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Descartes e a Questão do Método

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Filosofia: Razão e Modernidade| Hernane Velozo 
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS 
Instituto de Ciências Exatas e Informática – ICEI 
 
Curso: Engenharia de Computação 2º/2023 
Disciplina: Filosofia: Razão e Modernidade 
Professor: Dr. José Newton Tomazzoni Tavares 
Aluno: Hernane Velozo Rosa 
 
 
DESCARTES E A QUESTÃO DO MÉTODO 
É sabido que a dúvida metódica, um processo de questionamento radical de todas 
as crenças com o intuito de encontrar um fundamento seguro para o conhecimento e, 
inicialmente, Descartes dúvida dos sentidos, que podem ser enganosos, assim como da 
memória, suscetível desde a falhas ou até mesmo das provas determinísticas, que podem 
revelar-se meras ilusões. 
A dúvida cartesiana prevalece a partir de quando Descartes questiona sua própria 
existência. É nesse momento que ele percebe que, mesmo na mais remota hipótese de 
tudo ser falso, sua existência é indubitável, pois, para duvidar seria preciso, a priori, 
existir. A partir disso, Descartes formula o famoso cogito ergo sum, ou seja, "penso, logo 
existo". Tal afirmação é considerada o alicerce da filosofia cartesiana. 
Embora o argumento do cogito desempenha um papel fundamental no 
estabelecimento da Modernidade, uma vez que representa uma ruptura com o pensamento 
medieval. Contudo, na Idade Média, o conhecimento estava enraizado na fé e na 
autoridade da Igreja, enquanto Descartes advoga que o conhecimento deve ter como 
fundamento a razão. Além disso, o argumento do cogito marca uma mudança de 
perspectiva significativa. Ainda na Idade Média, o foco estava no conhecimento do 
mundo exterior, enquanto Descartes redireciona a atenção para o sujeito pensante. 
Portanto, a partir do cogito, Descartes desenvolve um sistema filosófico que 
fundamenta o conhecimento científico, demonstrando não apenas a existência de Deus, 
mas também a distinção entre alma e corpo. Como consequência desse argumento, 
algumas das principais implicações para o estabelecimento da Modernidade podem ser 
identificadas, tais como: O sujeito pensante emerge como ponto de partida do 
conhecimento, enfatizando que a única certeza incontestável é a existência do sujeito 
pensante, que serve como base do conhecimento em oposição ao mundo exterior; a razão 
é elevada como o único meio legítimo de obtenção de conhecimento, em contraste com a 
Filosofia: Razão e Modernidade| Hernane Velozo 
fé, autoridade ou tradição; O mundo exterior não é negado, mas é considerado objeto de 
conhecimento, dependente da percepção do sujeito pensante. 
Por fim, o argumento do cogito de Descartes, ao estabelecer o sujeito pensante 
como o ponto de partida indubitável do conhecimento, marcou uma mudança 
fundamental na filosofia moderna, afirmando a primazia da razão sobre a fé e 
redirecionando o foco do mundo exterior para o mundo interior do sujeito, como podemos 
observar, bem como as suas implicações continuam a contrastam na filosofia 
contemporânea, onde destaca-se a importância do argumento na história do pensamento 
humano.

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