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INTRODUÇÃO AO 
JORNALISMO 
Leticia Sangaletti
Revisão técnica:
Deivison Campos
Bacharel em Filosofia
Mestre em Sociologia da Educação
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB -10/2147
S581i Silveira, Guaracy Carlos da.
Introdução ao jornalismo / Guaracy Carlos da Silveira,
Letícia Sangaletti, Cristina Wagner ; [revisão técnica: 
Deivison Campos]. – Porto Alegre : SAGAH, 2018.
258 p. : il. ; 22,5 cm
ISBN 978-85-9502-336-9
1. Jornalismo. I. Sangaletti, Letícia. II. Wagner,
Cristina. III. Título.
CDU 070
O jornalismo no século XXI
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Explicar a crise do campo jornalístico frente às novas tecnologias.
 � Analisar a emergência da pós-verdade e o seu impacto no jornalismo.
 � Discutir o reposicionamento das práticas profissionais no novo mer-
cado de trabalho. 
Introdução
Muito se fala sobre uma crise do jornalismo, desde o final do século 
XX, em virtude de novas tecnologias e de mudanças no mercado de 
trabalho, entre outros fatores. O que era padrão, hoje já não é mais, e as 
possibilidades de produção jornalística mudam o tempo todo.
Neste capítulo, você vai ler sobre as transformações, ou a crise do 
campo jornalístico, frente às novas tecnologias; debater a emergência da 
pós-verdade e o seu impacto no jornalismo; e discutir o reposicionamento 
das práticas profissionais no novo mercado de trabalho.
A crise do jornalismo e as novas tecnologias
A questão profissional do jornalista está relacionada à denominada “crise do 
jornalismo”, a partir do final do século XX, e por isso precisa ser debatida. De 
acordo com Lopes (2011), o jornalismo tem vivenciado instabilidades relacio-
nadas ao desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunicação 
em diversos lugares do mundo, e também no Brasil. Nas palavras da estudiosa:
A abordagem tampouco é nova, remetendo, no mínimo, à época da revolu-
ção industrial. Algumas reflexões que alcançam visibilidade, inclusive por 
força dessas próprias tecnologias, chegam a ecoar o (não tão novo) temor da 
substituição do homem pela máquina. Outras põem em xeque o futuro das 
profissões, como o emblemático blog “fim do jornalismo” (LOPES, 2011, p. 65).
Para a autora, há, de um lado, uma crise anunciada em virtude das mu-
danças e avanços tecnológicos; de outro lado, o que se vê é o progresso e a 
transformação, cultivados e celebrados. Afirma Lopes (2011, p. 67): “Já em 
relação ao contexto de século XXI o jornalismo não é mais a principal instância 
de teor comunicacional a abrigar, vivenciar, reproduzir, sedimentar, enaltecer 
as novidades tecnológicas do mundo, em geral, nem do campo midiático, em 
especial”. Segundo ela, vivemos um momento em que há muitos e diferentes 
canais de comunicação, além de incontáveis fontes de informação, em uma 
sociedade que é multimidiática, e que não vê os tradicionais meios de comu-
nicação de massa corresponderem às necessidades de uma geração que surgiu 
junto com a internet.
Nesse contexto, jornais tradicionais precisaram rever suas práticas, formas 
de apresentação e estratégias para ampliar seu público, ou cederam ao avanço 
tecnológico. Muitos jornais impressos, por exemplo, simplesmente migraram 
para o online, deixando de circular em papel.
Em seu livro Comunicação e jornalismo: a saga dos cães malditos, Ciro 
Marcondes Filho (2000) afirma que novos profissionais e a nova ética de 
trabalho são definidos a partir do rito e da lógica que a tecnologia imprime 
às relações de trabalho. Para o autor, o jornalismo é uma profissão que se 
desenvolve a partir da economia de mercado e da democracia, e passa por uma 
crise que, balizada pela ascensão da tecnologia, ampliou também o desemprego.
Pereira e Adghirni (2011) apresentam no texto “O jornalismo em tempo de 
mudanças estruturais”, um cenário que indica transformações na produção, 
no perfil profissional e nas relações com os públicos. A partir desse estudo, 
tecem algumas considerações pertinentes acerca dos processos que envolvem 
a prática jornalística. Observe a seguir:
A multiplicação de produtos, conteúdos e perfis profissionais: novos jor-
nalismos (engajado, amador, multimídia, institucional) têm se colocado ao 
lado das práticas e mídias historicamente consolidadas no meio jornalístico.
Redefinição do status do jornalista e da empresa de comunicação: pelos 
questionamentos à autoridade e à credibilidade desses atores, pela crise no 
modelo econômico das empresas de comunicação e pela redefinição das 
relações com o público.
