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LIVRO PRÓ AGROECOLOGIA INSTITUTO FEDERAL Goiás INSTITUTO FEDERAL Goiano Feira Interinstitucional Agroecológica: uma experiência exitosa Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor - IF Goiano/ IFG C M Y CM MY CY CMY K ai1645728519205_AF_Capa_Cartilha_Agroecológica.pdf 1 24/02/2022 15:48 Ficha elaborada por Johnathan Pereira Alves Diniz – Bibliotecário/CRB 1 nº 2376 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBI) – Instituto Federal Goiano I.788 Livro pró agroecologia – Feira Interinstitucional Agroecológica: uma experiência exitosa / [Organização de] Ariandeny Furtado et al. – 2. ed. Goiânia, GO: IF Goiano, 2022. 72 p., il.: color. ISBN (e-book): 978-65-87469-28-7 1. Ciências Agrárias. 2. Agricultura familiar. 3. Agroecologia. 4. Se- gurança alimentar. 5. Sustentabilidade. I. Furtado, Ariandeny. II. Instituto Federal Goiano. CDU: 631.574 © 2022 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano - IF Goiano Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica. ISBN: 978-65-87469-28-7 INSTITUTO FEDERAL Goiano Feira Interinstitucional Agroecológica: uma experiência exitosa www.ecomamor.com.br www.ifg.edu.br/servidor-SIASS https://www.proec.ufg.br/p/29839-ufg-na-agroecologia Elaboração, distribuição e informações: Equipe de Promoção da Saúde do Subsistema integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal do IF Goiano e IFG (SIASS IF Goiano/IFG) promoção.siass@ifgoiano.edu.br Instituto EcomAmor contato@ecomamor.com.br Coletivo Independente Balaio Cerrado PROEC/UFG balaiocerrado@gmail.com Núcleo de Estudos em Agroecologia do IF Goiano Câmpus Avançado Hidrolândia (NEA HIDRO) nea.hidro@ifgoiano.edu.br Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia e Agroecossistemas do Instituto Federal de Goiás - Câmpus Cidade de Goiás (NEPAA/IFG/Cidade de Goiás) Organização Amélia Franz - Liderança do Estado de Goiás do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Ana Cláudia de Lima Silva - Associação Programa Um Milhão de Cisternas para o Semi-Árido Ariandeny Furtado - Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público do IFG e IF Goiano (SIASS IF Goiano/IFG) Bárbara Lopes - Instituto EcomAmor Bruno de Andrade Martins - Núcleo de Estudos em Agroecologia do IF Goiano - Câmpus Avançado de Hidrolândia (NEA HIDRO) Carlos de Melo e Silva Neto - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia e Agroecossistemas do Instituto Federal de Goiás - Câmpus Cidade de Goiás (NEPAA/IFG/Cidade de Goiás) Eucimeire Maria Pereira - Mulheres Guerreiras de Canudos, Assentamento Canudos/ Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra, Palmeiras/GO Fernando Marcello Nunes Pereira - Coletivo Independente Balaio Cerrado Gabriela Rodrigues de Lima Tejerina - Coletivo Independente Balaio Cerrado Ingryd Garcia de Oliveira - Coletivo Independente Balaio Cerrado Leoneide Pereira Batista - Mulheres Guerreiras de Canudos, Assentamento Canudos/ Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra, Palmeiras/GO Leonice Dias de Oliveira Nascimento - Movimento Camponês Popular/Comunidade João de Deus, Silvânia/GO Maria de Lourdes Bueno - Liderança Movimento Camponês Popular/Comunidade João de Deus, Silvânia/GO Maria Marciana De Sousa Canedo - Movimento Camponês Popular/Comunidade João de Deus, Silvânia/GO Melina Charalabopoulos - Instituto EcomAmor Moacir Amorim - Movimento Camponês Popular, Assentamento Canudos, Guapó/GO Paula Christina de Abrantes Figueiredo - Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público do IFG e IF Goiano (SIASS IF Goiano/IFG (SIASS IF Goiano/IFG) Stéfanny Nóbrega - Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás - IESA/UFG Vânia Marra Passos - Centro Estadual de Referência em Medicina Integrativa e Complementar do Estado de Goiás CREMIC/GO Colaboração Adriano Rodrigues de Oliveira - Instituto de Estudos Socioambientais da UFG (IESA/UFG) Andrea Sugai - Faculdade de Nutrição da UFG (FANUT/UFG) Ana Paula Marquez Belo - Associação para o Desenvolvimento da Agricultura Orgânica em Goiás (ADAO/GO) Cleber de Oliveira - Agricultor Familiar, Silvânia/GO Leovigildo Aparecido Costa Santos - Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Cerrado da Universidade Estadual de Goiás (RENAC/UEG) Maria Romilda Gonçalves de Sousa - Agricultora Familiar, Silvânia/GO Milton Sérgio Dornelles - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia do IF Goiano/Câmpus Urutaí - NEPA/IF (Goiano/Câmpus Urutaí) Nestor Valverde - Secretaria Municipal de Educação e Esporte de Goiânia - (SME/Goiânia) No Homero - Rede de Mulheres Negras para a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Redessan) Veruska Prado Alexandre - Faculdade de Nutrição da UFG (FANUT/UFG) Equipe de Criação das Receitas Ecológicas Ana Paula Belo - Associação para o Desenvolvimento da Agricultura Orgânica de Goiás - ADAO Andrea Sugai Mortoza - Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Goiás - FANUT/UFG Bárbara Lopes - Instituto EcomAmor Caio César Alencar de Sena - Instituto de Estudos Socioambientais - IESA Creonice Silva Santos - Coordenação de Assistência ao Servidor do IFG/Câmpus Goiânia Evandro Luiz Gonçalves - pai da servidora Maísa Ferreira e militante da agroecologia Ilza Carvalho Santos - Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público - SIASS IF Goiano/IFG João Batista Bastos - Superintendência Regional de Goiás da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB Maísa Gonçalves Ferriea - Pró-reitoria de Desenvolvimento Institucional - PRODI/IFG Marco Aurélio Pessoa de Souza - IF Goiano/Câmpus Posse Marília Bohnen - Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar da Universidade Federal de Goiás - CECANE UFG Marina Burjac da Costa - Coordenação de Assistência ao Servidor do IFG/Câmpus Goiânia Melina Repezza Charalabopoulos - Instituto EcomAmor Paula Christina de Abrantes Figueiredo - Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público - SIASS IF Goiano/IFG Raíssa Picasso - Pró-reitoria de Extensão e Cultura da UFG - PROEC/UFG Sandra Silvestre Pereira - Superintendência Regional de Goiás da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB Silvânia Rodrigues - Coordenação de Assistência ao Servidor do IFG/Câmpus Aparecida de Goiânia Suporte Técnico das Receitas Ecológicas Eloneide Gomes de Amorim - Graduanda de Nutrição da Faculdade União Goyazes - FUG Gabriela Olinda - Auxiliar do Laboratório de Técnica e Dietética - FANUT/UFG Helena Liz Rodrigues Araújo - Graduanda de Nutrição da Faculdade Goyazes - FUG Ingryd Garcia de Oliveira - Coletivo Independente Balaio Cerrado Thaísa Anders - Faculdade de Nutrição da UFG (FANUT/UFG) Projeto Gráfico Diretoria da Comunicação Social do IFG Equipe ASCOM IF Goiano Revisão Caio César Alencar de Sena - Instituto de Estudos Socioambientais (IESA) Dinalva Donizete Ribeiro - Escola de Agronomia da UFG (EA/UFG) Diogo de Souza Pinto - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia e Agroecossistemas do Instituto Federal de Goiás - Câmpus Cidade de Goiás (NEPAA/IFG/Cidade de Goiás) Jossier Boleão - Liderança do Estado de Goiás do Movimento Camponês Popular (MCP) Lara Cristine Gomes Ferreira - Laboratório de Estudos e Pesquisas das Dinâmicas Territoriais/IESA/Instituto de Estudos Socioambientais da UFG (LABOTER/IESA) Oscar Emerson Z. Mosquera - Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial da Universidade Federal Rural de Pernambuco (PPGADT/UFRPE) Patrícia Tavares - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia e Agroecossistemas do Instituto Federal de Goiás – Câmpus Cidade de Goiás (NEPAA/IFG/Cidade de Goiás) Tania Maria Sarmento da Silva - Programa de Pós-Graduação em Agroecologiae Desenvolvimento Territorial da Universidade Federal Rural de Pernambuco (PPGADT/UFRPE) PREFÁCIO Este Livro pró Agroecologia é o produto de uma inter-relação entre agricultoras/es, comunidade institucional e movimentos populares com missões afins, pautadas no respeito às pessoas e ao planeta. E, nessa segunda edi- ção, retrata a experiência ímpar da promoção da saúde, segurança alimentar e nutricional por meio da materiali- zação da Feira Interinstitucional da Agricultura Familiar Agroecológica. Apresenta a trajetória desta construção