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Farmacologia veterinária

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Farmacologia Animal
R E S U M O
2 0 2 3
Dilene Silva
Estudante de Medicina Veterinária
1 
 
Por: Dilene da Silva 
1. Conceitos básicos; 
2. Cálculo de volume; 
3. Prescrição; 
4. Farmacodinâmica; 
5. Farmacocinética; 
6. Vias de Administração. 
 
2 
 
Por: Dilene da Silva 
Livro Base: Farmacologia Aplicada a Medicina Veterinária – 6ª Edição – Helenice 
Spinosa 
A farmacologia é a ciência que estuda as ações no corpo humano/organismo. E fazemos uma 
analogia desde a origem até a eliminação do organismo. 
Alguns conceitos importantes... 
• Droga: a droga age nos organismos gerando 
alterações, modificando as funções já 
existentes. Pode trazer efeitos benéficos ou 
maléficos; 
• Medicamento: visa a ação benéfica e podem 
gerar efeitos colaterais que dependem de 
diferentes fatores; 
• Fármaco: medicamentos, quando humanos são 
regulamentados pela ANVISA; 
• Remédio: cura, alivia ou evita a enfermidade. 
Podem se apresentar como agentes físicos ou 
químicos. Ex.: colocar gelo após uma “pancada” em determinada parte do corpo, 
alimentos etc.; 
• Produto de uso veterinário: fármacos regulamentados pelo MAPA (Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento); 
• Placebo: utilizado em pesquisas científicas, e é uma substância sem propriedade 
farmacológica; Ex.: Amido. 
• Nutraceutico: é o produto que trata e alimenta o paciente; 
Áreas da Farmacologia... 
• Farmacodinâmica: estuda o mecanismo de ação dos medicamentos; 
• Farmacocinética: estuda o caminho percorrido pelo medicamento; 
• Farmacotécnica: preparo, purificação e conservação; 
• Farmacognosia: tem a função de estudar/isolar o princípio ativo – artigo. Ex.: quando 
as pessoas falam que o quiabo cura Cinomose; 
• Farmacologia clínica: comparação de análises laboratoriais de animais saudáveis e 
animais enfermos; 
• Farmacoterapêutica: tratamento de enfermidades. Um grande exemplo são as cirurgias 
que é a associação do medicamento e técnicas para o controle; 
Outros termos... 
• Posologia: estuda a dosagem de medicamentos com fins terapêuticos. (DOSE X 
DOSAGEM); 
• Concentração: podem estar nas seguintes unidades: mg/ml, µc/ml ou mcg/ml, %, UI/ml 
e mg; 
DIAGNÓSTICO TERAPEUTICO 
É quando não se sabe o que o paciente tem, 
e através dos sinais clínicos se traça uma 
suspeita e é passado o medicamento para o 
tratamento até a melhora do paciente. 
Quando não há a melhora, não chamamos 
de diagnóstico terapêutico. 
3 
 
Por: Dilene da Silva 
• Dosagem: dose + a frequência de adm. e duração de tratamento; nesses casos, a 
diferença do termo concentração, é que o ml é kg; 
• Dose: quantidade de medicamento necessário para promover a resposta terapêutica; 
Cálculo de volume 
A fórmula para o cálculo de volume é: 
𝑉 =
𝑃𝑒𝑠𝑜 × 𝐷𝑜𝑠𝑒
𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜
 
Transformações que precisamos saber: 
 
 
 
 
Exemplos: 
Animal: Gato 
Peso: 3,5 Kg 
Medicamento: Dexmedetomidina 
Dose: 3 µc/Kg 
Concentração: 0,5 mg/ml 
O primeiro passo é realizar as transformações necessárias para igualar as unidades. Vemos nesse 
caso que a dose e a concentração possuem unidades diferentes. Vamos transformar a 
concentração de mg/ml para µc/ml, que basta apenas multiplicar por 1000: 
C = 0,5 mg/ml * 1000 = 500 µc/ml 
Certo, após a transformação, jogamos os valores na fórmula: 
𝑉 =
𝑃𝑒𝑠𝑜 × 𝐷𝑜𝑠𝑒
𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜
 
𝑉 =
3,5 Kg × 3 µc/Kg 
500 µc/ml
 
𝑉 =
10,5 
500 ml
 
𝑉 = 0,021 𝑚𝑙 
 
4 
 
Por: Dilene da Silva 
Animal: Cachorro 
Peso: 25 Kg 
Medicamento: Acepromazina 
Dose: 0,05 mg/Kg 
Concentração: 2% * 10 = 20 mg/ml 
𝑉 =
𝑃𝑒𝑠𝑜 × 𝐷𝑜𝑠𝑒
𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜
 
𝑉 =
25 Kg × 0,05 mg/Kg 
20 mg/ml
 
𝑉 =
1,25
20 ml
 
𝑉 = 0,06625 𝑚𝑙 = 0,06 𝑚𝑙 
Animal: Cavalo 
Peso: 375 Kg 
Medicamento: Cetamina 
Dose: 3 mg/Kg 
Concentração: 10% * 10 = 100 mg/ml 
𝑉 =
𝑃𝑒𝑠𝑜 × 𝐷𝑜𝑠𝑒
𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜
 
𝑉 =
375 Kg × 3 mg/Kg 
100 mg/ml
 
𝑉 =
1125
100 ml
 
𝑉 = 11,25 𝑚𝑙 = 11,2 𝑚𝑙 𝑜𝑢 11 𝑚𝑙 
Cálculo de volume – Comprimido 
A fórmula para o cálculo de volume (COMPRIMIDO) é: 
𝑉 = 𝑃𝑒𝑠𝑜 × 𝐷𝑜𝑠𝑒 
Exemplos: 
Animal: Gato 
Peso: 3,5 Kg 
Medicamento: Lidocaína 
Dose: 0,2 ml/Kg 
QUANDO A CONCENTRAÇÃO ESTÁ EM 
PORCENTAGEM (%) 
Quando está em % e precisamos transformar 
para mg/ml, basta apenas multiplicar por 10. 
Posso utilizar para todos os medicamentos. 
5 
 
Por: Dilene da Silva 
Concentração: 2% 
𝑉 = 3,5 𝐾𝑔 × 0,2 𝑚𝑙/𝐾𝑔 
𝑉 = 0,7 𝑚𝑙 
Animal: Cachorro 
Peso: 25 Kg 
Medicamento: Comprimido 
Dose: 0,1 mg/Kg 
Concentração: 2 mg 
𝑉 = 25 𝐾𝑔 × 0,1 𝑚𝑔/𝐾𝑔 
𝑉 = 2,5 𝑚𝑔 
 + 
 
