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ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE DA CRUZ VERMELHA PORTUGUESA Caderno de Estágio Ensino Prático Patrícia António & José Freitas 14 CLE 1 4 º C L E 2ª edição Mais de muitos livros copiados!!! Esta edição tem bué de cenas novas :) Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 2 Este caderno foi criado com o intuito de servir de apoio aos EPs e aos estágios em contexto hospitalar. Não sendo um substituto dos livros e dos apontamentos dados pelos professores nas aulas, tem como objetivo organizar e sistematizar os conteúdos abordados nos vários momentos de aprendizagem, sendo por isso recomendado um estudo mais aprofundado. Este caderno é dedicado ao 14CLE, aos alunos atuais, e os que por aqui passaram e deixaram a sua marca, pois o sonho e o desejo de sermos enfermeiros que existe em todos nós dotou-nos de um espírito de união e de cooperação, próprios da enfermagem, onde, apesar das divergências próprias de um grupo, sempre nos unimos em torno do próximo. Um especial agradecimento à Teresa e Ana Louro que dedicaram muito do tempo do seu estudo na realização da tabela da terapêutica. A todos nós, um muito obrigado. Bom estudo Patrícia e Zé Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 3 Índice Processo de enfermagem ............................................................................................................ 10 Necessidades humanas básicas............................................................................................... 11 Anamnese de enfermagem ..................................................................................................... 16 Sinais vitais .............................................................................................................................. 17 Pulso .................................................................................................................................... 17 Temperatura........................................................................................................................ 18 Respiração ........................................................................................................................... 19 Tensão arterial..................................................................................................................... 21 Dor ....................................................................................................................................... 21 Notas/registos de enfermagem .............................................................................................. 22 Guião de escrita das notas de evolução .............................................................................. 22 Exemplo de nota de evolução ............................................................................................. 23 Exemplo de nota de evolução ............................................................................................. 23 Exemplo de nota de evolução ............................................................................................. 24 Exemplo de nota de admissão ............................................................................................ 25 Exemplo de nota de transferência ...................................................................................... 25 Exemplo de nota alta .......................................................................................................... 25 Exemplo de plano de cuidados ................................................................................................... 27 Higiene e conforto ....................................................................................................................... 29 Higiene Oral ............................................................................................................................. 30 Banho do doente acamado ..................................................................................................... 31 Lavagem da cabeça ................................................................................................................. 34 Cama de ocupado .................................................................................................................... 36 Técnicas de Enfermagem ............................................................................................................ 38 Avaliação da glicemia Capilar .................................................................................................. 39 Insulina .................................................................................................................................... 40 Balanço Hídrico (BH) ............................................................................................................... 43 Oxigenoterapia ........................................................................................................................ 44 Realização de aerossol ............................................................................................................ 47 Ventilação Não Invasiva (VNI) ................................................................................................. 48 Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 4 Aspiração de secreções ........................................................................................................... 52 Algaliação ................................................................................................................................ 55 Remoção da algália ............................................................................................................. 61 Enema ...................................................................................................................................... 63 Sonda de enteróclise ............................................................................................................... 65 Microclister ou Microlax® ....................................................................................................... 65 Entubação nasogástrica .......................................................................................................... 66 PEG .......................................................................................................................................... 69 Administração de terapeutica por via parentérica ................................................................. 70 Colheitas .................................................................................................................................. 81 Administração de Hemo derivados ......................................................................................... 86 Drenagem pleural/torácica e Toracocentese .......................................................................... 89 Retirar o dreno Pleural ........................................................................................................ 92 Paracentese ............................................................................................................................. 93 Cateter Venoso Central ........................................................................................................... 96 Patologias .................................................................................................................................... 99 Patologias do foro Respiratório ............................................................................................ 100 Asma ..................................................................................................................................100 Pneumonia ........................................................................................................................ 104 Pneumotórax ..................................................................................................................... 107 Edema Agudo do Pulmão (EAP) ........................................................................................ 109 Tuberculose ....................................................................................................................... 112 Apneia do sono .................................................................................................................. 115 Síndrome de doença respiratória aguda (SDRA) ............................................................... 116 Bronquiectasia ................................................................................................................... 116 Atelectasia ......................................................................................................................... 117 Enfisema ............................................................................................................................ 117 Bronquite crónica .............................................................................................................. 118 Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) .................................................................. 