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@poli.canuto- Med afya 6º período Objetivos 1. Revisar os cuidados de puericultura 2. Avaliar o crescimento normal da criança e reconhecer anormalidades na curva de crescimento 3. Avaliar o DNPM normal da criança 4. Orientar sobre a alimentação na infância e adolescência 5. Conhecer sobre a abordagem cirúrgica da polidactilia 6. Discutir a gestação em idade avançada ETAPAS DA INFÂNCIA A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), consideram como adolescentes aqueles que têm de 10 a 20 anos incompletos, ou seja, entre 10 e 19 anos 11 meses e 29 dias de idade (MINiSTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Recém-nascido (0 a 28 dias de vida) Lactente ( 29 dias a 2 anos de vida) Pré-escolar (2 a 7 anos de idade) Escolar (7 a 10 anos de idades) Adolescente (10 a 20 anos incompletos) PUERICULTURA Definição A puericultura consiste na consulta médica periódica de uma criança, onde devem estar presentes: orientações educativas, ações de promoção da saúde, ações relacionadas à prevenção de doenças e observação dos riscos e vulnerabilidades aos quais está submetida a respectiva criança (MINESTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Puericultura é a consulta periódica de uma criança feita com o propósito de avaliar seu crescimento e desenvolvimento de maneira próxima. (SANARFLIX) Nos serviços de atenção básica, os profissionais que realizam o pré- natal frequentemente são os que seguirão acompanhando a família durante a puericultura da criança. Sendo assim, o vínculo entre a equipe de saúde e a família do recém-nascido para o acompanhamento da criança deve preferencialmente se iniciar pelo menos desde o pré-natal. (MINESTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Frequência das consultas A primeira consulta do recém-nascido deverá ocorrer na sua primeira semana de vida, que constitui um momento propício para estimular e auxiliar a família nas dificuldades do aleitamento materno exclusivo, para orientar e realizar imunizações, para verificar a realização da triagem neonatal (teste do pezinho) e para estabelecer ou reforçar a rede de apoio à família (MINIESTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Na APS, após a alta hospitalar deve-se garantir uma visita domiciliar do ACS ao binômio mãe e filho já na primeira semana de vida-até o 5º dia após o parto, para: (SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE) Atualizar a ficha A do SIAB; Verificar o estado geral da criança, principalmente os SINAIS DE ALERTA que indicam perigo à saúde da criança que indicam a necessidade de encaminhamento ao serviço de referência com urgência Observar o estado geral da mãe; Orientar sobre o aleitamento materno, cuidados com higiene e o coto umbilical; Orientar sobre a consulta de puerpério e de acompanhamento do bebê, que deverá acontecer até o 10º dia após o parto na UAP ( se possível agendar as consultas na mesma data para a mãe e filho), estimulando a participação do pai; Avaliar a Carteira da Criança, quanto: a realização dos testes do Pezinho, da Orelhinha, do Olhinho e do Coraçãozinho; a aplicação da vacina prevista ao nascer: hepatite B. Caso não tenha sido aplicada no hospital, orientar para fazer a vacina na UAP. Nos primeiros 2 anos de vida, as consultas são mais frequentes devido ao processo de crescimento e desenvolvimento ser mais intenso, por isso, no 1º ano de vida é recomendado um mínimo de sete consultas de rotina: na 1ª semana , no 1º/2º/4º/6º/9º e 12º mês; além disso, no 2º ano de vida, deve ter um mínimo de dois atendimentos de rotina entre o 18º mês e o 24º A partir dos 2 anos de idade as consultas podem se tornar anuais. Outras consultas podem ser feitas conforme necessidades devido a problemas de saúde (SANARFLIX) CONTEÚDO DA CONSULTA São fundamentais a utilização e o adequado preenchimento da Caderneta de Saúde da Criança para o registro das principais informações de saúde da criança (Caderneta de Saúde da Criança – Passaporte da Cidadania/MS, 2011) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) ANAMNESE A anamnese deve ser completa, com todos os itens de uma anamnese comum, mas devendo também abordar: (SANARFLIX) Crescimento e desenvolvimento infantil @poli.canuto- Med afya 6º período 1. Antecedentes pessoais da criança, com informações desde a sua concepção, com ênfase nos antecedentes patológicos e alimentares, questionando acerca da gestação, nascimento e período neonatal. (tipo de parto, local do parto, peso ao nascer, idade gestacional, índice de Apgar, intercorrências clínicas na gestação, no parto, no período neonatal e nos tratamentos realizados) 2. Desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), é preciso investigar habilidades motoras, como linguagem gestual, oral, regulação do esfincter e socioafetivo. 3. Antecedentes familiares (as condições de saúde dos pais e dos irmãos, o número de gestações anteriores, o número de irmãos) 4. Antecedentes vacinais, com os registros e eventos adversos 5. História de formação da família, relacionamento dos pais e aceitação da criança neste processo. 6. Habitação é um ponto importante para a compreensão do profissional acerca das condições de vida, saúde da criança e sua família, de modo a conseguir compreender se existem fatores de risco para doenças respiratórias, infecto-parasitárias e dermatológicas. 7. Hábitos atuais da criança também devem ser questionados à família, englobando sua alimentação, evacuações, urina, rotina de sono, higiene e atividades como lazer, tempo de tela e exercícios físicos 8. O índice de Apgar – também reconhecido popularmente pelos pais como a “nota” que o bebê recebe logo após nascer – no quinto minuto entre 7 e 10 é considerado normal. Apgar 4, 5 ou 6 é considerado intermediário e relaciona-se, por exemplo, com prematuridade, medicamentos usados pela mãe, malformação congênita, o que não significa maior risco para disfunção neurológica. Índices de 0 a 3 no quinto minuto relacionam-se a maior risco de mortalidade e leve aumento de risco para paralisia cerebral. No entanto, um baixo índice de Apgar, isoladamente, não prediz disfunção neurológica tardia EXAME FÍSICO Apresentar à criança os instrumentos que serão utilizados em cada etapa do exame (estetoscópio, espátula, fita métrica, etc.) auxilia na compreensão da mesma acerca de tais objetos, o que pode facilitar a tarefa do médico. Além disso, é importante que durante toda a consulta algum dos responsáveis esteja no consultório, podendo solicitar a ajuda destes durante as etapas do exame físico. (SANARFLIX) O exame deve ser crânio-caudal e de preferência no colo dos pais. Recomenda-se que a orocospia e o exame da orofaringe devem ser feitos no fim do atendimento (SANARFLIX) Segundo o Ministério da Saúde, as consultas seguintes à primeira não devem obrigatoriamente contar com todos os elementos de um exame físico completo, no entanto, até os 10 anos de idade recomenda-se procedimentos específicos não deixem de ser realizados: dados antropométricos, rastreamento para displasia evolutiva do quadril, ausculta cardíaca, avaliação da visão e audição, aferição da pressão arterial e rastreamento para criptroquirdia. (SANARFLIX) PELE Observe a presença de: (MINIESTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Edema Se for generalizado, pense em doença hemolítica perinatal Iatrogenia por uso de coloides ou cristaloides em excesso, insuficiência cardíaca, sepse Se for localizado, isso sugere trauma de parto); Palidez (sangramento, anemia, vasoconstrição periférica ou sinal de arlequim – palidez em um hemicorpo e eritema do lado oposto, por alteração vasomotora e sem repercussão clínica); Cianose Se for generalizada, pense em doenças cardiorrespiratórias graves; Se for localizada nas extremidades ou na região perioral, pense em hipotermia) Icterícia. O profissional deverá estar mais atento caso a icterícia tenha se iniciado nas primeiras 24 horas ou depois do 7º dia de vida, caso tenha duração maior do que uma semana norecém-nascido a termo, duração maior do que duas semanas no prematuro e se a tonalidade for amarela com matiz intenso ou se a icterícia se espalha pelo corpo, atingindo pernas e braços. Presença de assaduras, pústulas (impetigo) e bolhas palmo- plantares (sífilis). Esclareça a família quanto à benignidade do eritema tóxico As principais alterações de pele são: 1. Eritema tóxico neonatal: Erupção autolimitada, benigna e assintomática e geralmente aparece no 2o ou 3o dia de vida. As lesões são vesículas, pápulas e pústulas com 1 a 3 mm de diâmetro, rodeadas por halo eritematoso de 1 a 2 cm. Involução espontânea em aproximadamente 7 dias 2. Melanose pustulosa: São lesões benigna e autolimitada e estão presentes já ao nascimento e são vesicopústulas com milímetros de diâmetro que podem ocorrer em qualquer região do corpo, inclusive nas palmas e plantas. Na evolução, as lesões rompem-se e deixam uma descamação em colarete que evolui com mancha hipercrômica @poli.canuto- Med afya 6º período 3. Hiperplasia sebácea: A hiperplasia sebácea consiste de múltiplas lesões papulares amareladas com 1 mm de diâmetro, localizadas no dorso nasal e na região malar, tem como causa a estimulação das glândulas sebáceas por hormônios maternos androgênicos. As lesões desaparecem espontaneamente dentro do 1o mês de vida.. 4. Mancha salmão: A mancha salmão é uma lesão plana de coloração rósea clara com limites imprecisos que desaparece à vitropressão e torna--se mais intensa frente ao choro e sucção, pois é causada por imaturidade vascular. Evolui com melhora gradativa e desparece até o 3o ano de vida, quando ocorre maturação do sistema autonômico que inerva esses vasos sanguíneos. 