compartilhada e os princípios e valores das pessoas envolvidas, introdu- zindo o universo do contexto territorial “do campo à cidade” com ilustrações da relação entre a agroecologia e o saber popular. Aborda um pouco de teoria sobre os tipos de agricultura, apresentando uma comparação entre a convencional, a orgânica e a agroecológica, ressaltando as especificidades e o respeito à natureza deste tipo de agricultura familiar. Descreve como a feira representa um espaço de trocas de saberes, resgate e valorização da identidade alimentar tradicional, baseada em práticas que evidenciam os pilares da sustentabilidade, transfor- mando-se em um Programa Interinstitucional. Ressalta as atividades de ensino, pesquisa e extensão realizadas, que resultaram em entrevistas e produtos cien- tíficos. Nos enche a boca d`água com as receitas ecológicas criadas com os ingredientes provenientes da feira. E, para finalizar, estimula reflexões sobre nossa relação com os alimentos, evidenciando a Agroecologia como uma alternativa para fomentar Sistemas Agroalimentares Sustentáveis. Bruno de Andrade Martins Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG12 APRESENTAÇÃO Em 2018, foi lançada a 1ª Cartilha pró Agroecologia produzida de forma compartilhada e participativa a partir de um trabalho intersetorial e interdisciplinar envolvendo diferentes profissionais e instituições. A primeira edição problematizou as práticas agrícolas convencionais e as divergências com a agroecologia; propôs os 10 passos para a criação das Hortas Urbanas Ecológicas; apresentou dicas para a higienização e o aproveitamento integral dos alimentos além de sugestões de receitas regionais, saudáveis de baixo custo. Dentro do processo de intensa urbanização e crescimento vertical das cidades, as hortas e os quintais ecológicos foram perdendo espaço, desconectando as pessoas das relações e processos de produção “do campo à cidade” e dos ciclos naturais dos alimentos, o que contribui para o consumo elevado de alimentos industrializados. A prática de hábitos alimentares mais saudáveis se (co)relaciona com diferentes signos e significados da “alimen- tação” como a afetividade, socialização, lembranças, história, prazer, identidades, regionalismo, territorialidades, memórias entre outros, o que transcende a dimensão mercadológica. Leva em consideração os Determinantes Sociais de Saúde (fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais) e os princípios do Guia Alimentar para a População Brasileira o qual evidencia o olhar multidimensional, sendo as escolhas alimentares a base para o desenvolvimento de Sistemas Agroalimen- tares mais sustentáveis; a intersecção e horizontalidade entre os diferentes saberes; a cosmovisão da agroecolo- gia e a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). E na perspectiva de potencializar “do campo ao ambiente institucional” as trocas de saberes, os Sistemas Agroali- mentares mais sustentáveis, a valorização das territorialidades que versam pela Agricultura Familiar agroecológi- ca e da promoção da alimentação saudável, que esse livro foi idealizado. Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 13 Este livro pró Agroecologia surge, como o fruto de um trabalho colaborativo contínuo iniciado em 2018 entre a equipe de Promoção da Saúde do SIASS IF Goiano/Goiás, Instituto EcomAmor, Movimento Camponês Popular (MCP), Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), expertises na produção do conhecimento agroeco- lógico, UFG, comunidade institucional e os Núcleos de Agroecologia do IF Goiano e IFG, que oportunizou, viven- ciar práticas que dialogam com a SAN e os princípios da agroecologia. O livro está dividido em 4 partes, a primeira, demonstra as intersecções e divergências entre a agricultura conven- cional, agricultura agroecológica e agricultura orgânica. A segunda, evidencia o histórico da Feira Agroecológica. A terceira, apresenta as receitas ecológicas criadas de forma colaborativa com os alimentos ofertados na feira pela Comunidade João de Deus do Movimento Camponês Popular (MCP) e as Mulheres Guerreiras de Canudos do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Estado de Goiás. E a última parte, problematiza a fome, sobrepeso e obesidade versus a gourmetização da comida e as (des)conexões com a agricultura familiar agroecológica. Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG14 LISTA DE SIGLAS ADAO-GO: Associação para o Desenvolvimento da Agricultura Orgânica em Goiás ADUFG: Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás ALEGO: Assembleia Legislativa do Estado de Goiás ASCOM: Coordenação Geral de Comunicação social e Eventos CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento – Filial de Goiânia CONPEEX: Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão CREMIC: Centro Estadual de Referência em Medicina Integrativa e Complementar do Estado de Goiás EA/UFG: Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Goiás ENPSSAN: Encontro Nacional de Pesquisa em Soberania e SAN FANUT/UFG: Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Goiás FUG: Faculdade União Goyazes ICQ/ICB: Instituto de Química e Instituto de Biologia IESA: Instituto de Estudos Socioambientais IF Goiano: Instituto Federal Goiano IFG: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás LABOTER/IESA: Laboratório de Estudos e Pesquisas das Dinâmicas Territoriais/IESA - Instituto de Estudos So- cioambientais da UFG MCP: Movimento Camponês Popular Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 15 MST: Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra NEA HIDRO: Núcleo de Estudos em Agroecologia do IF Goiano - Câmpus Avançado de Hidrolândia/ NEPAA/IFG/Cidade de Goiás: Núcleo de Estudos e Pesquisa em Agroecologia e Agroecossistemas do Instituto Federal de Goiás - Câmpus Cidade de Goiás NEPA/IF Goiano/Câmpus Urutaí: Núcleo de Estudos e Pesquisas em Agroecologia: PPGADT/UFRPE: Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial da Universidade Federal Rural de Pernambuco PROEC/UFG: Pró-reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Goiás PROEX/IFG: Pró-reitoria de Extensão do Instituto Federal de Goiás PROEX/IF Goiano: Pró-reitoria de Extensão do Instituto Federal Goiano REDESSAN: Rede de Mulheres Negras para a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional RENAC/UEG: Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Cerrado da Universidade Estadual de Goiás SAN: Segurança Alimentar e Nutricional SIASS IF Goiano/IFG: Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público SINT-IFESgo: Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de En- sino Superior do Estado de Goiás UFG: Universidade Federal de Goiás SUMÁRIO INTRODUÇÃO REFERENCIAL TEÓRICO Tipos de agriculturas Agricultura Convencional Agricultura Agroecológica Agricultura Orgânica Agricultura Convencional, Agroecológica e Orgânica: um Quadro Comparativo Agricultura Familiar Agroecológica FEIRA INTERINSTITUCIONAL AGROECOLÓGICA: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA Alimentos Ecológicos do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Alimentos Ecológicos do Movimento Camponês Popular (MCP) Entrevistas e reportagens Contribuição para o Conhecimento Agroecológico RECEITAS ECOLÓGICAS Bebidas Suco Hibiscouve Suco Revitalizante Farofas Farofa Maravilha Farofa Agridoce Farofa de Abóbora com Semente Farofa Saborosa 1. 16 2. 4. 20 2.1 4.14.2 20 44 46 3. 32 2.1.1 4.1.1 4.2.1 4.2.3 20 44 46 48 45 47 49 3.1 37 2.1.2 4.1.2 4.2.2 4.2.4 22 3.2 38 2.1.3 24 3.3 41 2.1.4 26 3.4 42 2.1.5 29 44 Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 17 Sobremesas Doce de leite com Banana Chips Tapurú de Banana e Doce de Leite Tapioca Rupequi Misturinha Delícia Doce de Leite de Mocotó Opções Vegetarianas Salada Cítrica com Chips de Banana Sanduíche Vegetariano da Agricultura Familiar Chips de Abóbora Omelete de Brócolis Tutu de Feijão com Banana Desidratada TEMAS PARA A REFLEXÃO Fome, sobrepeso e obesidade versus a gourmetização da comida: quais as conexões com a agricultura familiar agroecológica? Uma reflexão sobre a polissemia do desenvolvimento: pró Agroecologia ou Racionalidade Capitalista?! REFERÊNCIAS ANEXOS ANEXO I - Oficina de Receitas Ecológicas ANEXO II - Campanhas de Divulgação ANEXO III - Vivências na Feira Agroecológica ANEXO IV - Dia de Campo com agricultoras/es 4.3 5 6 7 4.4 5.1 7.1 7.3 7.2 7.4 5.2 4.3.1 4.4.1 4.3.3 4.4.3 4.3.2 4.4.2 4.3.4 4.4.4 4.3.5 4.4.5 50 54 58 60 65 66 67 68 50 54 51 55 52 55 53 56 53 57 58 62 65 Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG18 1. INTRODUÇÃO Os desenhos surgiram da construção compartilhada entre o saber popular, tendo como referência o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (Assentamento de Canudos - Palmeiras/GO) e do Movimento Camponês Popu- lar (Comunidade João de Deus), e o saber científico (SIASS IF Goiano/IFG, CECANE/UFG, PROEC/UFG, IESA/ UFG). Cada pessoa, a seu modo representou um pouquinho do universo envolto no contexto territorial “da produção ao consumo” dos alimentos que dialogam com a agroecologia e são ofertados na Feira Agroecológica. Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 19 Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG20 Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 21 Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG22 2.1.1 Agricultura convencional Atualmente, a agricultura convencional ou industrial é definida pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (sigla em inglês: FAO) como sendo um tipo de produção industrializada e moderna de animais e plantações que utiliza métodos técnico-científicos, econômicos e políticos, tais como: inovações em maquinário e agroquímicos, tecnologia genética, produção em massa, criação de mercados consumidores, patenteamento de recursos genéticos e foco principal no comércio internacional (FAO, 2006). É o tipo de agri- cultura que se concentra na produção em massa de poucos produtos, com alto nível de tecnificação e grande investimento de capital, dependente de energia, recursos e especialistas externos aos agroecossistemas, tendo como uma de suas características principais a orientação nas fazendas agrícolas e pecuárias para um único de- terminado produto focado na exportação e não na alimentação das comunidades locais (ECURED). No Brasil o agronegócio constitui-se como a principal expressão da agricultura convencional. O que conhecemos hoje como “agricultura convencional/industrial” é um processo construído ao longo de séculos de descobertas, guerras e apropriação do mundo natural. O início desse processo deu-se, na Inglaterra, com a Revolução Agrícola Inglesa, também chamada de Primeira Revolução Agrícola, ocorrida entre os séculos XVIII e XIX. Essa revolução foi marcada pela apropriação privada do solo, violência e expulsão da população rural de suas terras, resultando no êxodo rural que nutria de mão de obra a crescente produção manufatureira e, posteriormente, as atividades industriais emergentes com a Revolução Industrial. 2.1 TIPOS DE AGRICULTURAS Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 23 Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG24 2.1.2 Agricultura Agroecológica A palavra “agroecologia” foi introduzida pelo agrônomo russo Basil Bensin na literatura científica em 1928. Bensin fez críticas à experimentação agronômica da época, que tinha como enfoque principal a maximização da produção dos cultivos comerciais, sem levar em consideração os fatores ecológicos das culturas agrícolas e dos ambientes onde eram cultivadas, deste modo ele definiu agroecologia como sendo a “aplicação da ecologia na agricultura”, significado ainda empregado até a atualidade (WEZEL et al., 2009). Vários outros cientistas empregaram o conceito nas décadas posteriores, mas até a década de 1950 a agroecologia ainda era sinônimo de “ecologia agrícola”. Com o passar dos anos a agroecologia tomou diferentes formas constituindo-se como uma ciência, um movi- mento social e práticas agrícolas (WEZEL, 2009). O enfoque científico da agroecologia é usado para estudar, diagnosticar e propor manejos alternativos de agroecossistemas com baixo uso de insumos externos, através da integração de princípios agronômicos, ecológicos e socioeconômicos à compreensão e avaliação do efeito das tecnologias sobre os sistemas agrícolas e a sociedade como um todo (ALTIERI, 1989, 1998). As práticas de produção agroecológicas são desenvolvidas com base em conhecimentos científicos gerados no âmbito de diversas disciplinas (economia, sociologia, geografia, agronomia, ecologia, biologia, engenharias, entre outras), e também nos conhecimentos locais de técnicas de produção agrícola desenvolvidas e adaptadas localmente pelas/os agricultoras/es. São práticas que visam à produção de quantidades significativas de alimen- tos, que valorizam da melhor forma os processos ecológicos como a ciclagem de nutrientes, fixação biológica de nitrogênio, regulação natural de pragas, conservação do solo e da água, conservação da biodiversidade e sequestro de carbono. Como exemplos dessas práticas temos a fertilização orgânica, rotação de culturas, con- trole biológico de pragas, policultivos, dentre outras. No desenvolvimento das práticas agroecológicas a diversificação é fundamental, uma vez que elas são baseadas em processos ecológicos e prestação de serviços ecossistêmicos. Essa diversificação é referente à integração de culturas, cultivos ou consórcios mais diversificados e na valorização da biodiversidade natural para fins agríco- las. Essa diversificação dos sistemas agrícolas garante uma série de benefícios ao agroecossistema, como uma Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 25 maior resiliência a perturbações, diminuição dos surtos de pragas e na produção de variados produtos de valores alimentícios e comerciais (WEZEL et al., 2014). Diferentemente da agricultura convencional, na agricultura de base agroecológica são adotados como princí- pios básicos a menor dependência possível de insumos externos e a conservação e incorporação dos recursos naturais nos processos produtivos. Os sistemas agrícolas de base agroecológica visam a maximização da ciclagem de nutrientes e utilização da energia, como forma de minimizar a perda de recursos nas diferentes fases de produção. Esse tipo de agricultura é focada ainda em produtos para o abastecimento local/regional e visa a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) das/os agricultoras/es e consumidoras/es, com produção diversificada de alimentos que garanta renda e acesso a diferentes mercados, contribuindo assim para a manutenção econômica dos agroecossistemas e sistemas alimentares mais sustentáveis. Fonte: Clara I. Nicholls, Miguel Altieri apud Cartilha Agroecologia: con- trole de “pragas” e doenças, Fundação Konrad Adenauer Fortaleza, 2010. Conservação dos recursos naturais Viabilidade econômica e qualidade Produção sustentável Biodiversidade Agroecologia Autosu�ciência alimentar Satisfação das necessidades locais Desenvolvimento da agricultura familiar Objetivos Econômicos Objetivos Sociais Objetivos Ambientais Funções do ecossistema Estabilidade Tecnologia de baixos insumos DIÁLOGOS E CONVERGÊNCIAS Dimensões que interagem com a agroecologia A RT ICU LA ÇÃ O N AC IO N A L D E AG RO EC O LO G IA Agroecologia Feminismo Justiça Ambiental Comunicação e Cultura Direito à Cidade Saúde Coletiva Economia Solidária Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG26 2.1.3 Agricultura Orgânica Walter James usou o termo agricultura orgânica pela primeira vez no livro Look to the Land (Olhe para a terra), de 1940, onde também descrevia práticas e métodos agrícolas com uma abordagem holística e ecologicamente equilibrada, com a fazenda sendo entendida como um “organismo” dentro desta perspectiva. Após a Segunda Guerra Mundial, já com a Revolução Verde em curso, as pesquisas sobre agricultura orgânica foram ofuscadas pelo desenvolvimento cada vez mais rápido de produtos químicos e pelo direcionamento dos maquinários remanescentes da guerra à agricultura industrial. Mas os impactos desse modelo agrícola já eram sentidos em vários países, o que resultou no surgimento de movimentos ambientalistas que tomaram força com a publicação do livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, no ano de 1962. Como resposta aos movimentos ambientalistas emergentes e à preocupação com os impactos da agricultura, no ano de 1972 foi fundada em Versalhes (França) a Federação Internacional de Movimentos da Agricultura Orgânica (IFOAM – sigla em inglês), com o objetivo principal de difundir informações sobre os princípios e práticas da agricultura orgânica. Em 1984, o primeiro serviço de certificação orgânica foi fundado nos Estados Unidos, e, na década de 1990, as primeiras legislações e padrões de certificação surgiram também nos EUA, como resposta à pressão de agricultores e consumidores orgânicos pela regulação governamental da produção. No Codex Alimentarius, uma coletânea internacional de padrões, códigos de conduta e rotulagem de alimentos, a agricultura orgânica é definida como um sistema holístico de gestão da produção que promove e melhora a saúde dos agroecossistemas, incluindo a biodiversidade, os ciclos biológicos e a atividade biológica do solo. Nela é dada ênfase no uso de práticas de manejo em detrimento do uso de insumos não agrícolas, levando em conta que as condições regionais requerem sistemas localmente adaptados. Isto é, usando, quando possível, métodos culturais, biológicos e mecânicos em oposição ao uso de materiais sintéticos, para cumprir qualquer função específica dentro do sistema (FAO, 2006). Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 27 Ainda de acordo com o Codex Alimentarius, um sistema de produção orgânica deve ser projetado para: a) au- mentar a diversidade biológica em todo o agroecossistema; b) aumentar a atividade biológica do solo; c) manter a fertilidade do solo a longo prazo; d) reciclar resíduos de origem vegetal e animal para devolver nutrientes à terra; e) utilizar produtos renováveis em sistemas organizados localmente; f) promover o uso saudável do solo, da água e do ar, bem como minimizar todas as formas de poluição que possam resultar de práticas agrícolas; g) manusear produtos agrícolas com ênfase em métodos de processamento cuidadosos, a fim de manter a inte- gridade orgânica e as qualidades vitais do produto em todas as etapas; h) estabelecer-se em qualquer fazenda existente por meio de um período de conversão, cuja duração apropriada é determinada por fatores específicos do local, tais como a história da terra e o tipo de lavoura e gado a ser produzido. De acordo com a IFOAM, a definição aceita de agricultura orgânica é: “um sistema de produção que promove a saúde dos solos, ecossistemas e pessoas. Tem como base os processos ecológicos, biodiversidade e ciclos adaptados às condições locais em alternativa ao uso de insumos com efeitos adversos. A agricultura orgânica combina a tradição, inovação e ciência de modo a ser benéfica para o espaço partilhado, promove relacionamentos justos assegurando uma boa qualidade de vida a todos envolvidos” (IFOAM, 2008). Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG28 2.1.4 Agricultura Convencional, Agroecológica e Orgânica: um Quadro Comparativo O quadro a seguir apresenta algumas características dos três modelos agrícolas abordados anteriormente e é uma adaptação de informações apresentadas por Rosset e Altieri (1997), Rosset (2003), Chappell et al. (2013), IPES-FOOD (2016) e IFOAM (2017). Características Convencional Agroecológica Orgânica Intensidade no uso do solo + + + + + Agrobiodiversidade + + + + + + + Diversificação produtiva + + + + + + Práticas de conservação do solo + + + + + + + Benefícios ao meio ambiente + + + + + + Adaptabilidade e resiliência + + + + + + + Manejo ecológico do solo + + + + + + + Eficiência no uso da água + + + + + + + Eficiência energética + + + + + + Ciclagem de nutrientes + + + + + + + Impactos ambientais + + + + + Riscos à saúde das pessoas e do ambiente + + + Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 29 Características Convencional Agroecológica Orgânica Tecnificação + + + + + + Mecanização + + + + + + Insumos externos + + + + + + Insumos internos + + + + + + Transgênicos + + + Uso de agrotóxicos + + + Investimento financeiro + + + + + + Custo de produção + + + + + + Nº de famílias no campo + + + + + + Geração de empregos locais + + + + + + + Bem-estar dos trabalhadores da terra + + + + + + + Benefícios à saúde dos consumidores + + + + + + + Valorização e incorporação dos saberes locais e tradicionais + + + + + Geração e compartilhamento do conhecimento + + + + + + + + Compartilhamento dos benefícios + + + + + + + Diversificação de renda aos agricultores + + + + + + + Qualidade alimentar e nutricional + + + + + + + Produção de alimentos da cesta básica + + + + + + + Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG30 Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 31 2.1.5 Agricultura Familiar Agroecológica A agricultura agroecológica tem em sua centralidade as experiências, inovações e conhecimento gerado pelas famílias agricultoras na produção de alimentos saudáveis, diversificados para si e para as populações que vivem nas cidades. A diversificação dentro do agroecossistema é prática essencial nesse tipo de agricultura, porque há interações e fluxos entre todos os elementos que integram os subsistemas. Os sistemas biodiversos resistem melhor a condições climáticas extremas e reduzem a vulnerabilidade dos sistemas de produção. Na contramão, o mo- delo produtivo do agronegócio inviabiliza a produção sustentável porque, segundo Londres (2011), as vastas extensões de monoculturas, em que se eliminam completamente os elementos da paisagem natural, reduzem a biodiversidade ao extremo exaurindo os solos. As sementes, mudas e raças adaptadas às condições locais, contribuem para a diversificação da produção ve- getal e animal. Essas atividades agrícolas estão constantemente integradas, podendo existir na mesma área de maneira rotacionada ou sequencial, de forma a otimizar a reciclagem dos nutrientes e a menor dependência de insumos externos. Os saberes tradicionais das/os agricultoras/es familiares e outras comunidades tradicionais sobre o ambiente, as plantas, os animais e as formas de usá-los e manejá-los são conhecimentos tradicionais associados ao patrimônio genético e reconhecidos legalmente dentro da legislação brasileira (Lei nº 13.123/2015 – Artigo 2º, inciso II). Pode-se tomar como exemplo prático da lei dos conhecimentos tradicionais, citada anteriormente, o trabalho realizado pela Articulação Pacari que produziu um “Protocolo Comunitário Biocultural das Raizeiras do Cerra- do - Direito consuetudinário de praticar a medicina tradicional” com a perspectiva de valorizar o conhecimento tradicional das raizeiras do cerrado e com o objetivo de oferecer um instrumento político que garanta os direi- tos de quem faz o uso tradicional e sustentável da biodiversidade brasileira para a saúde comunitária (Dias e Laureano, 2014). Livro Pró Agroecologia 1ª Edição –SIASS IF Goiano/IFG32 As relações no campo, como a solidariedade e a união entre as famílias em busca de melhorias precisam ser va- lorizadas e visibilizadas, tanto pela troca de excedentes da produção como pela cooperação, como por exemplo, nos mutirões, na construção coletiva dos saberes e nas trocas de conhecimento entre as famílias. A agricultura agroecológica perpassa pelas territorialidades e é preciso entender que há uma diversidade das ex- periências desenvolvidas pelas famílias agricultoras em suas localidades. Dessa forma, cada família é protagonista em sua prática, tendo como perspectiva as singularidades do seu modo de viver/organizar com o bioma. No campo do conhecimento é importante que sejam feitas sistematizações centradas nas experiências de famílias agricul- toras, sendo um importante instrumento pedagógico de construção coletiva do conhecimento agroecológico. Como exemplo, pode-se citar o boletim impresso O Candeeiro e o Encontro Nacional de Agricultores Experimen- tadores do Semiárido Brasileiro (ENAE), ambos produzidos pela Articulação do Semiárido Brasileiro. O ENAE, que teve sua 5ª Edição no ano de 2018, valida os saberes das/os agricultoras/es para a agricultura familiar agroeco- lógica, promovendo intercâmbios, rodas de conversas e plenárias com as/os agricultoras/es experimentadoras/ es partilhando as suas inovações. Os quintais (arredores das casas) são, historicamente, espaços ocupados pelas mulheres, utilizados na multiplica- ção de sementes; produção de alimentação rica, saudável e diversa de origem vegetal e animal; manutenção de Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 