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Fisiologia 1 Fenômenos dos Transportes André Felipe da Silva de Oliveira 1ª e d iç ão Fenômenos dos Transportes 2 DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Texto: André Felipe da Silva Oliveira Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói O48f Oliveira, André Felipe da Silva de. Fenômenos dos transportes / André Felipe da Silva de Oliveira ; revisão de Rafael Dias de Carvalho Moraes. – 1. ed. – Niterói, RJ: UNIVERSO: Departamento de Ensino a Distância, 2017. 148 p. : il. 1. Engenharia mecânica. 2. Teoria do transporte. 3. Mecânica dos fluidos. 4. Dinâmica dos fluidos. 5. Cinemática. 6. Perda de carga. 7. Calor - Transmissão. 8. Ensino à distância. I. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. II. Título. CDD 620.1 Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Fenômenos dos Transportes 3 P alavr a da Reit or a Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora. Fenômenos dos Transportes 4 Fenômenos dos Transportes 5 Sumário Apresentação da disciplina ............................................................................................. 07 Plano da disciplina ............................................................................................................ 09 Unidade 1 – Introdução aos Fenômenos de Transporte ......................................... 11 Unidade 2 – Propriedades e Grandezas Medidas em um Fluido ........................... 23 Unidade 3 – Fluidoestática ............................................................................................. 47 Unidade 4 – Cinemática dos fluidos ............................................................................. 67 Unidade 5 – Perdas de Carga.......................................................................................... 93 Unidade 6 – Transferência de Calor .............................................................................. 109 Considerações finais ......................................................................................................... 141 Conhecendo o autor ........................................................................................................ 142 Referências .......................................................................................................................... 143 Anexos.................................................................................................................................. 145 Fenômenos dos Transportes 6 Fenômenos dos Transportes 7 Apresentação da disciplina O termo fenômenos de transporte refere-se ao estudo sistemático e unificado da transferência de momentum (ou quantidade de movimento), energia e matéria. O estudo desta disciplina é de fundamental importância para os estudantes das engenharias. Pois os fenômenos de transferência de energia e matéria nos envolvem a todo instante. Desde os mais simples equipamentos utilizados em uma cozinha doméstica até os equipamentos de transporte mais sofisticados da NASA. Em todos eles estão presentes os estudos dos fenômenos de transporte. Conhecer e aprender a aplicar a teoria que envolve os fenômenos de transporte é o objetivo principal deste material. Buscamos aqui, trazer de maneira mais simplificada possível a modelagem matemática que envolve estes fenômenos, sem desprezar a complexidade que dos mesmos. Iniciamos os estudos a partir dos fluidos estáticos, passando para a análise da dinâmica dos mesmos e finalmente abordamos os mecanismos de transferência de energia em forma de calor. Estamos certos de que o estudo aqui presente é ao mesmo tempo desafiador e instigante. E que certamente acrescentará grande valor à sua formação acadêmica. Bons estudos! Fenômenos dos Transportes 8 Fenômenos dos Transportes 9 Plano da Disciplina Caro aluno, Continuaremos os estudos dos Fenômenos de Transporte, com o objetivo de desenvolver o espírito científico e o raciocínio lógico. Para que você possa compreender e interpretar, teórica e praticamente, os fenômenos físicos. Com a finalidade de facilitar a compreensão segue uma síntese de cada unidade, ressaltando seus objetivos específicos para que você possa ter uma visão ampla do conteúdo que irá estudar. Vejamos, então, o conteúdo programático, bem como seus objetivos específicos: Unidade 1 - Introdução à Mecânica dos Fluidos Nesta primeira unidade, faremos uma introdução aos fenômenos de transporte apresentando também asunidades de medida utilizadas na modelagem que será apresentada nas unidades seguintes. Unidade 2 - Propriedades e grandezas medidas em um fluido Nesta unidade, buscamos trazer as definições das principais grandezas utilizadas nos estudo de fluidos. Buscaremos compreender as definições de pressão, tensão, massa específica, peso específico e viscosidade em fluidos. Unidade 3 - Fluidoestática Nesta unidade, estudaremos o caso particular de fluidos em equilíbrio, analisaremos a atuação de forças sobre um volume de fluido e apresentaremos algumas equações importantes para a análise de problemas nestas condições. Unidade 4 - Cinemática dos fluidos Nesta unidade, abordaremos conceitos e formulações matemáticas importantes para a descrição do movimento de fluidos. Para isso, faremos a classificação de alguns tipos de escoamento e analisaremos a importância da conservação de algumas grandezas como massa, energia e momento para a Fenômenos dos Transportes 10 descrição de movimento dos fluidos. Após esta análise, veremos algumas simplificações e aplicações destas equações como a equação de Bernoulli e o estudo do fenômeno de Venturi. Unidade 5 - Perdas de Carga Nesta unidade, veremos como é possível aproximar melhor a modelagem matemática de um escoamento. Calcularemos as perdas de carga geradas por fricção e perda de carga em tubulações, assim como as perdas ou acréscimo de cargas geradas por máquinas. Unidade 6 - Transferência de Calor Nesta unidade, serão abordados os mecanismos de transferência de calor. Estudaremos a modelagem do problema de condução de calor em paredes planas e cilíndricas, de camada única ou de camadas múltiplas. Estudaremos o efeito da associação em série a paralelo destas paredes no cálculo do fluxo de calor. Veremos como aplicar a lei do resfriamento de Newton para abordar problemas de convecção. E finalmente estudaremos o fenômeno de radiação, e a aplicação da equação de Stefan-Boltmann para o cálculo de fluxo de calor em corpos que liberam energia por meio da radiação. Fenômenos dos Transportes 11 1 Introdução aos Fenômenos de Transporte Fenômenos dos Transportes 12 A expressão fenômenos de transporte refere-se ao estudo sistemático e unificado da transferência de momento (mecânica dos fluidos), energia (transferência de calor) e matéria (transferência de massa). O transporte (transferência) destas grandezas e a construção de seus modelos possuem analogias, tanto físicas como matemáticas, de tal forma que a análise matemática empregada é praticamente a mesma. Nesta disciplina, estudaremos estas semelhanças e por meio de equações simples, abordaremos problemas práticos em mecânica de fluidos e transferência de calor. Nesta primeira unidade, analizaremos as diferenças entre sólidos e fluidos, passando pela definição de fluido e formas de descrever o movimento destes fluidos. Ao final, verificaremos as unidades de medidas comumente utilizadas nos estudos de mecânica de fluidos. Objetivos da unidade: Compreender a diferença entre fluidos e sólidos; Conhecer algumas aplicações da mecânica de fluidos; Entender as bases das formulações matemáticas em problemas de mecânica de fluidos; Compreender o conceito de volume de controle e sistema na mecânica de fluidos; Entender as unidades de medidas utilizadas no Sistema Internacional e saber como realizar conversões entre sistemas de unidades diferentes. Plano da unidade: Definição de fluido Método de análise Dimensões e unidades Medidas e Unidades Bons estudos! Fenômenos dos Transportes 13 A mecânica dos fluidos é a ciência que tem por objetivo o estudo do comportamento físico dos fluidos em estado de repouso ou movimento e das leis que regem estes comportamentos. Quando se analisa o comportamento de um fluido em repouso, trabalha-se em uma subdivisão chamada estática dos fluidos. Quando se trata um fluido em movimento, utilizam-se conceitos e metodologias que compreendem a dinâmica dos fluidos. A mecânica dos fluidos pode ser aplicada nos seguintes tipos de problemas: - Ação de fluidos sobre superfícies submersas. Ex.: barragens, tanques e piscinas. - Equilíbrio de corpos flutuantes. Ex.: embarcações. - Estudo de lubrificações. Ex.: lubrificação de motores, engrenagens, máquinas. - Transporte de sólidos por via pneumática ou hidráulica. Ex.: elevadores. - Cálculo de instalações hidráulicas. Ex.: bombas, turbinas, perda de carga em tubulações prediais. - Instalações de