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registro de saúde orientado por problemas ▪ É empregado em diversos sistemas de Atenção Primária à saúde em todo o mundo, e seu uso tem-se ampliado cada vez mais como base. ▪ É um caminho na busca de um melhor trabalho em equipe entre profissionais da APS. ▪ Uma ferramenta de raciocínio e gestão clínica O registro é, portanto, um suporte informativo, refletindo o estado de saúde do paciente, e um meio de comunicação, permitindo comunicar fatos relevantes. Contribui para as cinco áreas no âmbito da atividade médica: 1. Auxiliar de memória 2. Transferência de informação 3. Avaliação de qualidade 4. Formação 5. Investigação Os dados armazenados servem para que o médico assistente ou outro que o substitua, na medida em que o processo clínico transita, tenha acesso de modo amplo e simples a dados de todos os pacientes, além de ser dados de base para elaboração de relatórios para outros profissionais e até mesmo para o paciente. A Tabela mostra as diferenças no processo clínico básico no que se refere às características que o compõem na APS e Atenção Secundária/Hospitalar. A história clínica convencional, em geral denominada história da doença atual (HDA), apresenta aspectos estruturais que dificultam sua utilização na APS, podendo ser destacados os seguintes: ▪ Dificuldade para encontrar uma informação específica, pois, da forma como está estruturada, frequentemente torna-se necessário ler todo o registro; ▪ Possibilidade de induzir a repetição de condutas ou de estudos diagnósticos, pois a forma de estruturação de seu conteúdo dificulta o seguimento da evolução do cuidado; ▪ Dificuldade para a coleta de dados decorrente da estruturação, o que a torna pouco útil para a educação e investigação; ▪ Dificuldade para prestar o cuidado preventivo à pessoa, tendo em vista ser foco o diagnóstico dos motivos imediatos de consulta. ▪ Abordagem de cada profissional em separado, o que limita a informação compartilhada por diferentes membros da equipe da APS e pode fragmentar o cuidado. RMOP – SOAP O SOAP é um sistema de resolução de problemas e é utilizado por meio das considerações a seguir: • «S» de Subjetivo regista o ponto de vista do doente – para além das queixas, os sentimentos. É importante registrar tendências de melhora ou piora (p. ex., intensidade da dor, frequência e nível de temperatura corporal), as alterações na funcionalidade, os indicativos de complicações, o grau de aderência, a percepção de resultados na terapia instituída, dentre outras informações. Não deve deixar nenhuma informação subentendida. Na identificação, é necessário incluir o nome da pessoa, a idade, a situação conjugal, a atividade profissional, confirmar seu endereço e o motivo da consulta. Outras informações podem ser buscadas a partir da queixa apresentada: filhos, idade e nomes dos filhos, com quem mora, condições de trabalho, etc. Sobre as queixas, é necessário incluir data de início, fato�res que causaram ou contribuíram para o início do problema, história prévia de problema semelhante, como a pessoa está manejando o problema, o que faz o problema melhorar ou piorar, objetivos da pessoa com a consulta, outro(s) profissionais que a pessoa está consultando ou consultou, modelo explicativo para o que está sentindo. Na revisão de sistemas, deve-se perguntar sobre mudanças no estado geral de saúde nos últimos 12 meses. Também se deve investigar sobre doenças e cirurgias passadas. Levantar a lista de medicações em uso e as utilizadas recentemente, sempre com as doses. Perguntar sobre exames realizados, sobre hábitos como uso de álcool, tabagismo, atividade física. Questionar sobre a história familiar para doenças que tenham relevância familiar ao caso ou para fins de prevenção. No contexto, incluir aspectos culturais e religiosos que possam afetar o cuidado; composição da família, rede social e de apoio. Emprego, tempo, local e condições de trabalho. No caso de visita domiciliar, incluir descrição da casa e do ambiente. No S, deve-se utilizar verbos que indiquem a situação do ponto de vista da pessoa: descreve, queixa, indica, refere, relata, declara. Em algumas situações, é mais apropriado descrever com as palavras da pessoa. As informações do S podem ser coletadas da pessoa, do prontuário, do seu acompanhante e de familiares. • «O» de Objetivo traduz o ponto de vista do médico, com dados registados sem viés, incluindo os resultados de testes de diagnóstico. Os componentes gerais e a ordem aceita do O são: ▪ Impressões do médico sobre aparência ou