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10 - Crimes Contra as Pessoas

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1 
 
DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
 
 
 
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2 
 
DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
Crimes de Lesão Corporal .................................................................... 03 
 
Crimes de Periclitação a Vida e a Saúde ................................................ 11 
 
Crimes Conta a Honra ........................................................................ 20 
 
Crimes Contra Liberdade Individual ...................................................... 29 
 
Exercícios ......................................................................................... 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
DOS CRIMES CONTA A PESSOA 
 
 Artigos. 129 ao 154 
 
 
Lesão corporal 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º Se resulta: 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
 
§ 2° Se resulta: 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incurável; 
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V - aborto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
Lesão corporal seguida de morte 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o 
resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
 
Diminuição de pena 
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social 
ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta 
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
Substituição da pena 
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de 
detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: 
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; 
II - se as lesões são recíprocas. 
 
Lesão corporal culposa 
§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4611.htm#art1
 
 
4 
 
DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
 
Aumento de pena 
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses 
dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código 
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada 
pela Lei nº 8.069, de 1990) 
 
Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) 
 
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge 
ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, 
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 
11.340, de 2006) 
 
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são 
as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um 
terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004). 
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço 
se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei 
nº 11.340, de 2006) 
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou 
contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em 
razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. (Incluído pela 
Lei nº 13.142, de 2015) 
 
 Lesão corporal é resultado de atentado bem sucedido à integridade corporal 
ou psíquica do ser humano. Ofensa à integridade física pode dizer respeito à debilitação 
da saúde como todo ou do funcionamento de algum órgão ou sistema do corpo humano, 
inclusive se o resultado for o agravamento de circunstância previamente existente. 
Também pode ser qualquer alteração anatômica, que vão desde tatuagens a 
amputações, passando por todas as alterações físicas provocadas pela ação ou omissão 
maliciosa de outrem, que pode ter utilizado meios diretos ou indiretos para gerar o dano. 
Para caracterizar a lesão corporal é necessário que esteja configurada a alteração 
física, mesmo que apenas temporária, sendo que sensações como desconforto ou dor 
física não são consideradas como formas de lesão corporal. No Direito penal brasileiro, a 
lesão corporal é um crime material, que exige exame de corpo de delito, e se consuma 
com o dano à outrem, independentemente de quantas lesões foram geradas durante a 
realização do crime. É um crime que admite a tentativa. 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art129§7
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.886.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%BAde
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tatuagem
http://pt.wikipedia.org/wiki/Amputa%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_material
http://pt.wikipedia.org/wiki/Corpo_de_delito
 
 
5 
 
DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
 
Sujeito ativo e sujeito passivo 
O sujeito ativo pode ser qualquer um, e o sujeito passivo é outrem. Assim, vemos 
que a autolesão e a lesão a fetos ou à fauna e flora não estão incluídas dentro do escopo 
desta norma legal. 
 
Lesão corporal leve 
Será leve toda lesão corporal que não for grave, gravíssima ou qualificada pelo 
resultado. 
 
✓ Contudo, deve ser suficientemente grave como para que a ofensa não 
seja despenalizada em função da aplicação do Princípio Da 
Insignificância. 
 
✓ O Princípio da Insignificância é um meio qualificador dos valores da 
estrutura típica do Direito Penal. Assim, a lesão corporal, por sua vez, ou 
provoca à vítima incapacidade para as suas ocupações habituais por uma 
ou duas semanas, ou que tenha perturbado temporariamente o 
funcionamento de membro, órgão, sentido, função _ e que, portanto 
jamais poderia ser reputada insignificante,pode dispor de um modelo 
processual mais célere, condicionando-se, mesmo, a iniciativa da ação 
penal à vítima, ou deferindo o perdão judicial nos casos em que houver 
pronta e justa reparação do dano, e poderá ser considerada como crime 
de bagatela, ou mesmo de menor potencial ofensivo. 
 
✓ A lesão corporal que provoca na vítima a perda de dois dentes tem 
natureza grave (art. 129, § 1º, III, do CP), e não gravíssima (art. 129, § 
2º, IV, do CP). A perda de doisdentes pode até gerar uma debilidade 
permanente (§ 1º, III), ou seja, uma dificuldade maior da mastigação, 
mas não configura deformidade permanente (§ 2º, IV). § 1º Se resulta: 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; § 2º Se 
resulta: IV - deformidade permanente; STJ. 6ª Turma. REsp 1620158-RJ, 
Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/9/2016 (Info 590). 
 
✓ Mesmo assim existe Jurisprudência admitindo o princípio da 
Insignificância. Na Doutrina, José Henrique Pierangeli é um doutrinador de 
defende este posicionameno. 
 
✓ A lesão que não se expressa como comprometedora, em regra, está 
adstrita a contravenção penal de vias de fato. 
✓ LCP, Art. 21. Praticar vias de fato contra alguem: 
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Flora
http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_da_insignific%C3%A2ncia
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6 
 
DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem 
mil réis a um conto de réis, se o fato não constitue crime. 
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade 
se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos. 
 
✓ Os crimes de lesão corporal leve ou culposa, pela regra do art. 88 da Lei 
9.099/95 (Juizados Especiais) procedem mediante representação: 
Ação Penal Pública Condicionada à Representação do Ofendido 
(Representação é condição de procedibilidade p/ que MP ofereça a 
denúncia). Prazo decandencial de 06 meses do conhecimento de quem é o 
autor do crime pelo ofendido ou pela pessoa que o represente. 
✓ Não é inepta a denúncia que se fundamenta no art. 129, § 9º, do CP – 
lesão corporal leve –, qualificada pela violência doméstica, tão somente 
em razão de o crime não ter ocorrido no ambiente familiar. Ex: João 
agrediu fisicamente seu irmão na sede da empresa onde trabalham, 
causando-lhe lesão corporal leve. O agente deverá responder pelo art. 
129, § 9º do CP. Sendo a lesão corporal praticada contra ascendente, 
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, deverá incidir a 
qualificadora do § 9º não importando onde a agressão tenha ocorrido. 
STJ. 5ª Turma. RHC 50026-PA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 
julgado em 3/8/2017 (Info 609). 
 
Lesão corporal grave 
No caso do parágrafo 1o, serão graves as lesões que tornem a vítima incapacitada 
para suas atividades habituais por mais de 30 dias; as que gerem perigo de vida, as que 
gerem debilidade permanente de um membro, sentido ou função; e as que acelerem o 
parto. 
 
 
A incapacidade para as atividades 
normais deve ser comprovada mediante 
laudo e não pode ser hipotética. Assim, 
não pode alguém que nunca esquiou dizer 
que não pode esquiar durante mais de 30 dias, ou alguém que nunca tocou 
o piano alegar que determinada lesão o afasta desse instrumento. A 
atividade deve ser lícita ( a prostituta, por exemplo, se enquadra. O 
traficante não se enquadra). È irrelevante a idade da vítima. 
 
 
 
✓ O perigo de vida que agrava a lesão corporal é o real, não apenas o potencial. 
Deve gerar uma situação que de fato coloque a vítima em situação onde a morte é 
uma possiblidade real, como é o caso de uma lesão que perfura o pulmão ou abre 
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DIREITO PENAL 
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uma artéria importante do corpo humano. Cuidado com este tipo de lesão corporal 
grave, pois é muito fácil confundí-la com tentativa de homicídio, já que a única 
diferença está na vontade do agente.Em regra é preterdoloso. 
✓ A debilidade permanente de membro, sentido ou função é a perda permanente do 
uso de membros (pernas e braços), de um dos sentidos (olfato, tato, paladar, etc.) 
ou de função orgânica (função digestiva, renal, circulatória, etc.)(neste caso 
estamos diante de um crime instantâneo). Em se tratando de órgãos duplos rins, 
olhos, pulmões), a perda de um, é uma debilidade, portanto, lesão grave. Dos dois 
é gravíssima. A recuperação via procedimento cirúrgico não exclui a qualificadora. 
✓ A aceleração do parto é a lesão corporal grave que leva ao nascimento prematuro 
de criança viável existente dentro do ventre da vítima. O agente deve saber que a 
vítima está gestante, sendo que esta modalidade de lesão corporal admite 
tentativa. 
 
