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Texto IV Fundamentos da Educação

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FACON 
FACULDADE DE 
CONCHAS 
 
 
 
Conteúdista Profª. Mª. Rita de Cássia Toffanelli Prates 
 
 
 
 
Disciplina: Fundamentos da Educação 
 
Unidade: 4 
 
 
 
 
 
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Material Didático 
Conteúdista Profª. Mª. Rita de Cássia 
Toffanelli Prates 
Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/6344515342415489 
Possui Licenciatura Plena em Ciências Habilitação em Matemática pela Universidade Metodista de 
Piracicaba UNIMEP, Graduação em Pedagogia pelo Centro Universitário de Araras Dr. Edmundo 
Ulson, Pós-graduação em Gestão Escolar pela Universidade Estadual de Campinas. Pós-graduação 
do Programa da Rede São Paulo de Formação de Docente REDEFOR SEE/ SP e Universidade 
Estadual de Campinas. Professora no Ensino Superior na Faculdade Anhanguera de Piracicaba dos 
Cursos de Pós Graduação e Graduação no Curso de Pedagogia. Professora Coordenadora do 
Núcleo Pedagógico de Matemática (PCNP) na Diretoria de Ensino de Piracicaba. Pós-graduação 
em Metodologias e Gestão em EaD Faculdade Anhanguera de Piracicaba. Mestrado na UNISAL 
Centro Universitário Salesiano de São Paulo. 
Ementa: Estudo e análise dos fundamentos políticos, econômicos, sociais e culturais da relação 
educação e sociedade. Desenvolvimento do processo histórico educacional e a formação das 
tendências pedagógicas que contribuíram para as bases sociais e filosóficas da escola como 
instituição cultural e social. A educação contemporânea no Brasil. 
Objetivo: 
Compreender que a educação é um processo de teorização e reflexão articulado às necessidades 
sociais, portanto, passível de ser composto de transformações e contradições. 
Bibliografia Básica: 
AGUIAR, Ubiratan. LDB: memória e comentários. 2. ed. Fortaleza: Livro Técnico, 2003. 
ARANHA, Maria L. de A. História da Educação e da Pedagogia: geral e Brasil. 3ª ed. São Paulo: 
Moderna, 2006. 
CALIMAN, Geraldo. Pedagogia Social: seu potencial crítico e transformador. Revista de Ciências 
da Educação, n. 23, 2010. 
CARVALHO, Martha Maria Chagas de. A escola e a República e outros ensaios. Bragança 
Paulista: EDUSF, 2003. 
D'ARAUJO, Maria Cecília; CASTRO, Celso, SOARES, Glaucio Ary Dillon. Os Anos de chumbo: a 
memória militar sobre a repressão. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994. 
NAGLE, Jorge. Educação e Sociedade na Primeira República - EPU/MEC - São Paulo - 1ª 
Reimpressão -1976 - pg. 11. 
PILETTI, Claudino; PILETTI, Nelson. História da Educação. 4ª ed. São Paulo: Ática, 1995. 
ROUSSEAU, Jean – Jacques. Emílio, ou Da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 1995. 
SOUZA, Rosa Fátima de. Templos De Civilização: A Implantação da escola primária graduada no 
estado de São Paulo: (1890 – 1910). São Paulo: fundação editora da UNESP, 1998. 
SAVIANI, Dermeval. Domínios, dominadores e dominados. Jornal da Unicamp, 194, ano XVII, 14 
a 20/10/2002. Disponível em: 
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/outubro2002/unihoje_ju194pag05.htm. 
 
http://lattes.cnpq.br/6344515342415489
 
 
 
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SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo 
Horizonte: Autêntica, 1999. 
 
