformou a decisão impugnada. Neste caso, a parte contrária
a) não poderá recorrer de qualquer forma da nova decisão.
b) poderá recorrer da nova decisão por simples petição, se couber recurso, não sendo mais 
lícito ao juízo modificá–la.
c) poderá recorrer da nova decisão por petição nos autos, se couber recurso, com abertura de 
novos prazos para razões e contrarrazões, sendo lícito ao juízo modificá–la novamente.
d) poderá recorrer da nova decisão por simples petição, se couber recurso, sendo lícito ao 
juízo modificá–la novamente.
e) poderá recorrer da nova decisão por petição nos autos, se couber recurso, com abertura de 
novos prazos para razões e contrarrazões, não sendo mais lícito ao juízo modificá–la.
RESPOSTA: o recurso deve ser feito por simples petição e não é mais lícita a modificação da 
decisão, nos termos do art. 589, CPP.
Alternativa B.
9. Suponha que um mesmo acusado tenha sido pronunciado pelo Tribunal do Júri da Comarca 
de Curitiba, em razão da prática do crime previsto no art. 121, § 2o , IV do Código Penal e 
condenado, em outro processo, à pena de 3 meses pelo crime do art. 129, caput, do Código 
Penal, por sentença do Juizado Especial Criminal de Curitiba, por fatos sem qualquer conexão. 
Neste caso, o Defensor Público poderá utilizar, para cada uma das situações, respectivamente,
a) Recurso em Sentido Estrito e Recurso Inominado.
b) Protesto por novo júri e Recurso Inominado.
c) Recurso de Apelação e Recurso Inominado.
d) Recurso em Sentido Estrito e Recurso de Apelação.
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e) Recurso de Apelação em ambas as situações.
RESPOSTA: RESE, nos termos do art. 581, IV, CPP e apelação, fulcro no art. 593, I, ambos do CPP
Alternativa D.
10. Scott procurou um advogado, pois tinha a intenção de ingressar com queixa–crime contra 
dois vizinhos que vinham lhe injuriando constantemente. Narrados os fatos e conferida 
procuração com poderes especiais, o patrono da vítima ingressou com a ação penal no Juizado 
Especial Criminal, órgão efetivamente competente, contudo o magistrado rejeitou a queixa 
apresentada. Dessa decisão do magistrado caberá
a) recurso em sentido estrito, no prazo de 05 dias.
b) apelação, no prazo de 05 dias. 
c) recurso em sentido estrito, no prazo de 02 dias.
d) apelação, no prazo de 10 dias.
RESPOSTA: Por se tratar de JECRIM, o recurso cabível é o de apelação, nos termos do 82, da Lei 
9.099/95.
Alternativa D.
28
DA APELAÇÃO
1. Cabimento: 
Das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular (art. 593, 
inciso I, CPP);
 • ATENÇÃO! Mesmo que na sentença haja ponto impugnável por RESE, nesse caso todo o 
objeto da impugnação deve ser feito pelo recurso de apelação!
Veja o teor do artigo 593, §4º, do CPP:
§ 4º Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que 
somente de parte da decisão se recorra.
Exemplo: Da sentença que condenou o sujeito e indeferiu pedido de prescrição formulado pela 
defesa deve ser interposto somente o recurso de apelação, mesmo que o art. 581, IX, preveja o 
cabimento de RESE para decisão que “indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição”.
(ii) Das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos 
em que não caiba RESE (art. 593, inciso II, CPP);
 • ATENÇÃO! Nessa hipótese o recurso de apelação é subsidiário, ou seja, ele é cabível 
quando a decisão impugnada NÃO esteja prevista como sendo recorrível por RESE. 
Exemplos: decisão que decreta a perempção, decisão de impronúncia, decisão que decreta 
sequestro de bens ou indefere pedido de restituição de coisas apreendidas.
(iii) Das decisões do Tribunal do Júri quando: (art. 593, III, CPP) 
(a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia (art. 593, III, a, CPP); 
(b) for a sentença do juiz–presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados (art. 
593, III, b, CPP); 
(c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança (art. 
593, III, c, CPP); 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos (art. 593, III, d, CPP).
ATENÇÃO! Na apelação no âmbito do Tribunal do Júri o efeito devolutivo do recurso fica 
adstrito aos fundamentos de sua interposição, conforme súmula 713 do STF.
Súmula 713 – STF: “o efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos 
fundamentos da sua interposição”.ATENÇÃO! Se a sentença do juiz–presidente for contrária à lei expressa ou divergir das 
respostas dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação (art. 593, §1º, 
CPP).
Art. 593, § 1o Se a sentença do juiz–presidente for contrária à lei expressa ou divergir das respostas 
dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação.
ATENÇÃO! Interposta apelação com fundamento em erro ou injustiça na aplicação da pena, o 
tribunal ad quem, se lhe der provimento, retificará a aplicação da pena ou medida de segurança 
(art. 593, §2º, CPP).
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Art. 593, § 2º. Interposta a apelação com fundamento no no III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, 
se Ihe der provimento, retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança.