118 Embolia Pulmonar ............................................................................................................. 119 Exames parte respiratória ..................................................................................................... 122 Exames laboratoriais ......................................................................................................... 122 Hemograma completa ....................................................................................................... 122 Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 5 Exames radiológicos .......................................................................................................... 123 Exames específicos ............................................................................................................ 125 Exames endoscópicos ........................................................................................................ 126 Patologias Cardíacas .............................................................................................................. 128 Sistema cardiovascular ...................................................................................................... 128 Ciclo cardíaco .................................................................................................................... 130 Diastole .............................................................................................................................. 130 Sístole ................................................................................................................................ 132 Débito cardiaco ................................................................................................................. 132 Taquicardia (FC >100bpm/min)............................................................................................. 133 Bradicardia (<60bpm/min) .................................................................................................... 134 Sistema de condução do coração .......................................................................................... 135 Traçado cardíaco ................................................................................................................... 137 Disritmias cardíacas ............................................................................................................... 138 Flutter auricular ..................................................................................................................... 139 Fibrilhação auricular (FA) ...................................................................................................... 140 Pacemaker ............................................................................................................................. 143 Pacemakeres permanentes ............................................................................................... 143 Cuidados de enfermagem em pacemakeres permanentes .............................................. 145 Enfarte agudo do miocárdio .................................................................................................. 147 PTCA (Angioplastia Coronária Transluminal Percutânea ...................................................... 149 Doença Coronária .................................................................................................................. 149 Insuficiência cardíaca ............................................................................................................ 149 Cateterismo cardíaco ............................................................................................................ 153 Dislipidémia ........................................................................................................................... 156 Hipotensão ............................................................................................................................ 157 Hipertensão Arterial (HTA) .................................................................................................... 157 Papel do enfermeiro na prevenção das doenças cardiovasculares ...................................... 159 Patologias urinárias e renais ................................................................................................. 162 Rins .................................................................................................................................... 162 NEFRÓNIO ......................................................................................................................... 163 URETERES .......................................................................................................................... 164 BEXIGA ............................................................................................................................... 164 Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 6 Uretra ................................................................................................................................ 165 Produção de Urina ............................................................................................................. 165 Obstrução urinária ................................................................................................................ 166 Infecções urinárias ................................................................................................................ 166 Pielonefrite ............................................................................................................................ 168 Ensino ao doente com pielonefrite ................................................................................... 169 Retenção urinária .................................................................................................................. 170 Cálculos renais ....................................................................................................................... 170 Insuficiência Renal ................................................................................................................. 171 Insuficiência Renal Aguda (IRA) ou Lesão Renal Aguda (LRA) ...........................................171 Insuficiência Renal Crónica (IRC) ....................................................................................... 174 Hemodiálise ........................................................................................................................... 180 Diálise Peritoneal .................................................................................................................. 182 Tipos de Diálise Peritoneal ................................................................................................ 183 Diagnósticos e intervenções de enfermagem ................................................................... 184 Eliminação ............................................................................................................................. 187 Eliminação vesical ............................................................................................................. 187 Eliminação intestinal ......................................................................................................... 189 Patologias do fígado e vesícula biliar .................................................................................... 190 Icterícia .............................................................................................................................. 192 Ascite ................................................................................................................................. 194 Cirrose Hepática ................................................................................................................ 195 Cirrose alcoólica ................................................................................................................ 197 Hepatite ............................................................................................................................. 198 Principais sintomas de problemas no trato gastrointestinal ................................................ 201 Doença do refluxo gastroesófagico ................................................................................... 201 Hérnia do hiato .................................................................................................................. 202 Gastrite .............................................................................................................................. 203 Doença de Cronh ............................................................................................................... 203 Patologias endócrinas ........................................................................................................... 205 Pâncreas ............................................................................................................................ 205 Diabetes............................................................................................................................. 