vapor. Ex.: caldeiras. - Ação de fluidos sobre veículos e aeronaves (aerodinâmica). Definição de fluido Diferentemente dos sólidos que resistem à deformação, um fluido é aquela substância que se deforma continuamente quando submetida a uma tensão de cisalhamento. Apresenta a capacidade de fluir facilmente, e consequentemente tomar a forma do recipiente que o contém, como consequência da incapacidade de suportar as tensões de cisalhamento quando em equilíbrio estático. Fenômenos dos Transportes 14 Os fluidos tendem a escoar (ou fluir) e os sólidos tendem a se deformar ou dobrar quando interagimos com eles. Os fluidos compreendem as fases líquidas e gasosas (ou de vapor) da matéria. A diferença entre um fluido e um sólido é clara quando comparada a seus comportamentos. Um sólido deforma-se quando uma tensão de cisalhamento lhe é aplicada, e a sua deformação não aumenta continuamente com o tempo como ocorre com os fluidos. Método de análise Para analisarmos um problema de mecânica dos fluidos, é necessário avaliar a conservação de algumas quantidades físicas como massa, momento angular e energia. E cada uma destas grandezas pode ser avaliada através das seguintes equações: - Equação da conservação da massa; - Segunda lei do movimento de Newton; - Princípio da quantidade angular; - Primeira lei da termodinâmica; - Segunda lei da termodinâmica. Para um fluido não estático, como se pode descrever matematicamente o seu movimento? Uma primeira possibilidade seria subdividir todo o fluido em elementos suficientemente pequenos para que possam ser tratados como partículas. E depois se descreveria o movimento de cada uma destas partículas. A posição destas partículas seria definida por um vetor posição r0 num dado instante de tempo t0. Logo, num instante posterior t1, a posição da partícula seria r1 = r1(t1, r0, t0), que é função do tempo atual (t1), da posição e tempo iniciais (r0e t0). Desta forma, a posição da partícula varia como função do tempo e da posição inicial. Se conseguirmos calcular a posição r de cada partícula do fluido em função do tempo teremos a descrição completa do movimento do fluido. Este método devido Fenômenos dos Transportes 15 a Lagrange é de difícil utilização e não muito empregado, devido ao grande número de variáveis envolvidas. Um outro método interessante, devido a Leonhard Paul Euler, torna a análise de escoamento mais simples. Este método propõe que sejam fixados pontos r distribuídos no volume de escoamento e em cada um destes seja medida a velocidade em cada instante de tempo. Assim, temos a velocidade como função da posição e do tempo. v = v(r, t) Fica assim definido também, um campo vetorial (campo de velocidades) através da associação de um valor de velocidade para cada ponto do volume de controle. Volume de controle Volume de controle é um volume arbitrário dentro do espaço em que o fluido ocupa. As fronteiras deste volume formam a superfície de controle que envolve e define todo o volume do sistema em estudo. Fenômenos dos Transportes 16 São nestes volumes de controle que as equações citadas anteriormente são avaliadas, juntamente com outras relações adicionais, como equações de estado ou constitutivas, para que possam descrever o comportamento das propriedadesfísicas do fluido em determinadas condições. É importante saber, que as fronteiras do sistema podem ser fixas ou móveis, e que a massa contida neste sistema é sempre conservada (permanece a mesma). De maneira similar às análises feitas sobre problemas com corpos rígidos, onde é necessário definir um diagrama de corpo livre, que mostra as forças atuando sobre o corpo, aqui na mecânica de fluidos, é necessário começar definir muito cuidadosamente um volume de controle, que terá papel muito importante na formulação matemática dos problemas em estudo. Exemplo de especificação de um volume de controle: Fenômenos dos Transportes 17 Dimensões e unidades As quantidades físicas primárias que conhecemos, como comprimento (L), tempo (t), massa (M) e Temperatura (T) são dimensões de um tipo de problema, e que recebem um nome específico (unidade de medida). Ex 1. A dimensão primária de tempo pode ser medida em unidades de segundos (s), minutos (min) ou horas (h). Ex 2. A dimensão primária de comprimento pode ser medida em unidades de metros (m) e seus múltiplos: centímetros (cm), milímetros (mm), quilômetros (Km) etc. Medidas e Unidades O Sistema Internacional de Unidades (SI) foi adotado em 1960, na 10ª Conferência Internacional de Pesos e Medidas, sendo constituído de sete unidades de dimensões primárias. SI Dimensão Unidade Símbolo tempo segundos s comprimento metro m massa quilograma kg temperatura termodinâmica Kelvin K intensidade luminosa candela cd corrente elétrica ampère A quantidade de substância mole mol Fenômenos dos Transportes 18 Neste sistema, a grandeza secundária Força, é medida em Newton (N) 1 N = 1 Kg.m/s2 (secundária) Além do sistema internacional de medidas, temos outros também utilizados nas ciências e engenharias, como o Sistema de Unidades Métrico Absoluto (CGS), o Sistema de Unidades Gravitacional Britânico e o Sistema de Unidades Inglês Técnico ou de Engenharia, que são mostrados nas tabelas que seguem. CGS Dimensão Unidade Símbolo tempo segundo s comprimento centímetro cm massa grama g temperatura termodinâmica Kelvin K Desta forma, a grandeza Força, é medida pela unidade dina (dyn) 1 dyn = 1 g.cm/s2 (secundária) Sistema de Unidades Gravitacional Britânico Dimensão Unidade Símbolo tempo segundo s comprimento pé ft massa slug slug temperatura termodinâmica Rankine R Fenômenos dos Transportes 19 Força é medida pela unidade libra-força (lbf) 1 lbf = 1 slug.ft/s2 (secundária) Sistema de Unidades Inglês Técnico ou de Engenharia Dimensão Unidade Símbolo tempo segundo s comprimento pé ft massa libra-massa lbm temperatura termodinâmica Rankine R Assim, a força é dada por libra-força (lbf) 1 slug = 32,2 lbm Conversão das unidades de medida Exemplo: Um reservatório com capacidade de 2,5 × 103 m3 é alimentado segundo a vazão de 50 L/s. Determine o tempo necessário para o enchimento completo do reservatório em horas, minutos e segundos. Solução: O volume total do reservatório é 2500 m3 Fenômenos dos Transportes 20 Sabendo que 1 m3 corresponde a 1000 L, temos que 2500 m3 = 2500 x 103 L Como a vazão é de 50 L/s, dividimos o volume total em litros pela vazão, encontrando um total de 50000 s para o tempo de enchimento. Sabendo que 1 hora corresponde a 3600 s, por meio de uma regra de três simples, obtemos o valor de 13,8888888 horas. E 0,88888888 horas corresponde a 53,33333333 minutos. e 0,33333333 minutos corresponde a 20 segundos. Assim, o tempo total para enchimento do reservatório será de 13h53min20s Leitura complementar: -FOX, R.W.; MCDONALD, A. T. Introdução à Mecânica dos Fluidos. 5. ed. LTC, Rio de Janeiro, 2001. - SEARS, F.W. Física. LTC, Rio de Janeiro, 1999. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Fenômenos dos Transportes 21 Exercícios - Unidade 1 1.Um tanque cilíndrico de 6 m de diâmetro e 18 m de altura está completamente cheio de água (massa específica = 1000 Kg/m3). Calcule o peso da massa de água contida no tanque, considerando a aceleração da gravidade igual a 10 m/s2 e utilizando as unidades do sistema internacional. 2.Sobre o problema anterior, qual é a massa de água contida no tanque em gramas (g)? 3.Ainda sobre o problema anterior, escreva a massa específica do fluido em g/cm3 . 4.Para calibrar os pneus de um automóvel, seu manual recomenda a pressão de 32 psi (32 libras /pol2). Chegando ao posto de abastecimento, o proprietário do veículo constata que o manômetro do compressor de ar registra as pressões em MPa (MegaPascal). Que pressão deve ser utilizada? Considere 1 Psi = 6 894.75729 Pascals 5.Considere o tanque do problema 1 sendo enchido a uma vazão de entrada 5 L/s. Quanto tempo é necessário para que o tanque esteja completo (Escreva o tempo no formato H:min:s)? 6. Um pequeno tanque de aço tem o formato de um paralelepípedo retangular, de largura 50 cm, comprimento 32 cm e altura 25 cm. Para encher 3/4 dele com água, quantos litros de água serão usados? 7. Um depósito cujo volume era de 8,6 m³ estava cheio de água. Por um cano vazaram 4000 litros. Quantos litros ainda há no tanque? Fenômenos dos Transportes 22 8. Segundo o Sistema Internacional de Unidades (SI), os nomes dos múltiplos e submúltiplos de uma unidade são formados mediante os seguintes prefixos: Assim, por exemplo, se a unidade de medida é o metro (m), temos: 30 nm (nanômetros) = 30 × 10−9 m (metros). Com base nessas informações, se a unidade de medida é o litro (l), então a expressão , ℓ . , ℓ , ℓ é equivalente a _________________ Fator Pelo qual a unidade é multiplicada Prefixo Símbolo 1 000 000 000 000 = 1012 Tera T 1 000 000 000 = 109 Giga G 1 000 000 = 106 Mega M 1 000 = 103 Quilo k 100 =102 Hecto h 10 = 101 Deca da 0,1 = 10-1 Deci d 0,01 = 10-2 Centi c 0,001 = 10-3 Mili m 0,000 001 = 10-6 Micro 0,000 000 001 = 10-9 Nano n 0,000 000 000 001 = 10-12 Pico p 9. Às 8 horas e 45 minutos de certo dia, foi aberta uma torneira, com a finalidade de encher de água um tanque vazio. Sabe-se que:– o volume interno do tanque é 2,5 m3;– a torneira despejou água no tanque a uma vazão constante de 2L/min e só foi fechada quando o tanque estava completamente cheio. Nessas condições, a torneira foi fechada que horas? 