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EDUCAÇÃO DO CAMPO Prof. Me. Rui Bragado Sousa UNIDADE I – CONTEXTO HISTÓRICO, SOCIOLÓGICO E POLÍTICO DO CAMPO Conteúdos temáticos: 1) A Revolução Industrial e a Escola no campo. 2) O camponês e o coronel no Brasil. 3) Sociologia rural. O CONCEITO DE EDUCAÇÃO NO CAMPO Marlene Sapelli (2013) destaca algumas características da “Educação do Campo”: ela não é para nem apenas com, mas dos camponeses; é pressão coletiva por políticas públicas; combina luta pela educação com outras lutas, como: luta pela terra, pela Reforma Agrária, pelo direito ao trabalho etc. De acordo com Luís Bezerra Neto (2010, p. 152), se entendermos que o processo educacional deve ocorrer no local em que as pessoas residem, devemos falar de uma educação no campo e, aí, não haveria a necessidade de pensarmos em uma educação específica para o campo. A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A ESCOLA DO CAMPO Definição do conceito. Qual a relação entre a Revolução Industrial e o campo? Raymond Williams: o campo, a cidade e a idealização do industrialismo. A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A ESCOLA DO CAMPO “A canção da terra, a canção do trabalho rural, a canção do amor por tantas formas de vida com as quais todos nós partilhamos nosso universo físico, é importante demais, comovente demais, para que abramos mão dela sem resistência, numa traição odiosa, e a entreguemos à arrogância dos inimigos de todas as formas significativas e concretas de independência e renovação” (WILLIAMS, 1989, p. 365). OS “TRATADOS PEDAGÓGICOS”, DE JOHANN CHRISTIAN BRANDES (1735-1799) “A aparência exterior do prédio da escola não diferia muito da de um estábulo. Havia sujeira na entrada e lá dentro o espaço era apertado. A sala de aula era a única da casa; na verdade, era bastante espaçosa: mas sempre ficava pequena para tudo o que deveria caber lá dentro. Quando entramos, deparamo-nos com um bafo desagradável, que por um momento dificultou bastante nossa respiração. A primeira coisa que avistamos foi um galo e mais adiante duas galinhas e um cachorro. Junto à lareira havia uma cama, sobre a qual se encontravam uma roda de fiar, um pão e todo tipo de peças de roupa rasgada. Imediatamente ao lado da cama havia um berço; ao lado dele, estava sentada a dona da casa, acalmando a criança, que berrava. [...]” (apud BENJAMIN, 2013, pp. 102-103). OS “TRATADOS PEDAGÓGICOS”, DE JOHANN CHRISTIAN BRANDES (1735-1799) “[...] Tivemos de ficar de pé porque não havia mais lugar para sentar. Na ponta da mesa escolar, avistamos o professor. Ele estava mesmo ocupado em passar a lição para as crianças, com o chicote na mão. À nossa chegada ele se deteve, pediu para que não se interrompesse, mas prosseguisse com a sua aula ordenadamente. Ele fez isso e pediu que seus alunos maiores recitassem algo que haviam aprendido de cor, do que inicialmente não conseguimos entender quase nada, pois a criança de colo continuava a berrar e o galo que, à nossa entrada, havia se retirado para um canto do recinto, cantava a partir dali com tal volume de voz que nossas orelhas vibravam” (apud BENJAMIN, 2013, pp. 102-103).
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