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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO em PRECEPTORIA EM SAÚDE UNIDADE 2 Por que utilizar metodologias ativas na formação pedagógica do preceptor? Eloiza da Silva G. Oliveira Claudia Spinola Leal Costa Introdução às metodologias ativas unidade 2 - Por que utilizar metodologias ativas na formação pedagógica do preceptor? Nesta unidade, veremos as principais metodologias ativas de ensi- no e aprendizagem e a sua utilização na formação de profissionais de saúde, as vantagens da utilização de metodologias ativas na formação pedagógica do preceptor, o sistema de avaliação com enfoque formativo e somativo e a importância do feedback ime- diato do desempenho. Vamos caminhar juntos? 16 AULA 1 - As metodologias ativas na educação em saúde Nesta aula, abordaremos as principais metodologias ativas de ensino e aprendizagem e como podemos utilizá-las na formação dos nossos pro- fissionais de saúde. PRINCIPAIS METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM E SUA UTILIZAÇÃO NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE Você já pensou como as metodologias ativas podem ser utilizadas pelos preceptores na formação de profissionais de saúde? Sem dúvida, esse é um questionamento que fazemos a todo instante. Para que as metodologias ativas sejam desenvolvidas e tenham o resul- tado que consideremos satisfatório, é necessário que o processo esteja articulado entre: Figura 1 - Articulação das metodologias. Fonte: Elaborada pelas autoras. Ensino Serviço Comunidade 17 Para refletir Essa tríade nos permite uma leitura e uma intervenção coerente com a realidade, valorizando os diversos atores, saberes e promovendo o livre pensar e a construção de um trabalho coletivo. Segundo Mitre et al. (2008), dois instrumentos vêm sendo reconhecidos como ativadores da integração ensino e serviço de saúde. São eles: • problematização; • aprendizagem baseada em problemas – ABP. A aprendizagem baseada em problemas – ABP será focalizada mais por- menorizadamente em outro módulo do curso. O ensino pela problematização fundamenta-se na pedagogia libertado- ra, Paulo Freire é o representante fiel dessa tendência. A educação é associada à luta e à organização de classe do oprimido. Aborda, principalmente, temas relacionados às questões sociais e políticas. O aluno é verdadeiramente um agente de transformação e busca soluções originais que vão trazer mudanças na realidade, cabe a você, preceptor, facilitar esse processo. Como isso pode ser realizado? Uma das ferramentas utilizadas é o Método do Arco, de Charles Mague- rez, exposto na Figura 2 a seguir. 18 Figura 2 - Método do Arco. Fonte: http://tccrosangelamenta.pbworks.com/PA (2018). Vamos conhecer cada uma dessas etapas no infográfico a seguir! Observação da Realidade O estudante tem a oportunidade de observar, expressar suas percepções, realizando uma primeira leitura , efetuando, assim, uma plena leitura da realidade. Pontos-chaves Uma análise re�exiva do estudante, onde é selecionado o que é relevante, selecionando pontos que devem ser abordados para a solução do problema. Teorização Essa etapa é a Investigação do problema. As informações coletadas devem ser analisadas e avaliadas em relação a sua importância para a solução do problema. Hipósteses de solução Nessa etapa, o estudante é estimulado a pensar criativamente sobre as possibilidades para solucionar o problema de acordo com a realidade existente. Aplicação à realidade Nesse último momento, o estudante aplica as soluções encontradas mais viáveis à realidade e compreende que esse movimento pode ser utilizado para diferentes situações. Teorização Pontos-chaves Hipóteses de solução Aplicação à realidade (prática) Realidade Observação da realidade (problema) Para refletir Nas etapas do Arco de Maguerez, qual será o seu papel enquanto preceptor? Na aprendizagem baseada em problemas – ABP, inserida em um contex- to construtivista, podemos afirmar que o conhecimento deve ser produ- zido a partir da ligação do sujeito com o mundo. Aprendizagem signi�cativa Prática e teoria indissociáveis Respeito à autonomia do estudante Trabalho em grupo Educação permanente Avaliação formativa Aspectos relevantes na ABP Diante de tudo que você estudou até o momento, qual seria o seu papel enquanto preceptor? Lembramos que as metodologias ativas possibilitam a formação de pes- soas que constroem seu próprio conhecimento, trabalham em grupo, considerando a realidade, a diversidade e a perspectiva de transformação. 