5. Hemangioma: O hemangioma da infância é o tumor vascular benigno mais comum na infância; em 50% dos casos, não está presente ao nascimento (ou há uma lesão precursora), com crescimento durante os primeiros 15 dias de vida. Apresenta uma fase de crescimento rápido até os 6 a 9 meses de vida e regride de forma lenta até os 9 anos de idade. Ocorre involução espontânea 6. Manchas mongólicas: São manchas de coloração marrom-azula-da ou arroxeada, mas podem acometer qualquer localização. O tamanho é variável de poucos a vários centímetros, e desaparece ao passar dos anos. Ocorre por um defeito na migração dos melanócitos da crista neural no desenvolvimento embrionário, e essas células ficam acumuladas na derme. Pelo caráter autoinvolutivo, não necessitam tratamento 7. Dermatite por fraldas 8. Crosta láctea vem do excesso de sebo nos bebês. Em outras palavras, as glândulas sebáceas, que produzem o manto lipídico na pele para protegê-la, são muito ativas. Daí o surgimento, em alguns lugares, de áreas oleosas que acumulam células mortas. CRÂNIO Fontanelas: a fontanela anterior mede de 1cm a 4cm, tem forma losangular, fecha-se do 9º ao 18º mês e não deve estar fechada no momento do nascimento. A fontanela posterior é triangular, mede cerca de 0,5cm e fecha-se até o segundo mês. Não devem estar túrgidas, abauladas ou deprimidas. Bossa serossanguínea e cefalematomas (mais delimitado do que a bossa e que involuem mais lentamente) desaparecem espontaneamente @poli.canuto- Med afya 6º período Cavalgamento: Regiões das suturas que fecharam de formas desiguais, ou seja, sobreposição temporária da borda de um osso craniano sobre o outro Craniossinastose: soldadura precoce de uma ou mais suturas OLHOS Reflexo fotomotor: projeta-se um feixe de luz em posição ligeiramente lateral a um olho. A pupila deve se contrair rapidamente. O teste deve ser repetido no outro olho, devendo ser comparado com o primeiro. Avalia basicamente a estrutura anátomofuncional Teste do reflexo vermelho ou Bruckner test (idem): deve ser realizado na penumbra (para a pupila ficar mais dilatada), com o oftalmoscópio colocado aproximadamente de 5cm a 10cm de distância dos olhos da criança (o importante é que o oftalmoscópio ilumine os dois olhos simultaneamente), para se observar o reflexo vermelho nos dois olhos. Se for notado um reflexo diferente entre os olhos ou a presença de opacidade, a criança deverá ser avaliada por um oftalmologista com urgência, pois poderá ter problemas como: catarata congênita, retinoblastoma ou retinopatia da prematuridade Conjuntivites: as pálpebras podem estar edemaciadas (pela reação ao nitrato de prata a 1%) e a regressão é espontânea em 24h a 48h. A presença de secreção purulenta evidencia uma conjuntivite e, principalmente no RN, é importante descartar a infecção por gonococo, clamídia e herpesvírus A conduta correta é sempre coletar a secreção e solicitar exame bacteriológico e bacterioscópico. A coleta pode ser feita do fundo de saco, com espátula para swab, e encaminhada ao laboratório de microbiologia em meio de cultura. Após a coleta, deve-se iniciar imediatamente o tratamento com colírio (tobramicina ou ofloxacina) e, após o resultado, deve-se tratar o agravo de acordo com o agente etiológico. O grande risco é a conjuntivite por gonococo, pois a bactéria pode penetrar na córnea intacta e causar perfuração ocular em 24h. Estrabismo (ou esotropia) e nistagmo lateral são comuns nesta fase, devendo ser reavaliados posteriormente. Os recém-nascidos podem apresentar eventualmente algum tipo de desvio ocular, pois a visão binocular só estará bem desenvolvida entre 3 e 7 meses. Raramente o estrabismo congênito tem seu diagnóstico feito antes dos 6 meses de vida. O exame para o seu diagnóstico está descrito no capítulo 4. A idade ideal para o encaminhamento é a partir dos 4 meses ORELHA E AUDIÇÃO Realização da triagem auditiva neonatal universal (Tanu) ou “teste da orelhinha”. NARIZ Avalie a forma e a possível presença de secreção (sífilis). BOCA Alterações morfológicas podem representar dificuldade para a pega durante a amamentação, o que exigirá suporte e acompanhamento adequados. Observe a úvula, o tamanho da língua (macroglossia), o palato, o freio lingual e a coloração dos lábios. Perólas de Epstein: Pequenas formações esbranquiçadas no palato e, às vezes, na gengiva sem repercussão clínica. PESCOÇO Assimetria Torcicolo congênito O torcicolo congênito tem resolução espontânea em 90% dos casos. No entanto, nos casos mais persistentes, pode ser necessária correção cirúrgica (protelada até os três anos de idade) TÓRAX Avalie a assimetria, pois ela sugere malformações cardíacas, pulmonares, de coluna ou arcabouço costal. Apalpe as clavículas, para avaliar se há fraturas que poderiam acarretar diminuição ou ausência de movimentos do braço. A fratura de clavícula é manejada simplesmente prendendo-se o braço ao tórax, para proporcionar conforto ao bebê; tem caráter benigno e ocorre formação de calo ósseo em 2 a 3 semanas. Oriente a família para a involução espontânea de mamas, que podem estar ingurgitadas ou com presença de secreção leitosa (passagem de hormônios maternos). Observe possíveis sinais de sofrimento respiratório (tiragens, retração xifoidiana, batimentos de asas do nariz, gemidos, estridor). Conte a frequência cardíaca, que normalmente varia entre 120bpm e 160bpm. Observe a possível presença de cianose, abaulamento pré-cordial, turgência jugular, ictus cordis e sopros cardíacos. Verifique também os pulsos. ABDOME Observe a respiração, que é basicamente abdominal e deve estar entre 40mrm e 60mrm. Observe a forma do abdome: se ele estiver dilatado, o achado pode sugerir presença de líquido, distensão gasosa, visceromegalias, obstrução ou perfuração abdominal; se ele estiver escavado, isso pode indicar hérnia diafragmática. Diagnostique a presença de hérnias inguinal e umbilical. Os casos de hérnia inguinal têm indicação cirúrgica imediata, devido ao risco de encarceramento ou estrangulamento. Já nos casos de hérnia umbilical, aguarda-se sua regressão espontâneaaté 12 meses, dependendo do tamanho da hérnia Diagnostique também a presença de diástase dos retos abdominais e agenesia da musculatura abdominal. Verifique a presença de granuloma umbilical após a queda do coto (resolvido com uso de nitrato de prata). Se a região umbilical estiver vermelha, edemaciada e com secreção fétida, o achado indica onfalite e, portanto, a criança deve ser encaminhada para a emergência @poli.canuto- Med afya 6º período GENITÁLIA Apalpe a bolsa escrotal para identificar a presença dos testículos. Quando os testículos não forem palpáveis na bolsa escrotal na primeira consulta do recém-nascido, a mãe pode ser informada de que isso se trata de uma situação comum, especialmente em prematuros (9,2% a 30%). Isso porque, na maioria das vezes, os testículos “descem” até os 3 meses de vida, quando o caso deverá ser reavaliado. Se aos 6 meses os testículos não forem apalpados na bolsa escrotal, a criança deve ser encaminhada para melhor avaliação e tratamento O acúmulo de líquido peritoneal ao redor do testículo caracteriza hidrocele, que em geral tem regressão lenta, com resolução espontânea, até os 2 anos de idade da criança (idem). A fimose é fisiológica ao nascimento. Deve-se observar a localização do meato urinário para excluir a possibilidade de hipospádia ou epispádia. Na genitália feminina, os pequenos lábios e o clitóris estão mais proeminentes. Pode haver secreção esbranquiçada, às vezes hemorrágica, devido à passagem de hormônios maternos, que se resolve espontaneamente ÂNUS E RETO Verifique a permeabilidade anal, bem como a posição do orifício e a presença de fissuras SISTEMA OSTEOARTICULAR Examine os membros superiores e inferiores, para avaliar sua resistência à extensão, a flexão dos membros, a possibilidade de flacidez excessiva e a suposta presença de paralisia. Identifique a provável presença de pé torto, que pode ser desde posicional (corrigido espontaneamente ou com imobilização) até um pé torto congênito grave, associado inclusive a outras anormalidades congênitas. O exame da flexibilidade do pé ajuda na diferenciação, mas o ideal é encaminhar a criança para o ortopedista, para melhor avaliação e escolha do tratamento. Verifique a presença de displasia evolutiva do quadril realizando os testes de Ortolani e de Barlow AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA Observe reflexos arcaicos: sucção, preensão palmo- plantar e Moro, que são atividades próprias do recém- nascido a termo, sadio. Observe a postura de flexão generalizada e a lateralização da cabeça até o final do primeiro mês. Observe a presença de movimentos normais e espontâneos de flexão/extensão dos membros. O tônus normal é de semiflexão generalizada Os principais reflexos são: 1. Apoio plantar (desaparecem até o 6º mês) 2. Succção (desaparecem até o 6º mês) 3. Preensão palmar (desaparecem até o 6º mês) 4. Reflexo de Moro (é incompleto a partir do 3º mês e não deve existir a partir do 6º mês) medido pelo procedimento de segura a criança pelas mãos e liberar bruscamento seus braços. Deve ser sempre simétrico 5. Reflexo cutâneo plantar (a partir do 13º mês, ocorre flexão do hálux). Obtido pelo estímulo da porção lateral do pé. No RN, desencadeia extensão do hálux. 