Bibliografia Complementar: 
CAMBI, Franco. História da Pedagogia. 1ª ed. São Paulo: Unesp, 1999. 
GHIRALDELI JUNIOR, Paulo. História da Educação Brasileira. 1ª ed. São Paulo: Cortez, 2006. 
LOPES, Eliana M. T.; FARIA FILHO, Luiz Mendes; VEIGA, Cynthia G. 500 Anos de Educação no Brasil. 
1ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. 
PALMER, Joy A. 50 grandes educadores modernos: de Piaget a Paulo Freire. 1ª ed. São Paulo: 
Contexto, 2006. 
ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil. 8ª ed. Petrópolis: Vozes, 1986. 
SACRISTÁN, Gimeno. A educação que ainda é possível: ensaios sobre uma cultura para educação. 
1ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. v.1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 4 
Objetivo: 
Enfatizar os movimentos educacionais ocorridos na Primeira República, a relação entre o 
desenvolvimento econômico brasileiro, as transformações culturais e as novas necessidades sociais. 
 
 
 
Primeira República e a vergonha nacional: o analfabetismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 E Viva a República! 
 Em 1890, o atual presidente do Estado, Prudente de Morais convocou Caetano 
Campos, para reorganizar o ensino público paulista. 
 Em seu discurso, Caetano Campos, confiou algumas palavras aos professores: 
 [...] quando um país quer dar a medida de seu progresso, do alcance 
de suas instituições, do valor de sua raça, aponta o número de suas 
casas de ensino e abre-lhes as portas como que dizendo: Vede como 
se aprende! (CAMPOS apud CARVALHO, 2003, p. 25). 
 No final do século XIX um enorme contingente de imigrantes chegou ao Brasil e 
o problema estava em homogeneizar a sociedade brasileira e a construção da 
nacionalidade é depositada na escola e a escola passou a ser vista como elemento de 
mudança social. Começou, dessa forma, a luta pela representatividade em disseminar o 
ensino primário no Brasil todo. Diante dessa prerrogativa, as pessoas deixavam de ser 
 
 Quem observar o desenvolvimento que tem tido o ensino 
público nestes últimos anos e fizer um confronto com as antigas escolas 
régias do regime decaído e as novas escolas da República, de certo não 
deixará de encher-se de entusiasmo e levantar esse brado: - Viva a 
República! 
Christiano Volkart 
(Diretor do 1º Grupo Escolar de Campinas) 
FIGURA 1: RELATO SOBRE A PRIMEIRA REPÚBLICA 
FONTE: SOUZA, 1998, P. 25. 
 
 
 
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analfabetas e passavam a votar e era pelo voto que ocorreria a transformação da 
educação. Sem educação não haveria voto. 
 O sentimento nacionalista acarretou medidas que foram desde a elevação das 
tarifas sobre os produtos importados, redução de fretes, desenvolvimentos dos meios 
de transporte até a concessão de empréstimos pelo Estado. A defesa do trabalho 
nacional, a independência econômica e a luta pela defesa à política foram aspectos 
fundamentais que se instauraram no movimento nacionalista. 
 Souza (1998) ressalta algumas representações acerca da educação em vigor no 
Brasil no fim do século XIX: vitória das luzes e da razão sobre as trevas e a ignorância, 
alicerce das sociedades modernas, garantia de paz, de liberdade, da ordem e do 
progresso social, elemento de regeneração da nação, instrumento de moralização e 
civilização do povo. A República segurava a bandeira da transformação, inovação e 
otimismo. Todas as glórias e esperanças estavam depositadas no novo governo que 
chegava: a República. 
 O liberalismo e conservadorismo, o escravismo e os abolicionistas, as 
concepções liberais e as tendências radicais eram ideais que permeavam interesses e 
ideologias da época. Essas concepções ora complexas podiam nortear ou impedir as 
transformações na educação. 
 Portanto, existiam de um lado, os escolanovistas defendendo uma escola 
pública, laica, obrigatória e gratuita com a democratização efetiva do ensino, a 
integração e a inclusão. E por outro lado, os conservadores, um grupo de católicos em 
conflito com os princípios liberais, pois temiam perder o monopólio do ensino 
confessional. 
 Contudo, nessa época, segundo o Anuário Estatístico do Brasil, do Instituto 
Nacional de Estatística1, 75% da população era analfabeta e por isso impedida de votar 
nas eleições. 
 Considerando mais detidamente as particularidades do voto na República Velha 
ou República dos Coronéis. Essa denominação se dá pelo fato dos coronéis serem os1 Anuário Estatístico do Brasil, do Instituto Nacional de Estatística. Disponível em 
http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv17983_v1.pdf. Acesso em 16 jan. 2015. 
 
