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Livro_Pró_Agroecologia

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LIVRO PRÓ AGROECOLOGIA
INSTITUTO FEDERAL
Goiás
INSTITUTO FEDERAL
Goiano
Feira Interinstitucional Agroecológica: uma experiência exitosa
Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor - IF Goiano/ IFG
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
ai1645728519205_AF_Capa_Cartilha_Agroecológica.pdf 1 24/02/2022 15:48
Ficha elaborada por Johnathan Pereira Alves Diniz – Bibliotecário/CRB 1 nº 2376
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBI) – Instituto Federal Goiano
I.788 
Livro pró agroecologia – Feira Interinstitucional Agroecológica: uma 
experiência exitosa / [Organização de] Ariandeny Furtado et al. – 2. ed. 
Goiânia, GO: IF Goiano, 2022.
72 p., il.: color.
 
ISBN (e-book): 978-65-87469-28-7
1. Ciências Agrárias. 2. Agricultura familiar. 3. Agroecologia. 4. Se-
gurança alimentar. 5. Sustentabilidade. I. Furtado, Ariandeny. II. Instituto 
Federal Goiano. 
 
CDU: 631.574
© 2022 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano - IF Goiano
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou 
qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica.
ISBN: 978-65-87469-28-7
INSTITUTO FEDERAL
Goiano
Feira Interinstitucional Agroecológica: uma experiência exitosa
www.ecomamor.com.br
www.ifg.edu.br/servidor-SIASS
https://www.proec.ufg.br/p/29839-ufg-na-agroecologia
Elaboração, distribuição e informações:
Equipe de Promoção da Saúde do Subsistema integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal do IF Goiano e IFG 
(SIASS IF Goiano/IFG)
promoção.siass@ifgoiano.edu.br
Instituto EcomAmor
contato@ecomamor.com.br
Coletivo Independente Balaio Cerrado PROEC/UFG
balaiocerrado@gmail.com
Núcleo de Estudos em Agroecologia do IF Goiano Câmpus Avançado Hidrolândia (NEA HIDRO)
nea.hidro@ifgoiano.edu.br
Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia e Agroecossistemas do Instituto Federal de Goiás - Câmpus Cidade de Goiás 
(NEPAA/IFG/Cidade de Goiás)
Organização
Amélia Franz - Liderança do Estado de Goiás do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) 
Ana Cláudia de Lima Silva - Associação Programa Um Milhão de Cisternas para o Semi-Árido 
Ariandeny Furtado - Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público do IFG e IF Goiano (SIASS IF Goiano/IFG)
Bárbara Lopes - Instituto EcomAmor
Bruno de Andrade Martins - Núcleo de Estudos em Agroecologia do IF Goiano - Câmpus Avançado de Hidrolândia (NEA HIDRO) 
Carlos de Melo e Silva Neto - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia e Agroecossistemas do Instituto Federal de Goiás - 
Câmpus Cidade de Goiás (NEPAA/IFG/Cidade de Goiás) 
Eucimeire Maria Pereira - Mulheres Guerreiras de Canudos, Assentamento Canudos/ Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra, 
Palmeiras/GO 
Fernando Marcello Nunes Pereira - Coletivo Independente Balaio Cerrado
Gabriela Rodrigues de Lima Tejerina - Coletivo Independente Balaio Cerrado
Ingryd Garcia de Oliveira - Coletivo Independente Balaio Cerrado 
Leoneide Pereira Batista - Mulheres Guerreiras de Canudos, Assentamento Canudos/ Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra, 
Palmeiras/GO 
Leonice Dias de Oliveira Nascimento - Movimento Camponês Popular/Comunidade João de Deus, Silvânia/GO 
Maria de Lourdes Bueno - Liderança Movimento Camponês Popular/Comunidade João de Deus, Silvânia/GO 
Maria Marciana De Sousa Canedo - Movimento Camponês Popular/Comunidade João de Deus, Silvânia/GO 
Melina Charalabopoulos - Instituto EcomAmor 
Moacir Amorim - Movimento Camponês Popular, Assentamento Canudos, Guapó/GO 
Paula Christina de Abrantes Figueiredo - Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público do IFG e IF Goiano (SIASS IF 
Goiano/IFG (SIASS IF Goiano/IFG) 
Stéfanny Nóbrega - Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás - IESA/UFG 
Vânia Marra Passos - Centro Estadual de Referência em Medicina Integrativa e Complementar do Estado de Goiás CREMIC/GO
Colaboração
Adriano Rodrigues de Oliveira - Instituto de Estudos Socioambientais da UFG (IESA/UFG)
Andrea Sugai - Faculdade de Nutrição da UFG (FANUT/UFG) 
Ana Paula Marquez Belo - Associação para o Desenvolvimento da Agricultura Orgânica em Goiás (ADAO/GO) 
Cleber de Oliveira - Agricultor Familiar, Silvânia/GO 
Leovigildo Aparecido Costa Santos - Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Cerrado da Universidade Estadual de Goiás 
(RENAC/UEG)
Maria Romilda Gonçalves de Sousa - Agricultora Familiar, Silvânia/GO
Milton Sérgio Dornelles - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia do IF Goiano/Câmpus Urutaí - NEPA/IF (Goiano/Câmpus Urutaí) 
Nestor Valverde - Secretaria Municipal de Educação e Esporte de Goiânia - (SME/Goiânia) 
No Homero - Rede de Mulheres Negras para a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Redessan) 
Veruska Prado Alexandre - Faculdade de Nutrição da UFG (FANUT/UFG) 
Equipe de Criação das Receitas Ecológicas
Ana Paula Belo - Associação para o Desenvolvimento da Agricultura Orgânica de Goiás - ADAO 
Andrea Sugai Mortoza - Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Goiás - FANUT/UFG
Bárbara Lopes - Instituto EcomAmor 
Caio César Alencar de Sena - Instituto de Estudos Socioambientais - IESA 
Creonice Silva Santos - Coordenação de Assistência ao Servidor do IFG/Câmpus Goiânia
Evandro Luiz Gonçalves - pai da servidora Maísa Ferreira e militante da agroecologia
Ilza Carvalho Santos - Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público - SIASS IF Goiano/IFG 
João Batista Bastos - Superintendência Regional de Goiás da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB 
Maísa Gonçalves Ferriea - Pró-reitoria de Desenvolvimento Institucional - PRODI/IFG 
Marco Aurélio Pessoa de Souza - IF Goiano/Câmpus Posse 
Marília Bohnen - Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar da Universidade Federal de Goiás - CECANE UFG 
Marina Burjac da Costa - Coordenação de Assistência ao Servidor do IFG/Câmpus Goiânia 
Melina Repezza Charalabopoulos - Instituto EcomAmor 
Paula Christina de Abrantes Figueiredo - Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público - SIASS IF Goiano/IFG 
Raíssa Picasso - Pró-reitoria de Extensão e Cultura da UFG - PROEC/UFG
Sandra Silvestre Pereira - Superintendência Regional de Goiás da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB
Silvânia Rodrigues - Coordenação de Assistência ao Servidor do IFG/Câmpus Aparecida de Goiânia 
Suporte Técnico das Receitas Ecológicas 
Eloneide Gomes de Amorim - Graduanda de Nutrição da Faculdade União Goyazes - FUG
Gabriela Olinda - Auxiliar do Laboratório de Técnica e Dietética - FANUT/UFG 
Helena Liz Rodrigues Araújo - Graduanda de Nutrição da Faculdade Goyazes - FUG 
Ingryd Garcia de Oliveira - Coletivo Independente Balaio Cerrado
Thaísa Anders - Faculdade de Nutrição da UFG (FANUT/UFG)
Projeto Gráfico
Diretoria da Comunicação Social do IFG 
Equipe ASCOM IF Goiano
Revisão
Caio César Alencar de Sena - Instituto de Estudos Socioambientais (IESA) 
Dinalva Donizete Ribeiro - Escola de Agronomia da UFG (EA/UFG) 
Diogo de Souza Pinto - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia e Agroecossistemas do Instituto Federal de Goiás - Câmpus 
Cidade de Goiás (NEPAA/IFG/Cidade de Goiás) 
Jossier Boleão - Liderança do Estado de Goiás do Movimento Camponês Popular (MCP)
Lara Cristine Gomes Ferreira - Laboratório de Estudos e Pesquisas das Dinâmicas Territoriais/IESA/Instituto de Estudos Socioambientais 
da UFG (LABOTER/IESA)
Oscar Emerson Z. Mosquera - Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial da Universidade Federal 
Rural de Pernambuco (PPGADT/UFRPE)
Patrícia Tavares - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia e Agroecossistemas do Instituto Federal de Goiás – Câmpus Cidade de 
Goiás (NEPAA/IFG/Cidade de Goiás)
Tania Maria Sarmento da Silva - Programa de Pós-Graduação em Agroecologiae Desenvolvimento Territorial da Universidade Federal 
Rural de Pernambuco (PPGADT/UFRPE)
PREFÁCIO
Este Livro pró Agroecologia é o produto de uma inter-relação entre agricultoras/es, comunidade institucional e 
movimentos populares com missões afins, pautadas no respeito às pessoas e ao planeta. E, nessa segunda edi-
ção, retrata a experiência ímpar da promoção da saúde, segurança alimentar e nutricional por meio da materiali-
zação da Feira Interinstitucional da Agricultura Familiar Agroecológica. 