 
Frequência de Administração 
São as divisões da farmacologia que através de expressões latinas que informam a 
quantidade/frequência de ingestão do medicamento. 
Quadro de expressões latinas relacionadas com a posologia de medicamentos 
Abreviatura Latim Significado Horas 
S.i.d. Semel in die Uma vez ao dia A cada 24 horas 
B.i.d. Bis in die Duas vezes ao dia A cada 12 horas 
T.i.d. Ter in die Três vezes ao dia A cada 8 horas 
Q.i.d. Quater in die Quatro vezes ao dia A cada 6 horas 
Q.d. Quaque die Todos os dias Prescrição controlada por exemplo 
P.r.n. Pro re nata Se necessário ------------------------------------------------- 
Informações retiradas do livro base 
Além das expressões citadas no quadro, ainda temos: 
• q.s e q.s.p: utilizamos para medicações manipuladas; 
• QUOD: a cada dois dias. 
Prescrição 
A prescrição nada mais é que a receita, um documento onde irá conter todas as informações 
necessárias para a administração do medicamento ao paciente, podem ser escritas a punho 
legivelmente ou digitadas, com o objetivo de levar a informação ao tutor e ao farmacêutico. 
Esse documento requer responsabilidade, pois haverá assinatura do médico veterinário. A 
validade desse documento é de 30 dias, exceto para antimicrobianos, cujo prazo é de 10 dias. 
Sempre ao prescrever, devemos utilizar o verbo no imperativo, como uma ordem. A prescrição 
leva em conta a responsabilidade, que engloba vários aspectos: 
2 mg + 0,5 mg (1/4) 
6 
 
Por: Dilene da Silva 
• Aspectos clínicos: diagnóstico – indicação de medicação mais adequada para o 
tratamento; 
• Aspecto profissional: prescrição de medicação na posologia adequada, em casos em que 
for percebido algum erro ou desconfiança, o farmacêutico deve alertar o médico 
veterinário; 
• Aspecto legal: conhecimento da medicação de acordo com as legislações impostas. 
As prescrições podem ser: 
• Higiênicas: são prescrições com instruções que auxiliam no tratamento do paciente. Ex.: 
Alimentos, bebidas, shampoos etc. – Regime ou dietas; 
• Medicamentosas: contém medicamentos, contendo três categorias: Farmacopeicos; 
Magistrais (medicamento manipulado) e Especialidades (fórmulas aprovadas pelo 
MAPA); 
Os medicamentos veterinários, recentemente promulgada pela Lei 12689 de julho de 2012 que 
introduz o conceito de produto de uso veterinário, medicamento de referência e medicamento 
similar e genérico de uso veterinário. Logo: 
• Produto de uso veterinário: produto de referência de uso veterinário; 
• Medicamento de referência; 
• Medicamento similar: com o mesmo princípio ativo, uma “imitação” do original, e 
nesse quesito não conseguimos modificar os mg, por exemplo; 
• Medicamento genérico: com o mesmo princípio ativo, uma “imitação” do original, e 
nesse quesito conseguimos modificar os mg, por exemplo; 
Composição da prescrição – ordem de montagem: 
Escrita geralmente em folha branca com medida de 14x20 cm (pode ser A4 também). 
1. Cabeçalho: parte superior, que contém: nome completo, especialidade, número da 
inscrição, endereço completo. 
2. Superscrição: identificação do paciente, tutor e endereço; 
3. Inscrição: modo de administração: uso interno, externo, local, via oral; 
4. Subscrição: para medicamentos magistrais; 
5. Indicação ou instrução: informaçõesao paciente/tutor sobre a administração do 
medicamento; 
6. Assinatura ou firma do profissional: local, data e assinatura. 
Ex. do livro base: 
 
7 
 
Por: Dilene da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Formulações ou Fórmulas Farmacêuticas 
Fórmulas elaboradas, visando a facilitação de administração do medicamento. É constituída 
por: 
• Princípio ativo: substância principal; 
• Adjuvantes: substâncias empregadas no auxílio da preparação da fórmula; 
• Corretivos: substâncias que auxiliam a tornar a fórmula mais agradável a formulações 
orais; 
• Veículo ou excipiente: veículo são para líquidos e excipientes para sólidos, e esses são 
o meio em que o princípio ativo é colocado. Utilizamos esses termos para prescrição de 
medicações manipuladas. 
Preparação Medicamentosa 
• Manipulado em cápsula: não posso dividir; 
• Drágea: não possuem os sucos de divisão e geralmente não o quebramos; 
• Comprimido: aparecem no mercado em três formas geométricas, e possuem sucos de 
divisão; 
• Tablete: um grande exemplo de tablete é o NexGard; 
• Injetável: solução já diluída. As ampolas possuem frascos marrons, conhecidos como 
âmbar, pois o produto é sensível a luz. O produto mais oleoso chamamos de emulsão; 
• Pour on e spoton: “Spot on” quando se deve administrar o produto em um só ponto 
sobre a pele (ex.: cernelha) “Pour on” quando se administra ao longo de todo o dorso 
CERNELHA AO LONGO DE TODO DORSO Indicações: É indicado para o controle 
de ectoparasitas (carrapatos, pulgas, ácaros, piolhos). 
8 
 
Por: Dilene da Silva 
• Premier: produto “diluído” na ração do animal. 
Receitas de Uso Controlado 
As receitas controladas, possui medicações que são distribuídas por tipos A, B e C, essa 
distribuição na medicina veterinária é feita pelo MAPA, onde haverá apenas uma medicação 
por receita. 
Receitas do tipo A: 
• A1: entorpecentes – opioides, ex.: morfina; 
• A2: entorpecentes – para uso de concentrações especiais. 
Os medicamentos do tipo A são dispostos em uma receita de cor amarela e possuem apenas um 
medicamento por receita. 
Receitas do tipo B: 
Tem cor azul e é usada para substâncias psicotrópicas e psicotrópicas anorexígena. Contém 3 
vias, uma que fica retina na farmácia, uma com o tutor e outra no bloco do médico veterinário. 
Receitas do tipo C: 
Coloração branca. 
• C2: substâncias encontradas em antibiótico; 
• C1: antidepressivos e outras substâncias de controle especial; 
• C4 e C5: anabolizantes etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade complementar – receitas: 
 
9 
 
Por: Dilene da Silva 
Dilene da Silva 
Acadêmica em Medicina Veterinária 
Rua Salvador Cardoso, 16, Centro – Nova Venécia ES 
(27) 99615-5054 
# USO ORAL # 
1 – Doxiciclina 80 mg ------------------------------------------------------------------------------ Caixas 
Dê 3 (três) comprimidos e meio (1/2) ao animal a cada 12 (doze) horas durante 28 (vinte e oito) 
dias. 
 
