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Aula 7 (1)

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Aula 7- Espectro da 
Esquizofrenia e Outros 
Transtornos 
Psicóticos
30/10
● Trata-se de um transtorno mental crônico de causas desconhecidas no
qual fatores ambientais estressantes, psicossociais e orgânicos devem ser
considerados na etiologia.
● Os sintomas psicóticos prejudicam significativamente o pensamento do
indivíduo; envolve alterações emocionais e comportamentais.
● Ocupa um lugar entre as doenças mais incapacitantes com início em torno
dos 15 anos de idade e, raramente, após os 50 anos. Atinge homens e
mulheres na mesma proporção.
● Os pacientes esquizofrênicos possuem tendências depressivas e grande
vulnerabilidade ao suicídio.
Esquizofrenia 
● SINTOMAS POSITIVOS: alucinações, delírios, comportamentos bizarros,
neologismo e ecolalia.
● SINTOMAS NEGATIVOS: afeto plano ou embotado, pobreza no discurso,
incapacidade de sentir prazer, falta de motivação, apatia, bloqueio do
pensamento e isolamento social.
Manifestações Clínicas
● Fatores genéticos: hereditariedade entre os parentes (principalmente os
mais próximos), idade do pai (maiores de 60 anos), transmissão genética.
● Fatores bioquímicos: excesso de atividade dopaminérgica, excesso de
serotonina, norepinefrina relacionada a anedonia, a perda de neurônios 
GABAérgicos inibidores poderia levar à hiperatividade dos neurônios
dopaminérgicos, neuropeptídeos, glutamato (a ingestão de fenciclidina, um
antagonista do glutamato, produz uma síndrome aguda semelhante à
esquizofrenia) e a hipótese proposta sobre o glutamato inclui as de
hiperatividade, hipoatividade e neurotoxicidade induzidas por ele.
Etiologia
● Fatores bioquímicos (continuação): acetilcolina e nicotina (estudos de
necropsia demonstraram aumento dos receptores muscarínicos e nicotíni-
cos no caudado-putame, no hipocampo e em regiões selecionadas do
córtex pré-frontal. Esses receptores têm um papel na regulação dos
sistemas de neurotransmissores envolvidos na cognição, que é
comprometida na esquizofrenia.
Etiologia
Subtipos de Esquizofrenia
Mais comum de esquizofrenia geralmente
aparece em torno dos 35 anos de idade.
Características: delírios persecutórios, delírio
de grandeza, alucinações, hostilidade, auto
ou heteroagressividade verbal e física.
PARANÓIDE
(CID-10/F20.0) 
Costuma manifestar-se em torno dos 13
anos de idade e tem rápida evolução. O
indivíduo apresenta desorganização do
pensamento, risos imotivados, afeto
inadequado e maneirismo.
HEBEFRÊNICA
(DESORGANIZADA)
(CID-10/F20.1) 
Subtipos de Esquizofrenia
As manifestações clínicas começam entre 25 e 30
anos de idade. O esquizofrênico demonstra
negativismo, atitudes físicas incomuns e de
estupor; também não reage e apresenta mutismo,
inconsciência e coma prévio.
CATATÔNICA
(CID-10/F20.2) 
Causa no esquizofrênico, apatia mais
proeminente; abandono de atividades diárias,
empobrece lentamente e apresenta perda gradual
do impulso. O início é insidioso e quase não há
sintomas psicóticos.
INDIFERENCIADA
(SIMPLES
(CID-10/F20.3) 
MÉDICOS E NEUROLÓGICOS
● Induzidos por substâncias – anfetamina, alucinógenos, alcaloides da
beladona, alucinose alcoólica, abstinência de barbitúricos, cocaína,
fenciclidina (PCP)
● Epilepsia – especialmente epilepsia do lobo temporal
● Neoplasias, doença cerebrovascular ou trauma – especialmente frontal ou
límbico
OUTRAS CONDIÇÕES
● Porfiria intermitente aguda
Diagnóstico diferencial
OUTRAS CONDIÇÕES (continuação)
● Doença de Wilson
● Aids
● Deficiência de vitamina B12
● Envenenamento por monóxido de carbono
● Lipoidose cerebral
● Doença de Creutzfeldt-Jakob
● Doença de Fabry
● Doença de Fahr
● Doença de Hallervorden-Spatz
OUTRAS CONDIÇÕES (continuação)
● Envenenamento por metais pesados
● Encefalite herpética
● Homocistinúria
● Doença de Huntington
● Leucodistrofia metacromática
● Neurossífilis
● Hidrocefalia de pressão normal
● Pelagra
● Lúpus eritematoso sistêmico
● Síndrome de Wernicke-Korsakoff
PSIQUIÁTRICOS
● Psicose atípica
● Transtorno autista
● Transtorno psicótico breve
● Transtorno delirante
● Transtorno factício com sinais e sintomas predominantemente psicológicos
● Simulação
● Transtornos do humor
● Adolescência normal
● Transtorno obsessivo-compulsivo
PSIQUIÁTRICOS
● Transtornos da personalidade – esquizotípica, esquizoide, borderline,
paranoide
● Transtorno esquizoafetivo
● Esquizofrenia
● Transtorno esquizofreniforme
● Ainda não existem exames complementares que afirmem o diagnóstico de
esquizofrenia, o qual se apoia em quadros clínicos, manifestações
comportamentais e evolução dos sintomas.
