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Alterações estruturais: · Estrias · Linha nigrans · Telangiectasias ou aranhas vasculares · Eritema palmar · Acne · Cloasma ou Melasma · Lordose: Alteração do eixo de equilíbrio – pesar a barriga para frente sem comprometer a coluna · Frouxidão ligamentar Osso e parte ligamentar: embebida de líquido – alteração a nível histológico como consequência de alteração ligamentar · Maior mobilidade nas articulações – principalmente sacroilíacas e sínfise púbica Relaxina secretada pela placenta + frouxidão ligamentar Aumento da capacidade pélvica · Marcha anserina/ de pato Passos oscilantes e mais curtos, ampliação da base de sustentação Não ocorre no início da gestação · Rede de Haller Aumento da vascularização nas mamas · Sinal de Hunter Os mamilos se apresentam com cor acastanhada, e os limites da aréola não precisos dão origem à aréola secundária · Tubérculos de Montgomery Elevações visíveis nas mamas, decorrentes da hipertrofia das glândulas sebáceas · Glândulas mamárias: Estrogênio, Progesterona, Hormônios placentários, hPL (hormônio lactogênico placentário), prolactina, Gonadotrofina coriônica, Cortisol, Insulina · Alterações no útero e colo uterino: Hiperplasia e Hipertrofia por estímulo estrogênico (hiperplasia no início da gestação, hipertrofia na 2ª metade) Eversão do epitélio colunar da cérvice – epitélio interno exterioriza Colo do útero fica molinho (regra de Goodell) Muco cervical viscoso Nos primeiros 2 meses, o útero é um órgão exclusivamente pélvico. Com 12 semanas, torna-se perceptível a palpação abdominal Ausculta de batimentos: não ouvimos até 12 semanas porque bate no osso Até 12 semanas: ultrassom transvaginal · Vagina: Diminuição do PH – ph mais ácido Sinal de Chadwick – coloração violácea – aumento da vascularização · Vulva: Coloração violácea Hipertrofia de pequenos e grandes lábios A fim de prover suprimento ininterrupto de glicose e aminoácidos para o concepto, a gestante faz ajustes importantes: não consome mais indiscriminadamente a glicose como antes, e à medida que a gravidez se desenvolve, a sua utilização periférica diminui, graças a elaboração de hormônios contra-insulares pela placenta Metabolismo glicídico: · Aumento da glicose disponível: parasitismo verdadeiro · Resistência insulínica: sobrar mais glicose na corrente sanguínea da mãe para passar pro feto Principalmente a partir do 5º mês (20-25 semanas) – quando diagnosticamos diabetes gestacional Determinado pelo hormônio lactogênio placentário (hPL) em associação ao hormônio de cresimento placentário humano (hPGH) e adipocinas. · Hormônio lactogênio placentário humano (hPL): mobilização de lipídios na forma de ácidos graxos livres (AGL) – Esses ácidos graxos livres servem como fonte de energia para a mãe, poupando o consumo de glicose para o feto Metabolismo lipídico: · Lipogênese aumentada: elevação na síntese de ácidos graxos AG + glicerol formação de triglicerídeos aumentada · Hiperlipidemia: maior acúmulo de triglicerídeos no plasma (principalmente VLDL, triglicerídeo, colesterol e proteína) · Tendência de acumular gordura cessa no 3º trimestre – inicia o metabolismo catabólico O aumento da atividade lipolítica do tecido adiposo eleva a liberação de ácidos graxos e glicerol no plasma As alterações no metabolismo lipídico ocorrem de forma diferenciada, de acordo com o período gestacional. A fase anabólica acontece no primeiro e segundo trimestre, quando existe favorecimento da lipogênese aumentando o depósito de gordura e a reserva energética materna. Na fase catabólica, evidenciada no 3º trimestre, há incentivo à lipólise. Nesse processo, a resistência insulínica reduz o efeito inibitório da insulina sobre a lipólise e favorece o recrutamento dos depósitos de gordura como fonte energética para compensar o jejum materno e priorizar a disponibilização da glicose e aa ao feto. Outro objetivo da lipólise é facilitar a disponibilização dos ácidos graxos que são necessários à constituição de estruturas importantes ao cérebro e do aparelho ocular. Alterações hidroeletrolíticas: · O ganho de peso materno provém principalmente do acúmulo do componente hídrico intra e extravascular - Retenção de líquido (8 a 10L). · Aumento do DC e fluxo plasmático renal · As proteínas totais