2 – Prednisona 20 mg ------------------------------------------------------------------------------ Caixas 
Dê 1 (um) comprimido e ¼ (um quarto) ao animal a cada 12 (doze) horas durante 5 (cinco) 
dias. 
 
3 – Dipirona 500 mg ------------------------------------------------------------------------------- Caixas 
Dê 1 (um) comprimido e ¼ (um quarto) ao animal a cada 8 (oito) horas durante 5 (cinco) dias. 
 
OPÇÃO LÍQUIDA: 
3 – Dipirona 500 ml -------------------------------------------------------------------------------- Frasco 
Dê 1.4 (um ponto quatro) ml ao animal a cada 8 (oito) horas durante 5 (cinco) dias. 
 
 
 
 
 
 
 
Nova Venécia ES, 07 de março de 2023. 
 
 
 
 
10 
 
Por: Dilene da Silva 
Dilene da Silva 
Acadêmica em Medicina Veterinária 
Rua Salvador Cardoso, 16, Centro – Nova Venécia ES 
(27) 99615-5054 
# USO ORAL # 
1 – Tramadol 12 mg ------------------------------------------------------------------------------ Caixas 
Dê meio (1/2) comprimido ao animal a cada 12 (doze) horas durante 3 (três) dias. 
 
OPÇÃO INJETÁVEL: 
# USO INJETÁVEL # 
1 – Tramadol 40 mg/ml ---------------------------------------------------------------------------- Frasco 
Aplique 0.13 (zero ponto treze) ml no animal, por via intravenosa, a cada 12 (doze) horas 
durante 3 (três) dias. 
# USO ORAL # 
2 – Meloxicam 0,5 mg ----------------------------------------------------------------------------- Caixas 
Dê meio (meio) comprimido ao animal a cada 24 (vinte e quatro) horas durante 3 (três) dias. 
 
3 – Amoxicilina com clavulanato de Potássio 50 mg ------------------------------------------- Caixas 
Dê 1 (um) comprimido ao animal a cada 12 (doze) horas durante 5 (cinco) dias. 
 
 
 
 
 
 
 
Nova Venécia ES, 07 de março de 2023. 
 
 
 
 
11 
 
Por: Dilene da Silva 
Farmacodinâmica 
Estudo dos mecanismos de ação de um medicamento nas funções bioquímicas e fisiológicas no 
organismo vivo. É uma relação entre dose e resposta do organismo, gerado alterações em 
funções pré-existentes. Podem ter efeito rápidos, intermediários e longos. Levando em conta os 
mecanismos de ação dos medicamentos, podemos citar os seguintes grupos: 
• Medicamentos estruturalmente inespecíficos: é aquele que não atua diretamente na 
estrutura química da molécula, mas sim gera alterações nas propriedades da molécula, 
gerando desestabilidade nas funções da célula. – Ex.: Anestésicos em geral inalatórios 
e desinfetantes. 
• Medicamentos estruturalmente específicos: é aquele que atua diretamente na estrutura 
química da molécula, modificando as propriedades da molécula, ligando-se a receptores 
alterando assim, a função celular. Uso em menores concentrações comparadas aos 
estruturalmente inespecíficos. 
Receptores: indica o componente do organismo que interage com o agente químico, que é um 
constituinte celular. Tendo isso em vista, conclui-se que quanto mais receptores ligados no 
medicamento, o tipo de ligação (iônicas, ponte de hidrogênio, hidrofóbica, van der Waals e 
covalentes – mais incomum), maior ou fugaz será o efeito deste. 
Alvo de ligação: os alvos de ligação no animal, são basicamente macromoléculas proteicas 
com função de: enzimas, moléculas transportadoras, canais iônicos, receptores de 
neurotransmissores e ácidos nucleicos: 
• Enzimas: atua principalmente com ação inibitória, na ação entre medicamento e enzima. 
Também, pode haver alterações na estrutura de enzimas, o que pode gerar uma 
desorganização na via metabólica. Um grande exemplo é a norepinefrina 
(vasodilatador) que é substituía nos depósitos sinápticos, no SN simpático. 
• Moléculas transportadoras: as proteínas transportadoras contêm locais que reconhecem 
e identificam moléculas para transportá-las para o interior do citoplasma celular. Esses, 
são alvo de ação de alguns medicamentos, que tem a função de bloquear o transporte. 
• Receptores celulares: função de atuação como receptores de substâncias endógenas 
como hormônios, neurotransmissores e autacoides e estão relacionados a transmissão 
de mensagens de forma direta ou indireta (2º mensageiro). Essas transmissões podem 
ser rápidas em milissegundos (neurotransmissores – aumento da permeabilidade na 
membrana) ou lentos, levando horas. Os intermediários podem levar segundos (2º 
mensageiros – metabotrópicos). 
• Receptores ligados a proteína G: representa a maioria dos receptores conhecidos 
atualmente, os receptores acoplados a proteína G, que é uma mensageira, são 
responsáveis por alterações no interior das células. É composta por três subunidades (α, 
β e γ – complexo αβγ), sendo uma associada ao GTP. 
Nas subunidades, as porções β e γ não se dissociam. Essas subunidades estão ancoradas 
na membrana citoplasmática da célula, mas conseguem se deslocar livremente. 
Ativação da proteína G: 
12 
 
