Lutero sobre Theosis e sua relação com a santificação _ Dave Armstrong

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09/06/2020 Lutero sobre Theosis e sua relação com a santificação | Dave Armstrong
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27 DE OUTUBRO DE 2015 POR DAVE ARMSTRONG
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Lutero sobre Theosis e sua relação com a
santificação
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

Título original:   Martin Luther: elementos fortes em seu pensamento
de Theosis e santi�cação ligados à justi�cação
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[domínio público / Pixabay (https://pixabay.com/p-740392/?
no_redirect) ]
(23-11-09)
[veja também um artigo altamente relacionado: “Justi�cação como cura:
o lutador pouco conhecido”
(http://www.quodlibet.net/articles/dorman-luther.shtml) (Ted M
Dorman)]
St. Thomas Aquinas escreveu:
Agora, o dom da graça supera todas as capacidades da natureza
criada, uma vez que nada mais é do que participar da Natureza
Divina, que excede todas as outras naturezas. E, portanto, é
impossível que qualquer criatura cause graça. Pois é tão necessário
que Deus somente divinize, concedendo uma participação da
Natureza Divina por uma semelhança participativa, pois é
impossível que qualquer coisa, exceto o fogo, acenda.
( Summa Theologica , Primeira Parte da Segunda Parte, Q. 112: A Causa da
Graça,  Art. 1: Se Deus Sozinho é a Causa da Graça
(http://www.newadvent.org/summa/2112.htm#article1) )
* * * * *
As informações a seguir foram obtidas do fascinante artigo  "Luther and
Theosis",
(http://www.ctsfw.net/media/pdfs/marquartlutherandtheosis.pd�)  de
Kurt E. Marquart, professor associado de teologia sistemática no Concordia
Theological Seminary (Fort Wayne, Indiana), e publicado no  Concordia
Theological Quarterly , vol. 64: 3, 200 de julho, pp. 182-205.
Muitas edições anteriores dessa excelente revista acadêmica estão 
disponíveis on-line em um ótimo site
(http://old.ctsfw.edu/ctq/index.php#back)  que eu encontrei felizmente.
https://pixabay.com/p-740392/?no_redirect
http://www.quodlibet.net/articles/dorman-luther.shtml
http://www.newadvent.org/summa/2112.htm#article1
http://www.ctsfw.net/media/pdfs/marquartlutherandtheosis.pdf
http://old.ctsfw.edu/ctq/index.php#back
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Todas as palavras subseqüentes abaixo são do artigo, com as próprias
palavras de Lutero em  azul . As notas de rodapé aparecem entre colchetes
imediatamente após a seção que utiliza as fontes contidas.
* * * * *
A principal referência do Novo Testamento à teose ou dei�cação é 2 Pedro 1:
4:. . . (AV: “participantes da natureza divina”; NEB: “venha a participar do
próprio ser de Deus). Certamente João 17:23 é direto ao ponto: “A glória que
Tu me deste, eu lhes dei, para que sejam um, como Nós somos um; Eu neles
e Tu em Mim, que eles sejam perfeitamente um ”(NEB, maiúscula
adicionada). Isso sugere imediatamente o divino mistério nupcial (Efésios
5: 25-32; pode-se comparar 2: 19-22 e Colossenses 1: 26-27), com sua
implícita "troca maravilhosa". Que a "trans�guração" �nal dos crentes em
"conformidade". . . com o corpo glorioso de Cristo (Filipenses 3:21; pode-se
comparar 1 Coríntios 15:49) já começou na vida espiritual-sacramental da
fé, é claro nos textos de “ícones” como Romanos 8:29, Colossenses 3:10 e
especialmente 2 Coríntios 3:18: "Assim somos trans�gurados à Sua
semelhança, de esplendor em esplendor". . . Pode-se também comparar 2
Coríntios 4:16 e Efésios 3: 14-19.