206 Diabetes tipo I ................................................................................................................... 208 Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 7 Antidiabéticos orais ........................................................................................................... 213 Ensinos à pessoa com diabetes ......................................................................................... 214 AVC ............................................................................................................................................ 218 AVC Padrão Espástico e Antiespástico .................................................................................. 222 Padrão espástico ............................................................................................................... 222 Padrão anti-espástico ........................................................................................................ 222 Posicionamentos em caso de AVC ........................................................................................ 223 CHOQUE .................................................................................................................................... 229 Fases do choque .................................................................................................................... 231 Estadio inicial (I) ................................................................................................................ 231 Fase Compensatória (II)..................................................................................................... 231 Estádio progressivo (III) ..................................................................................................... 231 Estádio Refractário (IV) ..................................................................................................... 232 Etiologia da consequência do choque ................................................................................... 232 Intervenções de enfermagem ............................................................................................... 232 Choque Hipovolémico ........................................................................................................... 235 Choque Cardiogénico ............................................................................................................ 235 Choque Distributivo/ Anafilático ........................................................................................... 236 Choque Distributivo/Neurogénico ........................................................................................ 236 Choque Distributivo/Séptico ................................................................................................. 237 Choque Obstrutivo Extracardíaco ......................................................................................... 238 Equilíbrio Ácido-Base e Outros desequilíbrios electrolíticos .................................................... 240 Alterações do equilíbrio ácido-base ...................................................................................... 244 Principais complicações da alteração do equilíbrio ácido-base ............................................ 245 Acidose ...................................................................................................................................... 246 Alcalose ..................................................................................................................................... 246 Acidose metabólica ................................................................................................................... 251 Alcalose metabólica .................................................................................................................. 251 Gasimetria ............................................................................................................................. 253 Hiponatremia ........................................................................................................................ 256 Cuidados de enfermagem ................................................................................................. 257 Hipernatremia ....................................................................................................................... 258 Cuidados de enfermagem ................................................................................................. 259 Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 8 Hipocalcemia ......................................................................................................................... 260 Cuidados de enfermagem .................................................................................................261 Hipercalcémia ........................................................................................................................ 262 Cuidados de enfermagem ................................................................................................. 263 Hipomagnesemia................................................................................................................... 264 Cuidados de enfermagem ................................................................................................. 265 Hipermagnesemia ................................................................................................................. 266 Cuidados de enfermagem ................................................................................................. 267 Hipocaliemia .......................................................................................................................... 268 Cuidados de enfermagem ................................................................................................. 269 Hipercaliémia ........................................................................................................................ 270 Cuidados de enfermagem ................................................................................................. 271 SEPSIS Síndrome de Resposta Inflamatória Sistémica .............................................................. 272 Suporte nutricional.................................................................................................................... 276 Tipos de fórmulas .................................................................................................................. 277 Métodos e ritmos de administração de produtos entéricos ................................................ 278 Desequilíbrios electrolíticos susceptíveis de ocorrerem ....................................................... 279 Resultados esperados ........................................................................................................... 280 Mobilidade ................................................................................................................................ 281 Mobilidade/Imobilidade/Posicionamentos .......................................................................... 282 Síndrome da imobilidade .................................................................................................. 282 Mobilizações.......................................................................................................................... 283 Levante .................................................................................................................................. 284 Posicionamentos ................................................................................................................... 285 Ligaduras ............................................................................................................................... 289 Úlceras de pressão ................................................................................................................ 291 Prevenir as úlceras de pressão .......................................................................................... 291 Classificação das úlceras de pressão ..................................................................................... 292 Estadio I ............................................................................................................................. 292 Estadio II ............................................................................................................................ 292 Estadio III ........................................................................................................................... 293 Estadio IV ........................................................................................................................... 293 Tratamento das úlceras de pressão ...................................................................................... 294 Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 9 Nutrição ............................................................................................................................. 294 Hidratação da pele ............................................................................................................ 