Processo crescente de integração das redações e das práticas a partir das novas 
tecnologias. Ou seja, o investimento nos processos de convergência entre 
diferentes dimensões da atividade jornalística, incluindo rotinas produtivas e 
produtos multimídia, é orientado para uma audiência cada vez mais exigente 
e participativa (PEREIRA; ADGHIRNI, 2011, p. 52).
O jornalismo no século XXI248
Lopes (2011) assinala que enquanto setores como a construção civil cres-
ceram significativamente no Brasil nos últimos anos, os profissionais do 
jornalismo tiveram dificuldades para manter seus empregos, especialmente em 
mídias tradicionais. Os graduados em jornalismo tiveram que abrir o leque de 
possibilidades, deixando de buscar as funções clássicas da área, como editor, 
repórter e apresentador em empresas de comunicação. Sobre isso, ela afirma:
Diante do desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunica-
ção; da crescente valorização dos processos comunicacionais pelas empresas, 
governos e pelo terceiro setor; das possibilidades culturais e formas alter-
nativas de lidar com a informação, o bacharel nesse curso já não persegue 
os estereótipos e amplia sua busca em outras oportunidades, em alternativas 
menos convencionais (LOPES, 2011, p. 68).
O Supremo Tribunal Federal definiu em 2009 que a Cons-
tituição de 1988 não acolhia a Lei de Imprensa, que era de 
1969. Desta maneira, a lei foi considerada inconstitucional 
em um dos artigos que obrigava a formação universitária 
para o exercício do jornalismo. O Congresso Nacional está 
discutindo o restabelecimento da obrigatoriedade. De 
qualquer forma, o mercado já acomodou a situação: nem 
empresas jornalísticas, nem as assessorias de imprensa, 
contratam pessoas sem formação para as atividades 
jornalísticas. Veja mais no site da Federação Nacional dos 
Jornalistas (2016).
https://goo.gl/chDQgY
Pós-verdade e o jornalismo
Escolhido como a palavra do ano de 2016 pelo dicionário Oxford, da universi-
dade do mesmo ano, pós-verdade (em inglês, post-truth), foi empregado pela 
primeira vez em 1992 em um artigo escrito pelo dramaturgo sérvio-americano 
Steve Tesich. O escritor americano Ralph Keyes foi mais longe. Usou o termo 
no título do seu livro The post-truth era: Dishonesty and Deception in Con-
249O jornalismo no século XXI
https://goo.gl/chDQgY
temporary Life, avaliando que “se antes havia verdade e mentira, agora temos 
verdade, meias verdades, mentira e afirmações que podem ser verdadeiras”.
De acordo com o dicionário da Oxford, pós-verdade é um substantivo 
que “relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos 
influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças 
pessoais” (WORD, 2016).
Há autores que entendem pós verdade como mentira, falsidade, fraudes, 
ocultas pelo termo politicamente correto. Figueroa (2016), em texto no jornal 
argentino Clarín intitulado “Post-verdad, nueva forma de la mentira”, explica 
que pós verdade é algo que parece verdade, mas torna-se mais importante do 
que a verdade.
Nesse contexto, a ascensão das redes sociais acabou propiciando o surgi-
mento das chamadas fake news.
Fake news
A internet como veículo de comunicação e informação permite que qualquer 
pessoa publique fatos e notícias sem que se saiba a fonte correta. Por falta de 
informação, muitas pessoas acabam acreditando.
Fake news é um termo novo que designa notícias falsas difundidas princi-palmente pelas redes sociais. Esse tipo de notícia é produzido com o intuito de 
enganar as pessoas e de ganhar dinheiro ou tirar vantagens políticas, utilizando 
manchetes sensacionalistas e que atraem os leitores. 
Claire Wardle (2017), pesquisadora do projeto First Draft News – do Sho-
renstein Center on Media, Politics and Public Policy da Universidade de 
Harvard, identificou seis tipos de notícias falsas:
 � Sátira ou paródia: não há intenção de causar danos, mas tem potencial 
para enganar.
 � Conteúdo enganoso: uso enganoso de informações para enquadrar ou 
moldar um problema ou indivíduo.
 � Conteúdo de impostor: fontes verdadeiras são forjadas com conteúdo.
 � Conteúdo Fabricado: novo conteúdo é 100% falso, projetado para 
enganar e prejudicar.
 � Falsa conexão: quando manchetes, imagens ou legendas não dão suporte 
ao conteúdo disponibilizado.
 � Contexto falso: quando o conteúdo verdadeiro é compartilhado com 
falsas informações contextuais.