Apresenta a trajetória desta construção compartilhada e os princípios e valores das pessoas envolvidas, introdu-
zindo o universo do contexto territorial “do campo à cidade” com ilustrações da relação entre a agroecologia e o 
saber popular. Aborda um pouco de teoria sobre os tipos de agricultura, apresentando uma comparação entre a 
convencional, a orgânica e a agroecológica, ressaltando as especificidades e o respeito à natureza deste tipo de 
agricultura familiar. Descreve como a feira representa um espaço de trocas de saberes, resgate e valorização da 
identidade alimentar tradicional, baseada em práticas que evidenciam os pilares da sustentabilidade, transfor-
mando-se em um Programa Interinstitucional. 
Ressalta as atividades de ensino, pesquisa e extensão realizadas, que resultaram em entrevistas e produtos cien-
tíficos. Nos enche a boca d`água com as receitas ecológicas criadas com os ingredientes provenientes da feira. E, 
para finalizar, estimula reflexões sobre nossa relação com os alimentos, evidenciando a Agroecologia como uma 
alternativa para fomentar Sistemas Agroalimentares Sustentáveis.
Bruno de Andrade Martins
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG12
APRESENTAÇÃO
Em 2018, foi lançada a 1ª Cartilha pró Agroecologia produzida de forma compartilhada e participativa a partir de 
um trabalho intersetorial e interdisciplinar envolvendo diferentes profissionais e instituições. A primeira edição 
problematizou as práticas agrícolas convencionais e as divergências com a agroecologia; propôs os 10 passos 
para a criação das Hortas Urbanas Ecológicas; apresentou dicas para a higienização e o aproveitamento integral 
dos alimentos além de sugestões de receitas regionais, saudáveis de baixo custo. 
Dentro do processo de intensa urbanização e crescimento vertical das cidades, as hortas e os quintais ecológicos 
foram perdendo espaço, desconectando as pessoas das relações e processos de produção “do campo à cidade” e 
dos ciclos naturais dos alimentos, o que contribui para o consumo elevado de alimentos industrializados.
A prática de hábitos alimentares mais saudáveis se (co)relaciona com diferentes signos e significados da “alimen-
tação” como a afetividade, socialização, lembranças, história, prazer, identidades, regionalismo, territorialidades, 
memórias entre outros, o que transcende a dimensão mercadológica. 
Leva em consideração os Determinantes Sociais de Saúde (fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, 
psicológicos e comportamentais) e os princípios do Guia Alimentar para a População Brasileira o qual evidencia o 
olhar multidimensional, sendo as escolhas alimentares a base para o desenvolvimento de Sistemas Agroalimen-
tares mais sustentáveis; a intersecção e horizontalidade entre os diferentes saberes; a cosmovisão da agroecolo-
gia e a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). 
E na perspectiva de potencializar “do campo ao ambiente institucional” as trocas de saberes, os Sistemas Agroali-
mentares mais sustentáveis, a valorização das territorialidades que versam pela Agricultura Familiar agroecológi-
ca e da promoção da alimentação saudável, que esse livro foi idealizado. 
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 13
Este livro pró Agroecologia surge, como o fruto de um trabalho colaborativo contínuo iniciado em 2018 entre a 
equipe de Promoção da Saúde do SIASS IF Goiano/Goiás, Instituto EcomAmor, Movimento Camponês Popular 
(MCP), Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), expertises na produção do conhecimento agroeco-
lógico, UFG, comunidade institucional e os Núcleos de Agroecologia do IF Goiano e IFG, que oportunizou, viven-
ciar práticas que dialogam com a SAN e os princípios da agroecologia. 
O livro está dividido em 4 partes, a primeira, demonstra as intersecções e divergências entre a agricultura conven-
cional, agricultura agroecológica e agricultura orgânica. A segunda, evidencia o histórico da Feira Agroecológica. 
A terceira, apresenta as receitas ecológicas criadas de forma colaborativa com os alimentos ofertados na feira 
pela Comunidade João de Deus do Movimento Camponês Popular (MCP) e as Mulheres Guerreiras de Canudos 
do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Estado de Goiás. E a última parte, problematiza a 
fome, sobrepeso e obesidade versus a gourmetização da comida e as (des)conexões com a agricultura familiar 
agroecológica.
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG14
LISTA DE SIGLAS
ADAO-GO: Associação para o Desenvolvimento da Agricultura Orgânica em Goiás 
ADUFG: Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás
ALEGO: Assembleia Legislativa do Estado de Goiás 
ASCOM: Coordenação Geral de Comunicação social e Eventos
CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento – Filial de Goiânia 
CONPEEX: Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão 
CREMIC: Centro Estadual de Referência em Medicina Integrativa e Complementar do Estado de Goiás 
EA/UFG: Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Goiás 
ENPSSAN: Encontro Nacional de Pesquisa em Soberania e SAN
FANUT/UFG: Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Goiás 
FUG: Faculdade União Goyazes 
ICQ/ICB: Instituto de Química e Instituto de Biologia
IESA: Instituto de Estudos Socioambientais 
IF Goiano: Instituto Federal Goiano 
IFG: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
LABOTER/IESA: Laboratório de Estudos e Pesquisas das Dinâmicas Territoriais/IESA - Instituto de Estudos So-
cioambientais da UFG 
MCP: Movimento Camponês Popular
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 15
MST: Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra
NEA HIDRO: Núcleo de Estudos em Agroecologia do IF Goiano - Câmpus Avançado de Hidrolândia/
NEPAA/IFG/Cidade de Goiás: Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia e Agroecossistemas do Instituto 
Federal de Goiás - Câmpus Cidade de Goiás 
NEPA/IF Goiano/Câmpus Urutaí: Núcleo de Estudos e Pesquisas em Agroecologia: 
PPGADT/UFRPE: Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial da Universidade 
Federal Rural de Pernambuco
PROEC/UFG: Pró-reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Goiás 
PROEX/IFG: Pró-reitoria de Extensão do Instituto Federal de Goiás 
PROEX/IF Goiano: Pró-reitoria de Extensão do Instituto Federal Goiano
REDESSAN: Rede de Mulheres Negras para a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional 
RENAC/UEG: Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Cerrado da Universidade Estadual de Goiás 
SAN: Segurança Alimentar e Nutricional
SIASS IF Goiano/IFG: Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público
SINT-IFESgo: Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de En-
sino Superior do Estado de Goiás
UFG: Universidade Federal de Goiás
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
Tipos de agriculturas
Agricultura Convencional
Agricultura Agroecológica 
Agricultura Orgânica
Agricultura Convencional, Agroecológica e Orgânica: um Quadro Comparativo
Agricultura Familiar Agroecológica
FEIRA INTERINSTITUCIONAL AGROECOLÓGICA: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA
Alimentos Ecológicos do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
Alimentos Ecológicos do Movimento Camponês Popular (MCP) 
Entrevistas e reportagens
Contribuição para o Conhecimento Agroecológico 
RECEITAS ECOLÓGICAS
Bebidas
Suco Hibiscouve
Suco Revitalizante
Farofas
Farofa Maravilha
Farofa Agridoce
Farofa de Abóbora com Semente
Farofa Saborosa
1. 16
2.
4.
20
2.1
4.14.2
20
44
46
3. 32
2.1.1
4.1.1
4.2.1
4.2.3
20
44
46
48
45
47
49
3.1 37
2.1.2 
4.1.2 
4.2.2 
4.2.4 
22
3.2 38
2.1.3 24
3.3 41
2.1.4 26
3.4 42
2.1.5 29
44
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 17
Sobremesas
Doce de leite com Banana Chips
Tapurú de Banana e Doce de Leite
Tapioca Rupequi
Misturinha Delícia
Doce de Leite de Mocotó
Opções Vegetarianas
Salada Cítrica com Chips de Banana
Sanduíche Vegetariano da Agricultura Familiar
Chips de Abóbora
Omelete de Brócolis
Tutu de Feijão com Banana Desidratada
TEMAS PARA A REFLEXÃO 
Fome, sobrepeso e obesidade versus a gourmetização da comida: quais as conexões com a agricultura 
familiar agroecológica?
Uma reflexão sobre a polissemia do desenvolvimento: pró Agroecologia ou Racionalidade Capitalista?!