Lesão corporal gravíssima 
E a descrita no parágrafo 2o do artigo mencionado, que gerará para a vítima a 
incapacidade permanente para o trabalho, enfermidade incurável, perda ou inutilização 
de membro, sentido ou função, deformidade permanente ou gere o aborto em gestante. 
✓ A incapacidade permanente para o trabalho é aquela em que é impossível prever, 
com base no atual estado da medicina, quando (ou se) o indivíduo poderá 
novamente assumir suas funções no mercado de trabalho. Esta modalidade pode 
ter agente operando com dolo ou culpa, sendo que se dolosa a intenção, admite 
tentativa. Incapacidade não significa perpetuidade, basta ela ser duradoura. 
✓ Enfermidade incurável é aquela que a medicina atual não consegue curar, 
inclusive as que são tratadas mediante tratamentos muito arriscados ou utilizando 
meios que não os da medicina tradicional. Esta modalidade pode ter agente 
operando com dolo ou culpa, sendo que se dolosa a intenção, admite tentativa. 
Provada por exame pericial. 
 
 
O Superior Tribunal de Justiça decidiu que 
a transmissão consciente do vírus HIV, 
causador da AIDS, configura lesão corporal 
grave, (art. 129, § 2º, do Código Penal). O 
entendimento é da Quinta Turma do STJ. 
O leading case é de um portador de HIV que manteve relacionamento 
com a vítima por dois anos e, inicialmente, usava preservativo, mas passou a 
praticar relações sexuais sem proteção, o que resultou no contágio da vítima 
pelo vírus. 
Entendeu-se que, ao praticar sexo sem segurança, o réu assumiu o risco 
de contaminar sua parceria. Também se considerou que, mesmo que a vítima 
estivesse ciente da condição do seu parceiro, a ilicitude não poderia ser 
afastada, pois o bem jurídico protegido (a integridade física) é indisponível. 
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Perna
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bra%C3%A7o
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%9Atero
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Enfermidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aborto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina
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8 
 
DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
A AIDS, na visão da relatora, Min. Laurita Vaz, trata-se de enfermidade incurável, 
nos termos do artigo 129 do CP, não sendo cabível a desclassificação da conduta para as 
sanções mais brandas no Capítulo III do mesmo código. 
O STF, no HC 98.712, entendeu que a transmissão da AIDS não era crime doloso 
contra a vida, excluindo a atribuição do tribunal do júri. Contudo, manteve a 
competência do juízo singular para determinar a classificação do delito. 
 
✓ Perda ou inutilização de membro sentido ou função - “Perda é a ablação 
(mutilação, amputação). Inutilização é a inaptidão para a atividade funcional 
específica (por exemplo, paralisia). Não se confunde com a debilidade do § 1º, III 
(perda de um olho), porque aqui há perda ou inutilização de sentido (perda dos 
dois olhos), membro ou função” ...(Führer). Outro detalhe: perda do movimento de 
parte de ummembro, é lesão grave. Se a perda do movimento é total caracteriza 
lesão gravíssima. 
✓ Deformidade permanente é o dano estético visível, duradouro e que causa 
constrangimento à vitima. O fato de existirem próteses no mercado, como por 
exemplo, olho de vidro, não afasta a natureza gravíssima desta lesão. Esta 
modalidade pode ter agente operando com dolo ou culpa, sendo que se dolosa a 
intenção, admite tentativa. 
✓ A qualificadora “deformidade permanente” do crime de lesão corporal (art. 129, § 
2º, IV, do CP) não é afastada por posterior cirurgia estética reparadora que elimine 
ou minimize a deformidade na vítima. Isso porque, o fato criminoso é valorado no 
momento de sua consumação, não o afetando providências posteriores, 
notadamente quando não usuais (pelo risco ou pelo custo, como cirurgia plástica ou 
de tratamentos prolongados, dolorosos ou geradores do risco de vida) e 
promovidas a critério exclusivo da vítima. STJ. 6ª Turma. HC 306677-RJ, Rel. Min. 
Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ-SP), Rel. para acórdão Min. Nefi 
Cordeiro, julgado em 19/5/2015 (Info 562). 
✓ Que gere aborto na vítima. Somente admite a forma preterdolosa, pois se o 
agente agiu com dolo enquadrar-se-á no crime de aborto propriamente dito. Não 
admite responsabilidade objetiva, de modo que se o agente desconhecia o fato da 
vítima ser gestante, não será gravíssima a lesão. Por não admitir forma dolosa, não 
admite tentativa. 
 
Lesão corporal seguida de morte 
Tratado no parágrafo 3o do artigo 129, este é um crime que somente admite a 
forma preterdolosa, pois se o agente agiu com dolo, ou seja, com a intenção de matar, 
trata-se de homicídio doloso. 
Neste caso, o agente tem que desejar ferir sua vítima (lesão corporal dolosa) mas 
a morte deve ser consequencia imprevisível e indesejada de sua ação. Não admite 
tentativa. O dolo não é de matar, mas apenas de ferir a vítima e a morte sobreveio 
como resultado indesejado. 
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Responsabilidade_objetiva
http://pt.wikipedia.org/wiki/Preterdolo
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9 
 
DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
Exemplo de Lesão corporal seguida de morte é quando "A" discute com "B", e o 
empurra. "B" escorrega e bate a cabeça e morre. "A" não agiu com dolo de matar, trata-
se de vias de fato. 
 
Lesão corporal privilegiada 
É aquela lesão cometida por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o 
domínio de violenta emoção, logo em seguida de injusta provocação da vítima. Uma vez 
estabelecido que trata-se de lesão corporal privilegiada, o juiz, em atenção aos diversos 
princípios que vigoram no direito penal brasileiro, deve reduzir a pena de 1/6 a 1/3. 
✓ relevante valor moral ou social é o objetivo que segue a ética dominante no 
grupo social ao qual pertence o agente. Será privilegiado mesmo que o agente 
tenha agido com erro, por exemplo, ferindo pessoa que julgava ser um abusador 
sexual de crianças que agia do bairro, mas que posteriormente provou ser 
inocente. 
✓ Para a segunda forma de lesão corporal privilegiada, é necessário que coexistam 3 
elementos: a violenta emoção do agente, o intervalo temporal mínimo entre a 
provocação da vítima e a agressão e a injusta provocação da vítima. 
 
Substituição da pena 
Nos termos do parágrafo 5o, o Juiz poderá substituir a pena de detenção pela de 
multa, caso as lesões não sejam graves e nas hipóteses de agressões recíprocas ou de 
lesão corporal privilegiada. 
Aplicando-se os princípios do Direito Penal, não poderá o Juiz penalizar com a 
detenção se a Lei estabelece parâmetro menos gravoso, de modo que este artigo deve 
ser interpretado como um dever do Juiz, que deverá substituir a pena quando a situação 
fática assim o permitir. 
 
Lesão corporal culposa 
O tipo penal descrito no parágrafo 6o é um tipo aberto, já que não há um verbo 
nuclear na descrição. É aquela decorrente de imprudência, negligência ou imperícia. 
Lembrar, sempre, que na lesão corporal culposa a graduação das lesões não serão 
consideradas, mesmo que tenha consequências graves. 
Vemos que o legislador optou por não diferenciar entre a gravidade das lesões, 
cominando com a mesma pena, detenção de 2 meses a 1 ano, todas as lesões corporais, 
desde as leves até as gravíssimas. 
 
