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TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA MONOTERAPIA A monoterapia pode ser a estratégia para pacientes com HA estágio 1 com risco CV baixo ou com PA 130-139/85-89 mmHg de risco CV alto3 ou para indivíduos idosos e/ou frágeis COMBINAÇÃO DE FÁRMACOS O início do tratamento deve ser feito com combinação dupla de medicamentos que tenham mecanismos de ação distintos, sendo exceção a essa regra a associação de DIU tiazídicos com poupadores de potássio. Caso a meta pressórica não seja alcançada, ajustes de doses e/ou a combinação tripla de fármacos estarão indicados DIURÉTICOS Mecanismo de ação: Os diuréticos reduzem a pressão arterial por mecanismos que incluem inicialmente um aumento da excreção renal de sódio e água, com consequente diminuição do volume extracelular Efeitos colaterais: Fraqueza, câimbras, hipovolemia, disfunção erétil, hipopotassemia, hipomagnesemia, hiperglicemia, hiperlipidemia, hiperuricemia TIAZÍDICOS Nome do fármaco Posologia Frequência Indicações Contraindicações Hidroclorotiazida 25-50 mg 1 vez ao dia - - Clortalidona (maior potência) 12,5 – 25 mg 1 vez ao dia - - ALÇA Furosemida 20-240 mg 1 a 3 vezes ao dia Utilizada em insuficiência renal crônica (IRC), insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e estados de retenção de líquidos (edema) - Poupador de potássio Espirolactona 25-100 mg 1 a 2 vezes ao dia HA resistente, refratária., prevenção e o tratamento de hipocalemia e hiperaldosteronismo primário - Betabloqueadores Mecanismo de ação: Os BB têm ações farmacológicas complexas. Promovem a diminuição inicial do débito cardíaco e da secreção de renina, com a readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas. Eles podem ser diferenciados em três categorias, de acordo com a seletividade para ligação aos receptores adrenérgicos: 1) não seletivos – bloqueiam tanto os receptores adrenérgicos beta-1, encontrados principalmente no miocárdio, quanto os beta-2, encontrados no músculo liso, nos pulmões, nos vasos sanguíneos e em outros órgãos (propranolol, nadolol e pindolol, este último apresentando atividade simpatomimética intrínseca, agindo como um agonista adrenérgico parcial e produzindo menos bradicardia); 2) cardiosseletivos – bloqueiam preferencialmente os receptores beta-1 adrenérgicos (atenolol, metoprolol, bisoprolol e nebivolol, que é o mais cardiosseletivo); e 3) com ação vasodilatadora – manifesta-se por antagonismo ao receptor alfa-1 periférico (carvedilol) e por produção de óxido nítrico (nebivolol) Efeitos adversos: Broncoespasmo, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular, vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, depressão, astenia e disfunção sexual Contraindicações gerais: Os BB são contraindicados em pacientes com asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus. Não seletivos Proponolol 80-320 mg 2-3 vezes ao dia IC ou DAC A retirada abrupta dos BB deve ser evitada, pois pode provocar taquicardia reflexa e mal-estar. cardioseletivos Atenolol 50-10 mg 1 -2 vezes ao dia IC ou DAC - Bloqueadores dos recepetores AT1 da angiotensina II (BRA) Mecanismo de ação: Os BRA antagonizam a ação da angiotensina II pelo bloqueio específico dos receptores AT1, responsáveis pelas ações próprias da angiotensina II Tratamento medicamentoso da síndrome metabólica Efeitos colaterais: São incomuns os efeitos adversos relacionados com os BRA, sendo o exantema raramente observado, redução da filtração glomerulae, hipercalemia Losartana 50-100 mg 1-2 vezes ao dia - Evite o uso em mulheres em idade fértil, pois há grande risco de malformações fetais e outras complicações na gestação. Contraindicada em associação a outros