33 “farmácia viva”; dentre outros fins. Na agricultura agroecológica entendem-se os quintais como espaço produtivo, visibilizando o trabalho das mulheres na gestão do agroecossistema. Desde 2011 vem sendo feito um trabalho de construção da metodologia através das Cadernetas Agroecológicas para tratar a produção das mulheres em seus quintais. Como desdobramento, Alves et al (2018) organizaram os resultados do projeto “Os quintais das mulheres e a caderneta agroecológica na Zona da Mata de Minas Gerais e nas regiões Sudeste, Sul, Amazônia e Nordeste: sistematização da produção das mulheres rurais e um olhar para os quintais produtivos do Brasil” que apresenta reflexões sobre como a produção agroecológica se fortalece com as mulheres e nos quintais. É essencial não perder de vista a forma de abordar a agricultura, através de conhecimentos e métodos que orientam a agricultura agroecológica, capaz de sustentar-se ao longo do tempo. Para Leff (2002) a agroecologia é onde se amalgamam saberes e conhecimentos, ciências, tecnologias e práticas, artes e ofícios no forjamento de novo paradigma produtivo e de vida. Dessa forma, a agroecologia aparece como uma alternativa viável e integradora, com um manejo que respeita os limites da natureza e as características da cultura das/es agricul- toras/es e camponeses. Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG34 A propositura da Feira Interinstitucional Agroecológica com- preende um espaço de trocas, saberes, resgate e valorização da identidade alimentar tradicional, baseada em práticas produtivas agroecológicas, geracionais, que evidenciam a sustentabilidade econômica, social, cultural e ambiental. Constitui espaço compartilhado, como mecanismos funda- mentais para mudança de hábitos de consumo, pois facilita o acesso a alimentos ecológicos; aproxima as/os consumido- ras/es e agricultoras/es; incentiva a compra de comida “da agricultura familiar goiana”; resgata a identidade alimentar com seus signos e significados; induz a intersecção entre os diferentes saberes prol ciência cidadã e a efetivação da SAN; fortalece os movimentos populares; respeita a sazonalidade e dá vazão à produção local, fortalecendo o desenvolvimento rural mais sustentável e a agricultura familiar agroecológica. 3. FEIRA INTERINSTITUCIONAL AGROECOLÓGICA: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 35 Os órgãos públicos, dada sua função social e seu papel institucional em promover saúde com ênfase na ali- mentação saudável para as/os servidores/as e comunidade, tornam-se corresponsáveis por impulsionar Sistemas Agroalimentares mais sustentáveis em que o alimento é um Direito Humano e não mercadoria, onde o foco seja a distribuição equânime a toda a população, e que todos os processos “da produção ao consumo” baseiam-se em práticas agroecológicas, oriundas da agricultura familiar e a um preço justo e acessível. Nessa perspectiva, a feira foi desenvolvida por meio do Projeto de Extensão “Feira Agroecológica: uma estra- tégia de SAN no IFG e IF Goiano” o qual foi construído de forma intersetorial e colaborativa com os movimen- tos populares a partir de 2017, sendo submetido pela Equipe de Promoção da Saúde do SIASS IF Goiano/IFG e aprovado pela PROEX/IFG em 2018. Em 2019 no IF Goiano, foi submetido pelo Núcleo de Agroecologia do IF Goiano/Câmpus Avançado Hidrolândia. Em abril de 2019 transformou-se em Programa Interinstitucional sendo o Termo de Convênio assinado pelo IFG e a UFG. A feira foi composta por agricultoras/es que cumpriram as especificidades da Chamada Pública 01/2019/COEXT/ DAS/PROEX, residentes no Estado de Goiás, que apresentaram o “Projeto de Venda de Alimentos” e a Declara- ção de Aptidão ao Pronaf (DAP); que em todo “processo de produção de alimentos” desenvolveram práticas e relações convergentes com a agroecologia. Vale ressaltar que elas/es assumiram corresponsabilidade e poten- cializaram o ensino-pesquisa-extensão e as políticas institucionais. As edições foram realizadas uma vez ao mês em 6 espaços: no IFG (reitoria e Câmpus Goiânia), na UFG no Câmpus II (reitoria, ICQ/ICB) e no Câmpus I (FANUT) e na Companhia Nacional de Abastecimento-CONAB. Vale ressaltar que a feira no primeiro semestre foi realizada no IF Goiano e no IESA/UFG. Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG36 Quadro com horários e espaços institucionais onde foram realizadas as edições das Feiras Agroecológicas IFG e IF Goiano HORÁRIO LOCAL 8:00 – 10:00 Reitoria/IFG 11:00 – 13:00 Câmpus Goiânia 14:00 – 16:00 Reitoria/IF Goiano UFG 9:00 – 11:00 Reitoria 11:30 – 13:00 Pátio ICQ/ICB 15:00 – 17:00 FANUT Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 37 Foram realizados: • 6 encontros na Comunidade João de Deus com o MCP, em Silvânia; • 3 no Assentamento Canudos, em Palmeiras com o MOVIMENTO DE TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA; • 4 atividades com os Núcleos de Agroecologia do IFG e IF Goiano; • 9 Rodas de Conversas; • 8 Oficinas; • 4 falas compartilhadas em eventos institucionais com as/os agricultoras/es; • 16 reuniões intersetoriais; • 20 reuniões insterinstitucionais; • 17 reuniões de acompanhamento das feiras; • 4 produtos científicos; • 1 TCC; • 4 entrevistas na mídia televisiva e rádio. • Carga Horária de aproximadamente 2.000 horas da equipe executora. Que culminou em 39 edições incluindo os eventos institucionais no IFG, IF Goiano, UFG, CONAB e ALEGO. To- das as edições contaram com o apoio das Equipes Locais, SIASS IF Goiano/IFG, ADUFG, SINT-IFESgo, CAS, CISSP. Foram ofertados aproximadamente 100 variedades de alimentos de origem animal, frutas, folhosos, verduras, legumes, doces, quitandas, farináceos, temperos, alimentos desidratados, leite e derivados, conservas e bebidas. Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG38 A feira oportunizou: • Desenvolvimento de outros agroecossistemas e variedade de alimentos “in natura” e quitandas; • Geração de Renda e protagonismo das agricultoras; • Vivenciar a SAN e a alimentação saudável “do campo à cidade”; • Horizontalidade dos saberes; • Promoção da Alimentação Saudável (do campo à cidade); • Empoderamento dos movimentos populares com ênfase no cooperativismo; • Humanização no ambiente de trabalho; • Atuação interdisciplinar notripé acadêmico pela ciência cidadã e a inclusão produtiva; • Criação do “Grupo Interinstitucional de Referência para a Execução do Projeto de Extensão” (Portaria nº 0242, de 24 de janeiro de 2020); • Referência para a criação do Programa UFG na Agroecologia e da implementação da Política Institucional de Alimentação e Nutrição do IFG. Entre os desafios encontrados há o de estimular o consumo de alimentos “in natura”; as instituições disponibili- zarem recursos para o deslocamento das/os agricultores/as e potencializar o cooperativismo entre os movimentos populares. Foi uma experiência exitosa que oportunizou avançar no protagonismo das/os agricultoras/es “do campo à cidade” e no tripé acadêmico para a implementação de políticas públicas/institucionais pró soberania alimentar, SAN e agroecologia. O projeto será realizado em 2020. Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 39 3.1 Alimentos Ecológicos do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Geleias, Doces, Açafrão, Ervas Desidratadas, Tempero Completo com ervas e sal, Conservas de Verduras, Pasta de Pequi, Trufa de Baru, Paçocas: Baru, Ger- gelim e Carne Seca, Farinha de Mandioca, Polvilho, Frango Caipira, Salaminho, Banana Prata, Banana Chips e Passas, Farinha de Mandioca – Tipo Beijuzi- nho, Queijo Coalho Ralado, Polpa de Frutas, Doce de Leite, Rapadura, Trufas de Frutas, Geleias do Cerrado, Ovo Caipira. Objetivos principais: Lutar pela terra; Lutar pela reforma agrária, Lutar por mudanças sociais no país. Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG40 3.2 Alimentos Ecológicos do Movimento Camponês Popular (MCP) Biscoito de Queijo, Mané Pelado, Gueroba, Pão Enrique- cido com Abóbora, Repolho, Farofa, Polvilho, Banana Na- nica, Laranja, Mexerica, Pimenta, Melancia, Mini Queijo Requeijão, Gengibre, Bala de Gengibre, Mandioca, Feijão Roxinho e Zebrinha, Pé de Moleque, Cocada, Manteiga de Leite, Doce de Goiaba em Pasta, Abacate, Amendoim, Cará, Inhame, Banana da Terra, Banana Prata, Banana Maçã, Rapadura, Ovo Caipira, Carne de Porco na Lata, Frango Caipira, Doce de Leite, Doce de Figo, Cebola, Milho (espiga), Gordura de Porco, Jiló, Chuchu, Quiabo, Abobrinha, Maxixe, Sucos Naturais de Frutas Sazonais, Tomate Cereja, Couve, Cheiro Verde, Alface, Limão, Pe- pino, Doces de Frutas Cristalizadas, Doces de Frutas em Pedaços, Doces de Frutas e de Leite em pasta, Doce de Ovos, Mel, Cenoura, Beterraba, Doce de Pau de Mamão. Lema: Soberania Alimentar e Poder Popular!!! Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 41 “essa feira é maravilhosa tanto come o nos- so povo (como o motorista) e o chefe dele (servidor) e isso pra gente é mais importante do que a própria venda e o lucro”. Moacir Amorim “A importância de iniciativas como essa é mostrar para a sociedade, principalmente nós de assentamento da reforma agrária, que no caso é o MST, dizer que nós não somos bandidos, que nós não somos terroristas e nós produzimos.”. Amélia Franz Relato das/os agricultoras/es familiares do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Assentamento Canudos, Município de Palmeiras/GO Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG42 “(...) essas feiras é a nossa principal fonte de renda. A gente nunca foi tão bem tratada”. Leonice Dias de Oliveira Nascimento “na reitoria do IFG as pessoas gostam mais do suco sem açúcar, lá a gente vende tudo!!! No IFG/Câmpus Goiânia as/os estudantes preferem o mané pelado, já na reitoria do IF Goiano se compra muita carne na lata e requeijão”. Cleber de Oliveira “Produzir a gente sabe”. Maria Marciana De Sousa Canedo Relato das/os agricultoras/es familiares do Movimento Camponês Popular (MCP), Comunidade João de Deus, Município de Silvânia/GO Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 43 3.3 Entrevistas e reportagens IFG/Reitoria https://bit.ly/37ZLVKT IFG/Câmpus Goiânia https://bit.ly/3bdlN0P IFGoiano/Reitoria https://bit.ly/2UAk1kT Entrevista TV/UFG/Programa Conexões https://bit.ly/3b9WmNH https://bit.ly/394TsYQ https://bit.ly/31niRKP https://bit.ly/37Tq6MV https://bit.ly/2RVtAce https://bit.ly/2UvCOOd Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG44 3.4 Contribuição para o Conhecimento Agroecológico Agro Centro-Oeste Familiar: Feira da Agricultura Familiar (ACOF) – 2019; • Mulheres Guerreiras De Canudos: um Relato de Experiência na “Feira Agroecológica da Agri- cultura Familiar”, nos Institutos Federais de Educação do Estado De Goiás; Leoneide Pereira Batista e Elcimeire Maria Pereira - Grupo Mulheres Guerreiras de Canudos; Moacir Amorim da Silva e Amélia Fraz - LiderançasdoMST/Palmeiras-GO; Ariandeny Furtado – Nutricionista SIASS IF Goiano/IFG. • Cartilha Institucional Agroecológica do SIASS IF GOIANO/IFG: um relato de experiência de uma construção compartilhada e participativa; Ariandeny Furtado e Paula Christina Figueiredo - SIASS IF Goiano/IFG; Bárbara Lopes e Gustavo Wunderlich -ONG ECOMAMOR; Denise Cândido e Renata David de Moraes -PROEX/IFG; Diogo Sousa -NEA/IFG/Cidade de Goiás; Milton Dorneles -NEA/IF Goiano/Câmpus Urutaí; Vânia Marra -SES/SUVISA/GVE/CVPS “Grupo Intersetorial de Referência em Agroecologia e Segurança Alimentar e Nutricional”. • Café Camponês: uma experiência do Movimento Camponês Popular; Lideranças do MCP: Leonice Dias O. Nascimento, Maria Marciana S.Canedo, Maria de Lourdes Bueno, Jossier Boleão e as Nutricionistas Ariandeny Furtado (SIASSIFGoiano/IFG) e Tcherena Brasil (IFG/Câmpus Aparecida de Goiânia). Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 45 Congresso Brasileiro de Agroecologia; • Feira Interinstitucional Agroecológica da Agricultura Familiar em Goiás; Interinstitutional Agroecological Fair of Agriculture Family in Goiás. MARTINS, Bruno de Andrade1; FURTADO, Ariandeny Silva de Souza2; FIGUEIREDO, Paula Christina de Abrantes3. 1Instituto Federal Goiano, bruno.martins@ifgoiano.edu.br; 2Instituto Federal de Goiás, ariandeny.furtado@ifg. edu.br; 3Instituto Federal de Goiás, paula.figueiredo@ifg.edu.br. Monografia apresentada ao Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás, como requisito para a obtenção do título de Licenciada em Geografia; Trabalho: Feira Interinstitucional Agroecológica na Universidade Federal de Goiás UFG em 2019 - impactos na geração de renda e relações de soberania alimentar. Discente: Stéfanny da Cruz Nóbrega. Orientadora: Dra. Lara Cristine Gomes Ferreira Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG46 Modo de preparo 1º: Quando ferver a água, acrescentar o hibisco. Deixar em infusão por 15min e coar. Reservar o chá. 2°: Colocar a rapadura em uma panela no fogo baixo e aguardar derreter. 3º: Colocar no liquidificador o chá, couve, salsinha, o caldo dos limões e a rapadura derretida. Rendimento: aproximadamente 1 litro Equipe de criação: Helena Rodrigues, Marilia Bohnen e Marina Burjac da Costa. Nutrientes: Cálcio, Vitamina C, Vitamina K, Potássio, Magnésio “Foi uma experiência desafiadora, agradável e enriquecedora” Ingredientes • Couve • Salsinha • Rapadura • Limão • Água • Hibisco desidratado Medida caseira • 4 folhas médias • 1 maço • 3 pedaços pequenos • 3 unidades • 1 litro • 1xícara de café 4.1.1 Suco Hibiscouve 4. Receitas Ecológicas 4.1 Bebidas Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 47 4.1.2 Suco Revitalizante Dicas: que tal procurar substituir o açúcar pela rapadura?! Para aumentar a absorção do Ferro da Couve e demais folhas, pingue gotas de frutas cítricas. Modo de preparo 1º: Cortar a couve e as cenouras em pedaços pequenos. 2°: Bater todos os ingredientes no liquidificador (exceto os limões). 3º: Acrescentar o suco dos limões e mexer. Rendimento: 1,5L Ingredientes • Couve • Limão china • Rapadura • Água gelada • Cenoura Medida caseira • 2 Folhas Médias • 4 Unidades • 3 Pedaços Médios • 1 Litro • 1 Unidade Média Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG48 4.2.1 Farofa MaravilhaEquipe de criação: João Batista Bastos e Vânia Marra. “Foi muito interessante encontrar os ingredientes que, a princípio, pareciam não combinarem. À medida que fomos dialogando, descobrimos uma nova receita”. Sazonalidade: Couve dá o ano todo!!! Aproveita!!! Modo de preparo 1º: Picar a couve, a cebolinha e a salsinha. 2°: Levar o salaminho à panela e fritá-lo na “própria” gordura em fogo baixo. Reservar toda a gordura dele. 3º: Refogar a couve na gordura do salaminho. Acrescentar os temperos frescos, a banana chips e a farofa. Rendimento: aproximadamente 500g Ingredientes • Banana chips • Couve • Cebolinha • Salsinha • Salaminho defumado • Farofa pronta • Tília desidratada Medida caseira • 1 pacote • 1 maço • ½ maço • ½ maço • 1 pedaço pequeno • 1 pote • 2 xícara de café 4. Receitas Ecológicas 4.2 Farofas Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 49 4.2.2 Farofa Agridoce Equipe de criação: Maisa Goncalves Ferreira, Bárbara Lopes e Eloneide. Modo de preparo 1º: Cortar a banana e o salaminho em cubos pequenos. 2°: Colocar o salaminho em cubos na frigideira e levar ao fogo. 3º: Acrescentar a banana desidratada. 4º: Desligue o fogo e acrescente a paçoca de gergelim e o cheiro verde. Rendimento: aproximadamente 400g Ingredientes • Paçoca de Gergelim • Salaminho • Cebolinha • Banana Desidratada Medida caseira • 1 Copo Americano • 1 Xícara de Chá • 3 Colheres de Sopa • 1 Xícara de Chá Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG50 4.2.3 Farofa de abóbora com semente Equipe de criação: Paula Abrantes Figueiredo, Andrea Sugai Mortoza e Caio César Alencar de Sena. Modo de preparo 1º: Cortar a abóbora em cubos pequenos e assar as sementes no forno (até ficarem “sequinhas”). 2°: Refogar na manteiga até ficar ao dente. 3º: Reservar e temperar. 4º: Refogar a farinha com manteiga e acrescentar a abóbora. 5º: Adicionar a cebolinha e as sementes de abóbora assadas. Rendimento: 700g Ingredientes • Abóbora japonesa pequena • Sementes de abóbora • Farinha de mandioca • Cebolinha • Manteiga Medida caseira • 1/4 Unidade Média • 8 Colheres de Sopa --- • ½ Maço • A gosto Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 51 4.2.4 Farofa saborosa Equipe de criação: Ilza Santos e Silvânia Ribeiro. Sazonalidade da Cenoura: Ano todo!!! Modo de preparo 1º: Após separar os ingredientes, rale a cenoura, corte a cebolinha e os talos de brócolis em pequenos pedaços e bata os ovos. 2°: Coloque em uma panela a banha de porco, Após esquentar a ba- nha, coloque o tempero, a cenoura, os talos do brócolois e o manjeri- cão. Deixe refogar bem!!! 3º: Acrescente os ovos batidos e mexa até ficarem cozidos, no fogo baixo. 