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RESENHA - Texto: A crise na educação. Autora: Hanna Arendt A crise na educação. O texto baseia suas reflexões a cerca dos desafios e crises que atingem a educação, sendo relacionada às questões principais que tangem o século XX. A educação é de suma importância devido ao contínuo nascer de novas gerações, novas são também as indagações pertinentes de novos períodos históricos que exigem a superação de antigos dogmas e impõem reflexões anteriormente determinadas por concepções arcaicas. Na América (EUA) a educação serve para transmitir aos imigrantes e sua prole a língua e também o projeto de nação existente, fazendo assim da educação transmissora de diretrizes pertinentes naquele país, portanto servindo como instrumento político. Porém, a educação com cunho político tem caráter ditatorial, pois será uma doutrinação daqueles que almejam determinado objetivo e concomitantemente incapacitam o surgimento do novo e de um possível surgimento de paradigmas contestatórios e realmente novos, na maioria dos casos e em sua totalidade, pois a educação com cunho político das novas gerações se coloca de forma coercitiva. Elemento trazido para a discussão acerca do sistema educacional americano é a universalidade e obrigatoriedade do ensino fundamental e a não obrigatoriedade do ensino médio. Essa problemática é pertinente em vista que no Brasil contemporâneo o ensino médio não é obrigatório. Isso pode ser analisado como ausência e displicência estatal frente a uma necessidade para a instrumentalização de uma população extremamente presente e participativa nos afazeres e constituição da sociedade brasileira. A educação imposta pelos adultos as crianças promovem uma relação de transmissão de saberes pautada em uma perspectiva que anula as individualidades e dificulta as lutas de um grupo frente a absoluta maioria, maioria essa tirânica por aniquilar as potencialidades individuais. A tirania dos grupos ou da maioria promove o conformismo ou os desvios de comportamentos socialmente aceitos. Outra problemática levantada é o fato do educar nos novos moldes que promovem um aprendizado calcado no aprender fazer e na compreensão da construção do saber, deixando insuficiente a transmissão dos conhecimentos do currículo padrão. Uma questão pertinente é que a criança esta em um processo de transição para a vida adulta, e o ensino e a aprendizagem fazem esse intercâmbio para o educando se formar plenamente nos conhecimentos compartilhados e possibilitar o desenvolvimento crítico dos cidadãos. A educação na modernidade e o desenvolvimento da criança estão submetidos ao mundo público, deixando etapas do desenvolvimento infantil a mercê de um universo predominantemente público, negligenciando o espaço privado que é necessário para o desenvolvimento infantil. A família é o núcleo aonde a criança toma seu primeiro contato com o mundo, sendo assim é nesse espaço que lhe são transmitidos os primeiros ensinamentos, porém é um núcleo privado. Sendo assim, a escola é o introdutório das relações do universo social, portanto representa nessa fase inicial a transição para o mundo social e seus plenos desenvolvimentos devem estar inseridos em seus objetivos. O objetivo que deve ser compartilhado pela família e pela escola é o de transmitir a futura responsabilidade coletiva por um mundo que esta em constante mudança. Daí a responsabilidade do professor no educar, que através do processo educativo demonstrara ao educando o mundo no qual ele esta sendo inserido. A modernidade e a pretensa falta de autoridade não pode ser transposta para a escola, pois como é colocada a falta de autoridade, no âmbito educacional, refere-se a falta de responsabilidade pelo mundo. A responsabilidade da instituição educacional é promover o diálogo entre a criança em desenvolvimento e o mundo que a espera, essa autoridade da escola deve ser mantida a fim de promover uma serie de transmissões aos educandos. Porém essa atitude na deve ser transposta para a política, pois é na política que os adultos agem para promoverem transformações que devem romper com o estabelecido a fim de alcançarem uma sociedade na qual atenda as demandas de seu tempo. Através dessa reflexão é que se encaixam os educandos, detentores do novo, e que refutam o velho já estabelecido e que procuram consolidar um mundo a suas expressões e aspirações. Por isso, os novos desafios colocados aos professores é fruto do passado autoritário e conservador e os novos questionamentos da modernidade que refuta o antigo e aspira por mudanças e novidades, e no meio desses questionamentos estão os professores na função de mediar os conhecimentos historicamente postos e as aspirações do devir. Portanto, a escola é o espaço de consolidar as aspirações de construção de uma sociedade democrática que valoriza as novas gerações, para isso é necessário a autoridade da responsabilização pelo mundo que está em constante transformação e construção.