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Disfunção respiratória Nas doenças respiratórias: ● 50% dos atendimentos ambulatoriais ● 12% destes são por pneumonias. Taxas de mortalidade - 17/1000 no Brasil - 12/1000 no RS As doenças do aparelho respiratório são: - Principal causa de doença na população pediátrica; - 5ª causa de morte no Brasil em <5 anos; - Principal indicação para uso de ATB; - Virais e bacterianas; - Elevada prevalência Classificação Acima da Epiglote - Resfriado, Otites, Sinusites, Faringites, Amigdalites - Frequentemente são virais de curso benigno - Amigdalites bacterianas: Streptococcus beta - hemolíticos do grupo A Abaixo da Epiglote - Epiglotite, Laringites - Bronquiolite, Pneumonia Infecções Respiratórias Aguda O controle da IRA é uma prioridade mundial, fazendo parte das cinco Ações Básicas de Saúde preconizadas pela OMS/OPS e reunidas em uma ação ampla que é a Atenção Integrada às Doenças Prevalentes da Infância (AIDPI). Frequência respiratória normal em crianças 0 - 2 meses Até 60 mrm 2 - 11 meses Até 50 mrm 12 m - 5 anos Até 40 mrm 6 anos - 8 anos Até 30 mrm Acima de 8 anos Até 20 mrm Síndrome do bebê chiador Em atendimentos, por volta de 30% das crianças apresentam pelo menos uma vez o quadro clínico de “chiado no peito”. - Sibilos são sons causados por passagem de ar em grande velocidade por vias respiratórias parcialmente ocluídas, causando vibração das paredes brônquicas. Som de apito. - “Bebê chiador”: lactente que apresenta três episódios de sibilância num período de dois meses. Árvore respiratória em <2 anos. - Menor calibre de vias aéreas periféricas e hipersecreção; - Menor ramificação brônquica; - Menor número de alvéolos: determinam a polipneia fisiológica; - Palato mole maior; - Outros. Exame físico - Analisar aparência geral, dificuldade de respirar - Batimento de asa do nariz, tiragem intercostal - Analisar sinais vitais - Tosse, secreção ou obstrução nasal - Características da inspiração e expiração, profundidade, ritmo, simetria, ruídos adventícios (estridor, sibilância, gemido, rouquidão) - Atentar-se a cianose, palidez, sudorese, esforço respiratório Observações - Crianças pequenas que tomam mamadeira deitadas correm maior risco de otite média, devido a anatomia dos seios paranasais - Se a sinusite/sintomas respiratórios durar +10 dias ou ter agravamento ao invés de melhora, a causa é bacteriana. Febre mais alta (>39ºC) auxilia no diagnóstico. - A chance de crianças pequenas, até 1-2 anos, possuírem sinusite é menor, pois os seios paranasais estão pouco desenvolvidos, sendo mais provável rinite. - Toda gestante precisa tomar a vacina DTPA, pois é a principal transmissora de coqueluche para criança. Deve tomar a vacina toda vez que engravidar. Asma Doença crônica mais comum da infância, afetando 14% das crianças em todo o mundo. - Pico de incidência antes dos 5 anos de idade. Mais frequente nos meninos. - Há períodos de exacerbação dos sintomas agudos, podendo ser de início rápido ou gradativo e que podem levar ao óbito na ausência de tratamento eficaz. - Asmáticos estão mais propensos a infecções secundárias - Deve-se descobrir desencadeantes (poeira, emoções fortes, alimentos, clima) Manifestações clínicas - Sibilância - Dispneia - Aperto no peito - Tosse noturna ao despertar Os episódios são recorrentes. Tratamento - Controlar os sintomas e prevenir limitação crônica de fluxo aéreo; - Permitir atividades normais, minimizando efeitos adversos; - Manter a função pulmonar normal ou a melhor possível; - Evitar crises, idas à emergências e hospitalizações; - Reduzir a necessidade de uso de broncodilatador; - Prevenir a morte. Cuidados - Orientações sobre controle de fatores de risco de asma; - Durante a internação, orientar sobre como utilizar a “bombinha” e o espaçador Pectus Carinatum A deformidade está associada à obstrução crônica das vias aéreas. Conhecido popularmente como “peito de pombo”. Medicamentos utilizados ● Broncodilatadores de curta ação – Alívio (salbutamol, terbutalina e o fenoterol) ● Broncodilatadores anticolinérgicos – brometo de ipratrópio Tratamento preventivo: ● Corticoesteróides inalatórios – oferecem melhor relação custo/benefício para o controle da asma ● Esteróides orais (corticóides sistêmicos) - prednisolona ● Importante educação em saúde ● Inalação de broncodilatadores é a medida inicial ● Nebulização com oxigênio deve ser feita em casos de hipoxemia. (Não utilizar água destilada pois pode causar broncoespasmo) Gravidade - asma aguda Parâmetros Leve Moderada Grave Dispneia leve dificuldade em deitar ou alimentar não consegue deitar e/ou alimentar Fala/choro conclui sentenças conclui frases, choro entrecortado Apenas palavras, choro entrecortado Consciência Pode estar agitada Agitada Agitada, confusa Musculatura acessória Não possui, ou tiragem intercostal leve tiragem intercostal moderada, batimentos asa do nariz movimento