ATENÇÃO! Se a apelação fundar–se na alegação de decisão manifestamente contrária à prova 
dos autos, dar–lhe–á provimento para sujeitar o réu a novo julgamento pelo tribunal do júri, 
não se admitindo, contudo, segunda apelação pelo mesmo motivo (art. 593, §3º, CPP).
Art. 593, § 3º. Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer 
de que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar–lhe–á provimento 
para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação
(iv) Contra a sentença de impronúncia ou absolvição sumária, no Tribunal do Júri (art. 416, do 
CPP);
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação
(v) Da decisão de rejeição de denúncia ou queixa e da sentença, no JECRIM (art. 82, Lei n° 
9.0999/1995).
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que poderá 
ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos 
na sede do Juizado.
2. Fundamento legal: 
Artigo 593, CPP:
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
I – das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular;
II – das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos 
não previstos no Capítulo anterior;
III – das decisões do Tribunal do Júri, quando:
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
b) for a sentença do juiz–presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
Artigo 416, CPP:
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação. 
Artigo 82 da Lei n° 9.099/1995:
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que poderá 
ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos 
na sede do Juizado.
30
3. Prazo para interposição:
05 dias, em regra.
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: 
EXCEÇÃO 01 – Apelação no JECRIM – 10 dias já com razões inclusas (art. 82, Lei nº 9.099/1995):
Art. 82, § 1º. A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo 
Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o 
pedido do recorrente.
ATENÇÃO! O assistente de acusação, caso esteja habilitado nos autos, poderá recorrer de 
forma supletiva, ou seja, se o Ministério Público não recorrer, no prazo de 5 dias.
EXCEÇÃO 02: O assistente de acusação NÃO habilitado nos autos, poderá recorrer no prazo de 
15 dias contado a partir do dia em que se encerrar o prazo do Ministério Público.
Art. 598 (...) Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá 
do dia em que terminar o do Ministério Público.
Súmula 448: O prazo para o assistente recorrer, supletivamente, começa a correr 
imediatamente após o transcurso do prazo do Ministério Público.
ATENÇÃO! Já decidiu o STJ que a intimação pessoal do Ministério Público se aperfeiçoa a partir 
da entrega dos autos em setor administrativo.
4. Prazo para razões:
08 para as razões, em regra (art. 600, CPP).
EXCEÇÃO 01 – razões apresentadas pelo assistente de acusação em recurso NÃO interposto 
por ele, mas pelo MP – 03 dias.
EXCEÇÃO 02 – razões nos processos de contravenção penal – 03 dias.
Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de oito 
dias cada um para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de 
três dias.
§ 1º Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias, após o Ministério Público.
EXCEÇÃO 03 – razões no JECRIM (rito sumaríssimo) devem ser apresentadas simultaneamente 
com a interposição, em 10 dias.
Art. 82, § 1º, Lei nº 9.099. A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da 
sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as 
razões e o pedido do recorrente.
ATENÇÃO! A jurisprudência do STJ tem compreendido que a intempestividade das razões se 
constitui mera irregularidade não impedindo o conhecimento do recurso de apelação.
5. Forma de interposição: pode ser por petição escrita ou por termo nos autos (art. 600, §4º, 
CPP).
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Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de oito 
dias cada um para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de 
três dias.
§ 4º Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que deseja arrazoar 
na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista às 
partes, observados os prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial.
ATENÇÃO! E se o réu deixar de recorrer, mas houver interposição de recurso pela defesa 
técnica (Advogado)? O que acontece? Deve prevalecer a vontade da defesa técnica, conforme 
Súmula 705 do STF.
Súmula 705, STF: “A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do 
defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta”.
6. Efeitos: 
Efeito devolutivo: caso se trate de apelação da defesa, em regra, a matéria será toda devolvida 
para o tribunal que não pode, contudo, realizar qualquer espécie de reformatio in pejus. 
CUIDADO! Nas apelações do Tribunal do Júri o efeito devolutivo fica adstrito aos fundamentos 
da interposição, conforme Súmula 713 do STF: “o efeito devolutivo da apelação contra decisões 
do júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição”. 
ATENÇÃO! Não pode o Tribunal acolher contra o réu nulidade não arguida em recurso da 
acusação, excepcionando–se os casos de reexame necessário.
Veja–se o teor da Súmula 160 do STF:
“É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida em recurso da 
acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício”.
ATENÇÃO! Se for recurso da acusação, o efeito devolutivo fica vinculado à matéria objeto da 
impugnação.
Efeito regressivo: inexiste. Uma vez proferida a sentença, fica vedada a modificação por parte 
do juízo prolator.
Efeito suspensivo:
Em regra a apelação de sentença absolutória própria não tem efeito suspensivo.
Em regra a apelação de sentença absolutória imprópria tem efeito suspensivo.
Em regra a apelação da sentença condenatória suspende a execução da pena.
ATENÇÃO! A apelação subsidiária interposta por assistente de acusação não tem efeito 
suspensivo, conforme artigo 598, CPP:
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não 
for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas 
enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor 
apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
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7. Processamento: 
Em regra, a apelação subirá juntamente com os autos principais(art. 603, CPP).