maternas, embora em maiores concentrações durante a gravidez, apresentam-se reduzidas devido à hemodiluição. A albumina está reduzida. · Retenção de líquido extra e intra celular, determinada por mecanismos adaptativos no SRAA: - Retenção de sódio - Redução da pressão coloidosmótica (diminuição da albumina) - Novo nível de osmolaridade - Diminuição do limiar da sede · Consequências da retenção de líquidos: - Redução na concentração de hemoglobina - Redução do hematócrito - Diminuição da concentração de albumina - Aumento do débito cardíaco - Elevação do fluxo plasmático renal - Edema periférico · A diminuição da pressão oncótica do plasma contribui para o desenvolvimento do edema · Aumento da quantidade de cálcio e vitamina D Alterações no sistema respiratório: Vias aéreas superiores: · Congestão nasal e sensação de rinite Expansão do volume sanguíneo e a vasodilatação resultam em hiperemia e edema da mucosa. Predispoe congestão nasal e epistaxe Vias aéreas inferiores: · Circunferência torácica aumenta até 6cm – relaxamento dos ligamentos das costelas · Subida do diafragma – elevação diminui o volume residual pulmonar, apesar do aumento da circunferência torácica · Expiração torna-se mais demorada devido ao volume corrente de ar acomodado nos espaços alveolares · Volume/minuto 7,5L para 10,5L Diminui pressão parcial de CO2 · FR não se altera · Volume corrente aumentado – provoca hiperventilação – facilita a excreção de pco2 fetal Sistema Cardiovascular · FC aumenta em 10-15 bpm · Pode ocorrer extrassístoles · Mudança do posicionamento do coração – desviado para cima e para a esquerda, pela elevação do diafragma. · Pela hipervascularização mamária, podem ser detectados sopros cardíacos · Aumento do DC em até 40% (5º mês) · Volume plasmático aumenta até 50% hipervolemia e hemodiluição A hipervolemia ocorre para suprir as necessidades fetais e evitar perdas importantes de sangue na hora do parto. · No início, a pressão sanguínea arterial apresenta queda - atinge os menores valores em 20 semanas de gestação. Decorre da diminuição da resistência vascular, APESAR da elevação do DC PA = DC X RVP · Se tem mais sangue circulando, faz angiogênese pra caber mais sangue – mas não consegue criar vasos grandes; diminui a resistência vascular periférica pra caber mais sangue nos vasos grandes. Dilatação estase venosa edema · Aumento: - FC (a partir da 4ª semana) – no 3º trimestre, está 20% acima dos valores não gravídicos - DC - VOLUME SANGUÍNEO E PLASMÁTICO (VS 45 a 50% aumentado – anemia fisiológica) · Diminui: - Resistência vascular - Pressão sanguíneo · Após as 20 semanas, grávidas em posição supina podem ter hipotensão pela compressão do útero, dificultando o retorno venoso e causando síncope. Em função disso, o decúbito lateral esquerdo favorece a descompressão e restaura o DC Alterações hematológicas: · Aumento do volume plasmático: até 50% hipervolemia hemodiluição anemia fisiológica Diminuição da hemoglobina e do hematócrito · Aumento da eritropoetina presença de reticulócitos no sangue (20 semanas) Necessidade de reposição de ferro, cerca de 1000mg durante a gestação · Leucocitose às custas de neutrófilos (valor de referência aumenta para 15.000) · Supressão da imunidade celular e humoral (aloenxerto – tecido de mesma espécie, mas geneticamente diferente – o bebê se comporta como um aloenxerto). A imunidade precisa estar “ruim”. As doenças autoimunes melhoram na gestação · Hipercoagulabilidade: Aumento dos fatores de coagulação +Redução da fibrinólise e dos fatores estabilizadores de fibrina Fatores de coagulação elevados (principalmente fibrinogênio) + estase venosa (útero gravídico compromete o retorno venoso) = risco para tromboembolismo· Níveis plaquetários reduzidos pela hemodiluição – leve trombocitopenia Alterações urinárias · Hipertrofia renal (tem mais água, o rim precisa filtrar mais, cresce pra dar conta disso) · Diminuição da resistência vascular · Aumento da filtração glomerular porque tem mais sangue · Aumento do clearence de creatinina – pelo aumento da TFG · Hidronefrose fisiológica, acumula mais água · Dilatação dos ureteres · Aumento da frequência urinária (polaciúria) desde o início da gravidez. No final da gravidez, a compressão na bexiga também aumenta a frequência. Aumento do volume vascular renal