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Exercícios resolvidos Exercício 1: O tubo de Pitot é usado para medir a velocidade do ar nos aviões. Ele é formado por um tubo externo com pequenos furos 𝐵 (quatro são mostrados na figura a seguir) que permite a entrada de ar no tubo; este tubo está ligado a um dos lados de um manômetro na forma de um tubo em U. O outro lado do manômetro está ligado ao furo 𝐴 na frente do medidor, que aponta no sentido do movimento do avião. Em 𝐴 o ar fica estagnado e em 𝐵 a velocidade do ar é presumivelmente igual à velocidade do ar em relação ao avião. (a) A partir da equação de Bernoulli mostre que: 𝑣 = √ 2𝜌𝑔ℎ 𝜌𝑎𝑟 onde 𝜌 é a massa específica do líquido contido no manômetro e ℎ é a diferença entre os níveis no tubo em U. (b) Suponha que o tubo contém álcool (𝜌 = 810𝑘𝑔 𝑚3⁄ ) e que ℎ = 54,0𝑐𝑚. Qual é a velocidade do avião em relação ao ar (𝜌𝑎𝑟 = 1,03𝑘𝑔 𝑚 3⁄ )? (c) O tubo de Pitot de um avião que está voando a grande altitude mede uma diferença de pressão de 969𝑃𝑎. Qual é a velocidade do avião em relação ao ar se a massa específica do ar nessa altitude é 0,031𝑘𝑔 𝑚3⁄ ? Solução: (a) Da equação de Bernoulli com 𝑦1 = 𝑦2: 𝑝𝐴 + 1 2 𝜌𝑎𝑟𝑣𝐴 2 = 𝑝𝐵 + 1 2 𝜌𝑎𝑟𝑣𝐵 2 Como o ar fica estagnado em 𝐴 (𝑣𝐴 = 0) e em 𝐵 a velocidade do ar é presumivelmente igual à velocidade do ar em relação ao avião (𝑣𝐵 = 𝑣), então: 𝑝𝐴 = 𝑝𝐵 + 1 2 𝜌𝑎𝑟𝑣 2 Do teorema de Stevin ∆𝑝 = 𝑝𝐴 − 𝑝𝐵 = 𝜌𝑔ℎ. Logo: ∆𝑝 = 𝑝𝐴 − 𝑝𝐵 = 1 2 𝜌𝑎𝑟𝑣 2 ⇒ 𝜌𝑔ℎ = 1 2 𝜌𝑎𝑟𝑣 2 ⟹ 𝑣 = √ 2𝜌𝑔ℎ 𝜌𝑎𝑟 DINÂMICA DOS FLUIDOS Dinâmica dos Fluidos PUSPITAPALLAB CHAUDHURI – DF/UFAM 2 (b) Supondo que o tubo contém álcool (𝜌 = 810kg m3⁄ ) e que ℎ = 54,0cm, temos que a velocidade do avião em relação ao ar (𝜌𝑎𝑟 = 1,03kg m 3⁄ ) é: 𝑣 = √ 2(810kg m3⁄ )(9,8m s2⁄ )(54,0 × 10−2m) 1,03kg m3⁄ ≅ 91,2m s⁄ ≅ 328km h⁄ (c) Como ∆𝑝 = 𝑝𝐴 − 𝑝𝐵 = 𝜌𝑔ℎ, então: 𝑣 = √ 2𝜌𝑔ℎ 𝜌𝑎𝑟 = √ 2∆𝑝 𝜌𝑎𝑟 Substituindo os valores: 𝑣 = √ 2(969Pa) 0,031kg m3⁄ ≅ 250m s⁄ ≅ 900km h⁄ Exercício 2: A figura ao lado mostra um jorro d’água saindo por um furo a uma