 
 
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donos de fazendas, e que durante o período regencial (1831 – 1840) eram os chefes de 
forças militares locais. Mantinham poder sobre determinados grupos. 
 Na Primeira República, o voto assumiu uma configuração extremamente 
significativa. Existiram práticas comuns que eram controladas pelos coronéis. O “voto 
de cabresto” era uma delas, que consistia em permitir que os coronéis comprassem os 
votos para seus candidatos ou trocassem os votos por bens matérias. 
 Era comum, os coronéis desaparecerem com urnas, exigirem que as pessoas 
assinassem por pessoas falecidas ou até mesmo votassem várias vezes com documentos 
falsos. Expressões como voto de cabresto, curral eleitoral e bico de pena tinham o 
objetivo de atemorizarem os eleitores e garantirem os votos de interesse. 
 Abaixo uma crítica das fraudes eleitorais da Primeira República. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sem educação não tem voto e sem voto não tem cidadania. Diante desse quadro, 
a alfabetização passou a ser um dos ideais dos movimentos pedagógicos. 
FONTE: AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES... “DE CABRESTO” POR STORNI. Careta, ano 20, n. 974, 19/2/1927 (BN) 
apud LEMOS, Renato (org.). Uma História do Brasil Através da Caricatura. Rio de Janeiro: Editora 
Letras & Expressões, s/d. disponível em HTTP://CASADEHISTORIA.COM.BR/GALERIAS-DE-
IMAGENS/CHARGES/PROXIMAS-ELEICOES-DE-CABRESTO. ACESSO EM 16 JAN. 2016. 
FIGURA 2: VOTO DE CABRESTO 
 
 
 
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 Segundo o relatório apresentado em 1918, por Oscar Thompson, diretor geral 
da Instrução Pública do Estado de São Paulo, ao secretário do Interior, Rodrigo Alves, 
era inegociável a pergunta: “que fazer para educar esses milhares de menores que, 
crescendo analfabetos, constituirão elementos negativos do nosso progresso?” 
(CARVALHO, 2003, p.35). 
 A proposta, na República, tinha como alvo a educação. Era preciso reformar a 
sociedade e um caminho para atingir a reforma era o da educação. 
Entusiasmo pela Educação e Otimismo Pedagógico 
 O alvo constante era sanar todos os problemas e um caminho para esse desafio 
era o investimento na educação. Segundo Nagle (1976): 
[...] São propostas de mudanças no campo educacional, advindas do 
clima de discussão gerado pelo “entusiasmo pela educação” que 
superestimarão o papel da educação no processo de renovação social 
do Brasil. Daí a denominação de “otimismo pedagógico” dado a esse 
ciclo, que teve na reforma realizada em São Paulo, por Sampaio Dória, 
um marco inicial importante (NAGLE, 1976, p. 134). 
 
 Nagle (1976) relata em seu livro Educação e Sociedade na Primeira República, 
que o entusiasmo pela educação é justificado pelas várias reformas ocorridas, durante 
o período que os historiadores denominaram de Primeira República (1889 – 1930), 
também conhecido como República Velha. 
 Várias reformas educacionais foram criadas nesse período e em cada reforma o 
esforço gravado, pelo Governo Federal, para difundir a educação. Foram ao todo 5 
Reformas. A primeira delas ocorreu em 1890 e foi chamada Reforma Benjamin Constant; 
a segunda foi denominada Código Epitácio Pessoa (1901); a terceira foi nomeada de 
Reforma Rivadávia Correa (1911); a quarta designada Reforma Carlos Maximiliano 
(1915); e a quinta de Reforma João Luiz Alves e conhecida por Lei Rocha Vaz (1925). 
 Ainda sobre o entusiasmo pedagógico, segundo Nagle (1976) existe a crença de 
que determinadas formulações doutrinárias sobre a escolarização indicam o caminho 
para a nova formação do homem brasileiro. O combate ao analfabetismo era o lema 
para acabar com a vergonha nacional. Sendo assim, alfabetizar as crianças passou ser 
 