Por: Dilene da Silva 
Receptor ocupado por uma molécula agonista > afinidade com o complexo αβγ > 
ligação do complexo com o receptor> dissociação do GDP ligado a porção α > 
substituição pelo GTP > causando a separação do trimero da proteína G > liberação da 
primeira subunidade α-GDP ativada > essa subunidade se desloca a membrana e pode 
atuar sobre várias enzimas e canais iônicos > o fim do processo baseia-se em GTP 
hidrolisado em GDP, pela enzima GTPase na subunidade α, e quando a dissociação da 
proteína efetora α-GDP, se unindo ao complexo novamente. 
• Receptores ligados a proteína G: 
- Sistema adenilato-ciclase/cAMP: proteína conhecida com Gs, ativada a ligação do 
neurotransmissor ao receptor, no que estimula essa proteína a produzir o ATP, cAMP (2º 
mensageiro). Efeitos na função celular podem ocorrer de forma variada, mas o 
mecanismo mais comum no que leva esses efeitos, associam-se a ativação de 
proteinoquinases que dependem do cAMP. Proteínas G relacionadas: Gs (estimulante) 
e Gi (inibidora).; 
- Sistema guanilato-ciclase/cGMP: similar ao cAMP; 
- Sistema fosfolipase e fosfato de Inositol: sistema que envolve vários segundos 
mensageiros. PIP2, IP3 e o DAG; 
- Sistema fosfolipase A2 / ácido araquidônico/eicosanoides: a ação do ácido 
araquidônico nos eventos celulares é bem complexa; 
- Regulação de canais iônicos: acopladas a proteína Go, que controlam as funções dos 
canais iônicos, alterando a permeabilidade, sem envolvimento de segundo mensageiro; 
• Receptores NÃO ligados a proteína G: 
- Receptores ligados a tirosinoquinase: ligado a ação de fatores de crescimento e 
hormônios como a insulina. Mecanismo complexo e pouco conhecido. 
- Receptores que regulam a transcriação DNA: hormônios esteroides e tireoidianos. 
Esses receptores ficam no interior das células, diferentemente dos anteriores estudados. 
Afinidade com o DNA nuclear > ligação > aumento na atividade do RNApolimerase > 
aumento de produção de RNAmensageiro > síntese de proteínas > efeitos celulares > 
processo que pode durar entre horas e dias. 
Relação DOSE X RESPOSTA 
O efeito de uma medicação, depende da quantidade em que foi administrada, logo, podemos 
representar essa relação em uma curva dose x resposta. 
O efeito máximo de X medicação será quando todos os 
receptores estiverem ocupados. 
Agonista: substância que se liga ao receptor e o ativa, levando 
ao efeito farmacológico. 
Antagonista: substância que ao se combinar com o receptor, não o ativa, pois cria um 
“bloqueio”. O que chamamos de fármacos reversores. 
Curva DOSE X RESPOSTA 
A resposta farmacológica é 
diretamente proporcional 
ao número de receptores. 
13 
 
Por: Dilene da Silva 
 
Potência: a potência está relacionada a dose de determinada medicação. Quanto menor a dose, 
maior a potência. Quando temos as seguintes unidades: mg e mcg, independente da dose, o 
medicamento que estiver com mcg terá maior potência. Medicamentos pouco potentes, 
necessitam de doses elevadas, já os extremamente potentes podem levar a intoxicação se não 
adm. de maneira correta. 
Eficácia Máxima/ Efeito Máximo / Eficácia: quando o fármaco atinge 100% da sua capacidade 
máxima / intensidade. Eficácia e potência são parâmetros independes um do outro. 
Inclinação: mecanismo de ação de um agente terapêutico. 
Variabilidade: determina como será a curva do gráfico, que pode variar de acordo com a espécie 
ou raça do animal. 
Efeitos anormais/colaterais 
• Hiper-reativo: resposta a doses baixas de determinado medicamento; 
• Hiporreativo: altas dosagens para atingir o efeito máximo; 
• Tolerância/resistência: com o tempo, após ingerir muito determinado medicamento, o 
remédio pode não fazer mais efeito, criando certa resistência a ele, em que as enzimas 
e receptores, não funcionam mais; 
• Taquifilaxia / dessensibilização: não terá o efeito necessário; 
• Efeito incomum / idiossincrasias: efeito não esperado ativado por determinado 
medicamento, isso acontece em pequena escala; 
• Supersensibilidade: aumento do efeito de determinado medicamento, elevando a 
sensibilidade; 
• Hipersensibilidade: liberação de histamina no corpo, como reações alérgicas. 
Mecanismos relacionados a tolerância 
14 
 
Por: Dilene da Silva 
Interação medicamentosa 
Associação de medicamentos que podem alterar o efeito do outro. 
• Sinergismo: um medicamento potencializa o outro, ocorrendo na mesma direção. Pode 
ser: 
-Por adição: associação de medicamentos da mesma classe, em que a combinação é 
igual a soma dos medicamentos com o efeito isolado; 
-Por potenciação: associação de medicamentos de classe distinta, em que a combinação 
é maior do que a soma dos feitos isolados. Uma substância potencializa a outra. 
• Antagonismo: combinação de medicamentos que pode levar a diminuição ou anulação 
dos efeitos de um deles. 
-Competitivo pelo reversível: basicamente é a competição pelo mesmo receptor, o que 
se liga, inativa o outro; 
-Competitivo parcial reversível: dois medicamentos agonistas (iguais), mas com 
diferentes capacidades de desencadear o efeito, logo, o antagonista menos eficaz atua 
como antagonista parcial do agonista principal; 
-Competitivo irreversível: dissociação lenta ou sem ocorrência do receptor, não se 
alcançando o efeito máximo; 
-Não competitivo: o antagonista bloqueia o agonista em algum possível mecanismo 
celular em que ele agiria; 
-Farmacocinético ou disposicional: reduz de forma efetiva: biotransformação, absorção 
e excreção; 
-Fisiológico/Funcional: dois agonistas que agem em receptores independentes e que 
geram reações opostas que se anulam; 
-Químico ou antidotismo: duas substâncias que não interagem com os receptores, mas 
reagem quimicamente. 
Farmacocinética 
A farmacocinética é o estudo do movimento de uma substância no organismo – absorção, 
distribuição, biotransformação e excreção. 
Principais vias: renal, biliar e fecal. 
Absorção 
Série de processos, em que uma substância penetre, sem lesão traumática, chegando até o 
sangue. (trato gastrointestinal). Todavia, para que chegue até o sangue é necessário que o 
medicamento penetre diversas membranas biológicas (epitélios e membranas celulares). O pH 
do meio é muito importante, pois ele definirá se hidrossolúvel ou lipossolúvel. 
Influência do pH 
A porção ionizada e não ionizada de determinado medicamento será definido pelo pH do meio 
onde ele se encontra. Esses medicamentos geralmente são compostos por ácidos ou bases fracas 
em que em soluções aquosas se apresentam parcialmente ionizados. As soluções não ionizadas 
ultrapassam a membrana mais rapidamente, e geralmente estão presente em locais mais ácidos 
(lipossolúvel). 
Classificação em três categorias 
15 
 
Por: Dilene da Silva 
• Apolar: não sofrem interferência do pH e conseguem ultrapassar qualquer membrana 
biológica; 
• Ácidos orgânicos: tem influência do pH, logo, os ácidos fracos são mais bem dissolvidos 
no estômago devido ao ácido clorídrico; 
• Aminas orgânicas: são mais bem absorvidas em pH alcalino (a partir do duodeno) – 
bases fracas – ligações: primárias, secundárias, terciárias e quaternárias de carbono – 
ligação próton reversível. 
 