Diagnóstico
● Início tardio 
● Fatores precipitantes óbvios 
● Início agudo
● Histórias pré-mórbidas social, sexual e profissional boas 
● Sintomas de transtorno do humor (especialmente transtornos depressivos)
● Casado
● História familiar de transtornos do humor
● Sistemas de apoio bons
● Sintomas positivos
Prognóstico positivo
● Início precoce
● Sem fatores precipitantes 
● Início insidioso
● Histórias pré-mórbidas social, sexual e profissional ruins 
● Comportamento retraído, autístico
● Solteiro, divorciado ou viúvo 
● História familiar de esquizofrenia
● Sistemas de apoio insatisfatórios
● Sintomas negativos
● Sinais e sintomas neurológicos 
Prognóstico negativo
● Sem remissões em 3 anos 
● Muitas recaídas 
● História de agressividade
Prognóstico negativo
● TCC, psicoterapias, psicoeducação, atividades físicas.
● PSICOFÁRMACOS
CLOZAPINA
Indicação: obtenção de melhora clínica significativa com os antipsicóticos
clássicos; redução do risco de comportamento suicida recorrente em clientes
com esquizofrenia.
Reações adversas: ganho de peso.
Tratamento
QUETIAPINA
Indicação: serve como monoterapia ou adjuvante no tratamento dos episódios
de mania e de depressão associados ao transtorno afetivo bipolar.
Reações adversas: sonolência, constipação, tontura, taquicardia, boca seca e
astenia leve.
Tratamento
● TERAPIAS PSICOSSOCIAIS: capacitar indivíduos com doença grave a
desenvolver habilidades sociais e vocacionais para uma vida independente.
Esses tratamentos são realizados em muitos locais: hospitais, clínicas
ambulatoriais, centros de saúde mental, hospitais-dia, etc. Ex: terapias com
famílias, gestão do caso, terapia de grupo, terapia cognitivo
comportamental, psicoterapia individual, arteterapia, treinamento cognitivo.
Tratamento não 
medicamentoso
● Tem características tanto da esquizofrenia como dos transtornos do humor.
Os pacientes para receber esse diagnóstico precisam se encaixar em uma
das seis categorias seguintes:
(1) com esquizofrenia e sintomas de humor,
(2) com transtorno do humor e sintomas de esquizofrenia,
(3) com transtorno do humor e esquizofrenia,
(4) com uma terceira psicose não relacionada a esquizofrenia e a transtorno do
humor
(5) cujo transtorno se encontre em um continuum entre esquizofrenia e transtorno
do humor
(6) com alguma combinação dos critérios citados.
Transtorno Esquizoafetivo
● Desconhecida.
● Pode ser um tipo de esquizofrenia, um tipo de transtorno do humor ou a
expressão simultânea de ambos, bem como um terceiro tipo distinto de
psicose, que não está relacionado nem a esquizofrenia, nem a transtornos
do humor. O mais provável é que essa categoria seja um grupo
heterogêneo de condições que inclui todas essas possibilidades.
Etiologia
1. Período ininterrupto de doença durante o qual há um episódio depressivo
maior ou maníaco concomitante episódio depressivo maior.
2. Delírios ou alucinações por duas semanas ou mais na ausência de episódio
depressivo maior ou maníaco durante a duração da doença ao longo da vida.
3. Os sintomas que satisfazem os critérios para um episódio de humor estão
presentes na maior parte da duração total das fases ativa e residual da
doença.
4. A perturbação não pode ser atribuída aos efeitos de uma substância ou a
outra condição médica.
Diagnóstico critérios DSM V
DETERMINAR O SUBTIPO
(F25.0) Tipo bipolar:se um episódio maníaco fizer parte da apresentação.
Podem também ocorrer episódios depressivos maiores.
(F25.1) Tipo depressivo: se somente episódios depressivos maiores fizerem parte
da apresentação. Especificar se: Com catatonia (consultar os critérios para
catatonia associada a outro transtorno metal, p. 119-120, para definição) Nota
para codificação: Usar o código adicional 293.89 (F06.1) de catatonia associada
com transtorno esquizoafetivo para indicar a presença de catatonia
comórbida.
Diagnóstico DSM V
ESPECIFICAR A GRAVIDADE ATUAL
● A gravidade é classificada por uma avaliação quantitativa dos sintomas
primários de psicose, o que inclui delírios, alucinações, desorganização do
discurso, comportamento psicomotor anormal e sintomas negativos.
● Cada um desses sintomas pode ser classificado quanto à gravidade atual
(mais grave nos últimos sete dias) em uma escala com 5 pontos, variando
de 0 (não presente) a 4 (presente e grave).
Diagnóstico DSM V
● Excluir causas orgânicas.
