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ASSISTÊNCIADE ENFERMAGEMAO CLIENTE COM DISTÚRBIO DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO Profª. Ms. Thalyta Martins Colaboração: Profª. Luana Vieira Toledo Curso de Enfermagem Disciplina: IENF 317 - Enfermagem em UTI Coleta de Sangue Arterial COLETA DE SANGUE ARTERIAL ColetaArterial Direta Coleta por uma Linha Arterial (PAI) COLETA DE SANGUE ARTERIAL ✓Seringa de 3 ou 5ml heparinizada (descartar todo o excesso); ✓Agulha 13x4,5 ou 25x6 – 25x7; ✓Preferir artéria radial - Realizar Teste de Allen antes da punção – avaliar a circulação da artéria ulnar; ✓Esperar pelo menos 15min para coletar a amostra após a realização de aspirações e manobras fisioterápicas. Atentar-se para a quantidade de Heparina na seringa. Ela é ácida e pode afetar os valores. Recomenda-se 0,1ml de heparina para 2ml de sangue. ✓Palpar o pulso radial em toda sua extensão para determinar o “caminho” da artéria; ✓Realizar antissepsiada pele com álcool 70%; ✓Após a retiradada agulha, comprimir continuamente por 5 minutos; ✓Não interromper a compressão direta para verificar se há sangramento. ✓Realizar curativo após a compressão. COLETA DE SANGUE ARTERIAL KNOBEL, 2006. ✓Aspirar o sangue apenas quando não houver pressão sanguínea suficiente para a coleta passiva (pois favorece o acúmulo de ar na amostra); ✓Retirar bolhas de ar da seringa e garantir a sua vedação após a coleta (Amostra deve manter-se em anaerobiose); ✓Rotacionar suavemente a seringa para garantir o efeito anticoagulante em toda a amostra e redução da sedimentação; ✓Ângulo 45º artéria radial e 90º artéria femoral. COLETA DE SANGUE ARTERIAL COLETA DE SANGUE ARTERIAL ✓Analisar a amostra em Tº ambiente em 10 a 15 min. ✓Se a amostra for armazenada em gelo pode ser analisada em até 1h; ✓Se for cateter colhida arterial amostra de retirar 2ml de sangue previamente à coleta e descartar. PORTO,ALBUQUERQUE E FERREIRA, 2011 GASOMETRIA ARTERIAL ➢ Análise dos gases arteriais indicada para a identificação das alterações do equilíbrio acidobásico, da oxigenação e da ventilação pulmonar. ➢ Nesse exame, são verificados os valores de potencial de hidrogênio (pH), da pressão parcial de gás carbônico (PaCO2 ), da pressão parcial de oxigênio (PaO2 ), da base bicarbonato (HCO3 ) e da saturação da oxi-hemoglobina (SaO2). (Silva, Oliveira, Silva et al, 2022) MEDIDA DO PH NO SANGUE O pH é uma medida de concentração do íon hidrogênio no sangue (acidez ou a alcalinidade) Um pH normal é de 7,35 a 7,45. À medida que os íons hidrogênio se acumulam, o pH cai: acidemia (sangue muito ácido). A acidose refere-se ao processo que causou a acidemia. Uma diminuição nos íons hidrogênio resulta em elevação do pH: alcalemia (sangue muito alcalino). Alcalose refere-se ao processo que causa a alcalemia MEDIDA DE DIÓXIDO DE CARBONO NO SANGUE A eliminação do dióxido de carbono do organismo é uma das principais funções dos pulmões Hipoventilação: CO2 e o valor da PaCO2 aumenta acima do limite superior de 45 mmHg. Também pode ocorrer por depressão do centro respiratório ou se frequência respiratória é insuficiente para manter as concentrações normais de CO2. Acidose Respiratória Hiperventilação: CO2 é eliminado do organismo, e o valor da PaCO2 diminui abaixo do limite inferior de 35 mmHg. Alcalose Respiratória MEDIDA DE DIÓXIDO DE CARBONO NO SANGUE PaCO2 - pressão ou tensão exercida pelo gás dióxido de carbono (CO2) dissolvido