Por ser crime culposo, não admite tentativa, sendo punida apenas a 
agressão culposa bem sucedida. Todo crime culposo exige o 
resultado. 
 
 
 
 
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Juiz
http://pt.wikipedia.org/wiki/Moral
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Abuso_sexual_infantil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Abuso_sexual_infantil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Emo%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Deten%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Multa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tipo_penal
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Tipo_penal_em_aberto&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_legislativo
 
 
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DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
 
 
 
 Importante para prova: 
✓ A pluralidade de lesões em um mesmo contexto caracteriza crime 
único, mais influência na dosimetria da pena; 
✓ Na Vias de fato, o agente ativo agride a vítima, sem lesioná-la. É uma 
briga em si, o contato entre os corpos, sem lesão (empurram, puxão 
de cabelo, aperto no braço, bofetada; 
✓ O Previsto no § 9o só se aplica a lesões corporais leves; 
✓ A causa supralegal de consentimento da vítima só vale para lesões 
corporais leves; 
✓ Em regra, o Direito Penal Brasileiro não pune autolesão, exceto o caso 
previsto no Art. 171,§2ª (Fraude de seguro, por exemplo o jogador de 
futebol que quebra sua própria perna para receber o seguro); 
✓ Lesões Esportivas (Box, MMA, Karatê,) – são casos do exercício 
regular do direito (verificando sempre se não houve excesso); 
✓ Cirurgias emergenciais – existem 02 aspectos: sem o consentimento 
da vítima, se há risco de morte, o médico está amparado pelo estado 
de necessidade de terceiro. Se não há risco de morte, é necessário 
consentimento do ofendido, caracterizando exercício regular de um 
direito. É caso de redesignação sexual (mudança de sexo), 
vasectomia, ligadura das trompas dentre outros procedimentos. 
✓ O fato que “furar a orelha” do recém-nascido para o uso de brincos 
não é lesão corporal pelo princípio da adequação social, como o caso 
da tatuagem; 
✓ Embora a tatuagem seja considerada lesão corporal, a princípio, não é 
tida como crime, desde que o tatuador obtenha o consentimento 
expresso do tatuado. A declaração de vontade da vítima constitui 
causa supralegal de exclusão da ilicitude. 
✓ A tatuagem feita em pessoa menor de 14 anos sempre caracteriza 
crime de lesão corporal; 
✓ A tatuagem feita em pessoa maior de 14 e menor de 18 anos 
caracteriza o crime de lesão corporal quando não houver 
consentimento do menor; 
✓ A tatuagem feita em pessoa maior de 14 e menor de 18 anos não 
caracteriza lesão corporal quando houver consentimento do menor; 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
Lesão corporal hedionda 
Somente a lesão corporal prevista no parágrafo doze (lesão corporal funcional) é 
considerada crime hediondo. 
 
 
CAPÍTULO III 
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE 
 
A periclitação da vida e da saúde é espécie do gênero crimes de perigo. Nos 
crimes de perigo o dolo,ao invés de visar lesar uma vítima em particular, busca criar 
uma situação de perigo. O agente não aceita, nem mesmo eventualmente, o resultado 
lesivo diverso da criação do perigo, mesmo que tal resultado possa ser previsível para o 
homem médio. Isto porque sempre será crime subsidiário ao crime de dano 
propriamente dito. O perigo pode ser concreto ou abstrato, individual ou coletivo, atual, 
iminente ou futuro. 
 
PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO 
 
Perigo de contágio venéreo 
 
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato 
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que 
está contaminado: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 2º - Somente se procede mediante representação. 
 
✓ O tipo penal define a conduta de agente que coloca alguém em perigo (expõe) 
de contágio de doença venérea, seja pela prática de atos libidinosos diversos, 
seja pelo ato sexual. 
✓ O crime será concretizado independentemente da vítima consentir em se expor 
ao perigo. Contudo, é ação penal pública condicionada, dependendo, assim, de 
representação da vítima. 
✓ A consumação ocorre com a realização de ato apto a contaminar, não sendo 
necessário que a contaminação de fato ocorra. Evidentemente, se a vítima já 
estiver contaminada, estamos diante de um crime impossível, já que o perigo 
pressupõe que a vítima não sofreria perigo se não fosse pela ação do agente. 
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Dolo
https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADtima
https://pt.wikipedia.org/wiki/Perigo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dolo_eventual
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Crime_subsidi%C3%A1rio&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tipo_penal
https://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%A3o_penal_p%C3%BAblica
 
 
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DIREITO PENAL 
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✓ A transmissão de doença venérea por meio não-sexual está tipificada no art. 131 
do Código Penal Brasileiro, o chamado crime de perigo de contágio de moléstia 
grave. 
✓ AIDS não é considerada doença venérea, pois pode ser transmitida de diversas 
formas (transfusão de sangue,...) 
✓ Este crime admite a tentativa. 
 
PERIGO DE CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE 
 
Perigo de contágio de moléstia grave 
 
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de 
que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
✓ Consiste em praticar ato capaz de produzir contágio de moléstia grave de que está 
contaminado o agente. 
✓ Trata-se de crime formal, na medida em que é um crime de consumação 
antecipada. 
✓ Será sempre doloso, pois o legislador introduziu a expressão "com o fim de" no 
texto legal. Sendo eventual o dolo, estaremos diante de crime de lesão corporal. 
✓ Assim como no crime anterior, o fato da vítima concordar com ser exposta à 
moléstia não exclui o crime, e será crime impossível se a vítima é imune ou 
portadora da moléstia que o agente pretendia contagiar; 
✓ AIDS não é moléstia grave, e sim moléstia incurável, caracterizando sua 
transmissão dolosa, tentativa de homicídio ou lesão corporal gravíssima, conforme 
dito antes; 
✓ Admite tentativa. 
 
PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM 
 
Perigo para a vida ou saúde de outrem 
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e 
iminente: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime 
mais grave. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a 
exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte 
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_formal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dolo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dolo_eventual
https://pt.wikipedia.org/wiki/Les%C3%B5es_corporais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_imposs%C3%ADvel
 
 
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DIREITO PENAL 
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de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de 
qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. ( Incluído pela Lei 
nº 9.777, de 29.12.1998) 
 
✓ Consuma-se com a criação do perigo para o sujeito passivo, que é sempre uma 
pessoa determinada ou determinável. 
✓ Como nos demais casos em que a legislação protege bem indisponível, a 
concordância da vítima é irrelevante. 
✓ Exemplo clássico – Um rapaz de 20 anos que passa cerol (vidro moído e cola) na 
linha de nylon e resolve soltar pipa com ela. Um motociclista passa na rua e tem 
seu pescoço cortado pelo cerol. Consuma-se o crime de Perigo para a Vida ou 
Saúde de Outrem. 
✓ Tipo penal utilizado mormente para punir empregadores que colocam a saúde de 
seus trabalhadores em risco, frequentemente visando cortar custos. 
 