REFERÊNCIAS
ANEXOS
ANEXO I - Oficina de Receitas Ecológicas
ANEXO II - Campanhas de Divulgação
ANEXO III - Vivências na Feira Agroecológica
ANEXO IV - Dia de Campo com agricultoras/es
4.3
5
6
7
4.4
5.1
7.1
7.3
7.2
7.4
5.2
4.3.1
4.4.1
4.3.3
4.4.3
4.3.2 
4.4.2 
4.3.4
4.4.4 
4.3.5 
4.4.5 
50
54
58
60
65
66
67
68
50
54
51
55
52
55
53
56
53
57
58
62
65
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG18
1. INTRODUÇÃO
Os desenhos surgiram da construção compartilhada entre o saber popular, tendo como referência o Movimento 
de Trabalhadores Rurais Sem Terra (Assentamento de Canudos - Palmeiras/GO) e do Movimento Camponês Popu-
lar (Comunidade João de Deus), e o saber científico (SIASS IF Goiano/IFG, CECANE/UFG, PROEC/UFG, IESA/ UFG). 
Cada pessoa, a seu modo representou um pouquinho do universo envolto no contexto territorial “da produção ao 
consumo” dos alimentos que dialogam com a agroecologia e são ofertados na Feira Agroecológica.
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 19
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG20
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 21
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG22
2.1.1 Agricultura convencional
Atualmente, a agricultura convencional ou industrial é definida pela Organização das Nações Unidas para 
Alimentação e Agricultura (sigla em inglês: FAO) como sendo um tipo de produção industrializada e moderna 
de animais e plantações que utiliza métodos técnico-científicos, econômicos e políticos, tais como: inovações 
em maquinário e agroquímicos, tecnologia genética, produção em massa, criação de mercados consumidores, 
patenteamento de recursos genéticos e foco principal no comércio internacional (FAO, 2006). É o tipo de agri-
cultura que se concentra na produção em massa de poucos produtos, com alto nível de tecnificação e grande 
investimento de capital, dependente de energia, recursos e especialistas externos aos agroecossistemas, tendo 
como uma de suas características principais a orientação nas fazendas agrícolas e pecuárias para um único de-
terminado produto focado na exportação e não na alimentação das comunidades locais (ECURED). No Brasil o 
agronegócio constitui-se como a principal expressão da agricultura convencional. 
O que conhecemos hoje como “agricultura convencional/industrial” é um processo construído ao longo de 
séculos de descobertas, guerras e apropriação do mundo natural. O início desse processo deu-se, na Inglaterra, 
com a Revolução Agrícola Inglesa, também chamada de Primeira Revolução Agrícola, ocorrida entre os séculos 
XVIII e XIX. Essa revolução foi marcada pela apropriação privada do solo, violência e expulsão da população 
rural de suas terras, resultando no êxodo rural que nutria de mão de obra a crescente produção manufatureira 
e, posteriormente, as atividades industriais emergentes com a Revolução Industrial.
2.1 TIPOS DE AGRICULTURAS 
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 23
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG24
2.1.2 Agricultura Agroecológica
A palavra “agroecologia” foi introduzida pelo agrônomo russo Basil Bensin na literatura científica em 1928. 
Bensin fez críticas à experimentação agronômica da época, que tinha como enfoque principal a maximização 
da produção dos cultivos comerciais, sem levar em consideração os fatores ecológicos das culturas agrícolas e 
dos ambientes onde eram cultivadas, deste modo ele definiu agroecologia como sendo a “aplicação da ecologia 
na agricultura”, significado ainda empregado até a atualidade (WEZEL et al., 2009). Vários outros cientistas 
empregaram o conceito nas décadas posteriores, mas até a década de 1950 a agroecologia ainda era sinônimo 
de “ecologia agrícola”.
Com o passar dos anos a agroecologia tomou diferentes formas constituindo-se como uma ciência, um movi-
mento social e práticas agrícolas (WEZEL, 2009). O enfoque científico da agroecologia é usado para estudar, 
diagnosticar e propor manejos alternativos de agroecossistemas com baixo uso de insumos externos, através da 
integração de princípios agronômicos, ecológicos e socioeconômicos à compreensão e avaliação do efeito das 
tecnologias sobre os sistemas agrícolas e a sociedade como um todo (ALTIERI, 1989, 1998). 
As práticas de produção agroecológicas são desenvolvidas com base em conhecimentos científicos gerados no 
âmbito de diversas disciplinas (economia, sociologia, geografia, agronomia, ecologia, biologia, engenharias, 
entre outras), e também nos conhecimentos locais de técnicas de produção agrícola desenvolvidas e adaptadas 
localmente pelas/os agricultoras/es. São práticas que visam à produção de quantidades significativas de alimen-
tos, que valorizam da melhor forma os processos ecológicos como a ciclagem de nutrientes, fixação biológica 
de nitrogênio, regulação natural de pragas, conservação do solo e da água, conservação da biodiversidade e 
sequestro de carbono. Como exemplos dessas práticas temos a fertilização orgânica, rotação de culturas, con-
trole biológico de pragas, policultivos, dentre outras. 
No desenvolvimento das práticas agroecológicas a diversificação é fundamental, uma vez que elas são baseadas 
em processos ecológicos e prestação de serviços ecossistêmicos. Essa diversificação é referente à integração de 
culturas, cultivos ou consórcios mais diversificados e na valorização da biodiversidade natural para fins agríco-
las. Essa diversificação dos sistemas agrícolas garante uma série de benefícios ao agroecossistema, como uma 
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 25
maior resiliência a perturbações, diminuição dos surtos de pragas e na produção de variados produtos de valores 
alimentícios e comerciais (WEZEL et al., 2014).
Diferentemente da agricultura convencional, na agricultura de base agroecológica são adotados como princí-
pios básicos a menor dependência possível de insumos externos e a conservação e incorporação dos recursos 
naturais nos processos produtivos.
Os sistemas agrícolas de base agroecológica visam a maximização da ciclagem de nutrientes e utilização da 
energia, como forma de minimizar a perda de recursos nas diferentes fases de produção. Esse tipo de agricultura 
é focada ainda em produtos para o abastecimento local/regional e visa a Soberania e Segurança Alimentar e 
Nutricional (SAN) das/os agricultoras/es e consumidoras/es, com produção diversificada de alimentos que garanta 
renda e acesso a diferentes mercados, contribuindo assim para a manutenção econômica dos agroecossistemas 
e sistemas alimentares mais sustentáveis.
Fonte: Clara I. Nicholls, Miguel Altieri apud Cartilha Agroecologia: con-
trole de “pragas” e doenças, Fundação Konrad Adenauer Fortaleza, 2010.
Conservação dos
recursos naturais
Viabilidade
econômica e
qualidade
Produção
sustentável
Biodiversidade
Agroecologia
Autosu�ciência
alimentar
Satisfação das
necessidades
locais
Desenvolvimento
da agricultura
familiar
Objetivos
Econômicos
Objetivos
Sociais
Objetivos
Ambientais
Funções do
ecossistema
Estabilidade
Tecnologia de baixos insumos
DIÁLOGOS E CONVERGÊNCIAS
Dimensões que interagem com a agroecologia
A
RT
ICU
LA
ÇÃ
O
 N
AC
IO
N
A
L 
D
E 
AG
RO
EC
O
LO
G
IA
Agroecologia
Feminismo
Justiça
Ambiental
Comunicação
e Cultura
Direito à
Cidade
Saúde
Coletiva
Economia
Solidária
Soberania e
Segurança
Alimentar e
Nutricional
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG26
2.1.3 Agricultura Orgânica
Walter James usou o termo agricultura orgânica pela primeira vez no livro Look to the Land (Olhe para a terra), 
de 1940, onde também descrevia práticas e métodos agrícolas com uma abordagem holística e ecologicamente 
equilibrada, com a fazenda sendo entendida como um “organismo” dentro desta perspectiva. Após a Segunda 
Guerra Mundial, já com a Revolução Verde em curso, as pesquisas sobre agricultura orgânica foram ofuscadas 
pelo desenvolvimento cada vez mais rápido de produtos químicos e pelo direcionamento dos maquinários 
remanescentes da guerra à agricultura industrial. Mas os impactos desse modelo agrícola já eram sentidos em 
vários países, o que resultou no surgimento de movimentos ambientalistas que tomaram força com a publicação 
do livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, no ano de 1962.
Como resposta aos movimentos ambientalistas emergentes e à preocupação com os impactos da agricultura, 
no ano de 1972 foi fundada em Versalhes (França) a Federação Internacional de Movimentos da Agricultura 
Orgânica (IFOAM – sigla em inglês), com o objetivo principal de difundir informações sobre os princípios e 
práticas da agricultura orgânica. Em 1984, o primeiro serviço de certificação orgânica foi fundado nos Estados 
Unidos, e, na década de 1990, as primeiras legislações e padrões de certificação surgiram também nos EUA, 
como resposta à pressão de agricultores e consumidores orgânicos pela regulação governamental da produção. 
No Codex Alimentarius, uma coletânea internacional de padrões, códigos de conduta e rotulagem de alimentos, 
a agricultura orgânica é definida como um sistema holístico de gestão da produção que promove e melhora 
a saúde dos agroecossistemas, incluindo a biodiversidade, os ciclos biológicos e a atividade biológica do solo. 