no sangue arterial. O CO2 é o subproduto natural do metabolismo celular. Os níveis de dióxido de carbono são regulados principalmente pela função ventilatória do pulmão. A PaCO2 normal é de 35 a 45 mmHg. Na interpretação da GA, a PaCO2 é creditada como sendo um “ácido”. MEDIDA DO OXIGÊNIO NO SANGUE PaO2 - pressão ou tensão exercida pelo gás Oxigênio (O2) dissolvido no sangue arterial (3%) O nível normal de PaO2 é de 80 a 100 mmHg Os 97% restantes estão ligados à hemoglobina nas hemácias (SaO2 – a maior parte é fornecida aos tecidos. O nível normal de SaO2 é > 95% MEDIDA DO BICARBONATO NO SANGUE O bicarbonato (HCO3), a principal base encontrada no sangue, ajuda o organismo a regular o pH por causa de sua capacidade de aceitar um íon hidrogênio (H+). A concentração de bicarbonato é regulada pelos rins e referida como um processo de regulação metabólico. O nível normal de bicarbonato é de 22 a 26 mEq/L. O bicarbonato pode ser creditado como uma “base” (alcalino). MEDIDA DO BICARBONATO NO SANGUE Nível de bicarbonato abaixo de 22 mEq/L: acidose metabólica. Nível de bicarbonato de 26 mEq/L: alcalose metabólica ganho de substâncias básicas (alcalinas) ou de uma perda de ácidos metabólicos. perda de substâncias básicas (alcalinas) ou de um ganho de ácidos metabólicos. GASOMETRIA ARTERIAL (Silva, Oliveira, Silva et al, 2022) Parâmetro Valor de Referência PaO₂ 80 a 100mmHg SaO₂ > 95% pH 7,35 - 7,45 (7,40 média) PaCO₂ 35 a 45mmHg HCO₃ 22 a 26 mEq/L BE -2 a +2 EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE... HCO₃ CO₂ INTERPRETAÇÃO DA GASOMETRIA ARTERIAL Acidemia pH < 7,35 Alcalemia pH > 7,45 RESPIRATÓRIO METABÓLICO PaCO₂ Acidose Respiratória PaCO₂ Alcalose Respiratória HCO₃ Acidose Metabólica HCO₃ Alcalose Metabólica PORTO,ALBUQUERQUE E FERREIRA, 2011 CO₂ = ácido HCO ₃ = base Interpretação da GasometriaArterial Acidose Respiratória: (PaCO₂ > 45 mmHg) Depressão do SNC, Pneumotórax, Hipoventilação (Obstrução Brônquica e atelectasia, Edema Pulmonar). Alcalose Respiratória: (PaCO₂ < 35 mmHg) Hiperventilação (Ansiedade e nervosismo, Medo, Dor, Febre). Acidose Metabólica: HCO₃ <22mEq/L: insuficiência renal, cetoacidose; perda de base (diarreia) Alcalose Metabólica: HCO₃ >26mEq/L: Ganho de base (uso excessivo de bicarbonato, ingestão excessiva de antiácidos); Perda de ácidos (vômitos). MORTON, 2011 Interpretação da GasometriaArterial 1º Avaliar oxigenação (PaO₂ e SaO₂) Qual valor? Normal ou hipoxemia? 2º Avaliar o pH. Qual valor? Normal? Acidemia? Alcalemia? → Descobrir o que está alterando o pH (CO₂ ou HCO₃) 3º Avaliar PaCO₂ - Se alterado, indica distúrbio respiratório. O valor tem relação com a mudança do pH? 4º Avaliar HCO₃ - Se alterado, indica distúrbio metabólico. O valor tem relação com a mudança do pH? MORTON, 2011 EXERCITANDO... • Sr. LSL 75 anos, internou com quadro de IRpA, sendo Ventilado Mecanicamente, apresentando após dois dias, quadro de tosse produtiva, secreção amarelada e febre. Analise os dados da Gasometria Arterial obtidos no primeiro dia de internação. PaO₂= 78mmHg; SaO₂= 96% pH= 7,30; PaCO₂= 75 mmHg; HCO₃= 22 mEq/L; BE= +1,0. ACIDOSE RESPIRATÓRIA (retenção do CO₂) EXERCITANDO... idoso• Paciente torácico há chega 3 horas. ao CC após traumatismo No local do acidente foi encontrado lúcido, hipocorado e com sinais de choque hipovolêmico. Foi reposto rapidamente com solução fisiológica, albumina humana e bicarbonato de sódio. Interprete o resultado da gasometria