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ASSEPSIA X ANTISSEPSIA - (Poli) (3)

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infecção 
A associação entre o homem e um microorganismo vegetal inferior 
(bactéria, cogumelo ou vírus), no qual o homem é o hospede.iro, 
que se dá o nome de infecção. Essa capacidade do microrganismo 
de produzir malefícios do homem se denomina patogenicidade. 
A infecção pode se instalar no indivíduo, seja por fontes de 
contaminação extrínseca ou intrínseca. Vejamos inicialmente a 
contaminação extrínseca, ou seja, aquela que provém de fontes 
externas de contaminação. Embora os especialistas não concordem 
quanto à via de contaminação mais importante, ou o principal 
reservatório de germens, todos estão de acordo que as infecções 
hospitalares aumentam cada vez mais 
Os germes das fontes de contaminação poderão infectar a ferida 
operatória, quer por via direta, quer por via indireta. 
 A via direta de contaminação inclui a disseminação por 
portadores de processos p.atoló.gic.os ati.vos, através de contato 
direta com o rec.eptor. transmitindo microrganismo a partir da 
face, pele, vias respiratórias, intestinais, genitais, ou através de 
qualquer outra lesão em atividade, como um furúnculo, uma 
ferida contaminada etc. 
 A via indireta de contaminação implica trajeto tríplice: parte do 
portador ou da lesão ativa, e através de um terceiro elemento, 
transmite-se ao receptor. O veículo pode ser o ar, poeira, roupas, 
utensílios e insetos 
Microbiota transitória e residente 
A microbiota transitória é formada por microrganismos que ficam 
nas camadas mais superficiais da pele e resultam do contato desta 
com o meio ambiente. Ela sobrevive por curto período e é removida 
facilmente, por exemplo, com a lavagem com água e sabão. Além 
disso, ela pode ser transferida com facilidade para outros indivíduos. 
Por outro lado, a microbiota residente é composta por 
microrganismos que colonizam as camadas mais profundas e estão 
presentes persistentemente. Esses microrganismos ficam aderidos e 
colonizam a superfície das células epiteliais, constituindo uma 
população estável. Ela só pode ser removida de forma parcial (e 
temporária) pela descamação celular natural ou forçadamente pelos 
processos de degermação. 
Conceitos importantes 
 
Descontaminação 
A descontaminação é feita por métodos físicos e/ou enzimáticos, 
antecedendo a limpeza de materiais contaminados por sangue, 
secreções e/ou pus. Assim, a descontaminação vai destruir os 
microrganismos patogênicos, proporcionando biossegurança para o 
pessoal técnico que irá manipular esses materiais 
Limpeza 
A limpeza remove sujeira e detritos, e é realizada de forma manual 
(mecânica) com água e detergentes (além dos métodos 
 
 
 
enzimáticos). É um processo básico que reduz a população de 
bactérias, facilitando o método anti-infeccioso que será realizado 
posteriormente. 
Desinfecção 
A desinfecção é o processo de destruição dos microrganismos 
patogênicos, ou a inativação da sua toxina e/ou inibição do seu 
crescimento. Assim, haverá a destruição desses germes patogênicos 
na sua forma vegetativa por meio da aplicação de agentes químicos 
e físicos. Porém, os esporos não precisam ser necessariamente 
destruídos 
A desinfecção é a destruição, por agente químico, de 
microrganismos patogênicos, excluídos, em geral, os esporos, pois 
estes são resistentes. 
É empregada em instrumentos ou equipamentos que não podem 
ser expostos ao calor, no tratamento de superfícies e excretas. 
Todavia, esse agente químico é inativado se houver muco, sangue, 
pus e outras substâncias orgânicas. 
SANIFICAÇÃO 
Procedimento aplicado a objetos inanimados, em que há a destruição 
de microrganismos a níveis considerados seguros. 
Neologismo do inglês sanitization,em que emprega sanitizer, tipo 
particular de desinfetante que reduz o número de bactérias 
contaminantes a níveis julgados seguros para as exigências de saúde 
pública. 
ESTERILIZAÇÃO 
A esterilização é a destruição total de todas as formas de vida dos 
materiais que entrarão em contato com o campo operatório, por 
agentes físicos ou químicos. Em cirurgia, só é aceita a condição de 
esterilidade. 
Assepsia 
Deve-se, o quanto possível, manter livre de germens o doente, a 
equipe cirúrgica e o ambiente 
Assepsia é o termo referente ao processo de prevenção do contato 
com microrganismos que os mantêm afastados de determinados 
objetos, ambiente ou campo operatório. A assepsia é o conjunto de 
ações que impedem a penetração de microrganismos em um 
ambiente asséptico (livre de infecções). Assim, assepsia significa 
ausência total de infecção, por isso, ela tem como objetivo eliminar 
todos os agentes infecciosos que estão nos equipamentos e objetos 
inertes. Para tal, utilizamos desinfetantes que são tóxicos para as 
células (mas que podem ser usados nos objetos inanimados). 
Cuidados com o doente 
Muitos são os fatores ligados ao doente que influem na maior ou 
menor possibilidade de contaminação. Assim, por exemplo, a idade 
tem sido considerada predisponente, acentuando aquela possibilidade 
tanto na velhice, como na infância. 
Alterações metabólicas e de nutrição, como a diabete, obesidade, 
subnutrição e tratamentos prolongados com esteróides contribuem 
para o maior índice de infecções 
Vários outros fatores, no entanto, influem na acidental ou incidental 
contaminação· a duração da hospitalização, o tempo de cirurgia, 
contaminação ambiental, uso de dreno ou sondas, tamanho da 
incisão e etc. 
O preparo do doente deve ser iniciado de véspera: banho geral, 
lavagem da cabeça, axilas e genitais, pois são, além do trato 
respiratório, os maiores fatores de contaminação. Troca-se a roupa 
pessoal e evidentemente a de cama. 
O banho no dia da cirurgia tem sido contra-indicado por aumentar a 
difusão de germens. Explica-se com o uso de detergentes, a gordura 
geralmente existente na pele é removida e há descamação 
acentuada, veiculando maior quantidade de germens. 
A tricotomia. ou seja, a raspagem das pêlos, deve ser sempre feita 
no dia a intervenção e, segundo alguns autores, no próprio centro 
cirúrgico. . A tricotomia de véspera pode provocar foliculite ou 
mesmo infecção de pequenos cortes acidentalmente ocorridos, uma 
vez que a pele normalmente possui flora bacteriana fixa e transitória, 
às vezes de difícil controle. 
 