Atividade complementar – receitas manipuladas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Por: Dilene da Silva 
Dilene da Silva 
Acadêmica em Medicina Veterinária 
Rua Salvador Cardoso, 16, Centro – Nova Venécia ES 
(27) 99615-5054 
ESPÉCIE DO ANIMAL: canino RAÇA: York Shire PESO: 5,2 Kg SEXO: (X) F ( ) M 
IDADE: 9 anos TUTOR: Fulana NOME DO ANIMAL: Ciclano 
# USO TÓPICO OU EXTERNO – MANIPULAR # 
1 – Shampoo 150 ml 
- Clorexidina 2%; 
- Cetoconazol 2%; 
- Aloe Vera 2%; 
Veículo Q.S.P. -------------------------------------------------------------------------------------- 150 ml 
Dê banho no animal, a cada 5 (cinco) dias, fazendo bastante espuma e deixe agir por 15 (quinze) 
minutos. Repita o processo por 45 (quarenta e cinco) dias. 
 
 
Nova Venécia ES, 21 de março de 2023. 
 
 
 
 
 
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Por: Dileneda Silva 
Dilene da Silva 
Acadêmica em Medicina Veterinária 
Rua Salvador Cardoso, 16, Centro – Nova Venécia ES 
(27) 99615-5054 
ESPÉCIE DO ANIMAL: felino RAÇA: SRD PESO: 3,2 Kg SEXO: ( ) F (X) M 
IDADE: 1 ano TUTOR: Fulana NOME DO ANIMAL: Ciclano 
# USO ORAL – MANIPULAR # 
1 – Intraconazol 32 mg------------------------------------------------------------------------------------- 
Excipiente Q.s.p ------------------------------------------------------------------------------ 70 cápsulas 
Dê 1 (uma) cápsula ao animal a cada 24 (vinte e quatro) horas por 60 (sessenta) dias. 
 
 
Nova Venécia ES, 21 de março de 2023. 
 
 
 
 
 
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Por: Dilene da Silva 
Dilene da Silva 
Acadêmica em Medicina Veterinária 
Rua Salvador Cardoso, 16, Centro – Nova Venécia ES 
(27) 99615-5054 
ESPÉCIE DO ANIMAL: felino RAÇA: SRD PESO: 3,2 Kg SEXO: ( ) F (X) M 
IDADE: 1 ano TUTOR: Fulana NOME DO ANIMAL: Ciclano 
# USO ORAL – MANIPULAR # 
2 – S-Adenosil-Metionina 90 mg ------------------------------------------------------------------------- 
Excipiente Q.s.p ------------------------------------------------------------------------------ 40 cápsulas 
Dê 1 (uma) cápsula ao animal a cada 24 (vinte e quatro) horas por 30 (trinta) dias. 
 
 
Nova Venécia ES, 21 de março de 2023. 
 
 
 
 
 
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Por: Dilene da Silva 
Dilene da Silva 
Acadêmica em Medicina Veterinária 
Rua Salvador Cardoso, 16, Centro – Nova Venécia ES 
(27) 99615-5054 
ESPÉCIE DO ANIMAL: canino RAÇA: SRD PESO: 15,2 Kg SEXO: (X) F ( ) M 
IDADE: 10 anos TUTOR: Fulana NOME DO ANIMAL: Ciclano 
# USO ORAL – MANIPULAR # 
1 – Gabapentina 152 mg------------------------------------------------------------------------------------ 
Excipiente Q.s.p------------------------------------------------------------------------------- 30 cápsulas 
Dê 1 (uma) cápsula ao animal a cada 12 (doze) horas por 14 (quatorze) dias. 
 
 
 
 
Nova Venécia ES, 21 de março de 2023. 
 
 
 
 
 
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Por: Dilene da Silva 
Dilene da Silva 
Acadêmica em Medicina Veterinária 
Rua Salvador Cardoso, 16, Centro – Nova Venécia ES 
(27) 99615-5054 
ESPÉCIE DO ANIMAL: canino RAÇA: SRD PESO: 15,2 Kg SEXO: (X) F ( ) M 
IDADE: 10 anos TUTOR: Fulana NOME DO ANIMAL: Ciclano 
# USO ORAL – MANIPULAR # 
2 – Vitamina K 15 mg -------------------------------------------------------------------------------------- 
Excipiente Q.s.p------------------------------------------------------------------------------- 15 cápsulas 
Dê 1 (uma) cápsula ao animal a cada 12 (doze) horas por 7 (sete) dias. 
 
 
 
Nova Venécia ES, 21 de março de 2023. 
 
 
 
 
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Por: Dilene da Silva 
Passagem de medicamentos por membranas biológicas 
Na grande maioria das vezes uma absorção de determinado medicamento se dá por transporte 
passivo, mas em alguns, essa absorção pode se dar por processos ativos, com ou sem gasto de 
energia, com o emprego de substâncias carreadoras. 
Processo passivo: é um processo que não utiliza energia (ATP) para acontecer. Podem ser, 
difusões: 
• Simples ou passiva: o medicamento se distribui da porção mais concentrada para a 
menos concentrada, respeitando o gradiente de concentração. As moléculas do 
medicamento (soluto) precisam ser apolares e o peso molecular deve ser compatível 
com a bicamada lipídica da membrana. 
• Filtração: pequenas substâncias (polares, apolares e hidrossolúveis), que atravessam os 
canais iônicos de uma membrana; 
Transporte mediado por carreador: os carreadores são componentes da membrana que podem 
transportar substâncias para o interior da célula. 
• Difusão facilitada: sem o gasto de energia, o medicamento se move a favor do gradiente 
de concentração, a difusão é mais rápida do que a simples. Ex.: entrada de glicose na 
célula; 
• Transporte ativo: substrato movido contra o gradiente de concentração, com gasto de 
energia para ocorrer (hidrólise de ATP). Por ser um transporte com alto grau de 
especificidade estrutural, se duas substâncias se oferecerem para o transporte, uma pode 
inibir a outra. 
Um grande exemplo desse tipo de transporte é o a Proteína G (transporte de substâncias 
para fora da célula). Nas raças de cães Collie e Sthetland tem a funcionalidade desse 
mecanismo prejudicada, o que há o aumento de toxicidade por ivermectina. 
• Pinocitose e fagocitose: uma membrana se invagina em determinada macromolécula, 
em que a fagocitose é para absorção de moléculas sólidas e pinocitose para absorção de 
moléculas líquidas, e exigem gasto de energia para acontecerem e nem de carreadores. 
Tipos de barreiras tissulares corporais 
Mucosa gastrointestinal: por ser revestido por células epiteliais muito juntinhas, onde há um 
bloqueio dos espaços intercelulares, há a necessidade das substâncias se difundirem através de 
membranas celulares. As substâncias devem ser solúveis; 
Barreiras epiteliais da pele, córnea e bexiga: da mesma forma que a mucosa gastrointestinal, as 
células são bem unidas, sendo assim, a forma de penetração única é a difusão, exclusivamente 
para substâncias apolares; 
Barreira hematoencefálica: SNC, com barreira que possui poucas vesículas de pinocitose, por 
essa e demais características, essa barreira impede que substâncias polares e de grande peso 
molecular penetrem o SNC; 
Barreira hematotesticular: células de Sertoli – Apresentam junções intimas, funções de suporte 
e nutrição de células germinativas. Essa barreira é pouco permeável a proteínas, o que impede 
de a testosterona sair do lúmen do túbulo. Só penetram substância pouco polares com 
capacidade de difusão ou transporte ativo. 
22 
 