 
 
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FIGURA 3: FACHADA DO 1º GRUPO ESCOLAR DO BRÁS, SÃO PAULO 
meta da agenda política vigente. A criação, dos Grupos Escolares, nasceu no bojo do 
projeto político republicano. 
 Abaixo a imagem do 1º Grupo Escolar em São Paulo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 E junto com o Grupo Escolar foram inseridas profundas mudanças na Política dos 
Governadores que imperou na República Velha. 
 A meta prioritária era consolidar a instrução primária, livre, gratuita e leiga no 
Distrito Federal e em escolas públicas. 
 O otimismo pedagógico se concentrou e seguiu os passos do escolanovismo, 
também chamada de escola ativa ou escola progressista. Os escolanovistas defendiam 
o desenvolvimento da autonomia moral do educando. Seu modelo pedagógico, visando 
a se adequar aos novos tempos e realidades, tinha o aluno como centro. 
 De acordo com Piletti e Piletti (1995) o aluno só aprende de forma mais rápida e 
duradoura quando aprende fazendo. O aluno deixaria de ser ouvinte para ter uma 
participação ativa, faria experimentos, pesquisas, ou melhor, construiria seus próprios 
conhecimentos. O otimismo pedagógico foi responsável por inspirar, mais tarde, o 
Manifesto dos Pioneiros. 
Principais ícones da Escola Nova 
FONTE: SOUZA, 1998, P. 131. 
 
 
 
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 Os principais expoentes da escola nova foram: Anísio Teixeira (1900 – 1971), 
Fernando de Azevedo (1894 – 1974) e Lourenço Filho (1897 – 1970). Os escolanovistas 
intensificavam e contribuíam com o pensamento de Anísio Teixeira que “somente a 
educação e a cultura poderão salvar o homem moderno e que a batalha educacional 
será a grande batalha do dia de amanhã” 2 
 Embora tenha havido expressiva propagação das idéias dos escolanovistas, a 
aplicação dessas práticas ficou restrita somente para alguns lugares. 
 Em 1932 foi publicado o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, assinado 
por 26 intelectuais. Entre eles estavam: Anísio Teixeira e Fernando Azevedo. O 
documento fazia a defesa de uma escola pública, universal, laica, obrigatória e gratuita. 
Uma escola única em oposição à escola dualista e a coeducação (educação conjunta para 
pessoas dos dois sexos). 
 A proposta era de uma escola secundária unitária em três anos. Após esse 
período o jovem (entre os 15 e 18 anos) podia escolher entre a formação acadêmica ou 
a formação profissional. Essa proposta não foi acolhida pela Constituição de 1934. Ainda 
assim, depois de 4 décadas da Proclamação da República, não existia uma escola que 
mantivesse os ideais republicanos. Temiam ainda a força do ensino confessional, cada 
vez mais persistente nas escolas. A defesa era que a verdadeira educação tinha uma 
única vertente, ou seja, a vertente cristã. Com base em Aranha (2006), “a verdadeira 
educação seria aquela baseada em princípios cristãos” (ARANHA, 2006, p. 304). 
 Algumas reformas apareceram na década de 1930 objetivando melhor 
escolarização. 
 Em 1931, pelo Decreto nº 19.851 de 11 de abril, foi criado o Estatuto das 
Universidades Brasileiras3. Em 1934, surgiu a Universidade de São Paulo. A USP foi a 
única Universidade que seguiu as normas estabelecidas pelo Estatuto. Apresentava a 
 
2 Anísio Teixeira - Caetité, 12/07/1900 — RJ, 11/03/1971. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio 
de Janeiro. 
 