ABANDONO DE INCAPAZ 
 
Abandono de incapaz 
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou 
autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos 
resultantes do abandono: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos. 
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
 
Aumento de pena 
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: 
I - se o abandono ocorre em lugar ermo; 
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou 
curador da vítima. 
III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 10.741, 
de 2003) 
 
✓ É um crime próprio na medida em que somente pode ser cometido por aquele 
que tem obrigação de zelar pela integridade e segurança do incapaz. 
✓ Consuma-se quando o incapaz que estava sob a responsabilidade do agente 
encontra-se em situação de perigo concreto. 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9777.htm#art132p
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Empregador
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalhador
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art133§3iii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art133§3iii
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_pr%C3%B3prio
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Incapaz&action=edit&redlink=1
 
 
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DIREITO PENAL 
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✓ O consentimento do incapaz é irrelevante. Admite tentativa 
✓ Será qualificado, mesmo que na modalidade preterdolosa, se do perigo resultar 
lesão corporal ou houver resultado morte. 
✓ A pena será aumentada se o crime for cometido em lugar ermo, se era o 
agente ascendente ou descendente, irmão, tutor ou curador da vítima e se a 
vítima contava com mais de 60 anos de idade na época da consumação do 
crime. 
✓ Para Nelson Hungria a incapacidade pode ser absoluta (em razão de suas 
condições) ou acidental (resultante das circunstâncias), dando como exemplo 
um alpinista inexperiente abandonado na montanha. 
✓ O abandono tem que gerar risco a saúde ou a vida do incapaz. Caso contrário 
não há crime. 
 
EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO 
 
Exposição ou abandono de recém-nascido 
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra 
própria: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
✓ É a modalidade privilegiada doabandono de incapaz. Só a mãe pode cometer 
esse crime, para ocultar desonra própria. 
✓ Mas existem divergências doutrinárias que acreditam que o sujeito ativo do 
crime pode ser o pai adúltero, ou os avós, pretendendo proteger a família da 
"vergonha". 
✓ Visa proteger a saúde e a vida do recém-nascido. A intenção além de 
abandonar a criança, deve ser também de ocultar desonra própria. 
✓ Admite-se a tentativa. 
 
OMISSÃO DE SOCORRO 
 
Omissão de socorro 
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem 
risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou 
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ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses 
casos, o socorro da autoridade pública: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão 
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. 
Condicionamento de atendimento médico-hospitalar 
emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). 
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer 
garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, 
como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído 
pela Lei nº 12.653, de 2012). 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela 
Lei nº 12.653, de 2012). 
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de 
atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta 
a morte.(Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012) 
 
✓ Este notável dever cívico impõe de solidariedade humana, cumprindo a 
missão educativa do Direito Penal. Todos estamos obrigados a socorrer os 
expostos a perigo que não tem condições de se defender. A obrigação 
legal recai sobre o homem comum, alheio à criação do perigo.O sujeito 
passivo é a criança abandonada, extraviada, ou a pessoa ferida, inválida, 
ao desamparo ou em grave e iminente perigo. Nos casos de criança ou 
pessoa inválida, ferida ou desamparada o perigo é presumido. Nos demais 
exige-se perigo concreto para caracterização da omissão. A conduta 
exigida pela norma não é propriamente alternativa. Sendo essencial a 
assistência direta, o inútil pedido de socorro para a autoridade não exclui 
o crime. Consuma-se com a omissão diante do perigo. Não configura 
crime se a vítima ofereça resistência que torne impossível a prestação de 
socorro ou se ela já faleceu; 
✓ Não há tentativa. 
✓ A pena é aumentada no caso de lesão grave ou morte preterdolosas. 
✓ No caso de idoso, prevê o Estatuto do Idoso: 
 
 Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem 
risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar 
sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro 
de autoridade pública: 
 Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1
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MAUS-TRATOS 
 
Maus-tratos 
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua 
autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento 
ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer 
sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de 
correção ou disciplina: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. 
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado 
contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº 
8.069, de 1990) 
 
✓ O crime não exige dano específico (de perigo); 
✓ Privação de alimentos ou de cuidados indispensáveis não admitem tentativa 
por ser o crime omissivo. 
✓ Esposa não sofre maus tratos do marido, pois não está sobre sua autoridade, 
guarda ou vigilância. Nesse caso ele responde por lesão corporal. 
✓ No caso de criança, adolescente e idoso há previsão específica 
 
Estatuto do Idoso, 
 
 Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do 
idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de 
alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-
o a trabalho excessivo ou inadequado: 
 Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa. 
 § 1ª - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
 Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
 § 2º - Se resulta a morte: 
 Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos 
 
ECA, Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, 
guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
 
 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art136§3
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DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
A diferença da tortura para o crime de maus-tratos, do art. 136, do CP, está 
exatamente na intensidade do sofrimento da vítima. 
 PALAVRA CHAVE: INTENSO SOFRIMENTO FÍSICO OU MENTAL 
Ficou perceptível que a diferença entre o crime previsto na lei 9455/97, art 1, II e do art 
136 do CP está no elemento normativo do tipo " intenso sofrimento físico", onde a 
tortura irá se aplicada em situações extremadas. 
 
 
O art. 99 da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, contém a seguinte norma 
incriminadora; “Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, Do Idoso, 
submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e 
cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho 
excessivo ou inadequado: 
 Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.” 
Nos §§ 1 º e 2º estão descritas as formas qualificadas pelo resultado, com penas 
idênticas às do Código Penal. 
 
Idoso é quem tem idade igual ou superior a 60 anos. 
A Lei nº 10.741 entra em vigor 90 dias após a publicação, ocorrida em 3-10-2003. 
 
 
CAPÍTULO IV 
DA RIXA 
 
 
Rixa 
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: 
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. 
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza 
grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de 
seis meses a dois anos. 
 
✓ Entende- se por rixa o desentendimento, rivalidade, disputa, briga em que os 
participantes atacam-se corporalmente, onde a agressão é recíproca, mesmo que 
praticada de forma desproporcional. 
✓ Segundo a norma vigente é a briga entre mais de duas pessoas, acompanha de 
vias de fato ou violências físicas recíprocas, de modo que cada sujeito age por si 
mesmo contra qualquer um dos outros contendores. Cumpre-nos salientar que 
para a caracterização de tal crime se faz necessário a participação de, no mínimo, 
três participantes, e que são, ao mesmo tempo, sujeitos ativos e passivos do 
crime. 
✓ Crime de Concurso necessário, sendono mínimo três participantes, sendo 
necessário só um imputável. 
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DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
✓ Participa da rixa quem se envolve diretamente no entrevero, na balbúrdia, na 
confusão, na briga, na luta, desferindo golpes, recebendo outros, agindo, enfim, 
da produção das lesões corporais nas pessoas dos outros rixantes. Na rixa as 
agressões devem ser mútuas e voltadas para os diversos contendores, não sendo, 
por isso, possível a perfeita determinação do modo de atuar de cada um deles. É, 
em verdade, um conflito generalizado. 
✓ No curso da rixa, terceira pessoa que intervém para separar os contendores pode 
sofrer uma agressão injusta, atual ou iminente, e repeli-la usando 
moderadamente do meio necessário, causando a morte do seu agressor ou de 
outro rixante. Estará, sem dúvida, em legítima defesa. Os participantes 
responderão por rixa qualificada. 
✓ E entre os rixantes? DAMÁSIO defende a possibilidade de um dos participantes 
da rixa poder atuar em legítima defesa quando, desenvolvendo-se a rixa apenas 
por meio de vias de fatos, um deles volta-se contra outro com um punhal, sendo 
repelido com uma ação que lhe causa a morte. 
✓ A ocorrência de lesão corporal grave ou morte qualifica a rixa, respondendo por 
ela inclusive a vítima da lesão grave. Mesmo que a lesão grave ou a morte atinja 
estranho não participante dela, configura-se a qualificadora. Quando não é 
identificado o autor da lesão grave ou do homicídio, todos os participantes 
respondem por rixa qualificada; sendo identificado o autor, os outros continuam 
respondendo por rixa qualificada, e o autor responderá pelo crime que cometeu 
em concurso material ou formal, para alguns, com a rixa qualificada. 
✓ A morte ou lesões corporais graves devem ocorrer durante a rixa ou em 
consequência dela; não podem ser antes ou depois, isto é, deve haver nexo 
causal entre a rixa e o resultado morte ou lesão corporal. A ocorrência de mais de 
uma morte ou lesão corporal não altera a unidade da rixa qualificada que continua 
sendo crime único, embora deva ser considerada na dosimetria da pena. 
✓ O resultado agravado deverá recair sobre todos os que dela tomam parte, 
inclusive sobre os desistentes e sobre aqueles que tenham sido vítimas das lesões 
graves. Apenas no caso de ter entrado após o resultado qualificador é que não 
poderá por ele responder. 
✓ O contato físico é dispensável, podendo, por exemplo, ser executado através do 
lançamento de objetos (como pedras, garrafas); 
✓ No caso específico de briga de torcidas, não há rixa e sim crime previsto no 
Estatuto do Torcedor, lei nº 10.671/2003, Art.41-B: 
 
