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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA DISCIPLINA: HISTÓRIA DA BAIXA IDADE MÉDIA PROF. DR. SÍNVAL CARLOS MELLO GONÇALVES ACADÊMICA: MACARENA CAVALCANTE MAIRATA Fichamento: BASCHET, Jérôme. A civilização feudal: do ano mil à colonização da América. São Paulo: Globo, 2006 III A Igreja, Instituição dominante do feudalismo 1. O termo “igreja” inicialmente designava a comunidade de fiéis, posteriormente passou a designar os locais físicos, como os edifícios onde os fiéis se reúnem. No século XII, a “ (...) materialização das realidades espirituais” passou também a designar o clero. Baschet. (Pág. 167). 2. Baschet explica que “ a partir dos séculos XI e XII, o termo “igreja” é cada vez mais identificado com seus membros eclesiásticos”. (Pág. 168). 3. A igreja torna-se a própria sociedade. 4. A fé medieval não permitia que houvesse a noção de escolha religiosa. Todos naquela sociedade eram considerados cristãos, porque se nascia no cristianismo. Tal questão se dava por conta de uma identidade herdada por meio da prática do batismo. (Pág.168). I. Unidade e diversidade da instituição eclesial I. 1. A Igreja é a instituição dominante do feudalismo. I. 2. Dois grupos dominam o controle das terras e dos direitos: clero e a aristocracia. I.2.1 As relações entre clero e aristocracia são ambivalentes, mas na obra de dominação, são cúmplices. (Pág. 169). I. 3. A Instituição eclesial não é homogênea, sendo composta por contradições, conflitos e tendências. Seu quadro local era ocupado por clérigos seculares, que conservavam a vida secular, e por clérigos regulares, que escolhiam a fuga ao mundo e se consagravam ao serviço de Deus. . (Pág. 169). I.3.1 Ainda que existam diferenças internas na Igreja, ela permanece unida, “institucional e liturgicamente” Baschet (Pág.170). I.4. Por volta de 1130- 50, Graciano, autor da obra o Decreto, pai do direito canônico, afirma a “existência de dois tipos cristãos: clérigos e laicos”, Baschet (Pág.171). Na obra de Graciano, a tonsura (corte rente de parte do cabelo, realizado em cerimônia religiosa para conferir ao ordenado o primeiro grau no clero), era sinal de escolha divina e a obra foi considerada um estatuto jurídico. II. Acumulação material e poder espiritual II. 1. No século IV, os cristãos com o intuito de assegurar a salvação de suas almas, fazem doações de terras e bens à Igreja. Graças a essas doações, o poder material da Igreja é construído. II. 2. Nos séculos XI e XII, príncipes e senhores fazem doações abundantes aos monastérios II. 2.1 Todos os bens que chegam à instituição eclesial permanecem em sua posse, diferente dos bens aristocráticos divididos e submetidos a herdeiros. II. 3. O “tesouro” de cada igreja incluía relicários, livros e objetivos precisos. Com isso, o “material e o espiritual se misturam indissoluvelmente”, Baschet (Pág.173) II. 4. Carlos Magno institui a obrigatoriedade do dízimo (um décimo da colheita ou produto das atividades produtivas), destinado aos clérigos. Sinal de dominação clerical. II. 5. Os clérigos passam a exercer duas funções do ritual de ordenação sacerdotal: “transmitir o ensinamento e a palavra de Deus e conferir os sacramentos (...)”, Baschet (Pág.174). II. 6. O clérigo torna-se um intermediador entre o homem e Deus. III. A circulação generalizada dos bens e das graças III. 1. A lógica do dom e contradom, estabelecida por Marcel Mauss, explica tal lógica resultado do hábito de doar bens à Igreja em troca de graças recebidas ou esperadas. (Pág.177). III. 2. Quem doava não necessariamente recebia graças; os clérigos não asseguravam o recebimento dessas graças e a ideia de que ao se doar se restitui partes das bênçãos dadas por Deus era repassada aos fiéis/doadores. (Pág.178). III. 3. A prática do dom na sociedade cristã estava alicerçada na noção de caridade, realizava-se a doação sem nada esperar em troca. Ao revés disso, estava o dom interessado que era tido como sinal de vaidade e cupidez. (Pág.178). III. 4. A excomunhão, prática que excluía os fiéis da comunidade terrestre e da glória da Igreja celeste, era um recurso usado pelos clérigos para assegurar a coesão do corpo social da Igreja. Não somente utiliza para com os fiéis, mas também para com os aristocratas e príncipes. (Pág.178).