3 Decreto nº 19.851 de 11 de abril de 1931. Disponível em 
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-19851-11-abril-1931-505837-
publicacaooriginal-1-pe.html 
 
 
 
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Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. A Constituição de 1934 ditava os desejosdos 
renovadores, dos escolanovistas. O documento garantiu a educação gratuita como 
direito de todos e dever do Estado. Somente no ensino religioso criou um desencontro. 
O ensino religioso era facultativo. 
Anos de chumbo e a educação no Brasil 
 Durante 21 anos (1964 – 1985), os brasileiros viveram o chamado “anos de 
chumbo” 4. Em 1937, a nova Constituição, avaliada como autoritária, não enfatizava o 
poder do Estado como na Constituição de 1934 e limitava a matrícula pela classificação. 
Os alunos somente podiam freqüentar faculdades mediante a aprovação de provas. O 
dualismo que surgiu no ensino favoreceu a camada dos menos favorecidos para o ensino 
profissional. Em 1942, foram implantadas as chamadas Leis Orgânicas de Ensino. Foi na 
vigência do Estado Novo (1937 – 1945), durante a ditadura de Vargas, que o ministro 
Gustavo Capanema assinou as Leis Orgânicas. Entre elas estava a que regulamentava o 
curso de formação dos professores. Aranha (2006) considera que apesar da expansão 
das escolas normais, continuava alto o número de professores leigos, não formados, e 
tal índice aumentou de 1940 em diante. De 1942 1946 foram implantadas as leis e alguns 
decretos. Lei do Ensino Industrial (1942), Ensino Secundário (1942), Ensino Comercial 
(1943), Ensino Primário (1946), Ensino Normal (1946) e a Lei Orgânica do Ensino Agrícola 
(1946). 
 Embora fossem leis que visavam acolher uma pendência na educação, mas será 
que era possível mudar ou transformar a realidade educacional? 
 Em 1946, foi promulgada a nova Constituição. O documento destacava que 
todos tinham direito à educação, gratuidade e obrigatoriedade ao ensino primário. Além 
disso, todas as empresas, com o número de funcionários acima de 100, deveriam manter 
o ensino primário gratuito para os funcionários e para seus filhos. Mas as ideologias 
 
4 Os anos de chumbo foram o período mais repressivo da ditadura militar no Brasil, estendendo-se 
basicamente do fim de 1968, com a edição do AI-5 em dezembro daquele ano, até o final do governo 
Médici, em março de 1974. 
 
 
 
 
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não se encontravam. Os interesses eram diversos. Os defensores da escola pública, em 
defesa da escola, implementou o Manifesto dos Educadores novamente Convocados 5. 
 Na Revista HISTEDBR on-line, encontramos o Manifesto redigido por Fernando 
de Azevedo e publicado por vários órgãos da imprensa no dia 1º de Julho de 1959 e os 
pressupostos da defesa à educação. 
É, pois, num estado de espírito, limpo de paixões e de interêsses, que 
lançamos êsse novo Manifesto ao povo e ao govêrno. Os que 
porventura pensam ou pensarem de maneira diferente, hão de 
reconhecernos, por amor ao princípio de liberdade, que são os 
primeiros a invocar, o direito que nos assiste e temos por um dever 
indeclinável, de apresentar e submeter ao julgamento público os 
nossos pontos de vista sôbre problemas da gravidade e complexidade 
com que se apresentam os da educação (AZEVEDO, 1959). 
 
 Os proprietários das escolas particulares cobiçavam que o Estado deveria 
oferecer oportunidades igualitárias às suas instituições e as estaduais. Com isso, o 
Estado se comprometia com a educação dos que podiam comprovar que não tinham 
recursos financeiros. 
 Muitas reformas e leis vieram. E em 1961 foi criada no Rio Grande do Norte, em 
Natal, a campanha de Alfabetização “De pé no chão também se aprende a ler” de Paulo 
Freire. Como dizia Paulo Freire na apresentação do seu livro De pé no chão também se 
aprende a ler 6, “a cultura, na mão do povo, é a arma na luta pela liberdade”. 
 A partir de 1964, a educação brasileira, igual aos outros segmentos do país, 
suportou o autoritarismo, a falta de diálogo entre os interessados, imposições e ordens 
superiores. Na Primeira República, todas as discussões voltadas à educação não foram 
suficientes para que ainda persistisse o dualismo escolar e a falta de cuidados com o 
ensino fundamental. Contudo, Aranha (2006) destaca que a oferta de escolarização foi 
ampliada “e 1936 a 1951 o número de escolas primárias dobrou e o de secundárias 
quase quadriplicou” (ARANHA, 2006, p. 309). E a autora continua informando que nas 
escolas técnicas foi crescente o número de escolas e alunos. “Em 1933 havia 133 escolas 
 