 
Art. 41-B. Promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir 
local restrito aos competidores em eventos esportivos: (Incluído pela Lei nº 
12.299, de 2010). 
Pena - reclusão de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa. (Incluído pela 
Lei nº 12.299, de 2010). 
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DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
§ 1o Incorrerá nas mesmas penas o torcedor que: (Incluído pela 
Lei nº 12.299, de 2010). 
I - promover tumulto, praticar ou incitar a violência num raio de 5.000 
(cinco mil) metros ao redor do local de realização do evento esportivo, ou 
durante o trajeto de ida e volta do local da realização do evento; 
(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010). 
 
II - portar, deter ou transportar, no interior do estádio, em suas 
imediações ou no seu trajeto, em dia de realização de evento esportivo, 
quaisquer instrumentos que possam servir para a prática de violência. 
(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010). 
§ 2o Na sentença penal condenatória, o juiz deverá converter a pena de 
reclusão em pena impeditiva de comparecimento às proximidades do estádio, 
bem como a qualquer local em que se realize evento esportivo, pelo prazo de 
3 (três) meses a 3 (três) anos, de acordo com a gravidade da conduta, na 
hipótese de o agente ser primário, ter bons antecedentes e não ter sido 
punido anteriormente pela prática de condutas previstas neste artigo. 
(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010). 
§ 3o A pena impeditiva de comparecimento às proximidades do estádio, 
bem como a qualquer local em que se realize evento esportivo, converter-se-á 
em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da 
restrição imposta. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010). 
§ 4o Na conversão de pena prevista no § 2o, a sentença deverá 
determinar, ainda, a obrigatoriedade suplementar de o agente permanecer em 
estabelecimento indicado pelo juiz, no período compreendido entre as 2 (duas) 
horas antecedentes e as 2 (duas) horas posteriores à realização de partidas de 
entidade de prática desportiva ou de competição determinada. (Incluído 
pela Lei nº 12.299, de 2010). 
§ 5o Na hipótese de o representante do Ministério Público propor 
aplicação da pena restritiva de direito prevista no art. 76 da Lei no 9.099, de 
26 de setembro de 1995, o juiz aplicará a sanção prevista no § 2o. 
(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010). 
 
✓ O resultado agravador pode ser por dolo ou culpa, não é necessariamente 
preterdoloso; 
✓ Aquele que ingressar na rixa depois do resultado gravoso, responderá por rixa 
simples; 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO V 
DOS CRIMES CONTRA A HONRA 
 
Nossa Carta Magna, no inciso X do art. 5º, assegura a inviolabilidade da honra e da 
imagem das pessoas. Colocou sob a proteção constitucional, dentre os direitos e 
garantias fundamentais, esse precioso bem jurídico do ser humano. Honra é o 
“sentimento de nossa dignidade própria (honra interna, honra subjetiva)” e também “o 
apreço e respeito de que somos objeto ou nos tornamos merecedores perante os nossos 
concidadãos (honra externa, honra objetiva, reputação, boa fama). É o sentimento de 
apreço acerca das qualidades da pessoa. O sentimento da pessoa sobre os próprios 
predicados é a chamada honra subjetiva. O sentimento das outras pessoas acerca das 
qualidades de uma outra pessoa é a honra objetiva. Honra subjetiva é a autoestima. 
Honra objetiva é a reputação da pessoa. 
A doutrina faz ainda distinção entre honra dignidade – que diz respeito às 
qualidades morais da pessoa – e honra decoro – que se relaciona com os atributos 
físicos e intelectuais. Honra comum é a do homem enquanto homem e honra profissional 
é a referente a determinados grupos ou classes de cidadãos. O certo é que a honra é um 
valor importante para os indivíduos e por isso o Direito Penal entendeu de incriminar 
algumas condutas que se voltam contra ela. 
O Código Penal definiu três tipos de crime que têm a honra como bem jurídico 
tutelado. São a calúnia, a difamação e a injúria. Na calúnia, imputa-se falsamente a 
uma pessoa uma conduta definida como crime pela legislação penal. Ex: “Foi José quem 
roubou a padaria da esquina ontem à noite”. Na difamação, imputa-se a uma pessoa 
uma determinada conduta que macule a sua honra perante a sociedade, sem que essa 
conduta seja definida como ilícito penal. Não importa se a conduta imputada é ou não 
verdade, a mera imputação já configura o delito em questão. Ex: “Mévio gosta de 
manter relações com seus parentes”. Na injúria, por sua vez, imputa-se ao ofendidouma conduta que não macula sua imagem perante a sociedade, mas que lhe ofende a 
própria honra subjetiva. Ex: “Tício é o homem mais feio que já vi na vida”. 
 
Crime de Calúnia 
 
 
Calúnia 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido 
como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a 
propala ou divulga. 
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
 
Exceção da verdade 
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
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I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido 
não foi condenado por sentença irrecorrível; 
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do 
art. 141; 
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi 
absolvido por sentença irrecorrível. 
 
Calúnia é uma afirmação falsa e desonrosa a respeito de alguém, inclusive 
mortos. Consiste em atribuir, falsamente, a alguém a responsabilidade pela prática de 
um fato determinado definido como crime, feita com má-fé. Pode ser feita 
verbalmente, de forma escrita, por representação gráfica ou internet. Em 2012, o 
Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas declarou que a criminalização da 
calúnia viola a liberdade de expressão. 
 
Inimputáveis 
Para os causalistas, como os menores de 18 anos de idade e outros inimputáveis não 
cometem crime, não poderiam ser vítimas de calúnia, já que para a caracterização deste 
crime é necessário atribuir à vitima a responsabilidade pela prática de crime.Por outro 
lado, para os seguidores da teoria finalista, que retira o elemento culpabilidade do 
conceito de crime, os inimputáveis poderiam sim ser vítimas de calúnia. 
 
Consumação 
Por ser um crime formal não exige a ocorrência de resultado e consuma-se no momento 
em que um terceiro toma conhecimento da mentira caluniosa, mesmo que não provoque 
o dano esperado .Admite tentativa, no caso do meio de propagação da calúnia ter sido 
interceptado antes de chegar às mãos do terceiro. 
 
Exceção da verdade 
A calúnia, viu-se, é a imputação falsa de um fato definido como crime. Falsa porque 
não houve o fato ou porque o caluniado não é seu autor ou partícipe. Realizado o tipo de 
calúnia, o sujeito passivo poderá propor a ação penal contra o agente, a fim de obter sua 
condenação. Este poderá defender-se alegando e provando que a imputação é 
verdadeira. Se for bem-sucedido nesse intento, será excluída a tipicidade do fato, por 
ser verdadeira a imputação. 
Essa reação do acusado da prática de calúnia denomina-se exceção da verdade, 
que nada mais é do que o instrumento processual defensivo de que dispõe para provar a 
veracidade do fato imputado (art. 138, § 3 º). Não será, entretanto, possível arguir a 
exceção da verdade, ainda que verdadeira a imputação, em três situações. 
 