A declaração patrística mais célebre sobre o assunto é sem dúvida a de
Atanásio: "Porque Ele foi feito homem para que sejamos feitos Deus". Para
evitar qualquer mal-entendido panteísta, é necessário ver que a
“dei�cação” se aplica antes de tudo à carne do próprio Filho de Deus
encarnado. É simplesmente uma maneira tradicional de colocar o que os
luteranos chamam agora de segundo gênero, ou o  gênero maiestaticum , da
comunicação de atributos.
[. . . ]
Em um sermão de 1526, Lutero disse:  “Deus derrama Cristo Seu querido
Filho sobre nós, derrama-se sobre nós e atrai-nos para si mesmo, para que
se torne completamente humanizado  ( vermzenschet )  e nos tornemos
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completamente dei�cados  ( gantz und gar vergottet ,“ Godded ")  e tudo é uma
coisa, Deus, Cristo e você."
[Martin Luther,  D. Martin Luthers Werke. Kritische Gesamtausgabe , 58 volumes
(Weimar, 1883-), 20: 229,30 e seguintes, citado em Werner Elert,  The
Structure of  Lutheranism , volume 1 (Saint Louis: Concordia Publishing
House, 1962), 175-176. O presente autor alterou a tradução dada para torná-
la mais literal. Todas as referências subsequentes à edição de Weimar das
obras de Lutero serão abreviadas para  WA .]
[. . . ]
Infelizmente, isso nós agora é desconhecido no mundo inteiro, e
não é pregado nem perseguido; de fato, somos até ignorantes de
nosso próprio nome, por que somos cristãos e somos assim
chamados. Certamente somos chamados não de Cristo ausente,
mas de Cristo habitando  [ habitante ]  em nós, isto é, na medida em
que cremos nele e somos mutuamente o Cristo um do outro,
fazendo pelos vizinhos assim como Cristo faz por nós.
Concluímos, portanto, que o cristão vive não em si mesmo, mas em
Cristo e em seu próximo, ou ele não é cristão; em Cristo através da
fé, no próximo através do amor. Pela fé, ele é arrebatado acima de si
mesmo em Deus, e pelo amor, por sua vez, �ui abaixo de si para o
próximo, permanecendo sempre em Deus e em Seu amor.
[ A liberdade do cristão , latim:  WA  7: 66,69; Alemão:  WA  7: 35-36,38;
Inglês:  Obras de Lutero , American Edition, 55 volumes, editado por J.
Pelikan e HT Lehmann (Saint Louis: Concordia e Philadelphia:
Fortress, 1955-1986), 31: 368, 371. Em "Theosis as a Subject", o �nal
do primeiro parágrafo foi traduzido “mutuamente um no outro,
outro e em Cristo diferente. . . ” As referências subsequentes à
edição americana das obras de Lutero serão abreviadas  LW .]
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Num sermão de Natal (1515), Lutero observa:
À medida que a Palavra se tornou carne, certamente é necessário
que a carne também se torne Palavra. Por essa razão, a Palavra se
torna carne, para que a carne se torne Palavra. Em outras palavras:
Deus se torna homem, para que o homem se torne Deus. Assim, a
força se torna fraca para que a fraqueza se torne forte. O Logos
coloca nossa forma, �gura, imagem e semelhança, para que Ele
possa nos vestir com Sua imagem, forma, semelhança. Assim, a
sabedoria se torna tola, a �m de que a tolice se torne sabedoria, e
assim em todas as outras coisas que estão em Deus e em nós, nas
quais Ele assume as nossas para nos conferir as 
Suas [coisas].
Nós, que somos carne, somos feitos Palavra não sendo
substancialmente transformados na Palavra, mas assumindo-a  [
suposição ]  e unindo-a a nós mesmos pela fé, em razão de qual união
somos ditos não apenas como tendo a Palavra como sendo a Palavra
. ”
[ WA  1 2825-3239-41.Citado em "Grundlagenforschun", 192; "Zwei
Arten", 163.]
[. . . ]
Quem tem fé é um homem completamente divino  [ plane est divinus
homo ] , um �lho de Deus, o herdeiro do universo. . . . Portanto,
Abraão que tem fé enche o céu e a terra; assim, todo cristão enche o
céu e a terra por sua fé. . .