inibidores do sistema reninaangiotensina- aldosterona, exceto espironolactona na ICC Bloqueadores dos canais de cálcio Mecanismo de ação: Esta classe de medicamentos bloqueia os canais de cálcio na membrana das células musculares lisas das arteríolas, reduza disponibilidade de cálcio no interior das células dificultando a contração muscular e, consequentemente, diminui a RVP por vasodilatação. Os BCC são classificados em dois tipos básicos: os di-hidropiridínicos e os não di-hidropiridínicos. Os dihidropiridínicos (anlodipino, nifedipino, felodipino, manidipino, levanlodipino, lercanidipino, lacidipino) exercem efeito vasodilatador predominante, com mínima interferência na FC e na função sistólica, sendo, por isso, mais frequentemente usados como medicamentos anti-hipertensivos. Os BCC não di-hidropiridínicos, como as difenilalquilaminas (verapamila) e as benzotiazepinas (diltiazem), têm menor efeito vasodilatador e agem na musculatura e no sistema de condução cardíacos. Efeitos adversos: edema maleolar, cefaleia latejante, rubor facial, dermatite ocre e hipertrofia gengival Di- hidropiridínicos Alondipino 2,5-10 mg 1 -2 vezes ao dia - Evite o uso em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida. Não di- hidropiridínicos Verapamila 120-360 mg 1-2 vezes ao dia - Evite o uso em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida. Evite a associação com betabloqueadores e em pacientes com bradicardia Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA) Mecanismo de ação: a inibição da enzima conversora de angiotensina I, responsável a um só tempo pela transformação de angiotensina I em angiotensina II (vasoconstritora) e pela redução da degradação da bradicinina (vasodilatadora). Efeitos adversos: Tosse seca, edema angioneurótico, errupção cutânea, piora da função renal Principais da classe ieca Captopril 25-150 mg 2-3 vezes ao dia Evite o uso em mulheres em idade fértil, pois há grande risco de malformações fetais e outras complicações na gestação. Contraindicada em associação a outros inibidores do sistema reninaangiotensina- aldosterona, exceto espironolactona na ICC Enalapril 5-40 mg 1-2 vezes ao dia Evite o uso em mulheres em idade fértil, pois há grande risco de malformações fetais e outras complicações na gestação. Contraindicada em associação a outros inibidores do sistema reninaangiotensina- aldosterona, exceto espironolactona na ICC TRATAMENTO DA DIABETES MELLITUS DO TIPO 2 Sulfunilureias Mecanismo de ação: Seu mecanismo de ação consiste em sua ligação ao canal de potássio sensível ao ATP na membrana da célula β (em um local denominado receptor de sulfonilureia), resultando em despolarização da membrana e, por fim, liberação de insulina dos grânulos secretórios pré-formados Efeitos colaterais: Hipoglicemia e ganho ponderal Medicamento Posologia Frequência Vantagens Desvantagens Indicações Contraindicações Glipizida 2.5-20 mg 1-2 vezes ao dia Redução do risco de complicações microvasculares (UKPDS) Redução relativamente maior da HbA1C Hipoglicemia e ganho ponderal - Gravidez, insuficiência renal ou hepática Glibenclamida 2,5 – 20 mg 1-2 vezes ao dia Redução do risco de complicações microvasculares (UKPDS) Redução relativamente maior da HbA1C Hipoglicemia e ganho ponderal - Gravidez, insuficiência renal ou hepática Glinidas Mecanismo de ação: igual da sulfunilureias Efeitos colaterais: Hipoglicemia e ganho ponderal discreto Repaglinidina 0,5 – 16 mg 3 vezes ao dia Redução do espessamento médio intimal carotídeo (repaglinida) Hipoglicemia e ganho ponderal discreto - Gravidez BIGUANINAS Mecanismo de ação: Redução da produção hepática de glicose com menor ação sensibilizadora da ação insulínica Efeitos colaterais: Desconforto abdominal, diarreia