EXCEÇÃO! Nos casos de processo envolvendo mais de um réu, se algum deles não tiver sido 
julgado ou não tiver apelado, poderá subir o recurso de apelação por instrumento, devendo o 
apelante promover a extração do traslado, o qual deverá ser remetido à instância superior no 
prazo de 30 dias, conforme artigo 601, §1º, CPP:
Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância superior, com as razões 
ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo 
será de trinta dias.
§ 1º Se houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ou não tiverem todos 
apelado, caberá ao apelante promover extração do traslado dos autos, o qual deverá ser 
remetido à instância superior no prazo de trinta dias, contado da data da entrega das últimas 
razões de apelação, ou do vencimento do prazo para a apresentação das do apelado.
É possível que as razões sejam apresentadas em segunda instância, conforme art. 600, §4º, CPP:
Art. 600, § 4º Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que deseja 
arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista 
às partes, observados os prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial
Possibilidade de novo interrogatório e produção de provas:
Art. 616. No julgamento das apelações poderá o tribunal, câmara ou turma proceder a novo 
interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar outras diligências.
REVISANDO! PONTOS IMPORTANTES!
 • A renúncia do réu ao direito de recurso sem assistência de defensor não impede o 
conhecimento do recurso do Advogado.
Súmula 705, STF: “a renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem assistência do 
defensor, não impede o conhecimento de apelação por este interposta”.
 • Não pode o Tribunal acolher contra o réu nulidade não arguida em recurso da acusação, 
excepcionando–se os casos de reexame necessário, conforme súmula 160 do STF:
Súmula 160, STF: “é nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida 
em recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício”.
 • É nulo o julgamento de apelação se o Advogado do réu renunciou e, não havendo outros 
Advogados constituídos, não foi dada ao réu a oportunidade de constituir novo defensor.
Súmula 708, STF: “é nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da 
renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro”.
 • O prazo para recurso supletivo do assistente de acusação começa a correr a partir do 
escoamento do prazo do Ministério Público.
Súmula 448, STF: “o prazo para o assistente recorrer, supletivamente, começa a correr 
imediatamente após o transcurso do prazo do Ministério Público”.
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ATENÇÃO! Na apelação no âmbito do Tribunal do Júri o efeito devolutivo do recurso fica 
adstrito aos fundamentos de sua interposição, conforme súmula 713 do STF.
Súmula 713 – STF: “o efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos 
fundamentos da sua interposição”.
LEGISLAÇÃO!
CAPÍTULO III
DA APELAÇÃO
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: 
I – das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular; 
II – das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos 
não previstos no Capítulo anterior;
III – das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
b) for a sentença do juiz–presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. 
§ 1º Se a sentença do juiz–presidente for contrária à lei expressa ou divergir das respostas dos 
jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação. 
§ 2º Interposta a apelação com fundamento no no III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se Ihe 
der provimento, retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança. 
§ 3º Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que 
a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar–lhe–á provimento 
para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda 
apelação.
§ 4º Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que 
somente de parte da decisão se recorra
Art. 594. REVOGADO
Art. 595. REVOGADO
Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja posto imediatamente em 
liberdade.
Parágrafo único. A apelação não suspenderá a execução da medida de segurança aplicada 
provisoriamente.
Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, salvo o disposto no art. 393, a 
aplicação provisória de interdições de direitos e de medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso 
de suspensão condicional de pena.
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Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não 
for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas 
enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor 
apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia 
em que terminar o do Ministério Público.
Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer em relação a todo o julgado, quer em relação a 
parte dele.
Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de oito 
dias cada um para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de 
três dias.
§ 1º Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias, após o Ministério Público.
§ 2º Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o Ministério Público terá vista dos autos, 
no prazo do parágrafo anterior.
§ 3º Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazos serão comuns.
§ 4º Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que deseja arrazoar 
na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista às 
partes, observados os prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial.
Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância superior, com as razões 
ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo 
será de trinta dias.
§ 1º Se houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ou não tiverem todos 
apelado, caberá ao apelante promover extração do traslado dos autos, o qual deverá ser 
remetido à instância superior no prazo de trinta dias, contado da data da entrega das últimas 
razões de apelação, ou do vencimento do prazo para a apresentação das do apelado.
§ 2º As despesas do traslado correrão por conta de quem o solicitar, salvo se o pedido for de réu 
pobre ou do Ministério Público.
Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do artigo anterior, apresentados ao tribunal ad quem ou 
entregues ao Correio, sob registro.
Art. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não ser no Distrito Federal e nas comarcas que 
forem sede de Tribunal de Apelação, ficará em cartório traslado dos termos essenciais do processo 
referidos no art. 564, n. III
DIREITO PROCESSUAL PENAL | FELPIE FAORO BERTONI
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VAMOS PRATICAR!
1. No julgamento dos recursos de apelação, expressamente de acordo com os artigos 616 e 617 
do CPP, poderá o tribunal, câmara ou turma 
A) condenar o acusado absolvido em sentença de primeiro grau, mesmo que a parte acusatória 
não tenha apelado. 
B) analisar a matéria em toda a sua extensão sem, contudo, produzir novas provas. 
C) agravar a pena, mesmo quando somente o réu houver apelado da sentença.

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