✓ Se o fato típico é de um crime de ação penal de iniciativa privada e o caluniado não 
foi condenado por sentença penal irrecorrível, não será admitida a exceção da 
verdade. Não podia ser diferente. Nos crimes em que a ação penal é privativa do 
ofendido, somente este pode dar início ao processo. É que a ordem jurídica a ele 
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Honra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Responsabilidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crime
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1-f%C3%A9
http://pt.wikipedia.org/wiki/Internet
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_de_Direitos_Humanos_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade_de_express%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Culpabilidade&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_formal
 
 
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reservou esse direito de agir em juízo. Se é assim, não pode terceira pessoa, o 
caluniador, promover, por meio da exceção da verdade, a apuração do fato. Quando 
a vítima do crime imputado preferiu não ajuizar a queixa é porque, tendo 
disponibilidade da ação e não a tendo manejado, acabou por consentir na realização 
do fato, que, por isso, deve ser considerado lícito. Se o fato é lícito, não é crime, 
logo a sua imputação é calúnia. Se, porém, a ação penal privada foi proposta e 
houve sentença penal condenatória irrecorrível, demonstrada estará a existência de 
crime, daí que o acusado de calúnia poderá promover a exceção da verdade, 
juntando, para tanto, a certidão ou cópia da própria sentença penal condenatória, 
com a demonstração de seu trânsito em julgado, livrando-se, assim, da acusação de 
calúnia, porque terá imputado um fato verdadeiro. 
✓ Também não se admitirá a exceção da verdade quando a calúnia tiver sido proferida 
contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro. Ainda que 
verdadeira a imputação, o caluniador não poderá promover a exceção da verdade, 
em razão da qualidade das funções exercidas pelo caluniado, chefe de governo, 
nacional ou estrangeiro. O chefe de governo estrangeiro goza de imunidade 
diplomática que impede a aplicação da lei penal brasileira, daí que é impossível, 
mesmo, a possibilidade da instauração do incidente penal destinado a provar que 
praticou o fato a ele atribuído. 
✓ Por último, é impossível tentar provar a verdade se o sujeito passivo da calúnia tiver 
sido absolvido pela prática do fato imputado, com sentença penal transitada em 
julgado. Se o Poder Judiciário já tiver se manifestado, em decisão definitiva, pela 
absolvição do caluniado, por qualquer razão, inclusive por insuficiência de prova, 
existe a coisa julgada, não sendo permitida a revisão contra o réu que poderia 
ocorrer caso a exceção da verdade viesse a ser julgada procedente. 
 
A exceção da verdade pode ser promovida a qualquer tempo, até mesmo após a 
sentença condenatória de primeiro grau, desde que nas razões de apelação, e, 
submetida ao contraditório, será julgada por sentença. Procedente, importará na 
absolvição do agente da calúnia, pela atipicidade do fato. Improcedente a exceção da 
verdade, prosseguirá o feito para julgar a prática da calúnia. 
Quando o caluniado gozar de foro especial por prerrogativa de função e tiver sido 
admitida exceção da verdade, esta, e somente esta, será julgada no foro especial. 
Julgada procedente no foro especial, a ação penal pela calúnia será julgada prejudicada, 
devendo os autos da exceção da verdade ser encaminhados ao Ministério Público, para 
promover a ação penal contra o imputado. Julgada improcedente, os autos serão 
remetidos ao juízo de origem, para prosseguir na ação penal pela calúnia. 
 
Extinção da punibilidade 
Ocorrerá a extinção da punibilidade sempre que o agente fizer uma retratação completa, 
satisfatória e incondicional, reconhecendo publicamente seu erro.É ato unilateral, 
pessoal e que independe da anuência do ofendido, devendo ser realizada até a 
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publicação da sentença de primeiro grau, sendo que após este momento a retratação 
perde sua eficácia como forma de extinção da punibilidade. 
 
 
Imputar a alguém falsa contravenção 
penal não é calúnia, pode ser difamação. 
 
 
 
 
 
Denunciação caluniosa 
 
 Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo 
judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de 
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhecrime de que o sabe 
inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000) 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
 § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de 
anonimato ou de nome suposto. 
 § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de 
contravenção. 
 
✓ O elemento subjetivo do tipo é a vontade específica de ofender a honra da vítima 
(animus calumniandi), devendo haver o dolo que pode ser direto ou eventual. 
✓ Então, só pratica crime contra a honra, aquele que tiver o propósito manifesto de 
ofender a honra, onde há o animus calumniandi. 
✓ Nenhuma hipóteses abaixo descritas se enquadra na calúnia: 
1. Se uma pessoa conta para outra o que ouviu, ela simplesmente está agindo 
com animus narrandi. 
2. Um acusado quando diz ao juiz que outra pessoa cometeu o crime que está 
sendo imputado a ele, está agindo com animus defendendi. 
3. e o indivíduo está querendo fazer uma brincadeira, está agindo com animus 
jocandi. 
4. Se estiver aconselhando alguém, age com animus consulendi. 
5. Com a intenção de corrigir, animus defendendi. 
 
 
 
 
 
 
 
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Crime de Difamação 
 
Difamação 
 
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua 
reputação: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Exceção da verdade 
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o 
ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas 
funções. 
 
Difamação - Imputar algo desonroso a outrem, mas não qualquer fato 
inconveniente, mas fato efetivamente ofensivo à reputação. O sujeito ativo (quem 
comete) pode ser qualquer pessoa humana (ser humano). Sujeito passivo (quem sofre) 
pode ser qualquer pessoa humana ou jurídica (Súmula 227 do Superior Tribunal de 
Justiça). 
Imputação de fato - É necessário que o fato seja descritivo, não servindo um 
mero insulto ou xingamento. muitas das vezes sendo contra funcionário público a pena 
aumenta de um sexto há um terço. 
Exceção da verdade - Como para este tipo de crime o dano ocorrerá 
independentemente da veracidade da afirmação, somente se admite a exceção da 
verdade (alegação do réu de que o fato imputado é verídico) como defesa se a 
difamação for contra servidor público e a ofensa é relativa ao exercício de sua funções 
(parágrafo único, art. 139 do CP). 
Rito - É considerado crime de menor potencial ofensivo para os fins da Lei 
9.099/1995, sendo competente o Juizado Especial Criminal, pois com a Lei 10.259/2001, 
tal rito passou a ser aplicável para os delitos com rito especial que tenham pena 
privativa de liberdade máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com 
multa. Assim, é possível a composição dos danos e a transação penal regidos pela Lei 
9.099/1995. Em ambas as hipóteses, não caracteriza antecedentes criminais. 
 
✓ O fato tem que ser determinado, verdadeiro ou falso, criminoso ou não ou 
contravenção penal; 
 
✓ Morto não pode ser vítima de difamação; 
 
✓ Pessoa jurídica pode ser vítima de difamação; 
 
✓ A exceção da verdade atinge a ilicitude, e não a atipicidade da conduta, como no 
caso de calúnia, pois é uma forma de exercício regular do direito. 
 
 
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Crime de Injúria 
Injúria do latim injuria, de in + jus = injustiça, falsidade. No Direito consiste em 
atribuir a alguém qualidade negativa, que ofenda sua honra, dignidade ou decoro. É um 
crime que consiste em ofender verbalmente, por escrito ou até fisicamente (injúria 
real), a dignidade ou o decoro de alguém, ofendendo a moral, com a intenção de abater 
o ânimo da vítima. 
Injúria 
 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a 
injúria; 
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 
 
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua 
natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
 
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, 
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de 
deficiência: 
Pena - reclusão de um a três anos e multa. 
 