Por: Dilene da Silva 
Barreira placentária 
A placenta é o contato entre o feto e a fêmea prenhe. As características, podem se deferir entre 
os animais. Tipos: 
• Placenta epiteliocorial: encontrada em ruminantes, suínos e equinos, onde há a 
penetração sem distribuição maior do tecido uterino materno. Possui camadas espessas 
para impedirem a passagem de anticorpos da mãe para o feto. Por isso nessas espécies, 
a importância da ingestão do colostro pelo neonato para a assimilação de 
gamaglobulina; 
• Placenta endoteliocorial: encontrada em carnívoros, distribuição ampla de tecido; 
• Placenta hemocorial: encontrada em primatas e roedores. 
Essa barreira se comporta como as demais, onde substâncias 
de baixo peso molecular e lipossolúveis, atravessam a 
camada da placenta, por difusão simples, ou também por 
difusão facilitada, transporte ativo ou pinocitose. 
O medicamento pode atravessar por filtração, chegando ao 
feto e causando uma “depressão respiratória”. 
Barreiras Capilares 
Tipos de estruturas capilares no corpo humano: 
• Capilares com máculas: os mais existentes no corpo, apresentam zonas frouxas, o que 
permite que substâncias químicas sem ligação com proteínas saiam do seu interior e 
alcançam o espaço extracelular; 
• Capilares fenestrados: característicos de órgãos excretores (glomérulos renais e 
glândulas salivares) e secretores (pancreáticas e hipofisária). Permitem o acesso livre de 
substâncias para o interior da célula, ou seja, aquelas não ligadas a proteínas; 
• Capilares com bloqueio completo: ex. capilares da barreira hematoencefálica. Única 
passagem. 
Biodisponibilidade 
A biodisponibilidade mede a quantidade de determinado medicamento em x forma farmacêutica 
que ao ser administrado em um organismo vivo, atinge a corrente sanguínea de forma 
inalterada. Em um conceito mais abrangente, considera-se também o local de ação, ou seja, a 
biofase. 
A biodisponibilidade é utilizada para determinar a quantidade de um medicamento absorvido, 
a partir da forma farmacêutica, a velocidade de absorção, e a permanência em que o líquido 
permanece no organismo e sua relação com as respostas farmacológicas e/ou toxicológicas. 
O estudo da biodisponibilidade possibilita: determinação da posologia de um medicamento, da 
suaforma farmacêutica, adequação da dose. 
As placentas endoteliocorial 
e hemocorial, possibilita a 
passagem de gamaglobulinas 
para os filhotes. 
23 
 
Por: Dilene da Silva 
Bioequivalência ex.: medicamentos genéricos. É o estudo de duas ou mais substâncias, 
contendo o mesmo princípio ativo, adm. na mesma dose, pela mesma via e na mesma espécie 
animal. 
 
Distribuição dos medicamentos 
Após a absorção do medicamento, ele sai do local de compartimento para o seu local de ação 
de forma livre no sangue, no que também depende do grau de vascularização do tecido em 
questão, para que haja o equilíbrio entre o plasma e o líquido. Nos órgãos como coração, rins, 
fígado e cérebro, por serem bem perfundidos, acontece de maneira rápida (compartimento 
central) quando comparados a pele, ossos ou depósitos de gordura (compartimento periférico). 
Ligação as proteínas plasmáticas 
Após a absorção no organismo, um medicamento tende a se ligar, de forma reversível a uma 
proteína. Considera-se que a ligação com proteínas plasmáticas como um reservatório 
circulante de um medicamento potencialmente ativo. Ao mudar os níveis dessas proteínas pode 
aumentar a toxicidade de medicamentos que apresentam afinidade 
por proteínas. Ou seja, quando determinado medicamento está de 
forma livre, quando há a disputa pelo mesmo sítio de ligação, pode 
ser o responsável por um efeito farmacológico e/ou toxicológico. 
A proteína sanguínea ALBUMINA é muito importante na ligação de 
medicamentos. 
Os cães de corridas, os Galgos, tem sérios problemas em ter um baixo metabolismo/síntese 
proteica. 
A área sob curva é 
o tempo em que a 
medicação está no 
organismo. 
 