10. Uma sala tem o formato aproximado de dois paralelepípedos grudados. Um destes tem largura de 4 metros e comprimento de 3 metros, e o outro tem largura e comprimento iguais, de 2 metros. A altura da sala é de 2,5 metros. Deseja- se comprar um ar condicionado para resfriar esta sala, e cada ar condicionado indica o volume, em litros, que ele consegue refrigerar. Então, é preciso comprar o menor ar condicionado, dentre aqueles que têm capacidade de resfriar esta sala. Das opções abaixo, qual é a mais indicada? a) 5.000 L b) 10.000 L c) 20.000 L d) 50.000 L e) 100.000 L Fenômenos dos Transportes 23 2 Propriedades e Grandezas Medidas em um Fluido Fenômenos dos Transportes 24 Para avaliar o escoamento de um fluido, além de definir o volume a ser estudado, conforme explicado na unidade anterior, é fundamental medir algumas propriedades que ajudam a caracterizar o estado deste fluido. Objetivo da unidade: Compreender as definições de pressão, tensão, massa específica, peso específico e viscosidade em fluidos. Plano da unidade: Pressão Tensões em um fluido Massa especifica Peso específico Campo de velocidades Viscosidade Bons estudos! Fenômenos dos Transportes 25 Pressão Os fluidos quase sempre se caracterizam porterem suas moléculas fracamente ligadas, proporcionando uma considerável mobilidade destas. Em um líquido, como a água, por exemplo, o volume é pouco sensível às variações de pressão (fluido incompressível); em um gás, ao contrário, o volume varia bastante com a pressão aplicada sobre ele (fluido compressível). Para entendermos um pouco melhor, considere um recipiente cilíndrico cheio de água e fechado por meio de um êmbolo, conforme a figura 1. A água contida no interior do cilindro não permite que o êmbolo desça. Ainda que seja exercida uma força F qualquer sobre este sistema, o volume ocupado pela água permanece o mesmo. Ao contrário, se preenchemos o mesmo recipiente com um gás e aplicamos a mesma força F sobre o pistão, o gás é comprimido e seu volume diminui. E isso acontece porque as moléculas de um gás encontram-se livres, ocupando todo o espaço que as contém, e quando este espaço é reduzido, as moléculas do gás tendem a se aproximar, aumentando o valor de uma grandeza que chamamos pressão. Na explicação deste sistema, citamos três importantes grandezas físicas que serão muito usadas no estudo dos fenômenos de transporte. Força, volume e pressão. Fenômenos dos Transportes 26 A força é o agente físico capaz de alterar o estado de repouso ou movimento de um corpo material. Ela é capaz também, de causar deformações na estrutura de corpos sólidos. Por sua definição, uma força pode ser escrita matematicamente como F = m a. E sabendo que no Sistema Internacional de medidas (SI) massa é medida em Kg (Quilograma) e aceleração em m/s2(metro por segundo ao quadrado), a unidade de Força é dada pela multiplicação ( Kg * m/s2), que leva o nome de Newton (N). Logo, ( Um Newton é igual a um quilograma metro por segundo ao quadrado ) O volume, por sua vez, é uma grandeza que expressa a magnitude da extensão de um corpo, ou seja, o espaço que este corpo ocupa num sistema de referência. E como extensão das definições de comprimento e área, o volume é medido no sistema Internacional pela unidade m3 (m*m*m) que corresponde a uma capacidade de 1000 L (litros). 1m3 = 1000 L A pressão é uma grandeza muito importante no estudo de fluidos e deve ser entendida conforme a sua definição: P = F/A (pressão é igual à Força dividido pela área). Observemos o seguinte exemplo: Ao pressionarmos um lápis entre as duas mãos abertas, a terceira lei de Newton (Lei de ação e reação), nos diz que a força aplicada a uma extremidade do lápis tem o mesmo valor que a força que o lápis aplica na outra mão. Contudo, é fácil perceber, que a mão que está em contato com a ponta do lápis sofre mais com a ação da força aplicada. Neste caso, o que percebemos, é a ação de uma pressão maior neste lado que possui a ponta, visto que a área de contato é bastante menor se comparada à área do lado sem ponta. Fenômenos dos Transportes 27 Veja: P > p (pressão nas extremidades) , A > a (áreas de contato) Sabendo que no sistema internacional de medidas a força é medida em Newton (N) e a área em m2 (metro quadrado), damos a esta grandeza derivada (N/m2), o nome de Pascal (Pa), que é a unidade de pressão do Sistema Internacional de medidas. Ou seja, 1 Pa = 1 N / m2 ( Um Pascal é igual a um Newton por metro quadrado ). Observe no quadro abaixo outras unidades de pressão utilizadas no mundo e as relações de conversão entre estas. Fenômenos dos Transportes 28 Tabela de conversão de escalas de pressão Pascal Bar atmosfera padrão libra por polegada quadrada (Pa) (bar) (atm) (psi) 1 Pa ≡ 1 N/m2 10−5 9.8692×10−6 1.450377×10−4 1 bar 105 ≡ 100 kPa ≡ 106 dyn/cm2 0.98692 14.50377 1 atm 1.01325×105 1.01325 1 14.69595 1 psi 6.8948×103 6.8948×10−2 6.8046×10−2 ≡ 1 lbF /in2 Exemplo: Calcule a pressão exercida pelos quatro pneus de um carro que tem massa 1200 Kg e sabendo que a área de contato de cada pneu com o chão é 204 cm2. Considere a aceleração da gravidade igual a 10 m/s2. A área de contato total dos 4 pneus é 204 cm2 x 4 = 816 cm2 Que corresponde a 0,0816 m2 Fenômenos dos Transportes 29 Então, a pressão exercida nos pneus pode ser calculada pela expressão onde ⋅ ⋅ Logo, , . Tensões Em Um Fluido Considerando as forças existentes em um meio material, podemos separar estas em dois tipos principais: As forças superficiais e as forças volumétricas. As forças superficiais são aquelas que atuam diretamente num elemento de superfície do material, podendo gerar tensões de dois tipos: ● Tensão Normal ● Tensão Tangencial As tensões normais são aquelas aplicadas perpendicularmente ao elemento de superfície, e quando apontam para o interior do elemento chamam-se “tensões normais de compressão” (pressão); e quando apontam para fora do elemento de superfície são chamadas de “tensões normais de tração” (figura 3). Fenômenos dos Transportes 30 As tensões tangenciais, como o nome diz, têm direção tangente às superfícies de contato, e por isso tendem a produzir um deslizamento entre os elementos de fluido. É sobre estas tensões tangenciais que está a principal diferença entre sólidos e fluidos. Os corpos sólidos, quando são submetidos a forças externas tangenciais, tendem a equilibrar estas com as tensões tangenciais internas ao corpo. Isto faz que eles sofram uma deformação que aumenta conforme a intensidade da força externa aplicada. Já os líquidos, não conseguem equilibrar essas forças externas. Ainda que sejam pequenas, estas fazem o fluido escoar e permanecer em movimento até que a força seja cesse. Desta forma, uma força pequena pode gerar uma grande deformação ou deslocamento num fluido, desde que atue sobre este por longo tempo, e isso dependerá da viscosidade do fluido, que é uma medida da resistência que o fluido oferece no deslizamento entre camadas adjacentes. Podemos dizer que um fluido está em equilíbrio, quando o mesmo tem velocidade nula. Ou seja, não está sob ação de tensões tangenciais. Fenômenos dos Transportes 31 Massa específica Uma propriedade importante em qualquer meio material é a massa específica, que também é conhecida nos sólidos como densidade. Essa grandeza fornece a quantidade de massa por unidade de volume (no SI a sua unidade é Kg/m3) e é comumente representada pela letra grega ⍴ (rô). A massa específica pode variar ponto a ponto em um meio material ou ser constante em todo o meio. Quando isso ocorre, dizemos que o meio é homogêneo, e podemos escrever matematicamente através da seguinte razão: Apesar da unidade de massa específica no SI ser Kg/m3, também é bastante utilizada a relação g/cm3 para medir a mesma. A relação entre estas é a seguinte: 1 g/cm3 = 1000 Kg/m3 Na tabela 1, são mostrados alguns valores de massa específica de materiais conhecidos. Fenômenos dos Transportes 32 Tabela 1 - Densidade de alguns elementos mais conhecidos Líquidos Sólidos Material Densidade (g/cm3) Material Densidade (g/cm3) água a 4 ºC 1.0000 Magnésio 1.7 água a 20 ºC 0.998 Alumínio 2.7 Gasolina 0.70 Cobre 8.3-9.0 Mercúrio 13.6 Ouro 19.3 Leite 1.03 Aço 7.8 Gases na CNTP* Chumbo 11.3 Material Densidade (g/cm3) Platina 21.4 Ar 0.001293 Urânio 18.7 Hidrogênio 0.00009 Ósmio 22.5 Hélio 0.000178 gelo a 0 ºC 0.92 CO2 0.001977 *CNTP - condições normais de temperatura e pressão