[ WA  40 I: 182.390; LW  26: 1001 247.248.]
Obviamente, há muitas implicações aqui também para o amor, boas obras e
outros tópicos importantes. . .
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[. . . ]
. . . Lutero. . . conhece um Deus que não está irradiando pensamentos e
efeitos cautelosos para nós de longe, enquanto toma o cuidado de manter
Seu ser real (se ele tiver algum!) bem longe de nós. Com Lutero, o realismo
bíblico está em pleno clamor:
Os espíritos fanáticos hoje falam sobre fé em Cristo, à maneira dos
so�stas. Eles imaginam que a fé é uma qualidade que se apega ao
coração à parte de Cristo  [ exclo Christo ] . Este é um erro perigoso.
Cristo deve ser estabelecido de tal maneira que, à parte dele, você
não veja nada e acredite que nada está mais perto e mais perto de
você do que Ele. Pois Ele não está ocioso no céu, mas está
completamente presente  [ praesentissimus ]  conosco, ativo e vivendo
em nós, como o capítulo dois diz (2:20): “Não sou mais eu quem
vivo, mas Cristo que vive em mim”. e aqui: “Você colocou em Cristo.
. . . ”
Portanto, a especulação dos sectários é vã quando eles imaginam
que Cristo está presente em nós "espiritualmente", isto é,
especulativamente, mas está realmente presente no céu. Cristo e fé
devem estar completamente unidos. Devemos simplesmente tomar
nosso lugar no céu; e Cristo deve ser, viver e trabalhar em nós. Mas
Ele vive e trabalha em nós, não especulativamente, mas realmente,
com presença e poder  [ realiter, praesentissime et e�cacissim ] .
[ WA  40 1: 545-546; LW  26: 356-357; " In ipsa ", 39-40.]
Pela fé, �nalmente,
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você é tão cimentado  [ conglutineris ]  a Cristo que Ele e você são
como uma pessoa, que não pode ser separada, mas permanece
apegada  [ perpetuo adhaerescat ]  a Ele para sempre e declara: "Eu sou
como Cristo". E Cristo, por sua vez, diz: “Eu sou como aquele
pecador que está apegado a Mim e eu a ele. Pois pela fé estamos
unidos em uma carne e um osso. ” Assim, Efésios 5:30 diz: “Somos
membros do corpo de Cristo, de Sua carne e de Seus ossos”, de tal
maneira que essa fé acasala Cristo e eu mais intimamente do que
um marido e sua esposa.
[ WA  40 1: 285-286; LW 26: l68; " In ipsa ", 51.]
[. . . ]
E que estamos tão cheios de "toda a plenitude de Deus", que é dita da
maneira hebraica, signi�cando que estamos cheios de todas as
maneiras pelas quais Ele preenche e se torna cheio de Deus, regado
com todos os presentes e graça e cheio com o Seu Espírito, que nos
torna ousados, e nos ilumina com Sua luz, e vive Sua vida em nós,
que Sua felicidade nos faz abençoar, Seu amor desperta amor em
nós. Em suma, que tudo o que Ele é e pode fazer, estar totalmente
em nós e trabalhar poderosamente, que ser completamente
dei�cado  [ vergottet ], não que tenhamos uma partícula ou apenas
alguns pedaços de Deus, mas toda plenitude. Muito foi escrito sobre
como o homem deve ser dei�cado; lá eles �zeram escadas, nas
quais alguém deveria subir ao céu, e muito desse tipo de coisa. No
entanto, é puro esforço fragmentado; mas aqui [na fé] é indicado o
caminho certo e mais próximo para chegar lá, que você se torna
cheio de Deus, que nada lhe falta, mas que tem tudo de uma só vez,
que tudo o que você fala, pensa, anda, em suma , toda a sua vida seja
completamente divina  [ Gottisch ] .
[Sermão de 1525,  WA  17 1: 438; " Em ipsa ", 54.]