294 Limpeza ............................................................................................................................. 294 Desbridamento .................................................................................................................. 295 Discrição dos principais grupos de materiais de penso ........................................................ 295 Material de penso ................................................................................................................. 297 Recomendações práticas para a boa execução de pensos ................................................... 303 Bibliografia ................................................................................................................................ 306 Tabela da Terâpeutica ............................................................................................................... 308 Sebenta de Cirúrgia ................................................................................................................... 347 Caderno de Estágio ................................................................................................................... 348 Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 10 Processo de enfermagem Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 11 A avaliação inicial é um processo organizado e sistemático de busca e recolha de informação feita a partir de diversas fontes a fim de descobrir as alterações na satisfação das diferentes necessidades da pessoa, de identificar assim os seus problemas, de conhecer os seus recursos pessoais e planificar intervenções de enfermagem susceptíveis de a ajudar. (Phaneuf , 2001) Necessidades humanas básicas A presente avaliação tem como base o artigo “Avaliação inicial de Enfermagem em linguagem CIPE segundo as Necessidades Humanas Fundamentais”, de fácil acesso na internet. Os autores transpuseram as NHB do modelo de Virgínia Henderson para uma linguagem CIPE (Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem) de forma a criar uma uniformidade de linguagem e de parâmetros a avaliar na avaliação inicial realizada pelo enfermeiro. A colheita de dados é de extrema importância para que melhor se conheça a pessoa, adequando os cuidados, sendo estes estruturados e fundamentados do ponto de vista científico e no conhecimento da informação recolhida. A informação por nós recolhida servirá também como fator a ter em conta na tomada de decisões clínicas visto serem os enfermeiros o grupo que está 24h com a pessoa, assistindo à sua evolução de forma contínua. “Sabendo que o exercício da enfermagem é um processo de interacção entre enfermeiros e pessoas no qual o enfermeiro identifica as necessidades da pessoa, define objectivos, selecciona uma estratégia de acção e avalia os resultados, este processo de garantia de qualidade de cuidados de enfermagem só poderá considerar-se instituído com a implementação plena de planos de cuidados.” (Simões e Simões, 2007) É com base na sua avaliação exaustiva que obtemos um retrato fidedigno da evolução da pessoa, tendo como base a sua avaliação inicial, aferindo as prioridades para que o restabelecimento do seu estado de saúde/autonomia sejam o mais rápidopossível a fim de se preservar o equilíbrio físico, psíquico, social e espiritual. O enfermeiro só pode ter uma actuação fundamentada cientificamente e não rotineira se tiver por base dados exactos, concretos, organizados e registados. Ao indicar os problemas da pessoa, a actuação tida em relação a eles e os resultados obtidos nessa actuação, pretendemos dar continuidade às intervenções de Enfermagem e possibilitar que os cuidados sejam adequados, atempados e o mais eficazes possível, assim como contribuir para a produção de conhecimento científico em enfermagem. (Simões e Simões 2007) “A qualidade surge associada às pessoas.” (Simões e Simões, 2007) Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 12 • Respirar: • Alimentar-se e hidratar-se: • Eliminação: Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 13 • Movimentar-se e postura correta: • Sono e repouso: • Vestir e despir: • Manter a temperatura corporal dentro dos limites normais: Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 14 • Estar limpo e cuidado e proteger os seus tegumentos: • Evitar perigos: • Comunicar com os seus semelhantes: • Agir segundo as suas crenças e os seus valores: Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 15 • Ocupar-se com vista a realizar-se: • Divertir-se: • Aprender: Ao receber o doente o enfermeiro deve: • Apresentar-se; • Mostrar o serviço; • Apresentar os outros doentes; • Mostrar a unidade e a campainha, explicar o seu uso e as rotinas do serviço; • Guardar objetos e valores ou entregá-los a um familiar de referência; • Explicar os direitos que lhe assistem; • Informar quem é o médico assistente. Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 16 Anamnese de enfermagem História do doente: • Informações relacionadas com o doente no decurso da doença. Identificação: • Nome; • Apelido; • Data de nascimento; • Queixas atuais. Funções orgânicas mais importantes: • Apetite/Hidratação • Evacuação/micção • Sudurese. • Antecedentes clínicos • História social relevante na prestação de cuidados Anamnese familiar no que diz respeito a patologias: • Hereditariedade na família, (pai, mãe e avós) • Colaterais, (irmãos e primos) Exame físico • Assegurar a privacidade; • Interromper caso o dente demonstre alterações que inviabilizem o exame; • Examinar: o Cabeça; o Pescoço; o Tórax: o Abdómen: ! Sistema gastrointestinal; ! Sistema Urinário e genital. o Coluna vertebral; o Membros. Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 17 • Divisão do abdómen Hipocôndrio Direito Epigastro Hipocôndrio Esquerdo Flanco Direito Mesogástrico Flanco Esquerdo Fossa ilíaca direita Hipogástrico Fossa ilíaca esquerda Sinais vitais • Pulso • Temperatura • Respiração • Tensão arterial • Dor Pulso F.C. (frequência cardíaca) Características Frequência <60 ou >100 ppm Normal: 60 a 100 ppm Bradicardia: <60 ppm Taquicardia: >100 ppm Ritmo Rítmico ou arrítmico Volume Cheio Alternante Filiforme Saltão (visível a olho nu) Valores de referência R.N. 140 ppm Criança <2 anos: 120ppm >2 <4 anos: 100ppm > 4 anos < 10 anos: 90ppm >10 anos < 14 anos: 85ppm Adulto >14 anos < 60 anos: 60 a 100ppm Idosos >60 anos < 80 anos: 85ppm Pulso rápido e filiforme pode indicar: Ansiedade/nervosismo Baixo aporte de O2 Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 18 Temperatura Capacidade do organismo para equilibrar a produção e a perda de calor. • Central: temperatura constante (termómetros timpânicos) • Cutânea: varia consoante o ambiente Pode ser avaliada: • Oral; • Retal; • Axilar; • Timpânico. Valores de referência (axial) 36o a 37,4o Apirético 37,5o a 37,9o Sub. Febril 38o a 40o Pirético - Hipertermia Estadíos da febre Inicial: conservar o calor, sente-se frio/arrepios; Febril: Ponto de viragem (arrefecimento), ou permanece elevada; Arrefecimento: retorno ao normal, calor/diaforese. Actuação Inicial • Avaliar: temperatura, pele pálida, húmida ou seca; • Hidratar: ter em atenção outras patologias ou o grau de tolerância da pessoa; • Questionar: sede/frio, náuseas, perda de apetite, cansaço, dor e registar; Febre • Avaliar: temperatura, pulso e respiração (que aumentam devido à maior necessidade de O2); • Despiste de náuseas e vómitos; • Prevenir convulsões; • Intervenções independentes: Banho, tirar a roupa, arrefecer, BM teste; • Administrar terapêutica se prescrito. Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 19 Arrefecimento • Controlar nova subida de temperatura; • Pesquisar por sinais de desidratação; • Diaforese: transpiração/sudação Cuidados • Repouso; • Hidratação; • Eliminação da causa; Outros distúrbios da temperatura • Golpe de calor • Insolação • Hipotermia Respiração Avaliação da frequência Respiratória, número de respirações por minuto, (rpm). Qualidade • Expansão torácica simétrica; • Frequência normal, eupneico; Dispneia: dificuldade respiratória Respiração difícil ou dolorosa, ou em esforço, revelando sensação de falta de ar, fadiga, apresentando uma FC elevada. Dispneia de esforço Ortopneia Dispneia paroxística nocturna Ruídos Roncos: secreções na traqueia, e brônquios. Atenção ao reflexo da tosse se este tiver diminuído, pode causar obstrução. Estridor: obstrução das vias aéreas superiores, despistar corpo estranho (obstrução de Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 20 via aérea) Sibilos: som agudo, obstrução dos brônquios, pode ocorrer no enfisema grave ou asma. Amplitude: volume de ar inspirado e expelido em cada ciclo. • Ampla; • Superficial/profunda; • Torácica/intercostal; • Abdominal/diafragmática. Valores de referência R.N. 40 a 45 cpm Crianças 25 a 30 cpm Adultos 10 a 22 cpm Padrão • Regular • Irregular Atenção à utilização dos músculos acessórios: Escaleno, trapézio, retos abdominais, intercostais. Alterar a posição Posição de tripé: alavanca que ajuda a ação conjunta dos músculos e permite a expansão da árvore brônquica. (Posições de alívio da dispneia) Taquipneia Bradipneia >24 cpm < 10 cpm Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 21 Alteração da cor da pele: o Cianose; o Pálida; o Rosada; Alteração do estado neurológico Tensão arterial Sistólica: máxima Diastólica: mínima Débito cardíaco (DC): Volume de sangue bombeado pelos ventrículos em cada minuto DC = FC x PA sist. Valores de referência T.A óptima 100 – 120 60 - 80 T.A. normal 100 – 130 60 - 85 T.A elevada 130 – 139 85 - 89 Hipertensão I 140 – 159 90 - 99 II 160 – 179 100 - 109 III > ou = 180 > ou = 110 Dor Intensidade de 0 " a 10 ☺ sendo esta referida pelo doente Caracterizar a dor: • Tipo • Duração • Localização • Na avaliação da dor, é importante caracterizar o que a alivia. Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 22 Notas/registos de enfermagem Guião de escrita das notas de evolução Estado de consciência • Consciente/inconsciente; • Orientado: tempo, espaço e pessoa; • Comunicativo: verbal,não-verbal e tipo de discurso, coerente, incoerente; • Desperto/sonolento/vígil; • Reativo: ao chamamento, à estimulação verbal, à estimulação dolorosa, à estimulação externa; • Face: triste, alegre, de dor, angustiado…; • Olhar: fixo, dirigido. Sinais Vitais TA; FC; FR e SpO2 caso exista aporte de O2; Temp.; Dor; Glicémia caso seja necessário Todos os sinais devem ser caracterizados AVD’s Higiene: No leito No WC Com ajuda total ou parcial; Com supervisão Com ou sem a colaboração do doente Levante: Para onde e o tempo no local; Deambula Com ajuda total ou parcial, tipo de ajuda e de carga exercida pelo doente Com ou sem a colaboração do doente Integridade cutânea, pensos; Caracterização da pele e mucosas Alimentação oral; Alimentação entérica, SNG e PEG; Alimentação parentérica Com ou sem a colaboração do doente Interação com o meio, comunicação com os que o rodeiam Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 23 Acessos canalizados + resumo da medicação realizada Que tipo de acesso, local, permeabilidade, data da colocação. Realização de técnicas e de exames Qual exame, a hora, o período de ausência do serviço, como saiu (maca ou cadeira), indicações/ alterações pós exame, cuidados a ter e intercorrências. Eliminação Vesical: DV, urostomia, nefrostomia,… Intestinal: colostomia, ileostomia,… Características, padrão/frequência, local (fralda, arrastadeira, urinol, wc), localização, volume, débito, e indicação param BH ou não. Intercorrências Hemodinâmicas Hora, discrição do quadro, medidas adotadas, intervenções, administração de terapêutica, avaliação das medidas e das intervenções, indicações para o futuro. Situação em que se encontra o doente no final do turno Como é que o doente ficou, indicações para o turno seguinte, e se recebeu ou não visitas. Exemplo de nota de evolução Sra. B. C. encontra-se consciente e orientada no tempo, espaço e pessoa. Encontra-se ansiosa devido ao acesso de hemodiálise não estar funcionante. Pouco comunicativa. Apresenta pele e mucosas coradas e hidratadas. Eupneica com 16 cpm, com respiração ampla e torácica. Normocárdica com 85bpm, pulso cheio e rítmico. Hipertensa com 160-100 mmHg. Apirética com 36 graus (temperatura timpânica). Apresenta-se normoglicémica com glicémia capilar de 100 mg/dl em jejum. Realizou cuidados de higiene autonomamente no WC. Foi realizado penso do cateter de hemodialise com anti-séptico protocolado, o local de inserção sem sinais inflamatórios. Penso externamente limpo. Alimentou-se ao pequeno almoço da totalidade da dieta. Foi reforçado o ensino da glicémia capilar. Doente pouco receptiva por se encontrar preocupada com a situação da fístula. Realizada escuta activa tendo o doente verbalizado os seus medos e preocupações. Às 10 horas realizou acesso de hemodialise 3h com perda de 1,5 Kg com heparina, sem intercorrências. Não urinou nem evacuou. Não recebeu visitas. Exemplo de nota de evolução A Sr.ª M. C encontra-se consciente e orientada no espaço, tempo e pessoa. Apresenta pele e mucosas hidratadas e descoradas. Hipertensa com TA= 171-99 mmHg, Eupneica com Fr= 21 cpm ampla abdominal; Normócardica com FC=99 bpm arrítmico cheio; Apirética TT= 35,9 C; sat. O2=94%; Não refere dor. Prestados cuidados de higiene no Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 24 leito com ajuda parcial. Foi reposto penso no membro inferior esquerdo na parte externa da perna, ferida em boa fase de cicatrização. Realizado levante para cadeirão com ajuda parcial TA= 150-94 mg/dl. Alimentou-se ao pequeno-almoço da totalidade da dieta com ajuda parcial. A meio da manhã ingeriu iogurte com ajuda parcial. Ao almoço ingeriu a sopa na totalidade com ajuda total, ingeriu parte do segundo prato e da fruta com ajuda total. Glicémia 9h- 141 mg/dl; 12.30- 235 mg/dl; Urinou na fralda e evacuou fezes pastosas de cor verde escura. Teve alta clínica. Exemplo de nota de evolução A Sr.ª Maria da Conceição de 73 anos, deu entrada no SU pelas 10 horas do dia 20/03, por apresentar cianose das extremidades, febre, sensação de fadiga constante e dispneia com sat. Periférica de O2 na ordem dos 85%, que reverteu com aporte de O2 através de mascara facial simples. Doente com antecedentes pessoais de neoplasia cólon operada e fístula anal. Encontra-se consciente e orientada no espaço, tempo e pessoa, ligeiramente ansiosa e nervosa devido à dificuldade respiratória. Normotensa com TA = 101-60 mmHg, Taquicardia com FC=120 bpm, pulso arrítmico e filiforme; Taquipneica com FR= 28 cpm, respiração ampla, torocoabdominal; sat. O2 86%, sendo administrado O2 a 3L/min, através de máscara facial simples. Doente permanece em repouso no leito, com cabeceira elevada. Apresenta pele e mucosas coradas e hidratadas, apresentando as extremidades cianóticas, revelando alguma sudurese. Ficou com um acesso periférico venoso no membro superior esquerdo com um dispositivo de pressão positiva permeável, com Augmentin® em curso. Doente bebeu apenas 20 cc leite durante todo o turno. Urinou 300 cc de urina concentrada e de cheiro forte e não evacuou. Administrado paracetamol às 10 horas. Efectuado Combivent® às 10h30. Administrado Augmentin® às 16h e Esomeprazol® às 17h. Foi realizada colheita de secreções, apresentando-se espessas e amareladas, e colheita de sangue para bioquímica, hemograma e coagulação, ficando a aguardar resultados. Doente recebeu a visita do marido, com quem permaneceu até ao fim do horário de Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 25 visita. Exemplo de nota de admissão Doente com antecedentes de hipertensão arterial, deu entrada no serviço às 10 horas da manhã, transferida da unidade de cuidados intensivos com diagnóstico de AVC hemorrágico. À entrada a doente apresenta-se inconsciente, sem abertura espontânea dos olhos. Reactiva apenas a estimulação dolorosa. Apresenta pele e mucosas descoradas mas hidratadas. Encontra-se apirética (temperatura timpânica) com 36 graus, hipertensa com 150/100 mmHg, normocárdica com pulso arrítmico com 90 bpm, bradipneica com 10 cpm, respiração torácica. Com aporte de oxigénio por óculos nasais a 4 L p/min. Respiração ruidosa e com secreções que não consegue expelir com necessidade de aspiração. Apresenta úlcera de pressão com rubor ao nível do trocânter direito. Apresenta cateterismo vesical com algalia foley de lúmens de látex, com saída de urina clara. Doente dependente nas suas AVD. Exemplo de nota de transferência A Sra. A. S. de 66 anos, raça caucasiana, residente em Ponte de Lima com o marido, recorreu aos serviços de urgência deste hospital às 8h de 15 de Dezembro com queixas de dor abdominal que irradia para a região torácica posterior. Tem antecedentes pessoais de hipertensão e hipercolestrolémia. Tem ainda como antecedentes familiares o falecimento do pai por neoplasia do recto. Doente com hábitos tabágicos e alcoólicos moderados. Desconhece possíveis alergias. À observação a utente encontrava-se consciente, orientada no tempo, espaço e pessoa. Independente nas AVD. Pele e mucosas coradas e hidratadas, pirética com 40 graus (temperatura timpânica), pele pálida, fria e suada. Eupneica com 15 cpm, normocárdica com 65 cpm, pulso cheio e ritmico, hipotensa com valores tensionais de 100/50 mmHg. Com dor avaliada pela escala de nível 8. Fez analgesia (paracetamol 1 gr.PO às 8.30 h. Realizou uma ecografia ao abdómen. Após avaliação pela equipa médica foi decidido intervencionar doente amanhã às 8h. Situação comunicada à família. Exemplo de nota alta Sra. A. S. de 88 anos de idade com antecedentes pessoais de diabetes tipo II, AVCisquémico há 3 anos. Foi levada às urgências no dia 25 de Outubro de 2010 pelo marido por motivos de febre, náuseas e distensão abdominal e queixas urinárias. Foi diagnosticado uma infecção urinária, ficou internada no serviço de medicina III. A Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 26 doente encontra-se normocárdica com 70 ppm com pulso rítmico e cheio. Encontra-se hipertensa com valores tensionais de 150-102 mmHg, apiréticos 36 graus (temperatura timpânica) e eupneica com 14 cpm. Respiração torácica. Doente dependente nas AVD. Tem sonda nasogástrica, Levin nº 18 para alimentação. Foi realizado ensino ao marido relativo à alimentação entérica. A urina apresenta-se clara com cheiro característico. Tem alta clinica referenciada ao centro de saúde da área de residência. Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 27 Exemplo de plano de cuidados Data PROBLEMAS/DIAGNÓSTICO OBJECTIVOS ACCÕES DE ENFERMAGEM AVALIAÇÃO Inicio Fim Necessidade humana básica de respirar alterada, relacionada com: • Dispneia a pequenos esforços; Manifestado por: • Alteração do padrão respiratório 1) Que a doente melhore a função respiratória; 2) Que a doente não apresenta dificuldade respiratória a pequenos esforços, 1.1) Hidratar frequentemente a doente; 1.2) Posicionar a doente, alternando os decúbitos; 2.1) Realizar pequenas pausas entre mobilizações; 2.2) Avaliar a frequência cardíaca, frequência respiratória e oximetria após esforço; 10/10 Após a realização do levante a doente apresentava ciclos respiratórios ligeiramente elevados, assim como a frequência cardíaca aumentada (110 ppm) e sat. O2 = 93%. Higiene e conforto Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 30 Higiene Oral Objectivos - Refrescar a boca e eliminar halitose; - Evitar o aparecimento de infecções e ulcerações na mucosa oral ou combatê-las se existirem; - Evitar o aparecimento de cárie dentária. Recursos - Pasta de dentes; - Escova ou espátula montada; - Copo com água; - Elixir dentífrico; - Cuvete riniforme; - Toalha turca. Procedimento - Leve o material para junto do doente; - Coloque a toalha dobrada em V sobre o peito do doente; - Peça ao doente para bochechar com a água do copo; - Ofereça a cuvete ao doente para ele expelir a água; - Coloque a pasta dentífrica na escova e ofereça-a ao doente; - Dê novamente água ao doente e deixe-o bochechar tantas vezes quantas as necessárias segurando na cuvete para ele expelir a água; - Deixe o doente confortável; - Arrume o material. Atenção! A espátula é utilizada embebida num elixir dentífrico sempre que o doente não possua escova de dentes. Nos doentes inconscientes ou que não colaborem, a técnica é realizada com escova ou espátula montada e sob aspiração. Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 31 Banho do doente acamado Objectivos • Limpar a pele; • Conforto • Proporciona um estímulo circulatório, muscular e articular; • Observação directa do doente; • Proporciona contacto e fomenta a relação enfermeiro/doente; • Incentiva o auto cuidado; • Espaço para realização de ensino; Recursos • Roupa limpa para mudar a cama; • Roupa lavada para o doente; • Material para a higiene oral; • Tabuleiro com: Soro fisiológico; Creme hidratante; Tesoura para cortar unhas; Pacote de compressas esterilizadas; Par de luvas • Sabão líquido; • 2 manápulas • 2 toalhas turcas de tamanho médio; • 2 bacias; • Taça riniforme/Saco para sujos; • Carro da roupa suja; Questionar o doente se possui artigos de higiene e roupa pessoal, caso possua estes devem ser solicitados previamente e utilizados. O momento do banho deve ser aproveitado para a realização de uma observação mais completa do doente, contribuindo também para uma melhor comunicação, com o objectivo de coadjuvar no desenvolvimento da relação terapêutica. O enfermeiro deve estar atento às necessidades manifestadas pelo doente! Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 32 Não esquecer de: • Privacidade do doente. Fechar as cortinas junto à cama ou utilizar um biombo; • Fechar as janelas e as portas, evitando assim correntes de ar; • Levar o material para junto do doente, tendo o cuidado de a água para o banho estar à temperatura ideal para o doente, sendo mudada sempre que necessário; • Explicar ao doente o procedimento e pedir sempre que possível a colaboração do mesmo; • Lavar as mãos; • Calçar Luvas; Procedimento 1. Desentalar a roupa da cama e retirar colchas e cobertores, apenas caso o doente sinta frio, deixar um cobertor sobre o lençol; 2. Realizar os cuidados de higiene oral. Colocar uma toalha turca em V sobre o peito do doente; 3. Lavar os olhos do doente com compressa esterilizada, utilizando uma compressa apara cada passagem, sempre do olho distal para o proximal, do canto mais externo para o interno; 4. Lavar a cara e o pescoço. Questionar o doente se permite lavar a cara com água e sabão ou apenas com água, lavar o pavilhão auricular começando pelo lado distal para o proximal, dando especial atenção à região retro auricular e lavar o pescoço. De seguida, enxaguar bem a pele, com especial atenção as zonas com pregas; Caso o doente pretenda, colocar creme hidratante; 5. Despir o doente respeitando a intimidade; 6. Lavagem dos membros superiores. Fazer campo de trabalho do lado oposto do enfermeiro, colocar a toalha dobra em harmónio sob o braço do doente ao nível da axila. Esticar a toalha. Começar a lavagem pela mão em direcção à axila, realizando movimentos circulares, atribuindo especial atençãoà região axilar. Enxaguar cuidadosamente. Caso o doente o assim o entenda colocar creme Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 33 hidratante; 7. Lavagem do tórax e abdómen. Colocar a toalha dobrada em harmónio ao nível do pescoço do doente e puxar ao mesmo tempo que puxa o lençol para baixo até ao nível das ancas. Caso o doente seja do sexo feminino, lavar o peito com movimentos em oito, atribuindo especial atenção à zona infra mamária. Lavar o abdómen em movimentos circulares, dando especial atenção à zona do umbigo. Enxugar cuidadosamente a pele, e caso o doente pretenda colocar creme hidratante, e se necessário colocar óleo na zona infra mamária; 8. Proceder da mesma forma que no passo 6 e lavar o braço próximo ao enfermeiro; 9. Lavagem dos membros inferiores. Realizar campo de trabalho do lado oposto ao enfermeiro. Colocar a toalha dobrada em harmónio sob a coxa da perna mais afastada, esticar a toalha e pedir ao doente para flectir a perna. Lavar partindo do tornozelo em direcção à coxa, com movimentos circulares. Enxaguar a pele e colocar creme hidratante, se assim o doente entender. 10. Repetir o passo referido acima para a perna mais próxima do enfermeiro; 11. Lavagem dos pés. Dobrar o lençol, dos pés até aos joelhos. Colocar a toalha turca, aos pés da cama e sobre a mesma uma bacia com água tépida. Introduzir os pés do doente dando especial atenção aos espaços interdigitais e enxugar bem. Limpar e cortar as unhas a direito. Realizar uma massagem nos pés com creme gordo. Ao realizar este passo, verificar o aspecto dos pés do doente, principalmentena zona dos calcâneos, pois são uma das localizações mais frequentes para o desenvolvimento de úlceras de pressão. 12. Lavagem dos genitais. Colocar a nova tolha dobrada em harmónio sobre a região das pernas e puxar ao mesmo tempo que dobra o campo de trabalho de baixo para cima. Lavar os genitais com nova manápula e enxaguar; 13. Lavagem das costas e nádegas. Auxiliar o doente a posicionar-se em decúbito lateral. Fazer campo de trabalho e colocar a tolha ao longo do corpo do doente. Lavar as costas e nádegas e enxaguar. Caso o doente o pretenda, fazer uma massagem ao doente nas costas com creme hidratante; 14. Mudar a roupa da cama e vestir o doente; 15. Limpar e cortar as unhas; 16. Colocar uma toalha sobre a cabeça do doente, de forma a pentear o doente; Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 34 17. Arrumar a unidade e deixar o doente confortável; 18. Realizar registos, com hora, tipo de banho, reacções do doente, ensinos realizados e observações efectuadas; Lavagem da cabeça Objectivos - Proporcionar conforto; - Limpar o cabelo; - Activar a circulação sanguínea do couro cabeludo através da massagem; - Eliminar parasitas com ajuda de um champô medicamentoso, se necessário. Recursos - Carro de higiene; - 1 Taça pequena; - 1 Bacia; - 2 Toalhas turcas; - Champô; - Pente/escova; - 1 Par de luvas; - Secador. Preparação - Traga o material para junto do doente, certificando-se que a água está a uma temperatura ideal para o doente. - Explique o que vai fazer e peça a colaboração do doente, se possível. - Lave as mãos. - Calce as luvas Procedimento 1. Desentale a roupa da cama e retire a colcha e cobertores, fazendo campo de trabalho. Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 35 2. Retire a almofada. 3. Enrole o lençol de baixo, sujo contra sujo, até à região das omoplatas. 4. Dobre o colchão até à zona das omoplatas. 5. Coloque a bacia no estrado da cama. 6.Proceda à lavagem da cabeça, massajando suavemente o couro cabeludo, dando especial atenção à região retro auricular. Avaliar Antes de proceder à lavagem da cabeça, como está descrito na norma, certifique-se que o doente pode ser colocado na posição indiciada na mesma. Senão terá de fazer as adaptações necessárias, respeitando sempre os posicionamentos que o doente possa adoptar. Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 36 Cama de ocupado Objectivos - Proporcionar conforto e segurança ao doente; - Assegurar uma boa higiene. Recursos - 1 Colcha - 1 Ou 2 cobertores - 2 Lençóis - 1 Resguardo de pano ou 1 lençol dobrado ao meio - 1 Resguardo de celulose - 1 Fronha -carro de roupa suja Preparação - Feche as portas e/ou janelas, evitando correntes de ar. - Explique ao doente o que vai fazer e peça a sua colaboração se possível. - Se possível, coloque a cama em plano horizontal. - Lave as mãos. - Reunir o material necessário e levá-lo para junto do doente. - Colocar uma cadeira junto da cama, para colocar a roupa. - Dobre o lençol de cima como mostra a figura 1 e coloque-o na cadeira. Procedimento 1. Desentale toda a roupa à volta da cama. 2. Retire a colcha e os cobertores, dobrando-os segundo a regra “sujo contra sujo”, e coloque-os no carro da roupa suja. 3. Dobre o lençol de cima, fazendo campo de trabalho, mantendo o doente tapado. 