e náusea A apresentação de liberação prolongada (XR) causa menos efeitos gastrintestinais Deficiência de vitamina B12 Risco de acidose lática (raro) Metformina 1.000-2550 mg 2-3 vezes ao dia Redução relativamente maior da HbA1c Diminuição de eventos cardiovasculares Prevenção de DM2 Melhora do perfillipídico Diminuição do peso Desconforto abdominal, diarreia e náusea A apresentação de liberação prolongada (XR) causa menos efeitos gastrintestinais Deficiência de vitamina B12 Risco de acidose lática (raro) - Gravidez, insuficiência renal (TFG < 30 mL/min/1,73 m2 ), insuficiências hepática, cardíaca ou pulmonar e acidose grave Metformina XR 1.000-2500 mg 2-3 vezes ao dia Redução relativamente maior da HbA1c Diminuição de eventos cardiovasculares Prevenção de DM2 Melhora do perfil lipídico Desconforto abdominal, diarreia e náusea A apresentação de liberação prolongada (XR) causa menos efeitos gastrintestinais Deficiência de - Gravidez, insuficiência renal (TFG < 30 mL/min/1,73 m2 ), insuficiências hepática, cardíaca ou pulmonar e acidose grave Diminuição do peso vitamina B12 Risco de acidose lática (raro) Inibidores da alfa-glicosidase Mecanismo de ação: Retardo da absorção de carboidrato Efeitos colaterais: sintomas gastrouintestinais Arcabose 50 a 300 mg 3 vezes ao dia Prevenção de DM2 Redução do espessamento médio intimal carotídeo Melhora do perfil lipídico Redução da variabilidade da glicose pós- prandial Rara hipoglicemia Diminuição de eventos cardiovasculares Meteorismo, flatulência e diarreia Redução discreta da HbA1c - Gravidez Glitazonas Mecanismo de ação: Aumento da sensibilidade à insulina em músculo, adipócito e hepatócito (sensibilizadores da insulina) ao se ligar a receptor ppr-y. Efeitos colaterais: Retenção hídrica, anemia, ganho ponderal, insuficiência cardíaca e fraturas Pioglitazona 15-45 mg 1 vez ao dia Prevenção de DM2 Redução do espessamento médio intimal carotídeo Melhora do perfil lipídico Redução da gordura hepática Rara hipoglicemia Redução relativamente maior da HbA1c Redução dos triglicérides Retenção hídrica, anemia, ganho ponderal, insuficiência cardíaca e fraturas - Insuficiência cardíaca classes III e IV Insuficiência hepática Gravidez Inibidores da DDP-4 Mecanismo de ação: Aumento do nível de GLP-1, com aumento da síntese e da secreção de insulina, além da redução de glucagon Efeitos colaterais: Angioedema e urticária Possibilidade de pancreatite aguda Aumento das internações por insuficiência cardíaca (saxagliptina e alogliptina?) Sitagliptina 50-100 mg 1 – 2 vezes ao dia Aumento da massa de células β em modelos animais Segurança e tolerabilidade Efeito neutro no peso Angioedema e urticária Possibilidade de pancreatite aguda Aumento das internações por insuficiência cardíaca (saxagliptina e alogliptina?) - Hipersensibilidade corporal Rara hipoglicemia Análogos de GLP-1 Mecanismo de ação: Aumento do nível de GLP-1, com aumento da síntese e da secreção de insulina, além da redução de glucagon Retardo do esvaziamento gástrico Saciedade Efeitos colaterais: Hipoglicemia, náuseas,, vômitos, diarreia, taquicardia e pancreatite aguda injetável Exenatida 5-10 mcg Uma injeção antes do desjejum e outra antes do jantar, via SC Aumento da massa de células β em modelos animais Redução do peso Redução da pressão arterial sistólica Rara hipoglicemia Redução da variabilidade da glicose pós- prandial Redução de eventos cardiovasculares e mortalidade em pacientes com DCV Hipoglicemia, náuseas,, vômitos, diarreia, taquicardia e pancreatite aguda injetável - Hipersensibilidade Liraglutida 0,6, 1,2 e 1,8 mg Uma injeção ao dia sempre no mesmo horário via SC Aumento da massa de células β em modelos animais Redução do peso Redução da