e do DC aumento no fluxo plasmático renal e na TFG rim precisa trabalhar mais – faz hipertrofia acumula mais água no rim (hidronefrose) como filtra mais, aumenta a frequência urinária A progesterona atua na musculatura lisa dos ureteres – promove a dilatação do trato urinário e causa estase urinária. A dilatação do sistema urinário aumenta a estase urinaria – predispondo a gestante à infecções urinarias, pielonefrite, nefrolitíase A creatinina plasmática e ureia encontram-se em valores reduzidos, pela elevação da TFG Maior depuração de proteínas – pode-se considerar normal o valor de proteinúria de até 300mg/24h Diagnóstico da gravidez: Blastômero mórula blástula ou blastocisto Blastocisto: embrioblasto, blastocele e trofoblasto Implantação do blastocisto 7 dias depois da fecundação (nidação no endométrio, que passa a se chamar decídua) A produção de hCG pelo trofoblasto inicia após a nidação ( 7 dias após a fecundação) Diagnóstico laboratorial: · Produção de hCG pelo trofoblasto: Human Chorionic Gonadotropin · Identificação no plasma ou urina materno em 7 dias após a fecundação · Positivo quando > 25 mUI/ml · Quando > 1000 mUi/Ml: Gestação múltipla ou Neoplasia trofoblástica gestacional (mola hidatiforme) · Quantitativo ou qualitativo (+ ou -) · A concentração duplica a cada 29/53h durante os primeiros 30 dias após a implantação de gravidez intrauterina viável. Aumento mais lento é sugestivo de gravidez anormal · A dosagem de hCG permite o diagnóstico de gravidez antes do atraso menstrual, com mais sensibilidade que qualquer outro método disponível · Não é útil para estimar a idade gestacional, exceto entre a 1ª e 3ª semana após a fecundação. Depois da 10ª semana, os níveis diminuem e permanecem constantes a partir de 20 semanas Diagnóstico clínico: · Atraso menstrual superior a 10 dias · Náuseas, vômitos, sialorreia (salivação), aumento da sensibilidade mamária, polaciúria, noctúria, distensão abdominal, constipação, fadiga, desejos alimentares, alotriafagia ou PICA (desejo de comer coisas estranhas), labilidade emocional, cólica, pirose · Sinal de Hartman: sangramento após a nidação Exame clínico: quando temos atraso superior a 12 semanas: · Palpação do fundo de útero no toque bimanual Diagnóstico ecográfico: · Ecografia Transvaginal – 6 a 12 semanas CCN – comprimento cabeça nádega Saco gestacional: entre 4,5 e 5 semanas O saco vitelino é a primeira estrutura a ser visualizada no saco gestacional, e aparece entre cinco e seis semanas A atividade cardíaca pode ser detectada pela primeira vez em 5,5 – 6 semanas · Ecografia abdominal – a partir de 14 semanas DBP – diâmetro biparietal CAF – circunferência abdominal fetal CF – comprimento do fêmur · Valor de B hCG >1500 sem visualização de saco gestacional: suspeitar de gestação ectópica ou aborto recente O padrão de desenvolvimento até determinado momento é igual para todos os fetos – pode ser utilizado pra estimar a DDP. Medições biométricas são utilizadas para estimar a idade gestacional. O comprimento cabeça-nádega é o principal referencial para avaliar a idade da gravidez no primeiro trimestre Cálculo gestacional e DPP: · Regra de Nagele: +9m e +7 dias da DUM DUM 12/09 – DPP 19/12 DUM 26/03 – DPP 2/01 Gestação à termo: 37 a 41 semanas +6 Gestação pré termo: 34 – 36 semanas Prematuridade: <34 semanas Sinais de presunção: · Nauseas e vômitos · Polaciúria · Atraso menstrual até 14 dias · Aumento da sensibilidade álgica mamária · Cloasma gravídico: manchas provocadas pelo aumento da produção de melanina circundando parte da testa, ao redor do nariz, bochecha e lábio superior · Linha nigra · Sinal de Halban: aumento da lanugem nos limites do couro cabeludo · Tubérculos de Montomery: glândulas sebáceas hipertrofiadas nas aréolas · Rede de Haller: aumento da vascularização venosa na mama · Sinal de Hunter: hiperpigmentação da aréola primária e aparecimento da aréola secundaria com limites imprecisos Sinais de probabilidade: · Sinal de Hartman: sangramento vaginal discreto pela implantação do óvulo fecundado na cavidade uterina · Sinal de Hegar: amolecimento do istmo uterino (durante o toque bimanual, a sensação é semelhante à separação do corpo da cérvice) · Sinal de Goodell: amolecimento do colo uterino ao toque vaginal. Amolecimento do colo uterino percebido pelo