4. Coloque o doente em decúbito lateral, junto ao bordo da cama, mantendo a almofada sob a cabeça. Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 37 5. Mudança do lençol de baixo e resguardos: • Enrole o lençol de baixo, juntamente com os resguardos, seguindo a regra de “sujo contra sujo”, até junto das costas do doente; • Coloque o lençol lavado, dobrado ao meio no sentido longitudinal, sobre o colchão, e enrole a parte de cima, seguindo a regra “limpo contra limpo” até junto do doente; • Faça a base da cama, do seu lado, fazendo os cantos em envelope (fig. 2); • Coloque o resguardo de pano, procedendo do mesmo modo que para o lençol de baixo (fig. 3); • Volte o doente para o decúbito lateral oposto, mantendo-o tapado com o lençol de cima; • Passe para o lado oposto da cama e enrole a roupa de baixo segundo a regra “sujo contra sujo” e coloque-a no carro da roupa suja; • Desenrole a roupa lavada e faça a base da cama com os cantos em envelope. 6. Mudança do lençol de cima: • Coloque o doente em decúbito dorsal, mantendo-o tapado; • Ponha o lençol (previamente dobrado) ao nível dos ombros do doente e peça-lhe que segure na dobra do lençol (fig. 4); • Estique o lençol lavado ao mesmo tempo que retira o sujo e coloque-o no carro da roupa suja; • Faça os cantos no lençol de cima, fazendo uma prega no sentido longitudinal 7. Coloque o cobertor e a colcha, fazendo os cantos. 8. Mude a fronha da almofada. 9. Deixe o doente confortável e arrume a unidade. Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 38 Técnicas de Enfermagem Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 39 Avaliação da glicemia Capilar Realiza-se sempre que for necessário e sempre que o individuo apresente alterações sugestivas de hiperglicemia ou hipoglicémia. Realiza-se normalmente 4x dia: • Em jejum; • Pequeno-almoço; • Almoço; • Jantar. Pode ser realizado o teste de avaliação de glicose na urina $ glicofita $ glicosúria. Desvantagens da glicofita: • Não reflecte níveis de glicose no sangue; • Não permite identificar uma hipoglicémia; • Alguns medicamentos interferem nos resultados do teste; • Nos idosos ou indivíduos com patologia renal pode ocorrer leituras erradas. Cetonúria: Corpos cetónicos são eliminados pela urina por se encontrarem em excesso. Deve ser feita a pesquisa na primeira micção da manhã pois normalmente com o jejum nocturno surge a cetonúria. Caso a fita reagente apresente a cor púrpura, podemos confirmar a existência de cetonas. Insulinas Tipos: • Acção rápida; • Acção intermédia; • Acção lenta. A insulina é administrada por via subcutânea pois é inactivada pelas enzimas gastrointestinais. Lipodistrofia- complicação da injeção de insulina Pode ocorrer em injeções repetidas, causando uma má absorção da terapêutica. Podem existir dois tipos de lipodistrofia: Hipertrofia + atrofia. Hipertrofia consiste no espessamento do local da injeção por desenvolvimento de tecido fibroso devido a injeções repetidas. A região hipertrófica encontra-se desprovida de terminações nervosas pelo que o doente tem preferência por essa zona pois as injecções são indolores, mas a absorção naquele local é irregular. Atrofia é a perda de gordura subcutânea. De forma a evitar a lipodistrofia deve-se evitar o mesmo local da injeção. Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 40 Técnica de BM Teste • Controlo da glicemia sanguínea; • Despistar complicação metabólicas, (híper ou hipoglicemia) • A realizar sempre que necessário • DMID antes das refeições • 4 vezes ao dia, em jejum e antes ou depois das refeições. O enfermeiro: • Ensina o autocuidado; • Efectua decisões terapêuticas; • Supervisiona. Material: • Aparelho de avaliação; • Lancetas; • Tiras compatíveis; • Tira ou Chip de calibragem; • Taça de inox; • Compressas limpas; • Álcool 70o; • Luvas limpas; • Cuvete riniforme; • Contentor de corto perfurantes. Valores de referência: •Jejum 50 a 100 • Após refeição 100 a 140 Insulina Tipo Início da ação Efeito Tempo máximo Ultra- rápida Humalog® 15min 40 a 60 min 2 a 4 h Ação rápida Atrapid® 30min 2h 4 a 8 h Ação intermédia Monotard® 1-1,5h 6-8h 22h Ação prolongada “Lenta” - Lantos 2h 18 a 20 h +/- 24 h Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 41 O local anatómico de administração faz variar a velocidade de absorção: Abdominal +/- 12 min Deltóide +/- 23 min Glúteo +/- 28 min Femoral +/- 15 min Administração Prega cutânea, de modo a que a agulha atinja a camada adiposa por baixo da pele. Coloca-se a agulha (subcutânea 25g) a 90o se for curta (8mm), ou a 45o se for longa (12mm), ou não se realizar a prega. Caso seja usada a caneta de insulina, não se desinfeta a pele com soluções alcoólicas pois danifica a agulha. Conservação da insulina: Frasco de insulina não utilizado Manter no frigorífico Frasco de insulina já utilizado Manter no frigorífico e utilizar até 3 meses Frasco de insulina utilizado Manter à temperatura ambiente e utilizar até 1 mês Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 42 Em perda de consciência de etiologia desconhecida realizar BM teste! Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 43 Balanço Hídrico (BH) Manter o equilíbrio hidroeletrolítico através do controlo de líquidos ingeridos/administrados e os eliminados pelo doente num período de tempo. • Separar as entradas de saídas; • Distinguir as vias e os tipos; • Registar só no fim da administração ou ingestão; • Só se registam saídas efectivas; • Balanço = 0 (saldo volume igual nas entradas e nas saídas); • Horas do balanço; No início do turno o enfermeiro deve: • Observar e controlar o débito dos soros; • Observar níveis dos sacos de drenagem; • Registar as horas das mudanças dos soros; • Registar as mudanças dos soros; • Registar as mudanças dos sacos de drenagem; • Registar terapêutica EV; • Registar a ingestão de líquidos; No final do turno: • Confirmar o registo ingerido/eliminado; • Registar o que falta até ao final do turno; • Registar níveis de soros; • Fazer o subtotal ou o total do BH; • Passar o valor do BH na passagem de turno. Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 44 Oxigeno terapia Definição Enriquecimento do ar inspirado em O2 Em condições normais, a percentagem de O2 no ar inspirado ronda os 21% Fi O2 – Fracção de O2 no ar inspirado. Objectivos • Prevenir a hipóxia dos tecidos; • Corrigir as alterações metabólicas motivadas pela hipoxia; • Promover uma boa oxigenação; Métodos de administração • Alto débito Concentração de O2 fixa; Conseguimos controlar a litragem e o Fi O2 A administração pode ser feita através: • Máscara facial com reservatório Aumento do reservatório potencial de O2, formando altas concentrações de O2. A bolsa reservatório é mantida cheia a custa de um fluxo contínuo de O2, permitindo altas concentrações a curto prazo; O O2 que sai do reservatório para o doente não volta para o reservatório, sai pelos orifícios laterais da máscara; Não é necessário humidificação (Sem copo humidificador); • Máscara de venturi Controla o Fi O2 desejado. Efeito venturi acentua-se na peça graduada (24% - 60%) Pode-se regular a quantidade de Fi O2 que se deseja administrar; Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 45 • Baixo débito: Não permite débito superior a 6L. Superior a 6 L as fossas nasais não conseguem realizar uma correta passagem do O2, acabando por expeli-lo, ou seja, não seria vantajoso. Passamos para a máscara facial com reservatório ou para a máscara de Venturi; O controlo da litragem é possível, mas não do Fi O2 . A administração pode ser feita através: • Sonda de oxigénio Necessita de copo humidificador, devido ao oxigénio ser um gás seco, e como consequência, secar as mucosas; Antes de aplicar, tem que se proceder à medição da sonda, verificando a medida desde o nariz até ao lóbulo da orelha; • Óculos nasais; Necessita de copo humidificador; • Máscara facial simples; Necessita de copo humidificador; Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 46 Recursos - Fonte de oxigénio (Rampa com debitómetro); - Humidificador com água destilada; - Tabuleiro com: * Máscara de oxigénio/ sonda nasal dupla; * Tubo de ligação à fonte de oxigénio; * Lenços de papel; * Recipiente para sujos; Procedimento 1. Providenciar o material para junto do doente; 2. Explicar o procedimento ao doente; 3. Colocar água destilada dentro do humidificador; No caso de um doente com DPOC (Doença Pulmonar obstrutiva Crónica), só pode ser administrado 1,5l/min. O mecanismo que conduz a respiração normal é o aumento do nível de dióxido de carbono no fluxo sanguineo. O aumento de dioxido de carbono leva ao aumento da respiração para eliminar o seu excesso. Isto ocorre devido a os quimioreceptores da protuberância anular serem sensíveis à alterações nos níveis de pH sanguíneo e de dióxido de carbono. Ao contrário, a diminuição de dióxido de carbono leva à diminuição da respiração para reter dióxido de carbono no fluxo sanguíneo. O doente com DPOC retém o dióxido de carbono cronicamente, sendo por isso insensível às subidas do volume deste gás na corrente sanguínea. Em vez disso, os quimiorreceptores periféricos do doente respondem a baixos níveis de oxigénio, para manter a respiração. Por isso, se os níveis de oxigénio estiverem aumentados (resultantes de uma administração excessiva de O2), pode resultar apneia e consequente morte do doente. Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 47 4. Ajustar o tubo de ligação ao humidificador; 5. Verificar a funcionalidade; 6. Controlar o fluxo e a percentagem de O2 / Fi O2 (de acordo com a prescrição médica) – Tendo o cuidado de verificar a medição, tendo em conta a zona inferior da esfera; 7. Aplicar a máscara sobre o nariz, boca e queixo ou no caso de óculos nasais nas narinas; Realização de aerossol A utilização desta técnica, que também pode ser realizada com câmara expansora, permite um alívio rápido dos sintomas de dificuldade respiratória sentidas pela pessoa. Recursos: % Rampa de O2 ou de Ar comprimido; % Máscara de aerossol com prolongamento para conetar ao debitómetro; % Terapêutica; % NaCl 0,9%. Procedimento: 1. Preparar o material; 2. Preparar a terapêutica e deitar no copo nebulizador; 3. Perfazer até 5cc com NaCl 0,9%; 4. Explicar à pessoa o procedimento e como pode colaborar; 5. Conectar o sistema à rampa de O2 ou de Ar comprimido; 6. Abrir o fluxo de O2 ou de Ar comprimido a. Adulto de 6 a 10lts/min; b. Pediatria 6 a 8lts/min; 7. Expurgar e colocar na pessoa; 8. Avaliar a medida aplicada. Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 48 Com Câmara Expansora (Puff) Prepare os recursos e converse com a Pessoa para o procedimento que vai ser realizado e quais os seus objetivos. Antes de iniciar: % Agite o inalador doseável; % Retire a tampa de protecção; % Pedir à pessoa para expirar profundamente; % Faça um puf prévio para preencher a câmara expansora com o fármaco. Já na pessoa: 1. Adaptar a máscara na face da pessoa, pedindo-lhe que respire normalmente; 2. Pedir depois para realizaruma inspiração lenta e profunda, realizar o puf e pedir à pessoa para reter a expiração; Não desadaptar a câmara expansora 3. Contar 6 ciclos e repetir o passo 2. 4. Depois de 6 ciclos desadaptar a câmara expansora. 5. Avaliar o resultado da medida. Ventilação Não Invasiva (VNI) A Ventilação Mecânica Não Invasiva (VNI) é um tipo de ventilação mecânica alveolar que não necessita de entubação endotraqueal ou da realização de uma traqueostomia. Este modo de ventilação tem como objectivos; aumentar a ventilação alveolar; diminuir o trabalho respiratório e reduzir a dispneia. A VNI é seguro e eficaz, mais cómodo para o doente que a Ventilação Mecânica Invasiva, (VMI), podendo esta ser usada de forma intermitente, não causando lesões na via endotraqueal. A par destas vantagens, o doente mantem ainda os mecanismos de defesa das vias aéreas, a deglutição e permite a eliminação de secreções de forma fisiológica. Na VNI utilizam-se máscaras que fazem o interface entre a pessoa e o Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 49 ventilador, podendo este ser de pressão positiva ou negativa (estando esta última em desuso), de acordo com a patologia em causa e dos objectivos pretendidos. Na VNI com pressão positiva, o ar é administrado através da máscara conectada ao nariz, ou ao nariz e à boca, estando estas ligadas a um respirador que emite um fluxo de ar, gerando uma pressão positiva nas vias aéreas do doente. A VNIPP pode ser realizada por ventiladores específicos para o efeito, como o BIPAP e o CPAP. O enfermeiro deve ter o conhecimento deste tipo de ventilação para melhor poder atuar na sua preparação ou detetar alterações fisiológicas no doente que o coloquem em risco. Preparar o material • Ventilador; • Traqueias com filtros antibacterianos; • Máscaras e toucas, ou arnês; • Estetoscópio; • Termómetro; • Material para oxigenoterapia; • Material para a monitorização electrocardiográfica; • Sensor de saturação periférica de oxigénio; • Material para cateterização arterial; • Material para cateterização venosa periférica; • Material para ENG; • Material para higiene oral e nasal; • Seringas de 2 a 10cc; • NaCl 0,9%; • Ampolas de 10cc; • Lenços de papel; • Placa hidrocoloide extrafina nas zonas de maior pressão; • Saco para recolha de resíduos; Montar o circuito de ventilação testado, previamente, o seu funcionamento: • BIPAP; • Filtro; • Conecção de O2; Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 50 • Máscara nasal ou facial; • Cabresto. 1. Conecta-lo à fonte de O2; 2. Verificar as pressões prescritas pelo médico; 3. Avaliar e registar o estado de consciência do doente; 4. Escolher a máscara; 5. Explicar o doente o procedimento e em que consiste e quais os seus objectivos; 6. Monitorizar: ECG; FC; TA; FR; SpO2; 7. Posicionar o doente confortavelmente e elevar a cabeceira da cama acima de 45º; 8. Efectuar a higiene oral e nasal se necessário; 9. Conetar o circuito externo, (filtro bacteriano, traqueia; masca e tubo de O2) ao ventilador; 10. Conetar o ventilador à rampa (caso necessário), e à fonte eléctrica; 11. Ajustar os parâmetros de ventilação; 12. Colocar a placa hidrocoloide extrafina na região dorsal do nariz; 13. Colocar o arnês; 14. Permanecer junto do doente nos primeiros 20minutos e avaliar SV; 15. Colaborar na cateterização arterial e efectuar colheita para gasimetria arterial; 16. Verificar se a válvula da ventilação se encontra correctamente posicionada e desobstruída; 17. Tranquilizar e envolver o doente no tratamento, explicando-lhe a necessidade de uma boa adaptação à máscara; 18. Ensinar e motivar o doente para alertar-nos caso ocorram dor ou desconforto, saída de máscara, náuseas, vómitos, em expelir secreções ou dificuldade em respirar; 19. Detetar alterações do padrão respiratório, avaliando a FR e a sua profundidade, bem como sinais de exaustão respiratória, (sudurese, cianose e tiragem); 20. Vigiar a tolerância à VNI estudando a evolução da dispneia, atividade dos músculos respiratórios acessórios, estado de consciência, conforto do doente, FC e SpO2; Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 51 21. Corrigir fugas de ar ajustando a máscara à face do doente, evitando pressões excessivas; 22. Vigiar a integridade da pele nas zonas de contato com a máscara; 23. Vigiar distinção gástrica, considerando a necessidade de ENG; 24. Vigiar a quantidade de secreções e a capacidade do doente em expeli-las; 25. Administrar O2 com máscara ou óculos nasais com FiO2 durante a interrupção da VNI; 26. Manter um bom estado hidroelectolítico e metabólico; 27. Estimular o doente para a cinesiterapia respiratória, tosse e mobilização; 28. Efectuar registos de enfermagem. Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 52 Aspiração de secreções Técnica destinada a remover secreções das vias aéreas superiores e inferiores. • Vias aéreas superiores: Boca, nariz e orofaringe – no caso em que o doente não consegue expeli-las pela tosse ou deglutição; • Vias aéreas inferiores: Traqueia e brônquios – nos casos em que o doente se encontra entubado endotraquealmente; Necessária técnica asséptica quando entubação endotraqueal, pois ultrapassa o mecanismo de defesa, já não se encontra presente o reflexo de tosse. Necessária técnica limpa quando a entubação é orotraqueal ou nasofaríngea; É um procedimento de carácter independente. O que fazer antes da aspiração de secreções? • Inclinar a cabeceira da cama; • Hidratar o doente; • Alteração de decúbitos; • Massajar ao longo do decúbito; • Inspirações profundas e expirações lentas; Devemos estar atentos a sons, como sibilos e roncos, pois indicam diferentes problemas; Sibilos: Típico sinal de broncospasmo; Roncos: Sinal típico de acumulação de secreções; Definição: Broncorreia – muitas secreções Objectivos • Manter a permeabilidade das vias aéreas; • Prevenir a estase de secreções; • Providenciar ventilação adequada; • Prevenir infecções; Quando proceder a aspiração de secreções? Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 53 • Retenção de secreções (Som audível); • Técnicas de expulsão sem resultado; • Tosse abolida; • Doentes entubados endotraquealmente (apresentam o mecanismo de tosse comprometido); • Recolha de espécimes traqueais para análise; Recursos • Aspirador ligado á fonte de vácuo (Calibrar em 80 a 200milibares); • Sonda de aspiração; • Máscara; • Viseira ou óculos; • Luvas esterilizadas ou não dependendo da técnica; • Seringa; • Ampola de cloreto de sódio isotónico; • Estetoscópio; • Conexões em Y/T (Caso a sonda não apresente controlo de vácuo); • Recipiente com água destilada; • Recipiente para sujos; IMPORTANTE! • Pode ser introduzido um tubo nasofaríngeo – Previne traumatismo da mucosa nasal; • No caso de um doente inconsciente pode ser introduzido um tubo de Guedel, de forma a prevenir a queda da língua. Devendo este procedimento, ser preferencialmente, nasofaríngeo. • A aspiração é realizada durante, aproximadamente, 10 – 13 segundos, estando o doente monitorizado; • As sondas usadas, podem ser de 12/14/16ch (quanto maior o nº, maior é o diâmetro) A escolha da sonda depende de: Caderno de Estágio 2011/2012 Patrícia António & José Freitas 14º CLE 54 • Quantidade das secreções e da espessura das mesmas; • A anatomia do indivíduo. Procedimento 1. Consultar o processo clínico; 2. Explicar todo o procedimento ao doente; 3. Preparar