6. Reflexo tônico-cervical (desaparece até o 3º mês). Rotação da cabeça para um lado, com consequente extensão do membro superior e inferior do lado fácil e flexão dos membros contralaterais 7. Galant (até 1 ano de vida): vira para o lado friccionado @poli.canuto- Med afya 6º período CALENDÁRIO VACINAL ORIENTAÇÕES VACINAIS Vacina BCG: Administre o mais precocemente possível, preferencialmente após o nascimento. Para os prematuros com menos de 36 semanas, administre a vacina depois que eles completarem 1 mês de vida e atingirem 2kg. (MINiSTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Administre uma dose em crianças menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias) sem cicatriz vacinal. (MINiSTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Contatos intradomiciliares de portadores de hanseníase menores de 1 ano de idade, comprovadamente vacinados, não necessitam da administração de outra dose de BCG. Para os casos relativos a contatos de portadores de hanseníase com mais de 1 ano de idade sem cicatriz, administre uma dose. Na eventualidade de contatos de indivíduos comprovadamente vacinados com a primeira dose, administre outra dose de BCG. Mantenha o intervalo mínimo de 6 meses entre as doses da vacina. Para contatos com duas doses, não se deve administrar nenhuma dose adicional. Na ocasião do exame dos contatos intradomiciliares de portadores de hanseníase, caso haja incerteza sobre a existência de cicatriz vacinal, aplique uma dose, independentemente da idade. (MINiSTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Para a criança HIV positiva, a vacina deve ser administrada ao nascimento ou o mais precocemente possível. Para as crianças HIV positivas ainda não vacinadas que chegam aos serviços de saúde, a vacina está contraindicada. Na existência de sinais e sintomas de imunodeficiência, não se indica a revacinação de rotina. Para os portadores de HIV positivo, a vacina está contraindicada em qualquer situação (MINiSTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Vacina contra hepatite B (recombinante): Administre preferencialmente nas primeiras 12 horas de nascimento ou na primeira visita da criança ao serviço de saúde. Para os prematuros com menos de 36 semanas de gestação ou para recém-nascidos a termo de baixo peso (com menos de 2kg), siga esquema de quatro doses: 0, 1, 2 e 6 meses de vida. (MINiSTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Para a prevenção da transmissão vertical em recém-nascidos (RN) de mães portadoras da hepatite B, administre a vacina e a imunoglobulina humana anti-hepatite B (HBIG), disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie), nas primeiras 12 horas ou no máximo até sete dias após o nascimento. (MINiSTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Deve-se administrar a vacina e a HBIG em locais anatômicos diferentes. A amamentação não traz riscos adicionais ao RN que tenha recebido a primeira dose da vacina e a imunoglobulina (MINiSTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Vacina adsorvida contra difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae B (conjugada): Administre aos 2, 4 e 6 meses de idade da criança. Faça um intervalo de 60 dias e mínimo de 30 dias entre as doses. São indicados dois reforços da vacina adsorvida contra difteria, tétano e pertussis (DTP). O primeiro reforço deve ser administrado aos 15 meses de idade. Já o segundo reforço, aos 4 anos. (MINiSTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Observação importante: a idade máxima para administrar esta vacina é aos 6 anos, 11 meses e 29 dias. (MINiSTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Diante de um caso suspeito de difteria, avalie a situação vacinal dos comunicantes. Para os não vacinados menores de 1 ano de idade, inicie esquema com DTP+ Hib. Para não vacinados na faixa etária entre 1 a 6 anos, inicie esquema com DTP. Para os comunicantes menores de 1 ano com vacinação incompleta, deve se completar o esquema com DTP + Hib. Para crianças na faixa etária de 1 a 6 anos com vacinação incompleta, complete o esquema com DTP. Para crianças comunicantes que tomaram a última dose há mais de cinco anos e que tenham 7 anos de idade ou mais, deve-se antecipar o reforço com dT (MINiSTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Vacina contra poliomielite 1, 2 e 3 (atenuada): Administre três doses (aos 2, 4 e 6 meses). Mantenha o intervalo de 60 dias e mínimo de 30 dias entre as doses. Administre o reforço aos 15 meses de idade. Considere para o reforço o intervalo mínimo de 6 meses após a última dose (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Vacina oral contra rotavírus humano G1P1 (atenuada): Administre duas doses seguindo rigorosamente os limites de faixa etária: (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Primeira dose: de 1 mês e 15 dias a 3 meses e 7 dias; Segunda dose: de 3 meses e 7 dias a 5 meses e 15 dias. O intervalo mínimo preconizadoentre a primeira e a segunda dose é de 30 dias. Nenhuma criança poderá receber a segunda dose sem ter recebido a primeira. Se a criança regurgitar, cuspir ou vomitar após a vacinação, não repita a dose (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Vacina pneumocócica 10 (conjugada): No primeiro semestre de vida da criança, administre três doses, aos 2, 4 e 6 meses de idade do bebê. O intervalo entre as doses é de 60 dias e mínimo de 30 dias. Faça um reforço, preferencialmente, entre os 12 e os 15 meses de idade, considerando o intervalo mínimo de 6 meses após a 3ª dose. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Para crianças de 7 a 11 meses de idade, o esquema de vacinação consiste em duas doses com intervalo de pelo menos 1 mês entre as doses. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) @poli.canuto- Med afya 6º período O reforço é recomendado preferencialmente entre os 12 e os 15 meses, com intervalo de pelo menos 2 meses (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Vacina meningocócica C (conjugada): Administre duas doses, aos 3 e 5 meses de idade da criança, com intervalo de 60 dias e mínimo de 30 dias entre as doses. O reforço é recomendado preferencialmente entre os 12 e os 15 meses de idade (BRASIL, 2012a). Vacina contra febre amarela (atenuada): Administre aos 9 meses de idade da criança. Durante surtos, antecipe a idade de vacinação para 6 meses. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Tal vacina é indicada aos residentes ou viajantes para as seguintes áreas com recomendação de vacina: Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais, além de alguns municípios dos Estados do Piauí, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Para os viajantes que se deslocarem para os países em situação epidemiológica de risco, busque informações sobre administração da vacina nas embaixadas dos respectivos países a que se destinam ou na secretaria de vigilância em saúde do estado. Administre a vacina dez dias antes da data da viagem. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Administre reforço a cada 10 anos após a data da última dose (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Vacina contra sarampo, caxumba e rubéola: Administre duas doses. A primeira dose deve ser administrada aos 12 meses de idade e a segunda dose aos 4 anos. Em situação de circulação viral, antecipe a administração de vacina para os 6 meses de idade; porém, devem ser mantidos o esquema vacinal de duas doses e a idade preconizada no calendário. Considere o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS O crescimento infantil é um processo dinâmico ao longo do tempo que deve ser observado e quantificado mediante múltiplas medidas, em várias ocasiões, conforme a idade, o sexo e a fase do crescimento. Na avaliação dinâmica do crescimento, são comparados os dados extraídos em determinado momento (avaliação transversal) com os das curvas de crescimento já padronizadas, analisando o canal ou a zona de crescimento e a VC na avaliação baseada em dados obtidos em vários momentos (avaliação longitudinal). O desenvolvimento somático é avaliado por meio da dentição, da idade óssea e do desenvolvimento sexual (WEFFORT, LAMOUNIER, 2017) A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam a utilização dos valores de referência para o acompanhamento do crescimento e do ganho de peso das curvas da OMS de 2006 (para crianças menores de 5 anos) e 2007 (para a faixa etária dos 5 aos 19 anos) A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como parâmetros para avaliação do crescimento de crianças (menores de 10 anos) os seguintes gráficos: (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) 1. Perímetro cefálico (de zero a 2 anos) 2. Peso para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos) 3. Comprimento/estatura para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos) 4. Índice de massa corporal (IMC) para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos). PESO O peso da criança deve ser analisado em relação ao peso ideal ao nascer (baixo peso ao nascer: < 2.500g; macrossomia: > 4.000g), sendo considerado normal uma perda de até 10% ao nascer e recuperação até o 15º dia de vida (SANARFLIX) É uma medida de relevância em pediatria em razão da fácil obtenção e da alta sensibilidade durante os agravos nutricionais agudos e crônicos. (WEFFORT, LAMOUNIER, 2017) A pesagem precisa ser feita com a criança despida, quando até 24 meses, e com roupas leves, nas crianças maiores, sendo posicionadas de modo que o peso seja igualmente distribuído pela superfície da balança, que deve ser previamente calibrada. É preciso utilizar um pano ou papel sobre a balança, que deve ser colocado antes da calibração e ajustado antes de se proceder à medida. (WEFFORT, LAMOUNIER, 2017) A criança maior de 2 anos ou o adolescente devem ser pesados em pé, com os braços estendidos ao longo do corpo, e descalços. Para crianças até 24 meses, utiliza-se a balança “pesa-neném” graduada até 10 kg; para as crianças maiores, as balanças tipo adulto. Antes de cada medida e sempre que for removida do lugar, a balança deve ser regulada, voltando-se a zero (WEFFORT, LAMOUNIER, 2017) Peso de nascimento de um recém-nascido a termo – 3.300 g (3.000 a 3.500 g) Dobra o peso: 5 meses; Triplica o peso: 1 ano; Quadruplica o peso: 2 anos Aumento ponderal médio do peso em trimestre, no 1o ano (WEFFORT, LAMOUNIER, 2017) 1º trimestre: 700 g/mês – 25 a 30 g/dia; 2º trimestre: 600 g/mês – 20 g/dia; 3º trimestre: 500 g/mês – 15 g/dia; 4º trimestre: 300 g/mês – 10 g/dia. Nos primeiros dias, o recém-nascido pode perder até 10% do peso de nascimento, que deverá ser recuperado até o 10º dia de vida (WEFFORT, LAMOUNIER, 2017) @poli.canuto- Med afya 6º período ESTATURA Essa medida reflete o estado nutricional atual e pregresso e sofre alteração e recuperação mais lentas. O comprimento ao nascimento é, em média, de 50 cm (de 49 a 55 cm). (WEFFORT, LAMOUNIER, 2017) O termo estatura compreende o comprimento (medido com o indivíduo deitado) e a altura (medida com o indivíduo em pé). (WEFFORT, LAMOUNIER, 2017) O comprimento é utilizado para crianças até 2 a 3 anos de idade, medido com régua antropométrica horizontal, graduada em centímetros e milímetros, com haste fixa junto à graduação zero e, na parte oposta, um cursor que desliza sobre a escala milimetrada. Mantém-se o ápice da cabeça apoiado no anteparo vertical fixo da régua, e os membros inferiores devem ser mantidos em extensão e juntos, com a planta dos pés apoiada no anteparo vertical móvel. O observador deve estar atento ao posicionamento do corpo, observando se o dorso toca a superfície de apoio, se o corpo da criança se mantém alinhado e se os dois pés tocam a superfície e o apoio para a medida. (WEFFORT, LAMOUNIER, 2017) Para a altura, utiliza-se estadiômetro vertical com um esquadro móvel (de madeira ou de metal), graduado em milímetros, que corre paralelamente ao plano vertical e forma, com este, um ângulo de 90º. A diferença da medida do comprimento (deitado) em relação à altura (em pé) é em média de 0,5 cm e tem pouco impacto na avaliação antropométrica individual (WEFFORT, LAMOUNIER, 2017) IMC A inclusão do IMC como parâmetro de avaliação permite que a criança seja mais bem avaliada na sua relação peso vs. comprimento (para menores de 2 anos) ou peso vs. altura (para maiores de 2 anos). Tal parâmetro auxilia na classificação de crianças que em um determinado período estiveram desnutridas e tiveram o comprometimento de sua estatura, possibilitando uma melhor identificação de crianças com excesso de peso e baixa estatura. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Já o peso por idade limita-se a mostrar se a criança está com peso abaixo do recomendado para a sua idade, mas não mostra se a sua estatura já foi comprometida.(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) O IMC já foi validado em crianças como bom marcador de adiposidade e sobrepeso, apresentando estreita correlação com outros parâmetros que avaliam a porcentagem de gordura corpórea, como as pregas cutâneas, a densitometria e a bioimpedância eletromagnética. Além da validação do IMC como bom marcador de adiposidade em crianças, o interesse pelo seu uso cresceu à medida que se notou que o IMC mensurado na infância pode ser preditivo em relação ao IMC na idade adulta (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) PERÍMETRO CEFÁLICO A medida do PC deve ser realizada prioritariamente durante os primeiros 3 anos de vida, pois reflete o crescimento cerebral e é a última medida a ser comprometida na desnutrição. A medida deve ser realizada por meio de fita métrica inextensível, que deve passar pela glabela e pelo ponto mais saliente do osso occipital (WEFFORT, LAMOUNIER, 2017) PC do recém-nascido: 34 a 35 cm; 6 meses: 42 a 44 cm; 1 ano: 45 a 47 cm. Crescimento do perímetro cefálico no primeiro ano de idade 1 o trimestre: 2 cm/mês; 2 o trimestre: 1 cm/mês; 3 o trimestre: 0,5 cm/mês; ao final do 1o ano, o PC do lactente deverá ter aumentado cerca de 12 cm; do 1o ao 3o ano de vida, esperam-se aumentos da ordem de 0,25 cm/mês. Após esse período e até o 6o ano de vida, espera-se aumento de 1 cm/ano Segundo a OMS, a microcefalia deve ser diagnosticada dentro das primeiras 24h até a 1ª semana de vida, se a medida do PC estiver no escore z < -2, em casos de medidas < -3 no escore z, fala-se em microcefalia grave. Para RN a termo, pode-se usar os gráficos de idade x PC. No entanto, em se tratando de prematuros, recomenda-se utilizar como referência a tabela Estudo Internacional de Crescimento Fetal e do Recém-Nascido OBSERVAÇÃO: As crianças nascidas antes do termo, ou seja, com idade gestacional (IG) < 37 semanas, devem ter um acompanhamento diferenciado e, em se tratando do DNPM e das curvas de crescimento, recomenda-se que seja realizada a correção da idade cronológica em função do grau de prematuridade, para que tais crianças não tenham seu crescimento e desenvolvimento subestimados durante a avaliação. Considerando que o ideal seria nascer com 40 semanas, um prematuro que nasce @poli.canuto- Med afya 6º período com 36 semanas e tem idade cronológica de 2 meses de vida (8 semanas) deve ter sua idade corrigida “descontando” da sua idade cronológica as semanas que faltavam para alcançar o termo. O que “resta” de semanas é sua idade cronológica corrigida. Na Caderneta de Saúde da Criança devem ser anotadas as medidas na idade corrigida correspondente: (SANARFLIX) PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DO CRESCIMENTO SOBREPESO OU OBESIDADE Verifique a existência de erros alimentares, identifique a dieta da família e oriente a mãe ou o cuidador a administrar à criança uma alimentação mais adequada, de acordo com as recomendações para uma alimentação saudável para a criança Verifique as atividades de lazer das crianças, como o tempo em frente à televisão e ao videogame, estimulando-as a realizar passeios, caminhadas, andar de bicicleta, praticar jogos com bola e outras brincadeiras que aumentem a atividade física. Encaminhe a criança para o Nasf, se tal possibilidade estiver disponível. Realize a avaliação clínica da criança. MAGREZA OU PESO BAIXO PARA IDADE Para crianças menores de 2 anos: Investigue possíveis causas, com atenção especial para o desmame. Oriente a mãe sobre a alimentação complementar adequada para a idade (veja o capítulo 9, referente à alimentação saudável). Se a criança não ganhar peso, solicite seu acompanhamento no Nasf, se tal possibilidade estiver disponível. Oriente o retorno da criança no intervalo máximo de 15 dias. Para crianças maiores de 2 anos: Investigue possíveis causas, com atenção especial para a alimentação, para as intercorrências infecciosas, os cuidados com a criança, o afeto e a higiene. Trate as intercorrências clínicas, se houver. Solicite o acompanhamento da criança no Nasf, se tal possibilidade estiver disponível. Encaminhe a criança para o serviço social, se isso for necessário. Oriente a família para que a criança realize nova consulta com intervalo máximo de 15 dias. MAGREZA ACENTUADA OU PESO MUITO BAIXO Investigue possíveis causas, com atenção especial para o desmame (especialmente para os menores de 2 anos), a alimentação, as intercorrências infecciosas, os cuidados com a criança, o afeto e a higiene. Trate as intercorrências clínicas, se houver. Encaminhe a criança para atendimento no Nasf. Encaminhe a criança para o serviço social, se este estiver disponível. Oriente a família para que a criança realize nova consulta com intervalo máximo de 15 dias. BAIXA ESTATURA As crianças com baixa estatura para a idade tendem a ter menor rendimento escolar no futuro, redução da produtividade econômica, menor altura e, no caso das mulheres, descendentes com menor peso ao nascer (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Como agravante, as crianças que sofreram restrição do seu crescimento intrauterino ou nos dois primeiros anos de vida e que mais tarde passaram a ganhar peso rapidamente estão particularmente em risco de adquirir doenças crônicas cardiovasculares e metabólicas. Isso sugere que o dano sofrido no início da vida leva à incapacidade permanente e pode afetar também as gerações futuras. Sua prevenção provavelmente irá trazer importantes benefícios de saúde, educação e econômicos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR O conceito de desenvolvimento é amplo e refere-se a uma transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que inclui, além do crescimento, maturação, aprendizagem e aspectos psíquicos e sociais (BRASIL, 2012) Na estrutura fisiológica humana, o que é inato não é suficiente para produzir um indivíduo sem a participação do meio ambiente. Tudo em um ser humano (suas características, seus modos de agir, pensar, sentir, seus valores, etc.) depende da sua interação com o meio social em que vive. Portanto, o desenvolvimento da criança será sempre mediado por outras pessoas, pelas famílias, pelos profissionais de saúde, da educação, entre outros, que delimitam e atribuem significados à sua realidade (BRASIL, 2012) O acompanhamento do desenvolvimento da criança na atenção básica objetiva sua promoção, proteção e a detecção precoce de alterações passíveis de modificação que possam repercutir em sua vida futura. Isso ocorre principalmente por meio de ações educativas e de acompanhamento integral da saúde da criança (BRASIL, 2012) A criança deve atravessar cada estádio segundo uma sequência regular, ou seja, os estádios de desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a criança não for estimulada ou motivada no devido momento, ela não conseguirá superar o atraso do seu desenvolvimento. Afinal, o desenvolvimento infantil se dá à medida que a criança vai crescendo e vai se desenvolvendo de acordo com os meios onde vive e os estímulos deles recebido. (BRASIL, 2012) A identificação de problemas (tais como: atraso no desenvolvimento da fala, alterações relacionais, tendência ao isolamento social, dificuldade no aprendizado, agressividade, entre outros) é @poli.canuto- Med afya 6º período fundamental para o desenvolvimento e a intervenção precoce para o prognóstico dessas crianças (BRASIL, 2012) É importante lembrar que os prematuros devem ter seu acompanhamento feito de acordo com a idade gestacional corrigida até os 2 anos. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) ESTÁGIO DE 0 A 2 MESES MOTOR Ao nascimento o padrão motor da criança é imaturo, e observa-se predominância do tônus flexor dos membros associado a uma hipotonia axial, uma preensão palmar reflexa e o reflexo de sucção. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) No primeiro mês, o pediatra deve avaliar a postura de flexão de membrossuperiores e inferiores e a lateralização da cabeça. Ao longo do segundo mês, observar a movimentação ativa dos membros superiores e inferiores e a abertura espontânea das mãos em alguns momentos. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO No primeiro mês de vida a única forma de comunicação é o choro alto e repetido, associado às necessidades primárias do bebê. No segundo mês, a criança começa a emitir alguns sons que não o choro. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) SOCIOEMOCIONAL A criança interage com o outro desde os primeiros momentos de vida O sorriso social inicia-se entre o primeiro e segundo mês de vida. