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Relatório A advocacia criminal no tribunal do Júri

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Relatório – A advocacia criminal no tribunal do Júri
Após o pregão, que consiste na chamada dos presentes, ocorre então a seleção de jurados para compor o conselho de sentença. Logo depois, é iniciada a instrução em plenário, com as oitivas das testemunhas, na devida ordem legal: testemunhas de acusação, testemunhas de defesa e, ao final, o interrogatório do réu.
Depois desta parte, é o momento dos debates orais, iniciados pela Acusação e posteriormente pela Defesa, pelo tempo de uma hora e meia para cada parte.
A escolha dos jurados 
Após as partes serem apregoadas e declarada aberta a sessão de julgamento, o magistrado irá iniciar os sorteio dos jurados, importante que deve haver no plenário um quórum mínimo de 15 jurados, sob pena de nulidade. Deve ser analisado a natureza do caso, verificar as vestimentas da pessoas, idade e profissão, para escolha adequada.
Assim, o advogado ao chegar na sessão, senta-se na cadeira da defesa, observa se não há nulidades ou requerimentos a serem realizados, aguardará o sorteio dos jurados, ressalta-se que a defesa pode ter acesso previamente da lista dos jurados com nome e profissão, para auxiliar na escolha. Quando o magistrado iniciar o sorteio, perguntará se a defesa aceita ou recusa, a defesa tem o direito de três recusas imotivadas e recusas motivadas sem limites, após serão sorteados sete jurados, formando o conselho de sentença, nesse momento, defendo que já se aplica a regra da incomunicabilidade, sob pena de nulidade absoluta, após o magistrado-presidente irá realizar o juramento dos jurados.
Instrução em Plenário
Findada a escolha dos jurados, inicia-se a instrução em plenário, com a presença do réu e os jurados, onde será inquirido as testemunhas indicadas pelas partes, na seguinte ordem legal, testemunhas arroladas pela acusação, depois testemunhas arroladas pela defesa e por fim o operando-se o interrogatório do réu.
Durante as perguntas a defesa deverá provar a tese arguida, exemplo, se negativa de autoria, apresentar o álibi, testemunhas que corroborem a versão do réu, se for homicídio privilegiado, demonstrar a ocorrência das circunstancias prevista no § 1 º do art. 121, do CP, caso haja testemunhas arroladas pela acusação que apresentem outra versão, o advogado deve desacreditar a referida testemunha, um boa forma é encontrar distorções nos depoimentos prestado na delegacia ou na primeira fase do júri, assim, perguntar onde está a verdade e como acreditar nela.
Conforme já citado a instrução encerra com o interrogatório do réu, momento sublime, pois é o momento em que ao acusado apresenta a sua versão dos fatos para os jurados, sugestiono que o réu esteja bem vestido, bem apresentado, evite gírias e fale apenas o necessário, lembramos que o réu tem o direito de ficar em silêncio ou escolher as perguntas que deseja responder, o advogado tem o direito de se entrevistar com o réu antes do interrogatório, sempre uso desse direito, oportunidade para alinhavar a tese defensiva.
Debate
Encerrada a instrução em plenário, irá iniciar os debates, momento da sustentação oral das partes, primeiro a acusação, por uma hora e trinta minutos, depois a defesa pelo mesmo tempo, terminado, o juiz pergunta para a acusação se deseja ir a réplica, se responder afirmativo, a defesa deverá obrigatoriamente deverá retornar a tréplica, defendemos que a defesa tem esse direito, ainda que a acusação não queira retornar a falar.
O debate é o momento mais importante do julgamento, pois é o momento que o advogado irá demonstrar sua eloquência e domínio da oratória, bem como conhecimento das provas dos autos, assim, recomendamos que estude bem o processo, realizando um relatório com as folhas e indicação de documentos, monte uma ordem de apresentação das provas e leitura de doutrina, crie um roteiro para sua sustentação.
A sustentação oral, inicia com as saudações, na seguinte ordem: “MM. Juiz presidente da Vara do Júri, homenageio pelo grande ícone de justiça que representa na sociedade de … e respeito as garantias da partes na condução dos trabalhos. Ilustre promotor de justiça, não é promotor de acusação e sim de justiça, é uma honra trabalhar na parte adversa, por ter a certeza da grandiosidade dos debates. Serventuário da justiça peças fundamentais para realização dos trabalhos. Gloriosa policia militar, por garantir a segurança dos trabalhos. Aos familiares do réus, agradeço a confiança. Familiares da vítima, deixamos nossa condolência, mas buscamos hoje tão somente justiça. Ao réu, agradeço a confiança depositada, acredito em sua inocência e tenho fé que hoje se fará justiça. Por fim, as pessoas mais importantes, senhores jurados, cidadãos de bem, que hoje tem a missão de julgar seu par, dever esse outorgado pela CF, lembrando que na balança do direito de um lado temos a vida e do outro a liberdade, julgue com suas consciências”
Após, deverá o advogado narrar os fatos sob a ótica da defesa, provar as alegações aos jurados mostrando as provas dos autos, rebater os argumentos levantados pelo Ministério Público, e terminar com uma reflexão, um citação, recomendamos que traga experiência de sua vida para o Júri, criando empatia, e autenticidade no discurso. Toda nulidade que ocorra durante os debates, exemplo, uma manifestação da plateia, deve ser imediatamente protestada e registrada na ata, sob pena de preclusão.
Terminados os debates, inicia a votação na sala secreta, oportunidade em que a defesa poderá suscitar nulidades e defeitos na quesitação.
Encarra-se o julgamento coma leitura da sentença, e sendo condenatória, deve o advogado interpor na própria ata, o recurso da apelação criminal, nos termos do art. 593, III, todas as alíneas, perceba que é o único caso em que a defesa interpõem o recurso na ata.
Logo no início, a defesa deve ser cautelosa e estratégica no inquérito policial. Costumo dizer que o inquérito que investiga crimes dolosos contra a vida é o mais importante. O motivo é simples: ninguém considera tanto os elementos de informação colhidos no inquérito policial quanto os jurados.
Tudo que surge no inquérito policial poderá ser utilizado por alguma das partes. Não há nada neutro no inquérito policial, nem mesmo o desconhecimento. No plenário do júri, a fala “não sei nada sobre o crime” poderá ser utilizada pela acusação e/ou pela defesa, dependendo de quem proferiu tais palavras.
Infelizmente, ainda não implementamos a cultura da contraprova, conquanto seja fundamental para, no mínimo, produzir uma dúvida razoável nos jurados. Da mesma fórmula, deixa-se de discutir satisfatoriamente a cadeia de custódia, isto é, o caminho das evidências até a realização do exame pericial.
Pensando no plenário do Tribunal do Júri, é necessário que, durante o inquérito, a defesa discuta adequadamente o caminho da coleta das evidências da cena do crime até a análise pelo perito. Após o exame pericial, a defesa precisa considerar seriamente o cabimento da produção de uma contraprova que afaste ou contrarie a integralidade ou uma das conclusões da primeira perícia.
Algumas ferramentas e conhecimentos importantes para realização de uma audiência no tribunal do júri.
· Exercitar a oratória;
· Estudar a teoria referente ao júri;
· Conheça o processo em questão de forma detalhada;
· Com a cópia do processo em mãos, faça um sumário das páginas importantes;
· Faça um roteiro com a linha de raciocínio que você seguirá no momento da sua fala;
· Fale de provas
· Explique a quesitação

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