distância ℎ = 1,00𝑚 da superfície de um tanque que contém água numa altura 𝐻 = 4,00𝑚. (a) A que distância 𝑥 a água atinge o solo? (b) A que profundidade deve ser feito um segundo furo, abaixo do primeiro, para que o valor de 𝑥 seja o mesmo? (c) A que profundidade deve ser feito o furo para maximizar o valor de 𝑥? Solução: (a) Esta situação é equivalente à da água descendo com velocidade 𝑣0 por um cano largo (o tanque) de seção reta 𝐴 e depois se movendo (horizontalmente) com velocidade 𝑣 em um cano estreito (o furo) de secção reta 𝑎. Como toda água que passa pelo cano largo (o tanque) passa também pelo furo, a vazão deve ser a mesma, de modo que: 𝐴𝑣0 = 𝑎𝑣 ⇒ 𝑣0 = 𝑎 𝐴 𝑣 Como 𝑎 ≪ 𝐴, então 𝑣0 ≪ 𝑣. Tomando o furo como nível de referência, temos da equação de Bernoulli com ℎ = 𝑦1 − 𝑦2: 𝑝𝑎𝑡𝑚 + 𝜌𝑔ℎ + 1 2 𝜌𝑣0 2 = 𝑝𝑎𝑡𝑚 + 1 2 𝜌𝑣2 Como 𝑣0 ≪ 𝑣 pode-se desprezar o termo 𝜌𝑣0 2 2⁄ , assim: 𝜌𝑔ℎ = 1 2 𝜌𝑣2 ⇒ 𝑣 = √2𝑔ℎ (Equação de Torricelli) Dinâmica dos Fluidos PUSPITAPALLAB CHAUDHURI – DF/UFAM 3 Como o jorro d’água sai na horizontal, a distância 𝑥 a água atinge o solo é: 𝑥 = 𝑣𝑡, onde 𝑡 é o tempo para o jorro cair de uma altura 𝐻 − ℎ, ou seja: 𝐻 − ℎ = 1 2 𝑔𝑡2 ⇒ 𝑡 = √ 2(𝐻 − ℎ) 𝑔 Logo, a distância 𝑥 a água atinge o solo é: 𝑥 = 𝑣𝑡 = √2𝑔ℎ√ 2(𝐻 − ℎ) 𝑔 ⟹ 𝑥 = 2√ℎ(𝐻 − ℎ) Substituindo os valores: 𝑥 = 2√ℎ(𝐻 − ℎ) = 2√(1,0m)(4,0 − 1,0)m ≅ 3,46m (b) Como 𝑥 = 2√ℎ(𝐻 − ℎ): 𝑥2 = 4ℎ(𝐻 − ℎ) ⇒ 4ℎ2 − 4𝐻ℎ + 𝑥2 = 0 Ou seja: ℎ = 4𝐻 ± √16𝐻2 − 16𝑥2 8 = 4𝐻 ± 4√𝐻2 − 𝑥2 8 ⟹ ℎ = 𝐻 ± √𝐻2 − 𝑥2 2 Este resultado indica que há duas soluções são fisicamente possíveis, pois 𝑥 < 𝐻. Assim: ℎ1 = 𝐻 + √𝐻2 − 𝑥2 2 e ℎ2 = 𝐻 − √𝐻2 − 𝑥2 2 Como: ℎ1 + ℎ2 = 𝐻 + √𝐻2 − 𝑥2 2 + 𝐻 − √𝐻2 − 𝑥2 2 = 𝐻 Segue que se ℎ2 = ℎ = 1,00m, então a profundidade do segundo furo, abaixo do primeiro furo a uma distância ℎ = 1,00m da superfície, para que o valor de 𝑥 seja o mesmo será: ℎ1 = 𝐻 − ℎ2 = 3,00m (c) Para encontrar a profundidade deve ser feito o furo para maximizar o valor de 𝑥, devemos maximizar a função: 𝑓(ℎ) = 𝑥2 = 4ℎ(𝐻 − ℎ) ⇒ 𝑓 = −4ℎ2 + 