Para obter a massa específica em Kg/m3, apenas multiplique por 1000. Fenômenos dos Transportes 33 Exemplo 1 Determine a massa e o peso do ar no interior de uma sala de aula com uma altura de 3,0 m e um piso com uma área de 9,0 m x 5,0 m. Qual seria o valor da massa e do peso, caso o volume estivesse preenchido com água? Na tabela 1, encontramos a massa específica do ar e da água a 20ºC.O volume da sala é V = (9,0 m)x(5,0 m)x(3,0 m) = 135 m3 A massa do ar pode ser obtida por: , / ⋅ , Assim, o peso do ar é: ⋅ , ⋅ , / , A massa de água necessária para ocupar o mesmo volume seria: / ⋅ , Logo, o peso seria: ⋅ , ⋅ , / , que corresponde ao peso de 130 toneladas de água. Fenômenos dos Transportes 34 Peso específico Representado pela letra , o peso específico é uma grandeza que representa o peso de uma unidade de volume de um fluido. E por isso, é escrito matematicamente como: ⋅ logo, ⋅ com unidade de medida ⋅ Exemplo: Se 5 m3 de uma determinada substância pesa 42 KN, determine o peso específico e a massa específica. Solução: Calculando o peso específico ⋅ Com este resultado podemos encontrar a massa específica apenas dividindo a expressão anterior pela aceleração da gravidade (g = 10 m/s2). Logo, Fenômenos dos Transportes 35 Campo de Velocidades Um fluido é considerado um meio contínuo. Suas moléculas interagem continuamente umas com as outras, e não apresentam comportamento de partícula. Neste tipo de sistema, a velocidade em qualquer ponto do campo de escoamento pode variar de um instante a outro. Assim, a sua representação geral pode ser dada como função das dimensões de espaço e tempo. V V x, y, z, t ou (Escoamento transiente) O vetor velocidade, pode também ser escrito em termos dos seus três componentes escalares. V μı vȷ ωk = Mi; = Ni; = Ômega Se as propriedades do escoamento não mudam em cada ponto com o passar do tempo, dizemos que este é um escoamento permanente ou estacionário. V V x, y, z ou (Escoamento permanente) Em termos das dimensões, um escoamento pode ser classificado como Unidimensional, Bidimensional e Tridimensional, de acordo com a quantidade de coordenadas espaciais necessárias para especificar o campo de velocidade. V V x, y, z, t (Escoamento tridimensional e transiente) V V x, y, z (Escoamento tridimensional e permanente) Fenômenos dos Transportes 36 Viscosidade A viscosidade é uma propriedade que representa a capacidade que um fluido tem para resistir às tensões de cisalhamento. Ou seja, corresponde ao atrito interno entre as moléculas que compõem o fluido. A viscosidade mede a resistência de um líquido em fluir, e não está diretamente relacionada com a massa específica do líquido, que é uma relação massa/volume. Um exemplo claro desta diferença, podemos verificar com o óleo, que é mais viscoso do que a água, embora sendo menos denso. Tensão de cisalhamento A Tensão de cisalhamento é definida como a razão entre a componente tangencial da força e o módulo da área na qual esta força está sendo aplicada. (1) Similarmente à pressão, que é definida como a razão entre a componente normal da força e o módulo da área em que esta força é aplicada. (2) Fenômenos dos Transportes 37 Para compreendermos a formulação matemática da viscosidade, consideremos um fluido em repouso entre duas placas planas. A placa superior se desloca pela ação de uma força tangencial Ft Esta força gera uma tensão de cisalhamento A camada de fluido diretamente em contato com a placa superior adquire a mesma velocidade da placa. Consequentemente, pelo princípio da aderência, as camadas inferiores vão adquirindo velocidades cada vez menores, até que o valor chegue à zero junto à placa inferior. Esta diferença de velocidades verificada em uma seção normal às placas é que gera as tensões de cisalhamento e causa uma deformação contínua no fluido. Fenômenos dos Transportes 38 Por meio desta análise, podemos verificar também, que a tensão de cisalhamento é proporcional à variação de velocidade na direção normal às placas. (3) O coeficiente de proporcionalidade que transforma a equação anterior em uma igualdade é chamado viscosidade dinâmica ( ) (4) ( Lei de Newton da viscosidade) Matematicamente, a viscosidade dinâmica é um coeficiente de proporcionalidade entre a tensão de cisalhamento e o gradiente de velocidade. Quando o fluido apresenta uma relação linear entre as tensões de cisalhamento e o gradiente de velocidade, eles são classificados como fluidos newtonianos. Relação linear entre tensão de cisalhamento e gradiente de velocidade Fenômenos dos Transportes 39 Essa viscosidade dinâmica depende fortemente da temperatura do fluido, e causa grande diferença de comportamento entre líquidos e gases. Nos líquidos, a viscosidade diminui com o aumento da temperatura. Dimensão da viscosidade (SI) Comparando as equações 1 e 4 ⋅ verificamos que a unidade de medida da viscosidade dinâmica é ⋅ Dividindo a viscosidade absoluta, , pela massa específica do fluido, , obtemos uma outra quantidade útil, que é a viscosidade cinemática: Fenômenos dos Transportes 40 Influência da temperatura na viscosidade dinâmica: Fenômenos dos Transportes 41 Nos líquidos, a intensidade das ligações moleculares é a causa dominante da viscosidade. Conforme a temperatura de um líquido aumenta, estas forças de ligação coesivas diminuem, resultando na diminuição da viscosidade; Nos gases, a viscosidade é efeito das colisões aleatórias entre as moléculas do gás. E como esta agitação molecular aumenta com a temperatura, a viscosidade dos gases também aumenta com a temperatura. A viscosidade dos líquidos e gases também varia com a pressão. Mas muito pouco dentro de um intervalo de pressão considerável. Assim, costuma-se considerar a viscosidade como independente da pressão. Viscosidade como função da temperatura Fluidos Newtonianos e não Newtonianos Como dissemos anteriormente, os fluidos newtonianos são aqueles que apresentam uma relação linear entre as tensões de cisalhamento e o gradiente de velocidade. Portanto, a viscosidade aparece como um valor constante. Já os fluidos não newtonianos apresentam uma viscosidade que não apresenta este comportamento regular. Esta pode variar com a força aplicada, e até mesmo variar no tempo; gerando um comportamento diferenciado como o das misturas heterogêneas como concreto, massa de amido e água etc. Fenômenos dos Transportes 42 Assim, podemos dizer que fluidos não newtonianos não têm viscosidade muito bem definida. Figura xxx: Tensão de cisalhamento em alguns tipos de fluido Fonte:Fox R. W., McDonald A. T. e Pritchard P. J., Introdução à mecânica dos fluidos Fenômenos dos Transportes 43 Exemplo Um reservatório graduado contém 500 ml de um líquido que pesa 6 N. Determine o peso específico e massa específica do líquido ( considerar g=9,8 m/s2 ). Solução , , ⁻ ⋅ , / /, / , / É hora de se avaliar! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Fenômenos dos Transportes 44 Exercícios - Unidade 2 1. A massa específica de um fluido é 610 Kg/m3. Determine o peso específico deste fluido. 2. O peso de 3 dm³ de uma substância é 23,5 N. A viscosidade Cinemáica é de 10-5 m2/s. Se g = 10 m/s² qual será a viscosidade dinâmica no SI? 3. A Lua possui massa de 7,35 x 1022 Kg e raio igual a 1740 Km. Qual é a sua densidade média? Fenômenos dos Transportes 45 4. Você compra uma peça retangular de metal com massa de 0,0158 Kg e com dimensões 5,0 x 15,0 x 30,0 mm. O vendedor diz que o metal é ouro. Para verificar se é verdade você deve calcular a densidade média da peça. Qual o valor obtido? 5. Um sequestrador exige como resgate um cubode platina com 40,0 Kg. Qual é o comprimento da aresta? 6. Para um carro com massa 1650 Kg, qual deverá ser a área de contato de cada pneu com o solo, para que haja uma pressão de 8,25 x 104 Pa entre eles? Considere a aceleração da gravidade 10 m/s2. Fenômenos dos Transportes 46 7. Um tanque de ar comprimido contém 6 Kg de ar a 80ºC, com peso específico de 38,68 N/m3. Determine o volume do tanque. 8. Um reservatório cilíndrico possui diâmetro de base igual a 2m e altura de 4m, sabendo-se que o mesmo está totalmente preenchido com gasolina (ρ = 720 kg/m³), determine a massa de gasolina presente no reservatório. 