Apenas a parte livre 
do medicamento 
pode deixar o 
plasma e alcançar o 
local e ação. 
24 
 
Por: Dilene da Silva 
Meia Vida de eliminação 
É o tempo necessário para que a concentração plasmática de determinado agente terapêutico se 
reduza a metade. A partir disso, conseguimos estimar o tempo de duração que esse agente 
permanecerá no organismo e assim, definir a frequência em que será dosada. 
Assim concluímos que a meia-via é importante para estimar: 
• Duração de ação após uma dose; 
• O tempo necessário para a eliminação plasmática do medicamento; 
• A frequência da dose; 
• O tempo necessário para alcançar o equilíbrio dinâmico. 
Quando há falha na posologia, temos concentrações ineficazes para a produção de uma resposta 
terapêutica, e que para que isso não ocorra, é importante obedecer a janela terapêutica, que é o 
que determina o tempo/frequência de ingestão do agente terapêutico. 
Biotransformação dos medicamentos 
É a transformação química de medicamentos ou agentes terapêuticos no organismo, em que 
favorece sua eliminação, e com frequência resulta na inativação farmacológica. Os animais 
terrestres possuem mecanismos enzimáticos que se localizam no fígado, que são responsáveis 
pela transformação de compostos lipossolúveis. Através da veia porta, obrigatoriamente toda 
substância absorvida no sistema gastrointestinal, vai até o fígado (efeito de primeira 
passagem), onde é biotransformada para posteriormente alcançar o resto do organismo. Vale 
ressaltar que o fígado não é exclusivamente para a biotransformação, que pode acontecer em 
outros órgãos também. Existem duas etapas de biotransformações: 
• Reações de fase I: ocorre no sistema microssomal hepático – fígado; CYP450 
(componente primordial p/ biotransformação de substâncias químicas; 
• Reações de fase II ou sintéticas/de conjugação: acontecem em enzimas. 
Excreção de medicamentos 
Os principais órgão de excreção são os rins, o fígado e os pulmões. A excreção de um 
medicamento pode ser posterior a sua biotransformação ou de forma inalterada. 
25 
 
Por: Dilene da Silva 
• Excreção renal: medicamentos que não sofrem influência do pH ou são pouco 
lipossolúveis. Devido a sua alta ligação proteica e maior peso molecular, não há 
absorção no glomérulo, todavia alguns medicamentos conseguem atravessar o 
glomérulo na sua porção distal do néfron, gerando uma reabsorção e aumentando a taxa 
de intoxicações; 
• Excreção biliar: o peso molecular e a polaridade influenciam nesse tipo de excreção. 
Alguns medicamentos são excretados por uma via hepática por intermédio da bile. Por 
isso: quanto maior o peso molecular, melhor a eliminação; quanto mais gordura, menor 
a absorção. 
- Ciclo êntero-hepático: algumas substâncias excretadas pela bile, podem ser 
reabsorvidas no intestino, o que gera um retardo na excreção total de um fármaco; 
• Excreção pelo leite: o pH é mais baixo do que do sangue (alcalino), o que facilita a 
excreção de medicamentos de caráter básico pelo leite. Logo, o mesmo efeito que teria 
no plasma, terá no leite, passando ao neonato, por isso é muito importante respeitar o 
tempo de carência do leite; 
• Excreção pelo ovo: os precursores da gema (lipídeos) são produzidos na fígado. Logo, 
quanto maior a lipossolubilidade, maior será a penetração na gema. 
Fatores que modificam os efeitos dos medicamentos no organismo 
• Solubilidade: se são hidro ou lipossolúveis; 
• Forma farmacêutica: líquidos (melhores e de mais rápida absorção) ou sólidos; 
• Área de absorção e concentração: vasoconstritores (adrenalina, por exemplo) – quanto 
menor a área, maior será a concentração, devido a disponibilidade no local, terá sua ação 
prolongada; 
• Calor: quanto maior o calor, aumentará a irrigação sanguínea no local, aumentando a 
área de absorção; 
• Alimentos; 
• Distribuição do medicamento: quanto mais alta a ligação com proteínas, mais tempo 
permanecerá no organismo, e o medicamento se diminui em sua forma livre, gerando 
uma ação prolongada; 
• Idade do animal: os neonatos possuem seus órgãos ainda prematuros, e possuem uma 
proteína chamada alfafetoproteína, que se encontra com abundância no organismo deles, 
e essa proteína não consegue ligar-se aos medicamentos, podem aumentar as chances 
de toxicidade. Já os animais idosos, possuem o aumento de depósitos de gorduras, o que 
gera um efeito mais prolongado. 
• Gestação: na gestação há o aumento do volume plasmático, gerando o aumento de 
líquidos. O CYP na gestação: quanto maior, maior será a dose, aumentando o efeito, 
quanto menor, isso representa sinais de toxidade; 
• Biotransformação: os gatos por exemplo, tem deficiência em conjugar medicamentos 
com glicuronídeos – ex.: paracetamol, dipirona etc. Os suínos, o sulfato. E os cães, o 
acetato. Etc.; 
• Uso prolongado: maior atividade do sistema microssomal hepático, gera a tolerância ao 
medicamento. 
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Por: Dilene da Silva 
Vias de administração 
- Vias parentais: são mais invasivas; 
- Vias digestivas: oral, sublingual, retal e ruminal. 
Antes de falarmos das principais vias, vamos relembrar um pouco sobre o sistema 
gastrointestinal: 
O intestino é o principal local de absorção de medicamentos. Quando os medicamentos são 
mais básicos (pH > 10) e os ácidos (pH < 3) há uma maior dificuldade de absorção, devido a 
forma não ionizada em que se encontram. 
• Cavidade bucal (mais externa) /oral (mais interna): a absorção é facilitada na via 
sublingual, devido a sua grande área vascularizada e o epitélio que permite a absorção. 
Não sofrem efeito de primeira passagem, e passam para a jugular para a circulação 
venosa, logo a inativação pelo pH estomacal é evitado, pela grande absorção; 
• Esôfago: as aves, possuem o inglúvio, mais comumente conhecido como papo, que é 
uma parte dilatada na porção final. Isso faz com que o medicamento se deposite nesse 
local, e não absorva de forma correta. Por isso, o ideal é que o medicamento seja injetado 
próximo ao peito do animal devido a veia safena; 
• Estômago: no estômago, possui a mucina, que é a mucosa de proteção desse órgão 
devido ao ácido clorídrico, logo, quanto maior a camada de mucina, menor a absorção; 
• Animais poli gástricos: possuem o rúmen (problemas relacionadosa microbiota ou 
reter o medicamento, o que pode alterar a biotransformação). 
• Intestino: É a principal área de absorção devido a sua alta vascularização e as 
vilosidades intestinais, presentes na região da mucosa; onde nós temos o esvaziamento 
gástrico. 
EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM 
Efeito tal, que se refere a passagem da substância já absorvida no sistema gastrointestinal pelo 
fígado, através da veia porta, onde é biotransformada para após isso alcançar o restante do 
organismo. Quando adm. por via oral, necessita de uma dosagem maior. 
Os herbívoros possuem uma maior capacidade de biotransformação e por isso o efeito neles são 
bem maiores do que em onívoros e carnívoros. 
Entretanto, ao pensarmos no ruminante, devemos considerar que eles possuem uma microbiota 
complexa no rúmen e em equinos no ceco, e por conta disso o medicamento é biotransformada 
por essa microbiota, no que contribui também na quantidade de medicação absorvida. Vale 
ressaltar, que algumas medicações podem gerar a morte dessa microbiota, uma vez que gera 
certo desequilíbrio do meio, dando espaço ao crescimento de microrganismos, que podem ser 
patogênicos, ocasionando consequências à fisiologia digestiva do animal. 
Via Oral 
As medicações administradas via oral, é a forma mais segura, uma vez que não apresenta certa 
irritação tissular no local de injeção. Todavia, pode ocorrer uma variação de biodisponibilidade 
quando falamos de espécies distintas. 
27 
 