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) COGNITIVO Começa a prestar atenção aos rostos, a seguir as coisas com os olhos e a reconhecer as pessoas a distância. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) ESTÁGIO DE 2 A 4 MESES MOTOR Após os 2 meses de vida observa-se grande avanço no aperfeiçoamento das habilidades motoras dos bebês. Os reflexos primitivos vão desaparecendo para dar lugar a um movimento mais intencional. Nesse momento o bebê deve ser capaz de manter a cabeça firme ao ser segurado pelo tronco, além de manter suas mãos abertas com mais frequência, e começa a estender a mão em direção ao que lhe interessa, embora ainda não seja capaz de agarrar o objeto, o que fará somente aos 4 meses. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Percebe-se que o desenvolvimento motor segue um padrão craniocaudal e outro proximal-distal. Deitado de costas, o lactente, aos 2 meses, deve manter sua cabeça na linha média, em alinhamento com o tronco. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO A produção verbal aos 2 meses já esboça um som de vogal, e pode-se perceber o bebê brincando com os próprios sons produzidos. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Aos 4 meses o lactente já reconhece os diversos padrões sonoros, como repreensão ou elogios por parte do cuidador, respondendo com mudança da fisionomia para alegria ou tristeza. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) SOCIOEMOCIONAL Nessa fase o bebê já apresenta reciprocidade afetiva, vista pelo sorriso social, ao ser estimulado afetuosamente. Ele olha direta e demoradamente para a mãe ao ser amamentado, reage positivamente ao ser estimulado, sorrindo e emitindo grunhidos, demonstra satisfação nas atividades prazerosas, como aninhar-se ao corpo do cuidador. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) COGNITIVO Nessa fase, o bebê repete comportamentos que lhe pareçam agradáveis, ainda está focado em descobertas do seu próprio corpo, como chupar o dedo, colocar objetos na boca, ouvir os próprios sons, apertar as próprias mãos, permitindo saber se ele está feliz ou triste, responde ao afeto, pega o brinquedo com uma mão, usa as mãos e os olhos juntos, como ver um brinquedo e estender a mão para pegá-lo, segue coisas em movimento com os olhos de um lado para o outro, observa rostos de perto e reconhece pessoas familiares e coisas a distância (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) ESTÁGIO DE 4 A 6 MESES MOTOR Aos 4 meses a criança já consegue segurar objetos e quando está em decúbito ventral levanta a cabeça de forma firme, apoiando-se nos antebraços. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Apresenta postura simétrica, mãos abertas, reflexo palmar já praticamente ausente e brinca com as duas mãos. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Aos 6 meses apresenta mudança de posição de forma ativa (o bebê já rola com facilidade) e consegue levar objetos sozinha à boca. Consegue sentar, apoiando-se para a frente com as mãos ou um apoio, sustenta o peso com membros inferiores, agarra o cubo com as mãos, tenta pegar objetos pequenos e brinca com os pés. (JUEm relação aos reflexos primitivos: os reflexo da procura ou voracidade e de preensão palmar a partir dos 4 meses desaparecem, e os movimentos vão se tornando voluntários. O reflexo de Moro começa a desaparecer e persiste até no máximo os 6 meses de vida. O tônico-cervical persistente nessa idade já representa uma possível lesão cerebral grave. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO Aos 4 meses a criança emite alguns sons (“gugu”, “eee”), vocaliza socialmente, grita e sorri. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Aos 6 meses, consegue emitir sílabas isoladas, com combinação de consoante e vogal (“ba”, “ga”), e consegue obter a localização da fonte sonora. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) SOCIOEMOCIONAL As pessoas ainda são mais interessantes que objetos. Os bebês são agora capazes de compreender-se como um ser separado da mãe e do mundo, passam a perceber a intenção do cuidador, @poli.canuto- Med afya 6º período reconhecem alguns objetos de sua convivência, brincam com as mãos, pés, roupas e brinquedos. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Aos 6 meses, já iniciam o entendimento de seus próprios sentimentos, como a diferença entre sentir sede e a necessidade de afeto, com indícios de dicas se querem água ou carinho, por exemplo. Sentem o afastamento dos cuidadores, sorriem quando estimulados de forma ativa e intencional. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) COGNITIVO Aos 6 meses olha as coisas por perto, demonstra curiosidade e tenta obter coisas e objetos que estão fora de alcance. Começa a passar os objetos de uma mão para a outra. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Aos 9 meses observa o caminho de algo que cai, procura coisas que vê alguém esconder, entende a brincadeira de escondeesconde, coloca os objetos com facilidade na boca e pega pequenas coisas como cereais entre o polegar e o indicador(JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) ESTÁGIO DE 9 A 12 MESES MOTOR Aos 9 meses os bebês começam a desenvolver as habilidades de se arrastar e engatinhar na direção daquilo em que voluntariamente têm interesse. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Aos 10 meses caminham com o apoio de um adulto, sustentando o corpo nas próprias pernas. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Aos 11 meses conseguem ficar em pé por seus próprios meios, e aos 12 meses deambulam se conduzidos pela mão. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO Nessa faixa etária os bebês começam a silenciar quando existe um interlocutor e esperam para responder com vocalizações quando seus parceiros param de conversar. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Nessa fase a capacidade da criança de comunicação é mais importante que uma vocalização explícita. Algumas crianças, no final desse período, aos 12 meses, falam palavras singulares, que muitas vezes parecem representar o significado de toda uma sentença – conhecido como período holográfico. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) SOCIOEMOCIONAL Tipicamente nessa faixa etária, os bebês preocupam-se muito com o cuidador principal, podendo ter medo de outras pessoas que não fazem parte de seu cotidiano e mostrar-se muito reservados em situações novas. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) COGNITIVO Aos 12 meses o bebê explora as coisas de maneiras diferentes, como sacudir, bater e jogar. Olha para a imagem ou objeto certo quando é nomeado, imita gestos, começa a usar as coisas corretamente, por exemplo, bebidas de um copo, escova de cabelo, bate duas coisas juntas, coloca e tira as coisas de uma caixa, deixa as coisas correrem sem ajuda, cutuca com o dedo indicador e segue instruções simples como “pegue o brinquedo” (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) ESTÁGIO DE 12 AOS 18 MESES MOTOR No campo motor, a principal aquisição é a marcha. Aos 12 meses a criança assume a posição ereta e se sustenta sobre seus pés. Aos 15 meses, já prefere caminhar ereta, interagindo mais com o ambiente que a cerca. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Nessa idade, sob estímulo, já consegue soltar um bloco dentro de uma caneca, articulando a coordenação visomotora com a habilidade de preensão e soltura voluntária. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Contudo, aos 18 meses já terá a capacidade de colocar até 10 blocos dentro de uma caneca de forma ordenada, demonstrando um aprimoramento que é associado à maturidade. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO Aos 12 meses, a criança jácompreende e reconhece boa parte das situações e objetos que fazem parte de seu cotidiano. Embora sua fala inclua apenas duas ou três palavras com significado, além de “papá” e “mamá”, ela já compreende ordens ou solicitações simples (“me dê a bola”), além de olhar corretamente para os objetos indicados pelos pais ou mesmo apontá-los para especificar o que deseja. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Aos 15 meses a criança fala 4-6 palavras incluindo nomes, usando um jargão mais rico e elaborado. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Aos 18 meses a linguagem da criança se aprimora, seu jargão se mostra correlato à maior percepção das pessoas e de eventos de sua rotina diária e seu vocabulário se amplia (em torno de 50 palavras). (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) SOCIOEMOCIONAL Nesse período do desenvolvimento a criança gosta de entregar coisas aos outros como brincadeira, pode ter acessos de raiva quando frustrada, tem medo de estranhos, demonstra afeto por pessoas conhecidas, pode se apegar aos cuidadores em novas situações, mostra aos outros algo interessante e explora sozinha com os pais em vigilância. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) COGNITIVO Mostra interesse em uma boneca ou bicho de pelúcia fingindo alimentá-los, aponta para uma parte do corpo, rabisca sozinho, pode seguir comandos verbais de 1 passo sem quaisquer gestos; por exemplo, se senta quando alguém diz “sente-se (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) ESTÁGIO DOS 18 AOS 24 MESES MOTOR Com 18 meses, as crianças já conseguem andar com segurança e até dar pequenas corridas, além de conseguirem subir e descer degraus baixos e se sentarem em cadeiras pequenas. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) @poli.canuto- Med afya 6º período A partir dos 2 anos, evoluções motoras importantes costumam ser observadas: a criança já é capaz de ficar na ponta dos pés, chutar e lançar bolas sem ajuda, aprende a correr, subir escadas, escalar, pular e abrir maçanetas e começa a tirar sozinha algumas peças de roupa. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO Ao se aproximarem dos 2 anos já estão usando entre 50-200 palavras e formando frases com 1 substantivo e 1 verbo. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Nos 2 anos se chama pelo nome, completa frases e começa a diferenciar cores, formas e animais. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) SOCIOEMOCIONAL Um marco importante da criança entre 1-24 meses é o aprendizado do sentimento de posse, quando passa a entender o conceito de “meu” e “não” e a repetir frequentemente essas palavras no dia a dia (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) A Ao mesmo tempo que podem demonstrar um comportamento desafiador, iniciando comportamentos de birra, crianças nessa faixa etária começam a demonstrar vergonha, culpa ou tristeza após a transgressão de uma regra. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) COGNITIVO Ao final desse período as crianças já encontram as coisas mesmo quando escondidas sob duas ou três tampas, começam a classificar formas e cores, completam frases e rimas em livros já familiares, brinca de jogos simples de faz de conta, segue instruções de 2 etapas, como “pegue seus sapatos e coloque-os no armário”, e nomeia itens em um livro de imagens, como um gato, pássaro ou cachorro. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) ESTÁGIO DE 2 A 3 ANOS MOTOR Nesse momento a criança corre e bate numa bola sem perder o equilíbrio, tenta se equilibrar num só pé, sobe escadas alternando movimentos de membros inferiores, colocando um pé de cada vez no degrau, consegue se manter em pé sobre uma única perna, salta no mesmo local com ambos os pés e consegue andar de triciclo. . (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO Segue as instruções com 2 ou 3 etapas, pode citar coisas mais familiares, fala o primeiro nome, idade e sexo, nomeia um amigo, diz palavras como “eu”, “nós” e “você”, alguns plurais (carros, cães, gatos), fala bem o suficiente para que estranhos o entendam na maior parte do tempo e mantém uma conversa usando 2-3 frases (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) SOCIOEMOCIONAL Imita adultos e amigos, demonstra afeto pelos amigos sem precisar ser estimulado, demonstra preocupação por um amigo chorando, compreende a ideia de “meu”, “dele” ou “dela”, mostra uma ampla gama de emoções, separa-se facilmente da mãe e do pai e pode ficar chateado com grandes mudanças na rotina. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) COGNITIVO Consegue usar brinquedos com botões, alavancas e peças móveis, brinca de faz de conta com bonecos, animais e pessoas, monta quebra-cabeças com 3 ou 4 peças, entende o que “dois” significa, copia um círculo com lápis ou giz de cera, vira as páginas do livro uma de cada vez, constrói torres de mais de 6 blocos, parafusa e desparafusa as tampas do frasco ou gira a maçaneta da porta (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) ESTÁGIO DE 3 A 6 ANOS MOTOR Aos 4 anos sobe e desce escadas alternando os pés, salta sobre um pé e consegue lançar uma bola, tendo maior controle dos movimentos (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Aos 5 anos, pula e pega uma bola arremessada e salta alternadamente sobre cada pé. Copia um triângulo, desenha uma pessoa em 6 partes (etapa pré-esquemática) e usa a tesoura. Aos 6 anos anda em linha reta usando toda a superfície do pé. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) A lateralidade está definida e consegue escrever o próprio nome e está apta a comer sozinha com uma colher. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO Nessa fase lembra, conta historinhas e responde perguntas simples. Entre 4-5 anos, a criança adquiriu um vocabulário alargado, constituído de 1.500-2.000 palavras, manifestando um grande interesse pela linguagem. Apresenta grande curiosidade e faz muitas perguntas, gostando de contar e inventar histórias, usando conjunções e compreendendo preposições. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) SOCIOEMOCIONAL Procura constantemente testar o poder e o limite dos outros e pode ter amigos imaginários com grande capacidade de fantasiar. A criança entre 5-6 anos consegue seguir bem as instruções e aceita supervisão. Está mais calma, não é tão exigente nas relações, gosta de copiar os adultos e tem maior sensibilidade às necessidades e sentimentos dos outros (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) COGNITIVO Reconhece bem todas as cores, números, entende conceitos de antes e depois, em cima e embaixo e conceitos de tempo, como ontem, hoje e amanhã (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Conhece as diferenças de sexo e começa a interessar-se por saber de onde vêm os bebês. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) @poli.canuto- Med afya 6º período ESTÁGIO DE 6 A 10 ANOS DESENVOLVIMENTO MOTOR Conseguem pular e arremessar, equilibram-se em um pé sem olhar, andam em uma barra de 5 cm de largura, pulam sobre um pé só e saltam com precisão dentro de um quadrado, têm força de preensão de aproximadamente 5 kg, executam saltos rítmicos e alternados, correm a uma velocidade de 4 m por segundo, arremessam bola a 12 m de distância e saltam a uma distância de 1,2 m. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO As crianças são capazes de compreender, interpretar e se fazerem entendidas com muito mais habilidades, inclusive na linguagem escrita. O vocabulário aumenta substancialmente, e as crianças atribuem vários significados a uma mesma palavra. Por exemplo, manga pode significar a fruta ou a parte da camisa. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) SOCIOEMOCIONAL Nessa época as crianças aprendem valores próprios da sua cultura, crescendo em competência, aprimorando a capacidade de dominar certas habilidades e realizar tarefas. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) COGNITIVO Passa a ser capaz de realizar operações mentalmente e não mais depender apenas de ações físicas da inteligência sensório motora, por exemplo: qual é a vareta maior entre várias; a criança será capaz de responder acertadamente, comparando-as mediante a ação mental, ou seja, sem precisar medi-las usando a ação física. (JUNIOR, BURNS, LOPEZ, 2021) Alimentação na infânciae adolescência Aleitamento materno Uma alimentação saudável se inicia com o aleitamento materno, que isoladamente é capaz de nutrir de modo adequado a criança nos primeiros 6 meses de vida. Já a partir dos 6 meses de vida, devem ser introduzidos alimentos complementares ao aleitamento materno, por dois anos ou mais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) A mãe deve ser orientada sobre os sinais que indicam que o bebê está pronto para mamar (movimento dos olhos, da cabeça, sinais de procura com a língua para fora, agitação dos braços, mãos na boca, etc.), não sendo necessário esperar o choro do bebê (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Lactentes não amamentados podem receber produtos lácteos, incluindo fórmulas e leites de origem animal (leite de vaca não modificado), a partir dos seis meses de vida. Leites desnatados, aromatizados ou adoçados não devem ser oferecidos (Departamentos Científicos de Aleitamento Materno e Nutrologia,, 2024) As contraindicações do aleitamento materno são (MINIESTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Mães infectadas pelo HIV Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2 (vírus linfotrópico humano de linfócitos T) Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação. Alguns fármacos são citados como contraindicações absolutas ou relativas ao aleitamento, como, por exemplo, os antineoplásicos e radiofármacos. Criança portadora de galactosemia, doença do xarope de bordo e fenilcetonúria. @poli.canuto- Med afya 6º período Já nas seguintes situações maternas, recomenda-se a interrupção temporária da amamentação: (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele da mama. A amamentação deve ser mantida na mama sadia. Varicela: se a mãe apresentar vesículas na pele cinco dias antes do parto ou até dois dias após o parto, recomenda- se o isolamento da mãe até que as lesões adquiram a forma de crosta. A criança deve receber imunoglobulina humana antivaricela zoster (Ighavz), que deve ser administrada em até 96 horas do nascimento, devendo ser aplicada o mais precocemente possível. Doença de Chagas na fase aguda da doença ou quando houver sangramento mamilar evidente. Abscesso mamário, até que ele tenha sido drenado e a antibioticoterapia iniciada. A amamentação deve ser mantida na mama sadia. Consumo de drogas de abuso: recomenda-se a interrupção temporária do aleitamento materno, com ordenha do leite, que deve ser desprezado. O tempo recomendado de interrupção da amamentação varia dependendo da droga OBSERVAÇÃO: Diante da impossibilidade de ser oferecido o aleitamento materno, o profissional de saúde deve orientar a mãe quanto à utilização de fórmula infantil ou de leite de vaca integral fluido ou em pó. É importante que o profissional avalie a condição socioeconômica e cultural da família, assim como a situação de saúde da criança, antes de optar por uma destas alternativas. O profissional de saúde deve orientar a mãe quanto aos procedimentos a seguir, que incluem o preparo de leite de vaca integral com a diluição adequada para a idade, a correção da deficiência de ácido graxo linoleico com óleo nos primeiros quatro meses e a suplementação de vitamina C e ferro ou o preparo de fórmulas infantis de acordo com a idade e as recomendações do rótulo do produto. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Os valores indicados são aproximados, de acordo com a variação de peso corporal da criança nas diferentes idades. O custo elevado das fórmulas infantis possibilita que o consumo de leite de vaca no Brasil seja elevado nos primeiros seis meses de vida. Por isso, os profissionais de saúde devem ter o conhecimento de como as mães devem ser orientadas. Assim, o leite de vaca deve ser diluído até os 4 meses de idade da criança por causa do excesso de proteína e eletrólitos, que fazem sobrecarga renal sobre o organismo do lactente. Na diluição de 2/3 ou 10% (42 calorias), há deficiência de energia e ácido linoleico. Então, para melhorar a densidade energética, a opção é preparar o leite com 3% de óleo (1 colher de chá = 27 calorias). O carboidrato fica reduzido, mas a energia é suprida e não é necessária a adição de açúcares e farinhas, que não são aconselhados para crianças menores de 24 meses. Portanto, até a criança completar 4 meses, o leite diluído deve ser acrescido de óleo, ou seja, 1 colher de chá de óleo para cada 100ml. Após o bebê completar 4 meses de idade, o leite integral líquido não deverá ser diluído e nem acrescido do óleo, já que nessa idade a criança receberá outros alimentos. O preparo de fórmulas infantis deve seguir as recomendações do rótulo do produto. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) INTRODUÇÃO ALIMENTAR Desde a primeira papa, a refeição deve conter cereais ou tubérculos, leguminosas, proteína animal, hortaliças (verduras e legumes) e óleo. Devem ser temperados com salsa, cebolinha, alecrim, manjericão...) sem adição de sal (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2021) O sal, além de aumentar o risco de hipertensão arterial no futuro, modula a percepção das papilas gustativas e, com isso, as crianças desenvolvem preferências alimentares por alimentos ricos em sal. Por isso, deve ser evitado no primeiro ano. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2021) O açúcar de adição, além de seu alto teor glicêmico e energético, estimula o paladar mais receptivo ao sabor doce, com interferências nas opções alimentares futuras e riscos advindos do consumo inapropriado e excessivo, portanto também não deve ser oferecido no primeiro ano. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2021) A carne, na quantidade de 50 a 70 g/dia (para duas papas), não deve ser retirada após o cozimento, mas, sim, picada, tamisada (cozida e amassada com as mãos) ou desfiada, fundamental que seja oferecida à criança (procedimento fundamental para garantir oferta adequada de ferro, zinco e vitamina B12) (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2021) Os ovos, além de excelente fonte proteica e de cofatores de alta eficiência nutricional, têm baixo custo, e seu consumo deve ser incentivado. Para garantir a não contaminação por bactérias enteropatogênicas próprias da casca do ovo, este deve sempre ser consumido cozido, oferecendo clara e gema. Se for oferecido ovo, no lugar de carne bovina, considerar aumentar a suplementação do ferro, já que sua biodisponibilidade na gema do ovo é muito baixa. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2021) O consumo de peixes deve ser estimulado, principalmente o arenque, sardinha e salmão, devido ao aporte de DHA (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2021) As frutas in natura, raspadas, amassadas ou picadas devem ser oferecidas em colheres, nesta idade. O tipo de fruta a ser oferecido deverá respeitar as características regionais, custo, estação do ano e a presença de fibras. É importante salientar que nenhuma fruta é contraindicada, a não ser a carambola, nos casos de insuficiência renal (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2021) No primeiro ano de vida não se recomenda o uso de mel. Nessa faixa etária, os esporos do Clostridium botulinum, capazes de produzir toxinas na luz intestinal, podem causar botulismo (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2021) @poli.canuto- Med afya 6º período O café com leite é uma preparação que faz parte da nossa cultura, porém antes dos dois anos de idade, seu consumo não é recomendado. A cafeína e substâncias equivalentes presentes no café, mate, chá preto, guaraná natural e refrigerantes, mesmo em pequenas quantidades, são poderoso estimulante e podem deixar a criança muito agitada (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2021) Alimentação da criança de 6 meses a 2 anos A partir dos 8 meses de idade do bebê, alguns alimentos da família já podem ser oferecidos à criança (arroz, feijão, carne cozida, legumes) se estiverem amassados ou desfiados e desde que não tenham sido preparados com excesso de temperos (condimentos). (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Para garantir o aporte de nutrientes, a papa salgada6deve conter um alimento de cada grupo desde a primeira oferta, principalmente carne, para prevenir a anemia. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Observação importante: Para evitar o consumo de açúcar de cana por seus bebês, muitas mães acabam optando por escolhas tidas como mais saudáveis para adoçar os sucos ou chás. O mel, que muitas vezes é utilizado por suas propriedades expectorantes, torna- se para as mães uma alternativa mais saudável. Porém, o mel é altamente contraindicado para crianças até 12 meses de vida. O mel é uma fonte potencial de transmissão do botulismo, que é causado por uma bactéria chamada Clostridium botulinum, risco que existe principalmente devido à deficiência de fiscalização nas propriedades produtoras do mel in natura. Por isso, oriente os pais e responsáveis a não oferecer o mel de abelha para crianças até 1 ano de idade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) ALIMENTAÇÃO DE CRIANÇAS DE 2 A 6 ANOS Este período caracteriza-se pela diminuição no ritmo de crescimento e, por consequência, pela diminuição das necessidades nutricionais e do apetite da criança (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) A promoção da alimentação saudável é fundamental durante a infância, quando os hábitos alimentares estão sendo formados. É importante que a criança adquira o hábito de realizar as refeições com sua família, em horários regulares. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) As orientações a seguir são consideradas importantes e devem ser transmitidas aos pais ou responsáveis: (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) O esquema alimentar familiar deve ser composto por cinco ou seis refeições diárias, com horários regulares: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia O intervalo entre as refeições deve ser de 2 a 3 horas, e é necessário que se estabeleça um tempo definido e suficiente para cada refeição Deve-se oferecer volumes pequenos de alimentos em cada refeição, respeitando o grau de aceitação da criança, pois a criança controla perfeitamente sua ingestão calórica Deve-se oferecer novas quantidades somente se isso for necessário Não se deve substituir o almoço e o jantar por leite ou produtos lácteos Não se deve utilizar a sobremesa ou guloseimas como recompensa ou castigo Não se deve fazer comentários constrangedores durante as refeições, para que a criança não se sinta pressionada Quando houver repetidas recusas da criança com relação à ingestão de determinado alimento, deve-se mudar a sua forma de preparo ou fazer um intervalo, para nova tentativa A oferta de líquidos nos horários das refeições deve ser controlada, pois sua ingestão distende o estômago, podendo dar precocemente o estímulo de saciedade. O ideal é oferecê-los após a refeição, de preferência água ou sucos naturais. O consumo excessivo de sucos, principalmente em substituição ao leite, está relacionado com diarreia crônica e restrição do crescimento [D]. Salgadinhos, balas e doces podem ser consumidos de forma restrita A criança deve sentar-se à mesa com a família. O ambiente na hora da refeição deve ser calmo e tranquilo, sem televisão ligada ou quaisquer outras distrações, como brincadeiras e jogos. É importante que a atenção esteja centrada no ato de se alimentar para que o organismo possa desencadear seus mecanismos de saciedade Deve-se estimular a criança a participar da escolha do alimento, da sua compra, do preparo e de seu manuseio Deve-se fortalecer a promoção da alimentação saudável na infância, por meio da expansão das redes de promoção da alimentação saudável voltadas às crianças menores de dois anos (Rede Amamenta Brasil e Estratégia Nacional de Promoção da Alimentação Complementar Saudável). ALIMENTAÇÃO DE CRIANÇAS DE 7 A 10 ANOS Nesta fase, o ritmo de crescimento é constante, com ganho mais acentuado de peso próximo ao estirão da adolescência. A maior independência e a crescente socialização da criança promovem melhor aceitação dos alimentos. As transformações, aliadas ao processo educacional, são determinantes para o aprendizado em todas as áreas e para o estabelecimento de novos hábitos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) @poli.canuto- Med afya 6º período A oferta alimentar modificou-se, causando mudança de hábitos. A mudança no padrão alimentar (tais como: aumento do consumo de alimentos processados e ricos em gordura e diminuição da ingestão de alimentos não industrializados), aliada à redução da atividade física, provocou a transição nutricional, caracterizada pela queda das taxas de desnutrição, pelo aumento da prevalência de obesidade e pelo incremento de casos de “fome oculta” – deficiências nutricionais específicas, pouco evidentes clinicamente, mas prejudiciais à saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) O cardápio deve seguir a alimentação da família, conforme a disponibilidade de alimentos e as preferências regionais. As famílias devem continuar sendo orientadas sobre as práticas para uma alimentação saudável As refeições devem incluir o desjejum, lanches, o almoço e o jantar. A merenda escolar deverá adequar-se aos hábitos regionais, devendo ser evitado o uso de alimentos não saudáveis, como salgadinhos, refrigerantes e guloseimas Deve-se consumir diariamente frutas, verduras e legumes, ótimas fontes de calorias, minerais, vitaminas hidrossolúveis e fibras A ingestão de alimentos que são fontes de vitamina A proporciona estoques adequados no período do estirão, o que contribui para a secreção do hormônio de crescimento (GH). As necessidades de vitamina A são alcançadas com a ingestão diária de frutas ou vegetais amarelos, alaranjados ou verde-escuros ou mediante a ingestão semanal de 150g de fígado de boi Deve-se consumir sal com moderação, para a formação de bons hábitos alimentares e a prevenção de hipertensão arterial Deve-se ingerir diariamente 400ml de leite para que a criança possa atingir a quantidade necessária de cálcio para a formação adequada da massa óssea e a profilaxia da osteoporose na vida