toraco abdominal paradoxal Frequência respiratória Normal ou levemente aumentada Aumentada Bem aumentada Frequência cardíaca <100 100-120 >120 Ausculta sibilos tele expiratórios sibilos altos expiratórios sibilos altos e respiratórios, pobre entrada de ar Pneumonias - É uma das causas mais frequentes de hospitalização - 9 milhões de crianças < 5 anos morrem por pneumonia - Relação com países de baixa e média renda. - A febre é frequente na maioria dos casos - Dor abdominal, muscular e no pescoço são sintomas de pneumonia, especialmente quando há comprometimento pleural. - Na pneumonia viral, a febre é <38.5ºC, na ausculta pulmonar há presença de sibilos, crepitações difusas. - Na pneumonia bacteriana a febre é >38.5ºC, podendo ter ausculta normal em 30% dos casos, crepitações localizadas e broncofonia. - Se a criança não está respondendo ao tratamento convencional, ela possui pneumonia atípica (causada por outros agentes patológicos) Fatores de risco - Sexo masculino. - Idade menores de 1 ano (<6 meses) - Renda familiar; - Educação dos pais (+ mães) - Vacinação deficiente (Sarampo, coqueluche, H. influenza, H1N1) - Poluição atmosférica - Poluição intradomiciliar (ex: fumo) - Aglomeração - Baixo peso ao nascer (7x) - Desnutrição (20x) - Desmame precoce (1,5 a 4x) Patogenia Alteração dos mecanismos de defesa torna parênquima pulmonar suscetível à invasão bacteriana. Viroses, narcose, frio, exposição a gases irritantes, alterações na consistência do muco bronquial, drogas e doenças imunossupressoras Bactérias entram pelas vias aéreas, localizando-se nos bronquíolos e alvéolos. Germes em bronquíolos e alvéolos causam lesão da mucosa respiratória, descamação, exsudação alveolar e brônquica. Evolução: - Processo localizado (pneumonia lobar), se estender (broncopneumonia); - Via linfática - atingir a pleura - Grau da extensão e gravidade depende do nº, virulência do agente e defesa pulmonar Etiologia 3m - 5a ● Inicia-se por uma infecção de etiologia viral ● Compromete os mecanismos de defesa ● As bactérias são da flora normal de VAS - Streptococcus pneumoniae - Haemophilus influenzae - Staphylococcus aureus (<2 anos) - Vírus sincicial respiratório - Outros agentes virais >5 anos O diagnóstico etiológico é difícil, e o tratamento inicial é empírico, baseado em: • estudos clínicos e bacteriológicos • idade do paciente • estado imunológico • local de aquisição da pneumonia - Streptococcus pneumoniae - Mycoplasma pneumoniae - Chlamydia pneumoniae Quadro clínico em lactantes Quadro inicial de infecção de VAS Sinais e sintomas: •Tosse, febre •Taquipnéia, dispnéia •Tiragem intercostal ou subcostal •Batimentos de asas de nariz Febre - Alta de intensidade variável - Gemente e taquicárdico - Aparentando patologia cardiopulmonar mais grave - Normalizar a temperatura antes de uma avaliação Tosse - Seca, produtiva, espasmódica. Falta de ar - Associada a broncoespasmo (asma) - Em lactente obstrução nasal (dispnéia) Sinais e sintomas de gravidade • Prostração • Cianose • Palidez • Toxemia • Tiragem intercostal • Tiragem diafragmática Outros sinaise sintomas Digestivos •Diarréia, desidratação • Distensão abdominal • Constipação e aerofagia •Distensão abdominal e/ou vômitos • Anorexia SNC •Febre e irritabilidade •Rigidez de nuca •Crise convulsiva Pré escolares e escolares • Cefaléia, mal-estar e calafrios • Semelhante à do adulto: dor no tórax e febre • Se estende à pleura: dor à tosse ou inspiração profunda. • Dor abdominal no lobo inferior direito • Fenômenos comuns aos lactentes: Tosse, febre, dispnéia, toxemia, etc. Exame físico A FR é o sinal mais simples para suspeitar-se do diagnóstico de pneumonia • FR>60/min em crianças < de 2 m • FR>50/min em crianças de 2 a 12 m • FR >40/min em crianças de 1 a 5 anos Exame físico em lactentes •Baseia-se mais nas alterações funcionais (febre, tosse, dispnéia taquicardia) que na ausculta: a ausculta e a percussão podem não contribuir • O MV está presente e/ou diminuído. Baseia-se mais nas alterações ÿuncionais (ÿebre, tosse, dispnéia taquicardia) que na ausculta: a ausculta e a percussão podem não contribuir • O MV está presente e/ou diminuído. • MV ruidoso no lado normal e estertores crepitantes ou subcrepitantes MV ruidoso no lado normal e estertores crepitantes ou subcrepitantes Observações: - O tratamento ambulatorial da pneumonia bacteriana é a amoxicilina. Em internados é utilizado antibiótico endovenosos. - Pneumonia de aspiração é mais comum em crianças com alguma alteração neurológica (patológica ou pós anestésica) e com alterações musculares, disfagia. Sinais e sintomas associados com a infecção nas vias aéreas em lactentes e em crianças pequenas - Febre - Alimentação inadequada e inapetência - Vômitos - Diarreia - Dor abdominal - Obstrução nasal - Secreção nasal - Tosse - Ruídos respiratórios - Dor de garganta - Meningismo
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