9. Um reservatório cúbico com 2m de aresta está completamente cheio de óleo lubrificante (ver propriedaes na Tabela). Determine a massa de óleo quando apenas ¾ do tanque estiver ocupado. Dados: γH2O = 10000N/m³, g = 10m/s². 10. Duas placas planas paralelas estão situadas a 3 mm de distância. A placa superior move-se com velocidade de 4 m/s, enquanto que a inferior está imóvel. Considerando que um óleo ( , / / ) ocupa o espaço entre elas, determine a tensão de cizalhamento que agirá sobre o óleo. Fenômenos dos Transportes 47 3 Fluidostática Fenômenos dos Transportes 48 Nesta unidade, estudaremos o caso particular de fluidos em equilíbrio, analisaremos a atuação de forças sobre um volume de fluido e apresentaremos algumas equações importantes para a análise de problemas nestas condições. Objetivo da unidade Analisar atuação de forças sobre um volume de fluido; Apresentar algumas equações importantes para análise de problemas nestas condições. Plano da unidade: Equações Básicas da Fluidostática Aplicações da equação fundamental da hidrostática Pressões Absoluta e Manométrica Atmosfera Padrão Empuxo Hidrostático em Superfície Submersa Bons estudos! Fenômenos dos Transportes 49 Um fluido está em equilíbrio quando as porções que o compõem estão também em equilíbrio. E para que isso aconteça, é necessário que as forças que atuam em cada porção do fluido se anulem. Esta exigência é consequência da 2ª Lei de Newton. Visto que, se houver a presença de força resultante não nula, o fluido tenderá ao escoamento. Tipos de forças atuantes sobre uma porção de fluido Forças Volumétricas São forças que possuem longo alcance, como a gravidade, que atua em todos os elementos do fluido e, portanto, a resultante será sempre proporcional ao volume. Um segundo exemplo de força volumétrica é a força elétrica que atua sobre um fluido carregado. Para o caso da força de atração gravitacional, podemos escrever a resultante como: Forças Superficiais É um tipo de força que ocorre entre porções adjacentes do fluido. Ocorre pela interação interatômica, e, portanto, são de curto alcance. Um exemplo de força superficial é a reação de contato entre um fluido e o recipiente que o contêm. Assim como a força que uma camada de fluido exerce sobre outra camada adjacente. Fenômenos dos Transportes 50 Figura 2.1: Exemplo de força superficial A força superficial sobre um elemento de superfície é proporcional à área . Figura 2.2: elemento de volume sob ação de forças superficiais A figura 2.2 representa um elemento de fluido, com elemento de superfície , cuja orientação é indicada pelo vetor normal n. Neste sistema, convenciona-se que uma tensão positiva ao longo de n é uma tensão de tração e uma tensão negativa ao longo de n é uma tensão de pressão. Quando desprezamos o peso do fluido, a pressão no interior do mesmo será a mesma em todos os pontos do volume. Contudo, o peso de um fluido não é desprezível e verificamos o efeito disso com bastante facilidade em nosso cotidiano. Fenômenos dos Transportes 51 Quando mergulhamos em uma piscina ou em um mar aberto, é fácil perceber que todo o volume de água que fica acima de nós exerce uma pressão sobre o nosso corpo e que é percebida primeiramente pelos ouvidos. À medida que vamos descendo a maiores profundidades, esta pressão vai aumentando. Podemos deduzir uma expressão que modela matematicamente este comportamento da natureza da seguinte maneira. Consideremos inicialmente um volume de fluido em equilíbrio. Deste volume, analisemos um infinitesimal elemento de volume com altura dy (fig 2.3). Neste as superfícies inferior e superior possuem a mesma área A e as suas respectivas alturas são y e y + dy. Desta maneira, o volume do elemento de fluido é dV = A dy, com massa dada por é peso dado por . Figura 2.3: Elemento de volume dV de um fluido em equilíbrio Agora, considerando as forças que atuam sobre este elemento de fluido, vemos que a força resultante que atua na superfície inferior deste volume é ⋅ e a força resultante que atua na superfície superior é dada por . Lembre- se: / (pressão é igual à força por unidade de área). Como o elemento de fluido está em equilíbrio, a soma das componentes verticais das forças atuantes deve ser igual a zero. Desta condição, temos: Fenômenos dos Transportes 52 Logo, ⋅ ⋅ ⋅ = 0 (Somatório das componentes verticais de força) Para obter o perfil de pressão, dividimos a expressão acima pela área: (equação 2.1) Esta equação obtida nos mostra a variação da pressão em relação à altura. E nos diz que à medida que y aumenta p diminui. Ou seja, à medida que subimos através do fluido em equilíbrio, a pressão diminui. Como já esperávamos. Para estendermos esta análise para um volume maior de fluido em equilíbrio, consideramos p1 e p2 as pressões para as alturas y1 e y2 respectivamente e e constantes. Logo, (equação 2.2) E para tornar mais simples a aplicação desta expressão, podemos escrevê-la em termos da profundidade h abaixo da superfície do fluido (figura 2.4). Figura 2.4: Aumento da pressão com a profundidade em um fluido em equilíbrio. Fenômenos dos Transportes 53 Consideramos para isto, o ponto 1 com pressão p em qualquer nível abaixo da superfície e o ponto 2 na superfície do fluido, onde a pressão é . Desta forma, a profundidade do ponto 1 abaixo da superfície é , permitindo reescrever a equação 2.2 como (equação 2.3) Esta expressão é uma simplificação (estudo unidimensional) da Lei de Stevin (Equação Fundamental da Hidrostática), que mostra que a pressão no interior de um fluido aumenta linearmente com a profundidade. Desta expressão, podemos chegar a duas conclusões: – A diferença de pressão entre dois pontos de uma massa líquida em equilíbrio é igual à diferença de profundidade multiplicada pelo peso específico ( ). – No interior de um fluido em repouso, pontos de uma mesma profundidade suportam a mesma pressão. Exemplo: Calcule em atm a pressão a que um submarino fica sujeito quando baixa a uma profundidade de 100 metros. Para a água do mar adote que a densidade vale 1000 kg/m3. Figura 2.5: Submarino submerso Solução: Fenômenos dos Transportes 54 Profundidade = 100 metros (altura) Densidade da água = 1000 kg/m³ Aceleração da gravidade (g) = 10 m/s² Pressão na profundidade 100 m: , / / , , , Lembramos aqui, que na superfície do mar, a pressão p0 é a pressão atmosférica e que têm valor aproximado de 1 atm ao nível do mar. Deste cálculo simples, verifica-se que a cada 10 metros de profundidade a pressão aumenta 1 atm (atmosfera). Aplicações da Equação Fundamental da Hidrostática Vasos Comunicantes “A altura de um líquido incompressível em equilíbrio estático preenchendo diversos vasos comunicantes independe da forma dos mesmos.” A superfície livre é horizontal, e o líquido sobre até a mesma altura h em todos os ramos. Resulta da Leide Steven. Figura 2.6: Vasos comunicantes Fenômenos dos Transportes 55 Uma utilização muito comum deste princípio é para a medição de nível na construção civil. O pedreiro costuma utilizar uma mangueira de borracha completamente cheia de água. Ele estende esta na forma de uma letra U. Em ambos os ramos do tubo, o nível de água será o mesmo, e assim ele consegue fazer que partes distantes de uma mesma construção estejam no mesmo nível (cota). Vasos comunicantes com fluidos de densidades diferentes Figura 2.7: Vasos comunicantes com fluidos de densidades diferentes A pressão sobre a linha 1-2 é p Calculando através da Lei de Stevin a pressão nos pontos 1 e 2, teremos: Fenômenos dos Transportes 56 Pressão absoluta, Pressão atmosférica e pressão manométrica Se a pressão no interior de um balão de aniversário (bola inflável) fosse igual à pressão atmosférica, o balão ficaria murcho. A pressão no seu interior deve ser maior do que a pressão atmosférica para que ele possa permanecer firme. Neste caso, a grandeza que importa é a diferença de pressão entre o interior e exterior do balão. A esta diferença, damos o nome de pressão manométrica. À pressão total que é dada pela soma da pressão no interior mais a pressão do meio exterior damos no nome de pressão absoluta. Portanto, quando calibramos o pneu de um carro, o aparelho calibrador nos mostra o valor da pressão manométrica. No interior deste aparelho existe um manômetro, que é o que realmente mede a pressão. Medidores de pressão Manômetro de tubo fechado Um dos primeiros instrumentos de medida de pressão, que é o mais simples, foi baseado em uma coluna de fluido e desenvolvido por Torricelli; Consistia em um tubo de vidro com 1,0 m de comprimento, fechado em uma das extremidades que após ser preenchido com mercúrio, era emborcado em uma cuba do mesmo elemento. A coluna de mercúrio no tubo vertical, inicialmente com um metro de comprimento, sofre redução de altura em razão da fuga do fluido pela abertura inferior, diminuindo o comprimento indicado por H. Esse fenômeno provoca o aparecimento de um espaço sobre a coluna de mercúrio, que é ocupado por seu vapor. Da eq. (2.3) pode-se determinar a pressão atmosférica patm em termos da altura H da coluna de mercúrio. Fenômenos dos Transportes 57 Figura 2.8: Manômetro de mercúrio (tubo fechado) Vicenzo Viviane ao realizar este experimento elaborado por Torricelli obteve a medida de 76 cm para a coluna de mercúrio. Fenômenos dos Transportes 58 Manômetro de tubo aberto Figura 2.9: Manômetro de tubo aberto Este tipo de manômetro é utilizado para medir pressões manométricas. Possui um tubo em forma de U contendo um fluido de densidade conhecida. Em uma das extremidades é conectado um recipiente com fluido de densidade também conhecida e cuja