Nela é dada ênfase no uso de práticas de manejo em detrimento do uso de insumos não agrícolas, levando em 
conta que as condições regionais requerem sistemas localmente adaptados. Isto é, usando, quando possível, 
métodos culturais, biológicos e mecânicos em oposição ao uso de materiais sintéticos, para cumprir qualquer 
função específica dentro do sistema (FAO, 2006).
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 27
Ainda de acordo com o Codex Alimentarius, um sistema de produção orgânica deve ser projetado para: a) au-
mentar a diversidade biológica em todo o agroecossistema; b) aumentar a atividade biológica do solo; c) manter 
a fertilidade do solo a longo prazo; d) reciclar resíduos de origem vegetal e animal para devolver nutrientes à 
terra; e) utilizar produtos renováveis em sistemas organizados localmente; f) promover o uso saudável do solo, 
da água e do ar, bem como minimizar todas as formas de poluição que possam resultar de práticas agrícolas; g) 
manusear produtos agrícolas com ênfase em métodos de processamento cuidadosos, a fim de manter a inte-
gridade orgânica e as qualidades vitais do produto em todas as etapas; h) estabelecer-se em qualquer fazenda 
existente por meio de um período de conversão, cuja duração apropriada é determinada por fatores específicos 
do local, tais como a história da terra e o tipo de lavoura e gado a ser produzido.
De acordo com a IFOAM, a definição aceita de agricultura orgânica é: “um sistema de produção que promove a 
saúde dos solos, ecossistemas e pessoas. Tem como base os processos ecológicos, biodiversidade e ciclos adaptados 
às condições locais em alternativa ao uso de insumos com efeitos adversos. A agricultura orgânica combina a 
tradição, inovação e ciência de modo a ser benéfica para o espaço partilhado, promove relacionamentos justos 
assegurando uma boa qualidade de vida a todos envolvidos” (IFOAM, 2008).
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG28
2.1.4 Agricultura Convencional, Agroecológica e Orgânica: um Quadro Comparativo 
O quadro a seguir apresenta algumas características dos três modelos agrícolas abordados anteriormente e é 
uma adaptação de informações apresentadas por Rosset e Altieri (1997), Rosset (2003), Chappell et al. (2013), 
IPES-FOOD (2016) e IFOAM (2017).
Características Convencional Agroecológica Orgânica
Intensidade no uso do solo + + + + +
Agrobiodiversidade + + + + + + +
Diversificação produtiva + + + + + +
Práticas de conservação do solo + + + + + + +
Benefícios ao meio ambiente + + + + + +
Adaptabilidade e resiliência + + + + + + +
Manejo ecológico do solo + + + + + + +
Eficiência no uso da água + + + + + + +
Eficiência energética + + + + + +
Ciclagem de nutrientes + + + + + + +
Impactos ambientais + + + + +
Riscos à saúde das pessoas e do ambiente + + +
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 29
Características Convencional Agroecológica Orgânica
Tecnificação + + + + + +
Mecanização + + + + + +
Insumos externos + + + + + +
Insumos internos + + + + + +
Transgênicos + + +
Uso de agrotóxicos + + +
Investimento financeiro + + + + + +
Custo de produção + + + + + +
Nº de famílias no campo + + + + + +
Geração de empregos locais + + + + + + +
Bem-estar dos trabalhadores da terra + + + + + + +
Benefícios à saúde dos consumidores + + + + + + +
Valorização e incorporação dos saberes locais e tradicionais + + + + +
Geração e compartilhamento do conhecimento + + + + + + + +
Compartilhamento dos benefícios + + + + + + +
Diversificação de renda aos agricultores + + + + + + +
Qualidade alimentar e nutricional + + + + + + +
Produção de alimentos da cesta básica + + + + + + +
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG30
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 31
2.1.5 Agricultura Familiar Agroecológica
A agricultura agroecológica tem em sua centralidade as experiências, inovações e conhecimento gerado pelas 
famílias agricultoras na produção de alimentos saudáveis, diversificados para si e para as populações que vivem 
nas cidades. 
A diversificação dentro do agroecossistema é prática essencial nesse tipo de agricultura, porque há interações 
e fluxos entre todos os elementos que integram os subsistemas. Os sistemas biodiversos resistem melhor a 
condições climáticas extremas e reduzem a vulnerabilidade dos sistemas de produção. Na contramão, o mo-
delo produtivo do agronegócio inviabiliza a produção sustentável porque, segundo Londres (2011), as vastas 
extensões de monoculturas, em que se eliminam completamente os elementos da paisagem natural, reduzem 
a biodiversidade ao extremo exaurindo os solos. 
As sementes, mudas e raças adaptadas às condições locais, contribuem para a diversificação da produção ve-
getal e animal. Essas atividades agrícolas estão constantemente integradas, podendo existir na mesma área de 
maneira rotacionada ou sequencial, de forma a otimizar a reciclagem dos nutrientes e a menor dependência 
de insumos externos. 
Os saberes tradicionais das/os agricultoras/es familiares e outras comunidades tradicionais sobre o ambiente, as 
plantas, os animais e as formas de usá-los e manejá-los são conhecimentos tradicionais associados ao patrimônio 
genético e reconhecidos legalmente dentro da legislação brasileira (Lei nº 13.123/2015 – Artigo 2º, inciso II).
Pode-se tomar como exemplo prático da lei dos conhecimentos tradicionais, citada anteriormente, o trabalho 
realizado pela Articulação Pacari que produziu um “Protocolo Comunitário Biocultural das Raizeiras do Cerra-
do - Direito consuetudinário de praticar a medicina tradicional” com a perspectiva de valorizar o conhecimento 
tradicional das raizeiras do cerrado e com o objetivo de oferecer um instrumento político que garanta os direi-
tos de quem faz o uso tradicional e sustentável da biodiversidade brasileira para a saúde comunitária (Dias e 
Laureano, 2014). 
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição –SIASS IF Goiano/IFG32
As relações no campo, como a solidariedade e a união entre as famílias em busca de melhorias precisam ser va-
lorizadas e visibilizadas, tanto pela troca de excedentes da produção como pela cooperação, como por exemplo, 
nos mutirões, na construção coletiva dos saberes e nas trocas de conhecimento entre as famílias. 
A agricultura agroecológica perpassa pelas territorialidades e é preciso entender que há uma diversidade das ex-
periências desenvolvidas pelas famílias agricultoras em suas localidades. Dessa forma, cada família é protagonista 
em sua prática, tendo como perspectiva as singularidades do seu modo de viver/organizar com o bioma. No campo 
do conhecimento é importante que sejam feitas sistematizações centradas nas experiências de famílias agricul-
toras, sendo um importante instrumento pedagógico de construção coletiva do conhecimento agroecológico. 
Como exemplo, pode-se citar o boletim impresso O Candeeiro e o Encontro Nacional de Agricultores Experimen-
tadores do Semiárido Brasileiro (ENAE), ambos produzidos pela Articulação do Semiárido Brasileiro. O ENAE, que 
teve sua 5ª Edição no ano de 2018, valida os saberes das/os agricultoras/es para a agricultura familiar agroeco-
lógica, promovendo intercâmbios, rodas de conversas e plenárias com as/os agricultoras/es experimentadoras/
es partilhando as suas inovações. 
Os quintais (arredores das casas) são, historicamente, espaços ocupados pelas mulheres, utilizados na multiplica-
ção de sementes; produção de alimentação rica, saudável e diversa de origem vegetal e animal; manutenção de 
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 33
“farmácia viva”; dentre outros fins. Na agricultura agroecológica entendem-se os quintais como espaço produtivo, 
visibilizando o trabalho das mulheres na gestão do agroecossistema.
Desde 2011 vem sendo feito um trabalho de construção da metodologia através das Cadernetas Agroecológicas 
para tratar a produção das mulheres em seus quintais. Como desdobramento, Alves et al (2018) organizaram 
os resultados do projeto “Os quintais das mulheres e a caderneta agroecológica na Zona da Mata de Minas 
Gerais e nas regiões Sudeste, Sul, Amazônia e Nordeste: sistematização da produção das mulheres rurais e um 
olhar para os quintais produtivos do Brasil” que apresenta reflexões sobre como a produção agroecológica se 
fortalece com as mulheres e nos quintais. 
É essencial não perder de vista a forma de abordar a agricultura, através de conhecimentos e métodos que 
orientam a agricultura agroecológica, capaz de sustentar-se ao longo do tempo. Para Leff (2002) a agroecologia 
é onde se amalgamam saberes e conhecimentos, ciências, tecnologias e práticas, artes e ofícios no forjamento 
de novo paradigma produtivo e de vida. Dessa forma, a agroecologia aparece como uma alternativa viável e 
integradora, com um manejo que respeita os limites da natureza e as características da cultura das/es agricul-
toras/es e camponeses.
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG34
A propositura da Feira Interinstitucional Agroecológica com-
preende um espaço de trocas, saberes, resgate e valorização 
da identidade alimentar tradicional, baseada em práticas 
produtivas agroecológicas, geracionais, que evidenciam a 
sustentabilidade econômica, social, cultural e ambiental. 