● Uso/abusivo de substâncias (com ou sem resultados positivos em exames
toxicológicos) pode indicar um transtorno induzido por substâncias.
● Condições clínicas preexistentes, seu tratamento, ou ambos, podem levar a
transtornos psicóticos e do humor.
● Qualquer suspeita de anormalidade neurológica justifica a consideração de
exames de imagem do cérebro, para excluir patologias anatômicas, e de
um eletrencefalograma (EEG), para determinar algum possível transtorno
convulsivo (p. ex., epilepsia do lobo temporal).
Diagnóstico Diferencial
● Transtornos psicóticos causados por um transtorno convulsivo são mais
comuns do que os vistos na população em geral e tendem a se caracterizar
por paranoia, alucinações e ideias de referência. Acredita-se que indivíduos
que apresentam epilepsia com psicose tenham um melhor nível de
funcionamento do que aqueles com transtornos do espectro da
esquizofrenia. O bom controle das convulsões pode reduzir a psicose.
Diagnóstico Diferencial
RISPERIDONA
Indicação: psicose delirante.
Reações adversas: insônia, dor muscular, síncope, náusea, sedação, arritmia,
ansiedade, tremores, aumento de peso, tontura, aumento de salivação, dor de
cabeça, hipotensão, dificuldade de raciocínio e rigidez muscular.
OLANZAPINA
Indicação: para os que não respondem aos antipsicóticos típicos.
Reações adversas: aumento de peso, irritabilidade, dores de cabeça, zumbidos,
sonolência, fotofobia, insônia e agitação.
Tratamento
● A hospitalização é indicada:
1. para fins de diagnóstico;
2. estabilização da medicação;
3. segurança do paciente devido a ideação suicida ou homicida;
4. comportamento flagrantemente desorganizado ou inadequado, incluindo a
incapacidade de cuidar das necessidades básicas, como alimentação,
vestuário e abrigo.
Tratamento
● Hospitalizações curtas de 4 a 6 semanas são tão eficazes quanto as longas.
● Se o ambiente hospitalar adota abordagens comportamentais ativas
produz melhores resultados do que as instituições de custódia.
● Os planos de tratamento hospitalar devem ser orientados para questões
práticas de autocuidado, qualidade de vida, emprego e relações sociais.
● Durante a hospitalização, deve-se orientar e articular contatos entre o
paciente e as pessoas ou instituições que serão responsáveis pelos
cuidados após a alta, incluindo a família, e rede de apoio.
Tratamento
● Os estabilizadores do humor são importantes no tratamento de pacientes
com transtorno esquizoafetivo. Lítio com carbamazepina parece funcionar
para transtorno esquizoafetivo, tipo depressivo, mas não encontrou
diferenças entre os dois agentes para o tipo bipolar.
● Na prática, esses medicamentos são muito usados isoladamente ou em
combinação um com o outro ou com um agente antipsicótico.
● Em episódios maníacos, indivíduos com transtorno esquizoafetivo devem
ser tratados de maneira agressiva com dosagens de um estabilizador do
humor na variação média a alta de concentração sanguínea terapêutica.
Tratamento
● Na fase de manutenção, a dosagem pode ser reduzida para a variação
baixa a média para evitar efeitos adversos e possíveis efeitos em outros
sistemas (p. ex., tireoide e rins) e para melhorar a facilidade de uso e a
adesão.
● Monitoramento os exames laboratoriais e uma avaliar a tireoide, dos rins e
do funcionamento hematológico.
● Muitos pacientes com transtorno esquizoafetivo têm episódios depressivos
maiores.
Tratamento
● Deve-se ter cuidado para não precipitar um ciclo de mudanças rápidas da
depressão para a mania com o antidepressivo. Leve em consideração
sucessos e fracassos anteriores do tratamento. Os inibidores seletivos da
recaptação de serotonina (p. ex., fluoxetina e sertralina) costumam ser
usados como agentes de primeira linha (menos efeitos sobre o estado
cardíaco e um perfil favorável na superdosagem). ATENÇÃO- pacientes
agitados ou insones podem se beneficiar de um agente tricíclico.
● Pode ser necessário o uso de agentes antipsicóticos no tratamento dos
sintomas psicóticos do transtorno esquizoafetivo.
Tratamento
● Tentar convencer o paciente a desligar-se de um delírio.
● Atentar para os sentimentos por trás dos delírios.
● Auxiliar a expressão dos sentimentos.
● Sempre fornecer dados da realidade.
● Usar frases curtas e simples na comunicação.
● Evitar comentários em voz alta.
● Estimular cuidados com a aparência pessoal e a higiene.
● Manter o paciente orientado em relação a tempo e espaço; deve-se usar
calendário e relógio.
● Observar o padrão alimentar e a hidratação.
Intervenções da Enfermagem
● Utilizar reforço positivo.
● Estabelecer limites.
● Realizar atividades que aumentem a autonomia.
● Cumprir promessas feitas.
● Estimular atividades diárias, das simples até as mais complexas.
Intervenções da Enfermagem

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