estado geral da pessoa, procurando evitar siglas; ▪ Sinais vitais – constituídos por temperatura, pressão arterial, batimento cardíaco, frequência respiratória, de acordo com a situação e o cenário; ▪ Exame físico – estado mental, cardiológico, respiratório e abdominal. Em geral, se preconiza realizar sempre aferição da pressão arterial e ausculta cardíaca, e o restante do exame deve ser focado no problema que motivou a consulta; e ▪ Resultados do laboratório e testes diagnósticos complementares apresentados. Nesse item, são registradas as informações mensuráveis e observáveis. Os exames anotados nessa parte do SOAP devem ter sua data de realização registrada. Além dos aspectos básicos de exame clínico e do exame direcionado pela queixa ou pelos problemas apresentados, observa-se e registra-se: ▪ Habilidades de comunicação (aspectos relativos à comunicação da pessoa, p. ex., se está apropriada para a idade, se está normal ou alterada); ▪ Afeto (aspectos relativos ao afeto da pessoa, p. ex., se está adequada, se está normal ou alterado); ▪ Cognição (aspectos relativos à capacidade cognitiva da pessoa); ▪ Barreiras (informações sobre barreiras na comunicação ou no aprendizado, p. ex., visão, audição, dificuldade para falar, dificuldades para entender, barreiras de idioma e outras situações que podem dificultar a comunicação. Nesse caso, é importante assinalar qual o melhor modo de comunicação: desenhos, escrita, demonstração, etc.); ▪ Necessidades de educação (necessidades de educação também podem ser ressaltadas). O Objetivo é a única parte do SOAP que pode deixar de ser preenchida em uma consulta. Isso ocorre quando o motivo do encontro com a pessoa não envolve a necessidade explícita de realizar exame clínico. A e P são o acabamento do trabalho e qualificam o médico como um prestador de cuidado habilidoso ou não. • «A» de Avaliação identifica o problema e o seu grau de resolução à data. A formulação dos problemas deve ser o mais precisa possível, evitando-se conjeturas com base em dados para além dos disponíveis: pode ser um sintoma ou um sinal. O problema deve constituir um «fato clínico», excluindo dúvidas, interrogações ou negações, porque uma hipótese reduz a amplitude da investigação clínica. A hipótese diz respeito ao médico que a coloca e não ao doente. É o «A» que alimenta a lista de problemas, exclusão feita às situações agudas auto- limitadas e que não apresentam relevância para o seguimento futuro do doente. A elaboração do A do SOAP segue algumas das regras da LP principal: ▪ Os problemas identificados (sinais, sintomas, síndromes, queixas) somente devem ser substituídos por um diagnóstico específico ou sindrômico quando existem evidências para isso. ▪ Os problemas podem ser classificados ou nominados da seguinte forma: – Sintoma (p. ex., dor abdominal); – Sinal (p. ex., dor à palpação abdominal em fossa ilíaca direita); – Síndrome (p. ex., hipertensão endocraniana); – Exame complementar alterado: – Laboratório (p. ex., leucocitose); – Imagem (p. ex., nódulo de pulmão); – Diagnóstico (p. ex., diabetes melito tipo 2,; apendicite); e – Outros (p. ex., desemprego, idoso morando sozinho, dificuldade de adesão). • «P» de Plano propõe as medidas terapêuticas,os pedidos de exames complementares de diagnóstico (ECD), a referenciação e o aconselhamento feito, e agenda a próxima consulta de reavaliação. O plano deve questionar a importância do problema para o doente, para além das investigações a empreender. Para cada problema identificado na consulta, torna-se necessário elaborar conjuntamente com a pessoa um plano de manejo. Os aspectos que devem ser registrados nesse item podem ser organizados por problemas ou por uma forma geral, por lista única, por ordem de prioridade ou não. Plano diagnóstico: Programa os meios diagnósticos considerados necessários para esclarecer a origem do problema. Essa parte do plano engloba tanto informações a serem recolhidas em nova consulta, exames de laboratório, de imagem ou complementares. Aqui também devem ser anotadas as solicitações de consultoria ou encaminhamentos (referências). Plano terapêutico: Registra as indicações terapêuticas realizadas para buscar resolver o problema. Inclui tanto indicações farmacológicas como dietéticas, de estilo de vida, de terapias complementares entre outras orientações relevantes ao caso. Plano de acompanhamento: Seleciona indicadores que devem ser coletados regularmente ou solicitados de forma seriada para controlar a evolução de cada problema. Incorpora desde aspectos próprios do cuida�do (peso, exames auxiliares) até aspectos do automanejo e do autocuidado da pessoa (medida da glicemia capilar, diário de sintomas). Nos casos agudos, utiliza- se intensidade da dor, distribuição da dor, frequência da febre, intensidade da febre, número de evacuações, disposição, etc. O importante é esses parâmetros serem válidos para mostrar a evolução e a análise do problema. Plano educativo: Contempla breve descrição que a pessoa deve receber sobre sua enfermidade, seu manejo e seu prognóstico. Plano de estudo: Pode-se ainda desenvolver o hábito de anotar quais temas ou aspectos são necessários estudar na busca de melhorar o desempenho no caso específico atendido. O SOAP de cada atendimento deve ser claro, sintético e rapidamente compreensível para quem necessite utilizar o prontuário em busca de informações sobre a pessoa, sendo fundamental elaborar um “A” adequado para cada consulta e, ao mesmo tempo, sendo o mais sintético possível nas anotações, sem nada omitir de importante. As anotações do SOAP devem incluir todos os achados positivos, os achados negativos importantes, os diagnósticos e/ ou os problemas, os resultados de exames complementares, os planos em fase de execução, os medicamentosas prescritos, os exames solicitados e o sumário do contexto. O Método permite registar muita informação em poucas palavras, evitando dados acessórios que apenas causam «ruído». Registam-se exclusivamente os dados referentes aos problemas que é pertinente tratar na consulta em questão, estando respeitada a cronologia dos acontecimentos. Na consulta seguinte, facilita obter feed-back dos procedimentos efetuados e assim atualizar a lista de problemas e ajustar o plano. Tal meio pode ser utilizado através do quadro abaixo: Dessa forma, é cumprido os objetivos a seguir: O acesso aos pensamentos que o profissional teve; A caracterização e entendimento da evolução do que estava sendo realizado; A não duplicação de procedimentos; A não reexposição a procedimentos já realizados; O reforço das orientações anteriores; A redução da quantidade de recursos gastos. O que é problema para o ReSOAP? Fatos passados que afetam ou podem afetar a capacidade funcional ou a qualidade de vida de uma pessoa, assim como situações ou estados que requerem intervenção para ocorrer o manejo de outros problemas. Tais situações podem estar separadas de sua causa, assim como o que causou o problema pode ter sido encerrado e não ser responsável pela sintomatologia do momento. A “causa específica” de um problema de saúde pode ser apenas o gatilho que libera um processo que já era um potencial do organismo. Medidas terapêuticas implementadas podem agir não contra o agente causador, mas sobre as defesas do corpo, como parece ser o caso dos benefícios terapêuticos dos relacionamentos humanos. As causas que mantêm e que impedem a cura podem ser diferentes das causas que iniciaram e podem incluir o comportamento desajustado do próprio organismo. Em um sistema complexo, causa e efeito podem não estar perto uma da outra no tempo e no espaço, e, como os processos orgânicos são mantidos ou alterados por influências múltiplas, é difícil prever as consequências de uma intervenção. Então, o problema é a unidade funcional do ReSOAP, que apresenta quatro componentes fundamentais: Base de dados; Lista de problemas; Evolução (SOAP); Fichas de resumo e fluxogramas O que não é um problema para ReSOAP? Termos vagos ou não concretos: hemopatia, processo respiratório, desconforto; Diagnósticos interrogados: hipertensão arterial (HAS)? Apendicite? Asma?; Diagnósticos a descartar: “descartar hipotireoidismo”, “descartar gravidez”; Suspeitas ou diagnósticos prováveis: suspeita de depressão, provável hepatite. Base de dados Deve ser como uma fotografia da situação da pessoa tanto no que se refere a antecedentes como aos problemas atuais. A base deve ser realizada na primeira consulta, de uma vez só. Lista se problemas principal A capa do prontuário individual, na qual são colocados problemas de grande relevância; e outra que faz parte da evolução de cada consulta realizada, sendo representada pela letra “A”. É a peça-chave e deve ficar visível, devendo ser a primeira imagem a ser visualizada e manuseada no prontuário, ou seja, a capa ou primeira página. Sendo assim, funciona como um índice dos conteúdos da história clínica e deve incluir somente aspectos que contam na base de dados e na evolução. Caso o problema seja resolvido, deve ser colocado a data de encerramento e em caso de reativação, deve ser recolocado. Recomenda-se que, em caso de