Constitui espaço compartilhado, como mecanismos funda-
mentais para mudança de hábitos de consumo, pois facilita 
o acesso a alimentos ecológicos; aproxima as/os consumido-
ras/es e agricultoras/es; incentiva a compra de comida “da 
agricultura familiar goiana”; resgata a identidade alimentar 
com seus signos e significados; induz a intersecção entre os 
diferentes saberes prol ciência cidadã e a efetivação da SAN; 
fortalece os movimentos populares; respeita a sazonalidade 
e dá vazão à produção local, fortalecendo o desenvolvimento 
rural mais sustentável e a agricultura familiar agroecológica.
3. FEIRA 
INTERINSTITUCIONAL 
AGROECOLÓGICA: RELATO 
DE UMA EXPERIÊNCIA 
EXITOSA
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 35
Os órgãos públicos, dada sua função social e seu papel institucional em promover saúde com ênfase na ali-
mentação saudável para as/os servidores/as e comunidade, tornam-se corresponsáveis por impulsionar Sistemas 
Agroalimentares mais sustentáveis em que o alimento é um Direito Humano e não mercadoria, onde o foco seja 
a distribuição equânime a toda a população, e que todos os processos “da produção ao consumo” baseiam-se 
em práticas agroecológicas, oriundas da agricultura familiar e a um preço justo e acessível. 
Nessa perspectiva, a feira foi desenvolvida por meio do Projeto de Extensão “Feira Agroecológica: uma estra-
tégia de SAN no IFG e IF Goiano” o qual foi construído de forma intersetorial e colaborativa com os movimen-
tos populares a partir de 2017, sendo submetido pela Equipe de Promoção da Saúde do SIASS IF Goiano/IFG e 
aprovado pela PROEX/IFG em 2018. Em 2019 no IF Goiano, foi submetido pelo Núcleo de Agroecologia do IF 
Goiano/Câmpus Avançado Hidrolândia. Em abril de 2019 transformou-se em Programa Interinstitucional sendo 
o Termo de Convênio assinado pelo IFG e a UFG. 
A feira foi composta por agricultoras/es que cumpriram as especificidades da Chamada Pública 01/2019/COEXT/
DAS/PROEX, residentes no Estado de Goiás, que apresentaram o “Projeto de Venda de Alimentos” e a Declara-
ção de Aptidão ao Pronaf (DAP); que em todo “processo de produção de alimentos” desenvolveram práticas e 
relações convergentes com a agroecologia. Vale ressaltar que elas/es assumiram corresponsabilidade e poten-
cializaram o ensino-pesquisa-extensão e as políticas institucionais. 
As edições foram realizadas uma vez ao mês em 6 espaços: no IFG (reitoria e Câmpus Goiânia), na UFG no 
Câmpus II (reitoria, ICQ/ICB) e no Câmpus I (FANUT) e na Companhia Nacional de Abastecimento-CONAB. Vale 
ressaltar que a feira no primeiro semestre foi realizada no IF Goiano e no IESA/UFG.
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG36
Quadro com horários e espaços institucionais onde foram realizadas as edições das Feiras Agroecológicas
IFG e IF Goiano
HORÁRIO LOCAL
8:00 – 10:00 Reitoria/IFG
11:00 – 13:00 Câmpus Goiânia
14:00 – 16:00 Reitoria/IF Goiano
UFG
9:00 – 11:00 Reitoria
11:30 – 13:00 Pátio ICQ/ICB
15:00 – 17:00 FANUT
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 37
Foram realizados: 
• 6 encontros na Comunidade João de Deus com o MCP, em Silvânia; 
• 3 no Assentamento Canudos, em Palmeiras com o MOVIMENTO DE TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA; 
• 4 atividades com os Núcleos de Agroecologia do IFG e IF Goiano; 
• 9 Rodas de Conversas; 
• 8 Oficinas; 
• 4 falas compartilhadas em eventos institucionais com as/os agricultoras/es;
• 16 reuniões intersetoriais; 
• 20 reuniões insterinstitucionais; 
• 17 reuniões de acompanhamento das feiras; 
• 4 produtos científicos; 
• 1 TCC; 
• 4 entrevistas na mídia televisiva e rádio. 
• Carga Horária de aproximadamente 2.000 horas da equipe executora. 
Que culminou em 39 edições incluindo os eventos institucionais no IFG, IF Goiano, UFG, CONAB e ALEGO. To-
das as edições contaram com o apoio das Equipes Locais, SIASS IF Goiano/IFG, ADUFG, SINT-IFESgo, CAS, CISSP. 
Foram ofertados aproximadamente 100 variedades de alimentos de origem animal, frutas, folhosos, verduras, 
legumes, doces, quitandas, farináceos, temperos, alimentos desidratados, leite e derivados, conservas e bebidas.
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG38
A feira oportunizou:
• Desenvolvimento de outros agroecossistemas e variedade de alimentos “in natura” e quitandas; 
• Geração de Renda e protagonismo das agricultoras;
• Vivenciar a SAN e a alimentação saudável “do campo à cidade”;
• Horizontalidade dos saberes; 
• Promoção da Alimentação Saudável (do campo à cidade); 
• Empoderamento dos movimentos populares com ênfase no cooperativismo;
• Humanização no ambiente de trabalho; 
• Atuação interdisciplinar notripé acadêmico pela ciência cidadã e a inclusão produtiva;
• Criação do “Grupo Interinstitucional de Referência para a Execução do Projeto de Extensão” (Portaria nº 
0242, de 24 de janeiro de 2020);
• Referência para a criação do Programa UFG na Agroecologia e da implementação da Política Institucional de 
Alimentação e Nutrição do IFG. 
Entre os desafios encontrados há o de estimular o consumo de alimentos “in natura”; as instituições disponibili-
zarem recursos para o deslocamento das/os agricultores/as e potencializar o cooperativismo entre os movimentos 
populares. Foi uma experiência exitosa que oportunizou avançar no protagonismo das/os agricultoras/es “do 
campo à cidade” e no tripé acadêmico para a implementação de políticas públicas/institucionais pró soberania 
alimentar, SAN e agroecologia. O projeto será realizado em 2020.
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 39
3.1 Alimentos Ecológicos do Movimento de 
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) 
Geleias, Doces, Açafrão, Ervas Desidratadas, Tempero 
Completo com ervas e sal, Conservas de Verduras, 
Pasta de Pequi, Trufa de Baru, Paçocas: Baru, Ger-
gelim e Carne Seca, Farinha de Mandioca, Polvilho, 
Frango Caipira, Salaminho, Banana Prata, Banana 
Chips e Passas, Farinha de Mandioca – Tipo Beijuzi-
nho, Queijo Coalho Ralado, Polpa de Frutas, Doce 
de Leite, Rapadura, Trufas de Frutas, Geleias do 
Cerrado, Ovo Caipira.
Objetivos principais:
Lutar pela terra; 
Lutar pela reforma agrária, 
Lutar por mudanças sociais no país.
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG40
3.2 Alimentos Ecológicos do Movimento Camponês 
Popular (MCP) 
Biscoito de Queijo, Mané Pelado, Gueroba, Pão Enrique-
cido com Abóbora, Repolho, Farofa, Polvilho, Banana Na-
nica, Laranja, Mexerica, Pimenta, Melancia, Mini Queijo 
Requeijão, Gengibre, Bala de Gengibre, Mandioca, Feijão 
Roxinho e Zebrinha, Pé de Moleque, Cocada, Manteiga 
de Leite, Doce de Goiaba em Pasta, Abacate, Amendoim, 
Cará, Inhame, Banana da Terra, Banana Prata, Banana 
Maçã, Rapadura, Ovo Caipira, Carne de Porco na Lata, 
Frango Caipira, Doce de Leite, Doce de Figo, Cebola, 
Milho (espiga), Gordura de Porco, Jiló, Chuchu, Quiabo, 
Abobrinha, Maxixe, Sucos Naturais de Frutas Sazonais, 
Tomate Cereja, Couve, Cheiro Verde, Alface, Limão, Pe-
pino, Doces de Frutas Cristalizadas, Doces de Frutas em 
Pedaços, Doces de Frutas e de Leite em pasta, Doce de 
Ovos, Mel, Cenoura, Beterraba, Doce de Pau de Mamão.
Lema: Soberania Alimentar e Poder Popular!!!
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 41
“essa feira é maravilhosa tanto come o nos-
so povo (como o motorista) e o chefe dele 
(servidor) e isso pra gente é mais importante 
do que a própria venda e o lucro”. Moacir 
Amorim
“A importância de iniciativas como essa é 
mostrar para a sociedade, principalmente 
nós de assentamento da reforma agrária, que 
no caso é o MST, dizer que nós não somos 
bandidos, que nós não somos terroristas e 
nós produzimos.”. Amélia Franz
Relato das/os agricultoras/es familiares do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), 
Assentamento Canudos, Município de Palmeiras/GO 
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG42
“(...) essas feiras é a nossa principal fonte de 
renda. A gente nunca foi tão bem tratada”. 