✓ Dignidade - ofender as qualidades morais (chamar alguém de “sem vergonha”); 
✓ Decoro - ofender as qualidades físicas (gordo, mostro) ou intelectuais (débil 
mental, retardado); 
✓ Pode ser praticado por ação ou omissão (José estende a mão para Maria e a 
despreza); 
✓ Consuma no momento em que o fato chega ao conhecimento da vítima, dispensando 
efetivo dano a sua dignidade ou decoro. 
✓ Injúria Real (§ 2º) – Cuspir na vítima, puxar o cabelo; 
✓ Aviltante, humilhante, 
✓ A doutrina majoritária entende que a injúria racial não contempla o perdão judicial 
prevista no § 1º. 
 
 
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Disposições comuns – Injúria, Calúnia e Difamação 
 
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, 
se qualquer dos crimes é cometido: 
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo 
estrangeiro; 
II - contra funcionário público, em razão de suas funções; 
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação 
da calúnia, da difamação ou da injúria. 
IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de 
deficiência, exceto no caso de injúria. 
§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de 
recompensa, aplica-se a pena em dobro. 
 
Exclusão do crime 
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: 
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por 
seu procurador; 
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo 
quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; 
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em 
apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício. 
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela 
difamação quem lhe dá publicidade. 
 
Retratação 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da 
calúnia ou da difamação, fica isento de pena. 
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, 
difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. 
Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, 
responde pela ofensa. 
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede 
mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta 
lesão corporal. 
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, 
no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante 
representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como 
no caso do § 3o do art. 140 deste Código. 
 
 
 
 
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Injúria racial e racismo 
 
✓ Háa injúria racial quando as ofensas de conteúdo discriminatório são 
empregadas a pessoa ou pessoas determinadas. Ex.: negro fedorento, 
judeu safado, baiano vagabundo, alemão azedo, etc. 
✓ O crime de Racismo constante do artigo 20 da Lei nº 7.716/89 somente 
será aplicado quando as ofensas não tenham uma pessoa ou pessoas 
determinadas, e sim venham a menosprezar determinada raça, cor, 
etnia, religião ou origem, agredindo um número indeterminado de 
pessoas. Ex.: negar emprego a judeus numa determinada empresa, 
impedir acesso de índios a determinado estabelecimento, impedir entrada 
de negros em um shopping, etc. 
✓ o crime de racismo possui penas superiores às do crime de injúria racial; 
✓ o crime de racismo é imprescritível e inafiançável, enquanto que o de 
injúria racial o réu pode responder em liberdade, desde que paga a 
fiança, e tem sua prescrição determinada pelo art. 109, IV do CÓDIGO 
PENAL em oito anos; 
✓ o crime de racismo, em geral, sempre impede o exercício de determinado 
direito, sendo que na injúria racial há uma ofensa a pessoa determinada; 
✓ o crime de racismo é de ação pública incondicionada, sendo que a injúria 
racial é de ação penal privada; 
✓ enquanto que no crime de racismo há a lesão do Princípio da Dignidade 
da Pessoa Humana, no crime de injúria há a lesão da honra subjetiva da 
vítima. 
 
 
Súmula 714 STF 
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do 
ministério público, condicionada à representação do ofendido, para a ação 
penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de 
suas funções. 
 
✓ Ou seja, tratando-se de ofensa contra funcionário público sem vínculo com a 
função, a ação penal é privada. 
 
CRIMES CONTRA A HONRA EM LEIS ESPECIAS 
 
 
 LEI DE SEGURANÇA NACIONAL 
 
A Lei nº 7.170, de 14 de dezembro de 1983, que define os crimes contra a 
segurança nacional e a ordem política e social, definiu no art. 26 o seguinte tipo legal de 
crime: “caluniar ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o da 
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Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido 
como crime ou fato ofensivo à reputação”. A pena é de reclusão, de um a quatro anos. 
À primeira vista poderia parecer que, diante dessa norma, todo e qualquer crime 
contra a honra do Presidente da República ou de qualquer dos demais titulares das 
funções mencionadas no dispositivo constitua crime contra a segurança nacional, 
afastando, assim, a incidência das correspondentes normas do Código Penal. Não é 
assim, felizmente. 
O art. 2º da mesma lei esclarece que quando o fato estiver previsto também no 
Código Penal, como é o caso da calúnia e da difamação, sua incidência dependerá da 
motivação e dos objetivos do agente, bem assim da ocorrência de lesão, real ou 
potencial, a pessoa dos chefes dos poderes da União. 
Em outras palavras, só haverá calúnia ou difamação punidas pela Lei de Segurança 
Nacional se o agente agiu com motivação política e com o fim de causar lesão à honra 
do cargo, e desde que tenha havido efetivo dano ou, pelo menos, possibilidade de lesão 
à honra da autoridade. 
 
ESTATUTO DO IDOSO 
 
A Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 – o Estatuto do Idoso –, definiu, no 
art. 105, a seguinte conduta típica: “exibir ou veicular, por qualquer meio de 
comunicação, informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso”. 
A pena é detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. 
Idoso é quem tem idade igual ou superior a 60 anos. 
 
IMUNIDADE PARLAMENTAR 
 
Parlamentares federais, estaduais, distritais e municipais gozam da imunidade 
material em relação também à injúria, desde que no exercício do mandato e em razão 
dele. 
 
CAPÍTULO VI 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL 
 
SEÇÃO I 
 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL 
 
Observação para nunca esquecer: haverá sempre concurso material quando houver 
crimes contra a liberdade individual e outros. 
 
Do Crime de Constrangimento Ilegal 
 
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O constrangimento é obtido mediante violência, grave ameaça ou por qualquer 
outro meio análogo que seja capaz de reduzir a capacidade de resistência da vítima. 
Violência é o emprego de força física sobre o corpo da vítima através de lesões corporais 
ou da aplicação de mecanismos que tolhem sua liberdade de movimento. 
Grave ameaça é a violência moral. É a promessa da causação de um mal grave. O 
mal prometido não necessita ser injusto, porque no tipo não há essa exigência. Basta 
que seja grave. Também se perfaz o tipo quando o agente emprega um outro meio 
capaz de minar a capacidade de resistência da vítima, retirando-lhe a plena capacidade 
de determinação. É o que acontece quando a vítima é levada, por erro, a ingerir 
substância inebriante ou é hipnotizada, sedada, perdendo a plenitude de suas faculdades 
mentais. O resultado pretendido pelo agente é um comportamento da vítima, positivo ou 
negativo. Fazer aquilo que a lei não manda ou deixar de fazer o que a lei permite. 
O crime de constrangimento ilegal pode ser praticado inclusive na ausência do 
ofendido e de forma indireta, como no exemplo de obrigar alguém a certo ato via 
mensagem eletrônica sob ameaça de grave dano para seu filho. 
Exemplo de Constrangimento Ilegal: digo que alguém não passará em minha rua, 
ou lhe agredirei. Isso é constrangimento ilegal, pois àquela pessoa é permitido passar 
em minha rua. 
 
Constrangimento ilegal 
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou 
depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de 
resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Aumento de pena 
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a 
execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de 
armas. 
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à 
violência. 
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: 
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente 
ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; 
II - a coação exercida para impedir suicídio. 
 
AMEAÇA 
 
Ameaça 
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer 
outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. 
 