utilização de prontuário de família, haja também um espaço ou uma página para uma lista de problemas da família, na qual são transcritos aqueles problemas que atuam como geradores de doença ou de disfunção e dizem respeito à família como um todo ou afetam todos os componentes da família. Podem ser relacionados aspectos como desemprego, alcoolismo, demência, condições de moradia, etc. A LP principal deve obedecer a certo regramento em sua construção, baseado nas seguintes afirmações: Os problemas identificados (sinais, sintomas, síndromes, queixas) somente devem ser substituídos por um diagnóstico específico quando existirem evidências para isso. Os problemas podem ser classificados ou nominados da seguinte forma: – Sintoma (p. ex., dor abdominal, febre); – Sinal (p. ex., dor à palpação abdominal em fossa ilíaca direita, hiperemia em 1/3 inferior da perna);– Síndrome (p. ex., hipertensão endocraniana, infecção de vias aéreas superiores); – Exame complementar alterado: – Laboratório (p. ex., leucocitose); – Imagem (p. ex., nódulo de pulmão); – Diagnóstico (p. ex., diabetes melito, apendicite); – Outros (p. ex., desemprego, idoso morando sozinho, dificuldade de adesão). O Royal College of General Practitioners define os seguintes critérios de inclusão de problemas na LP principal do prontuário: - Doenças relevantes - Doenças ligadas a remissões ou recorrências (p. ex., úlcera péptica) - Doenças ligadas a complicações (p. ex., neoplasias) - Intervenções cirúrgicas maiores - Doença que a pessoa possa tender a ocultar (p. ex., DSTs) - Doenças que requerem tratamento médico contínuo � Doenças com necessidade de vigilância contínua (p. ex., insuficiência renal) - Doenças que condicionam a escolha terapêutica (p. ex., alergias, úlcera péptica) - Doenças que afetam as funções da pessoa (p. ex., cegueira, surdez) - Problemas sociais: – estrutura familiar disfuncional– violência familiar – relação interpessoal perturbada – desajuste social grave – problemas ocupacionais – acontecimentos vitais (crises naturais ou acidentais) Os problemas podem ser ativos (persistem de épocas anteriores ou que começam no momento daquele atendimento, desde que necessitem de medidas terapêuticas e determinadas condutas) ou passivos (sob controle ou resolvidos, que embora não esteja afetando as pessoas podem ser levados em conta), tanto que para isso devem existir na LP principal os campos “Data de identificação” e “Data de solução”, podendo os problemas ser enumerados por ordem cronológica ou por ordem de importância. Evolução Por isso, para ter um melhor aproveitamento e encontrar os dados rapidamente, preconiza-se para as anotações na evolução uma forma simplificada baseada em quatro itens, que geram o acrônimo denominado SOAP: Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano. Pode-se incluir uma quinta e uma sexta seções: a apresentação dos problema (p), antes do S, e o resumo ou síntese do caso (r) antes do O. A orientação por problemas, significa que se deve usá-lo para orientar a atuar de forma aberta, não se fechando para diagnósticos (embora sempre pensando neles) até que se tenha elementos suficientes para fazê-lo. As hipóteses vão surgindo e sendo descartadas ou substituídas à medida que coletam-se as informações e compara-se com o que se tem como “arquivo” do conhecimento técnico. O SOAP ajuda a sistematizar as informações com vistas a validá-las e aprofundá-las. É importante que o registro reflita o que realmente se conhece sobre um determinado problema no momento de anotá-lo: em uma primeira consulta, um problema pode ser registrado como “dor abdominal”, após as primeiras investigações, definir-se como “aumento de volume do pâncreas”, e finalmente chegar-se à definição de “neoplasia de pâncreas”. Nunca registre informações duvidosas, incorretas, exageradas, adivinhadas, nem maquie os dados. As anotações dos atendimentos à pessoa são parte de um documento permanente, legal, chamado registro médico. Ao listar os problemas, pode-se estabelecer ordem de prioridade segundo a situação, levando em conta aspectos como ameaça à vida, preocupação da pessoa, preocupação do profissional, relação com outros problemas. Deve-se considerar que existem duas listas de problemas: a principal, representada pela capa do prontuário individual, na qual são colocados os problemas de grande relevância; e outra, que faz parte da evolução de cada consulta realizada, sendo representada pelo (A) do SOAP. Existem poucas regras rígidas na elaboração do SOAP. Eis uma lista de algumas das que são básicas: As