Leonice Dias de Oliveira Nascimento
“na reitoria do IFG as pessoas gostam mais 
do suco sem açúcar, lá a gente vende tudo!!! 
No IFG/Câmpus Goiânia as/os estudantes 
preferem o mané pelado, já na reitoria do 
IF Goiano se compra muita carne na lata e 
requeijão”. Cleber de Oliveira
“Produzir a gente sabe”. Maria Marciana 
De Sousa Canedo
Relato das/os agricultoras/es familiares do Movimento Camponês Popular (MCP), Comunidade João de 
Deus, Município de Silvânia/GO
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 43
3.3 Entrevistas e reportagens
IFG/Reitoria
https://bit.ly/37ZLVKT
IFG/Câmpus Goiânia
https://bit.ly/3bdlN0P
IFGoiano/Reitoria
https://bit.ly/2UAk1kT
Entrevista TV/UFG/Programa Conexões
https://bit.ly/3b9WmNH
https://bit.ly/394TsYQ 
https://bit.ly/31niRKP
https://bit.ly/37Tq6MV
https://bit.ly/2RVtAce
https://bit.ly/2UvCOOd
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG44
3.4 Contribuição para o Conhecimento Agroecológico
Agro Centro-Oeste Familiar: Feira da Agricultura Familiar (ACOF) – 2019;
• Mulheres Guerreiras De Canudos: um Relato de Experiência na “Feira Agroecológica da Agri-
cultura Familiar”, nos Institutos Federais de Educação do Estado De Goiás;
Leoneide Pereira Batista e Elcimeire Maria Pereira - Grupo Mulheres Guerreiras de Canudos; Moacir Amorim 
da Silva e Amélia Fraz - LiderançasdoMST/Palmeiras-GO; Ariandeny Furtado – Nutricionista SIASS IF Goiano/IFG.
• Cartilha Institucional Agroecológica do SIASS IF GOIANO/IFG: um relato de experiência de uma 
construção compartilhada e participativa;
Ariandeny Furtado e Paula Christina Figueiredo - SIASS IF Goiano/IFG; Bárbara Lopes e Gustavo Wunderlich 
-ONG ECOMAMOR; Denise Cândido e Renata David de Moraes -PROEX/IFG; Diogo Sousa -NEA/IFG/Cidade de 
Goiás; Milton Dorneles -NEA/IF Goiano/Câmpus Urutaí; Vânia Marra -SES/SUVISA/GVE/CVPS “Grupo Intersetorial 
de Referência em Agroecologia e Segurança Alimentar e Nutricional”.
• Café Camponês: uma experiência do Movimento Camponês Popular; 
Lideranças do MCP: Leonice Dias O. Nascimento, Maria Marciana S.Canedo, Maria de Lourdes Bueno, Jossier 
Boleão e as Nutricionistas Ariandeny Furtado (SIASSIFGoiano/IFG) e Tcherena Brasil (IFG/Câmpus Aparecida 
de Goiânia).
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 45
Congresso Brasileiro de Agroecologia;
• Feira Interinstitucional Agroecológica da Agricultura Familiar em Goiás;
Interinstitutional Agroecological Fair of Agriculture Family in Goiás.
MARTINS, Bruno de Andrade1; FURTADO, Ariandeny Silva de Souza2; FIGUEIREDO, Paula Christina de Abrantes3. 
1Instituto Federal Goiano, bruno.martins@ifgoiano.edu.br; 2Instituto Federal de Goiás, ariandeny.furtado@ifg.
edu.br; 3Instituto Federal de Goiás, paula.figueiredo@ifg.edu.br.
Monografia apresentada ao Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de 
Goiás, como requisito para a obtenção do título de Licenciada em Geografia;
Trabalho: Feira Interinstitucional Agroecológica na Universidade Federal de Goiás UFG em 2019 - impactos na 
geração de renda e relações de soberania alimentar. Discente: Stéfanny da Cruz Nóbrega. Orientadora: Dra. 
Lara Cristine Gomes Ferreira
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG46
Modo de preparo
1º: Quando ferver a água, acrescentar o hibisco. Deixar em infusão por 
15min e coar. Reservar o chá.
2°: Colocar a rapadura em uma panela no fogo baixo e aguardar derreter. 
3º: Colocar no liquidificador o chá, couve, salsinha, o caldo dos limões e a 
rapadura derretida.
Rendimento: aproximadamente 1 litro
Equipe de criação: Helena Rodrigues, Marilia Bohnen e Marina Burjac da Costa.
Nutrientes: Cálcio, Vitamina C, Vitamina K, Potássio, Magnésio
“Foi uma experiência desafiadora, agradável e enriquecedora”
Ingredientes
• Couve
• Salsinha
• Rapadura
• Limão 
• Água
• Hibisco desidratado 
Medida caseira
• 4 folhas médias
• 1 maço
• 3 pedaços pequenos
• 3 unidades
• 1 litro
• 1xícara de café
4.1.1 Suco Hibiscouve
4. Receitas Ecológicas 4.1 Bebidas
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 47
4.1.2 Suco Revitalizante
Dicas: que tal procurar substituir o açúcar pela rapadura?!
Para aumentar a absorção do Ferro da Couve e demais folhas, pingue gotas de frutas cítricas.
Modo de preparo
1º: Cortar a couve e as cenouras em pedaços pequenos.
2°: Bater todos os ingredientes no liquidificador (exceto os limões).
3º: Acrescentar o suco dos limões e mexer.
Rendimento: 1,5L
Ingredientes
• Couve 
• Limão china
• Rapadura
• Água gelada
• Cenoura 
Medida caseira
• 2 Folhas Médias
• 4 Unidades
• 3 Pedaços Médios
• 1 Litro
• 1 Unidade Média
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG48
4.2.1 Farofa MaravilhaEquipe de criação: João Batista Bastos e Vânia Marra.
“Foi muito interessante encontrar os ingredientes que, a princípio, pareciam não combinarem. À medida que fomos dialogando, descobrimos uma nova receita”.
Sazonalidade: Couve dá o ano todo!!! Aproveita!!!
Modo de preparo
1º: Picar a couve, a cebolinha e a salsinha.
2°: Levar o salaminho à panela e fritá-lo na “própria” gordura em fogo baixo. 
Reservar toda a gordura dele.
3º: Refogar a couve na gordura do salaminho. Acrescentar os temperos 
frescos, a banana chips e a farofa.
Rendimento: aproximadamente 500g
Ingredientes
• Banana chips 
• Couve
• Cebolinha
• Salsinha
• Salaminho defumado 
• Farofa pronta
• Tília desidratada
Medida caseira
• 1 pacote
• 1 maço
• ½ maço
• ½ maço
• 1 pedaço pequeno
• 1 pote
• 2 xícara de café
4. Receitas Ecológicas 4.2 Farofas
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 49
4.2.2 Farofa Agridoce
Equipe de criação: Maisa Goncalves Ferreira, Bárbara Lopes e Eloneide.
Modo de preparo
1º: Cortar a banana e o salaminho em cubos pequenos.
2°: Colocar o salaminho em cubos na frigideira e levar ao fogo.
3º: Acrescentar a banana desidratada.
4º: Desligue o fogo e acrescente a paçoca de gergelim e o cheiro verde.
Rendimento: aproximadamente 400g
Ingredientes
• Paçoca de Gergelim
• Salaminho
• Cebolinha 
• Banana Desidratada
Medida caseira
• 1 Copo Americano
• 1 Xícara de Chá
• 3 Colheres de Sopa
• 1 Xícara de Chá
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG50
4.2.3 Farofa de abóbora com semente
Equipe de criação: Paula Abrantes Figueiredo, Andrea Sugai Mortoza e Caio César Alencar de Sena.
Modo de preparo
1º: Cortar a abóbora em cubos pequenos e assar as sementes no forno (até 
ficarem “sequinhas”).
2°: Refogar na manteiga até ficar ao dente.
3º: Reservar e temperar.
4º: Refogar a farinha com manteiga e acrescentar a abóbora.
5º: Adicionar a cebolinha e as sementes de abóbora assadas.
Rendimento: 700g
Ingredientes
• Abóbora japonesa 
pequena
• Sementes de abóbora
• Farinha de mandioca
• Cebolinha
• Manteiga
Medida caseira
• 1/4 Unidade Média
• 8 Colheres de Sopa
---
• ½ Maço 
• A gosto
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 51
4.2.4 Farofa saborosa
Equipe de criação: Ilza Santos e Silvânia Ribeiro.
Sazonalidade da Cenoura: Ano todo!!!
Modo de preparo
1º: Após separar os ingredientes, rale a cenoura, corte a cebolinha e 
os talos de brócolis em pequenos pedaços e bata os ovos.
2°: Coloque em uma panela a banha de porco, Após esquentar a ba-
nha, coloque o tempero, a cenoura, os talos do brócolois e o manjeri-
cão. Deixe refogar bem!!!