pressão arterial sistólica Rara hipoglicemia Redução da variabilidade da glicose pós- prandial Redução de eventos cardiovasculares e mortalidade em pacientes com DCV Hipoglicemia, náuseas,, vômitos, diarreia, taquicardia e pancreatite aguda injetável - Hipersensibilidade Inibidores do SGLT2 Mecanismo de ação: Inibidor de receptor SGLT2 Prevenção da reabsorção de glicose no túbulo proximal renal Promoção de glicosúria Efeitos colaterais: Infecção genital Infecção urinária Poliúria Depleção de volume, hipotensão e confusão mental Aumento do LDL-c Aumento transitório da creatinina Cetoacidose diabética Dapaglifozina 5-10 mg 1 vez ao dia, em qualquer horário Rara hipoglicemia Redução do peso Redução da pressão arterial Redução de eventos cardiovasculares e mortalidade em pacientes com DCV Infecção genital Infecção urinária Poliúria Depleção de volume, hipotensão e confusão mental Aumento do LDL-c Aumento transitório da creatinina Cetoacidose diabética - Não deve ser usado em pacientes com disfunção renal moderada a grave (com TFG estimada persistentemente inferior a 45 mL/min/1,73 m2 – MDRD ou depuração de creatinina persistentemente menor ou igual a 60 mL/min – Cockcroft- Gault) Tratamento da dislipidemia ESTATINAS Mecanismo de ação: Agem (A,1A) inibindo a HMG-CoA redutase, reduzindo a síntese de colesterol e aumentando a expressão hepática dos receptores da LDL e, conseqüentemente, a captação dessa lipoproteína e das VLDL pelo hepatócito. Além disso, bloqueiam a síntese hepática de triglicérides Efeitos colaterais: Efeitos colaterais são raros no tratamento com estatinas. Variam desde mialgia, com ou sem elevação da Creatinoquinase (CK), até a rabdomiólise. A dosagem de CK deve ser avaliada no início do tratamento, principalmente em indivíduos de alto risco de eventos adversos musculares, como pacientes com antecedentes de intolerância à estatina; indivíduos com antecedentes familiares de miopatia; o uso concomitante de fármacos que aumentem o risco de miopatia. A dosagem rotineira de CK não é recomendada em pacientes já em uso de estatina, exceto se ocorrerem sintomas musculares (dor, sensibilidade, rigidez, câimbras, fraqueza e fadiga localizada ou generalizada), introdução de fármacos que possam interagir com estatina ou quando se eleva a dose desta. A avaliação basal das enzimas hepáticas (ALT e AST) deve ser realizada antes do início da terapia com estatina. Durante o tratamento, deve-se avaliar a função hepática quando ocorrerem sintomas ou sinais sugerindo hepatotoxicidade (fadiga ou fraqueza, perda de apetite, dor abdominal, urina escura ou aparecimento de icterícia) Medicamento Posologia Frequência Indicações Contraindicações Sinvastatina 10-80 mg 1 vez ao dia a noite Terapias de prevenção primária e secundária como primeira opção - Rosuvastatina 10-40 mg 1 vez ao dia a noite - Ezetimiba Mecanismo de ação: A ezetimiba inibe a absorção de colesterol na borda em escova do intestino delgado, atuando seletivamente nos receptores NPC1-L1 e inibindo o transporte intestinal de colesterol Efeitos colaterais: Raros efeitos colaterais têm sido apontados e estão em geral relacionados com o trânsito intestinal. Ezetimiba 10 mg 1 vez ao dia A ezetimiba isolada constitui opção terapêutica em pacientes que apresentam intolerância às estatinas. Por precaução, recomenda- se que ela não seja utilizada em casos de dislipidemia com doença hepática aguda. Resinas Mecanismo de ação: As resinas, ou sequestradores dos ácidos biliares, atuam reduzindo a absorção enteral de ácidos biliares Efeitos colaterais: Os principais efeitos colaterais relacionam-se ao aparelho digestivo, por interferir na motilidade intestinal: obstipação (particularmente em idosos), plenitude