O jornalismo no século XXI250
 � Conteúdo manipulado: quando informações verdadeiras ou imagens 
são manipuladas para enganar.
Para tentar barrar a proliferação de fake news, algumas empresas de comu-
nicação começaram a tomar medidas práticas. O Google, por exemplo, deter-
minou que sites que divulgam informações e notícias falsas serão impedidos 
de usar o Google AdSense, que remunera por anúncios. 
Além disso, o Google anunciou, em outubro de 2017, uma parceria com a 
International Fact-Checking Network (IFCN), para combater a disseminação 
de fake news nos resultados de pesquisas no Google Search. A ideia é que sejam 
removidos os resultados e as notícias que possuam dados errados ou falsos.
A rede social Facebook foi apontada como a plataforma que ajudou a 
disseminar boatos que colaboraram para o resultado das eleições presiden-
ciais em que Donald Trump derrotou Hilary Clinton. A empresa, por sua vez 
também proibiu que sites que compartilham conteúdo falso utilizem a rede 
de anúncios, o que os impede de ganhar dinheiro com a exibição de notícias 
falsas. Em entrevista, Mark Zukcerberg, proprietário do Facebook, disse que 
é loucura a ideia de que a plataforma tenha influenciado no resultado das 
eleições norte-americanas. 
Em seu perfil do Facebook, Zuckerberg (2016) publicou um texto falando 
sobre as eleições e a rede social. No texto ele afirma: 
De todo o conteúdo no Facebook, mais de 99% do que as pessoas vêem é au-
têntico. Apenas uma quantidade muito pequena é falsas novidades e fraudes. 
Os enganos que existem não se limitam a uma visão partidária, nem mesmo 
à política. No geral, isso dificulta o fato de que as hipóteses extremamente 
improváveis mudaram o resultado desta eleição em uma direção ou na outra.
No Brasil, a Polícia Federal anunciou no começo do ano de 2018 que 
formara um grupo especial para combater notícias falsas durante o processo 
eleitoral, buscando identificar e punir autores de fake news contra ou a favor 
dos candidatos. Ainda de acordo com informações divulgadas em seu Twitter 
oficial, a ideia é elaborar uma legislação específica acerca do tema, tipificando 
condutas criminais, para aprovação e aplicação no processo eleitoral.
De acordo com reportagem do Portal Terra (PF, 2018), o grupo de trabalho 
é formado por um delegado, um agente e um perito criminal federal, além 
de contar com o trabalho de técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e 
Procuradoria Geral da República (PGR).
251O jornalismo no século XXI
Para saber mais sobre fake news, leia o texto “Trump e um mundo pós-verdade – uma 
autocorreção evolucionária” (WILBER, 2017).
O reposicionamento das práticas profissionais 
no novo mercado de trabalho
As mudanças significativas que as novas tecnologias trouxeram para o campo 
da comunicação conduzem a reposicionamento do exercício do jornalismo 
do seu profissional. Thais Jorge (apud PEREIRA; ADGHIRNI, 2011, p. 40) 
apresenta três hipóteses para o futuro da atividade:
1) pode desaparecer; 2) pode se aproveitar das potencialidades trazidas por 
essas mudanças para melhorar sua qualidade; 3) ou pode se transformar no 
sentido de introduzir novos gêneros e práticas profissionais.
Na prática, o jornalismo não se concentra mais apenas na lógica da redação 
tradicional, e cada vez mais se expande em diferentes atividades, especialmente 
em áreas como assessoria de imprensa e comunicação e produção de conteúdo. 
Essa realocação se dá pelo mercado, mas também podemos entender que ocorre 
em virtude de inúmeras demissões nos últimos anos no mercado jornalístico.
Em artigo publicado no site da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) 
e no Observatório de imprensa, a jornalista e professora do Departamento 
de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 
Ângela Carrato (2015) fala sobre o assunto e diz que a crise é usada por em-
presários da comunicação para justificar demissões de centenas de jornalistas, 
assim como diminuir os salários e aumentar o preço dos seus produtos. 
A docente afirma que não existe uma crise que justifique tais demissões, 
cortes de investimentos e aumentos de preços, já que análises apontam que nos 
últimos 10 anos o Brasil teve significativo avanço no plano social e econômico, 
especialmente no que tange ao combate à miséria. Além disso, Carrato (2015) 
esclarece que o país desenvolveu um mercado de massa, distribuiu renda e 
aumentou o acesso à educação. “Os jornalistas precisam ter clareza para 
O jornalismo no século XXI252
distinguir entre a crise de credibilidade da mídia e a mudança de paradigma 
que o próprio jornalismo, enquanto área de conhecimento e profissão, expe-
rimenta” (CARRATO, 2015).