3º: Acrescente os ovos batidos e mexa até ficarem cozidos, no fogo 
baixo.
4º: Adicione a farofa. Está pronto!!!
Ingredientes
• Talos de Brócolis
• Cenoura
• Cebolinha Verde 
• Ovos caipira
• Banha de porco
• Manjericão Desidratado
• Tempero verde
• Farofa de carne seca
Medida caseira
• 1 xícara de chá 
• 1 Unidade Média
• ½ maço 
• 3 Unidades
• 1 Colher de Sopa
• 1 Colher de Café 
• ½ Colher de Sobremesa 
• 1 copos americanos 
cheios
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG52
4.3.1 Doce de Leite com Banana Chips
Equipe de criação: João Batista Bastos e Vânia Marra
Modo de preparo
Em uma vasilha misture o doce de leite com os dois pacotinhos de banana 
chips. Está pronto!!!
Ingredientes
• Doce de Leite em Pasta
• Banana Chips
Medida caseira
• 1 Pote Pequeno
• 2 Pacotinhos
4. Receitas Ecológicas 4.3 Sobremesas
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 53
4.3.2 Taparú de banana e doce de leite
Equipe de criação: Maisa Goncalves Ferreira, Bárbara Lopes e Eloneide.
Modo de preparo
1º: Junte o polvilho com a paçoca de baru e vai molhando aos poucos 
até ficar no ponto da 
“Tapioca”.
2°: Em uma panela, espalhe a massa “até forrar o fundo da panela” e 
deixe em fogo baixo, até ficar uma “massa seca”. Reserve.
3º: Misture o doce de leite e a banana, coloque em uma das pontas 
da massa e enrole.
Rendimento: aproximadamente 500g
Ingredientes
• Polvilho doce
• Paçoca de barú
• Banana desidratada
• Água
• Doce de leite
Medida caseira
• 2 xícaras de chá
• 1 Potinho
• 1 xícara de chá
• 1 xícara de chá
• 1 xícara de chá 
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG54
4.3.3 Tapioca Rupequi
Equipe de criação: Helena Rodrigues, Marco Aurélio P. Souza e Ana Paula Belo.
Nutrientes: O gergelim contém boas quantidades de fósforo, magnésio e potássio.
Modo de preparo
1º: Preparar a massa - Bater a rúcula, o tempero e o creme de pequi 
no liquidificador.
2°: Colocar o “novo creme” no polvilho. Misturar.
3º: Acrescentar o caldo de figo com limão para regar a massa até dar 
ponto.
4º: Preparar o Recheio: triturar os chips de banana e misturar com a 
farinha de gergelim.
5º: Levar a massa ao fogo, como se fosse uma “tapioca comum”. Acres-
centar o recheio.
Rendimento: aproximadamente 13 pedaços pequenos.
Ingredientes
• Água
• Tempero caseiro
• Rúcula
• Chips de banana
• Manjericão desidratado
• Farofa de gergelim
• Creme de pequi
• Calda do doce de figo
• Limão
• Água
• Polvilho doce
Medida caseira
• 2 xícaras chá
• 1 colher de chá 
• 1 maço
• 1 xícara de chá
• 1 xícara de chá
• 4 colher de sopa
• 7 colheres de sopa
• 1 xícara de café
• 1 unidade
• 1 xícara de chá
• 3 xícaras de chá
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 55
4.3.4 Misturinha delícia
Equipe de criação: Creonice Silva Santos e Raíssa Picasso.
Nutrientes: Que tal substituir o açúcar por rapadura?! É uma delícia!!! Sazonalidade Gergelim: novembro planta e colhe em fevereiro.
Modo de preparo
1º: Colocar a paçoca de gergelim em uma vasilha e misturar com 
a manteiga até ficar “consistente”.
2°: Colocar a massa nas forminhas individuais pequenas.
3º: Enquanto assa. Cortar as bananas desidratadas e o queijo em 
pedaços pequenos. Ralar a rapadura. 
4º: Derreter a rapadura ralada no fogo e misturar com a banana.
5º: Dourar o queijo na manteiga.
6º: Colocar dentro da cestinha o queijo e a banana.
Ingredientes
• Banana desidratada
• Paçoca de barú
• Manteiga 
• Rapadura
• Queijo minas fresco
• Sal
Medida caseira
• 3 Colheres de Sopa
• 1 Pote Médio
• 2 Colheres de Sopa
• 4 Pedaços Médios
• 1 xícara de chá 
• A gosto 
4.3.5 Doce de leite de mocotó
Modo de preparo
1º: Cozinhar o leite, a geleia e o miolo de abóbora até reduzir 1/3 do 
volume. Aproximadamente 1h20’.
2°: Jogar as raspas de limão china e o manjericãozinho.
3º: Deixar na geladeira por 30min e comer com o chips de abóbora.
Ingredientes
• Geléia de pele de porco
• Leite de vaca
• Miolo de abobora
• Raspas de limão 
• Manjericãozinho 
Medida caseira
• 3 Pedaços Médios
---
• 2 Colheres de Sopa
• 1 Colher de Chá
• A gosto
Equipe de criação: Paula Abrantes Figueiredo, Andrea Sugai Mortoza e Caio César Alencar de Sena
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG56
4.4.1 Salada Cítrica com Chips de Banana
Equipe de criação: Helena Rodrigues, Marilia Bohnen e Marina Burjac da Costa.
“Preparo fácil e rápido.”
Sazonalidade: Todos os meses exceto de “setembro a março”
Modo de preparo
1º: Colocar o hibisco em 1 copo de água e deixar descansar até amolecer.
2°: Rasgar o alface e picar a cebolinha. Misturar. 
3º: Acrescentar o hibisco hidratado. Espremer o limão e acrescentar o tem-
pero caseiro. Misturar.
4°: Colocar os chips por cima. Servir.
Ingredientes
• Alface
• Chips de banana
• Hibisco desidratado
• Cebolinha
• Limão
• Tempero caseiro
Medida caseira
• 1 pé
• 1 xícara de chá
• 1/2 xícara de chá
• 1 maço
• 1 unidade
• 1 colher de café rasa
4. Receitas Ecológicas 4.4 Opções Vegetarianas
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 57
4.4.2 Sanduíche Vegetariano da Agricultura Familiar
Equipe de criação: Tcherena Brasil e pai da Maisa. Dica: para o ovo poché colocar na água o vinagre para substituir o óleo.
Modo de preparo
1º: Em uma frigideira com água fervendo quebrar o ovo, deixar em 
fogo médio e aguardar ficar “cozido”.
2°: amassar o queijo, colocar o sal, cebolinha e salsinha. Misturar.
3º: Colocar no pão o ovo e a mistura.Servir!
Ingredientes
• Pãozinho enriquecido de 
abóbora
• Ovo caipira
• Alface
• Queijo Branco
• Cebolinha e Salsinha
• Água
Medida caseira
• 1 Unidade
• 1 Unidade
• 1 Folha Pequena
• 1 Fatia Médias
• A gosto 
• 1 Copo Americano
Equipe de criação: Paula Abrantes Figueiredo, Andrea Sugai Mortoza e Caio César Alencar de Sena
Dica: Comer com doce de leite de mocotó. Sazonalidade: Dá o ano todo!!! 
4.4.3 Chips de abóbora
Modo de preparo
1º: Cortar a abóbora com a casca, em rodelas finas. Para facilitar, 
utilize o ralador.
2°: Untar uma forma com manteiga e colocar as rodelas finas de 
abóbora pra assar, durante aproximadamente 20 minutos.
3º: Temperar a gosto. Servir ainda quente.
Ingredientes
• Abóbora Madura
• Sal 
 
Medida caseira
• 1 unidade pequena
• A gosto
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG58
4.4.4 Omelete com brócolis
Equipe de criação: Ilza Santos e Silvânia Ribeiro.
Sazonalidade: Brócolis março a setembro. 
“ A experiência foi enriquecedora em todos os sentidos; trocas, coletividade, criatividade e consciência de que tudo que estava na bancada era agroecológico”.
Modo de preparo
1º: Etapa: cortar o “brócolis com o talo” e a cebolinha em pequenos pedaços. 
Ralar o requeijão.
2°: Bater os ovos (a sugestão é usar o “batedor de ovos”) e acrescentar o 
tempero, o brócolis, a cebolinha e o requeijão, até formar uma “mistura 
homogênea”.
3º: Untar uma forma com manteiga e despejar a mistura. 
4º: Asse em forno médio por aproximadamente 35min.
Rendimento: uma forma média. 
Ingredientes
• Cebolinha
• Brócolis
• Requeijão caseiro
• Tempero verde caseiro
• Ovos caipira
• Manjericão desidratado
• Manteiga de leite
Medida caseira
• 1 Maço 
• 1 Maço
• 2 Fatias Médias
• 1 Colher de Sobremesa
• 9 Unidades
• 1 Colher de Chá
• 1 Colher de Sopa 
 
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 59
4.4.5 Tutu de Feijão com Banana Desidratada
Equipe de criação: Creonice Silva Santos e Raíssa Picasso.