adulta. Em substituição ao leite, podem ser usados seus derivados, como iogurte e queijo Deve-se estar atento à alimentação fornecida pela escola ou às opções de lanches que são vendidos na escola ou nas proximidades ATUALIZAÇÕES DA OMS 2023 OMS publicou um documento oficial recomendando que fórmulas lácteas sejam usadas apenas até os 12 meses de vida. A partir dos 12 meses, a fórmula deve ser substituída por outro leite de origem animal. Alimentos ricos em açúcar, sal e gorduras trans não devem fazer parte da dieta de crianças com menos de 2 anos. E isso inclui adoçantes, chás, refrigerantes, salgadinhos, sucos de caixinha, biscoitos. Mundialmente, o suco natural é contraindicado para crianças com menos de 12 meses. Tanto a AAP quanto a SBP defendem que o suco da fruta não deve ser oferecido a bebês com menos de 1 ano. Depois de completar o primeiro ano de vida, o suco até pode ser oferecido, desde que sem adição de açúcar ou adoçantes e sem ultrapassar o limite de 120 ml por dia. Importante oferecer água potável, a partir da introdução do início da alimentação complementar Suplementação vitamínica SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO A deficiência de ferro é a causa mais comum de anemia e a carência nutricional específica mais prevalente tanto em países industrializados como nos em desenvolvimento. O clampeamento tardio do cordão, ou seja, realizado após a cessação de seus batimentos (cerca de três minutos após a expulsão do neonato), permite que significativa quantidade de sangue continue fluindo da placenta para o bebê, o que é considerado uma importante estratégia para a prevenção da anemia (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) O leite materno possui pequena quantidade de ferro, mas de alta biodisponibilidade, com uma utilização elevada quando na ausência de outros fatores dietéticos, não sendo necessária a suplementação de ferro durante o aleitamento materno exclusivo. Após o esgotamento da reserva, o organismodepende do ferro exógeno (dietético) para evitar o aparecimento de anemia. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Recomendam a suplementação a todas as crianças de 6 a 18 meses (ou, se não estiverem em período de aleitamento materno exclusivo, a partir dos 4 meses) e mais cedo para as crianças de baixo peso ao nascer e pré-termo (abaixo de 37 semanas). (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) A recomendação diária de 1 a 2mg de ferro elementar/kg de peso para o público de crianças de 6 a 24 meses. Recomenda-se ainda o uso do sulfato ferroso em gotas, já amplamente utilizado e disponível nas farmácias das unidades de saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA A A concentração de vitamina A no leite materno varia de acordo com a dieta da mãe. Para crianças amamentadas, pode-se aumentar @poli.canuto- Med afya 6º período a oferta de vitamina A orientando uma dieta para mãe rica nesse micronutriente (fígado, gema de ovo, produtos lácteos, folhas verdes escuras, vegetais e frutas cor de laranja) ou suplementando a mãe com essa vitamina (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Crianças que recebem leite materno com quantidade suficiente de vitamina A suprem facilmente a necessidade dessa vitamina com a alimentação complementar. Após a introdução dos alimentos complementares, 50g de fígado de boi por semana fornecem a quantidade suficiente de vitamina A para lactentes (de 5 a 12 meses). (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Segundo o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, a conduta de administração via oral da megadose de vitamina A é a seguinte: Para crianças de 6 meses a 11 meses de idade: 1 megadose de vitamina A na concentração de 100.000 UI; Para crianças de 12 a 59 meses de idade: 1 megadose de vitamina A na concentração de 200.000 UI a cada 6 meses; Para puérperas: 1 megadose de vitamina A na concentração de 200.000 UI, no período pósparto imediato, ainda na maternidade SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA D O raquitismo atribuído à baixa ingestão de alimentos ricos em vitamina D e à restrição à exposição solar é uma condição prevenível, mas que continua ocorrendo, mesmo em países desenvolvidos(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) A Academia Americana de Pediatria recomenda evitar a exposição solar direta dos bebês até 6 meses, pelo risco cumulativo de câncer de pele – o que a faz recomendar suplementação de 400UI/dia de vitamina D a todas as crianças (mesmo aquelas amamentadas ao peito), a partir dos primeiros dias de vida até a adolescência. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) Recomenda-se administrar de 200 a 400UI/dia de vitamina D a crianças que apresentam os seguintes fatores de risco: prematuridade, pele escura, exposição inadequada à luz solar (por hábitos culturais ou porque se use filtro solar em todos os passeios ao ar livre) e filhos de mães vegetarianas estritas que estejam sendo amamentados (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012) SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA K AO NASCER Atualmente, existem informações suficientes para se manter a recomendação de administrar vitamina K ao nascimento como profilaxia contra a doença hemorrágica neonatal por deficiência de vitamina K Bebês com idade gestacional acima de 32 semanas e com mais de 1.000g: 1mg IM ou EV. Bebês com menos de 32 semanas e com mais de 1.000g: 0,5mg IM. Bebês com menos de 1.000g, independentemente da idade gestacional: 0,3mg IM. Se houver recusa dos pais quanto à administração injetável, deve ser garantido o fornecimento da vitamina K oral (2mg ao nascer), seguido de 1mg/semana durante os 3 primeiros meses. As doses repetidas são imprescindíveis para os bebês amamentados ao peito. Naqueles com outro tipo de alimentação, poderia ser suficiente a dose inicial. (MINISTÉRIIO DA SAÚDE, 2012) SUPLEMENTAÇÃO DE ZINCO O papel do zinco na prevenção da morbimortalidade por doenças infecciosas foi reconhecido recentemente (MINISTÉRIIO DA SAÚDE, 2012) A OMS, em seu site oficial, já incluiu a recomendação de suplementar zinco no tratamento de diarreia, além dos sais de reidratação oral. Entretanto, não há uma recomendação universal quanto à suplementação de zinco para a população brasileira. Deve- se enfatizar o consumo de alimentos ricos em zinco, como carnes, vísceras (em especial, o fígado) e gema de ovo (MINISTÉRIIO DA SAÚDE, 2012) Produtos vegetais costumam ser pobres em zinco, além de ter uma baixa biodisponibilidade, particularmente cereais e legumes com altas concentrações de fitatos (substâncias antinutritivas, assim como taninos, oxalatos e fosfatos, que atrapalham a absorção dos nutrientes, pois se ligam aos minerais, formando complexos). Ao contrário do que ocorre com o ferro, o ácido ascórbico não aumenta a biodisponibilidade do zinco. (MINISTÉRIIO DA SAÚDE, 2012) POLIDÁCTILIA A anomalia congênita mais frequente dos dedos dos pés é a polidactilia, condição em que ocorre duplicação de 1 ou mais dedos (FILHO, CAMARGO, 2012) A duplicação dos dedos e do polegar(preaxial) é a mais comum das anormalidades do membro superior podendo ocorrer isolada ou pertencendo a uma síndrome. As limitações para o uso de calçados convencionais, associados ao grotesco da deformidade, são responsáveis pelas limitações na vida social desses pacientes. O aumen-to da largura do antepé, causado pelos dedos extranume-rários, torna difícil o uso de calçados convencionais (FILHO, CAMARGO, 2012) Quando a polidactilia ocorre na forma pós-axial (após o 5o Dedo), existe um grande componente autossômico dominante. A polidactilia é o resultado do excesso de segmentação longitudinal, na diferenciação da ectoderme, induzindo a formação de dedos supranumerários CLASSIFICAÇÃO DAS POLIDACTILIAS @poli.canuto- Med afya 6º período A polidactilia pode ser classificada como pré-axial se o hálux estiver duplicado, pós-axial se o 5o dedo estiver duplicado, e central se houver duplicação dos 2o, 3o ou 4o dedos (FILHO, CAMARGO, 2012) Frequentemente os dedos extranumerários centrais e pós-axiais estão bem alinhados com os demais dedos. O dedo duplicado pré- axial geralmente se encontra des-viado medialmente. (FILHO, CAMARGO, 2012) PRÉ AXIAL Menos frequente que a pós-axial, o expressivo número de variedades anatômicas indica uma heterogenicidade importante. A síndrome mais comumente associada é a acrocefalopolisindactilia. A duplicação pre-axial é infrequentemente associada com fendas faciais e braquidactilias. Polidactilia preaxial tipo I (polegar ou hálux): Corresponde a uma duplicação parcial ou completa do polegar ou do hálux. Não há duplicação pós-axial dos membros e nenhuma sindactilia nos outros dedos. Polidactilia preaxial tipo II (polidactilia do polegar): É a presença de um polegar com três falanges Polidactilia preaxial tipo III (polidactilia do dedo indicador): Ocorre quando há a presença de duplicação do dedo indicador com ou sem um polegar adicional bi ou trifalângico. Pode haver duplicação do osso cuneiforme e do 1o metacarpo no pé. É preciso diferenciar a polidactilia do dedo indicador de um polegar trifalângico. Polidactilia preaxial tipo IV (polisindactilia): Com uma herança autossômica dominante de penetrância competa , corresponde a duplicação preaxial dos dedos associada com sindactilia dos raios extras. Na mão pode haver duplicação parcial do polegar, com aspecto grosseiro e unha bífida; no pé há duplicação do hálux com sindactilia do 1o, 2o e 3o dedos, podendo ocasionalmente estarem presentes sete dedos. Polidactilia axial (2º, 3º e 4º dedos) Já nas polidactilias do 2º, 3º e 4º dedos, Frequentemente acompanhados de sindactilias, possuem caráter autossômico dominante. Em sua maioria são bilaterais, com incidência maior no lado ulnar da mão. Outras anomalias associadas como sindactilia ou duplicação dos dedos dos pés são comuns. A duplicação do indicador (2º dedo) é rara, correspondendo a aproximadamente 3% das duplicações; já as duplicações do 3º e 4º dedos são mais comuns, sendo que metade
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