20 AULA 2 - Formação pedagógica para preceptoria e metodologias ativas Nesta etapa aula, exporemos as vantagens das metodologias ativas na preceptoria, além de apresentarmos o sistema de avaliação com enfo- que formativo e somativo e o feedback imediato ao desempenho. VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS NA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DO PRECEPTOR Enquanto conhecemos as metodologias ativas e a sua utilização na formação pedagógica do preceptor, percebemos inúmeras vantagens. Quais são elas? • situações reais ou que se aproximam da realidade; • possibilidade de integração de disciplinas; Cidadania e Medicina Bioética Figura 3 - Disciplinas integradas. Fonte: Elaborada pelas autoras. • estudo constante do aluno e a construção do próprio conhecimento; • promoção da independência e da responsabilidade do aluno; • estímulo ao trabalho de grupo; • incentivo pelo cuidado mais ampliado e integral. 21 Figura 4 - Incentivo pelo cuidado mais ampliado e integral. Fonte: Elaborada pelas autoras. O preceptor, quando proporciona o trabalho de grupo aos alunos, possibilita: • exposição de opiniões; • compreensão para fazer e receber críticas; • aproximação entre preceptor e aluno; • propensão para compartilhar decisões e responsabilidades; • aprimoramento das relações interpessoais; • valorização da comunicação. Para refletir Com as vantagens apresentadas nesta aula, você acredita que trabalhar com metodologias ativas pode potencializar a sua atuação enquanto preceptor? Cuidado ACOLHIMENTO escuta do sujeito VÍNCULO Paciente/ pro�ssional de saúde Tratamento digno e respeitoso, com qualidade 22 O SISTEMA DE AVALIAÇÃO COM ENFOQUE FORMATIVO E SOMATIVO E A IMPORTÂNCIA DO FEEDBACK IMEDIATO DO DESEMPENHO Nesta fase, abordaremos a avaliação com enfoque formativo e somativo, além de trabalharmos a importância do feedback imediato pelo precep- tor ao seu aluno. Vamos trabalhar! VOCÊ SABE O QUE É AVALIAÇÃO SOMATIVA? Se você pensou que avaliação somativa é a soma de vários instrumentos avaliativos, em um determinado período de tempo, acertou! Somando todos esses instrumentos, você tem uma avaliação assertiva da aprendizagem do seu aluno? No âmbito das avaliações, colocamos em evidência, neste momento, a ava- liação formativa. Segundo Perrenoud (2007), a avaliação formativa identifi- ca erros, informa, sugere interpretações quanto às estratégias e às atitudes dos alunos, norteia a ação pedagógica que o professor deverá seguir. Importante notar que avaliar sob a ótica formativa não é fácil, existindo, inclusive, resistência a essa mudança, uma vez que as avaliações adota- das no passado tinham outra concepção. De acordo com Ferreira (2009), o professor: • não deve ironizar respostas pessoais de seus alunos em situação de avaliação; • deve justificar seus julgamentos; • não deve proceder com correções que possam gerar ambiguidades; • deve evitar “marcar” aluno, castigando o educando na correção de uma avaliação com notas baixas; Prova Trabalho em grupo Participação em aula 23 • precisa respeitar o aluno com a informação de quando e como vai avaliá-lo; • de maneira alguma pode subtrair pontos do aluno. Olhando para a ilustração, o que pensar sobre esses alunos? Que momento é esse pelo qual eles estão passando? Feedback: A devolutiva imediata do professor ao aluno sobre todas as atividades realizadas é uma premissa. Segundo Zeferino, Domingues e Amaral (2007), aprender a partirdo fee- dback requer que este seja fornecido de forma construtiva e positiva, colaborando para que o aluno reflita criticamente e elabore um plano de melhoria para pôr em prática. Você alguma vez recebeu um feedback de seu professor em alguma ati- vidade realizada? Enquanto preceptor, você sempre dá devolutivas ime- diatas a seus alunos nos trabalhos que são realizados? Depois do que vimos nesta unidade, você pode apontar quais estraté- gias pedagógicas relacionadas à avaliação irá adotar? 24 REFERÊNCIAS AKEL, Sâmia M.; SUBARA, Fernando H.; COSTA, Paula M. O papel do profes- sor na motivação dos alunos em sala de aula ativa de um curso semi- presencial da área de Saúde. 2017. Disponível em: <http://www.abed.org. br/congresso2017/trabalhos/pdf/474.pdf>. Acesso em: 9 maio 2018. BERBEL, Neusi A. N. As Metodologias ativas e a promoção da autono- mia de estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 32, n. 1, p. 25-40, jan./jun. 2011. Disponível em: <http://www.proiac.uff.br/sites/ default/files/documentos/berbel_2011.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2018. DIESEL, Aline; BALDES, S. L. Alda; MARTINS, N. Silvana. Os Princípios das Metodologias Ativas de Ensino: uma abordagem teórica. Revista Thema. v. 14, n. 1, p. 268-288, 2017. Disponível em: <http://revistathema.ifsul.edu. br/index.php/thema/article/viewFile/404/295>. Acesso em: 23 mar. 2018. FERREIRA, Carlos A. Avaliação na metodologia de trabalho de projeto: uma experiência de professores. Revista Portuguesa de Pedagogia. ano 43, n. 1, p. 143-158, 2009. Disponível em: <http://impactum-journals.uc.pt/ rppedagogia/article/download/1263/711/>. Acesso em: 15 abr. 2018. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e terra, 2002. Disponível em: <http://forumeja. org.br/files/Autonomia.pdf>. Acesso em: 23 mar. 20018. LIBÂNEO, José Carlos. 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