pressão deseja-se medir. A outra extremidade do tubo fica aberta (pressão atmosférica). Assim temos: Fenômenos dos Transportes 59 Princípio de Pascal Conforme a equação fundamental da hidrostática, a diferença de pressão entre dois pontos de um líquido homogêneo em equilíbrio é constante, dependendo apenas do desnível entre eles. Logo, se variamos a pressão num ponto do líquido, essa variação se transmite a todo o líquido. Assim, todos os pontos do líquido sofrem a mesma variação de pressão. Este princípio fica bastante evidente no funcionamento de uma prensa ou elevador hidráulico conforme o da figura 2.6. Figura 2.6: Prensa hidráulica Quando uma força F1 é exercida para baixo sobre o pistão menor de área A1 o líquido (incompressível) contido no dispositivo exerce uma força para cima de módulo F2 sobre o pistão maior de área A2. A variação de pressão ΔP produzida pela força de entrada F1 exercida pelo pistão menor é transferida ao pistão maior, sobre o qual passa a atuar uma força de saída F2. A equação a seguir relaciona estas grandezas: Fenômenos dos Transportes 60 Como A2 > A1, pela relação acima fica claro que a força de saída F2 exercida sobre a carga é maior que a força de entrada F1. Exemplo: Numa prensa hidráulica, as áreas dos êmbolos são SA = 100cm2 e SB = 20cm2. Sobre o êmbolo menor, aplica-se uma força de intensidade de 30N que o desloca 15cm. Determine: a) a intensidade da força que atua sobre o êmbolo maior. b) o deslocamento sofrido pelo êmbolo maior. Solução: a) Pelo Princípio de Pascal: Fenômenos dos Transportes 61 b) O volume de líquido transferido do êmbolo menor para o maior é o mesmo. Logo, ⋅ ⋅ ⋅ Princípio de Arquimedes “Um corpo total ou parcialmente imerso num fluido recebe do fluido um empuxo igual e contrário ao peso da porção de fluido deslocada e aplicado no centro de gravidade da mesma.” O empuxo é um fenômeno bastante conhecido. Naturalmente percebe-se que um corpo imerso em água parece possuir peso menor do que ar. Quando este corpo possui densidade menor que a do fluido, ele flutua. Este efeito é resultado das forças de superfície que atuam sobre o corpo quando o mesmo é imerso no fluido. O somatório das forças de superfície é igual ao peso da porção de fluido deslocado. Considerando o cilindro submerso da figura 2.11 Figura 2.11: cilindro sólido submerso em líquido Fenômenos dos Transportes 62 Observa-se que as forças de contato que agem na lateral do cilindro, se anulam uma a uma. Contudo, as forças que agem na área superior e inferior do mesmo podem ser escritas como função da pressão nestas profundidades correspondentes. Assim, a resultante é a força de empuxo, dada por: (Empuxo é igual ao peso de fluido deslocado) Onde e são as forças sobre as superfícies inferior e superior de área A do sólido respectivamente; V é o volume do objeto submerso Exemplo: Em um recipiente há um líquido de densidade 2,56g/cm³. Dentro do líquido encontra-se um corpo de volume 1000 cm³, que está totalmente imerso. Qual o empuxo sofrido por este corpo? Dado g=10m/s² Resposta: Primeiramente devemos calcular a quantidade do fluido deslocado: , Depois realizamos o cálculo do empuxo: , / / , ) Leitura complementar: -FOX, R.W.; MCDONALD, A. T. Introdução à Mecânica dos Fluidos. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. - YYOUNG, HUGH D. Física II: Termodinâmica e ondas. 10ª ed. São Paulo: Addison Wesley, 2003. É hora de se avaliar! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Fenômenos dos Transportes 63 Exercícios - Unidade 3 1. Suponha que uma caixa d’água de 10 metros esteja cheia de água cuja densidade é igual a 1 g/cm3. A pressão atmosférica na região vale 105 Pa eg é igual a 10 m/s2. Calcule a pressão, em Pa, no fundo da caixa d’água e marque a opção correta. 2. Um elevador de veículos é acionado por um cilindro de 45cm2 de área útil, no qual se pode aplicar uma força máxima de 1200N. O óleo pelo qual é transmitida a pressão é comprimido em outro cilindro de 765 cm2. Qual é a capacidade de levantamento do elevador? A resposta deve ser dada em quilogramas. Fenômenos dos Transportes 64 3. No elevador mostrado na figura a seguir, o carro no cilindro à esquerda, na posição E, tem uma massa de 900 kg, e a área da secção transversal do cilindro é 2500 cm2. Considere a massa do pistão desprezível e a aceleração da gravidade igual a 10 m/s2. A área da secção transversal do cilindro, na posição D, é 25 cm2, e o pistão tem massa desprezível. Se o elevador for preenchido com óleo de densidade 900 kg/m3, a força mínima F, emnewton, necessária para manter o sistema em equilíbrio será? 4. Um cubo de madeira de aresta 20 cm tem massa 4,8 kg. Colocado em um tanque com água, ele flutua parcialmente imerso. Adotando g = 10 m/s2 e dágua = 1,0 . 103 kg/m3, a força vertical mínima capaz de deixá-lo totalmente imerso vale, em newtons. Fenômenos dos Transportes 65 5. Imagine que você esteja diante de uma piscina de 4 metros de profundidade. Calcule a pressão no fundo dessa piscina em Pa (pascal) e atm. 6. Uma pequena bola de borracha está presa por um fio leve ao fundo de um recipiente cheio com água, como mostra figura. Se o volume da bola submersa for 500 cm3 e sua massa for 100g, qual será a tensão no fio? (Considere a aceleração da gravidade local igual a 10 m/s2 e a massa específica da água 1g/cm3) 7. Os raios das seções dos êmbolos de uma prensa hidráulica medem 5 cm e 25 cm. Se aplicarmos ao êmbolo menor uma força perpendicular de 40N, qual será a força exercida pelo líquido sobre o êmbolo maior? Fenômenos dos Transportes 66 8.Um bloco sólido, maciço e homogêneo, possui 10 cm de altura, 4 cm de profundidade, 6 cm de comprimento e massa de 480 g. Determine a massa específica da substância que o constitui. 9.Na figura abaixo, a densidade do líquido A é , / e a do líquido C é , / , então, determine a densidade do líquido B em g/cm3. 10.Uma balsa tem 10 m² de área da base em contato com a água, cuja densidade é 1 . 10³ kg.m-3. Nesta situação, a balsa flutua, estando submersa 7,5 cm de sua altura. Um homem, após subir na balsa e esperar as águas se acalmarem, verifica que a altura submersa torna-se 8,2 cm. Qual a massa do homem em Kg. Fenômenos dos Transportes 67 4 Cinemática dos Fluidos Fenômenos dos Transportes 68 Nesta unidade veremos como extrair e analisar grandezas importantes de um fluido em movimento. Objetivo da unidade: Abordar conceitos e formulações matemáticas importantes para a descrição do movimento de fluidos. Para isso, faremos a classificação de alguns tipos de escoamento e analisaremos a importância da conservação de algumas grandezas como massa, energia e momento para a descrição de movimento dos fluidos. Após esta análise veremos algumas simplificações e aplicações destas equações como a equação de Bernoulli e o estudo do fenômeno de Venturi. Plano da unidade: Descarga de uma grandeza N Tipos de regime de escoamento Tipos de escoamento Equação de Bernoulli Tubo de Pitot Fenômeno de Venturi Bons estudos! Fenômenos dos Transportes 69 Descarga de uma grandeza N Na mecânica dos fluidos, podemos definir grandezas de dois tipos: Intensivas, que são independentes da massa de fluido em análise e extensivas, que terão seus valores alterados de acordo com a quantidade de massa em estudo. Deste modo, as grandezas intensivas poderão ser escritas em função das grandezas extensivas da seguinte maneira. Para definir o escoamento e os processos de transferência que ocorrem em um fluido, é necessário quantificar as grandezas envolvidas no movimento deste. E de maneira geral, isso é feito definindo-se o transporte de uma grandeza extensiva N que também terá a sua correspondente grandeza intensiva n no escoamento. Conceito Cinemática é a parte da mecânica dos fluidos que estuda o movimento e a vazão de uma massa fluida entre delimitadas superfícies sob a ação da gravidade e/ou pressões externas. O movimento dos fluidos é geralmente conhecido como escoamento, e que é caracterizado pela movimentação de suas moléculas, umas em relação às outras e aos limites impostos ao sistema em estudo (massa de fluido). Estes escoamentos são descritos por alguns parâmetros físicos que podem variar no tempo e nos espaço, permitindo a classificação do mesmo e também proporcionando uma descrição matemática do fenômeno. Fenômenos dos Transportes 70 A tabela a seguir apresenta alguns exemplos de grandezas extensivas e suas correspondentes grandezas intensivas. Tabela 4.1: Grandezas intensivas e extensivas Extensivas Intensivas Massa m 1 Quantidade de movimento mV Velocidade V Volume vol Volume específico V Energia Interna U Energia interna específica U Energia cinética ½ m V² Energia cinética específica ½ V² Energia potencial mgh Energia potencial específica Gh Descarga de uma grandeza extensiva N A descarga de uma grandeza genérica N pode ser matematicamente expressa como a razão entre a quantidade da