4𝐻ℎ Logo: 𝑑𝑓 𝑑ℎ = −8ℎ + 4𝐻 = 0 ⇒ ℎ = 𝐻 2 = 2,00m Dinâmica dos Fluidos PUSPITAPALLAB CHAUDHURI – DF/UFAM 4 Exercício 3: Um cano com diâmetro interno de 2,50𝑐𝑚 transporta água para o porão de uma casa a uma velocidade de 0,90𝑚 𝑠⁄ com uma pressão de 170𝑘𝑃𝑎. Se o cano se estreita para 1,20𝑐𝑚 e sobe para o segundo piso, 7,60𝑚 acima do ponto de entrada, quais são (a) a velocidade e (b) a pressão da água no segundo piso? Solução: (a) Considerando ponto 1 = porão e ponto 2 = segundo piso, da equação da continuidade: 𝐴1𝑣1 = 𝐴2𝑣2 ⇒ 𝑣2 = 𝑣1 ( 𝑑1 𝑑2 ) 2 Substituindo os valores: 𝑣2 = (0,90m s⁄ ) ( 2,50cm 1,20cm ) 2 ≅ 3,91m s⁄ (b) Da equação de Bernoulli: 𝑝1 + 𝜌𝑔𝑦1 + 1 2 𝜌𝑣1 2 = 𝑝2 + 𝜌𝑔𝑦2 + 1 2 𝜌𝑣2 2 𝑝2 = 𝑝1 + 𝜌𝑔(𝑦1 − 𝑦2) + 1 2 𝜌(𝑣1 2 − 𝑣2 2) Como 𝑦1 − 𝑦2 = −ℎ: 𝑝2 = 𝑝1 − 𝜌𝑔ℎ + 1 2 𝜌(𝑣1 2 − 𝑣2 2) Substituindo os valores: 𝑝2 = 170kPa − (1,00 × 10 3kg m3⁄ )(9,8m s2⁄ )(7,60m) + 1 2 (1,00 × 103kg m3⁄ ){(0,90m s⁄ )2 − (3,91m s⁄ )2} 𝑝2 ≅ 88,3kPa Exercício 4: Um líquido não viscoso de densidade igual a 0,95𝑔 𝑐𝑚3⁄ escoa por um tubo de 4,5𝑐𝑚 de raio. Numa região constrita do tubo, de raio igual a 3,2𝑐𝑚 a pressão é 1,5𝑘𝑃𝑎 menor que na tubulação principal. (a) Determine a velocidade do líquido no tubo. (b) Qual a vazão deste líquido? Solução: (a) Da equação de Bernoulli com 𝑦1 = 𝑦2 𝑝1 + 1 2 𝜌𝑣1 2 = 𝑝2 + 1 2 𝜌𝑣2 2 ⇒ ∆𝑝 = 𝑝1 − 𝑝2 = 1 2 𝜌(𝑣2 2 − 𝑣1 2) Da equação da continuidade: 𝐴1𝑣1 = 𝐴2𝑣2 Dinâmica dos Fluidos PUSPITAPALLAB CHAUDHURI – DF/UFAM 5 Tomando 𝐴2 = 𝜋𝑟2 2 como a seção reta da região constrita do tubo, e 𝐴1 = 𝜋𝑟1 2 temos que: ∆𝑝 = 1 2 𝜌 (( 𝐴1𝑣1 𝐴2 ) 2 − 𝑣1 2) = 1 2 𝜌𝑣1 2 ( 𝐴1 2 − 𝐴2 2 𝐴2 2 ) ⇒ ∆𝑝 = 1 2 𝜌𝑣1 2 ( 𝑟1 4 − 𝑟2 4 𝑟2 4 ) 𝑣1 = √ 2∆𝑝𝑟2 4 𝜌(𝑟1 4 − 𝑟2 4) Substituindo os valores: 𝑣1 = √ 2(1,5 × 103Pa)(3,2 × 10−2m)4 (0,95 × 103kg m3⁄ )((4,5 × 10−2m)4 − (3,2 × 10−2m)4) ≅ 1,04m s⁄ (b) A vazão deste líquido é: 𝑅 = 𝐴1𝑣1 = 𝜋𝑟1 2𝑣1 = 𝜋(4,5 × 10−2m)2(1,04m s⁄ ) ≅ 6,63 × 10−3m3 s⁄ ≅ 6,63L s⁄ Logo, a velocidade do líquido no tubo vale:
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