toque (semelhante à consistência labial) a partir de 6semanas · Sinal de Osiander: percepção do pulso da artéria vaginal ao toque vaginal · Sinal de Piskacek: assimetria uterina à palpação – abaulamento da região onde houve implantação – o útero fica assimétrico pela nidação · Sinal de Nobile-Budin: percepção pelo toque do preenchimento do fundo de saco pelo útero gravídico · Sinal de Jacquemier ou Chadwick: coloração violácea do meato urinário e da vulva, entre 8 e 12 semanas · Sinal de Kluge: coloração violácea da vagina, entre 8 e 12 semanas · Atraso menstrual maior que 14 dias · Alterações do muco cervical: torna-se viscoso, mais espesso e não se cristaliza · Aumento do volume uterino: 1cm por semana após quatro semanas de gestação. Permanece pélvico até 12 semanas. Na 16ª semana, o fundo uterino é palpável a meio caminho entre a sínfise púbica e o umbigo Varicoses em safena, vulva e hemorroidária: tem como causa o aumento do volume sanguíneo e da pressão venosa pelo aumento do útero, assim como predisposição genética. Sinais de certeza: · Ausculta dos batimentos cardiofetais com o estetoscópio de Pinard (20s) ou sonar (10-12 semanas) · Percepção de partes e movimentos fetais pelo examinador ( a partir de 18-20 semanas) · Sinal de Puzos: rechaço fetal intrauterino. Durante o exame bimanual, um discreto impulso no útero, por meio do fundo de saco anterior, deslocará o feto no líquido amniótico para longe do dedo do examinador. A tendência do retorno do feto faz com que ele seja novamente palpável O diagnóstico baseia-se na presença de qualquer um dos seguintes achados: - Detecção de hCG no sangue ou urina - Identificação por ultrassonografia - Identificação da atividade cardíaca por ultrassom doppler Anamnese: · Informação demográfica e pessoais Idade, cor, profissão, estado civil, naturalidade e nacionalidade · Antecedentes pessoais e familiares Condições de nascimento e infância, doenças prévias, histórico cirúrgico, uso de medicações, doenças de transmissão familiar, conssanguinidade, síndromes e doenças fetais/neonatais · História ginecológica e menstrual Ciclos, sintomas, ACOs · Antecedentes obstétricos: Paridade – G2P1C1AO (um já nasceu e o outro não nasceu ainda) Intercorrências, intervalo entre os nascimentos, pesos RN, apgar RN, aleitamento · História obstétrica atual: DUM, vida sexual, DPP, Movimentos fetais (entre 16 e 18) · Informações psicossociais e violência doméstica Exames laboratoriais: · Hemograma: primeira consulta e 3º trimestre; · Tipagem sanguínea e fator Rh; · Coombs indireto (28, 32, 36 e 40 semanas se paciente Rh negativo); · Glicemia de jejum: primeira consulta e 3º trimestre; · Urinocultura e Urina tipo I: primeira consulta e 3º trimestre; · Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL: primeira consulta e VDRL no 3º trimestre; · Teste rápido diagnóstico anti-HIV: primeira consulta e 3º trimestre; · Sorologia para toxoplasmose IgM e IgG: repetido a cada 2-3 meses caso a paciente seja suscetível; · Sorologia para hepatite B (HbsAg): primeira consulta e 3º trimestre; · Teste detolerância para glicose com 75 g: entre 24 e 28 semanas, se a glicemia estiver acima de 90 mg/dl ou se houver fator de risco · Rubéola: primeiro trimestre · Hepatite B: vacinar todas as mulheres não imunizadas · HIV: testar todas as mulheres Exames de imagem: · US transvaginal: determinação da idade gestacional e definição do local de implantação ovular (o saco gestacional a partir de 4-5 semanas, e a partir de 6 semanas o eco embrionário) · Entre 11 e 14 semanas: Idade Gestacional pelo CCN Diâmetro do saco gestacional Rastrear cromossomopatias (transluscência nucal) – se aumentado, indicativo de s. down Vitalidade fetal – ausculta dos batimentos · Entre 18 a 20 semanas ( 20 a 25) – US morfológica Morfologia dos órgãos fetais e identificar malformações Medida do comprimento do fêmur e diâmetro biparietal fetal para cálculo da idade gestacional Exame materno fetal: · Estado geral · PA e FC · Peso materno · Edema · Movimentação fetal referida e percebida ao exame · Altura uterina · Batimento cardíaco fetal (100-180bpm) · Exame ginecológico – especular/coleta de preventivo (Papanicolau) Todas as informações devem ser anotadas no cartão de pré-natal
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