arterial. • PaO₂= 90 mmHg • SaO ₂= 98% • pH= 7,55; • PaCO₂= 35 mmHg; • HCO₃= 32 mEq/L; • BE= +4,0. ALCALOSE METABÓLICA (excesso de bicarbonato) Interpretação da GasometriaArterial • Diante de um paciente com uma alcalemia ou acidemia é importante detectar se o organismo tentou compensar essa alteração. Problema de Origem Respiratória Os rins trabalharão para corrigir (até 1 dia) Problema de Origem Metabólica (Renal) Os pulmões tentarão corrigir (5 a 15 min.) Nunca há correção em excesso, ou seja, um paciente em acidose respiratória não ficará em alcalose metabólica devido a correção. PORTO,ALBUQUERQUE E FERREIRA, 2011 MORTON, 2011. Secreção de H+ Reabsorção de HCO₃ Profundidade e Fr. Respiratória Análise da Amostra Ácido <7,35 COMPENSAÇÃO 7,40 7,38 Normal tendendo para acidemia 7,44 Normal tendendo para alcalemia Básico >7,45 Alcalose Descompensada Acidose Descompensada Parâmetro Valor de Referência PaO₂ 80 a 100mmHgSaO₂ > 95% pH 7,35-7,45 (7,40 média) PaCO₂ 35 a 45mmHg HCO₃ 22 a 26 mEq/L BE -2 a +2 SILVA,AMÊNDOLA& SILVA, 2016 Interpretação da GasometriaArterial Gasometria Descompensada Gasometria Parcialmente Compensada • pH anormal; • pH anormal; • Distúrbio de base (Resp. ou Metabólico); • Distúrbio de base (Resp. ou Metabólico); • Ausência de tentativa de compensação (o sistema oposto não alterou); • Tentativa de compensação do sistema oposto (alterou para compensar – mas não corrigiu o pH); Gasometria Totalmente Compensada • pH normal; • Distúrbio de base (Resp. ou Metabólico); • Compensação do oposto e sistema (alterou conseguiu normalizar o pH – equilíbrio); MORTON, 2011 Interpretação da GasometriaArterial 1º Avaliar oxigenação (PaO₂ e SaO₂) Qual valor? Normal ou hipoxemia? 2º Avaliar o pH. Qual valor? Normal? Acidemia? Alcalemia? 3º Avaliar PaCO₂ - Se alterado, indica distúrbio respiratório. O valor tem relação com a mudança do pH? 4º Avaliar HCO₃ - Se alterado, indica distúrbio metabólico. O valor tem relação com a mudança do pH? 5º No caso de pH normal – avaliar se existe compensação. Observar qual a alteração que tem relação direta com a mudança do pH (causa primária), a outra alteração será classificada como compensação. 6º Avaliar se existe distúrbio misto - presença de duas alterações diretamente relacionadas com o pH [pH 7,20 (ácido), PaCO₂ 55 (acidose respiratória) e HCO₃16(acidose metabólica)] MORTON, 2011 Exercitando... PaO₂ = 85mmHg; SaO₂ = 96% pH= 7,39; PaCO₂= 55 mmHg; HCO3= 32 mEq/L; BE= +4,0. ACIDOSE RESPIRATÓRIA TOTALMENTE COMPENSADA POR ALCALOSE METABÓLICA Sr. JKM 70 anos, internou com quadro de Pneumonia, sendo Ventilado Mecanicamente. Hoje D4 de VM observada uma melhora no padrão de respiração e solicitada nova amostra de gasometria. Interprete o resultado. Exercitando... • Paciente em pós-operatório de cirurgia cardíaca desenvolveu insuficiência renal aguda. Está dependente de hemodiálise em dias alternados.Analise a última gasometria arterial: • PaO ₂= 95mmHg; • SaO ₂ = 95% • pH= 7,34; • PaCO₂= 30 mmHg; • HCO₃= 12mEq/L; • BE= -6,0. ACIDOSE METABÓLICA PARCIALMENTE COMPENSADA POR ALCALOSE RESPIRATÓRIA Interpretação da GasometriaArterial Alcalose Respiratória e Metabólica • pH > 7,45 (acalemia) • PaCO₂ < 35 (“ácido”) • HCO₃ < 22 (“base”) Distúrbios Mistos Acidose Respiratória e Metabólica • pH < 7,35 (acidemia) • PaCO₂ > 45 (“ácido”) • HCO₃ < 22 (“base”) MORTON, 2011 Exercitando... • Paciente de 33 anos está no CTI com quadro de choque séptico