4º: Adicione a farofa. Está pronto!!! Ingredientes • Talos de Brócolis • Cenoura • Cebolinha Verde • Ovos caipira • Banha de porco • Manjericão Desidratado • Tempero verde • Farofa de carne seca Medida caseira • 1 xícara de chá • 1 Unidade Média • ½ maço • 3 Unidades • 1 Colher de Sopa • 1 Colher de Café • ½ Colher de Sobremesa • 1 copos americanos cheios Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG52 4.3.1 Doce de Leite com Banana Chips Equipe de criação: João Batista Bastos e Vânia Marra Modo de preparo Em uma vasilha misture o doce de leite com os dois pacotinhos de banana chips. Está pronto!!! Ingredientes • Doce de Leite em Pasta • Banana Chips Medida caseira • 1 Pote Pequeno • 2 Pacotinhos 4. Receitas Ecológicas 4.3 Sobremesas Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 53 4.3.2 Taparú de banana e doce de leite Equipe de criação: Maisa Goncalves Ferreira, Bárbara Lopes e Eloneide. Modo de preparo 1º: Junte o polvilho com a paçoca de baru e vai molhando aos poucos até ficar no ponto da “Tapioca”. 2°: Em uma panela, espalhe a massa “até forrar o fundo da panela” e deixe em fogo baixo, até ficar uma “massa seca”. Reserve. 3º: Misture o doce de leite e a banana, coloque em uma das pontas da massa e enrole. Rendimento: aproximadamente 500g Ingredientes • Polvilho doce • Paçoca de barú • Banana desidratada • Água • Doce de leite Medida caseira • 2 xícaras de chá • 1 Potinho • 1 xícara de chá • 1 xícara de chá • 1 xícara de chá Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG54 4.3.3 Tapioca Rupequi Equipe de criação: Helena Rodrigues, Marco Aurélio P. Souza e Ana Paula Belo. Nutrientes: O gergelim contém boas quantidades de fósforo, magnésio e potássio. Modo de preparo 1º: Preparar a massa - Bater a rúcula, o tempero e o creme de pequi no liquidificador. 2°: Colocar o “novo creme” no polvilho. Misturar. 3º: Acrescentar o caldo de figo com limão para regar a massa até dar ponto. 4º: Preparar o Recheio: triturar os chips de banana e misturar com a farinha de gergelim. 5º: Levar a massa ao fogo, como se fosse uma “tapioca comum”. Acres- centar o recheio. Rendimento: aproximadamente 13 pedaços pequenos. Ingredientes • Água • Tempero caseiro • Rúcula • Chips de banana • Manjericão desidratado • Farofa de gergelim • Creme de pequi • Calda do doce de figo • Limão • Água • Polvilho doce Medida caseira • 2 xícaras chá • 1 colher de chá • 1 maço • 1 xícara de chá • 1 xícara de chá • 4 colher de sopa • 7 colheres de sopa • 1 xícara de café • 1 unidade • 1 xícara de chá • 3 xícaras de chá Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 55 4.3.4 Misturinha delícia Equipe de criação: Creonice Silva Santos e Raíssa Picasso. Nutrientes: Que tal substituir o açúcar por rapadura?! É uma delícia!!! Sazonalidade Gergelim: novembro planta e colhe em fevereiro. Modo de preparo 1º: Colocar a paçoca de gergelim em uma vasilha e misturar com a manteiga até ficar “consistente”. 2°: Colocar a massa nas forminhas individuais pequenas. 3º: Enquanto assa. Cortar as bananas desidratadas e o queijo em pedaços pequenos. Ralar a rapadura. 4º: Derreter a rapadura ralada no fogo e misturar com a banana. 5º: Dourar o queijo na manteiga. 6º: Colocar dentro da cestinha o queijo e a banana. Ingredientes • Banana desidratada • Paçoca de barú • Manteiga • Rapadura • Queijo minas fresco • Sal Medida caseira • 3 Colheres de Sopa • 1 Pote Médio • 2 Colheres de Sopa • 4 Pedaços Médios • 1 xícara de chá • A gosto 4.3.5 Doce de leite de mocotó Modo de preparo 1º: Cozinhar o leite, a geleia e o miolo de abóbora até reduzir 1/3 do volume. Aproximadamente 1h20’. 2°: Jogar as raspas de limão china e o manjericãozinho. 3º: Deixar na geladeira por 30min e comer com o chips de abóbora. Ingredientes • Geléia de pele de porco • Leite de vaca • Miolo de abobora • Raspas de limão • Manjericãozinho Medida caseira • 3 Pedaços Médios --- • 2 Colheres de Sopa • 1 Colher de Chá • A gosto Equipe de criação: Paula Abrantes Figueiredo, Andrea Sugai Mortoza e Caio César Alencar de Sena Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG56 4.4.1 Salada Cítrica com Chips de Banana Equipe de criação: Helena Rodrigues, Marilia Bohnen e Marina Burjac da Costa. “Preparo fácil e rápido.” Sazonalidade: Todos os meses exceto de “setembro a março” Modo de preparo 1º: Colocar o hibisco em 1 copo de água e deixar descansar até amolecer. 2°: Rasgar o alface e picar a cebolinha. Misturar. 3º: Acrescentar o hibisco hidratado. Espremer o limão e acrescentar o tem- pero caseiro. Misturar. 4°: Colocar os chips por cima. Servir. Ingredientes • Alface • Chips de banana • Hibisco desidratado • Cebolinha • Limão • Tempero caseiro Medida caseira • 1 pé • 1 xícara de chá • 1/2 xícara de chá • 1 maço • 1 unidade • 1 colher de café rasa 4. Receitas Ecológicas 4.4 Opções Vegetarianas Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 57 4.4.2 Sanduíche Vegetariano da Agricultura Familiar Equipe de criação: Tcherena Brasil e pai da Maisa. Dica: para o ovo poché colocar na água o vinagre para substituir o óleo. Modo de preparo 1º: Em uma frigideira com água fervendo quebrar o ovo, deixar em fogo médio e aguardar ficar “cozido”. 2°: amassar o queijo, colocar o sal, cebolinha e salsinha. Misturar. 3º: Colocar no pão o ovo e a mistura.Servir! Ingredientes • Pãozinho enriquecido de abóbora • Ovo caipira • Alface • Queijo Branco • Cebolinha e Salsinha • Água Medida caseira • 1 Unidade • 1 Unidade • 1 Folha Pequena • 1 Fatia Médias • A gosto • 1 Copo Americano Equipe de criação: Paula Abrantes Figueiredo, Andrea Sugai Mortoza e Caio César Alencar de Sena Dica: Comer com doce de leite de mocotó. Sazonalidade: Dá o ano todo!!! 4.4.3 Chips de abóbora Modo de preparo 1º: Cortar a abóbora com a casca, em rodelas finas. Para facilitar, utilize o ralador. 2°: Untar uma forma com manteiga e colocar as rodelas finas de abóbora pra assar, durante aproximadamente 20 minutos. 3º: Temperar a gosto. Servir ainda quente. Ingredientes • Abóbora Madura • Sal Medida caseira • 1 unidade pequena • A gosto Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG58 4.4.4 Omelete com brócolis Equipe de criação: Ilza Santos e Silvânia Ribeiro. Sazonalidade: Brócolis março a setembro. “ A experiência foi enriquecedora em todos os sentidos; trocas, coletividade, criatividade e consciência de que tudo que estava na bancada era agroecológico”. Modo de preparo 1º: Etapa: cortar o “brócolis com o talo” e a cebolinha em pequenos pedaços. Ralar o requeijão. 2°: Bater os ovos (a sugestão é usar o “batedor de ovos”) e acrescentar o tempero, o brócolis, a cebolinha e o requeijão, até formar uma “mistura homogênea”. 3º: Untar uma forma com manteiga e despejar a mistura. 4º: Asse em forno médio por aproximadamente 35min. Rendimento: uma forma média. Ingredientes • Cebolinha • Brócolis • Requeijão caseiro • Tempero verde caseiro • Ovos caipira • Manjericão desidratado • Manteiga de leite Medida caseira • 1 Maço • 1 Maço • 2 Fatias Médias • 1 Colher de Sobremesa • 9 Unidades • 1 Colher de Chá • 1 Colher de Sopa Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 59 4.4.5 Tutu de Feijão com Banana Desidratada Equipe de criação: Creonice Silva Santos e Raíssa Picasso. Nutrientes: Couve contém Vitamina C e Ferro. Dica: Prefira a Banha do que Margarina/Gordura Hidrogenada. Cuidado com a quantidade!!! Sazonalidade do Feijão Roxinho: Planta em novembro e colhe em janeiro/fevereiro. Modo de preparo 1º: Cozinhar o feijão (esta variedade de feijão não necessita de ser cozido na panela de pressão). 2°: Picar a couve, banana desidratada e refogar junto com o feijão na Banha de Porco. 