José Marques de Melo (2011) afirma, por sua vez, em seu texto “Quem 
tem medo de crise”, publicado no Observatório de Imprensa, que a crise ronda 
o universo do jornalismo desde que ele ingressou na profissão, há 52 anos. 
Ele explica que tal crise no jornalismo tem várias conotações, como: crise no 
mercado, crise na profissão e crise na academia. 
No que tange ao mercado, Marques de Melo (2011) explica que é uma 
crise mais estrutural e menos financeira, resultado de inovações tecnológicas 
que acabaram com a hegemonia da cultura do impresso. Para o estudioso, a 
implantação de padrões de qualidade editorial, que vem de uma modernização 
organizacional midiática, ocasionou a diminuição de profissionais nas redações.
Trata-se de uma crise sem desfecho previsível, tendo em vista a situação 
privilegiada que desfruta hoje o nosso país como sétima economia do mundo, 
destoando do neopopulismo latino-americano pela sua estabilidade consti-
tucional (MELO, 2011).
Sobre a profissão, Marques de Melo (2011) elucida que a crise nessa área tem 
duas nuances que aparecem claramente em redações e sindicatos. Para ele, há 
um conflito, uma disputa de hegemonia nas redações, entre os “...os endógenos 
(diplomados em jornalismo), mais alinhados com as lideranças sindicais, e 
os exógenos (formados em outras disciplinas), geralmente simpatizantes das 
demandas ocupacionais dos empresários”.
Por sua vez, nos sindicatos, ele acredita que haja uma gradativa acomoda-
ção à reserva de mercado, que está implícita na “lei do diploma”. Marques de 
Melo (2011) diz que no que concerne ao cumprimento da lei pelas empresas, 
as lideranças ficaram atentas, porém não tiveram a mesma disciplina com 
relação ao desempenho das universidades e à competência dos jornalistas 
diplomados. Isso vai se agravar com a decisão do Supremo Tribunal Federal 
(STF), que tornou inconstitucional a Lei de Imprensa, deixando para as lide-
ranças sindicais a alternativa de lutar para reverter a decisão do judiciário.
No que tange à crise na academia, Marques de Melo (2011) aponta facetas 
superpostas no ensino e na pesquisa. O pesquisador explica que o estudo de 
jornalismo em universidades brasileiras passou, rapidamente, de experimen-
tal, entre os anos 1940 e 1950, para chegar em um patamar pedagógico com 
identidade própria entre os anos de 1960 e 1970. Conformeo autor: 
253O jornalismo no século XXI
Nas duas últimas décadas do século passado ocorreu uma reviravolta nessa 
tendência de formação segmentada dos bacharéis em comunicação social. Com 
a adoção de um modelo de estudos polivalentes, supostamente integrados, 
impôs-se uma formação “pós-moderna”, abolindo as fronteiras ocupacionais 
e erodindo as identidades profissionais. Essa crise está em processo de equa-
cionamento, decorrente da arregimentação dos professores de jornalismo, 
através do Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo (FNPJ), e dos 
pesquisadores da área, através da Sociedade Brasileira dos Pesquisadores 
de Jornalismo (SBPJor). Sua meta foi sensibilizar os gestores da política 
educacional do Estado para as consequências desastrosas daquele retrocesso 
acadêmico (MELO, 2011).
Nessa esteira, em 2010 o Ministério da Educação instituiu as Novas Refe-
rências Curriculares para os Cursos de Graduação, reconhecendo e legitimando 
as carreiras independentes de Cinema e Audiovisual; Jornalismo; Publicidade 
e Propaganda; Radialismo, Televisão e Internet; e Relações Públicas (MELO, 
2011).
1. A pesquisa Claire Wardle, do projeto 
First Draft News (Universidade 
Harvard), identificou alguns tipos de 
notícias falsas. Assinale a alternativa 
que apresenta os tipos corretos:
a) sátira ou paródia; conteúdo 
enganoso: conteúdo de 
impostor; conteúdo fabricado; 
falsa conexão; contexto falso; 
e conteúdo manipulado.
b) sátira ou paródia; conteúdo 
enganador; conteúdo de 
impostor; conteúdo fabricado; 
falsa conectividade; contexto 
falso; e conteúdo manipulado.
c) sátira ou paródia; conteúdo 
enganoso; conteúdo fabricado; 
falsa conexão; contexto falso; 
e conteúdo manipulado.
d) conteúdo enganoso; 
conteúdo de impostor; 
conteúdo de fabricação; falsa 
conexão; contexto falso; e 
conteúdo manipulador.
e) paródia; conteúdo enganoso; 
falsa conexão; contexto falso; 
e conteúdo manipulado.