grandeza física referida N e o tempo que esta quantidade leva para atravessar uma superfície de referência (superfície de controle). A partir desta equação, pode-se obter uma segunda expressão para o cálculo da descarga da grandeza N por meio da área A do escoamento e da velocidade V do fluido. E como a grandeza N e a velocidade V variam em função do espaço, o problema deve ser tratado de forma diferencial, adotando-se um elemento de fluido com um volume de área dA e comprimento dx, com massa específica ⍴ que no instante t localiza-se no limite da região à esquerda da superfície de referência. Fenômenos dos Transportes 71 Fig 4.1: Fluido com velocidade V através da superfície A. A quantidade da grandeza dN contida no elemento de fluido de massa dm, pode ser escrita como: Assim, temos que: Onde dx / dt representa a componente horizontal da velocidade Vx, calculada pelo produto do módulo do vetor velocidade e do cosseno do ângulo α entre a velocidade e a normal à superfície de controle: | | E substituindo na quinta equação, temos: Fenômenos dos Transportes 72 Considerando um versor na direção da normal à superfície de referência, pode-se definir o vetor área em que dA é o módulo do vetor área. Dessa forma, reescreve-se a equação (3.6): | | | | Em notação vetorial, tem-se: A descarga da grandeza N que atravessa a área A pode ser obtida integrando- se a equação anterior Descarga, vazão e fluxo a ) Descarga de massa Dm ou simplesmente descarga . é definida como a quantidade de massa que atravessa a superfície de controle na unidade de tempo. E as unidades de medidas para esta grandeza são b) Vazão (Q) é definida como relação entre volume de fluido que atravessa uma superfície e o tempo gasto para atravessá-la. Fenômenos dos Transportes 73 E suas unidades de medida são: , havendo a possibilidade de expressá-las também nas unidades m³/h, L/min, L/h. c) Fluxo é a quantidade de uma grandeza que atravessa uma superfície por unidade de tempo e área, podendo ser escrita como: Tipos de regime de escoamento Regime permanente O regime permanente é caracterizado pelo fato de as propriedades do fluido não variarem com o tempo em um mesmo ponto. Podendo variar de ponto a ponto. Considerando o esquema a seguir, podemos exemplificar este tipo de regime: Em (1) entra uma certa quantidade de líquido que é idêntica à quantidade que sai em (2), assim, as propriedades como velocidade, pressão, massa específica etc., têm valores fixos em cada ponto com o passar do tempo, mas variam conforme a posição. Regime Variado Neste regime ocorre a variação das propriedades do fluido em um mesmo ponto com o passar do tempo. Fenômenos dos Transportes 74 Tipos de escoamento A definição dos tipos de escoamento foi baseada na experiência de Reynolds (1883). E esta experiência consistia de um reservatório contendo água, um tubo transparente com válvula de regulagem ligado a este reservatório, e dentro deste reservatório principal foi colocado um reservatório menor contendo corante e que permitia a injeção de um filete decorante no eixo do tubo transparente (ver figura). Nesta experiência, concluiu-se que ao abrir a válvula (5), é formado um filete reto e contínuo de fluido colorido no eixo do tubo e ao abrir ainda mais a válvula (5), este mesmo filete começa a apresentar ondulações e desaparece depois do ponto de injeção. Escoamento Laminar Um escoamento laminar é aquele em que os vetores de velocidade permanecem quase que constantes em cada ponto do escoamento. Isto significa que o fluido escoa sem agitações, mantendo-se em lâminas, ou seja, linhas de corrente que não se cruzam. Fenômenos dos Transportes 75 Escoamento turbulento É aquele escoamento em que as partículas do fluido se misturam de forma não linear, num movimento caótico, consequente das velocidades transversais existentes entre os elementos de fluido. Este experimento de Reynolds permitiu inferir que é possível distinguir o regime de escoamento (laminar ou turbulento) avaliando um número adimensional que posteriormente ficou conhecido como Número de Reynolds e é definido como: Onde Re - número de Reynolds - massa específica do fluido D - é o comprimento de referência do problema - viscosidade dinâmica do fluido Assim, foi observado que Para valores de Re < 2000 o escoamento comporta-se como laminar Para valores de Re entre 2000 e 2400 temos um comportamento de transição entre laminar e turbulento E para valores de Re > 2400 Relação entre vazão e velocidade de escoamento Como vimos anteriormente, a vazão é definida como o volume de fluido que atravessa certa seção de escoamento por unidade de tempo. Considerando a figura a seguir, e pela definição de vazão temos que: Fenômenos dos Transportes 76 ⋅ ⋅ Onde Q - vazão em volume do fluido Vol - volume do fluido T - tempo S - deslocamento do fluido A - área da seção transversal do tubo V - velocidade do fluido Mas devemos sempre considerar, que na realidade a distribuição de velocidades na seção A não é uniforme, apresentando um perfil aproximadamente em forma de parábola. Fig. Distribuição de velocidades numa seção de escoamento. Mas devemos sempre considerar que, na realidade, a distribuição de velocidades na seção A geralmente não é uniforme, apresentando um perfil aproximadamente em forma de parábola. Isso ocorre pelo fato de os fluidos possuírem certa viscosidade, que causa aderência às superfícies sólidas com as quais estão em contato. Fenômenos dos Transportes 77 O conceito de perfil uniforme de velocidade no interior de um tubo é uma simplificação que tem como objetivo simplificar os cálculos e representar por meio de um valor médio na seção o perfil parabólico de velocidade na seção. Essa velocidade média de escoamento é determinada a partir da igualdade das vazões dadas pelo perfil real de velocidade e pelo perfil uniforme de velocidade média na seção. Equação de continuidade Consideremos um escoamento de um fluido por um tubo cuja vazão em massa é dada por Qm = ρ . Q = m t Onde Qm é a vazão em massa do fluido. Podemos considerar Qm1 a vazão mássica na entrada do tubo e Qm2 a vazão mássica na saída do mesmo tubo; Considerando também, o regime de escoamento permanente, podemos dizer que a vazão Qm1 é igual à Qm2, pois não há perda ou acréscimo de massa no interior do tubo. E, por isso, podemos escrever: Qm1 = Qm2 ou ρ1 . Q1 = ρ2 . Q2 ou ρ1 . V1. A1 = ρ2 . V2 . A2 Que é conhecida como equação de continuidade ou conservação de massa, onde V1 e V2 são as velocidades médias nas seções 1 e 2 de áreas A1 e A2 respectivamente do escoamento. No caso em que o fluido é incompressível as densidades são iguais, e a equação fica simplificada por: V1 . A1 = V2. A2 -Equação de conservação de energia Fenômenos dos Transportes 78 Ao analisar um escoamento, podemos dizer que estão associadas ao fluido alguns tipos de energia. -Energia Potencial É devida à posição do fluido no campo gravitacional em relação ao plano horizontal de referência. E é medida pelo potencial de realização de trabalho no sistema. Fig - energia potencial Pode ser obtida pela seguinte expressão Ep = m × g × z Energia cinética É a energia característica de um sistema que se encontra em movimento (possui massa e velocidade). Pode ser expressão pela seguinte equação: Ec = m × V22 Energia de pressão É a energia que corresponde ao trabalho potencial das forças de pressão que atuam sobre o fluido. Considerando o escoamento da figura a seguir e com uma seção transversal de área suficientemente pequena, de maneira que a pressão seja uniforme na seção, então a força aplicada pelo fluido externo à seção A deverá ser Fenômenos dos Transportes 79 E no intervalo de tempo dt, o fluido será deslocado para uma distância ds sob a ação desta força aplicada que também produzirá um trabalho dado por: Assim, temos que: Fig - esquema - energia de pressão Energia mecânica total do fluido Considerando apenas os efeitos mecânicos sobre um escoamento, a energia total do sistema fluido será escrita por: E = Ep + Ec + Epr Ep = m × g × z + m × V2 2 + p × dv Fenômenos dos Transportes 80 Equação de Bernoulli O princípio da conservação de energia é a aplicação da Primeira Lei da termodinâmica a uma sistema. E numa formulação de volume de controle pode ser escrita como Qc - W = dEdt Onde é o calor trocado entre o meio e o sistema, sendo positivo quando entra no sistema é o trabalho trocado enre o sistema e o meio, sendo positivo quando sai do sistema E representa a energia do sistema. Desta maneira, a energia total do sistema pode ser expressa como: ES= e S dm= e VS ρdV com e=eint + gz + 1 2 v2 Onde é a energia interna específica associada à temperatura V é o módulo do vetor velocidade Z é a altura do elemento de fluido de massa dm em relação ao nível de referência. Escrevendo a Primeira Lei da termodinâmica na formulação integral para um volume de controle, temos: Qc - W = ∂ ∂t e VS ρdV + e SC ρvdA