Cuidado especial deve ser dispensado à limpeza e à esterilização do 
aparelha de tricotomia. (navalhas, giletes etc.). Em alguns centros 
estão sendo usados depilatórios 1Jl1Íroicos, como possível meio de 
serem evitados cortes ou arranhões durante a tricotomia. 
Cuidados com a equipe cirúrgica 
1. Banho: o paciente deve banhar-se na noite anterior à 
operação com sabão anti-séptico, a não ser que seja 
aplicado após o banho, na pele, creme à base de lanolina 
ou similiar. A propagação dos germe.s é. maior no período 
de 30 a..90 minutos .após o banho e .começa a diminuir, 
normaljzando-se após duas horas. 
 
2. Roupas: as roupas rotineiras devem ser trocadas antes 
de se adentrar ao centro cirúrgico 
 Gorros e touca: devem cobrir todo o .cabelo, impedindo 
que este seja fonte de contaminação. 
 A máscara deve ser repetidamente trocada durante as 
operações 
 
3. Lavagem de mãos: Escovar rigorosamente pelo menos 
por sete minutos, controlados em relógio, com anti-séptico 
e água quente corrente. 
ANTISSEPSIA 
É a destruição dos germes presentes nas camadas superficiais ou 
profundas da pele, por meio da utilização de um antisséptico que 
pode ser aplicado em tecidos vivos (hipoalergênico). Porém, a 
antissepsia é transitória, eliminando ou matando os microrganismos 
presentes na pele e inativando os vírus. Assim, ela reduzirá a 
população de microrganismos presentes na superfície do corpo no 
momento da cirurgia. 
 
TÉCNICAS ANTISSÉPTICAS 
A descontaminação de tecidos vivos depende da coordenação de 
dois processos: degermação e antissepsia. 
1. Degermação é a remoção de detritos e impurezas 
depositados sobre a pele. Sabões e detergentes sintéticos, 
graças a sua propriedade de umidificação, penetração, 
emulsificaçãoe dispersão, removem mecanicamente a 
maior parte da flora microbiana existente nas camadas 
superficiais da pele, também chamada flora transitória, mas 
não conseguem remover aquela que coloniza as camadas 
mais profundas ou flora residente. 
 
2. Antissepsia é a destruição de microorganismos 
existentes nas camadas superficiais ou profundas da pele, 
mediante a aplicação de um agente germicida de baixa 
causticidade, hipoalergênico e passível de ser aplicado em 
tecido vivo. Os detergentes sintéticos não-iônicos 
praticamente são destituídos de ação germicida. Sabões e 
detergentes sintéticos aniônicos exercem ação bactericida 
contra microorganismos muito frágeis como o 
Pneumococo, porém, são inativos para Stafilococcus 
aureus, Pseudomonas aeruginosa e outras bactérias Gram 
negativas. Consequentemente,sabões e detergentes 
sintéticos (não iônicos e aniônicos) devem ser classificados 
como degermantes, e não como antissépticos. 
PRINCIPAIS ANTISSÉPTICOS 
Obs. Caracterizamos como antisséptico quando a empregamos em 
tecidos vivo e desinfetante quando a utilizamos em objetos 
inanimados. 
Sabões 
Geralmente são sais de sódio ou de potássio de ácidos graxos de 
cadeia longa. 
Apresenta atividade bacteriana e bacteriostática especialmente 
contra Gram-positivas e bacilos álcool-ácidos resistentes 
Praticamente não atuam sobre as Gram-negativas 
Recentemente a investigação dos compostos antibacterianos com 
"atividade de superfície" (Suiface Activiry) recebeu muito ímpeto 
com o aparecimento dos chamados detergentes sintéticos; estes 
compostos tendem a se acumular orientados numa interfase aquosa, 
porque na sua estrutura apresentam uma parte hidrofóbica e uma 
parte hidrofílica 
ÁLCOOL ETÍLICO A 70% 
Antissepsia em procedimentos de médio e baixo risco. É barato, não 
irritante para a pele e inócuo para o organismo. 
São bastante utilizados, por serem substâncias muito voláteis, de 
absorção rápida e baixa toxidade, mas sobre tudo por terem o seu 
efeito bem rápido e de fácil aplicação 
Também apresentam atividade antimicrobiana atribuída à sua 
habilidade em desnaturar proteínas, tem excelente atividade 
germicida contra bactérias positivas e negativas, fungos e contra a 
maioria dos vírus 
Antissepsia de coto umbilical 
 