Por: Dilene da Silva 
- Formas farmacêuticas: soluções, líquidos, suspensões, géis, pastas, cápsulas, tabletes, bólus 
ruminal, pós e grânulos para adição no alimento, pós solúveis e premix. 
A escolha da forma farmacêutica administrada dependerá da espécie do animal, o tempo de 
ação (até o aparecimento de efeitos), e pela determinação da solubilidade e propriedades físico-
químicas. 
Em casos de ruminantes, temos formulações por via oral de dose única, no que chamamos de 
bólus ruminal (geralmente antiparasitários), no qual a medicação pode ser liberada em até 140 
dias. 
Via Retal 
Muito comum na clínica de pequenos, e bem utilizado em emergências, como crises 
convulsivas ou o Diazepam em gatos com mal epilético. As medicações administradas por essa 
via, possuem um efeito de primeira passem parcial (não entra pela veia porta), onde pode causar 
certa irritação local, dificultando a absorção. 
Via Ruminal 
Uso restrito de medicamentos com ação no rúmen – aplicados diretamente no local com 
emprego de agulhas. 
Via de administração parental 
As mais usuais são: administração por via intravenosa (diretamente na veia), intramuscular 
(entre os músculos) e subcutânea (abaixo da pele). 
Quando nos referimos aos animais de produção devemos nos atentar ao propósito da 
administração (terapêutico? Preventivo? Diagnostico terapêutico?), latência (tempo que leva 
entre a administração até o aparecimento do efeito desejado), período de carência e custo de 
tratamento, que é elevado. 
A administração por vias parentais também poderá ser 
determinada pela formulação farmacêutica, em que a 
concentração e volume administrados podem acarretar problemas 
como irritações tissulares e interferirem na taxa de absorção. 
• Via intravenosa: tem como vantagem a obtenção rápida 
dos efeitos farmacológicos, possibilidade de adm. de 
grandes volumes, e quando a medicação é administrada 
em pequena dosagem, devemos diluir em soro, e injetar por meio de infusão lenta para 
que não ocorra riscos de efeitos colaterais. As desvantagens são embolias, infecções – 
não utilizada de forma oleosa ou insolúveis. NÃO HÁ A NECESSIDADE DE 
TROCOTOMIA. 
-Cão e gato: utilizamos as veias cefálica, safena, femoral e jugular; 
-Bovinos: jugular e auricular; 
-Equinos: jugular e cefálica. 
TISSULAR = Tecidos; 
Quanto maior a 
concentração, menos o 
volume. 
TRICOTOMIA = 
Raspagem da pelagem. 
28 
 
Por: Dilene da Silva 
• Via intramuscular: comumente empregada, e possui um efeito mais prolongado. 
Possui uma absorção rápida, quando falamos em volumes moderados em veículos 
aquosos. Em caso de veículos oleosos, suspensões ou preparações de depósitos, a 
absorção pode ser retardada. Suas desvantagens podem 
ser a dor, quando aplicados em volume moderado, e 
aparecimento de lesões musculares, devido a aplicação de 
substâncias irritantes ou com pH distinto do neutro, 
promovendo processos inflamatórios. Geralmente é 
utilizada em animais bravos. NÃO PRECISA DE TRICOTOMIA. 
-Local de adm. em pequenos: membros pélvicos, braquiais ou lombares; 
-Em equinos: glúteo ou na região da tala do pescoço. 
• Via Subcutânea: Apropriada para adm. de medicamentos que precisam ser absorvidos 
de maneira lenta, e geralmente é utilizada em cães e gatos. Por conta disso, utilizamos 
a suspensão, para atingir uma duração mais prolongada. As medicações são absorvidas 
por difusão. Esse tipo de via pode gerar sensibilidade causando reações alérgicas. 
Devemos ter atenção com o pH e osmolaridade, se estes são próximos ao pH da pele 
para que não ocorram reações alérgicas. É administrada em locais onde possuem mais 
peles soltas como flancos e pescoço. 
• Outras vias: 
➢ Via intradermal: utilizada para diagnósticos, e para cães atópicos para o 
fornecimento de analgésicos; 
➢ Via intraperitoneal: quando há a necessidade de 
adm. de grandes volumes, pois essa via possui grande 
superfície de absorção – Ex.: quimioterapia, dialise 
peritoneal; 
➢ Via intracardíaca: utilizada para eutanásia; 
➢ Via intratecal: administrada na coluna, pois envolve a penetração em membranas 
do SNC, restrita para diagnóstico radiológico; 
➢ Via epidural: utilizada em cirurgias abdominais em grandes animais; 
➢ Via intra-articular: para efeito localizado, aplicado diretamente na articulação 
desejada; 
➢ Via intraocular: utilizada em cirurgias de animais com diagnóstico de glaucoma; 
➢ Via intraóssea: como a via intravenosa, mas é utilizada em casos em que o paciente 
está altamente desidratado ou em pacientes neonatos – aplasia; 
• Vias tópicas ou transmucosas: utilizada para efeitos localizados, considerada bastante 
segura, todavia pode ocorrer intoxicação em determinados casos. Devemos ressaltar 
também, que se o local de aplicação estiver com uma alta irrigação, terá maior absorção, 
podendo levar a efeitos indesejáveis. Ordem conforme a maior penetração do 
medicamento: 
Coelhos > ratos > cobaias > gatos > cães > suínos > seres humanos 
Exemplos: tipo pour-on – aplicado no dorso – e spot-on – aplicado na cernelha. 
Utilizados principalmente para o controle de ectoparasitas em grandes e pequenos 
animais. – Via tópica. 
• Via inalatória: utilização restrita a anestesia inalatória; 
• Via intramamária: utilizada para o tratamento de doenças em glândulas mamárias. 
 
Quanto maior a 
irrigação do musculo, 
maior e mais rápido será 
a biodisponibilidade. 
Exceto na via 
intraocular, precisamos 
realizar assepsia e 
tricotomia.