5 Manifesto dos Educadores novamente Convocados. Disponível em Revista HISTEDBR On-line, Campinas, 
n. especial, p.205–220, ago2006 - ISSN: 1676-2584 e 
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/22e/doc2_22e.pdf. Acesso em jan. 2016. 
6 Disponível em: http://www.dhnet.org.br/moacyr/a_pdf/tese_willington_unicamp_1981.pdf. Acesso 
em jan. 2016. 
 
 
 
 
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de ensino técnico Industrial, em 1945 o número aumentou para 1.368 e o número de 
alunos, quase 15 mil em 1933, ultrapassou então 65 mil” (ibid). 
 Foi também nesse período, em 1964, com o golpe militar, que os estudantes se 
adaptaram a novas posturas. Desde o comportamento até a aquisição de novos 
conhecimentos. As escolas sofreram o controle da ditadura. 
 Para bem compreender a proposta, Piletti e Piletti (1995) concordam quando 
explicitam que escolas foram invadidas pela polícia, professores e alunos foram presos 
e exilados. As escolas ficaram sob o controle do Serviço Nacional de Informações (SNI). 
A UNE (União Nacional de Estudantes) foi substituída pelo Diretório Nacional de 
Estudantes. Os estudantes evitavam as reuniões e as reivindicações por trabalho e 
melhores condições de ensino. No dia 13 de dezembro de 1968 o país é acometido pelo 
Ato Inconstitucional nº 5 (AI 5), o qual concedia plenos e amplos poderes ao Presidente 
para fechar o Congresso, cassar mandatos, suspender direitos políticos. Em 1969, pelo 
Decreto nº 477 de 26 de fevereiro, alunos, professores e funcionários foram proibidos 
de qualquer manifestação de caráter político. As escolas passaram a ter um professor 
de confiança ministrando a disciplina Educação Moral e Cívica. E prosseguindo os 
estudos, os alunos eram submetidos à mesma disciplina, porém a denominação era 
Organização Social e Política Brasileira (OSPB) e no curso superior a disciplina recebia o 
nome de Estudos de Problemas Brasileiros (EPB). 
No Brasil a tendência pedagógica, introduzida no período da ditadura militar, foi 
o tecnicismo. A concepção pedagógica tecnicista era pensada a partir da necessidade 
que a Revolução Industrial proporcionou, ou seja, segundo Silva (1999) pensar a escola 
a luz da organização fabril. O trabalho com os alunos, portanto, passa ser fragmentado, 
isolado, memorizado e disciplinar. 
A vitória de Tancredo nas eleições indiretas em 15 de janeiro de 1985 marcou o 
fim de mais de vinte anos de regime militar no Brasil. Em 1988, de acordo com Piletti e 
Piletti (1995) entre os dispositivos educacionais da nova Constituição estavam: 
educação como direito de todos e dever do Estado e família; os princípios de igualdade, 
liberdade, pluralismo, gratuidade, valorização do educador, gestão democrática, 
qualidade, dos deveres do Estado, gratuidade e obrigatoriedade progressistas, 
atendimento aos deficientes e às crianças de zero a seis anos e entre outros aspectos 
que favoreciam o avanço democrático da sociedade e da escola. 
 
 
 