de foco abdominal e insuficiência renal aguda (IRA). Sendo prescrito uso de DVA - noradrenalina 30ml/h, reposição de volume (3500ml) e suporte respiratório com VM. Interprete o resultado da gasometria arterial. • PaO₂= 79 mmHg • SaO₂= 90% • pH= 7,28 • PaCO₂= 63 mmHg • HCO₃= 18 mEq/L • BE= -4,0 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Identificada a alteração – o que fazer? Assistência de Enfermagem •Verificar a Obstruçãodas causa e corrigi-la: vias respiratórias??? Alteração Renal? Diarreia? Vomitos? • Avaliar o nível de consciência (ECG); • Administrar oxigênio e posicionar paciente com cabeceira elevada; • Avaliar cianose; • Respiração artificial se hipoventilação não puder ser corrigida imediatamente; • Manter as vias aéreas pérvias; • Monitorar FR; • Realizar aspiração de vias aéreas; ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM • Aliviar os períodosde estressee ansiedade, tentando tranquilizar o cliente; • Manter um ambiente calmo e tranquilo; • Identificar os fatores que desencadeiam a ansiedade e a descobrir mecanismos de resolução e atividades que promovam relaxamento; • Administrar sedativos; • Se em VM, monitorar nível de sedação (RASS); Referências Bibliográficas • COFEN. Resolução 390/2011. Disponível em:< http://www.cofen.gov.br/resoluo- cofen-n-3902011_8037.html>,Acesso em: 30/08/2015. • KNOBEL, E. Terapia intensiva enfermagem. São Paulo:Atheneu, 2006. • MORTON, P. G. et al. Cuidados críticos de enfermagem: uma abordagem holística. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.. • PORTO, V.A.; ALBUQUERQUE, A.M.; FERREIRA, V,S. Distúrbios do equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico: implicações práticas. In: VIANA, R.A.P.P. & WHITAKER, I.Y.; Enfermagem em terapia intensiva: práticas e vivências. Porto Alegre.Artmed. 2011. • SILVA, A.M.; AMENDOLA, J.; SILVA, A.B.V. Exames laboratoriais no paciente crítico. In: PADILHA, K.G; VATTIMO, M.F.F.; SILVA, S.C.; KIMURA, M.; WATANABE, M. Enfermagem em UTI: cuidado do paciente crítico. Manole, 2ª edição. 2016.p.919. http://www.cofen.gov.br/resoluo- Slide 1: Curso de Enfermagem Disciplina: IENF 317 - Enfermagem em UTI Slide 2: Coleta de Sangue Arterial Slide 3: COLETA DE SANGUE ARTERIAL Slide 4: COLETA DE SANGUE ARTERIAL Slide 5: COLETA DE SANGUE ARTERIAL Slide 6 Slide 7: COLETA DE SANGUE ARTERIAL Slide 8: COLETA DE SANGUE ARTERIAL Slide 9: GASOMETRIA ARTERIAL Slide 10: MEDIDA DO PH NO SANGUE Slide 11: MEDIDA DE DIÓXIDO DE CARBONO NO SANGUE Slide 12: MEDIDA DE DIÓXIDO DE CARBONO NO SANGUE Slide 13: MEDIDA DO OXIGÊNIO NO SANGUE Slide 14: MEDIDA DO BICARBONATO NO SANGUE Slide 15: MEDIDA DO BICARBONATO NO SANGUE Slide 16: GASOMETRIA ARTERIAL Slide 17: EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE... Slide 18: INTERPRETAÇÃO DA GASOMETRIA ARTERIAL Slide 19: Interpretação da Gasometria Arterial Slide 20: Interpretação da Gasometria Arterial Slide 21: EXERCITANDO... Slide 22: EXERCITANDO... Slide 23: Interpretação da Gasometria Arterial Slide 24: Análise da Amostra Slide 25: Interpretação da Gasometria Arterial Slide 26: Interpretação da Gasometria Arterial Slide 27: Exercitando... Slide 28: Exercitando... Slide 29: Interpretação da Gasometria Arterial Slide 30: Exercitando... Slide 31 Slide 32: Assistência de Enfermagem Slide 33: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Slide 34: Referências Bibliográficas
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