3º: Misturar bem. Acrescentar a farinha e por último a cebolinha. Rendimento: aproximadamente 500g Ingredientes • Couve • Cebolinha • Banana desidratada • Feijão roxinho • Farinha de mandioca tipo beijuzinho • Banha de Porco Medida caseira • 4 folhas médias • 1/2 Maço • 1 Pacote • 4 Conchas médias • 2 Colheres de Servir • 1 Colher de sopa Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG60 5.1 Fome, sobrepeso e obesidade versus a gourmetização da comida: quais as conexões com a agricultura familiar agroecológica? O atual cenário para as políticas públicas brasileiras aponta preocupações no campo da alimentação e nutrição. A partir de marcações neoliberais do atual governo, estas importantes ferramentas para garantia de direitos sociais estão sendo submergidas em um prato raso de desânimo e retrocesso com textura de austeridade. O Brasil vem caminhando a passos largos de volta ao estarrecedor Mapa Mundial da Fome da Organização das Nações Unidas pela Agricultura e Alimentação (FAO). Diversos grupos e redes de estudos renomados, apontam a violação do Direito Humano à Alimentação e Nutrição Adequada (DHAA) no Brasil e na América Latina. Nesse contexto, há a preocupante perda do acesso a uma alimentação justa, segura e saudável, onde o povo não tem voz para decidir ou lutar sobre o próprio “ato de comer”. Não há um projeto na atual conjuntura que garanta a ampliação e acesso a sistemas agroalimentares sustentáveis e agroecológicos de base familiar. Assim, não há perspectivas que possam pautar a saúde e o bem estar social. Entre os fatos, prevalecem os elevados índices de sobrepeso e obesidade na população e a perda sistemática da cultura e identidade alimentar brasileira, tão rica, porém, tão frágil frente às políticas de expansão do grande capital financeiro sobreposta pela indústria de produtos alimentícios e farmacêutica. E no olho do furacão o ascendente fenômeno da gourmetização. O termo Gourmet surge nos espaços em que as relações humanas são mediadas pela elitização da comida. Nesses locais o comer caracteriza-se em dimensões de requinte na elaboração de pratos, o ‘’haute cuisine’’ (alta culinária), onde a comida é feita com ingredientes diferenciados e posteriormente uma apresentação elabo- rada, por vezes luxuosas. Outro fator intrínseco à gourmetização é o custo elevado da comida servida, o que 5. TEMAS PARA A REFLEXÃO Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 61 possivelmente ocorre pela necessidade de inserir técnicas ou materiais de luxo e requinte no que até então era tradicional, comum e popular. É uma tendência da gastronomia contemporânea a utilização de matérias-primas que respeitem a trajetória e identidade local, mas de fato, quem está beneficiando-se dessa gourmetização? Os/as produtores/as locais e seus conhecimentos tradicionais acerca da culinária ou o “chef” que se apropriou desses saberes e fazeres? Não podemos admitir que a comida seja mercantilizada e que o direito social à alimentação passe a ser um privilégio para poucas e poucos. É inconcebível o fato de chefes “renomados/as” estarem patenteando ingre- dientes culinários do qual o acesso é ancestral. Por isso devemos valorizar espaços em que o protagonismo popular evidencie a comida de verdade como pro- moção da saúde e resgate das conexões entre práticas culinárias tradicionais, cultura alimentar, territorialidades e a diversidade agroecológica nos cenários de produção do alimento dentro da perspectiva da SAN, sendo esta a referência para a agricultura e o desenvolvimento rural mais sustentável. Nesse sentido, as feiras, a merenda escolar, restaurantes populares e universitários, as praças, o campo e a cidade podem constituir-se enquanto espaços de resistência e exigibilidade de direitos, sobretudo o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG62 5.2 Uma reflexão sobre a polissemia do desenvolvimento: pró Agroecologia ou Racio- nalidade Capitalista?! Vivenciamos no contexto do Capitalismo Global o olhar e as vivências hegemômicas que versam pela “civilização ocidental” da cultura e dos modos de (sobre)viver, sendo o Ocidente a referência para o “desenvolvimento”. Um desenvolvimento que é colonizador, capitalista e que potencializa a globalização, que é sinônimo de epis- temicídio. É preciso descolonizar!!!! Para avançarmos em um modelo de desenvolvimento que dialogue com a sustentabi- lidade e evidencie suas dimensões econômica, ecológica, social, cultural, política e ética. Um desenvolvimento que transcenda o “lucro imposto na racionalidade capitalista” e reconheça as singularidades em seus signos e significados das territorialidades, de modo a corroborar para o “Desenvolvimento Rural e de Agriculturas mais Sustentáveis” em diálogo com a Segurança Alimentar e Nutricional das comunidades, o protagonismo das/os agricultoras/es, inclusão social, empoderamento dos movimentos populares, trocas de saberes, pertencimento, memória coletiva e a consciência sociopolítica. Sendo essas intersecções a referência para a ampliação do pa- radigma agroecológico e da sustentabilidade. Nessa perspectiva, o “desenvolvimento local” torna-se reflexo do modelo imposto em âmbito mundial, já que a globalização legitima a Agricultura Industrial Capitalista e dita as normas do Sistema Econômico. E materia- liza-se nos territórios das comunidades, gerando o aumento da desigualdade/miséria/pobreza, o que dificulta a efetivação dos Direitos Humanos, o acesso aos bens/serviços e as políticas públicas. Somadas a essas dimensões há o baixo investimento nas políticas públicase a criminalização dos movimentos populares que atuam prol Agricultura Familiar agroecológica pois os interesses governamentais nem sempre dialogam com a agroecologia. Esse contexto político atual é pautado na fragmentação dos setores que, somado à desorganização e falta de habilidades/competências e olhar sociopolítico, potencializa a inércia institucional e o não cumprimento do papel social ético/institucional “do campo à cidade”. Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 63 No âmbito acadêmico, a formação é geralmente desconexa de práticas e metodologias que evidenciam o “novo paradigma da agroecologia” sendo o foco a “demanda da agricultura industrial capitalista”, a “competitividade individualista” e a desconexão entre o ensino-pesquisa-extensão e a sustentabilidade (em todos os seus níveis) nas práticas agrícolas e no desenvolvimento rural, bem como na etnoecologia. No máximo chegam a “agricultura ecologizada”! Porém, cabe aqui uma ressalva, pois há muitas/os pesqui- sadoras/es que são referência na sistematização da ciência da agroecologia que é “Latino Americana” e que demonstraram que a ciência pode ser “cidadã e corroborar para uma sociedade mais justa e equânime para todas as pessoas”, porém, ainda são exceções à regra. É preciso resistir e subverter!!! E quiçá tecer práticas que oportunizem de forma compartilhada e participativa a racionalidade dos ecossistemas, o redesenho dos agroecossistemas agroecológica, o fortalecimento dos circuitos curtos, as trocas de saberes e experiências com as/os agricultoras/es, de modo que todas as pessoas (dentro e fora da academia) possam ser corresponsáveis por subsidiar/impulsionar os Sistemas Alimentares Sustentáveis que dialoguem com a Agroecologia. Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG64 ALMEIDA, J. Da ideologia do progresso à ideia de desenvolvimento (rural) sustentável. In: ALMEIDA, J.; NAVARRO, Z. (orgs.). Re- construindo a agricultura: ideias e ideais na perspectiva do desenvolvimento rural sustentável. 1ed. Porto Alegre: Editora da Universidade (UFRGS), 1997. p. 33-55. ALTIERI, M. A. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. Porto Alegre: UFRGS, 1998, 110 p. ALTIERI, M. A. Agroecology: a new research and development paradigm for world agriculture. 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ANEXOS Livro Pró Agroecologia1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG68 7.2 Anexo II - Campanhas de Divulgação Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 69 7.3 Anexo III - Vivências na Feira Agroecológica Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG70 7.4 Anexo IV - Dia de Campo com agricultoras/es Livro Pró Agroecologia 1ª Edição – SIASS IF Goiano/IFG 71 LIVRO PRÓ AGROECOLOGIA INSTITUTO FEDERAL Goiás INSTITUTO FEDERAL Goiano Feira Interinstitucional Agroecológica: uma experiência exitosa Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor - IF Goiano/ IFG C M Y CM MY CY CMY K ai1645728519205_AF_Capa_Cartilha_Agroecológica.pdf 1 24/02/2022 15:48
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