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LDB (Lei de Diretrizes e Bases) de 20 de dezembro de 1996 
Em 20 de dezembro de 1996 foi aprovada a atual Lei de Diretrizes e Bases – LDB 
9394/96 ou Lei de Darcy Ribeiro. A LDB 9394/96 representou um expressivo marco na 
história da educação brasileira. O seu teor social possibilitou que a educação fosse 
considerada e normatizada. Aguiar(2003) fundamenta o teor social da Lei, no Art 2, a 
qual tratava a respeito do desenvolvimento e das potencialidades do educando na qualidade 
de “elemento de auto-realização bem como da qualificação e da habilitação para o trabalho 
e do preparo para o exercício da cidadania plena” (AGUIAR, 2003, p. 31). 
Grandes intelectuais em toda a trajetória da educação desde a Antiguidade até 
a Idade Contemporânea valorizaram e valorizam a educação com seus projetos 
educacionais. Várias teorias de aprendizagem e concepções foram instauradas e 
seguidas e muitos são fieis a elas até hoje. 
O Positivismo, as teorias crítico-reprodutivistas, as progressistas, as 
construtivistas enfim, não é um determinado sistema filosófico ou escola filosófica que 
produz um paradigma ideal de educação para uma determinada sociedade. 
O princípio aqui consiste em introduzir na relação as dificuldades e o perigo de 
afirmar, mediante as estatísticas, que a maior parte das crianças brasileiras que estão 
frequentando a escola, tenham ensino de qualidade e acesso a universidades 
renomadas. Ledo engano! 
Segundo PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil ainda tem 13 milhões de analfabetos com 
15 anos ou mais. Em 2013, o Brasil registrou 13 milhões de analfabetos com 15 anos ou 
mais - contingente de pessoas que supera a população da cidade de São Paulo (11,8 
milhões) e representa 8,3% do total de habitantes do país 7. E a edição do dia 
21/07/2015 confirma a estatística do Brasil em relação ao analfabetismo. E acrescenta 
que os analfabetos funcionais, ou seja, indivíduos que não tem competência para 
 
7 Reportagem divulgada em Do UOL Educação de 18/09/2014. Disponível em: 
http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/09/18/brasil-ainda-tem-13-milhoes-de-analfabetos-com-15-
anos-ou-mais.htm. Acesso em jan. 2016. 
 
 
 
 
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compreender textos simples e não conseguem resolver cálculos matemáticos, ou 
melhor, os que conhecem letras e números, somam 27% 8. 
 Mas e a universalização do ensino? E os índices qualitativos? 
 Podemos compreender com base em Saviani (2002) a relação entre 
universalização e indicadores qualitativos. 
 Universalizar significa não apenas garantir o acesso, mas também a 
conclusão. Só acontece isso quando todos não só ingressaram, mas 
também concluíram. Quando o MEC concluiu que o acesso tinha sido 
universalizado, decidiu que precisava universalizar a conclusão. Mas 
como fazer isso sem precisar investir muito? Aí vêm esses mecanismos 
todos de promoção automática, maquiagem estatística, os ciclos [...] 
A questão passa ser segurar as crianças nas escolas para ostentar 
índices estatísticos que preencham os critérios do Banco Mundial para 
se obter financiamentos (SAVIANI, 2002, p. 5). 
 A função social da escola e o seu potencial transformador coadunam com os 
interesses dos educadores, educandos e sociedade. Não podemos, portanto, eximir o 
nosso compromisso enquanto cidadão. As soluções não aparecerão isoladas. É possível 
sim, encontrarmos respostas e esclarecimentos para alguns desafios, se as esferas 
educacionais conciliarem seus objetivos. 
Rousseau (1712 – 1778) com uma clareza ímpar descreve esse momento: 
Moldam-se as plantas pela cultura, e os homens pela educação. Nascemos 
fracos, precisamos de força; nascemos carentes de tudo, precisamos de 
assistência; nascemos estúpidos, precisamos de juízo. Tudo o que não 
temos ao nascer e de que precisamos quando grandes nos é dado pela 
educação (ROUSSEAU, 1995, p. 8). 
 
Universalizar sim! Mas universalizar com qualidade, seria condição sine qua non 
para alcançarmos o desejo. Desejo o qual já foi o responsável pela criação de leis, 
reformas e decretos, criados por meio de discussões, conflitos, lutas e embates. Desejo 
de todos os cidadãos terem acesso, efetivamente, a uma sociedade justa, igualitária e 
democrática. 
 
8 Reportagem divulgada em G1 de 21/07/2015. Disponível em http://g1.globo.com/profissao-
reporter/noticia/2015/07/brasil-tem-13-milhoes-de-analfabetos.html . Acesso em jan. 2016.

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