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A paz interior, a tranquilidade espiritual, é um estado da liberdade psíquica do ser 
humano. É bem jurídico importante que merece a Proteção do Direito Penal. A todas as 
pessoas é exigido o respeito à inviolabilidade dessa liberdade interna do outro. Qualquer 
pessoa pode ser sujeito ativo desse crime, mas o funcionário público pode cometer crime 
de abuso de autoridade, consoante dispõe a Lei nº 4.898/65. Sujeito passivo é qualquer 
pessoa que tenha capacidade para ser intimidada. Portanto, as crianças de pouca idade 
e os doentes mentais não são intimidáveis. 
Concretiza-se a ameaça através de palavra, escrita ou oral, de gestos ou qualquer 
meio simbólico, como desenhos, pinturas e objetos mostrados à vítima, diretamente ou 
por qualquer meio de comunicação, como telefone, carta, telegrama ou Internet. A 
ameaça podeser feita diretamente à vítima ou por interposta pessoa a quem é 
comunicada a promessa do mal, para que esta a transmita. Pode ser também reflexa, 
comunicada a vítima de que terceira pessoa a ela ligada por laços de parentesco ou 
afetividade sofrerá o mal. 
 O conteúdo da ameaça pode ficar evidenciado nas palavras, gestos ou símbolos, ou 
restar implícita, quando houver dubiedade na frase proferida pelo agente, desde, 
evidentemente, que seja de molde a intimidar a vítima. O mal prometido deve ser 
injusto e grave. Promessas de mal lícito como a de mandar prender a vítima que tenha 
cometido um crime ou de executar a dívida vencida garantida por título executivo não 
configuram ameaça, porquanto o mal prometido, nesses casos, é justo. 
Haverá erro de tipo quando o agente imagina ser justo o mal prometido, restando 
excluída a tipicidade do fato, ainda que evitável o erro, porque não há modalidade 
culposa. Além de injusto o mal deve ser grave, no sentido de ter eficiência causal 
suficiente para provocar o estado de intranquilidade do sujeito passivo. Serão graves a 
promessa de matar, ferir, prender, danificar um bem valioso, restringir ou impedir o 
exercício de um direito, subtrair uma coisa de estimação do poder da vítima. 
✓ Não há ameaça de morte quando o agente aponta para a vítima uma arma 
induvidosamente de brinquedo, por ela assim reconhecida. Nesses casos o meio 
utilizado é absolutamente ineficaz, não tendo sequer potencialidade para 
intimidar. 
✓ Há ameaça, contudo, quando a arma de brinquedo apontada é uma cópia 
perfeita de arma verdadeira. 
✓ Há ameaça quando o agente promete a realização de um mal atual, iminente ou 
futuro. Prometendo e cumprindo, realizando, pois, o mal anunciado, a ameaça 
restará absorvida pelo crime concretizado. 
✓ Caso fique o agente apenas na promessa, ainda que de um mal para o futuro 
remoto, responderá tão-somente pela ameaça. 
 
Conflito Aparente De Normas 
 
A ameaça integra, como elemento estrutural, outros tipos de crime, como o 
constrangimento ilegal, estupro, atentado violento ao pudor, extorsão ou roubo, e por 
estes será absorvida. Se a ameaça tem como finalidade atemorizar a vítima para que 
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DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
ela realize algum comportamento a que não esteja obrigada, haverá constrangimento 
ilegal. 
 
Ilicitude E Culpabilidade 
 
Se o agente, para repelir uma agressão injusta, proferir, contra o agressor, uma 
promessa de causar-lhe um mal grave, infundindo temor no agressor, terá realizado um 
fato atípico, porque, neste caso, o mal prometido, apesar de grave, não será injusto, 
porque justificado, pela legítima defesa, que, neste caso, constitui uma causa de 
exclusão da tipicidade, vez que a injustiça é circunstância elementar do tipo. 
Possível a legítima defesa – aqui como excludente da tipicidade –, possível será 
também a descriminante putativa correspondente, ficando excluída a culpabilidade 
quando o agente supõe situação de fato que, se existente, tornaria sua reação legítima. 
Pode a culpabilidade ainda ser excluída se o agente da ameaça encontra-se, ele 
mesmo, sob coação moral irresistível ou outra situação de inexigibilidade de conduta 
diversa, não tendo outro meio senão o de ameaçar a vítima. 
 
 
Qual é a diferença entre ameaça e constrangimento ilegal? 
A melhor maneira de lembrarmos é o famoso SE. Se colocamos um “SE”, 
estamos em constrangimento ilegal. Se não há o se, trata-se de ameaça. 
Como funciona: “se você vier à aula, você morre.” Aqui há o se, então 
estamos falando de constrangimento ilegal. Mas, se viro para alguém e faço 
aquele famoso gesto de garganta cortada, está consumada a ameaça, não o 
constrangimento. E se houver os dois? Dois crimes. A diferença é muito sutil. 
Dentro do constrangimento, devemos provocar o mal maior, mas não de uma 
maneira exata, sem vincular a outro ato. Na ameaça, o ato é direto. 
Bittencourt diz que no constrangimento ilegal temos dois atos. Por isso 
utilizamos o se. A ameaça é instantânea em relação ao constrangimento 
ilegal. Neste, podemos ter os dois atos: “Se você não matá-la , eu te mato”! 
 
 
 
SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO 
 
Há duas maneiras de realização da conduta: sequestrando a pessoa ou mantendo-a 
em cárcere privado. 
O sequestro só se realiza mediante comissão, mas a manutenção da vítima em 
cárcere privado pode dar-se mediante omissão, quando o agente deixa de colocar em 
liberdade a vítima que se encontra sob sua guarda para fins de tratamento. 
 
 
 
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Sequestro e cárcere privado 
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou 
cárcere privado: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: 
I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do 
agente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de 
saúde ou hospital; 
III - se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias. 
IV - se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; 
V - se o crime é praticado com fins libidinosos. 
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da 
detenção, grave sofrimento físico ou moral: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
 
Diferença entre SEQUESTO e CÁRCERE PRIVADO? 
No sequestro a vítima tem maior liberdade de locomoção (vítima presa numa 
fazenda). Já no cárcere privado, a vítima vê-se submetida a uma privação de 
liberdade num recinto fechado, como por exemplo: dentro de um quarto ou 
armário. 
 
Qual a diferença entre DENTENÇÃO E RETENÇÃO? 
 
Na detenção priva-se a vítima da liberdade, levando ela para algum lugar. Já 
na retenção impede-se a vítima de sair de um determinado lugar. 
 
✓ A duração da privação da liberdade é irrelevante. 
✓ O crime só é punido a tipo de DOLO. 
✓ São delitos MATERIAIS e PERMANENTES, uma vez que o tipo descreve a 
conduta e o resultado. 
✓ É possível a TENTATIVA. 
✓ A AÇÃO PENAL É PÚBLICA INCONDICIONADA. 
 
Observe-se que na causa de aumento (§1º, II) relativo à internação da vítima, 
deve existir o DOLO DE SEQUESTRAR camuflando o sequestro com a internação. 
Aqui é necessário distinguir o DOLO DE SEQUESTRAR, da conduta relacionada aos 
Arts. 22 e 23 da Lei 3.688/41 (contravenções penais) relativo à contravenção 
conhecida como INTERNAÇÃO IRREGULAR. 
 
 
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DIREITO PENAL 
Prof. Márcio Tadeu 
Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele internar, sem as 
formalidades legais, pessoa apresentada como doente mental: 
Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. 
§ 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar a autoridade 
competente, no prazo legal, internação que tenha admitido, por motivo de 
urgência, sem as formalidades legais. 
§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou 
multa de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, aquele que, sem observar 
as prescrições legais, deixa retirar-se ou despede de estabelecimento 
psiquiátrico pessoa nele, internada. 
Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto 
no artigo anterior, sem autorização de quem de direito: 
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de 
quinhentos mil réis a cinco contos de réis. 
 
Já no caso do fim libidinoso (previsto no § 1º, V) nunca é demais lembrar que 
abrange homem ou mulher,

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