Fenômenos dos Transportes 81 Onde os termos da equação Representam na sequência + A taxa de calor adicionada pelo meio ao volume de controle - A taxa de trabalho realizado pelo volume de controle pelo meio = (IGUAL) + Vazão de energia para fora do volume de controle - Vazão de energia para dentro do volume de controle + Taxa de acúmulo de energia no volume de controle A equação de Bernoulli propriamente dita é consequência da aplicação da equação de Euler a um escoamento em regime permanente. Esta equação é de larga aplicação na mecânica de fluidos e, para chegar à dedução da mesma, deve- se considerar um volume de controle com propriedades uniformes nas seções de entrada e saída, e+ p ρ SC ρvdA = eint1 + gz1 + v1 2 2 + p 1 ρ 1 -ρ 1 V1 A1 + eint2 + gz2 + v222 + p2ρ 2 -ρ 2 V2 A2 e além disso devemos considerar outras hipóteses: - O regime é permanente (não varia no tempo): logo ∂ ∂t e VC ρdV = 0 O escoamento é incompressível: O escoamento é invíscido (viscosidade nula): Não existe a interação de calor e trabalho: e , , E aplicando-as sobre a equação completa, temos: Fenômenos dos Transportes 82 0 = eint1 + gz1 + v122 + p1ρ 1 ρ 1 V1 A1 + eint2 + gz2 + v2 2 2 + p 2 ρ 2 ρ 2 V2 A2 E sabendo que a lei de conservação de massa implica que : ρ 1 . V1 . A1 = ρ2 . V2. A2 Podemos cancelar os termos de vazão mássica e energia interna, ficamos com: gz1 + v1 2 2 + p 1 ρ = gz2 + v2 2 2 + p 2 ρ ⟺ z1 + v122g + p1ρg = z2 + v222g + p2ρg Essas relações apresentadas são conhecidas como Equação de Bernoulli e que nos mostra que ao longo deum filamento de fluido a soma das parcelas z1 + v1 2 2g + p 1 ρg É igual a um valor constante z1 + v1 2 2g + p 1 ρg = constante Os termos desta equação possuem dimensão de comprimento e são denominadas CARGAS. Fenômenos dos Transportes 83 Carga cinética - Carga de pressão - Carga de posição - z Exemplo 1: A figura mostra um esquema de um dispositivo para borrifar água. O ar é soprado pelo tubo (1) formando um jato com velocidade V sobre a extremidade do tubo (2). Esse jato se expande no meio da atmosfera estagnada, de modo que a velocidade do ar tende a zero longe da saída do tubo. A água é aspirada pelo tubo (2). Considerando regime permanente e sem atrito viscoso, sendo á , determine o valor mínimo da velocidade V do jato de ar para que a água aflore na extremidade do tubo (2). [Fundamentos de fenômenos de transporte- Um texto para cursos básicos] Hipóteses: Regime permanente; Escoamento incompressível; Sem perdas por atrito. Fenômenos dos Transportes 84 Considerando a linha de corrente horizontal entre o ponto A e o ponto B localizado longe da saída do tubo, temos que γ Vg pρ g γ Vg pρ g A velocidade do escoamento de ar tende a zero longe da saída do tubo (1), de modo que no ponto B temos que E como a linha de corrente é horizontal, temos que , de modo que no ponto B temos pρ g Vg pρ g E que pode ser escrita como p p ρ V Para a água aflorar na extremidade do tubo (2) é necessário que p p ρá gh ρ gh De forma que ρ V ρ gh E resulta em V gh Fenômenos dos Transportes 85 Aplicações Tubo de Pitot Para medir grandezas como velocidade e pressão em um fluido em movimento, é necessário inserir no meio de estudo algum instrumento que naturalmente irá perturbar o meio em questão. Um instrumento bastante utilizado é o tubo de Pitot, que consiste em um corpo afilado onde contém em seu interior um manômetro diferencial que mede a diferença de pressão p - p0 conforme mostrado na figura a seguir. Este instrumento é bastante utilizado para medir a velocidade de aviões. No ponto O é onde ocorre uma estagnação do escoamento, ou seja, a velocidade fica muito próxima de zero e a pressão se eleva para p0 (chamamos de pressão dinâmica) e no ponto A a velocidade tem o mesmo valor daquela antes de o fluido encontrar o tubo. Desta maneira, a equação de Bernoulli fica reduzida ao ponto O. p p ρv Assim, a diferença de pressão entre os pontos O e A é dada por p p ρ gh ρv Fenômenos dos Transportes 86 Permitindo que escrevamos a velocidade v de escoamento do fluido como v ρρ gh Fenômeno de Venturi O chamado fenômeno de venturi ou efeito venturi, ocorre quando um fluido atravessando um conduto fechado, diminui sua pressão quando passa por uma seção menor do que a inicial. Considere um fluido incompressível, atravessando um tubo como o da figura abaixo em regime de escoamento estacionário. As seções 1 e 2 possuem áreas A1 e A2 de respectivas pressões e velocidades (p1, v1) e (p2, v2) com dimensões suficientemente pequenas para que as grandezas especificadas sejam constantes e a altura geométrica das duas seções sejam iguais. Fenômeno de Venturi Pela equação de Bernoulli, temos que p ρv p ρv E pela equação de continuidade, verifica-se que v AA v Fenômenos dos Transportes 87 A velocidade na seção 2 deverá ser maior do que na seção 1. Esta aceleração impressa ao fluido é causada por uma força que é consequência da redução de pressão na seção. Por isso, ao se colocar manômetros nas seções 1 e 2 é possível verificar essa redução de pressão conforme visto na figura anterior. Estamos encerrando a unidade. Sempre que tiver uma dúvida entre em contato com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e consulte sempre a biblioteca virtual. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Fenômenos dos Transportes 88 Exercícios – Unidade 4 1. Água escoa em regime permanente no duto de seção circular mostrado na figura com fluxo de massa m kg/s. Sendo ρ kg/ a massa específica da água, determine a vazão do escoamento e as velocidades médias nas seções (1) e (2). 2. Na tubulação convergente da figura, calcule a vazão em volume e a velocidade na seção 2 sabendo que o fluido é incompressível. Fenômenos dos Transportes 89 3. Num tubo convergente escoa ar em regime permanente. A área da maior seção do tubo é 20 cm² e a da menor seção é 10 cm². A massa específica do ar na seção (1) é 0,12 Kg/m³ enquanto que na seção (2) é 0,09 Kg/m³. Sendo a velocidade na seção (1) 10 m/s, determine: a) A velocidade na seção (2); b) A vazão em massa de ar nas seções (1) e (2); c) A vazão em volume de ar nas seções (1) e (2). 4. No tanque misturador da figura entram água / ) e óleo ρ kg/m com vazões respectivas de 20 e 10 L/s formando uma emulsão. Determine a massa específica e a velocidade da emulsão formada. 5. Os dois tanques cúbicos com água são esvaziados ao mesmo tempo, pela tubulação indicada na figura, em 500 s. Determine a velocidade da água na seção A, supondo desprezível a variação de vazão com a altura. Fenômenos dos Transportes 90 6. No medidor de Venturi da figura, o desnível h é de 12 cm. Os diâmetros são de 15 cm e 8 cm. Estime a velocidade com que o ar entra por A, supondo que o fluxo é laminar. ρ , g/cm ; ρ , kg/m . Use g , m/s e despreze a compressibilidade do ar. 7. O tubo de Pitot (fig. xxxxxxxx) é usado para medir a velocidade do ar nos aviões. Ele é formado por um tubo externo com pequenos furos B (existem 4 na figura) que permitem a entrada de ar no tubo; esse tubo está ligado a um dos lados de um tubo em forma de U. O outro lado do tubo em forma de U está ligado ao furo A na frente do medidor, que aponta no sentido do movimento do avião. Em A, o ar fica estagnado, de modo que vA = 0. Em B, porém, a velocidade do ar é presumivelmente igual à velocidade v do ar em relação ao avião. Fenômenos dos Transportes 91 a)Use a equação de Bernoulli para mostrar que v ρghρ Onde ρ é a massa específica do líquido contido no tubo em U e h é a diferença entre os níveis do líquido no tubo. b) Suponha que o tubo contém álcool e que a diferença de nível h é 26,0 cm. Qual é a velocidade do avião em relação ao ar? A massa específica do ar é 1,03 kg/m³ e a do álcool é 810 kg/m³. 8.Um medidor venturi é ligado entre dois pontos de um cano (fig. xxxxxx). A seção reta A na entrada e na saída do medidor é igual à seção reta do cano. O fluido entra no medidor com velocidade V e depois passa com velocidade v por uma “garganta” de seção mais estreita a. Um manômetro liga a parte mais larga do medidor à parte mais estreita. A variação da velocidade do fluido é acompanhada por uma variação dp da pressão do fluido, que produz uma diferença na altura do líquido nos dois lados do manômetro. (A diferença corresponde à pressão na garganta menos a pressão no cano.) Aplicando a equação de Bernoulli e a equação de continuidade ao pontos 1 e 2 na fig, mostre que v ρghρ Fenômenos dos Transportes 92 9. Suponha que o fluido é água doce, que a seção reta é 64 cm² no cano e 32 cm² na garganta, e que a pressão é 55 kPa no cano e 41 kPa na garganta. Qual é a vazão de água em metros cúbicos por segundo? 10. Um líquido de massa específica 900 kg/m³ escoa em um tubo horizontal com seção reta de 1,90 x 10⁻² m² na região A e uma seção reta de 9,50 x 10⁻² m² na região B. A diferença de pressão entre as duas regiões
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