CLOREXIDINA 
A clorexidina, classificada como Digluconato de clorexidina, trata-se 
de uma molécula catiônica, estável, que em sua estrutura molecular 
possui grupos funcionais e radicais, sendo sua fórmula química 
C22H30Cl10.2C6H12O7. 
A ação da clorexidina é feita através da adesão e ruptura das 
membranas celulares, o seu efeito contra germes é menos eficaz 
quando comparado aos alcoóis, mas contém uma ação capaz de 
eliminar tanto bactérias gram-positivas quanto gram-negativas 
Esta substância está disponível nas formas degermante, alcoólica 
e aquosa. É altamente bactericida, sem efeito sobre esporos 
A clorexidina é um antisséptico com ação mais prolongada 
É um agente antisséptico, com ação antifúngica. Possui também 
ação bacteriostática, inibindo a proliferação bacteriana. A atividade 
antimicrobiana é atribuída à ligação e subsequente ruptura da 
membrana citoplasmática 
Apresenta baixo potencial de toxicidade e irritabilidade, e mantém 
sua ação mesmo em contato com matéria orgânica, tais como 
secreções purulentas, urina e sangue. Contudo, em altas 
concentrações, a clorexidina deve ser mantida longe dos olhos e das 
orelhas 
De acordo com a ANVISA (2007), a clorexidina tem ação residual 
significativa e nenhuma ou quase nenhuma absorção pela pele. A 
junção da clorexidina com o álcool obtém um efeito mais eficaz, por 
se tornar mais rápido a ação exercida. É um composto que se torna 
incompatibilidades com tenso ativo aniônico, íons cloretos, 
carbonatos e sulfatos 
Uma desvantagem do uso da clorexidina é o aparecimento de 
manchas de cor marrom nas roupas cirúrgicas, do paciente ou do 
leito, quando lavadas com alvejantes à base de hipoclorito. 
Sua indicação abrange a degermação das mãos e antebraços da 
equipe cirúrgica e a antissepsia da pele de pacientes submetidos a 
procedimentos invasivos. 
Triclosan 
É uma substância não iônica e incolor, com pouca dissolução em 
água, mas é solúvel em alcoóis. Em sua ação o Triclosan penetra na 
célula alterando a membrana plasmática. Possui uma vasta atividade 
como antibacteriano, mas demonstra uma maior eficácia como um 
bacteriostático. Sua ação é mais eficaz contra bactérias gram-
positivas do que em gram-negativas, sendo menos eficaz contra 
fungos e alguns vírus. 
Trata-se de um agente bacteriostático muito utilizado na fabricação 
de sabonetes, cosméticos, detergentes, desodorantes, sabões em 
pó, entre outros produtos. Atua dentro das células inibindo a 
biossíntese de ácidos graxos, que ela necessita para construir as 
membranas celulares e para outras funções vitais, bloqueando o sítio 
ativo da enzima enoil-acil, proteínacarreadora redutase (ENR). 
IODÓFOROS-PVPI (Polivinilpirrolidona iodo) 
Está disponível nas formas degermante, alcoólica e aquosa. 
 Alcoólico: fica pegajoso, não escorre dessa forma 
 Tópico: parece iodo, escorre 
 Degermante: esfrega e tem espuma 
Os iodóforos penetram na parede celular, tendo uma grande eficácia 
em bactérias gram positivas e bactérias gram negativas, bacilos e 
vírus 
 
Apresenta vantagens em relação às outras soluções iodadas: não 
queima, não mancha tecidos, raramente provoca reações de 
hipersensibilidade, não interfere no metabolismo e mantém ação 
germicida residual 
Apresenta início de ação poucos minutos após sua aplicação. 
A povidona-iodo tem menor efeito residual do que a clorexidina. 
Sua indicação abrange a lavagem do sítio operatório, mãos e 
antebraços da equipe cirúrgica, aplicação na pele íntegra do paciente 
em procedimentos invasivos, curativos e aplicação em mucosas. 
Desinfecção da pele intacta, TU, mãos, cateterização da bexiga e 
desinfecção da pele danificada (feridas, úlceras nas pernas, feridas 
superficiais e queimaduras). 
REFERÊNCIAS 
GOFFI, Fábio Schmidt (coord). Técnica cirúrgica: bases anatômicas, 
fisiopatologicas e técnicas da cirúrgica, 2007

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