gástrica, náuseas e meteorismo, além de exacerbação de hemorroidas preexistentes. Raramente, pode ocorrer obstrução intestinal e acidose hiperclorêmica em idosos e crianças, respectivamente. Diminui, eventualmente, a absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, K e E) e de ácido fólico. A suplementação destes elementos em crianças ou, eventualmente, em adultos pode ser necessária Colestiramina 4-24 g/dia 1 vez ao dia Devem ser administradas longe de outros medicamentos, pois podem interferir na absorçãode muitos deles. Recomenda-se que sejam tomados os remédios rotineiros 1 hora antes da tomada da colestiramina e/ou 4 horas depois desta. a adição de colestiramina ao tratamento com estatinas pode ser recomendada quando a meta de LDL-c não é obtida apesar do uso de estatinas potentes em doses efetivas. Por não ser absorvida para a circulação sistêmica, tem sido recomendada para crianças hipercolesterolêmicas, isoladamente ou em associação com estatinas, e é o único fármaco liberado para mulheres no período reprodutivo sem método anticoncepcional - efetivo, e durante os períodos de gestação e amamentação Fibratos Mecanismo de ação: São fármacos derivados do ácido fíbrico que agem estimulando os receptores nucleares denominados “Receptores Alfa Ativados da Proliferação dos Peroxissomas” (PPAR-α). Este estímulo leva ao aumento da produção e da ação da LPL, responsável pela hidrólise intravascular dos TG, e à redução da ApoC-III, responsável pela inibição da LPL. Efeitos colaterais: Podem ocorrer: distúrbios gastrintestinais, mialgia, astenia, litíase biliar (mais comum com clofibrato), diminuição de libido, erupção cutânea, prurido, cefaleia e perturbação do sono. Raramente, observa-se aumento de enzimas hepáticas e/ou CK, também de forma reversível com a interrupção do tratamento. Casos de rabdomiólise têm sido descritos com o uso da associação de estatinas com gemfibrozila. Recomenda- se, por isso, evitar esta associação. Bezafibrato 200-600 mg/dia - Os fibratos são indicados no tratamento da hipertrigliceridemia endógena quando houver falha das medidas não farmacológicas. Quando os TG forem muito elevados (> 500 mg/dL) são recomendados, inicialmente, junto das medidas não farmacológica Recomenda-se também cautela nas seguintes condições clínicas: portadores de doença biliar; uso concomitante de anticoagulante oral, cuja posologia deve ser ajustada; pacientes com função renal diminuída; e associação com estatinas Niacina Mecanismo de ação: O ácido nicotínico reduz a ação da lipase tecidual nos adipócitos, levando à menor liberação de ácidos graxos livres para a corrente sanguínea Efeitos colaterais: Como os efeitos adversos relacionados ao rubor facial ou prurido ocorrem com maior frequência no início do tratamento, recomenda-se dose inicial de 500 mg ao dia com aumento gradual − em geral para 750 mg e, depois, para 1.000 mg, com intervalos de 4 semanas a cada titulação de dose, buscando-se atingir 1 a 2 g diárias Niacina de liberação intermediária ou prolongada 250, 375, 500, 750 e 1000 mg (apresentação) Dosagem de 1000-200 mg/ dia O ácido nicotínico pode, excepcionalmente, ser utilizado em pacientes com HDL-C baixo isolado, mesmo sem hipertrigliceridemia associada, e como alternativa aos fibratos e estatinas ou em associação com esses fármacos em portadores de hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia ou dislipidemia mist Ácidos graxos ômega 3 Mecanismo de ação: Agem reduzindo a trigliceridemia por diminuir a produção das VLDL no fígado, de modo que podem ser utilizados como terapia coadjuvante nas hipertrigliceridemias. Ômega 3 4g a 8 g/dia recomendado seu uso principalmente como adjunto da terapia das hipertrigliceridemias. - Obs 1: Na hipercolesterolemia isolada, os medicamentos recomendados são as estatinas, que podem ser administradas em associação à ezetimiba, à colestiramina e, eventualmente, aos fibratos ou ao ácido nicotínico Obs2: No tratamento da hipertrigliceridemia isolada são prioritariamente indicados os fibratos e, em segundo lugar, o ácido nicotínico ou a associação de ambos. Pode-se ainda utilizar, nesta dislipidemia, os ácidos graxos ômega 3, isoladamente ou em associação com outros fármacos. Na hiperlipidemia mista, a taxa sérica de TG deve orientar como o tratamento farmacológico será iniciado. Caso estas taxas estejam acima de 500 mg/dL, deve-se iniciar o tratamento com um fibrato, adicionando-se, se necessário, ácido nicotínico e/ou ômega 3. Nesta situação, a meta prioritária é a redução do risco de pancreatite. TRATAMENTO DA OBESIDADE Medicamento Mecanismo de ação Posologia Frequência Indicações Contraindicações Efeito colaterias Sibutramina Sua ação baseia- se no bloqueio da recaptação de noradrenalina e serotonina ocasionando a redução da ingestão alimentar. 10-15 mg Uma vez ao dia no período da manhã (deve ser iniciada com 10 mg) Apesar de no Brasil o uso de sibutramina só ser permitido para pacientes acima de 16 anos, em casos de obesidade grave (acima de +2 de Z- IMC) ou com obesidade e comorbidades (diabete tipo 2, dislipidemia, hipertensão controlada, esteatose hepática, apneia do sono, alterações ósseas secundárias à obesidade) em que não houve melhora efetiva da obesidade e suas comorbidades a introdução de sibutramina para auxiliar no tratamento pode ser discutida com o paciente, pais ou responsáveis, após explicação do efeitos colaterais e com reavaliações frequentes, a cada 2 semanas. A sibutramina é contraindicada em pacientes com história de doença cardiovascular, incluindo doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico transitório, arritmia cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva, doença arterial periférica ou hipertensão não controlada (acima de 145/90 mmHg) Taquicardia, boca seca, constipação, cefaleia, insônia. Orlistate Trata-se de um análogo da lipstatina, inibidor de lipases gastrointestinais, que age fazendo com que um terço dos triglicerídeos ingeridos permaneçam não digeridos e não sejam absorvidos pelo intestino, sendo eliminados pelas fezes, ocasionando por consequência a perda de peso. 60-120 mg 3 vezes ao dia, antes ou até uma hora após as principais refeiçõe O tratamento com orlistate é aprovado a partir dos 12 anos com obesidade não responsiva a mudança de estilo de vida, e as vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) devem sempre ser suplementadas em dose habituais de reposição, durante todo o tratamento com orlistate. Orlistate é contraindicado em pacientes que tenham distúrbios de absorção intestinal (doença celíaca, doença de Crohn), intolerância alimentar ou outros tipos de doença inflamatória intestinal. Por outro lado, ocorre uma maior incidência de esteatorreia, flatos com descarga de gordura e urgência fecal, efeitos relacionados ao seu mecanismo de ação liraglutida um análogo do peptídeo semelhante ao glucagon (GLP-1), atuando diretamente sobre os receptores 3 mg por via subcutânea Uma vez ao dia - - Os eventos adversos mais frequentes são náusea, vômito e demora de esvaziamento gástrico cerebrais que controlam o apetite, através do aumento da sensação de saciedade e redução da sensação de fome, devido a sua ação de retardar o esvaziamento gástrico, desta forma, ocorre redução da ingestão alimentar e consequente perda de peso REFERÊNCIAS Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq. Bras. Cardiol., 116(3), 516-658. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020.