2. Assinale a alternativa que traz as 
três hipóteses que a pesquisadora 
Thais Jorge apresenta para o futuro 
da atividade do jornalismo:
a) 1) pode continuar como está; 
2) pode se aproveitar das 
potencialidades trazidas por 
essas mudanças para melhorar 
sua qualidade; 3) ou pode 
se transformar no sentido 
de introduzir novos gêneros 
e práticas profissionais.
b) 1) pode desaparecer; 2) pode 
buscar melhorias para sua 
qualidade, sem utilizar as 
mudanças que acontecem no 
decorrer dos anos; 3) ou pode 
O jornalismo no século XXI254
se transformar no sentido 
de introduzir novos gêneros 
e práticas profissionais.
c) 1) pode desaparecer; 2) pode se 
aproveitar das potencialidades 
trazidas por essas mudanças 
para melhorar sua qualidade; 
3) vai buscar melhorias sem 
introduzir novos gêneros 
e práticas profissionais.
d) 1) pode desaparecer; 2) pode se 
aproveitar das potencialidades 
trazidas por essas mudanças 
para melhorar sua qualidade; 
3) ou pode se transformar no 
sentido de introduzir novos 
gêneros e práticas profissionais.
e) 1) pode continuar como está; 
2 ) pode buscar melhorias para 
sua qualidade, sem utilizar as 
mudanças que acontecem no 
decorrer dos anos; 3) ou pode 
se transformar no sentido 
de introduzir novos gêneros 
e práticas profissionais.
3. Assinale a alternativa que possui 
o tipo de fake news descrito por 
Claire Wardle em Harvard:
a) Sátira ou paródia: quando 
o conteúdo verdadeiro é 
compartilhado com falsas 
informações contextuais.
b) Conteúdo enganoso: não há 
intenção de causar danos, mas 
tem potencial para enganar.
c) Conteúdo de impostor: uso 
enganoso de informações 
para enquadrar ou moldar 
um problema ou indivíduo.
d) Falsa conexão: quando 
manchetes, imagens ou 
legendas não dão suporte ao 
conteúdo disponibilizado.
e) Contexto falso: fontes verdadeiras 
são forjadas com conteúdo.
4. O pesquisador José Marques 
de Mello afirma que a crise do 
jornalismo tem várias conotações 
e cita três tipos. Assinale a 
alternativa que apresenta as 
crises citadas pelo autor no texto 
“Quem tem medo de crise?”
a) Crise no campo informativo, 
crise na prática profissional 
e crise na comunicação.
b) O autor não cita três tipos. 
São apenas dois: crise no 
mercado e crise na academia.
c) Crise no mercado, crise 
nas universidades e crise 
na escolha profissional.
d) Crise na comunicação, crise na 
profissão e crise na academia.
e) Crise no mercado, crise na 
profissão e crise na academia.
5. No que tange à crise de mercado 
citada por José Marques de Mello 
(2011), é possível afirmar que:
a) está relacionada à 
pesquisa e ensino.
b) Marques de Mello diz que no 
que concerne ao cumprimento 
da lei pelas empresas, as 
lideranças sindicais tiveram 
a mesma disciplina com 
relação ao desempenho das 
universidades e à competência 
dos jornalistas diplomados.
c) trata-se de uma crise com 
desfecho previsível.
d) é uma crise mais estrutural 
e menos financeira.
e) a crise nessa área tem duas 
nuances que aparecem 
claramente em redações e 
sindicatos, quando há uma 
disputa nas redações entre 
quem é formado na área e 
quem possui outras disciplinas.
255O jornalismo no século XXI
CARRATO, A. Que crise é esta? Observatório da Imprensa, São Paulo, n. 850, 2015. 
Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em-questao/
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WILBER, K. Trump e um mundo pós-verdade: uma autocorreção evolucionária. São 
Paulo: Ari Raynsford, 2017. Disponível em: <http://www.ariraynsford.com.br/uplo-
O jornalismo no século XXI256
http://observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em-questao/
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http://nal.com.br/expresso/2016/11/16/O-que-%C3%A9-%E2%80%98p%C3%B3s-
http://fenaj.org.br/
https://www.clarin.com/opinion/Post-verdad-nueva-forma-
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http://sitorio.unb.br/bitstream/10482/12443/1/ARTIGO_JornalismoTempoMudancas.pdf
https://www.terra.com.br/noticias/brasil/pf-cria-grupo-para-com-
http://www.ariraynsford.com.br/uplo-
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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