Nutrientes: Couve contém Vitamina C e Ferro. 
Dica: Prefira a Banha do que Margarina/Gordura Hidrogenada. Cuidado com a quantidade!!! 
Sazonalidade do Feijão Roxinho: Planta em novembro e colhe em janeiro/fevereiro.
Modo de preparo
1º: Cozinhar o feijão (esta variedade de feijão não necessita de ser 
cozido na panela de pressão).
2°: Picar a couve, banana desidratada e refogar junto com o feijão na 
Banha de Porco.
3º: Misturar bem. Acrescentar a farinha e por último a cebolinha.
Rendimento: aproximadamente 500g
Ingredientes
• Couve
• Cebolinha
• Banana desidratada
• Feijão roxinho
• Farinha de mandioca tipo 
beijuzinho
• Banha de Porco
Medida caseira
• 4 folhas médias
• 1/2 Maço 
• 1 Pacote
• 4 Conchas médias
• 2 Colheres de Servir
• 1 Colher de sopa
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG60
5.1 Fome, sobrepeso e obesidade versus a gourmetização da comida: quais as conexões 
com a agricultura familiar agroecológica?
O atual cenário para as políticas públicas brasileiras aponta preocupações no campo da alimentação e nutrição. 
A partir de marcações neoliberais do atual governo, estas importantes ferramentas para garantia de direitos 
sociais estão sendo submergidas em um prato raso de desânimo e retrocesso com textura de austeridade. 
O Brasil vem caminhando a passos largos de volta ao estarrecedor Mapa Mundial da Fome da Organização das 
Nações Unidas pela Agricultura e Alimentação (FAO). Diversos grupos e redes de estudos renomados, apontam 
a violação do Direito Humano à Alimentação e Nutrição Adequada (DHAA) no Brasil e na América Latina. Nesse 
contexto, há a preocupante perda do acesso a uma alimentação justa, segura e saudável, onde o povo não tem 
voz para decidir ou lutar sobre o próprio “ato de comer”. 
Não há um projeto na atual conjuntura que garanta a ampliação e acesso a sistemas agroalimentares sustentáveis 
e agroecológicos de base familiar. Assim, não há perspectivas que possam pautar a saúde e o bem estar social. 
Entre os fatos, prevalecem os elevados índices de sobrepeso e obesidade na população e a perda sistemática da 
cultura e identidade alimentar brasileira, tão rica, porém, tão frágil frente às políticas de expansão do grande 
capital financeiro sobreposta pela indústria de produtos alimentícios e farmacêutica. E no olho do furacão o 
ascendente fenômeno da gourmetização.
O termo Gourmet surge nos espaços em que as relações humanas são mediadas pela elitização da comida. 
Nesses locais o comer caracteriza-se em dimensões de requinte na elaboração de pratos, o ‘’haute cuisine’’ (alta 
culinária), onde a comida é feita com ingredientes diferenciados e posteriormente uma apresentação elabo-
rada, por vezes luxuosas. Outro fator intrínseco à gourmetização é o custo elevado da comida servida, o que 
5. TEMAS PARA A REFLEXÃO 
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 61
possivelmente ocorre pela necessidade de inserir técnicas ou materiais de luxo e requinte no que até então era 
tradicional, comum e popular.
É uma tendência da gastronomia contemporânea a utilização de matérias-primas que respeitem a trajetória 
e identidade local, mas de fato, quem está beneficiando-se dessa gourmetização? Os/as produtores/as locais 
e seus conhecimentos tradicionais acerca da culinária ou o “chef” que se apropriou desses saberes e fazeres?
Não podemos admitir que a comida seja mercantilizada e que o direito social à alimentação passe a ser um 
privilégio para poucas e poucos. É inconcebível o fato de chefes “renomados/as” estarem patenteando ingre-
dientes culinários do qual o acesso é ancestral.
Por isso devemos valorizar espaços em que o protagonismo popular evidencie a comida de verdade como pro-
moção da saúde e resgate das conexões entre práticas culinárias tradicionais, cultura alimentar, territorialidades 
e a diversidade agroecológica nos cenários de produção do alimento dentro da perspectiva da SAN, sendo esta 
a referência para a agricultura e o desenvolvimento rural mais sustentável. Nesse sentido, as feiras, a merenda 
escolar, restaurantes populares e universitários, as praças, o campo e a cidade podem constituir-se enquanto 
espaços de resistência e exigibilidade de direitos, sobretudo o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA).
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG62
5.2 Uma reflexão sobre a polissemia do desenvolvimento: pró Agroecologia ou Racio-
nalidade Capitalista?!
Vivenciamos no contexto do Capitalismo Global o olhar e as vivências hegemômicas que versam pela “civilização 
ocidental” da cultura e dos modos de (sobre)viver, sendo o Ocidente a referência para o “desenvolvimento”. 
Um desenvolvimento que é colonizador, capitalista e que potencializa a globalização, que é sinônimo de epis-
temicídio. 
É preciso descolonizar!!!! Para avançarmos em um modelo de desenvolvimento que dialogue com a sustentabi-
lidade e evidencie suas dimensões econômica, ecológica, social, cultural, política e ética. Um desenvolvimento 
que transcenda o “lucro imposto na racionalidade capitalista” e reconheça as singularidades em seus signos e 
significados das territorialidades, de modo a corroborar para o “Desenvolvimento Rural e de Agriculturas mais 
Sustentáveis” em diálogo com a Segurança Alimentar e Nutricional das comunidades, o protagonismo das/os 
agricultoras/es, inclusão social, empoderamento dos movimentos populares, trocas de saberes, pertencimento, 
memória coletiva e a consciência sociopolítica. Sendo essas intersecções a referência para a ampliação do pa-
radigma agroecológico e da sustentabilidade. 
Nessa perspectiva, o “desenvolvimento local” torna-se reflexo do modelo imposto em âmbito mundial, já que 
a globalização legitima a Agricultura Industrial Capitalista e dita as normas do Sistema Econômico. E materia-
liza-se nos territórios das comunidades, gerando o aumento da desigualdade/miséria/pobreza, o que dificulta 
a efetivação dos Direitos Humanos, o acesso aos bens/serviços e as políticas públicas. 
Somadas a essas dimensões há o baixo investimento nas políticas públicase a criminalização dos movimentos 
populares que atuam prol Agricultura Familiar agroecológica pois os interesses governamentais nem sempre 
dialogam com a agroecologia. 
Esse contexto político atual é pautado na fragmentação dos setores que, somado à desorganização e falta de 
habilidades/competências e olhar sociopolítico, potencializa a inércia institucional e o não cumprimento do 
papel social ético/institucional “do campo à cidade”. 
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 63
No âmbito acadêmico, a formação é geralmente desconexa de práticas e metodologias que evidenciam o “novo 
paradigma da agroecologia” sendo o foco a “demanda da agricultura industrial capitalista”, a “competitividade 
individualista” e a desconexão entre o ensino-pesquisa-extensão e a sustentabilidade (em todos os seus níveis) 
nas práticas agrícolas e no desenvolvimento rural, bem como na etnoecologia. 
No máximo chegam a “agricultura ecologizada”! Porém, cabe aqui uma ressalva, pois há muitas/os pesqui-
sadoras/es que são referência na sistematização da ciência da agroecologia que é “Latino Americana” e que 
demonstraram que a ciência pode ser “cidadã e corroborar para uma sociedade mais justa e equânime para 
todas as pessoas”, porém, ainda são exceções à regra. 
É preciso resistir e subverter!!! E quiçá tecer práticas que oportunizem de forma compartilhada e participativa a 
racionalidade dos ecossistemas, o redesenho dos agroecossistemas agroecológica, o fortalecimento dos circuitos 
curtos, as trocas de saberes e experiências com as/os agricultoras/es, de modo que todas as pessoas (dentro e 
fora da academia) possam ser corresponsáveis por subsidiar/impulsionar os Sistemas Alimentares Sustentáveis 
que dialoguem com a Agroecologia.
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG64
ALMEIDA, J. Da ideologia do progresso à ideia de desenvolvimento (rural) sustentável. In: ALMEIDA, J.; NAVARRO, Z. (orgs.). Re-
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Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 67
7.1. Anexo I - Oficina de Receitas Ecológicas
7. ANEXOS
Livro Pró Agroecologia1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG68
7.2 Anexo II - Campanhas de Divulgação
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 69
7.3 Anexo III - Vivências na Feira Agroecológica
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG70
7.4 Anexo IV - Dia de Campo com agricultoras/es
Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 71
LIVRO PRÓ AGROECOLOGIA
INSTITUTO FEDERAL
Goiás
INSTITUTO FEDERAL
Goiano
Feira Interinstitucional Agroecológica: uma experiência exitosa
Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor - IF Goiano/ IFG
C
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Y
CM
MY
CY
CMY
K
ai1645728519205_AF_Capa_Cartilha_Agroecológica.pdf 1 24/02/2022 15:48

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