letras do acrônimo são fixas: S-O-A-P. O tipo de informação a ser colocada em cada seção do SOAP é bem estabelecido. A cada letra relaciona-se um tipo de informação. No A do SOAP, deve ser realizada lista de problemas atualizada a cada consulta, independentemente da colocação ou não desses problemas na LP principal. Também no A podem-se colocar dados, fatos ou situações que sejam de relevância para o entendimento ou o manejo do caso. O A deve servir como instrumento de trabalho do médico, e este pode colocar nele todas as informações que considera significativas para sua tomada de decisão. A sequência SOAP apresentada é a clássica, mas pode haver situações em que pode ser alterada. Por exemplo, no caso de pessoa que retorna para avaliação e não há necessidade de fazer um novo exame ou de alterar o plano proposto, pode-se utilizar somente os itens S e A. Recomenda-se, ao apresentar o caso, colocar logo acima do A um resumo do caso em não mais que um parágrafo. Folhas de resumo, fluxograma e programas e programas de vigilância em saúde A avaliação da evolução de determinada situação ou sintoma, especialmente em situações crônicas, pode ser anotada sob forma de fluxograma, planilha ou das chamadas “fichas de programas”. Nesses documentos, pode-se incluir dados como a frequência da sintomatologia, a evolução da medicação, a evolução dos exames complementares e outros dados de interesse. Vantagens do registro de saúde orientado por problemas No cuidado clínico em APS, – avaliar rapidamente toda a história clínica prévia da pessoa de modo a esclarecer o problema atual e, com isso, foca e orienta o raciocínio clínico; – realizar uma rápida revisão do processo e um fácil acesso às informações de interesse, por meio de uma lista de problemas estruturada; – em termos descritivos simples usados na LP, tornar mais fácil a compreensão e a análise da situação presente. Quando há diferentes problemas envolvidos é melhor estabelecer prioridades; – mediante uma informação mais acessível, melhorar os cuidados prestados às pessoas; – ao traçar o perfil do indivíduo, completar o quadro clínico; Em atividades de prevenção, – identificar pessoas cujo estado de saúde seja particularmente vulnerável, devido a fatores médicos, funcionais, socioeconômicos ou ocupacionais. Assim, pode-se: – acompanhar doenças crônicas que podem envolver complicações; – caracterizar a história de doença familiar; – identificar deficiência física; – ressaltar problemas sociais importantes; – identificar riscos profissionais e doença ocupacional; – identificar pessoas que não aderem a programa preventivo; – identificar pessoas com terapêutica múltipla de longa data; – levantar fatores de risco ao recém-nascido durante o pré-natal; – caracterizar idosos com problemas múltiplos; Nas ações educativas, – adotar uma classificação de problemas flexível; – realizar um registro de problemas ao nível da com�preensão de quem o faz; – ter a visão de todos os problemas de saúde envolvidos, avaliar seu significado e estabelecer prioridades de cuidados; Em pesquisa, – uniformizar dados, facilitando assim o trabalho de pesquisa; – elaborar rapidamente relatórios de situação. Ética e Registro O prontuário médico não pode ter registros rasurados nem apagados, pois, além de ser antiético, isso pode ter consequências legais. Eventuais erros de registro devem ser reparados: ▪ Evidenciando-se a parte incorreta ao colocar um “traço por cima”; ▪ Realizando anotação posterior, destacada por cabeçalho, com a seguinte formatação: “atualização da consulta de __/__/___” ou “correção” referindo o erro e anotando as informações corretas; ▪ No caso de prontuário eletrônico, incluindo a opção no menu de um item denominado “atualização de prontuário” para realizar essa correção, sem que seja contabiliza�da consulta na produção. Não se deve escrever comentários sobre condutas de colegas, condições de trabalho ou adjetivando as pessoas atendi�das com termos não técnicos. O prontuário é sobre a pessoa. As outras questões devem ser resolvidas mediante outros documentos e meios administrativos. O prontuário pertence à instituição, sendo sua responsabilidade guardá-lo em segurança, mesmo após a morte da pessoa. Não deve sair da Unidade. A pessoa tem direito a solicitar cópia das informações referentes a sua pessoa exclusivamente, mediante requisição de próprio punho. A cópia deve ser providenciada pela instituição, preservando-se os originais. A entrega de cópias do prontuário para familiares ou herdeiros somente deve ser realizada com autorização judicial