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Quando se pensa no realismo vivo e pleno da teologia de Lutero, pode-se
apenas imaginar como esse legado poderia ter sido tão tragicamente
desperdiçado no "luteranismo" mundial ao longo dos séculos. Chesterton
reclamou da tendência da Igreja da Inglaterra de tolerar "descrentes", mas
de perseguir "descrentes". Por que essa preferência por cada vez menos,
pelo mínimo? A �loso�a reducionista por si só di�cilmente é a história
toda. O pecado tem uma maneira de se defender das incursões salvadoras
de Deus em uma frente ampla.
[. . . ]
Se existe uma “estrutura do luteranismo” característica que a distingue de
outras con�ssões, ela deve certamente residir em um realismo implacável
de fé que não permitirá que nenhum dos dons de Deus seja transportado
em signi�cados e abstrações .
[. . . ]
Muito Deus de muito Deus, uma encarnação real, perdão genuíno, pleno e
livre, vida, salvação e comunhão com a Santíssima Trindade, transmitida
no evangelho e nos sacramentos divinamente poderosos - incluindo a
doutrina evangélica como revelada, verdade celestial, e não adivinhação
acadêmica , e o verdadeiro corpo e sangue de Cristo no sacramento do altar
- todos esses mistérios a serem acariciados e tratados pelo bem comum
pelos chefes responsáveis no o�ício dado por Deus, dividindo corretamente
a lei e o evangelho ( sola �de !): estes não constituem a "estrutura do
luteranismo"?
[. . . ]
Lutero insiste com a mesma rigidez, assim como a Fórmula, em uma
diferenciação radical entre a justiça imputada e a incipiente, apenas seus
termos para isso são justiça "passiva" e "ativa". Lutero dedica toda uma
seção introdutória a esse tópico, sob o título "O argumento da epístola de
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São Paulo aos Gálatas". A distintamente  “justiça cristã”,  pela qual somente
nós somos justi�cados e salvos,  “é celestial e passiva”,  isto é, de Cristo.
Todas as várias formas de justiça terrena e ativa são excluídas disso.
[. . . ]
O sublime comentário de Lutero sobre o Salmo 5: 2-3 fornece uma
conclusão adequada:
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Pelo reinado de Sua humanidade ou (como o apóstolo diz) Sua
carne, que ocorre na fé, Ele nos conforma a Si mesmo e nos caduca,
fazendo homens genuínos, que são miseráveis e pecadores, de
deuses infelizes e altivos. Porque, porque nos levantamos em Adão
em direção à semelhança de Deus, Ele desceu à nossa semelhança, a
�m de nos levar de volta ao conhecimento de nós mesmos. E isso
ocorre no mistério  [ sacramentum ]  da Encarnação. Este é o reino da
fé, no qual a Cruz de Cristo domina, derrubando uma divindade
procurada perversamente e chamando de volta uma humanidade
[com sua] desprezada fraqueza da carne, que havia sido
perversamente abandonada. Mas pelo reino de [Sua] divindade e
glória Ele se conformará  [ con�gurabit ] nós ao corpo de Sua glória,
para que sejamos semelhantes a Ele, agora nem pecadores nem
fracos, nem liderados nem governados, mas nós mesmos reis e
�lhos de Deus como os anjos. Então será dito de fato "meu Deus",
que agora é dito na esperança. Pois não é impróprio que ele diga
primeiro "meu rei" e depois "meu Deus", assim como Tomé, o
apóstolo, no último capítulo de São João, diz: "Meu Senhor e meu
Deus". Pois Cristo deve ser apreendido primeiro como Homem e
depois como Deus, e a Cruz de Sua humanidade deve ser buscada
diante da glória de Sua divindade. Uma vez que tenhamos Cristo, o
Homem, Ele trará consigo Cristo, o Deus por Sua própria vontade.
[ 0perationes in Psalmos  (1519-1521),  WA  5128-129. Sougrato por esta
referência a Walter Mostert, "Martin Luther- Wirkung und
Deutung", em  Luther im Widerstreit  der Geschichte ,
Vero�entlichungen der Luther-Akademie Ratzeburg, Banda 20
(Erlangen: Martin-Luther Verlag, 1993), 78.]
***